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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de: Técnicas e Metodologias em geografia Humana

Tema: Distribuição e as Características dos Povos - Área de Estudo Específica da


Geografia das Populações

Nome da Estudante: Amílcar João dos Santos


Código: 708200097
Ano de Frequência: 4º, Turma A.
Dirigido ao Docente: Hélder Nahio

Nampula, Abril de 2023

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de: Técnicas e Metodologias em geografia Humana

Tema: Distribuição e as Características dos Povos - Área de Estudo Específica da


Geografia das Populações

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia. UCM/IED-CRN

Tutor: Hélder Nahio

Nome da Estudante: Amílcar João dos Santos


Código: 708200097
Ano de Frequência: 4º, Turma A.

Nampula, Abril de 2023


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máxima Tutor al
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Índice 0.5
Estrutura Aspectos Introdução 0.5
organizacionais
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (Indicação clara do
problema) 1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao objecto do 2.0
Trabalho
Articulação e domínio do discurso
Conteúdo académico (expressão escrita cuidada, 2.0
Analise coerência / coesão textual)
Discurso Revisão bibliográfica nacional e
internacionais relevantes na área de 2.0
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos prático
Conclusão 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho de letra,
Gerais Formatação paragrafa, espaçamento entre linhas 1.0

Referência Normas APA Rigor e coerência das citações/referências


s 6ª edição em Bibliográficas
Bibliográfi citações e 4.0
cãs bibliografia

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 4

Distribuição e as características dos povos - área de estudo específica da geografia das


populações ............................................................................................................................. 5

Conceito da Geografia humana............................................................................................. 5

Os Princípios da Geografia................................................................................................... 5

Campos da geografia humana ............................................................................................... 7

Método e Metodologia: Definições e caracterizações......................................................... 8

Métodos geográficos quantitativos........................................................................................ 9

Métodos geográficos qualitativos ....................................................................................... 10

Algumas Técnicas em Geografia humana.......................................................................... 10

Método funcionalista e sistémico: O espaço geográfico visto como um sistema /


geossistema.......................................................................................................................... 10

Algumas técnicas na geografia humana .............................................................................. 12

Conclusão ............................................................................................................................ 14

Bibliografia.......................................................................................................................... 15
Introdução
É enfático, afirmar que o trabalho de campo, como método de pesquisa coloca em contacto
directo com a realidade, permitindo explorar uma das suas capacidades fundamentais – o
poder de observação. Este constitui o cerne da questão na utilização deste método, pois o
pesquisador não tem muitas possibilidades de levar a cabo uma pesquisa sem entrar em
contacto directo com o objecto de estudo.
O trabalho tem como objectivo fazer um panorama dos métodos e técnicas aplicadas na
geografia humana. De forma sucinta, far-se-á a análise de algumas metodologias nas
diferentes escolas do pensamento geográfico, caracterizando-as e destacando as principais
vertentes filosóficas e bases teóricas.
A pesquisa é de grande importância na medida em que faz parte duma ciência humana que
se consagra ao estudo e a descrição da interacção entre a sociedade e o espaço
Os resultados deste trabalho, o pesquisador julga que de forma directa ou indirecta poderão
contribuir para a concretização dos objectivos traçados no contexto de obter dados
concretos que depois de analisados e sumarizados, contribuirá para formar o meio
geográfico o ambiente total, a influência do próprio homem, ou, Geografia Humana é uma
ciência

