Inocência Jacinto-Geografia Do Urbanismo
Inocência Jacinto-Geografia Do Urbanismo
Inocência Jacinto-Geografia Do Urbanismo
Código: 708212824
Ano de frequência: 40
2.6 Impactos sócioambientais da ocupação desordenada do espaço nas áreas suburbanas ... 5
3 Conclusão ................................................................................................................................ 8
4 Referências .............................................................................................................................. 9
1 Introdução
Moçambique, como muitos outros países em desenvolvimento, tem experimentado uma rápida
expansão urbana devido a factores como o crescimento populacional, migração rural-urbana e
desenvolvimento económico. Essa expansão tem gerado uma série de impactos ambientais
negativos, que podem comprometer a sustentabilidade das cidades e o bem-estar das populações
urbanas. Este trabalho revisa a literatura existente sobre os impactos ambientais da expansão
urbana em Moçambique, destacando as principais questões e desafios enfrentados.
A expansão urbana em Moçambique tem sido um fenómeno crescente nas últimas décadas,
trazendo consigo uma série de impactos ambientais significativos. Este trabalho revisa a
literatura existente sobre os impactos ambientais da expansão urbana em Moçambique,
utilizando a norma de citação APA sexta edição. O estudo aborda as causas da expansão urbana,
os impactos ambientais negativos associados a ela e as possíveis estratégias de mitigação.
1.2 Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
1
2 Revisão de literatura
Conforme menciona Araújo (1999) citado por Nhatumbo (2002), “as urbes moçambicanas são
formadas pela “cidade de cimento” e pela cidade de “caniço”, a cidade que se construiu em todas
as cidades coloniais da África sub-sahariana. (…) após a independência do país, os contrastes
entre área urbana (o “cimento”) e a suburbana (o “caniço”) que se manteve, em muitas situações
agudizaram-se.” Para Nhatumbo (2002), Entretanto, este fenómeno de urbanização não terminou,
ou seja, ele é contínuo, o que deu às cidades a característica de dinamismo. Como refere
Nhatumbo, “todas as cidades têm a tendência para crescer” e à medida que as cidades crescem,
aumenta também o número de funções que exigem pessoal cada vez mais numeroso. Para
Amorim & Cordeiro (2008), Com este carácter evolutivo das cidades registaram-se alterações
substanciais, como o crescimento “físico” e “demográfico” e daí os problemas com o
planeamento urbano, Ocupação desordenada do solo urbano e Venda ilegal de parcelas urbanas
infligindo as leis e regulamentos vigentes.
De Amorim & Cordeiro (2008), a ocupação antrópica inadequada gera uma cadeia de impactos
ambientais, tais como:
Impermeabilização do solo;
Alterações na topografia;
Erosão do solo;
Perda das matas nativas;
diminuição da biodiversidade;
Aumento do escoamento superficial;
Mudança do ciclo hidrológico da região (Amorim & Cordeiro, 2008).
De acordo com Mabunda & Egeraat (2017), A expansão urbana em Moçambique é impulsionada
por uma série de factores inter-relacionados, incluindo o crescimento populacional, migração
2
rural-urbana, desenvolvimento económico e políticas de planeamento urbano inadequadas
(Mabunda & Egeraat, 2017). Segundo Mate & Mandlate (2019), O aumento da demanda por
habitação, infraestrutura e serviços urbanos tem levado à expansão das áreas urbanas em
direcção às áreas periféricas e rurais, resultando na conversão de terras agrícolas e naturais em
áreas urbanizadas (Mate & Mandlate, 2019).
De acordo com Ribeiro & Cunha (2018), A expansão urbana em Moçambique tem causado uma
série de impactos ambientais negativos, incluindo a perda de biodiversidade, degradação do solo,
poluição do ar e da água, e aumento da vulnerabilidade a desastres naturais. Para Tavares &
Macuácua (2016). A conversão de áreas naturais em áreas urbanas resulta na perda de habitats
naturais e fragmentação de ecossistemas, afectando a fauna e flora locais. Além disso, o rápido
crescimento urbano tem aumentado a demanda por recursos naturais, como água e energia,
colocando pressão adicional sobre os ecossistemas locais (Munguambe & Nhantumbo, 2020).
De acordo com Mabunda & Egeraat (2017), Para enfrentar os desafios dos impactos ambientais
da expansão urbana em Moçambique, são necessárias estratégias de mitigação abrangentes. Isso
inclui o desenvolvimento e implementação de políticas de planeamento urbano sustentável, que
promovam o uso eficiente da terra, conservação de áreas verdes e protecção de ecossistemas
naturais. Segundo Mate & Mandlate (2019), Além disso, é crucial investir em infra-estrutura
urbana resiliente e eficiente, como sistemas de transporte público, tratamento de água e gestão de
resíduos. Educação ambiental e conscientização pública também são fundamentais para
promover práticas sustentáveis e reduzir o impacto ambiental da expansão urbana (Ribeiro &
Cunha, 2018).
De acordo com Ribeiro & Cunha (2018), A expansão urbana em Moçambique é um fenómeno
complexo que está intimamente ligado ao desenvolvimento socioeconómico do país. Além das
causas e impactos ambientais mencionados anteriormente, há várias outras facetas importantes a
considerar:
3
1. Desafios de gestão de resíduos: para Ribeiro & Cunha (2018), O crescimento urbano
gera uma quantidade cada vez maior de resíduos sólidos, colocando pressão sobre os
sistemas de gestão de resíduos existentes. A falta de infra-estrutura adequada para colecta
e tratamento de resíduos pode levar à poluição do solo e da água, além de representar
riscos para a saúde pública.
