Aterramento Bom TCC

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1 - INTRODUÇÃO

1.1 MOTIVAÇÃO

A metodologia usada por técnicos e engenheiros para identificar a estratificação do


solo é um assunto que gera um número enorme de dúvidas quanto ao seu procedimento, na
determinação das resistividades e espessuras de cada camada que compõe a sub-superfície
investigada. Do ponto de vista geológico e geofísico, o descarte de alguma resistividade sem
uma análise aprofundada do problema pode provocar a perda de informações importantes
sobre possíveis estruturas na sub-superfície. O objetivo deste trabalho é analisar a influência
da existência de estruturas verticais, características de zonas de falhas, em sistemas de
aterramento, considerando um meio geológico bi-dimensional (2D).

A modelagem direta bi-dimensional é uma eficiente ferramenta para levantar


informações de resistividades aparentes dos solos, com a possibilidade de observar a variação
dessas propriedades em diversas zonas de anomalias. A apresentação dos resultados da
modelagem indica a influência de heterogeneidade dos solos no dimensionamento do sistema
de aterramento.

Em geral, o cálculo de malhas de aterramento considera um subsolo com estratificação


perfeitamente horizontal, ou seja, não são levados em consideração a existência de possíveis
falhas, intrusões, contatos verticais, ou outras heterogeneidades laterais, (Pereira Filho, 1999).

Para obter a modelagem direta bi-dimensional é necessária a utilização de métodos


numéricos computacionais que resolvam problemas de fenômenos geológicos como: falhas,
contatos verticais, ou seja, feições geológicas complexas.

O objetivo de um projeto de um sistema de aterramento é proporcionar uma superfície


equipotencial no solo onde estão colocados os componentes da instalação elétrica e onde as
pessoas estão circulando, protegendo-as contra o choque elétrico. Os sistemas de aterramento
podem assim ser considerados como eletrodos de terra que devem suportar as diferentes
correntes presentes no circuito tais como: correntes de curto-circuito de uma instalação,
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corrente produzida por uma descarga atmosférica, surtos de chaveamento, harmônicas, e


sinais diversos de altas freqüências que escoam para o terra. É importante ressaltar que o valor
da resistência de terra no sistema deverá ser compatível ao nível de corrente no final do trecho
protegido.

1.2 OBJETIVOS DA TESE

Os dados de Barbosa (2000), mostram que a aplicação de métodos geofísicos numa


área de interesse contribui para uma melhor avaliação das medidas das resistividades da sub-
superfície. Todavia, para um bom desempenho de um sistema de aterramento é fundamental a
análise detalhada da resistividade do solo, uma vez que o propósito deste dispositivo é a
proteção de equipamentos elétricos e a segurança de pessoas e animais.

Um enfoque importante dado nesta tese, diz respeito às influências da existência de


variações laterais de resistividades em superfície. Este estudo foi realizado através de
simulações numéricas. Os resultados alcançados nesta etapa serviram como parâmetro para
estimar as reais possibilidades das medidas pelo arranjo dipolo-dipolo em detectarem a
presença de estruturas bidimensionais em sub-superfície.

O propósito desta tese é mostrar que as eliminações das medidas de resistividade


através do critério do desvio padrão definida na NBR-7117 – 1981 contribui para um
deficiente projeto de um sistema de aterramento. Para isso, foi construída uma metodologia
que possibilita a análise da resposta de um sistema de aterramento para qualquer tipo de solo
sendo ele homogêneo ou em camadas inclinadas ou verticais com presença de falhas
geológicas ou com estruturas complexas.

1.3 ORGANIZAÇÂO DA TESE


Esta tese está disposta em nove capítulos, a saber:

Capítulo 1: Apresenta a motivação do trabalho, sua organização e objetivos.


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Capítulo 2: Apresenta o estado da arte através de uma revisão bibliográfica para a


definição de um sistema de aterramento eficiente e a utilização de métodos computacionais no
cálculo de aterramentos.

Capítulo 3: Apresenta a metodologia atualmente utilizada por técnicos e engenheiros


para a determinação da resistividade de terrenos horizontalmente estratificados.

Capítulo 4: São realizadas as modelagens diretas para cálculo de resistividade aparente


em meio 2-D. Para essa finalidade, o método dos elementos finitos foi aplicado.

Capítulo 5. São apresentados cinco modelos de terrenos caracterizados por suas


feições verticais. Conhecido os valores das resistividades e suas respectivas alturas para cada
camada de cada terreno através da estratificação do solo. Quatro modelos utilizados nesta tese
são de baixa resistividade e características de terrenos recentes e o quinto modelo é
representado por rochas cristalinas característica de terrenos de alta resistividade.

Capítulo 6: Descreve o procedimento do método da inversão para os dados das


resistividades usadas no capítulo 5 com os seus resultados.

Capítulo 7: Apresenta os resultados pelo uso da inversão para os modelos de terrenos


com heterogeneidade lateral.

Capítulo 8: Apresenta os resultados obtidos pelo método de Wenner para os mesmos


modelos utilizados.

Capítulo 9. Apresenta as conclusões referentes à tese, assim como recomendações para


futuros trabalhos são apresentadas.
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2 - ESTADO DA ARTE

De um modo geral, o sistema de aterramento constitui-se numa fonte permanente de


pesquisas, principalmente na análise detalhada e na elaboração de projetos que operem
corretamente com um desempenho seguro de proteção e que garanta a uniformidade da
distribuição do potencial elétrico das correntes de defeito. Essas correntes fluem dos
condutores através de sistema de aterramento da subestação para o solo e não devem provocar
diferenças de potencial elevadas, garantindo assim a segurança das pessoas que estejam na
subestação, ou em suas proximidades.
Um sistema de aterramento tratado como uma superfície equipotencial é um conceito
teórico e pode ser aplicado apenas em casos estáticos. Também deve-se considerar que cada
elemento pertencente a este sistema tem resistência e impedância finitas. Na prática, induções
eletromagnéticas fazem com que a tensão entre quaisquer dois pontos possa ser diferente de
zero. Tais diferenças podem causar falhas e destruição de componentes elétricos e de sistemas
eletrônicos conectados ao sistema de aterramento. (Barberini, 2005).

A condutividade elétrica dos materiais constituintes da superfície da terra é muito


baixa comparada com a alta condutividade dos metais. Dois dos principais constituintes da
terra, óxido de silício e óxido de alumínio, são excelentes isolantes e a condutividade da terra
é em grande parte devido à presença de sais e de água entre estes materiais isolantes
(IEEE STD 80, 1986). Por outro lado, mesmo os materiais semicondutores podem permitir
uma alta quantidade de corrente se sua seção transversal for grande o suficiente. Isto pode ser
dito da terra, pois sua grande profundidade praticamente não apresenta limitações de seção.

Embora a importância do tema tenha propiciado, nos últimos anos, o desenvolvimento


de inúmeras pesquisas a respeito das tensões induzidas, na grande maioria dos trabalhos, o
solo é representado através de um plano condutor perfeito, portanto, com condutividade
infinita. Ainda que tal simplificação possa, em geral, ser considerada válida para o campo de
indução magnética horizontal (azimutal) e para a componente vertical do campo elétrico, ela
não é aplicável ao campo elétrico horizontal, especialmente no caso de solos com alta
resistividade. (Romero, 2007).
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Devido à alta resistividade do solo, as correntes que fluem através do aterramento


provocam elevadas diferenças de potencial. Isto contradiz o conceito popular de que o
potencial de terra é sempre zero, isto é, fortes campos elétricos podem surgir resultando em
elevados gradientes de potencial afetando o terreno em que as instalações estão conectados.
(Barberini, 2005).

A terra abaixo da superfície não é homogênea. Se for analisado um corte transversal


do solo vê-se uma grande variedade de corpos condutores e não condutores através dos quais
a corrente deve fluir. Isto faz com que uma análise rigorosa da distribuição da corrente seja
bastante dificultada, se não impossível. (Romero, 2007).

Segundo Kovarsky & Freires (1998) o processo de medição de resistividade do solo


no campo traduz erros e deve-se obedecer a certos cuidados no manuseio dos equipamentos.
Os autores realizaram medidas utilizando quatro terrômetros digitais em solos do Rio de
Janeiro, visando analisar o comportamento das medidas nos quatro equipamentos. Estes
equipamentos fabricados por diferentes empresas, foram calibrados segundo as normas da
ABNT para medições da resistividade do solo; os aparelhos testados funcionam com corrente
alternada para eliminar efeitos de polarização na interfase haste-solo, e com freqüência não
múltipla de 50HZ e 60HZ , para evitar a influência de corrente à freqüência comercial
circulando no solo, que podem introduzir a erros nas medições. Após as medidas, foi
observado pelos autores que os quatros terrômetros mostravam diferentes leituras para cada
medição efetuada.

Com o objetivo de amenizar essas falhas e ter um sistema de aterramento eficiente e


seguro Turini & Santos (2002) estudaram a resistividade do solo em período de
aproximadamente 45 dias utilizando um terrômetro digital. Foram efetuadas medições de
campo em vários sentidos, obedecendo-se espaçamentos padrões entre as hastes. Observou-se
que a resistividade aumenta linearmente com a profundidade. Essas medições efetuadas em
aproximadamente 45 dias corrigem algumas falhas com relação às condições do solo (medidas
efetuadas em dias sem chuva têm resistividade diferente para medidas em dias chuvosos).

Gião & Sarma (1972) apresentaram uma análise em um eletrodo de aterramento com
corrente contínua situado na primeira camada de um solo estratificado em duas camadas
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horizontais. Essa análise inclui a resistência de aterramento e a distribuição de potenciais na


superfície do solo de um eletrodo formado por cabos retilíneos e em anéis.

Martins Jr. & Rodrigues (2001), através de alguns modelos teóricos clássicos de
sistema de aterramento, avaliaram sob que condições pode-se instalar um sistema de
aterramento sem a necessidade de medir efetivamente sua resistência de terra. Através do
confronto dos valores obtidos pelo modelo teórico clássico e os dados obtidos numa área a céu
aberto dentro do próprio Campus da Universidade de Bauru.

Em suas pesquisas Turini & Chiericato (2003) descobriram uma forma de medir a
resistência de aterramento de uma maneira mais prática, através de um painel de sua fabricação,
em que na parte frontal ele apresentava conectores ligados às hastes existentes nos sistemas de
aterramento. Além disso, comprovaram a eficiência do projeto do painel ao usarem as mesmas
condições climáticas resultando em 1% de diferença entre os valores obtidos nas medições
utilizando o painel e sem o seu uso.

Schiesser (1923) considera que a composição do solo ao redor do eletrodo, a


temperatura, a umidade e a compactação do solo, são fatores que atuam de maneira
significativa nos valores da resistividade do solo e na resistência de terra de eletrodo ou de um
sistema de aterramento.

Tagg (1964) analisou mais detalhadamente a resistência de aterramento de eletrodos


individuais em solos de duas camadas.

Garret & Pruitt (1985) realizaram uma análise de sensibilidade da abordagem de


potencial constante e densidade de corrente variável em eletrodos segmentados, apontando
como um fator crítico as dimensões da segmentação utilizada, particularmente nos valores do
potencial próximos ao eletrodo.

Orellana (1972) descreve a prospecção geoelétrica fundamentando as medições da


resistividade do solo e suas interpretações, onde apresentam vários métodos de medições de
resistividade, como os métodos de quatro eletrodos (Wenner) e de três eletrodos
(Schlumberger). Para o mesmo autor, a finalidade de sondagens elétricas verticais e da
maioria dos métodos geoelétricos é a determinação da estrutura do subsolo na zona estudada.
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Para chegar a esse detalhamento é necessário superar duas etapas: na primeira, tenta-se obter a
distribuição da resistividade do subsolo, e na segunda, busca-se o significado geológico de
tais resistividades, passando-se de um corte geoelétrico para um corte geológico.

Dawallibi & Blattner (1984) consideram o método de Wenner, de relativa


simplicidade para interpretação dos dados, nas medições de resistividade do solo. Analisaram
seus resultados e observaram que as variações da resistividade são atribuídas a pequenas
descontinuidades locais, ou na sensibilidade inadequada dos equipamentos de medição. Na
maioria dos casos, a resistividade aparente, plotada como uma função do espaçamento do
eletrodo, mostra grandes variações, indicando assim que o solo não é homogêneo.

Segundo Leon (1982) a resistividade de um solo supostamente homogêneo é


diretamente proporcional à resistência de um eletrodo. Sendo que o mesmo eletrodo cravado
num solo não homogêneo não terá a sua resistência proporcional à resistividade do solo,
dependendo de todos os fatores geológicos que influenciam a heterogeneidade.

Alkmin et al (2003) fazem uma abordagem generalizada sobre sistema de aterramento,


tomando-se como estudo de casos, um determinado arranjo de malha de aterramento de rede
de distribuição aérea de energia elétrica, analisando-se os valores típicos de resistividade do
solo, valores de resistência de aterramento simulados e os valores reais encontrados após a
implementação da malha.

Medeiros Júnior et al (1998) mostraram que a aplicação do método de Newton se


restringe à solução do problema da estratificação do solo em duas camadas, devido à
complexidade da equação da resistividade aparente, a certa profundidade, e não para solos
estratificados em “n” camadas. Para resolver esse problema de estratificação do solo em n
camadas foi necessário desenvolver um método baseado em modelamento numérico. Observou-
se que os resultados dos dois métodos para estratificação em duas camadas são idênticos, e
generalizaram-se as aplicações do método para n camadas e concluiu-se assim, resultados
satisfatórios sem levar em consideração as falhas geométricas do solo.