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Distribuição e as características dos povos - área de estudo específica da geografia das
populações
Conceito da Geografia humana
Segundo Duncan, (2003), a Geografia Humana é o estudo dos agrupamentos humanos em
suas relações com o meio geográfico. A expressão meio geográfico é mais compreensiva
que a de meio físico; ela engloba não somente as influências naturais que podem exercer,
mas ainda uma influência que contribui para formar o meio geográfico, o ambiente total, a
influência do próprio homem.
Geografia humana é uma ciência humana que se consagra ao estudo e a descrição da
interacção entre a sociedade e o espaço. Ela ajuda o homem a entender o espaço em que
vive.
Este conceito leva nos a procurarmos a entender o aspecto de interacção do Homem
com o espaço onde este vive. Esta interacção realiza-se de diversas maneiras em que o
homem exerce a sua influência sobre o espaço e este também por sua vez tem exercido a
sua influência sobre o Homem num processo de influências mútuas.
Pode-se compreender o objecto da geografia humana como sendo a leitura crítica das
percepções e transformações humanas sobre o espaço que a compreende, no transcorrer
do tempo, assim como a incidência do espaço sobre a sociedade bem como o estudo do
espaço em que vivemos no sentido da relação do homem com o espaço, o homem
espacializado.
Um dos problemas centrais da geografia humana é explicar a distribuição e as
características dos povos/área de estudo específicas da geografia das populações. Essa
distribuição, porém, somente pode ser compreendida quando se presta atenção à forma
como os povos satisfazem suas necessidades e garantem sua subsistência; a seus valores
culturais e sociais, ferramentas e organização, que são os campos de estudo da geografia
cultural e social; à forma como se concentram em cidades e áreas metropolitanas, objecto
da geografia urbana; a sua organização política, estudada pela geografia política; a sua
saúde e às doenças que os afectam, campo da geografia médica; e à evolução de seus
hábitos, matéria da geografia histórica.

Os Princípios da Geografia
O carácter científico da Geografia decorre da existência e aplicabilidade de seus
princípios, os quais constituem sua própria metodologia
Extensão: princípio segundo o qual deve o geógrafo, ao estudar um fato, ou área,

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proceder a sua localização e delimitação, utilizando para tanto os recursos da Cartografia
(Frederico Ratzel).
 Analogia ou Geografia Geral: Princípio segundo o qual, delimitada e observada a
área, deve o Geógrafo compará-la com outras áreas buscando as semelhanças e
diferenças existentes (Karl Ritter e Vidal de La Blache).
 Causalidade: Princípio segundo o qual deve o Geógrafo explicar as causas do
fato ou fatos observados (Alexandre von Humboldt).
 Conexão ou Interacção: Princípio segundo o qual os factores físicos e humanos
nunca agem isoladamente (Jean Brunhes).
 Actividade: Princípio segundo o qual a paisagem possui um carácter sempre
dinâmico (Jean Brunhes).

A Geografia é uma ciência de difícil definição, cujo objecto de estudo, o espaço


geográfico, é também multi-conceitual.
A Geografia é uma Ciência Humana, dicotomizada no seu estudo - o estudo do espaço
geográfico - em dois ramos: o Humano ("social") e o Físico ("natural"). O homem faz parte
da natureza (visão Holística), porém o seu estudo é diferenciado em relação à esta, pois o
ser humano é, ao mesmo tempo, objecto e agente de transformações, actuando
"dialecticamente", e não "positivamente", neste mundo.
O ser humano é uma forma de vida única em nosso planeta. Desenvolveu uma inteligência
superior às demais formas de vida aqui existentes, ao longo de sua Evolução.

Geografia Física Climatologia, Cosmografia, Hidrografia


Sistema
Geografia Homem e a sua relação com a natureza
Geografia Económica ou Humanista
Geografia da População, Agricultura, Transportes.

Por definição, entende-se "ciência" como "a forma de conhecimento humano


sistematizada (organizada e ordenada, através de métodos minuciosos), que tem um
objecto de estudo específico". Os conhecimentos de "senso comum", filosofia e arte
podem influenciar no conhecimento científico, porém nunca podem ser determinantes
acerca de conclusões sobre o objecto que está sendo investigado pela ciência. Portanto, a
Geografia é uma Ciência, cujo objecto de estudo é o "espaço geográfico". O "espaço
geográfico" é, ainda, multi-conceitual, pois há várias linhas de pensamento discordantes

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entre os geógrafos, neste e em outros aspectos. Os dois conceitos principais são os
seguintes: num deles, entende-se por "espaço geográfico" aquele espaço "produzido"
pelo homem, em suas relações de produção, ou simplesmente aqueles espaços sobre a
Terra que, de alguma maneira, tenham sofrido a intervenção humana. No outro, "espaço
geográfico", ou simplesmente "espaço", seria o próprio espaço da superfície terrestre,
integralmente, ou o substrato físico do planeta (defendemos este segundo conceito).
Passa a ser uma questão filosófica a definição deste conceito, visto que o primeiro
poderia se associar ao Racionalismo e o segundo ao Empirismo.

