Trabalho de População e Povoamento
Trabalho de População e Povoamento
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organizacionais Introdução 0.5
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dados
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tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
1
A cotação pode ser distribuída de acordo com o peso da actividade
2. O número das actividades pode variar em função ao docente
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Índice
Introdução.................................................................................................................................6
Drenagem urbana......................................................................................................................9
Metodologias..........................................................................................................................14
Conclusão...............................................................................................................................18
Referências bibliográficas......................................................................................................19
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Introdução
As inundações são fenómenos que, num curto período de tempo, podem causar grandes
prejuízos económicos, sociais e consequências ambientais desastrosas, como a transição
para zonas húmidas de terrenos ribeirinhos mais baixos, a destruição das zonas húmidas
e a afectação da biodiversidade e libertação de produtos tóxicos devido ao alagamento
de estações de tratamento de águas residuais ou de fábricas (Gomes, 2009).
A inundação na cidade de Angoche representam um risco grave, visto que tem resultado
em prejuízos consideráveis e até irreparáveis para as comunidades. Um conjunto de
factores pode ser relacionado quanto à ocorrência das inundações e por seu turno
colocam as comunidades frágeis em situações de perigo, toda via quando ocorre chuvas,
tem se observado parte da população clamando pelo impacto das inundações, colocando
varias entidades preocupadas.
Ora, varias tem sido acções para reduzir os seus impactos nas comunidades sobre tudo
as que coabitam em áreas vulneráveis á inundações e esta pesquisa constitui Incentivo
ás acções de mitigação e prevenção, além de servir de ferramenta de elaboração de
novos planos de gestão de riscos das inundações urbanas na cidade de Angoche.
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Referencial Teórico
Cardoso (2013), ressalta que além da óbvia necessidade da água para consumo, higiene
e desenvolvimento das actividades agrícolas e artesanais, a presença dos rios junto aos
perímetros urbanas, favoreciam as comunicações e o comércio, isso representava em
muitos casos, um papel na defesa e protecção das cidades, que eram implantadas em
ilhas, com o passar dos anos essa relação se intensificou, resultando no surgimento e
desenvolvimento das cidades.
Sobre mesmo ponto de vista, Júnior e Santos (2013), abordam como o crescimento
populacional alteram as características físicas e ambientais dos recursos disponíveis em
qualquer esfera demográfica, pois seus efeitos e processos negativos modificam o
ambiente lentamente, impedindo que este possa voltar, a ser o que um dia foi natural.
Atrelado a urbanização ocorrem as modificações do meio físico, como por exemplo, as
ocupações inadequadas e construções irregulares, causando mudanças nos cursos de
rios, por meio do aterramento de terrenos.
Dutra e Vieira (2020) acrescentam que a falta de saneamento básico, sendo específico
quanto a deficiência de uma falta de sistema de drenagem, reflectem, sobretudo em
condições desastrosas no meio físico. Com isso, põem-se exposta a importância da
figura do poder público, em agir junto com o plano director para orientação e
estabelecimento de directrizes sobre o uso e ocupação de um solo, concebendo assim
uma busca pelo equilíbrio na relação entre construções e ambiente natural. Além desse
ponto, será necessária a acção preventiva e não apenas a correctiva, no manejo das
águas pluviais.
Em consequência das expansões das cidades Cunha e Borja (2018), ressaltam que o
desenvolvimento urbano com o passar do tempo, envolve muitas actividades
conflituantes, desde a prática de descarte de lixo de forma irregular, a falta de colecta e
limpeza, aumento da poluição, desvalorização de imóveis, obstrução de vias, prejuízos
ao turismo e transtornos com saúde pública, fazem parte de um mecanismo que se
relacionam e progridem para eventuais transtornos reforçados pelas enchentes.