A resistividade do solo, bem como a sua estratificação, são fatores fundamentais para
quem trabalha com sistemas de proteção elétrica, uma vez que a resistência de aterramento de
uma malha é diretamente proporcional à resistividade do solo ( ρ ) em que estão colocados os
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eletrodos (Kindermann &.Campagnolo, 1995) . Com isso, quando pretende-se buscar um


baixo valor da resistência de aterramento, podem-se evitar erros primários como, por
exemplo, utilizando hastes profundas em solos com segunda camada de resistividade maior
que a primeira (Zeng et al 2000).

Rodrigues (1986) propõe um método numérico interativo dos mínimos quadrados,


com correções diferenciais, para determinar a estratificação do solo em duas camadas, através
de um programa computacional (ESTRAT), pois considera o método da superposição de
curvas padrão muito subjetivo e sujeito a erros, comprometendo assim o projeto do sistema de
aterramento.

Visacro & Portela (1993), estudaram aspectos básicos de uma modelagem


computacional para simulação do comportamento do aterramento elétrico frente a fenômenos
rápidos tipo descargas atmosféricas, considerando os efeitos de propagação no solo e a
dependência da freqüência dos parâmetros do solo (resistividade e permissividade).

Tello at al (1992) aplicaram o método de elementos finitos em três dimensões para


determinar a intensidade de campos elétricos e a densidade de corrente induzida no interior de
um modelo que representa valores de condutividade e permissividade idênticos aos do
organismo humano.

Chow & Srivastava (1992) aplicam a técnica denominada imagens complexas; para
esta abordagem provém da área de microondas, onde os coeficientes e expoentes da série
exponencial são associados aos resíduos e pólos da função de transferência do sistema linear,
sendo determinados pelo Método de Prony e não por um ajuste de curvas. Em 1995, Chow et
al demonstraram que a partir de medidas do potencial na superfície do solo é possível calcular
a resistência de aterramento e a distribuição de potenciais nessa superfície, sem necessidade
de efetuar explicitamente uma estratificação do solo convencional, utilizando o método das
imagens complexas. Os eletrodos devem estar situados na primeira camada de um modelo de
estratificação horizontal em N camadas.

Tello et al (1993) relatam que a utilização do método de elementos finitos


tridimensionais (3D) para avaliar o desempenho do sistema de aterramento através de hastes
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profundas permite que o solo onde se encontra o sistema de aterramento apresente variações
horizontais e/ou verticais de resistividades diferentes.

Filippon et al (2003) mostram como podem ser criadas aplicações em AutoCAD que
facilitem a elaboração de projetos de malhas de terra.

Barberini (2005) avalia os potenciais no domínio do tempo para eletrodos verticais e


horizontais excitados por uma forma de onda padrão do tipo duplo exponencial para
validação, comparando com os resultados experimentais apresentados na literatura. Neste
caso utilizou o método FDTD (Diferença Finita no Domínio do Tempo)

Oliveira & Silva Sobrinho (2008) desenvolveram uma nova metodologia para a
análise de um sistema de aterramento solucionando-se as equações de Maxwell no domínio do
tempo em coordenadas não ortogonais pelo método LN-FDTD. Essa formulação tem como
vantagem a possibilidade de modelar estruturas que não coincidam com o sistema de
coordenadas cartesianas. Assim, a formulação prevê uma solução de onda completa para as
equações de Maxwell no domínio do tempo, na qual os fenômenos de reflexão, refração e
difração são todos considerados implicitamente. Além disso, mostraram como realizar o
cálculo de tensões e correntes (além da implementação da fonte) nesse sistema de
coordenadas de forma a garantir a consistência das grandezas físicas.

Considerando os efeitos de propagação no solo e a dependência da freqüência dos


parâmetros do solo (resistividade e permissividade), Mesa (2005) e Pissolato et al (2004)
estudaram aspectos básicos de uma modelagem computacional para simular o comportamento
do aterramento elétrico frente a fenômenos rápidos, como descargas atmosféricas.
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3 - SISTEMA DE ATERRAMENTO.

3.1 INTRODUÇÃO

Desde o surgimento dos sistemas de fornecimento de energia elétrica, o solo tem sido
usado como condutor de eletricidade, seja para assegurar a funcionalidade de um circuito
elétrico ou para estabelecer uma forma segura de proteção de equipamentos elétricos, pessoas
e animais (Kindermarm, 1987).

A proteção de equipamentos elétricos e a segurança de pessoas e animais são de um


modo geral, o ponto primordial na análise detalhada do sistema de aterramento na elaboração
de projetos que operem corretamente e, garantam a uniformidade da distribuição do potencial
elétrico provocados pelas correntes de defeito que fluirão dos condutores formando o sistema
de aterramento da subestação para o solo, sem provocar diferenças de potencias elevados que
afetam a segurança das pessoas que estejam na subestação, ou em suas proximidades.

3.2 SISTEMA DE ATERRAMENTO

3.2.1 Considerações Gerais

Entende-se por sistema de aterramento o conjunto de condutores, cabos, hastes e


conectores interligados, projetados de modo a suportar a condução e dissipação para o solo
das correntes que sejam impostas a esse sistema.

O aterramento, por se tratar de um fator importante para o bom funcionamento de um


sistema elétrico, deve sempre permitir o escoamento de correntes espúrias para a terra, sem
produzir potenciais perigosos à segurança do sistema.

O desenvolvimento de um modelo consistente para a análise do comportamento de um


sistema de aterramento elétrico deve levar em conta dois aspectos:
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• Segurança das pessoas e/ou animais em contato ou próximo as partes


condutoras;
• Continuidade do sistema elétrico (retorno de corrente pelo solo)

Para um bom desenvolvimento do projeto de um sistema de aterramento é


fundamental o conhecimento das características do solo, principalmente a análise da
resistividade (Kindermann & Campagnolo, 1995).

Segundo Tagg (1964) os principais fatores que determinam a resistividade do solo são:
temperatura, tamanho de grãos, compactação, concentração e a composição química dos sais
dissolvidos na água retida.

Esses requisitos necessários para um bom desenvolvimento de um sistema de


aterramento estão ligados à alta capacidade de condução de corrente, ao valor da resistividade
de aterramento o qual deverá ser invariável com as condições climáticas e com o material
utilizado.

A preocupação constante no projeto de um sistema de aterramento está na


determinação do menor valor possível da resistividade do solo necessário ao escoamento das
correntes, não permitindo nesta condição, que sejam ultrapassados os valores de potenciais de
passo e toque que poderiam originar correntes pelo corpo humano acima dos valores máximos
permissíveis.

A resistividade do solo apresenta valores diferentes para cada tipo de solo e sofre
influência de diversos fatores, principalmente da umidade e da temperatura, e seu valor varia
com os períodos de seca e chuva de uma região.

Essas combinações de fatores resultam em solos com características diferentes e,


conseqüentemente, com valores de resistividade distintos. Tagg (1964) e Markvits & Leon
(1977) apresentaram medidas de resistividade de alguns tipos de solo, como mostra a Tabela
3.1.
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Tabela 3.1 – Resistividade de alguns tipos de solo (Tagg, 1964 e Markvits & Leon, 1977).
Tipo de Solo Resistividade (Ω.m)
Limo 20 a 100
Húmus 10 a 150
Lama 5 a 100
Terra de jardim com 50% de umidade 140
Terra de jardim com 20% de umidade 480
Argila com 40% de umidade 80
Argila com 20% de umidade 330
Argila seca 1.500 a 5.000
Areia com 90% de umidade 1.300
Areia seca 3.000 a 8.000
Calcário fissurado 500 a 1.000
Calcário compacto 1.000 a 5.000
Granito 1.500 a 10.000
Basalto 10.000 a 20.000

3.3 MEDIÇÂO DA RESISTIVIDADE DO TERRENO

3.3.1 Considerações Gerais

A medição da resistividade do solo pode ser usada para traçados de perfis geológicos,
mas sua interpretação freqüentemente requer uma análise mais detalhada do que a necessária
aos problemas de aterramento.

Para medir a resistividade do solo, a forma mais natural é introduzir uma corrente
entre dois eletrodos inseridos na terra e medir a tensão entre dois eletrodos intermediários
chamados de eletrodos de potencial. Porém, necessita-se da resistividade de um grande
volume de solo envolvendo grandes distâncias entre os eletrodos. A dimensão dos eletrodos
pode ser considerada pequena comparada com a distância entre eles, logo a distribuição da
corrente é praticamente a mesma se tratarmos o eletrodo de forma pontual.
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A medida da resistividade do solo em um ponto S (fig. 3.1) da superfície do terreno


de resistência específica uniforme ( Ωm ) , injeta-se uma corrente I e que se aplica um certo

potencial P ( volts ) no ponto T sob o terreno:

Figura 3.1 – Diagrama esquemático das linhas de correntes elétricas no sub solo.

O campo elétrico E no ponto s é dado pela lei de Ohm, como segue:


Es = ρ J s . (3.1)

A corrente elétrica se difunde hemisfericamente na superfície, e a densidade de


corrente no ponto t será igual a:
I
Jt = . (3.2)
4π r 2

onde,
r = TS

Substituindo a equação (3.2) em (3.1), resulta.


ρI
Es = , (3.3)
4π r 2

O diferencial de tensão no ponto T e um ponto separado de uma distância dr , de valor:


I
d Vt = ρ dr. (3.4)
4π r 2
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onde: dr = variação infinitesimal na direção radial ao longo do raio r .


Assim, o potencial V no ponto T , devido à corrente I , pode ser representado por:


ρI ∞ 1
VT = − ∫ dV = −
4π ∫r r 2
dr , (3.5)
r

ou seja,
ρI
VT = . (3.6)
4π r

Suponhamos que, um par de pontos negativos e positivos sobre a superfície representa a


convenção respectivamente a entrada C1 com + I e saída C2 com − I de corrente no solo,
conforme Figura 3.2

Figura 3.2 Imagem do Ponto C1 e . C2

Neste caso, o potencial T será igual a soma dos potenciais desde C1 e C2 .


Denominados V1 ao potencial no ponto T , produzido pela corrente + I de C1 , dado por:

ρI 1
V1 = . (3.7)
4π TS 1

do mesmo modo, o potencial V2 produzido por − I de C2 será:


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ρI 1
V2 = . (3.8)
4π TS 2
Logo, o potencial no ponto T devido ás correntes de C1 e C2 será:

 ρI 1 1 
V = V1 + V2 =  . −  (3.9)
 4π TS1 TS 2 

O método de medição da resistividade consiste em injetar corrente contínua (ou


alternada de baixa freqüência) em dois pontos do terreno e medir a diferença de potencial
entre dois pontos da superfície. O dispositivo de medida comporta uma linha AB de envio de
corrente e uma linha MN de medida de potencial (Figura 3.3).

Figura 3.3 – Configuração de eletrodos para medição da resistividade do solo

A linha AB é alimentada por uma fonte de corrente (pilhas, acumuladores, osciladores


ou qualquer outra força eletromotriz de corrente cravados no solo e designados pelas letras A
e B . Estes eletrodos estão ligados aos dois pólos de fonte por um fio condutor isolado, além
de um amperímetro ligado em série no circuito AB , cuja função é medir a intensidade da
corrente que circula no circuito constituído pela fonte, pelo fio, pelos eletrodos e pelo solo.

A linha MN de potencial compreende dois eletrodos não polarizáveis ligados ao


potenciômetro por um fio isolante. O potenciômetro mede a diferença de potencial entre M e
N . O conjunto de todos esses dispositivos constitui um quadripolo AMNB

Considere um plano horizontal separando dois semi-espaços homogêneos e isotrópicos


com relação ao parâmetro resistividade elétrica. O conhecimento de corrente injetada I , da
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diferença de potencial ∆V e das posições relativas dos pontos A , M , N e B permitem que


se calcule o valor da resistividade do semi-espaço abaixo da superfície do terreno. Este
problema é uma aplicação da lei de Ohm, cujo equacionamento é dado pela expressão abaixo:

V
ρ= K, (3.10)
I

onde K é o fator geométrico do arranjo geral do quadripolo AMNB , dado por:


K= . (3.11
1 1 1 1
− − +
AM BM AN BN

Quando um problema de inversão requer para a caracterização do semi-espaço inferior


atribuição de ρ k parâmetro de resistividades e g k −1 parâmetros geométricos, a expressão 3.10

é utilizada através de uma grandeza auxiliar, denominada de resistividade aparente ρ a :

∆V
ρa = K, (3.12)
I

onde ∆V = f ( I , K , ρ k , g k −1 )

A resistividade aparente não se constitui em mais um parâmetro do meio; é uma


função que interpretada em conjunto com modelos de constituição do semi-espaço inferior,
pode fornecer soluções para o problema inverso (Orellana, 1972).

Existem vários tipos de arranjos envolvendo os pontos A , M , N e B , empregados


nos trabalhos de prospecção elétrica. Um arranjo consiste num esquema de disposição dos
eletrodos em superfície de forma a padronizar as relações de distância entre os eletrodos de
corrente e de potencial, na obtenção de ρ a .

Os dispositivos mais usados em eletroresistividade são os colineares Schlumberger,


Wenner e Dipolo-dipolo, mostrados esquematicamente, na Figura 3.4.
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Figura 3.4 – Arranjos usados em eletroresistividade: (a) arranjo Schlumberger, (b) arranjo Wenner e
(c) arranjo Dipolo-dipolo.

3.3.2. Métodos

Os métodos pesquisados adotam valores de resistividades do solo medidos em campo,


obtendo-se a estratificação do solo em camadas perfeitamente horizontais para a realização do
sistema de aterramento em meio homogêneo.

