Evolução Da Protecção Do Ambiente A Nível Mundial

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EVOLUÇÃO DA PROTECÇÃO DO AMBIENTE A NÍVEL MUNDIAL

PAULO JAIME AUGUSTO1

Resumo: A Declaração de Estocolmo deixa claro que as questões ambientais são muito mais
profundas que o controle de poluição e desmatamento. Como base nessa conferencia de
Estocolmo estabeleceu-se a ideia geral de que as pessoas têm direito de viver em um ambiente
saudável que permita o desenvolvimento da geração presente e das futuras. daí que o presente
artigo tem como tema o estudo a Evolução da protecção do Ambiente a nível Mundial. Através
do método descritivo e da pesquisa bibliográfica e em outros documentos, objectiva-se analisar
como evoluiu a protecção do meio ambiente a nível internacional, humanos, analisando o
próprio sistema internacional, o direito internacional ambiental, Antecedentes À Conferência De
Estocolmo que levaram os sujeitos internacionais a deliberarem sobre o meio ambiente,
descrever as vicitudes históricas que levaram a criação de Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente em 1972 pela Assembleia Geral da ONU como um dos resultados da
Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano.

Palavras-chaves: Ambiente a nível Mundial; Declaração de Estocolmo, sujeitos


internacionais.

Introdução

A evolução da sociedade humana tem afectado o mundo e a ele mesmo, mudando o


modo como estes se relacionam entre si. Essas mudanças iniciaram um processo de
exploração do meio ambiente, Com isso, tornou-se dever do próprio homem criar para
si mesmo regulamentações que o guiasse e o limitasse em seu modo de se relacionar
com o meio; pois as condições que tornam a vida do homem possível na Terra, com a
acção humana, podem ser alteradas de tal forma que inviabilize a existência da espécie
humana. Surge, com isso, a figura do Direito Ambiental Internacional.

Com isso, observa-se que o Direito Internacional Ambiental surge com a pretensão de
estabelecer comportamentos para os Estados do Globo de modo eles devam respeitar,
não só os direitos relacionados ao homem propriamente dito, como também deverá
aqueles ligados à preservação do meio ambiente.

1
Licenciando em Direito na Universidade Rovuma
Deste modo na presente pesquisa objectivou-se a evolução da protecção do ambiente a
nível mundial, uma vez que é importante compreendermos o contexto histórico pelo
qual se desenvolveu a preocupação com o meio ambiente, neste ponto de referência o
Direito Internacional do meio ambiente é estruturado em duas premissas básicas: a) pela
inserção de um ambiente sadio no rol de direitos humanos; b) pela preocupação com o
desenvolvimento sustentável.

1. Protecção Do Ambiente: Antecedentes À Conferência De Estocolmo

É importante compreendermos o contexto histórico pelo qual se desenvolveu a


preocupação com o meio ambiente. Todas as espécies, ao se relacionarem com o meio,
causam efeitos a esse e, por isso, com o homem não seria diferente.

Na perspectiva de Carlos Roberto Siqueira 2

Pode-se afirmar que ele ainda continua preocupado com a


manutenção de um meio ambiente minimamente preservado,
devido ao “egoísmo” de querer se manter vivo ainda por muitas
gerações. Com isso, poderia se compreender que o homem só
começa, realmente, a desejar soluções para cuidado do meio
ambiente, quando vê sua existência ameaçada pela possibilidade
de irreversibilidade das características naturais que permitiram
sua existência.

Antes da primeira revolução industrial, que ocorreu nos meados do século XIX, a
produção humana, ainda por ser predominantemente artesanal, não causava grande
impacto ambiental. Apenas com essa primeira revolução, que abriu espaço para
produção em série, exploração das primeiras reservas de carvão existentes e criou o
terreno para as revoluções subsequentes, começou-se a exercer fortes pressões ao
ambiente natural.3No entanto, é com a segunda revolução industrial que se consolidará
tal exploração ambiental.