3. Acesso a serviços básicos: para Ribeiro & Cunha (2018), Apesar do rápido crescimento
urbano, muitas comunidades urbanas em Moçambique ainda enfrentam desafios
significativos no acesso a serviços básicos, como água potável, saneamento adequado,
electricidade e moradia decente. Essa disparidade no acesso aos serviços pode contribuir
para a marginalização e exclusão social em áreas urbanas em expansão.
Para Ribeiro & Cunha (2018), Esses aspectos adicionais destacam a complexidade da expansão
urbana em Moçambique e a necessidade de abordagens integradas e holísticas para enfrentar os
desafios associados a esse fenómeno. A pesquisa e a colaboração entre governos, sociedade civil,
4
sector privado e comunidades locais são fundamentais para promover um desenvolvimento
urbano sustentável e inclusivo em todo o país.
2.6 Impactos sócio ambientais da ocupação desordenada do espaço nas áreas suburbanas
2.7 Estratégias para mitigação dos impactos sócio ambientais advindos da ocupação
desordenada do espaço físico
Segundo Silava et al. (2019), as principais actividades a serem realizadas para a prevenção dos
loteamentos clandestinos ou irregulares, podem ser definidas como:
Segundo World Bank (2018), A fiscalização tradicional é realizada por agentes fiscais que
percorrem a cidade, identificando regiões de conflitos, e é fundamental que nas regiões de risco a
população que vive o problema passe a actuar como agentes de controlo da ocupação.
5
Para World Bank (2018), A fiscalização deve ser planeada e adequada, que contemple um
diagnóstico completo dos vazios urbanos e imediato agir dos órgãos públicos tão logo se tome
conhecimento do parcelamento do solo ou de sua expansão. O exercício do poder de polícia
administrativo contempla a notificação do responsável, a lavratura de autos de infracção por
danos ao parcelamento do solo e por danos ambientais, bem como termos de interdição/embargo
de obra e aplicação de multas (Reschke et al, 2003).
Para World Bank. (2018), Além disso, é preciso conscientizar os moradores da importância deste
processo, demonstrando os prejuízos advindos da clandestinidade, com isso, busca-se um
comprometimento da comunidade e o desenvolvimento da cidadania e senso colectivo.
Segundo World Bank (2018), Estas, são desenvolvidas em áreas críticas, são obras de contenção
que podem ser de diversos tipos, desde as mais simples como re-vegetação e desmonte de blocos
até as mais complexas como muros atirantados. Cardoso (2013), A população é responsável
pelas transformações das relações entre a cidade e o meio ambiente, sendo imprescindível a sua
participação com o objectivo de estabelecer, recuperar ou manter equilíbrio entre ambas partes,
porque ao considerar se esta como usuária da cidade, estaria se implantando um processo
destrutivo ao meio ambiente.
São caracterizadas por acções de urbanização e melhoria das condições de infra-estruturas dos
assentamentos. Essas acções são contempladas na reabilitação Urbana (entendida num sentido
amplo), que segundo Anjo (2009) citado por Ribeiro & Cunha (2018), utiliza técnicas variadas,
tais como:
6
Renovação Urbana: acção que implica a demolição das estruturas morfológicas e
tipológicas existentes numa área urbana degradada e a sua consequente substituição por
um novo padrão urbano, com novas edificações, atribuindo uma nova estrutura funcional
a essa área (Ribeiro & Cunha, 2018);
Requalificação Urbana: operação destinada a tornar a dar uma actividade adaptada a um
local e no contexto actual, aplicando-se sobretudo a locais funcionais diferentes da
habitação (Ribeiro & Cunha, 2018);
Revitalização Urbana: operações destinadas a relançar a vida económica e social de uma
parte da cidade em decadência (Ribeiro & Cunha, 2018).
Entretanto, na experiencia de Ribeiro & Cunha (2018), as experiências tem demonstrado que se
as duas áreas não estiverem juntas, estreitamente ligadas, em geral existe pouca eficácia tanto nas
obras realizadas, que muitas vezes são abandonadas e depredadas porque a comunidade não
compreende, assume e apropriam-se destas, e assim perde-se todo o investimento aplicado e os
problemas permanecem, assim como os programas de EA, quando não estão articulados com a
GA, perde sua eficácia, pois as pessoas mudam suas atitudes, mas não existem políticas e acções
que sustentem essas novas atitudes (Carniatto et al, 2014).
7
3 Conclusão
8
4 Referências
Mabunda, D., & Egeraat, L. (2017). Urbanisation and the spread of informal settlements in
Maputo, Mozambique. Habitat International, 65, 10-19.
Mate, A., & Mandlate, A. (2019). Urbanization Challenges in Mozambique: A Case Study of
Matola Municipality. Journal of Sustainable Development, 12(5), 19-28.
Munguambe, P., & Nhantumbo, I. (2020). Urbanisation in Mozambique: Current trends and
future trajectories. Africa Spectrum, 55(1), 85-102.
Ribeiro, A. M., & Cunha, L. M. (2018). The Impact of Urbanization on the Environment: The
Case of Beira City, Mozambique. International Journal of Environmental Science and
Development, 9(6), 146-150.
World Bank. (2018). Mozambique Urbanization Review: Rapid Urbanization as a Vehicle for
Poverty Reduction and Growth. Washington, DC: World Bank. Disponível em:
https://www.worldbank.org/en/country/mozambique/publication/mozambique-urbanization-
review
United Nations Human Settlements Programme (UN-Habitat). (2014). State of the World’s
Cities 2014/2015: Bridging the Urban Divide. Nairobi: UN-Habitat. Disponível em:
https://unhabitat.org/sites/default/files/download-manager-files/SOWC14-Report.pdf
9
10