O processo consiste normalmente em colocar quatro eletrodos enterrados no solo,


sendo dois de corrente e dois de potencial. Os pares de eletrodos são dispostos de forma
colinear.
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A disposição dos eletrodos sobre o solo pode ser feita segundo o arranjo Wenner,
método padronizado pela ABNT para medir a resistividade do solo (NBR – 7117 -1981). É
um arranjo centrado de eletrodos, no qual a diferença de potencial é medida em torno de um
ponto central. Os valores medidos de resistividade do solo (resistividade aparente) são
atribuídos a pontos sobre uma semi-reta vertical a partir do ponto central, sendo, portanto uma
técnica de sondagem. O arranjo é constituído de dois eletrodos de corrente C1 e C2 (a
corrente entra no ponto C1 e sai no ponto C2 ) e dois de potencial P1 e P2 (a diferença de
potencial é medida nos eletrodos P1 e P2 ), enterrados a uma profundidade " b " e igualmente
espaçados da distância " a " (Haffner at al 1994) conforme ilustra a Figura 3.5.

Figura 3.5 – Arranjo de Wenner para disposição de eletrodos sobre o solo

O método de corrente direta requer um contato galvânico entre o solo e cada um dos
quatro eletrodos, o que é necessário para introduzir a corrente no solo e medir a voltagem
resultante. Ao variar o espaçamento entre esses eletrodos, o alcance de profundidade da
leitura pode ser alterado. Quanto maior o espaçamento entre os eletrodos, maior é a
profundidade da leitura.

Neste caso, a corrente entra no ponto C1 e sai no ponto C2 . A diferença de potencial é


medida nos eletrodos P1 e P2 . Dessa forma, tem-se:

ρ I 1 2 2 
V = VP1P2 = VP2 - VP1 =  + − , (3.13)
4π  a a 2
+ (2b ) 2
(2 a ) 2
+ (2b ) 2


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V ρ 1 2 2 
=  + − , (3.14)
I 4π  a 2
a + (2b) 2
(2a ) + (2b) 2
2


como:

V
= R, (3.15)
I

temos que

ρ 1 2 2 
R=  + − , (3.16)
4π  a 2
a + (2b) 2
(2a ) + (2b)2
2


ou seja

ρ=
4π .a.R
. (3.17)
2a a
1+ −
a 2 + (2b) 2 a2 + b2

A equação (3.13) pode ser simplificada quando a > 20b

ρ = 2π aR. (3.18)

Variando-se o espaçamento e os pontos de medições teremos um conjunto de valores da


resistividade a cada profundidade. Calculando a média desses valores obtidos e traçando um
gráfico das ( ρ m ) resistividades médias em função dos ( a ) espaçamentos ( ρ m × a ) teremos
uma curva da resistividade média.
38

As medidas da resistividade do solo são realizadas com diversos espaçamentos “a”, por
exemplo: a=1, 2, 4, 8, 16, 32, 64,. As sondagens são feitas em várias direções conforme
Figura 3.5 (NBR - 7117 dezembro 1981 ).

Figura 3.6 – Disposição dos pontos de medição de resistividade em um terreno de forma retangular
(NBR -7117 - 1981)

Com base nas informações das medidas de resistividade obtidas conforme a NBR -
7117 dezembro 1981, são determinados os valores das resistividades aparentes do solo.
Muitas vezes essas medidas apresentam variações devido à estrutura do solo.

Para cada direção tomada para medir a resistividade do solo faz-se uma média
R1 + R2 + R3 + R4 + R5
( Rm ( a ) = ). O cálculo do desvio padrão é efetuado e aplica–se um critério
5
que consiste em eliminar medidas de resistividades médias que estejam acima do desvio
padrão dado pela equação (3.16) (NBNT/COBEI 03: 102.01-004-1993).
39

ρ ammédia − ρ am
Desvio = × 100 ≥ 50% (3.19)
ρ ammédia
Com os cálculos definidos, traça-se em escala logarítmica o gráfico da resistividade do
solo em função do espaçamento ρ ( a ) × a . Assim, toma-se possível analisar a estratificação

do solo.

3.4 ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO

3.4.1. Considerações Gerais

Um projeto adequado de um sistema de aterramento deve seguir as seguintes etapas: a)


Definir o local de aterramento; b) Providenciar várias medições no local; c) Fazer a
estratificação do solo nas suas respectivas camadas; d) Definir o tipo de aterramento desejado;
e) Calcular a resistividade aparente do solo para o respectivo sistema de aterramento; f)
Dimensionar o sistema de aterramento, levando em conta a sensibilidade dos relés e os limites
de segurança para o pessoal envolvido na instalação.

3.4.2. Método de Estratificação do Solo de duas Camadas

Após as medidas de campo das resistividades do solo pelo método padronizado pela
norma NBR – 7117, calcula-se a resistividade aparente ρ a do sistema de aterramento em solo
de duas camadas. Para solo com varias camadas, conforme ilustrado na a Figura 3.7, a técnica
do método da estratificação do solo é reduzir o solo de várias camadas em apenas duas
camadas. Empregando a expressão (3.20)
40

Figura 3.7. Perfil de resistividade do solo as n camadas reduzidas a uma camada equivalente.


n
d + d + d + .... + d n di
ρeq = 1 2 3 = i =1
d1 d 2 d3 dn di

n
+ + + .... + i =1 (3.20)
ρ1 ρ2 ρ3 ρn ρi
d eq = d1 + d 2 + d 3 + .... + d n = ∑ i =1 di
n

onde: di → Espessura da i-ésima camada

ρi → Resistividade da i-ésima camada


n → Número de camadas reduzidas

Existem vários métodos usados para se obter à estratificação do solo, dentre os quais
destacam-se: métodos de estratificações de duas camadas (Altafim,1995); método de Pirson
(Turini & Santos, 2002) e; o Método gráfico de Yokogawa.( Kindermann & Campagnolo,
1995)

Nesse trabalho descreveremos o método Gráfico de Yokogawa (Kindermann &


Campagnolo -1995) uma técnica geral na determinação da estratificação do solo. Esse método
se baseia na logaritimização da expressão (3.14) a qual é oriunda do método de duas camadas.
41

 
 
ρ (a ) ∞
 K n
K n

= 1 + 4∑  −
ρ1 2 2 
n =1
 1 +  2n h  
4 +  2n  
h
  
 a  a   (3.21)
  
  
 ρ (a)   ∞
 Kn Kn 
log   = log 1 + 4∑  −  .
 ρ1 
2 2
 n =1
 1 +  2n h   h 
   4 +  2 n 
  a  a  
 

ρ (a) h
Assim, pode-se construir uma família de curvas teóricas de em função de
ρ1 a
para uma série de valores de k dentro de toda sua faixa de variação. O método Yokogawa é
descrito abaixo etapa por etapa:

1º - Etapa: Nessa etapa, traça-se em papel transparente o gráfico da curva ρ (a ) × a em


escala logarítimica e dependendo do comportamento da curva dividi-se o gráfico em ramos
ascendentes (máximo) e ramos descendentes (mínimo) ou vice-versa conforme ilustra a
Figura 3.8.

Figura 3.8 Gráfico da resistividade aparente verson espaçamento ρ ( a ) × a em ramos ascendentes.


42

ρ (a)
2º - Etapa: Para o gráfico a ser mostrado a seguir, os valores de estão na
ρ1
a
ordenada do gráfico, na abscissa estão os valores de todos em escala logarítmica e as
h
ρ2
curvas do respectivo K estão indicadas pelo seu correspondente .
ρ1

Após a 1ª etapa, ajusta-se o primeiro ramo do gráfico da curva ρ am (a) xa (ascendente


ou descendente) sobre as curvas padrão e seleciona-se a que mais se assemelhe a essa parte do
gráfico. Para isso, desloca-se a curva ρ am (a) × a , sobre o conjunto de curvas padrão sempre
respeitando os paralelismos e as perpendicularidades dos dois gráficos. A Figura 3.9 mostra
diversas curvas padrão.

Figura 3.9. Curva Padrão para definir o os pólo a serem estudados.

3ª - Etapa: De posse dos resultados das etapas anteriores, conserva-se sempre o ajuste
e desenha-se sobre o gráfico da curva ρ am (a) × a , a curva padrão acima referida e marca-se
43

ρ2
sobre ela a indicação P( resistividade da 2ª camada); ainda nessa posição fixa, assinalar
ρ1
sobre o gráfico da curva ρ am (a) × a a posição da origem da curva padrão encontrada. Ficará

assim, definido o 1º pólo Θ1 e conseqüentemente as suas ordenadas:


 h → Abicissa
 1
POLOΘ1  ρ1 → Ordenada
ρ
 2 → Re sistividade
 ρ1

4º - Etapa: Após definido o 1ª pólo na etapa anterior, sobreponha o gráfico da curva


ρ am (a) × a sobre as curvas auxiliares (figura 3.10), de modo que o pólo Θ1 coincida com a
origem das curvas auxiliares. Traçando linhas tracejadas no gráfico de ρ am (a) × a , a curva

ρ2
auxiliar de relação igual a da curva escolhida na 2ª etapa mantendo sempre os
ρ1
paralelismos e perpendicularidades dos dois gráficos.
44

ρi i = 2,3,...
Figura 3.10 Curvas Auxiliares para encontrar para 
ρj  j = 1, 2,...

5ª - Etapa: Voltando às curvas padrões faz-se coincidir o pólo Θ1 com a origem das
mesmas. Desliza-se a curva tracejada, obtida na 3ª etapa sobre a origem das curvas padrões,
mantendo sempre os paralelismos e as perpendicularidades entre os gráficos, até encontrar
uma nova curva padrão que se identifique com o segundo ramo da curva ρ am (a) × a em

análise. Marca-se o ponto de origem das curvas padrão sobre o gráfico ρ am (a) × a . Posição
esta que vai corresponder ao segundo pólo Θ2 procurado. Assim, as suas coordenadas serão:
45


h → Abicissa
 2
POLO Θ2  ρ 2 → Ordenada
ρ
 3 → Re sistividade
 ρ 2

6ª - Etapa: Calcula-se a resistividade da 3ª camada pela relação fornecida na 5ª etapa e


procede-se sucessivamente de forma semelhante as etapas anteriores, sendo necessário, com
todos ramos que for possível dividir o gráfico ρ am (a) × a até não existir mais ramos para
dividir a curva.

Com valores das resistividades médias e suas respectivas alturas para cada camada de
formação geológica geralmente horizontal e paralela à superfície do solo obtida pela
estratificação do solo, acha-se o valor da resistividade equivalente das camadas que compõem
o solo não homogêneo. Essa resistividade equivalente ρ eq é dada pela fórmula de Hummel

(3.20), a qual reduz o meio estratificado para duas camadas equivalentes levando em
consideração o paralelismo entre as camadas desde a superfície.

Dependendo das dimensões do projeto da malha de aterramento, através da equação.

r
α= , (3.22)
d eq

sendo r o raio do anel equivalente do sistema de aterramento considerado, determina-se o


coeficiente de penetração da corrente α que escoa no solo e a relação entre a resistividade da
última e da primeira camada equivalente denominada por coeficiente de divergência β ,
definida pela equação

ρ n +1
β= . (3.23)
ρeq
46

Com os valores α e β obtidos leva-se ao gráfico das curvas de resistividade aparente


o valor de α , que corresponde às abscissas, e β à curva correspondente. Marca-se a
intersecção entre esses dois valores obtendo-se o valor de N . Assim, pode-se encontrar a
resistividade aparente ρ a dada pela equação (3.24), segundo Kindermann & Campagnolo
(1995):

ρa
N= ⇒ ρ a = N × ρeq . (3.24)
ρeq

3.5 MALHA DE ATERRAMENTO

3.5.1 Considerações Gerais

Do ponto de vista da segurança de pessoas localizadas nas vizinhanças de um sistema


elétrico, as estruturas de aterramento têm a finalidade de garantir que não exista a exposição a
tensões perigosas que produzam o “choque elétrico”. Estas exposições acontecem
principalmente devido às diferenças de potencial que podem se desenvolver entre estruturas
ou entre estruturas e o sistema de aterramento propriamente dito.

Todas as instalações elétricas devem garantir de forma adequada a segurança das pessoas
e o funcionamento correto de uma instalação de aterramento. A norma técnica brasileira
(NBR-7117-1981) tem como finalidade principal a segurança das operações e manutenção
dos equipamentos como também das pessoas que utilizam as instalações.

O objetivo de uma malha de aterramento é proporcionar uma superfície equipotencial no


solo onde estão colocados os componentes da instalação elétricos e onde as pessoas estão
pisando ou tocando, protegendo-as contra o choque elétrico. Assim as malhas de aterramentos
podem ser consideradas como eletrodos de terra que devem suportar as diferentes correntes
(como por exemplo: corrente de curto-circuito de uma instalação, corrente de uma descarga
atmosférica, surtos de chaveamento, correntes harmônicas, e sinais diversos de altas
47

freqüências) que escoam para o terra. É importante ressaltar que o valor da resistência de terra
da malha deverá ser compatível ao nível de corrente no final do trecho protegido.
Para a elaboração do projeto de uma malha de aterramento são necessários alguns
procedimentos pré-estabelecidos, como por exemplo:

3.5.2 Definir o local do aterramento

Definido o local da instalação do sistema de aterramento, devemos inicialmente


conhecer o tipo de solo onde será implantada a malha de aterramento, isso é feito através
do estudo da resistividade do solo obedecendo a norma NBR-7117-1981 (Kindermann,
1995).