Para Farias e Mendonça (2019), essa realidade reflecte directamente do que acontecem
com o saneamento na maioria das cidades moçambicanas, especificamente na cidade de
Angoche onde é evidente a falta de um planejamento efectivo, controle e regulação dos
diversos sectores que compõem os serviços de abastecimento de água potável e
esgotamento sanitário, também a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos e de
drenagem urbana. Essa prática resulta em graves problemas de contaminação do ar, do
solo, das águas superficiais e subterrâneas, criando diversos focos de organismos
patogénicos transmissão de doenças com diversos impactos na saúde pública.
inundações, fato esse que resulta em prejuízos materiais e humanos para a sociedade. As
enchentes e inundações são fenómenos naturais que ocorrem periodicamente por efeito
de grandes chuvas e em sua grande maioria são potencializadas, por interferências do
seu meio, como representado. Conforme Lucca (2013) esses termos, são tidos como
conceitos que representam processos de acúmulo de água, provocados por agentes
externos. Assim esses eventos ocorrem quando os rios transbordam atingindo espaços
ou áreas ao lado das suas extremidades, alcançando pontos mais altos, que causam seu
transbordando.
Drenagem Urbana
Para Brito et al. (2015), conceitua que um sistema de drenagem urbana tem como
principal objectivo, amenizar os prejuízos causados por inundações, reduzir os riscos
que a população estará sujeita e por fim, possibilitar o desenvolvimento de forma
harmónica, articulada e sustentável, também é considerado um conjunto importante de
elementos destinados a transporte das águas pluviais precipitadas sobre uma
determinada região e que escorrem sobre sua superfície, conduzindo estas a um destino
final.
De forma semelhante Trancoso et al. (2018) detalha que se pode dividir drenagem
urbana de duas maneiras, micro drenagem e macro drenagem. Desse modo, micro
drenagem, possui a característica por ter traçado das ruas e é composta por sarjetas,
boca-de-lobo, galerias e poços de visitas. Já a macro drenagem são as estruturas com
maiores dimensões e é composta por canais naturais ou artificiais e reservatórios de
amortecimento pluviais.
Para Cruz (2007), gestão da drenagem urbana na maioria dos municípios moçambicanos
ainda não é vista e tratada com a devida importância pelos gestores, isso ocorre devido a
ausência de um planejamento específico para o sector, dessa maneira, o gerenciamento
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Dutra e Vieira (2020) descreve que a problemática nos sistemas de drenagem dos
pequenos e grandes centros moçambicanos é a existência de quantidades recorrentes de
resíduos sólidos, levados às redes pela lavagem de ruas e pela falta de educação
ambiental da população, provocando a obstrução do sistema e consequentemente,
agravando ainda mais os alagamentos localizados nas regiões. Ainda nessa perspectiva,
Cunha e Borja (2018), acrescentam que pouco tem sido feito na busca de alternativas
para a colecta, controle do lixo, resumindo-se em uma simples campanha de
conscientização da população e em projectos isolados de estruturas de contenção de
resíduos em cursos de água, além da existência de sistema de colecta domiciliar e de
limpeza urbana periódica.
Moçambique e suas cidades apresentam nas suas biografias, uma ausência de estudos
na área de drenagem, que apresentem soluções efectivas entre os sistemas urbanos e
naturais. Para Oliveira (2019), é necessário que ocorra investimento em pesquisas na
infra-estrutura das cidades, para que se desenvolva de forma justa, uma qualidade de
vida para as pessoas, com saneamento, moradia segura e drenagem de águas pluviais
contra enchentes e inundações mais eficientes.
De maneira parecida, Cruz (2015) salienta que a vantagem encontrada nos estudos de
drenagem urbana se apresentam, na redução de gastos com manutenção de vias
públicas, além da redução de danos as propriedades, escoamento rápido das águas nas
superfícies alagadas, eliminação dos focos de lamaçais parados que resultam em focos
de doenças, condições seguras de circulação por carros e pedestres durante as chuvas e
amenização dos impactos causados pelas erosões e poluição de lagos e rios.
De acordo com Rodrigues (2019), quando o estado não respeita a real importância ao
acontecimento relacionado a enchentes e alagamentos de forma preventiva, buscando
soluções para se precaver ao acontecimento, os transtornos são muitos graves, assim
então, surge à responsabilidade civil, que no âmbito do Direito Ambiental, irá defender,
melhorar e preservar, os padrões de qualidade ambiental estabelecidas, visando acções
para as gerações presentes e futuras.