Na mesma senda Sidney 4

2
CASTRO, Carlos Roberto Siqueira. A constituição aberta e os direitos fundamentais: ensaios
sobre o constitucionalismo pós-moderno e comunitário. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 698"
3
HOBSBAWN, Eric J. A Era do Capital. 11ª Ed, Rio de Janeiro, 2005, pags.81, 82, 243 a 250 –
trata a exploração tanto de carvão, como das imensas áreas de plantio
4
GUERRA, Sidney. Direito Internacional Ambiental: Breve Reflexão. Revista: Direitos
Fundamentais & Democracia
Entende que a preocupação do homem com a preservação do
meio ambiente começa a ocorrer aproximadamente na metade
do século XX quando observa o nível de efeitos gerados por ele
até aquele momento. Até então, a ideia uniformemente
difundida era de recursos naturais inacabáveis, que seriam
reproduzidos pelo meio indefinidamente.

A partir de então, o homem percebe que, para manter os níveis mínimos adequados
para manutenção da vida no planeta, era preciso que ele regulasse o modo como ele iria
se relacionar com a natureza. Antes desse momento crítico, as preocupações do homem
em relação ao meio natural ocorriam para assegurar um ou outro direito humano, como
a propriedade ou o modo de produção, por exemplo5.

1.1 Trail Smelter Case

Esse caso foi o primeiro litígio internacional a tratar de direito ambiental. Por conta
desse fato, ele é tido como referência no estudo de direito ambiental internacional,
ocorrendo vários outros casos similares à esse após o julgamento dele.

Segundo Fábio José 6, o conflito ocorreu entre os Estados Unidos e o Canadá no ano
de 1941. “Em uma região muito próxima a fronteira norte-americana, foi construída
uma fábrica de fundição (smelter) e, por não haver qualquer tratamento, os gases
emitidos por essa fábrica poluíam todas as regiões circunvizinhas”. Devido à constante
produção desses gases realizada pela fábrica, essa massa poluente não se dissipava
rapidamente, mantendo-se concentrada o bastante para atravessar a fronteira dos
Estados Unidos e causar danos à população de Washington.

Na reflexão de ACCIOLY 7 Desse caso, pode-se extrair um princípio amplamente


aceito no direito internacional ambiental:

“Nenhum estado tem o direito de usar ou permitir o uso de


seu território de maneira tal que emanações de gases ocasionem
danos dentro do território de outro estado ou sobre as
propriedades ou pessoas que aí se encontrem, quando se trata de
5
GUERRA, Sidney. Direito Internacional Ambiental: Breve Reflexão. Revista: Direitos
Fundamentais & Democracia
6
FELDMAN, Fábio José. Guia da Ecologia. São Paulo: Guias Abril, 1992
7
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público, 18ª Ed., São Paulo, 2010,
p. 662
consequências graves e o dano seja determinado mediante prova
certa e conclusiva.”

O conflito foi resolvido por meio do dispositivo do Tribunal Arbitral e teve a sentença
favorável aos Estados Unidos. Assim, o Canadá foi considerado culpado, tendo que
pagar uma multa pelo dano causado à região, a sentença foi emitida no ano de 1941,
baseando-se nos termos do Tratado de Águas de Fronteira (Boundary Waters Treaty ou,
mais modernamente, podemos dizer Tratado de Águas Fronteiriças), de 1909.

2. A protecção Internacional dos Direitos Ambientais

Para Mazzuoli (2013), “A poluição transfronteiriça, o vazamento de indústrias


químicas e de navios petroleiros, os riscos de catástrofes com energia nuclear, além de
outros factores, deram ensejo à Declaração de Estocolmo” sobre o Meio Ambiente
Humano, de 1972, e o nascimento do direito internacional ambiental. Vinte anos mais
tarde, este foi amadurecido com a Conferência das Nações Unidas do Rio de Janeiro, a
Rio-92. Portanto, a partir de 1972, a rede de protecção dos direitos humanos criados
pela Declaração Universal de 1948 teve que se adaptar à nova concepção de direito
humano ao meio ambiente sadio e equilibrado.

Portanto, a partir de 1972, a rede de protecção dos direitos humanos criados pela
Declaração Universal de 1948 teve que se adaptar à nova concepção de direito humano
ao meio ambiente sadio e equilibrado. Neste ponto de referência o Direito Internacional
do meio ambiente é estruturado em duas premissas básicas: a) pela inserção de um
ambiente sadio no rol de direitos humanos; b) pela preocupação com o desenvolvimento
sustentável.