3.5.3 Dados pré-definidos

a) Estipular a dimensão de comprimento e de largura do terreno onde vai ser implantada


a malha;

b) Utiliza-se geralmente pedra britada para formar uma camada mais isolante na
superfície do solo contribuindo para a segurança de qualquer pessoa em situação de pé em
contato direto com a superfície onde está implantada a malha. Caso não considere o valor
da resistividade da pedra britada usa-se a resistividade da 1ª camada do solo ( ρ1 ) obtida
através da estratificação do solo ( ρ s = ρ1 )

c) A máxima corrente de curto-circuito fase-terra I(A), obtida a partir do cálculo de


curto-circuito. Deve ser adotado o valor mais critico desta corrente, quer seja na baixa
quer seja na alta tensão (Imáxima=3I0) (Kindermann, 1992).

d) Tempo de duração do curto-circuito para máxima corrente de curto-circuito fase-terra


(tdefeito=0,6 seg) (Kindermann, 1987).
48

e) temperatura máxima permissível em °C para condutores de cobre dependendo do tipo


de conexão:
• Θm = 250º C ⇒ conexão tradicional por pressão, para malha cavilhada com juntas
de bronze;
• Θm = 450º C ⇒ conexão feita com elétrodo revestido para, malha com emendas
tipo solda convencional;
• Θm = 500º C ⇒ conexão feita usando o maçarico (Oxi-Acetileno), para malha
com conexão Foscoper;
• Θm = 850º C ⇒ conexão feita por fusão, para malha com emendas em solda
exotérmica.
f) Θa ⇒ Temperatura ambiente em °C:

g) O dimensionamento do condutor da malha considerado os esforços mecânicos e


térmicos que um condutor de malha de terra suporta, dado pela expressão:

I cc
S= , (3.25)
1 θ −θ
226, 53 LN ( m a ) + 1
t3 234 + θ a

3.5.4 Desenvolvimento do cálculo da malha de aterramento

Figura 3.11 Projeto inicial da malha

a) Deve-se especificar um espaçamento entre os condutores na faixa de 5% e 10% do


comprimento dos respectivos lados da malha: Conforme a Figura 3.11:
49

eC = espaçamento entre os condutores com relação ao comprimento

eL = espaçamento entre os condutores com relação a largura

b) Calculo do número de condutores paralelos ao lado da malha e o comprimento


geométrico total do cabo da malha respectivamente dados pelas expressões:

c)
C L
NL = +1 e NC = + 1, (3.26)
ec eL

N L , Nc ∈ N ,

LGT = C × N L + L × N C . (3.27)

Com essa metodologia teremos um sistema de aterramento completo.


50

4 - O MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS BI-


DIMENSIONAL EM SOLO COM FEIÇÕES GEOLÓGICAS
COM HETEROGENEIDADE LATERAL

4.1 INTRODUÇÃO

No capítulo anterior apresentamos uma revisão bibliográfica referente aos métodos


existentes na literatura para medidas de resistividade para um projeto de um sistema de
aterramento. Como vimos, o projeto de aterramento foi dividido em cinco etapas: 1) Dimensão
da malha pretendida. 2) Medições de campo pelo método de Wenner. 3) Estratificação do solo.
4) Dados pré-estabelecidos e 5) Cálculos de outros parâmetros.

No cálculo das medidas das resistividades do solo descrito pela Normal Brasileira (NBR-
7117-1981), constata-se o uso do critério do desvio padrão na eliminação de algumas medidas
de campo da resistividade média considerando-se o solo homogêneo de camadas
aproximadamente horizontais e sem falhas geológicas.

Este capítulo tem por objetivo apresentar uma proposta de método a ser utilizado para a
avaliação de um projeto de um sistema de aterramento para qualquer tipo de solo sendo ele
homogêneo ou não, em camadas inclinadas ou verticais, devido a algumas falhas geológicas.
Assim, será mostrada a existência de contados verticais no solo através da modelagem direta de
duas dimensões (2D) e utilizado o Método de Elementos Finitos (MEF) o qual possui
fundamentos teóricos sólidos e fornece confiabilidade adicional e se adapta facilmente às
geometrias complexas. Segundo Coggon (1971), Zhou & Greenhalgh (2001) e Li & Spitzer
(2002) o Método dos Elementos Finitos converte um problema de valores de contorno em um
de minimização de um funcional. As condições de contorno da região onde se quer calcular o
potencial e os campos elétricos têm de ser conhecido. Desta forma para encontrar a solução do
problema o domínio é discretizado em elementos e a solução global é aproximada por funções
locais definidas nos nós destes elementos. (Silvestre & Ferrari, 1983).
51

Considerando a variação das propriedades físicas, o meio geológico pode ser descrito
como: unidimensional (1D), quando a propriedade física varia em uma só direção, em geral, a
profundidade; bi-dimensional (2D), quando a propriedade física varia em duas direções e
mantém-se constante ao longo de uma direção espacial; e tri-dimensional (3D), quando a
propriedade física varia em qualquer direção.

O estudo da investigação da sub-superfície através do comportamento do campo elétrico


foi feito inicialmente em 1920 por Conrad em seu primeiro trabalho, intitulado “Etude sur la
Prospection Életrique du Sours-sol”. O experimento consistiu em injetar uma corrente contínua
no solo. A análise das informações sobre a natureza e estrutura do subsolo foi observada
utilizando-se o valor da resistividade obtida em campo para uma determinada camada da
superfície.

Diversos arranjos de eletrodos de corrente e potencial podem ser empregados para a


investigação geoelétrica. Neste trabalho o arranjo empregado foi o dipolo-dipolo com uma
configuração que utiliza quatro terminas (A, B, M e N), sendo dois eletrodos para injetar a
corrente (A e B) e dois eletrodos para a leitura de diferença de potencial (M e N), todos
dispostos no terreno de acordo com um mesmo alinhamento. Outras particularidades do arranjo
dipolo-dipolo são as distâncias entre os eletrodos de corrente A e B serem iguais aos dos
eletrodos de potenciais M e N. Também, caracteriza-se por apresentar espaçamentos entre os
centros dos dipolos (AB e MN), variável ao longo da linha levantada, sendo que para cada nível
de investigação (profundidade teórica) adota-se um determinado espaçamento dipolar
superficial, conforme representado na Figura 4.1.

Fig. 4.1 Geometria e representação em pseudo-secção dos dados de resistividade aparente com o
arranjo dipolo-dipolo
52

A finalidade desta técnica de investigação é detectar as variações laterais da


resistividade do subsolo, como os contatos geológicos verticais ou inclinados e outros corpos
ou estruturas que se apresentem como heterogeneidades laterais deste parâmetro. Em terrenos
deste tipo essa investigação permite a determinação do perfil do terreno possibilitando uma
melhor definição do sistema de aterramento.

A modelagem direta bi-dimensional de resistividade é uma eficiente ferramenta para


nortear as possíveis situações geológicas encontradas no subsolo, com a possibilidade de
observar a variação dessa propriedade física em diversas zonas de anomalias. A apresentação
dos resultados da modelagem indica a influência de heterogeneidade dos solos no
dimensionamento da malha de aterramento.

4.2 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS

4.2.1 Considerações Gerais

Em modelagem geoelétrica o MEF foi utilizado por Coggon (1971) e Mufti (1976),
desde então, baseia-se na confecção de um modelo matemático bi e tridimensional que
representa geometricamente o objetivo a ser analisado. Neste método, o domínio é
subdividido em um determinado número de células denominadas elementos, que podem se
apresentar em formato triangular ou quadrático, dependendo da geometria do modelo e do
tipo de análise a ser realizada (Zhou & Greenhalgh, 2001). Cada elemento é definido por um
número determinado de pontos, denominados nós. Em um modelo bidimensional, os nós são
localizados através de um sistema de coordenadas cartesianas ortogonais, nos eixos X e Y,
interligando os respectivos elementos. O conjunto resultante é chamado malha.

De acordo com Becker et al. (1981), o elemento triangular do MEF tem uma
formulação mais simples e utiliza menos espaço de memória do computador.

Alkmin et al. (2003) fizeram uma abordagem generalizada sobre o sistema de


aterramento, tomando-se como estudo de caso um determinado arranjo de malha de
aterramento de rede de distribuição aérea de energia elétrica, analisando-se os valores típicos
de resistividade do solo, valores de resistência de aterramento simulados e os valores reais
53

encontrados após a implementação da malha.

4.3 FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS

4.3.1 Considerações Gerais

Em diversas situações práticas um terreno com estruturas geológica complexa, pode


ser representado por modelo 2D. Supondo que a coordenada y esteja paralela ao alinhamento
(strike) do modelo, a distribuição de condutividade (resistividade) não sofrerá variações nessa

direção, ou seja, σ ( x, y, z ) = σ ( x, z ) na distribuição do meio. No entanto, a fonte usada em

prospecção geoelétrica é pontual. Desta forma, tem-se um meio em duas dimensões e uma
fonte de corrente pontual (problema 3D). O problema então pode ser definido pela equação de
Poisson para uma fonte pontual.

∇ ⋅ σ ( x, y, z ) ∇V ( x, y, z )  = − I δ ( x ) δ ( y ) δ ( z ) . (4.1)

o V ( x, y , z ) é o potencial elétrico, σ ( x , y , z ) é a condutividade do meio, I é a intensidade

de corrente, δ é definida como a função generalizada delta de Dirac (função impulso) (Farias,
2004).

Aplicando-se a transformada de Fourier na equação (4.1), na direção y para solucionar


a mudança do meio 3D para o meio 2D, a expressão que rege o fenômeno

∇⋅ σ ( x, z ) ∇V ( x, λ, z ) − λ 2σ ( x, z )V ( x, λ, z ) = −Iδ ( x)δ ( z). (4.2)

+∞
onde V ( x, λ , z ) = ∫ V ( x, y, z ) e−iλ y dy é o vetor potencial transformado, λ é a variável
−∞

de transformação de Fourier. A quantidade σ é a condutividade do meio, cujo espaço e a


região de contorno (fronteira) são denotados por Ω e por ∂Ω , respectivamente.

Para a condição de contorno na modelagem direta de sondagens geoelétricas


54

considera-se duas situações:


a) Na primeira situação, na superfície da terra, tem-se a interface terra-ar, ou seja,
um meio condutivo limitado por um meio isolante. Assim, não existe fluxo de corrente
através da interface descrita pela condição de Neumann (Dey e Morrison, 1979; Mufti, 1976):

∂V
= ∇V = 0. (4.3)
∂η

b) Na segunda situação, estende-se o meio condutivo para os elementos laterais e


inferiores da malha de elementos finitos, aumentando suas dimensões progressivamente, para
simular o meio indo para o infinito, aplicando-se assim a condição de Dirichlet (Dey e
Morrison, 1979):

V = 0. (4.4)

4.4 SOLUÇÃO POR ELEMENTOS FINITOS

4.4.1 Considerações Gerais

Aplicando W , uma função teste ou uma função peso pertencente ao espaço de Hilbert
H 1 ( Ω ) , na equação (4.2), obtemos.

∫ W {−∇ ⋅ [σ ( x, z ) ∇V ( x, λ , z )]}d Ω + ∫ W {λ σ ( x, z )V ( x, λ , z ) − Iδ ( x)δ ( z )}d Ω = 0.


2
(4.5)
Ω Ω

Para reduzir o integrando de 45.5) e obtermos termos que contêm somente derivadas
parciais de primeira ordem, usa-se a identidade:

( ) (
W ∇ ⋅ σ∇ V = ∇ ⋅ W σ∇ V − σ∇ V ⋅ ∇ W) 


ou , (4.6)

∇ ⋅ W σ∇ V  = σ∇ V ⋅ ∇ W ( x , z ) + W ∇ ⋅ σ∇ V 
( ) ( )
  
55

Substituindo (4.6) em (4.5), obtemos:

∫ σ∇V ⋅∇Wd Ω − ∫ ∇ ⋅ (σ W ∇V ) d Ω + ∫ λ σWVd ∫


 Ω = WI δ ( x − x ) δ ( z − z ) d Ω,
2
c c (4.7)
Ω Ω Ω Ω

Verifica-se que ∫ ∇ ⋅ (σ W ∇V ) d Ω pode ser transformada em uma integral de contorno


através do Teorema da Divergência,

∂V

∫ ∇ ⋅ (W σ ⋅ ∇ V )d Ω = ∫σ(
∂Ω
∂η
)Wd Γ. (4.8)

onde ∂Ω é o contorno do domínio Ω e η é a coordenada na direção do vetor unitário normal


n à região e orientado para fora do domínio.

∂V
∫ σ∇V ⋅∇Wd Ω − ∫ σW
Ω ∂Ω
∂η
d Γ + ∫ λ 2σWVd

 Ω = IW ( x , z ),
c c (4.9)

A equação (4.9) representa a versão variacional da equação (4.2)

Divide-se o domínio Ω em vários subdomínios, isto é, discretizando a região em


elementos finitos, tomando-se as bases:

Ω = ∑Ω 

e

e
, (4.10)
e 
∂Ω = ∑ e
Γ 

Nesses domínios a função de Green pode ser expressa como uma combinação linear,

segundo o critério de Galerkin. na função base σ ( x, z ) , isto é:


e

k
V ( x, z ) = ∑ Viφie ( x, z ) x, z ∈ Ω e (4.11)
i =1
56

onde k é o número total de funções de forma. Considerando a função teste W , em cada Ωe

sendo igual às funções de forma, isto é, W je ( x, z ) = φ ej ( x, z ); j = 1, 2,...k , a forma discreta da

equação (4.9) fica sendo:

 k   K   
 +  σ e (φ ∂φi ) d Γ e  V  = Iφ ( x , z ),
∑e ∑  ∫ σ e
( ∇ φ j ⋅ ∇ φi + λ 2
φ φ
i j ) d Ω e
 V i ∑ ∫ j
∂η
i j c c
(4.12)
 i =1  Ω e   ∂Ωe
i =1   

Podemos escrever a equação (4.12) na forma matricial.