Para Licco e Dowell (2015), a palavra prevenção é o conceito principal, quando se trata
de enchente porque na maior parte dos recursos para cobrir os danos é pública e em
decorrência dos impostos pagos pela população. Com isso, as actividades elaboradas
pela defesa civil terão mecanismos previstos no orçamento da união, município e do
estado.
Da faixa costeira para o interior elevam-se colina e montes com declives até cerca de
35%, e altitudes variáveis que atingem 71 metros no monte Morrua situado a Norte do
Município de 60 metros no monte Parapato localizado na zona de cimento. Os locais em
que os declives são menos acentuados são ocupados por espaços populacionais. (Plano
de Estrutura, 2001).
Para Melo (2013) a cidade de Angoche apresenta uma estrutura geográfica única e
característica com planícies altas. O comportamento das chuvas na cidade de Angoche,
ao longo dos anos foi modificado por diversos factores como geologia, mineralogia,
solo, clima, relevo, vegetação, hidrografia, acções antrópicas, paisagem, lugar, meio
ambiente, ocupação do solo, urbanização, dentre outros.
Souza (2013), o comportamento dos rios e das cidades após os momentos iniciais da
história, como factores que viabilizavam o desenvolvimento de uma sociedade, passou a
ocupar o papel de elemento da paisagem, o que provocou frequentes impactos
hidrológicos e ambientais, relacionados ao crescimento urbano.
Oliveira (2019) reforça que as respostas dos sistemas fluviais urbanos, sendo estes
naturais ou construídos, não tardam a vir, em virtude a um cenário pontuado pela
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Quanto à cobertura vegetal, Melo (2013), destaca que grande parte do município é
recoberta por áreas já de vegetação secundária com palmeiras, como também, áreas
utilizadas principalmente na pecuária com pastagens e na agricultura. A vegetação
nativa restante é composta por um ecológico montanhoso, as áreas de tensão caatinga
arbórea e arbustiva.
Para Dutra e Vieira (2020), a preservação das áreas verdes podem evitar algumas das
causas das enchentes e/ou inundações, graças a sua capacidade de reduzir o volume e a
velocidade de escoamento da água, absorvendo-a por meio da infiltração natural do
terreno, essa alternativa é relevante, pois a água quando não consegue infiltrar-se no
solo tende a correr para os terrenos mais baixos que geralmente já são ocupados por
moradores de renda baixa.
Barra e Teixeira (2015) ressaltam que a vantagem principal dos pavimentos permeáveis
é impedir o acúmulo indesejável de água acima da superfície do piso. Isso possibilita
muitos efeitos positivos como na precaução de enchentes e redução de ilhas de calor.
Essa alternativa pode ser implantando em qualquer local, como estacionamentos,
calçadas, parques, áreas externas, jardins, ciclo vias e em ambientes cuja
impermeabilidade deixou de existir.
De maneira parecida Rezende e Godoy (2019) destacam que o lado negativo dos
pavimentos permeáveis são suas limitações na parte estrutural desse piso, por não
suportar cargas muitos pesadas, isso faz com que sua utilização ocorra mais em
projectos comerciais e residenciais, onde o pavimento permeável tem uma finalidade de
captação e acúmulo de água em reservatórios pluviais, também conhecidos como
cisternas.
Silva (2015) discorre que uma medida pouco estudada actualmente pelas cidades é o
reaproveitamento da água da chuva, como solução para economia e redução das
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enchentes. Essa reutilização pode ocorrer na irrigação de áreas verdes, lavagem de ruas
e construção de edifícios, essa medida do aproveitamento, geraria vantagens às cidades
evitando que toda a chuva que cai sobre um lote ou construção seja usada com
finalidades positivas e não negativas.
Metodologias
1. Consulta das fontes locais e revisão bibliográfica sobre o tema, além de estudos
acerca do nível de chuvas em mm em cada ano.
No ano de 2020 uma forte chuva marcou um acumulado de 215,6 mm, no mês de
Fevereiro na cidade, isso resultou em grandes impactos na circulação de motoristas e
pedestres, principalmente nas avenidas que tiveram sua pavimentação parcialmente
arrancada, além de ruas inteiras ficando interditadas devido a lama, entulhos e muita
sujeira.