2.1 Conferência de Estocolmo de 1972

Essa conferência contou com a presença de 113 países e 250 organizações não-
governamentais e, apesar desses números, países relacionados com a União Soviética
(URSS) não estavam entre membros da conferência, foram produzidos 26 princípios e
um plano de acção com 109 recomendações aos Estados em relação ao modo
influenciar sobre o meio ambiente.
Na concepção de MILARÉ8 com Estocolmo, surgiu de igual modo a soft Law (lei
“branda”). As proposições e metas criadas nessa conferência, caso não fossem
alcançadas pelos países, não haveria qualquer sanção sobre eles, apresentando apenas
um carácter “aconselhatório”. É fácil compreender que o surgimento desse fenómeno
jurídico é ligado a incapacidade da conferência homogeneizar a vontade divergente dos
países em situações económicas diferentes. Assim, a soft law aparece como solução para
atrair os países a se comprometerem em melhorar sua forma de exploração do ambiente.

Interpretando as conotações de Rezek9 é possível inferir que ligado à esses motivos


que “é observado a predominância de princípios em detrimento de regras específicas,
pois havia um certo receio dos países em desenvolvimento”, por exemplo, em se
vincularem a uma norma directa que não fosse passível de ponderação; havendo a
possibilidade dos países “desenvolvidos” usarem desses artifícios para alcançarem
certos objectivos em territórios fora de seu domínio.

Dando origem ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (United
Nations Environment Programme – UNEP ou PNUMA)10 Estabelecido em 1972, o
PNUMA tem entre seus principais objectivos manter o estado do meio ambiente global
sob contínuo monitoramento; alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao
meio ambiente e recomendar medidas para aumentar a qualidade de vida da população
sem comprometer os recursos e serviços ambientais das futuras gerações.”

Em outras palavras, a partir de Estocolmo:

[...] deu-se um processo de construção de uma ordem


internacional em que políticas públicas ambientais são
orientadas por princípios tais como responsabilidade comum,
porém diferenciada, a utilização de recursos compartilhados,
justiça ambiental, os princípios do poluidor pagador, do
desenvolvimento sustentável, da precaução e da prevenção [...]
(MAZZUOLI e TEIXEIRA, 2013, p. 148-149).

8
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente – A gestão ambiental em foco. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 5ª Ed, 2007, p. 1126
9
REZEK, J. F. O Direito Internacional no Séc. XXI. São Paulo, Saraiva, 2002, p. 451 - 456
10
“O PNUMA, principal autoridade global em meio ambiente, é a agência do Sistema das
Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso
eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável.
Na mesma linha de ideias Fábio José11 Em sua obra Guia da Ecologia:

A conferência de Estocolmo estabeleceu a ideia geral de que


as pessoas têm direito de viver em um ambiente saudável que
permita o desenvolvimento da geração presente e das futuras.
Essa conferência também influenciou na formação de diversas
legislações, inclusive na brasileira com a carta magna de 88.
Procurou-se com essa reunião a protecção à saúde humana e o
ao meio ambiente dos efeitos danosos dos poluentes orgânicos
persistentes, promovendo, também, a utilização, a
comercialização, o manejo e o descarte de poluentes orgânicos
persistente de maneira sustentável e ambientalmente correta.

Há autores como ACCIOLY, Que acreditam que A Conferência de Estocolmo não


conseguiu alcançar uma solução que conciliasse os interesses dos Estados
“desenvolvidos” e “em desenvolvimento”, mas ainda sim foi um grande marco no
desenvolvimento do direito internacional ambiental.

2.1.1 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA ou


UNEP)

Segundo MILARÉ (2007)12 O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
foi criado em 1972 pela Assembleia Geral da ONU como um dos resultados da
Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano. Teve seu mandato ampliado
com o advento da Agenda 21, passando a ser responsável, junto com os Estados e
organismos da ONU, pela concretização dos objectivos da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e pela Agenda 21. O Programa opera
a partir de sua sede em Nairobi.