MV = b. (4.13)

Aqui, M é uma matriz N × N onde N o número de nós da malha de elementos


finitos, construída a partir das matrizes elementares, as quais são simétricas, então M será
também simétrica. Assim, a matriz M é considerada uma matriz condutância. O vetor V é o
vetor potencial transformado; b o vetor fonte, com somente um elemento diferente de zero,
exatamente na posição do eletrodo de corrente. A matriz M por elemento, ou matriz elementar,
apresenta a seguinte equação:

k  
∂φ
M ije = ∑  ∫ σ e (∇φ j ⋅∇φi + λ 2φiφ j )d Ωe + ∫ σ e (φ j i ) d Γ e  Vi , (4.14)
i =1 
 Ωe ∂Ωe
∂η 

Com i, j = 1, 2,.., k , a qual depende do elemento integral Ω e e a integral na fronteira

Γ e . Obviamente, os elementos da matriz M ije , são simétricos. Uma vez que as funções de

forma φ ( r ) , i = 1, 2,.., k  são escolhidas e a condutividade σ é dada, o elemento da matriz

pode ser calculado usando a equação (4.14)

Os elementos da matriz condutância ( M ) são obtidos do “acoplamento” entre dois


nós, logos os coeficientes da matriz condutância referentes à relação entre nós distantes serão
nulos (não existe “acoplamento” entre nós distantes) o que deixa a matriz condutância
57

esparsa. Nesta tese, as condições de contorno foram inseridas de tal forma que a simetria e a
esparsidade da matriz condutância foram preservadas.

Na Figura 4.2 está representado o padrão de esparsidade da matriz condutância para


uma malha 8 × 5. Pode-se observar que apenas a diagonal principal e seis co-diagonais de M
contêm elementos não nulos. Considerando-se a simetria de M , será necessário armazenar
apenas quatro diagonais. Assim, o espaço de memória necessária para o armazenamento da
matriz condutância é consideravelmente reduzido.

Figura 4.2 Padrão de esparsidade da matriz M (npz é o número de pontos na direção).

4.5 CÁLCULO DA MATRIZ ELEMENTAR

4.5.1 Considerações Gerais

Escolhida a função base e conhecida a condutividade de cada componente da malha,


calcula-se a matriz elementar aplicando a equação (4.14), daí monta-se a matriz global M e,
resolvendo o sistema linear apresentado na equação (4.13), determina-se o potencial
transformado em qualquer nó da malha de elementos finitos.
58

4.5.1.1 Cálculo da Matriz Elementar

Para calcular os componentes da matriz elementar, deve-se ter o cuidado na escolha do


tipo do elemento Ωe , que quando unido forma um malha de elementos finitos a qual
representa a região Ω .

De acordo com estudo de o Becker et al (1981) o elemento triangular tem uma


formulação simples e utiliza menos espaço de memória no computador. Com fundamentos
nas informações utilizaremos o elemento triangular no problema 2-D.

1 
φ1(x, z) = ( x2z3 − x3z2 ) +( z2 − z3 ) x +( x3 − x2 ) z
2Ae 
1  (4.15)
φ2(x, z) = ( x3z1 − x1z3 ) +( z3 − z1) x +( x1 − x3 ) z ,
2Ae 
1 
φ3(x, z) = ( x1z2 − x2z1) +( z1 − z2 ) x +( x2 − x1 ) z 
2Ae 

é a função base, com xi e z i (i= 1, 2 e 3) sendo as coordenadas dos vértices de triângulo; e a

área do elemento Ωe é dado pelo determinante:

1 x1 z1 
1 x z2  = x2 z3 + x1 z2 + x3 z1 − x2 z1 − x3 z 2 − x1 z3 ,
 2

1 x 3 z3 

As funções lineares φ ( x j , y j ) têm a propriedade:

1, se i = j
φi ( x j , z j ) =  ,
0, se i ≠ j

Substituindo as equações (4.15) na equação (4.14), e descartando a integral de


contorno, tem-se:
59



∫   
2
σ e
∇φ i .∇ φ j + λ φ iφ j  d Ω e
= I φ ( x s , z s ) 
Ωe 

∫e σ ∇φi .∇φ j d Ω + λ ∫e σ φiφ j d Ω = Iφ ( xs , zs )
2
, (4.16)
e e e e

Ω Ω 
  ∂φ e ∂φ j ∂φ e ∂φ j  e
e e
 
σ  ∫  
d Ω + λ ∫ φi φ j d Ω  = Iφ ( xs , zs ) 
e i i 2 e e e
+
 Ω  ∂ x ∂ x ∂z ∂z  
e
Ω e

As integrais da equação (4.16) são facilmente resolvidas. Na primeira, o integrando será


constante. Na segunda utiliza-se identidade representada por Becker et al, (1981):

α ! β !γ !
∫φ
α
i φ jβ φkγ dxdx = 2 A. (4.17)
∆ (α + β + γ + 2 ) !

Pode-se observar que, devido à simetria entre i e j na equação (4.17), a matriz


elementar é simétrica e será de ordem 3 × 3. Desta forma, somente 6 termos de tal matriz
precisam ser calculados e armazenados para cada elemento triangular da malha.

4.5.1.2 Cálculo da Malha de Elementos Finitos

Parte da malha de elementos finitos usada nesta tese é visto na figura 4.3. O
procedimento adotado para gerar a malha de elementos finitos, consiste em separar os
eletrodos por 8 (oito) elementos triangulares ou por 4 (quatro) nós. Uma ordenação dos nós
foi feita na direção vertical, por coluna (Loke & Barker, 1996; Dey & Morrison,1979),
iniciando no canto superior esquerdo.

A região de interesse para a investigação é localizada, na malha, entre o primeiro e o


último eletrodo. À esquerda do primeiro eletrodo foram deixados 30 elementos triangulares
horizontais que progressivamente vão tendo seus comprimentos aumentados. Desta forma, o
contorno esquerdo da malha estará suficiente distante do primeiro eletrodo configurando,
60

assim, a extensão do meio para o “infinito”. Similarmente, o mesmo procedimento foi


implementado para a direita do último eletrodo. (Farias, 2004).

Figura. 4.3 Desenho esquemático de uma parte da malha de elementos finitos com os eletrodos e o
número nó correspondente.

Na direção vertical foram considerados 20 elementos, isto é, 18 nós, sendo 15


elementos pertencentes à região de investigação e os restantes vão, progressivamente, tendo
suas alturas aumentadas, como no caso horizontal, para representar a extensão do meio para o
infinito. Para uma sondagem com 20 eletrodos, tem-se uma malha com 106 × 18 nós.

4.6 SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES

4.6.1 Considerações Gerais

O sistema de equações lineares da equação (4.14) foi resolvido pelo método direto
(decomposição LU), sendo mais prático para problemas com várias fontes, onde L é uma
matriz triangular inferior (com os elementos da diagonal principal igual a um) e U é uma
matriz triangular superior.

A malha de elementos finitos considerada neste trabalho contém 106 × 26 nós. O


programa foi desenvolvido na linguagem FORTRAN e rodado em um computador com
processador PENTIUM IV 3 GHz, com 1 GB de RAM em aproximadamente 1,8 s.

A análise da precisão da aproximação por elementos finitos foi realizada em um


modelo com duas camadas horizontais, cuja solução analítica encontra-se no estudo de Keller
61

& Frischknecht, 1966. O erro máximo encontrado foi inferior a 1% conforme é mostrado
figura 4.4.

Figura 4.4 A figura apresenta um erro máximo menor de 1% em relação a solução analítica
encontrada em Keller, G., V.; Frischknecht, F., C.

A formulação matemática teórica, na qual se fundamenta a técnica de caminhamento


elétrico com arranjo dipolo-dipolo é definido por medidas de valores de resistividades
elétricas, efetuadas na superfície do terreno, obedecendo as seguintes equações:

∆V
ρa = K (Ω.m), (4.18)
I

Onde é o fator geométrico do arranjo geral do quadripolo AMNB (Keller &


Frischknecht, 1977), que depende somente das posições de injeção de corrente e de medida do
potencial, dado por:

−1
 1 1 1 1 
K = 2π  − + −  , (4.19)
 AM BM BN AN 

sendo AM , AN , BM e BN as distâncias entre os eletrodos.


62

No capítulo seguinte desenvolveremos a modelagem 2D para os modelos de terrenos


com heterogeneidades laterais
63

5 - MODELAGEM 2D DE TERRENO COM


HETEROGENEIDADE LATERAL

5.1 INTRODUÇÃO
Para realizar a análise da modelagem 2-D citada no capítulo anterior, consideramos
cincos modelos. Os quatro primeiros com valores de resistividades medidas por Barbosa
(2000) que correspondem aos terrenos arenosos localizados na metrópole de Belém-Pará nas
zonas de baixadas, com características de baixas resistividades. Já o quinto modelo com alta
resistividade uma característica da região Sudeste do Brasil, por apresentar rochas cristalinas.
Todos eles apresentam existência de possíveis falhas, contatos verticais, ou seja,
heterogeneidade lateral de terreno.

5.2 GEOLOGIA DO TERRENO


Na região metropolitana da cidade de Belém que apresentam cotas mais elevadas (8 a
15m acima do nível do mar), o perfil característico consiste de camada superficial de silte
arenoso de cor amarela (conhecido popularmente como “barro amarelo”), com espessura que
pode variar de 1 a 8m; subjacentes a ela encontram-se camadas alternadas de argila rija a dura
e areia medianamente compacta a compacta. (Barbosa, 2000).

Em torno de 40% da área urbana de Belém observa-se a presença de canais e igarapés,


que correspondem aproximadamente a cota de 3m abaixo do nível do mar, conhecidas como
“baixada de Belém”. È observada a existência de uma camada superficial de argila siltosa ou
argilosa silto-arenosa, com matéria orgânica, de consistência muito mole. A espessura da
camada argilosa orgânica é variável, podendo atingir ate 60m, embora na grande maioria dos
casos, apresenta-se entre 6 e 20 metros (Alencar Jr. e Santos Filho 1993). Subjacente a esse
estrato argiloso é freqüente encontrar-se uma camada resistente de areia siltosa ou argila silto-
arenosa (coloração em tons cinza claro, amarelo e vermelho, indicando a presença de óxido
ferro), de pouca espessura, podendo haver a formação de arenito ferruginoso. Abaixo desse
material resistente, normalmente encontra-se novamente argila de consistência mole a rija (em
64

alguns casos até argila orgânica). Nessas áreas as fundações são mais profundas, Figura 5.1.
(Barbosa, 2000).

Figura 5.1. Perfil geológico típico da água metropolitana da cidade de Belém Ocorrência de
sedimentos litificados a grandes profundidades (Barbosa, 2000).

O avançado estágio de ocupação da região metropolitana de Belém torna


imprescindível um melhor conhecimento do meio físico sobre o qual estão assentadas as
várias atividades humanas. Segundo Barbosa (2000) o solo da cidade de Belém deveria ser
apresentado como descrito na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 Modelo geoéletrico proposto por Barbosa (2000) para cidade de Belém-Pará
Camada Descrição Litológica Resistividade ( Ωm ) Intervalo de espessura
1 Solo / Aterro 50 ≤ ρ1 ≤ 5000 0,3 ≤ h1 ≤ 1,5

2 Siltosa com lentes arenosas 9 ≤ ρ 2 ≤ 45 2 ≤ h2 ≤ 18

3 Argila muito mole com lentes 1,5 ≤ ρ3 ≤ 8,5 2, 5 ≤ h3 ≤ 36


siltosas ou argilo arenosa

4 Arenoso ou argiloso muito 9 ≤ ρ 2 ≤ 45 3 ≤ h4 ≤ 10


compacto

A área estudada por Barbosa (2000), corresponde a trechos por onde passam ruas
paralelas a canais, bem como suas adjacências e está localizada entre os bairros de Fátima,
65

Umarizal, Marco, Pedreira e Telegrafo. Os trabalhos de campo foram executados através da


Sondagem Elétrica Vertical (SEV) empregada como auxiliar na determinação do perfil e
conseqüentemente a identificação da camada com suas resistividades. Foram realizadas 23
SEVs para o estudo de Barbosa (2000). Neste trabalho foram usadas somente quatro SEVs .
Os resultados da interpretação das SEVs e para este trabalho está representada na Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Resultado da interpretação quantitativa das 4 SEVs efetuadas na cidade de Belém – Pará.
Barbosa (2000)
RESISTIVIDADE DAS ESPESSURAS DAS
CAMADAS ( Ωm ) CAMADAS ( m )
SEVs
ρ1 ρ2 ρ3 ρ4 h1 h2 h3 h4

1 33 152 82 0,2 7

2 64 267 98 0,7 5,4

3 64 270 743 130 0,4 0,8 8,3

4 93 11 4 241 1.3 3.1 14

Aqui, é mostrado o perfil longitudinal de sondagem, ou perfil geotécnico longitudinal


através da Figura 5.2, localizado a 9 de janeiro entre Antônio Barreto e Oliveira Belo, os
dados de SPT (SPT (Standard Penatration Test ou Sondagem de Simples Reconhecimento a
Percussão), representa um corte no subsolo na posição de duas ou mais sondagens.
Figura 5.2 Perfil longitudinal da sondagem á rua 9 de janeiro entre Antônio Barreto e Oliveira Belo, os dados de SPT.

66
Barbosa, (2000)
67

5.3 MODELOS

Para verificar se as heterogeneidades do solo podem ser observadas a partir dos


valores das resistividades mostrada na Tabela 5.1, vai se realizar nesta seção uma modelagem
direta para um meio 2-D. Neste trabalho, foram considerados cinco modelos para este fim
sendo os quatro primeiros modelos de baixa resistividade compreendidos entre os bairros de
Fátima e Marco com os perfis aproximados da Figura 5.2 que é uma característica do solo
metropolitano de Belém do Pará e o quinto modelo com alta resistividade que é uma
característica da regiões cristalinas. Para o modelo 2-D os dados de medidas foram gerados
usando o arranjo dipolo-dipolo com espaçamento entre os eletrodos de 2m. O número total de
eletrodos usados nesta sondagem foi de 20 com números de medidas por espaçamento (n-
spacing) igual a 8. Logo, nossa malha será de 106 × 30 , sendo a região de investigação dada
por 76 × 10 células, conforme descrito no capítulo 4.