Em 2022, o mês de Abril marcou 224,4 mm de chuva, com as forças das águas algumas
estruturas foram parcialmente danificadas como o tombamento de parte do muro de
contenção e um trecho da via, de acordo com a figura 10, formando uma cratera no
meio da avenida, esses transtornos causaram aos estabelecimentos próximos, prejuízos
financeiros directos, pois sem acesso aos pontos comerciais ficaram impedidos de
funcionar.
Segundo dados da Defesa Civil do município, área de inundação geralmente tem como
característica comum de serem próximas as locais por onde existe a passagem das águas
como trajecto para desaguar nos rios. Como os locais citados no estudo, a Avenida
Lomanto Junjo, ruas de Inguri, Muchelele e Bairro da Horta, que são próximos ao rio
Xitalane e rio Napopue servem de trajecto para a passagem das águas.
Vale destacar que devido a sua estrutura física, a cidade de Jacobina apresenta uma
característica singular, segundo dados da Defesa Civil de Angoche (2022), o município
após o término do período de chuva, demora entre 30 min a 1 hora, para escoamento
total de água das vias e avenidas. Isso comprova que com um sistema de macro
drenagem instaladas na cidade, grande parte das águas escoaria pelo sistema, durante o
período das chuvas de forma eficaz, evitando os alagamentos.
muros de contenção, que suportam a tensão do solo, além de isolar o terreno. Necessita-
se também, de medidas de fiscalização por parte do poder público da cidade, na vistoria
de locais de risco e fiscalização de construção em áreas impróprias para moradias, além
de um trabalho de análise das construções existentes, categorizando os perigos tais
como os de deslizamentos de barrancos, visando à segurança preventiva, antes de o
acontecimento ocorrer (SOUZA, ET AL, 2019).
Conclusão
Após a análise do estudo e com os dados obtidos conclui-se que, a urbanização tem
gerado modificações directas na ocorrência de enchentes, inundações e alagamentos, em
áreas urbanas ao longo dos anos, pois actividades como impermeabilização do solo,
construções irregulares (tanto no método construtivo adoptado, quanto no local), além
de práticas como destinação de resíduos sólidos (como entulho, lixo) de forma
inapropriada, aumenta a taxa de escoamento superficial, estimulando as enchentes e
alagamentos em períodos de fortes chuvas.
Os impactos recorrentes, vividos pelos Angocheanos nos anos de 2019, 2020, 2021 e
2022 como os problemas na pavimentação e calçamento danificados, vias obstruídas
com sujeira e entulhos, desmoronamentos de barrancos e de estruturas como casas e
pontos comerciais, quedas de árvores, entre outros, evidenciam a necessidade de
soluções integradas e harmónicas entre os agentes causadores e responsáveis pelo
problema. O cidadão, como responsável por inúmeras práticas irregulares no seu
quotidiano e órgãos como a Prefeitura e a Defesa Civil, na elaboração e incentivos de
programas preventivos de educação a população alertando sobre os riscos, capacitação
de profissionais como geólogos ou engenheiro geotécnico que desenvolvam projetos
voltados à drenagem urbana, também agindo na fiscalização de obras e construções da
cidade localizada em pontos críticos e inadequados.
Espera-se que este estudo, sirva como instrumento de análise e que contribua na
orientação de uma perspectiva entusiasta, de modo que possibilite relacionar em
paralelo, a teoria e a prática, resultando assim em conhecimentos, saberes e
experiências. Além de contribuir futuramente para reflexões sobre questões
socioambientais no município, como ocupação do solo, destinação dos resíduos sólidos
e em especial a educação ambiental.
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Referências Bibliográficas
CRUZ.R.S. (2015). Margem Rio do Ouro é muito afetada por forte chuva. Tribuna do
interior da Bahia, Bahia, fev.
Lima, L.C.A DE. et al. (2017). Conjunto de drenagem urbana nas cidades: sua
importância na redução de inundações e enchentes, São Paulo, p.10-11,jun.
21
Oliveira, P.V. (2019). Águas Urbanas: uma temática contemporânea, São Paulo,p.06-
07.
Rasi, T.A. ; Bernardo, P.S. (2020). Áreas verdes: redução e retardo do escoamento
superficial, Santa Catarina, p.05-06, out.