Seus objectivos são: a) facilitar a cooperação internacional no campo do meio


ambiente; b) promover o desenvolvimento de conhecimento nessa área; c) monitorar o
estado do meio ambiente global; d) chamar a atenção dos governos para problemas
ambientais emergentes de importância internacional.

2.2 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o


Desenvolvimento (CNUMAD) – Rio 92

11
. FELDMAN, Fábio José. Guia da Ecologia. São Paulo: Guias Abril, 1992
12
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente – A gestão ambiental em foco. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 5ª Ed, 2007, pags. 88 a 91
Segundo Hildebrando (2010)13 “Durante o período entre esta conferência e a
conferência de Estocolmo surgiram diversos tratados sobre meio ambiente na tentativa
de diminuir os efeitos gravosos da poluição”. Como por exemplo: a) o ocorrido com a
Guerra do Vietnã, onde os Estados Unidos, diante das diversas baixas ocorridas, resolve
utilizar uma arma nova, o agente laranja14; b) Outro fato marcando desse período foi a
ocorrência da explosão da fábrica Union Carbide em Bhopal no ano de 198415.

Essa fábrica era responsável por produzir pesticidas, a explosão de uma de suas áreas
acarretou na liberação de uma grande massa de gás que, em adição ao clima frio do
lugar; (HILDEBRANDO, 2010, p. 665); c) Um grande marco da história da
humanidade também ocorre nesse período, a usina de Chernobyl, na Ucrânia 16, tem um
acidente em seu quarto reactor, causando explosões, incêndios na usina e, o pior, a
liberação de componentes radioactivos na atmosfera.

Diante de tantas catástrofes e somado ao fato da ocorrência da crise do petróleo em


1973, o homem percebeu que ainda era necessário a reunião dos Estados para debateram
acerca desses problemas na tentativa de encontrarem uma solução que se adequasse aos
anseios de todos. É nesse contexto que se encontra a Rio-92. Assim como ocorreu com
na Conferência de Estocolmo, foi promovida uma série de actos e encontros com a
finalidade de preparar o terreno de forma que possibilitasse o melhor aproveitamento
possível do Rio-92.

Dentre esses actos preparatórios, deve-se falar do Relatório de Brundtland. Este foi
responsável apresentar proposta de políticas e programas de promoção do
desenvolvimento sustentável. Enquanto o Relatório de Founex, apenas apresenta essa

13
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 18ª
Ed., 2010.p. 665
14
Esse composto químico é a reunião de dois tipos de pesticidas diferentes que causa a
desfoliação das plantas que entram em contacto com ele. Além desses efeitos, por si só,
causarem grandes problema ao meio ambiente, quando entram no organismo humano, causam
os mais diversos tipos de problema, podendo levar ao óbito e a má formação dos bebés que
estiverem ainda em desenvolvimento uterino.
15
Não conseguiu se dissipar na atmosfera, caindo na forma de chuva ácida na região indiana.
Essa catástrofe causou a contaminação de uma larga área indiana, somando esse fato às
péssimas condições estruturais da cidade, ocorreu a contaminação de uma grande quantidade de
pessoas, levando uma grande quantidade de pessoas ao óbito.
16
Esse acidente é considerado o maior acidente nuclear já ocorrido na humanidade e seus efeitos
puderam ser sentidos por todo o Globo. Toda a região do acidente teve que ser interditada,
sendo proibida a habitação humana nessa região.
ideia; no de Brundtland, haverá a reiteração, a reafirmação desse modo de
desenvolvimento, consolidando essa forma de crescimento económico.

De acordo com o autor Hildebrando Accioly (2010, p 666):

“Tal Conferência reuniu 178 representantes de


estados e diversas ONG’s em torno de única causa1:
promoção da protecção do meio ambiente e do
desenvolvimento. Os documentos extraídos dessa
Conferência deram a tónica do direito internacional
ambiental a partir de então.