Foram considerados cincos modelos, sendo os quatro primeiros de baixas


resistividades aferidas por Barbosa (2000) da cidade de Belém do Pará e o ultimo de altas
resistividades característica da região Sudeste. Denominaremos os modelos de baixas
resistividades e de altas resistividades.

5.3.1. – MODELOS DE BAIXAS RESISTIVIDADES

a) PRIMEIRO MODELO
Consideramos como primeiro modelo de solo uma região constituída de argilas e siltes
ligados a manguezais segundo uma das SEVs apresentadas na Figura 5.2 com resistividade
de 33Ωm , em contato com outras duas regiões de resistividade 152Ωm e 82Ωm
respectivamente. Barbosa, (2000)
68

(a) (b)

(c)
(d)

Figura. 5.3 (a) Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado cujo perfil das sondagens do
subsolo nas direções das setas R1 , R2 e R3 com resistividades (b) 33Ωm , 152Ωm e 82Ωm c)
33Ωm e 152Ωm (d) 33Ωm e 82Ωm .

Nas Figuras 5.3 (c) e (d) observa-se um desenho esquemático com medidas das
resistividades do terreno nas direções das setas R1 e R2 apresentando um solo de duas
camadas tendo resistividade igual 33Ωm . Já em (b) a mensuração da resistividade do solo
apresenta um solo não homogêneo entre as duas camadas que correspondem a segunda
camada do terreno.

Os resultados das aplicações das modelagens 2D são apresentados nas Figuras 5.4 e 5.5.

Como nas Figuras 5.4 e 5.5 ilustram as pseudoseções de eletrorresistividade, realizada


conforme as coletas das medidas de resistividades feitas pelo arranjo dipolo-dipolo nas
direções R1 , R2 e R3 . Nota-se na Figura 5.4 que as pseudosecções das duas camadas são

praticamente idênticas, considerando o intervalo de contorno de 33Ωm , que corresponde a


aproximadamente 1% entre os valores de contorno mínimo e máximo ( 82Ωm e 152Ωm ).
69

a)

b)

Figura. 5.4 Modelagem direta 2D do solo para o primeiro modelo com resistividades : (a) 33Ωm e
152Ωm na direção de medição da seta R1 e (b) 33Ωm e 82Ωm na direção de medição da seta
R2 .

O modelo geológico apresentado nas Figuras 5.3 (c) e (d) mostra um desenho
esquemático de um solo estratificado com duas camadas com resistividades iguais a 33Ωm ,
152Ωm e 33Ωm , 82 Ω m respectivamente. Através da modelagem 2D as Figuras 5.4 (a) e (b)
apresentam o solo sem falhas geológicas com um comportamento de um solo homogêneo.
70

Figura. 5.5 Modelagem direta 2D do solo com resistividades 33Ωm , 152Ωm e 82Ωm na direção da seta
R3 , obtido com o arranjo diplo-dipolo que corresponde a Figura 5.3 (b) do desenho esquematizado do
terreno. A modelagem 2D evidencia um contraste de resistividades na superfície detectando contato
geológico vertical.

Na Figura 5.5 a resposta aparente obtida através da modelagem 2D a imagem


apresentada um solo com comportamento irregular, isto é, da direita para a esquerda imitando
várias curvas nas cores avermelhada escura e avermelhada clara, amarelada e verde claro
numa faixa que vai de 60Ωm e 100Ωm de resistividades e outra parte inclinada do solo que
vem da esquerda para direita na cor azul numa faixa 60Ωm a 40Ωm . O que mostra presença
de contato vertical no terreno estudado.

b) SEGUNDO MODELO
O segundo modelo de solo considerado é caracterizado por grânulos de quartzo e
arenito ferruginizado segundo uma das SEVs apresentada na Figura 5.2 com resistividade de
64Ωm , em contato com outras duas regiões de resistividade 267 Ωm e 98Ωm
respectivamente. Barbosa, (2000).

(a)
(b)
71

(c) (d)

Figura. 5.6 (a) Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado cujo perfil das sondagens do
subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 , R4 e R5 com resistividades (b) 64Ω m e 267Ωm (c) 64Ωm ,
98Ωm e 267 Ω m . (d) 64Ωm , 98Ωm e 267Ωm

Nas Figuras 5.6 (b) e (c) observa-se um desenho esquemático com medidas das
resistividades do terreno nas direções das setas R2 , R3 e R4 apresentando um solo de duas

camadas tendo resistividade igual 64Ωm . Já em (d) a mensuração da resistividade do solo


apresenta um solo não homogêneo entre as duas camadas, que corresponde a segunda camada
do terreno.

Os resultados das aplicações das modelagens 2D são apresentados nas Figuras 5.7 e 5.8.

As Figuras 5.7 e 5.8 ilustram as pseudoseções de eletrorresistividade, realizada conforme as


coletas das medidas de resistividades feitas pelo arranjo dipolo-dipolo nas direções R2 , R3 ,

R4 e R5 . Nota-se na Figura 5.7 que as pseudosecções das duas camadas são praticamente

idênticas, considerando o intervalo de contorno de 64 Ω m , que corresponde a


aproximadamente 1% entre os valores de contorno mínimo e máximo ( 98Ωm e 267Ωm ).
72

a)

b)

Figura. 5.7 Modelagem direta 2D do solo para o segundo modelo com resistividades: (a) 64Ωm e
267Ωm medidas nas direções das setas R2 e R5 . e (b) 64Ωm , 98Ωm e 267Ωm nas direções das setas R3

e R4

Na Figura 5.6 o desenho esquemático de dois solos (a) e (b) contém duas camadas
com resistividades 64Ωm , 267Ωm e outro com três camadas com resistividades 64Ωm ,
98Ωm e 267Ωm mas direção das setas R2 , R5 e R3 , R4 respectivamente. Que através da
modelagem 2D as Figuras 5.7 (a) e (b) observamos uma semelhança nas resistividades das
primeiras camadas serem iguais 64Ωm , com isto, o solo comporta-se como solo homogêneo
sem falhas geológicas.
73

Figura. 5.8 Modelagem direta 2D do solo com resistividades 64Ωm , 98Ωm e 267Ωm na direção da
seta R1 , obtido com o arranjo diplo-dipolo que corresponde a Figura 5.6 (d) do desenho esquematizado
do terreno. A modelagem 2D evidencia um contraste de resistividade na superfície detectando contato
geológico vertical.

A Figura 5.8 o solo comporta-se de maneira irregular na faixa entre 80Ωm a 120Ωm
e 120Ωm a 140Ωm correspondendo a Figura 5.6 (d) desenho esquemático visto que, a
medição da resistividade é feita na direção da seta R1 . Na Figura 5.8 o comportamento do solo
é devido a duas inclinações das camadas do solo que vem uma a esquerda para a direta na cor
azul numa faixa de 80Ωm a 120Ωm de resistividades e outra inclinação da direita para a
esquerda na cor avermelhada numa faixa de resistividade que varia de 120Ωm a 140Ωm
fazendo um contorno inclinado nas camadas. O que mostra presença de contato vertical no
terreno estudado.

c) TERCEIRO MODELO
Consideramos como terceiro modelo o solo do tipo de região formada por grânulo de
quartzo e arenito ferruginizado segundo uma das SEVs apresentada na Figura 5.2 com
resistividade de 64Ωm , em contato com outras três regiões de resistividade 270Ωm , 743Ωm
e 130Ωm respectivamente. Barbosa, (2000).
74

(a)
(b)

(c) (d)

Figura. 5.9 (a) Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado cujo perfil das sondagens do
subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 , R4 , R5 e R6 com resistividades (b) 64 Ω m , 270Ω m e
743Ωm . (c) 64Ωm , 270Ωm e 130Ωm (d) 64Ω m , 270Ωm , 743Ωm e 130Ωm .

Nas Figuras 5.9 (b) e (c) observa-se um desenho esquemático com medidas das
resistividades do terreno nas direções das setas R2 , R3 e R5 apresentando um solo de três
camadas tendo resistividade igual 64Ωm . Já em (d) a mensuração da resistividade do solo
apresenta um solo não homogêneo entre as duas camadas, que corresponde a terceira camada
do terreno.

Os resultados da aplicação das modelagens 2D são apresentados nas Figuras 5.10 e 5.11.

As Figuras 5.10 e 5.11 ilustram as pseudoseções de eletrorresistividade, realizadas


conforme as coletas das medidas de resistividades feitas pelo arranjo dipolo-dipolo nas
direções R2 , R3 , R4 e R5 . Nota-se a Figura que as pseudosecções das duas camadas são
praticamente idênticas, considerando o intervalo de contorno de 64Ωm , 270Ωm , 743Ωm e
64Ωm , 270Ω m 130Ωm que corresponde a aproximadamente 1% entre os valores de contorno
mínimo e máximo ( 743Ωm e 130Ωm ).
75

a)

b)

Figura. 5.10 Modelagem direta 2D do solo para o primeiro modelo com resistividades : (a) 64 Ωm ,
270Ωm e 743Ωm na direção da seta R2 e (b) 64Ωm , 270Ωm e 130Ωm na direção da seta R3 , R4 e

R5 .

Comparando as Figuras 5.9 (b) e (c) com as figuras 5.10 (a) e (b) encontramos solos contendo
três camadas, sendo a primeira e a segunda camada com resistividades idênticas as 64Ωm e
270Ωm diferenciando da terceira pelas resistividades iguais a 743Ωm e 130Ωm medidas nas
direções das setas R2 , R3 , R4 e R5 . Visto que, nessas direções R2 , R3 , R4 e R5 o solo apresenta-
se como solo de três camadas não apresentando qualquer falha geológica, assim o solo é um
solo homogêneo.
76

Figura. 5.11 Modelagem direta 2D do solo com resistividades 64Ωm , 270Ωm , 743Ωm e 130Ωm nas
direções das setas R1 e R6 , obtido pelo o arranjo diplo-dipolo que corresponde a Figura 5.9 (d) do

desenho esquematizado do terreno . A modelagem 2D evidencia um contraste de resistividades na


superfície detectando contato geológico vertical.

Na Figura 5.11 o solo comporta-se de maneira irregular na faixa entre 180Ωm e 120Ωm
visto na figura um pedaço inclinado de uma ponta de rocha avermelhada do solo que vem da
direita para a esquerda logo após uma outra faixa horizontal na parte de cima do solo na cor
azulado numa faixa de resistividade de 100Ωm . O que mostra presença de contato vertical no
terreno estudado.

d) QUARTO MODELO
O modelo consiste de uma região do tipo formado por igarapé segundo uma das SEVs
apresentada na Figura 5.2 com resistividade de 93Ωm , em contato com outras três regiões de
resistividade 11Ωm , 4Ωm e 241Ωm respectivamente. Barbosa, (2000).

(a) (b)
77

(c) (d)

Figura. 5.12 (a) Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado cujo perfil das sondagens
do subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 e R4 com resistividades (b) 93Ωm , 11Ωm , 4Ω m e
241Ωm (c) 93Ωm e 241Ωm . (d) 93Ωm , 11Ωm , 4Ω m e 241Ωm .

Nas Figuras 5.12 (b) e (c) observa-se um desenho esquemático com medidas da
resistividade do terreno nas direções das setas R2 , R3 , R4 e R5 apresentando dois tipos de
solos: um com quatro camadas e outro com duas camadas com resistividades iguais a 93Ωm ,
11Ωm , 4Ωm , 241Ωm e 93Ωm , 241Ωm , sendo a primeira camada dos dois solos com
resistividades idênticas a 93Ωm . Já em (d) a mensuração da resistividade do solo apresenta
um solo com falhas geológicas, isto é, solo não homogêneo entre as duas camadas com
resistividades iguais a 11Ωm , 4Ωm que corresponde a segunda e terceira camada do terreno
estudado.

Os resultados da aplicação das modelagens 2D são apresentadas nas Figuras 5.13 e 5.14.

As Figuras 5.13 e 5.14 ilustram as pseudoseções de eletrorresistividade, realizadas conforme


as coletas das medidas de resistividades feitas pelo arranjo dipolo-dipolo nas direções R2 , R3 ,

R4 e R5 . Nota-se na Figura 5.13 que as pseudosecções da primeira e quarta camada são

praticamente idênticas com resistividades iguais a 93Ωm e 241Ωm , considerando o intervalo


de contorno de 93Ωm , que corresponde a aproximadamente 1% entre os valores de contorno
mínimo e máximo ( 93Ωm e 241Ωm ).
78

a)

b)

Figura. 5.13 Modelagem direta 2D do solo para o quarto modelo com resistividades: (a) 93Ωm ,

11Ωm , 4 Ω m e 241Ω m na direção da seta R2 e (b) 93Ωm e 241Ωm nas direções das setas
R3 , R4 e R5 .

Na Figura 5.12 o desenho esquemático de dois solos (b) e (c) um contendo quatro camadas
com resistividades 93Ωm , 11Ωm , 4Ω m e 241Ωm e outro com duas camadas com
resistividades 93Ωm e 241Ωm nas direção das setas R2 e R3 , R4 e R5 respectivamente. Que
através da modelagem 2D as Figuras 5.13 (a) e (b) observamos uma semelhança nas
resistividades das primeiras e quarta camadas serem iguais 93Ωm e 241Ωm , com isto, o solo
comporta-se como solo homogêneo sem falhas geológicas.
79

Figura. 5.14 Modelagem direta 2D do solo com resistividades 93Ωm , 11Ωm , 4 Ω m e 241Ωm na
direção da seta R1 , obtido com o arranjo diplo-dipolo que corresponde a Figura 5.12 (d) do desenho
esquematizado do terreno. A modelagem 2D evidencia um contraste de resistividades na superfície
detectando contato geológico vertical.