A Geografia, pensamos nós, é o estudo do espaço geográfico (conforme o segundo


conceito abordado anteriormente). Este estudo refere-se aos aspectos físicos, como
forma (cidades, vulcões, mares...), ambiente - vida e movimentos, localização
(pensamos ser este o principal diferencial da Geografia com relação às "ciências-irmãs"),
e aos aspectos humanos, que seriam as relações da Humanidade com a Natureza, e as
relações entre os homens, em sociedade. Destes aspectos humanos resultam outras
ciências, utilizadas em parte pelos geógrafos, como a Economia, a Sociologia, a
Antropologia (Cultural e Física), entre outras. As ciências que abordam os aspectos
físicos do universo só têm relação com a Geografia enquanto parte do entendimento
humano, em sua localização no espaço ("geográfico" e "sideral"), e nos recursos à vida
humana que podem propiciar (atendendo às suas "necessidades físicas básicas" e ao seu
conforto, material e psicológico).

Campos da geografia humana


Como a geografia humana estuda a própria sociedade através do espaço (ou
a espacialidade da vida social), as dimensões do estudo da geografia humana são as
dimensões básicas da sociedade, ou seja a dimensão económica, a dimensão política, e a
dimensão cultural da sociedade, entre outras coisas; resultam a geografia económica, a
geografia política, e a geografia cultural, entre outros campos da geografia humana:

Campos da geografia humana Campos relacionados


 Geografia económica----------------------- Economia
 Geografia cultural--------------------------- Antropologia
 Geografia social----------------------------- Sociologia
 Geografia histórica-------------------------- História

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 Geografia rural------------------------------- Agronomia
 Geografia ambiental------------------------ Estudos ambientais
 Geografia médica -------------------------- Medicina e Saúde
 Geografia política e Geopolítica---------- Ciência política
 Geografia estratégica ---------------------- Geo estrategia
 Urbanismo ----------------------------------- Arquitetura
 Ecologia humana---------------------------- Geografia humana.

A geografia possui uma relação bastante forte com um conjunto de disciplinas que na sua
maioria interferem na construção das ciências geográficas de uma maneira geral.
Estas disciplinas possuem directa ou indirectamente algo em comum nas suas
metodologias e técnicas de pesquisa. Para caracterizar a Geografia humana primeiramente
faz-se um esclarecimento sucinto entre método, teoria, metodologia, técnicas e
procedimentos metodológicos. Isso porque existe uma grande confusão na elaboração de
projectos de pesquisa e desenvolvimento de trabalhos, com incoerência nas terminologias e
uso equivocado entre esses conceitos.
Depois faz se uma relação das bases técnicas e metodológicas com a evolução do
pensamento geográfico, ou seja, a verificação dos métodos e técnicas predominantes nos
diferentes momentos da ciência geográfica, no que tange a Geografia humana, bem como
suas vertentes filosóficas e bases teóricas.

Pierre George (1972 analisa que cada método usado nas pesquisas geográficas estão
dotadas de ideologias e posições epistemológicas, onde cada objecto de estudo merece um
método adequado pelo geógrafo. Assim vamos fazer uma leitura breve de alguns temas
pertinentes ás questões teórico - metodológicas e técnicas nas pesquisas em Geografia
humana, nos diferentes momentos históricos do pensamento geográfico.

Método e Metodologia: Definições e caracterizações.


De acordo com Lalande (1999), Método é um instrumento organizado que procura atingir
resultados estando ligados directamente ligado a teoria que o fundamenta (p.678).
Segundo Japiassu e Mercondes (1990) é um conjunto de procedimentos racionais,
baseados em regras, que visam atingir objectivos determinados. O método é o “caminho
pelo qual se chegou a determinado resultado”.
Na obra de Sposito (2004) o autor cita alguns elementos que estão imbricados no método

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como a doutrina, ideologia, teoria, leis, conceitos e categorias. Esses elementos é que
dão uma característica comum e o diferencia de cada método.