A Rio-92, assim como a Conferência de Estocolmo, não adoptou medidas vinculantes


nos documentos produzidos. A Agenda 21, documento criado nesta conferência, teve a
função de guiar as políticas públicas para promoção do desenvolvimento sustentável.
Com esse documento, foi desenvolvido diversas ideias sobre de que forma as
sociedades deveriam agir para que seu crescimento ocorra sem denegrir as áreas
naturais do meio, tornando possível o desenvolvimento económico sem ocasionar
grande impacto no meio. Pelo menos essa era a ideia principal desse documento.

De acordo com MILARÉ (2007)17 Outro grande fruto da Rio 92 foi a Declaração dos
Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que “a)consagra a filosofia da
protecção dos interesses das presentes e futuras gerações; b) ficam os princípios básicos
para uma política ambiental de abrangência global, em respeito aos postulados de um
Direito ao Desenvolvimento; [...] d) reconhecem o fato de a responsabilidade de os
países industrializados serem os principais causadores dos danos já ocorridos ao meio
ambiente”18.

Além da declaração desses princípios, que vale ressaltar as palavras do REZEK 19 o


fato de até hoje eles são considerados princípios de Direito Internacional Ambiental,
pois representam também uma evolução do que foi criado em Estocolmo; “foi gerado a
Declaração de Princípios sobre as Florestas, tratando sobre como se deveria ocorrer a
exploração das florestas no mundo de forma a não comprometer sua existência”.

17
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente – A gestão ambiental em foco. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 5ª Ed, 2007, pags. 88 a 91
18
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 18ª
Ed., 2010.p. 667
19
REZEK, J. F. O Direito Internacional no Séc. XXI. São Paulo, Saraiva, 2002, p. 451 - 456
Para MILARÉ (2007, p. 88) 20 Em sua obra Direito do Ambiente defende que:

A Eco-92, apesar de não ter aderido nenhum dispositivo


vinculante a todos, foi um marco para o Direito Ambiental
Internacional, sendo responsável pela consolidação de diversos
princípios de regulação ambiental, dentre eles a ideia de
desenvolvimento sustentável. Nessa conferência, com a criação
da Agenda 21, acabou por se formar um plano de acção para
promoção do princípio anteriormente citado.

Para finalizar, a Rio 92 inovou com a criação da Comissão de Desenvolvimento


Sustentável (CDS) responsável por promover a ideia do desenvolvimento sustentável,
construindo possibilidades para os países de acção sustentável, fazendo valer os
parâmetros da agenda 21. Essa comissão é formada por 53 países membros.

Considerações Finais

Chegado a este ponto é observável o fato de que a evolução da protecção ambiente no


nível mundial, que constitui objecto de estudo do Direito Ambiental Internacional está
intimamente relacionada com o contexto histórico que está inserido. Neste caso as duas
primeiras conferências, por se encontrarem dentro do contexto de grandes catástrofes
ocasionadas pela inobservância do homem em relação às medidas de segurança
ambiental, foram bastante inovadoras e criaram os princípios que até hoje são utilizados
nesse ramo.

Pode-se notar, assim, que, para o Direito Ambiental Internacional ganhar mais força e
mais respeito, ainda se faz preciso a mudança da consciência do homem, gerando uma
mudança global que será representa com acções mais eficazes dos Estados. Entretanto,
ainda falta muito para o homem alcançar um status satisfatório em relação ao tratamento
com o meio ambiente. Isso ocorre pelo Direito Ambiental Internacional ainda ser muito
ligado à política, como pode se observar no estudo daquelas conferências, pois, por
conta de um impasse entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, não se
conseguiu criar medidas que sancionasse os não cumpridores das metas estabelecidas.

Deste modo Conclui-se que a regulamentação da protecção ao meio ambiente precisa


se desenvolver mais durante esses anos que se seguem, mas que já se criou instrumentos
e princípios que são de grande relevância para o Direito Internacional Ambiental e, com

20
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente – A gestão ambiental em foco. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 5ª Ed, 2007, pags. 88 a 91
certeza, serão boas fontes de inspiração para os próximos passos do desenvolvimento de
Direito.

Referencias Bibliográficas

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Dupuy, J. P. (2007), A catástrofe de Chernobyl vinte anos depois. Estudos Avançados


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Fornaro, A. (2006), Águas de chuva: conceitos e breve histórico. Há chuva ácida no


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