A Figura 5.14 o solo comporta-se de maneira irregular na faixa entre 10Ωm a 40Ωm
correspondendo a Figura 5.12 (d) desenho esquemático, visto que, a medição da resistividade
é feita na direção da seta R1 . Esse comportamento do solo visto na Figura 5.14 é devido a duas
inclinações das camadas do solo que vem uma da esquerda para a direta nas cores verde,
amarelo e avermelhado numa faixa de 20Ωm a 40Ωm de resistividades e outra inclinação da
direita para esquerda na cor azulada numa faixa de resistividade que varia de menos de 10Ωm
fazendo um contorno inclinado nas camadas. O que mostra presença de contato vertical no
terreno estudado.

5.3.2. – MODELO DE ALTA RESISTIVIDADE


O modelo consiste de uma região situada na região Sudeste do Brasil por apresentar
altas resistividades. Aqui, considera-se uma região com resistividades 1000Ωm , em contato
com outras duas regiões de resistividade 1500Ωm , 2000 Ωm respectivamente.
80

(a) (b)

(c) (d)

Figura. 5.15 (a) Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado cujo perfil das sondagens
do subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 e R4 com resistividades (b) 1000Ω m , 1500Ωm e
2000Ωm (c) 1000Ω m e 2000Ωm . (d) 1000Ω m , 1500Ωm e 2000Ωm .

Nas Figuras 5.15 (c) e (d) observa-se um desenho esquemático com medidas da
resistividade do terreno nas direções das setas R2 , R3 e, R4 apresentando dois tipos de solos:

um com duas camadas e outro com três camadas com resistividades iguais a 1000Ωm ,
2000Ωm e 1000Ωm , 1500Ωm , 2000Ωm respectivamente. Sendo a primeira camada dos
dois solos com resistividades iguais a 1000Ωm . Já em (d) a mensuração da resistividade do
solo apresenta um solo com falhas geológicas, isto é, solo não homogêneo entre as duas
camadas com resistividades iguais a 1500Ωm , 2000Ωm que correspondentes a segunda e
terceira camada do terreno estudado.

Os resultados da aplicação das modelagens 2D são apresentadas nas Figuras 5.16 e 5.17.

As Figuras 5.16 e 5.17 ilustram as pseudoseções de eletrorresistividade, realizadas conforme


as coletas das medidas de resistividades feitas pelo arranjo dipolo-dipolo nas direções R2 , R3
e R4 . Nota-se na Figura 5.16 que as pseudosecções da primeira e quarta camada são
praticamente idênticas com resistividades iguais a 1000 Ω m e 2000Ωm , considerando o
81

intervalo de contorno de 1000Ωm , que corresponde a aproximadamente 1% entre os valores de


contorno mínimo e máximo (1000Ωm e 2000Ωm ).

a)

b)

Figura. 5.16 Modelagem direta 2D do solo para o quarto modelo com resistividades: (a) 1000Ω m e
2000Ωm na direções das setas R2 e R4 (b) 1000Ω m , 1500Ω m e 2000Ωm na direção da seta R3

Na Figura 5.15 o desenho esquemático de dois solos (c) e (d) um contendo duas camadas
com resistividades 1000Ω m , 2000Ωm e outro com três camadas com resistividades
1000Ωm , 1500Ωm e 2000Ωm mas direção das setas R2 , R4 e R3 respectivamente. Através
da modelagem 2D as Figuras 5.16 (a) e (b) observamos uma semelhança nas resistividades
das primeiras e terceira camadas serem iguais 1000Ω m e 2000Ωm , com isto, o solo
comporta-se como solo homogêneo sem falhas.
82

Figura. 5.17 Modelagem direta 2D do solo com resistividades 1000Ωm , 1500Ωm e 2000Ωm na direção
da seta R1 , obtido com o arranjo diplo-dipolo que corresponde a Figura 5.15 (b) do desenho
esquematizado do terreno. A modelagem 2D evidencia um contraste de resistividades na superfície
detectando contato geológico vertical.

A Figura 5.17 o solo comporta-se de maneira irregular na faixa entre 1200Ω m a


1400 Ω m correspondendo a Figura 5.15 (b) desenho esquemático visto que, a medição da
resistividade é feita na direção da seta R1 . Esse comportamento do solo visto na Figura 5.17 é
devido a uma deformação no nível do solo nas cores avermelhado, amarelo e esverdeado
numa faixa de resistividade que varia de 1200Ωm a 1400Ωm , e outra parte numa de um bloco
de solo numa posição vertical inclinado do lado direito para a esquerda na cor azulada numa
faixa de resistividades que variam de 1150Ωm a 1300Ωm . O que mostra presença de contato
vertical no terreno estudado.

5.4 CONCLUSÃO
Mudando-se o sentido da aferição da resistividade do subsolo, principalmente na
direção R1 conforme, as Figuras 5.3, 5.6, 5.9, 5.12 e 5.15 nas direções R1 , R3 e R4 observou-
se que o subsolo não se comporta como um meio homogêneo, devido às falhas geológicas
existentes, de acordo com as Figuras 5.5, 5.8, 5.11, 5.14 e 5.17 os quais se tornam importantes
na pseudoseção da resistividade do solo. As falhas são estruturas comuns em diversos
ambientes geológicos as quais pode está associada uma série de feições de interesse para a
prospecção. Segundo Holmes & Holmes (1987), falhas são descontinuidades que se deslocam
83

uma em relação a outra e podem apresentar rejeitos milimétricos a quilométricos. Essa


situação é preocupante, pois esse problema pode afetar o projeto da malha do aterramento.

Aqui, mostramos como é importante considerar todas as medidas das resistividades do


solo para um sistema de aterramento. Assim, a não consideração de algumas medidas das
resistividades médias em que estejam acima do desvio padrão, isto é,

ρ ammédia − ρ am
Desvio = × 100 ≥ 50% afetarão na variação das resistividades do solo em
ρ ammédia
função da direção tomada.
84

6 - INVERSÃO

6.1 INTRODUÇÃO

O uso da técnica de inversão na interpretação de dados eletroresistivos começou na


década de 70, junto com o desenvolvimento do computador. Seu mérito está no caráter
estatístico dado a interpretação que segundo Gol’tsmam (1977) resultou numa distribuição
mais econômica e racional dos esforços e meios de interpretação de dados geofísicos.

A inversão dos dados de sondagem geoelétrica envolve uma operação direta nos dados
de campo para um determinado modelo que irá fornecer uma resposta. Para se obter isso, uma
combinação numérica aplica aproximações iterativas modificando os parâmetros do modelo
inicial adaptado, tal que, um modelo forneça um melhor ajuste entre os dados de campo e os
parâmetros iniciais no sentido de minimizar a função objetivo quadrática, C (x ) , da forma
descrita por Xia et al (1994). Aqui, adotaremos uma mesma metodologia usada na seção
anterior (modelagem direta). A região investigada foi subdividida em 1520 subdomínios aos
quais a condutividade foi considerada constante. O número de parâmetro a ser investigado é
igual ao número de sub-regiões.

6.2 FUNÇÃO OBJETIVO

Definimos o vetor residual e (x ) como um vetor cujo j − ésimo elemento é o erro


residual da medida. Assim, o erro residual está definido como a diferença entre a resposta
obtida pela modelagem direta e as medidas:

e1 ( x )   s1 ( x ) − d1 
α

.  . 
e (x ) =   =   = S (x ) − d α , (6.1)
.  . 
   
eM ( x )   sM ( x ) − d Mα 
85

sendo M o número de medidas, d αj e s j as medidas dos dados e as respostas obtidas pela

modelagem direta, respectivamente. Assim, o vetor com os dados de medidas e o vetor com
os parâmetros do modelo são representados respectivamente, como:

d α =  ra11 ra12 ra13 ........raln ra21 ra22 .....raij  , (6.2)

sendo ra11 ra12 ra13 ........raln ra21 ra22 .....raij as resistividades aparentes obtidas a partir das medidas

de potencial através do arranjo dipolo-dipolo. Os índices i e j são referentes aos pares de


eletrodos de corrente e potencial, respectivamente.

x = [σ 1 σ 2 σ 3 ........σ N ] , (6.3)

O vetor contendo as condutividades elétricas (σ 1 σ 2 σ 3 ........σ N ) de cada elemento da

discretização da região de interesse é o que representa o vetor dos parâmetros do modelo.


Sendo N o número de subdomínio (1520 elementos triangulares) da região investigada.

Iremos expressar as equações (6.2) e (6.3) em uma escala logarítmica devido as


grandes variações nos valores de condutividade em ambientes geológicos, isto é.

x = [ ln(σ 1 ) ln(σ 2 ) ln(σ 3 )........ln(σ N )]

d α =  ln( ra11 ) ln(ra12 ) ln(ra13 )........ln(ra1n ) ln(ra21 ) ln(ra22 )........ln(raij ) 

Os problemas de inversão em Geofísica são mal – postos e uma maneira de restringir a


solução obtida por inversão é introduzir informações a priori. Desta forma, a escolha da
função objetivo (ou função custo) é fundamental para o bom desenvolvimento do processo.
86

Assim, a inversão de dados da resistividade foi realizada para minimização da função objetivo
quadrática, C ( x ) , da forma descrita por Xia et al (1994), isto é

1 
C(x ) = {
µ  Wd .e ( x ) − ed  + Wx ( x − xr )
2 
2


2
}, (6.4)

O fator escalar µ é o multiplicador de Lagrange (também conhecido como parâmetro


de regularização) é um parâmetro que determina a importância dos dois termos da função
objetivo;

onde
• x é um vetor contendo os parâmetros do modelo (resistividade ou condutividade) de
cada subdomínio;
• x r é um vetor de referência, contendo informação a priori, tais informações obtidas a
partir de testemunhos de rochas;
• ed é um valor preestabelecido de ajuste dos dados;

Na função objetivo definida pela equação (6.4) o segundo termo é denominado de


termo de regularização, de acordo com Xia et al (1994). Esse termo de regularização é
importante para introduzir informações a priori para atenuar as ambigüidades (não-unicidade)
da solução do problema inverso e, reduzir possíveis amplificações de erros na determinação
dos parâmetros do modelo (resistividade ou condutividade), os quais estão presentes nas
medidas devido ao inevitável ruído. Assim sendo, a instabilidade na inversão é causada pelas
grandes variações nos parâmetros do modelo devido às amplificações de erros.

6.3 MÉTODO DE GAUSS-NEWTON

O problema apresentado aqui é de otimização não-linear para o qual emprega-se o


método iterativo de Gauss-Newton. Esta técnica é baseada em uma representação quadrática
da função custo.
O modelo quadrático é formado tomando-se os três primeiros termos da expansão por
série de Taylor da função custo (6.4) em torno da k − ésima iteração ( x k ), assim:
87

1
C ( xk + ∆xk ) ≈ C ( xk ) + g H ( xk ).∆xk + ∆xk .G ( xk ).∆xk (6.5)
2

onde H indica a transposição e ∆ x k = x k +1 − x k é o incremento do vetor dos parâmetros x k


em direção ao ponto estacionário da função custo C ( x k ) . g ( x) = ∇C ( x) é o vetor gradiente da
função custo, ou seja:

 ∂C 
g ( x ) = ∇C ( x ) =  g n ≡ , n = 1,2,3,...., N  (6.6)
 ∂x n 

= µ J H ( x ).WdT .Wd .e ( x ) + WxT .Wx .( x − x p ),

onde
• xn é a n − ésima componente do vetor dos parâmetros do modelo x ;

• WxT .Wx é a matriz inversa da matriz covariância do modelo a qual representa o grau

de confiança no vetor de referencia ( x r ) , é também uma informação a priori para a


solução do problema de inversão;

• WdT .Wd é a inversa da matriz covariância dos dados, cujo termo no processo de
inversão descreve estimativas das incertezas oriundas de contaminação por ruídos dos
dados medidos. De acordo com as estimativas de variância para cada medida, WdT .Wd
estima a correlação entre os erros. Segundo Habashy (2004) se os dados de medidas
são contaminados por um ruído estacionário e descorrelacionado, então
Wd = diag (δ j ) , sendo δ j o desvio padrão rms do ruído para a j − ésima medida;

• e J ( x) é uma matriz cuja dimensão é M × N denominada de Jacobiano e é dada por:


88

 ∂e 
J ( x) =  m , m = 1,2,3,  , M ; n = 1,2,3, , N  =
 ∂x n 
 ∂S1 ∂S1 ∂S1 
 ∂x  
∂x j ∂x N 
 1 
       (6.7)
 ∂S i 
∂S i

∂S i 
=  ∂x ∂x j ∂x N 
 1 
      
 ∂S M 
∂S M

∂S M 
 ∂x1 ∂x j ∂x N 

G ( x) = ∇∇C ( x) é o Hessiano da função custo o qual é um matriz simétrica de ordem N × N


dada por:

 ∂ 2C 
G ( x ) = ∇∇C ( x) = Gnm = , n, m = 1, 2, 3,  , N  =
 ∂xn ∂xm  (6.8)
= W x .W x + µ  J ( x) ⋅WdT ⋅W d ⋅ J ( x) + Q( x )  ,
T H

 

M
onde Q ( x) = ∑ f m ( x) Fm H ( x) e f m ( x) o m − ésimo elemento do vetor f ( x) = W d ⋅ e( x) , e
m =1

 ∂2 fm 
F m ( x) = ∇∇f m ( x) =  i, j = 1, 2, 3,  , N  .
 ∂xi ∂x j 

No método de Gauss-Newton desprezam-se as derivadas de segunda ordem da função


custo com relação aos componentes do vetor dos parâmetros do modelo ( x ), ou seja, não

considera-se o termo Q ( x) no Hessiano. Assim, o Hessiano, no método de Gauss-Newton,


será dado por:

T  H T  (6.9)
G ( x ) = W x .W x + µ  J ( x) ⋅W d ⋅W d ⋅ J ( x) + Q ( x)  .
 