Buscando caracterizar o método, Bachelard (1983) diz que “O método é


verdadeiramente uma astúcia de aquisição, um estratagema novo, útil na fronteira do
saber” onde o método científico é “aquele que procura o perigo e a dúvida está na frente,
e não atrás”, dessa maneira “não é o objecto que designa o rigor, mas o método”
(1983, p.122).
Portanto, o método é uma maneira de obter os resultados, utilizando-se de uma teoria
para fundamentar, citando, por exemplo, método dialéctico, positivista, fenomenológico,
hermenêutico, entre outros.
Dessa forma, o método deve estar associado à teoria havendo uma coerência teórico-
metodológica, ou seja, o uso adequado de certos autores e conceitos com o referido método
de análise.
Metodologia: São os procedimentos utilizados pelo pesquisador, material e métodos,
numa determinada investigação, sendo as etapas a seguir num determinado processo.
Segundo Lalande (1999),”é subdivisão da lógica, que tem por objecto o estudo a
posterior dos métodos, e mais especialmente, vulgarmente o dos métodos científicos”
( p.680).

Métodos geográficos quantitativos


Geoestatística
A Geoestatística trata de análise quantitativa, especificamente a aplicação da metodologia
estatística à exploração de fenómenos geográficos. Geoestatística é utilizada
extensivamente em uma variedade de campos incluindo: hidrologia, geologia, exploração
de petróleo, análises climáticas, planeamento urbano, logística e epidemiologia. A base
matemática para a geoestatística deriva da análise de clusters, análise linear discriminante e
testes estatísticos não-paramétricos. Aplicações da geoestatística dependem muito dos
Sistemas de Informações Geográficas, particularmente da interpolação (estimativa) de
pontos não-medidos. Geógrafos têm feito contribuições notáveis ao método das técnicas
quantitativas.

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Métodos geográficos qualitativos
Etnogeografia
Métodos geográficos qualitativos, ou técnicas de pesquisa etnográficas são utilizados
pelos geógrafos. Na geografia cultural há uma tradição do emprego de técnicas de
pesquisa qualitativa, também utilizada na antropologia e na sociologia. Observações
participativas e entrevistas em campo fornecem aos geógrafos humanos dados
qualitativos.

Algumas Técnicas em Geografia humana


As técnicas de análise em pesquisa servem para colectar, extrair e elucidar informações de
determinados objectos, pode se dizer que existem dois eixos principais nas pesquisas em
Geografia as qualitativas e as quantitativas. As pesquisas só podem ser qualitativas ou
quantitativas ou também um conjunto dessas duas pesquisas.
Nesse contexto existem várias técnicas que o pesquisador pode utilizar em suas
investigações, as entrevistas são técnicas adequadas para colectar dados para as pesquisas
qualitativas na Geografia humana. Elas podem ser abertas ou livres, semi-estruturadas,
estruturadas ou mistas, cuja adopção depende do geógrafo.

Método funcionalista e sistémico: O espaço geográfico visto como um sistema /


geossistema
Para (BRAY, 1980), através da influência das ciências biológicas e naturais, o
Funcionalismo vem alcançar uma positividade prática e metodológica na Geografia. A
relação entre organismo das ciências naturais e a organização do espaço da Geografia é
fundamental para entender o Método funcionalista.
Sobre este assunto Bray (1980) ressalta que:
O uso do termo “função” na geografia surgiu inicialmente com a
preocupação de assimilar a superfície terrestre ou o espaço geográfico
a um organismo, isto é, a transferência da condição biológica da
palavra “função” para a geografia (Bray, 1980, p. 35).

Na obra Princípios de Geografia Humana La Blache faz a relação dos diferentes géneros de
vida, nas quais habitam de forma harmónica e Coerente, com a natureza, em uma
organização sistémica onde cada Género ou modo de vida têm uma “função” (Bray, 1980).

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Com relação à ideia de elemento e função, o método sistémico vem de encontro ao
pensamento harmónico do espaço geográfico. A Teoria Geral de Sistemas dá sustentação a
essa metodologia, segundo Vicente e Perez Filho (2003):
Enquadram-se nesse tipo de sistema a totalidade das relações que
compõem a realidade como um todo, desde uma célula, passando por
bacias Hidrográficas, as cidades, a economia, a sociedade, etc, numa
relação simbiótica no tempo e no espaço, sendo diversas as concepções
teóricas e conceitos desenvolvidos a partir da ideia de sistemas abertos,
dando base à abordagem sistémica, principalmente a partir de meados
do século XX (Vicente & Perez Filho, 2003, p. 331).

A noção de paisagem presente nos estudos da Geografia Tradicional foi “substituída pela
noção de sistema espacial ou organização espacial, compreendendo a estrutura dos
elementos e os processos que respondem pelo funcionamento de qualquer espaço
organizado” Christofoletti (1976, p.13).
Essa abordagem feita através da organização espacial remete a uma “escala variável
conforme a grandeza do sistema que se deseja analisar” (1976, p.13).
Nesse tipo de abordagem o geógrafo é que determina seus elementos e o universo que
quer trabalhar, determinando as relações entre o homem e o meio, numa relação
harmónica.

Edgar Morin (2005) trabalhou com a tese da análise sistémica para os diversos
fenómeno da natureza sendo de ordem (económico, ambiental, cultural, social, etc) em
sua obra O método; a natureza da natureza e propôs que os elementos não devem ser
analisados de forma isolada uns dos outros e sim, analisados com suas inter-relações, pois
há uma complexidade organizada entre os elementos.

A partir da década de 1960, a Geografia Agrária brasileira introduziu em seus estudos o


método sistémico, José Alexandre Felizola Diniz (1984) se fundamentou no método
neo-positivista com abordagem sistémica proposto pela UGI5 para elaborar suas
pesquisas nesse período. Sistema da Agricultura: subsistemas internos e externos,
conforme a Comissão de Tipologia Agrícola. Fonte: Diniz (1984).

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Esquema: Metodologia e sua estrutura

A abordagem sistémica têm sua utilização mais frequente na Geografia Física, porém há
estudos em Geografia Humana com essa base teórico - metodológico, mas sua aplicação
é muito mais difícil, pois envolve as relações sociais e as dinâmicas da sociedade, nas
quais não estão em um sistema harmónico e hierarquizado.

Algumas técnicas na geografia humana


As técnicas de análise em uma pesquisa servem para colectar, extrair e elucidar
informações de determinados objectos, pode se dizer que existem dois eixos principais nas
pesquisas em Geografia, as qualitativas e as quantitativas. As pesquisas podem ser só
qualitativas ou quantitativas ou também, um conjunto dessas duas pesquisas.
Nesse contexto, existem muitas técnicas que os geógrafos podem utilizar em suas
investigações, as entrevistas são técnicas adequadas para colectar dados para as pesquisas
qualitativas na Geografia Humana, sobre isso Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1998)
dizem que:
De modo geral, as entrevistas qualitativas são muito pouco estruturadas, sem um
fraseamento e uma ordem rigidamente estabelecidos para as perguntas, assemelhando-se
muito a uma conversa (Alves-Mazzotti e Gewandsznajder, 1998, p.168).

As entrevistas podem ser abertas ou livres, semi-estruturada, estruturada ou mista, a


adopção delas varia de acordo com o objecto de cada geógrafo, no caso de uma pesquisa
quantitativa com obtenção de dados tabulados, a melhor técnica é a entrevista estruturada
com perguntas de múltiplas escolhas. A entrevista semi-estruturada intercala questionários
fechados com perguntas livres, cabendo ao geógrafo escolher a melhor técnica para
proceder a pesquisa.

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Uma técnica que auxilia na interpretação do método e dos conteúdos teóricos é a das
palavras-chave. Essa análise do discurso e do conteúdo nas obras são técnicas que
permitem ao pesquisador entender os escritos, mas lembrando que se deve analisar
associada à conjuntura social, económica e política nacional e internacional, pois conforme
Bray (1999, p.6) “o pensamento do geógrafo reflecte as concepções científicas e
ideológicas do seu tempo”.
A técnica das palavras-chave é usada por Bray (1999) para desvendar a obra de Pierre
Monbeig, onde:
Através da técnica das “palavras-chave” constatamos que Monbeig consagrou na geografia
académica brasileira o Positivismo comteano como método, a abordagem sistêmica-
organicista como prática e os ideais do liberalismo político como doutrina, buscando nas
suas análises a teoria do equilíbrio entre a sociedade-natureza e dos homens entre si,
através da “geografia da solidariedade” (Bray, 1999, p. 4).

Para se trabalhar com essa técnica é preciso ter um método que contemple a diversidade de
temas e assuntos.
Desse modo, Bray (1999) salienta o uso de diversos métodos para dar suporte nessas
investigações, e o autor menciona o método hermenêutico, sociológico e psicológicos
integrados para obter o conhecimento mais verdadeiro das questões. Junto a isso, o que
deve estar presente é a análise da conjuntura, a importância do momento social, político,
cultural e histórico em que o autor vive e escreve sua obra.

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Conclusão
A dificuldade em encontrar um método e técnicas para a Geografia Humana é um desafio
para quem trabalha com o social, devido à dinâmica e a velocidade de transformações que
o espaço social sofre.
E nessa pequena apreciação sobre métodos e técnicas ficou evidente que o geógrafo tem a
liberdade para seleccionar seu aporte teórico-metodológico, bem como as técnicas e
materiais mais apropriados para sua investigação.
A utilização de apenas um método para uma complexidade diversa, como é o caso do
espaço geográfico, não dá conta ou suporte para o geógrafo. Mas devido à resistência por
parte de geógrafos em empregar dois ou mais métodos em uma pesquisa, algumas
investigações deixam a desejar no que diz respeito à totalidade e a complexidade dos
fenómenos.
As técnicas que são meios para se chegar a um fim, devem estar de acordo com a
fundamentação teórico-metodológica e por isso, a selecção de um método não contempla
essa diversidade técnica e teórica tão vasta.
Cabe ao geógrafo fazer sua escolha em relação ao método e técnica, pois a complexidade
do espaço geográfico é profunda e deve ter cuidado para não cair em um reducionismo ou
senso comum.
A Geografia Humana, o objecto do seu estudo, a distribuição e as características dos povos
– área de estudo específica da geografia das populações e as características a ter em conta
no estudo da distribuição das populações.
A Geografia é uma Ciência Humana, dicotomizada no seu estudo - o estudo do espaço
geográfico - em dois ramos: o Humano ("social") e o Físico ("natural"). O homem faz parte
da natureza (visão Holística), porém o seu estudo é diferenciado em relação à esta, pois o
ser humano é, ao mesmo tempo, objecto e agente de transformações, actuando
"dialecticamente", e não "positivamente", neste mundo.
Estudo de técnicas e métodos em geografia humana constitui a base que vai municiar o
Estudante a ter instrumentos de base para a pesquisa científica e auxiliar se destes para
contribuir com inteligência na busca de soluções científicas para os diferentes problemas
da sociedade humana.
O avanço das ciências geográficas proporcionou para esta ciência instrumentos que a
tiraram de um carácter meramente descritivo para ter no seu leque de investigações
métodos qualitativos e quantitativos.

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Bibliografia
Alves, Flamarion D. (2008), Considerações sobre métodos e técnicas em geografia
humana. In: Revista Diálogus, Ribeirão Preto, v.4.

Bachelard, G. (1983), Epistemologia. 2.ed.Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de


Janeiro: Zahar Editores.

Bray, S. C. (1980), Considerações sobre o método de interpretação funcionalista na


Geografia. Boletim de Geografia Teorética (Rio Claro). v.10,n.20, p.33-43.

Christofoletti, A. (1976), As características da Nova Geografia. Geografia (Rio Claro) v.1,


n.1, p. 3-34.

Diniz, J. A. F. (1984), Geografia da Agricultura. São Paulo: DIFEL.

Lalande, A. (1999), Vocabulário técnico e crítico da filosofia. 3.ed. São Paulo: Martins
Fontes.

Morin, Edgar. (2005), O método 1: a natureza da natureza. 2.ed. Tradução Ilana Heineberg.
Porto Alegre: Sulina.

Oliveira Filho, J. J. de. (1995), Patologias e Regras Metodológicas. Estudos Avançados


(São Paulo) v.9. n.23, p.263-268, jan/abril.

Silveira, João Dias da. (1945), Formação do geógrafo moderno. p.689-691. In: Boletim
Geográfico. v.3, n.29.

Spósito, E. S. (2004), Geografia e Filosofia: Contribuição para o ensino do pensamento


geográfico. São Paulo: Editora UNESP.

Vicente, L. E. & Perez Filho, A. (2003), Abordagem sistêmica e Geografia. Geografia (Rio
Claro) vol. 28, n.3, p. 323-344, set-dez.

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