89

O mínimo de (6.5) é obtido quando ∆xk for um mínimo da função quadrática


H 1 H
φ (∆ x) = g ( x k ) ⋅ ∆ x + ∆ x ⋅ G ( x k ) ⋅ ∆ x . (6.10)
2

A função φ (∆ x) tem um ponto estacionário (ponto crítico) em ∆ x 0 , somente se o gradiente de

φ (∆ x) for para zero em ∆ x 0 , isto é:

H
∇φ ( ∆ x 0 ) = g ( x k ) + G ( x k ) ⋅ ∆ x 0 = 0 . (6.11)

Assim, o ponto estacionário ∆ x 0 da função φ (∆ x) será a solução do sistema de equações


lineares:

−1
G( x k ) ⋅ ∆ x 0 = − g ( x k ) ou ∆ x 0 = −G ( x k ) ⋅ g ( x k ) (6.12)

Dependendo da definição da matriz Hessiano, o ponto estacionário dado por (6.12)

pode ser um ponto de mínimo, máximo ou de sela. Se G (x) não é singular, então o sistema
linear apresentado em (6.9) tem solução única, dada por:

N
1
∆x0 = −G −1 (xk ) . g (xk ) = -∑ (v jH . g ) v j . . (6.13)
j=1 λj

onde λ j e v j os autovalores e os autovetores ortonormais correspondentes da matriz

Hessiano G . Substituindo (6.12) em (6.5), obtém-se:

1 H
C ( x k + ∆ x k ) ≅ C ( x k ) − g ( x k ) ⋅ G ( x k ) ⋅ g ( x) (6.14)
2

Substituindo (6.13) em (6.14), chega-se a:


90

1 N 1 H
C ( xk + ∆ x0 ) − C ( xk ) ≅ − ∑ (v j ⋅ g ) 2 .
2 j =1 λ j
(6.15)

Por (6.12) pode-se verificar que se G ( x) for uma matriz positiva definida, então a
forma quadrática da função custo dada por (6.5) tem ponto estacionário único. Além disso, a
direção que conduz a função custo a valores decrescentes é a de ∆x0 . A partir dessa análise,

escolhe-se ∆xk = ∆x0 como a direção de procura do mínimo de C ( x) . Por outro lado, se o
Hessiano for uma matriz indefinida, então a aproximação quadrática terá também um único
ponto estacionário, porém a direção de ∆x0 não será necessariamente uma direção

descendente, haja vista que C ( x k + ∆ x 0 ) − C ( x k ) pode não diminuir.

De acordo com Habashy (2004), a condição sobre a matriz Hessiano G (x) em ser
singular ou não singular e sua definição (positiva, negativa definida ou indefinida) pode ser
ajustada por uma escolha apropriada do parâmetro de regularização µ .

A direção de busca ∆xk dada por (6.12) é denominada de direção de pesquisa de


Gauss-Newton. A razão de convergência do método de Gauss-Newton é ligeiramente superior
a convergência linear, mas não chega a possuir convergência quadrática.

6.4 DIREÇÃO DE PESQUISA

Supondo que o vetor ∆ x k dado por (6.12) seja a direção de decréscimo da função
custo, pode ocorrer da nova aproximação x k + ∆ x k não reduzir de forma consistente ou até
mesmo nem diminuir o valor da função custo indicando que a aproximação quadrática na
vizinhança de x k (6.5) não é uma boa representação da função objetivo. Uma forma de
atenuar este problema é adotar um algoritmo de direção de pesquisa onde se busca um valor
real positivo vk , denominado de comprimento (ou tamanho) do passo, ao longo da direção de

procura ∆ x k .
91

A direção de pesquisa produz uma nova iteração, x k +1 = x k + ν k ∆ x k , aceitável e que


diminuirá suficientemente a função custo. Neste trabalho adota-se o procedimento
desenvolvido por Habashy (2004) e que será descrito a seguir.

O algoritmo consiste em se adotar um valor para o tamanho do passo que reduza a


função custo de C ( x k ) para C ( x k + ν k ∆ x k ) de no mínimo um valor pré-estabelecido α da

razão inicial de decréscimo nas proximidades de x k ao longo da direção ∆ x k , isto é:

C ( x k + ν k ∆ x k ) ≤ C ( x k ) + αν k δC k +1 . (6.16)

Onde 0 < α < 1 é uma quantidade que normalmente é ajustada para valores pequenos de
forma que poucas reduções no valor da função custo sejam necessárias; δ Ck +1 é a razão de

decréscimo de C ( x) em x k na direção de ∆ x k e é dada por:

∂C ( x k + ν k ∆ x k ) H
δC k +1 = = g (x k ) ⋅ ∆x k . (6.17)
∂ν ν =0

O cálculo dos valores vk o qual é feito de forma iterativa, consiste em buscar o

mínimo da função f (ν ) = C ( x k + ν k ∆ x k ) , a qual aproxima-se pela função quadrática:

f (ν ) ≅ a + bν + cν 2 .

onde as constantes a, b e c são obtidas a partir das informações:

f (0) = C ( x k ), (6.18)

∂f (0)
= δ Ck +1 , (6.19)
∂ν

e
f (ν km ) = C ( x k + ν km ∆ x k ) (6.20)
92

onde m = 0, 1, 2, ... é o número de iterações no cálculo de vk .

De (6.18), (6.19) e (6.20) obtém-se:


a = C(x k )

b = δC k +1

1
c=
(ν km ) 2
[C ( x k + ν km ∆ x k ) − C ( x k ) − ν kmδC k +1 ]

Como vk .é o mínimo de f (ν ) , então,:

b (ν m ) 2 δC k +1
ν km +1 = − =− k (6.21)
2c 2 C ( x k + ν k ∆ x k ) − C ( x k ) − ν kmδC k +1
m

O procedimento consiste em primeiro aplicar o método de Gauss-Newton e impor


vk = 1 , se o critério dado em (6.16) não for satisfeito, então se atualiza (reduz) o valor de vk
através de (6.21) até que a condição (6.16) seja satisfeita. Lembrando que este procedimento
de redução de vk é realizado na direção de ∆ x k .

6.5 A ESCOLHA DO MULTIPLICADOR DE LAGRANGE

Existem vários critérios para a escolha do multiplicador de Lagrange ( µ ). Loke &


Barker (1996) iniciaram o procedimento de inversão com um valor inicial µ0 para o
parâmetro de regularização µ e a cada iteração usaram um fator de amortecimento (cooling
*
schedule) dado por: µ k +1 = λ µ k ; onde eles assumiram λ = 0.5 . Este mesmo procedimento
foi usado por Routh et. al (1998), porém o fator de amortecimento adotado por estes foi:

 α
2

W d (d − F ( x) −χ

λ = max 0.5, .
 χ 
 
93

Esta metodologia, embora seja computacionalmente veloz, mostrou-se pouco eficiente.

Oldenburg & Li (1994) forçaram o valor de µ ser positivo fazendo a substituição

µ = eα ou µ = α 2 e determinaram α a partir da equação:

W d ⋅ e{x k + ∆ x k (α )} = χ .

De acordo com Oldenburg & Li (1994) este critério requer que se execute três ou
quatro modelagens diretas para atingir um valor aceitável para o multiplicador de Lagrange o
que deixa o processo de inversão mais lento.

Xia et. al (1994) desenvolveram uma estratégia para a determinação do multiplicador


de Lagrange ( µ ) a qual corresponde a escolha de pequenos valores para µ nas iterações
iniciais, dando mais peso sobre o segundo termo da função custo (6.4). Com o decorrer das
iterações, os dados do modelo reconstruído aproximam-se de seus valores verdadeiros
deixando a aproximação quadrática da função custo (6.5) mais precisa, portanto, mais peso
será dado ao primeiro termo da função custo. Isso corresponde a valores elevados para o
parâmetro de regularização ( µ ). Um critério para a escolha do multiplicador de Lagrange
correspondente ao exposto acima é limitá-lo pela seguinte desigualdade:

1
máx{menores valores de τ m } << << min{maiores valores de τ m } (6.22)
µ

onde τ m são os autovalores da matriz:

−1 H T −1
H = [W x ]T ⋅ J ( x) ⋅ W d ⋅ W d J ( x) ⋅ W x . (6.23)

Para aplicar este critério é necessário determinar os auto valores da matriz H o que eleva o
custo computacional do processo de inversão. Observando isso, Habashy (2004) criou um
critério alternativo baseado na condição dada por (6.22), mas diferente em sua
implementação.
94

Habashy (2004), adaptativamente, varia o valor do multiplicador de Lagrange ( µ ) em

cada iteração de acordo com a amplitude da iteração anterior x k , da seguinte forma:

1 ∆xk
=β (6.24)
µ xk

onde β é um valor constante independente de cada iteração.

De acordo com este critério, o parâmetro de regularização ( µ ) assumirá pequenos

valores quando ∆ x k sofrer grandes variações. Como conseqüência desse comportamento, a


função custo (6.4) terá maior influência de seu segundo termo. Por outro lado, quando ∆ x k
sofrer pequenas variações, o multiplicador de Lagrange ( µ ) assumirá valores relativamente
grandes dando, dessa forma, mais peso ao primeiro termo da função custo (6.4). Nessa
situação, o vetor parâmetro do modelo obtido estará mais próximo do mínimo da função
custo, o que deixa o método de Gauss-Newton mais efetivo no processo de inversão, haja
vista, que a aproximação quadrática da função custo (6.5) torna-se mais precisa. O critério de
Habashy (2004) é o adotado neste trabalho.
95

7 - RESULTADOS DA INVERSÃ0 PARA OS MODELOS DOS


TERRENOS COM HETEROGENEIDADES LATERAIS

7.1 INTRODUÇÂO

Neste capítulo se apresenta o resultado da inversão para os terrenos com


heterogeneidade lateral. Essa metodologia foi testada em modelos sintéticos 2-D utilizando os
valores de resistividade aparentes obtidas para os cincos modelos apresentados.

O objetivo desse procedimento é obter uma imagem do solo com heterogeneidade


lateral para os valores de resistividades medidas em campo (Barbosa, 2000).
A metodologia do resultado da resistividade para solo com heterogeneidade lateral
consiste em:

1) Obter medidas de resistividade aparente em vários níveis distintos. Montam-se as


pseudo-seções em cada nível.

2) Obter os parâmetros aparentes da modelagem 2-D a partir das medidas de


resistividade aparentes através do procedimento de inversão dos parâmetros do
modelo descrito no capítulo 6. Montam-se as pseudoseções para cada parâmetro;

3) Dividi-se o meio sob investigação em vários subdomínios, isto é, discretiza-se o


modelo geológico;

4) Inverter os dados de resistividade aparentes para se obter o modelo invertido em


cada resistividade.

5) A partir dos dados de inversão, para cada célula da discretização do meio


geológico, faz-se a inversão do parâmetro da modelagem 2-D para resistividade
aparente utilizando o procedimento de inversão descrito no capítulo 6;
96

6) Com os dados obtidos no passo anterior, geram-se imagens da modelagem 2-D


para resistividade aparente.

Nas etapas 2 e 5 desse procedimento, onde são feitas as inversões dos parâmetros da
modelagem 2-D para resistividade aparente empregando a metodologia de inversão
apresentada no capítulo 6, deve-se proceder da seguinte maneira: para a primeira célula, faz-
se a aproximação por tentativa e erro para se obter a aproximação inicial e depois aplica-se a
inversão; o resultado obtido através da inversão para o primeiro elemento servirá como
aproximação inicial para a segunda célula; o resultado final da segunda será a aproximação
inicial da terceira célula e assim por diante.

As regiões a serem investigadas foram divididas para a aplicação de elementos finitos


em uma malha com 106 × 30 células. As medidas foram geradas com o uso do arranjo dipolo-
dipolo com comprimento do dipolo de 2m. Esta configuração de eletrodos descrito no
capítulo 4.

No procedimento de inversão, adotou-se os seguintes valores para os termos


apresentados no capítulo 6:

• Para o multiplicador de Lagrange ( µ ) o valor inicial adotado foi da ordem de

10−6 ;

• A matriz Wx = I , onde I é a matriz identidade;

• A matriz Wd é uma matriz diagonal com elementos iguais ao inverso do


produto das medidas com o desvio padrão do ruído. No caso de dados sem
ruído, Wd será uma matriz diagonal com elementos iguais ao inverso das
medidas;
97

• A aproximação inicial, em todos os modelos geológicos estudados, foi


considerada como um meio homogêneo cuja resistividade aparente foi igual a
média aritmética das resistividades aparentes.

Para dar maior confiabilidade ao procedimento de interpretação apresentado aqui,


contaminou-se os dados medidos com ruído aleatório Gaussiano cujo desvio padrão foi de 3%
do valor de cada medida. Isto equivale a um erro nas medidas de até 9%.

7.2 RESPOSTAS DOS EXEMPLOS DOS MODELOS

7.2.1 MODELOS DE BAIXAS RESISTIVIDADES

a) PRMEIRO MODELO
O primeiro modelo localizado entre os bairros de Fátima e Marco é constituído de
uma região com resistividade de 33Ωm , em contato com outras duas regiões de
resistividades iguais a 152 Ω m e 82Ωm . . Barbosa, (2000).
98

a)

b)

Figura. 7.1 a) e b) Com contato vertical entre as regiões de resistividades 152Ωm e 82Ωm
respectivamente. b) Figura com contaminação do solo para o modelo de resistividades 33Ωm ,
82 Ω m e 152 Ωm

A figura 7.1 a) A área estudada por Barbosa (2000) está localizada nos bairros de
Fátima e Marco. Esse primeiro modelo representa uma parte da área estudada por Barbosa de
resistividades 33Ωm em contato com outras duas áreas de resistividade 152 Ω m e 82Ωm
cujas características geológicas são formadas por argilas e siltes ligados a manguezais
segundo uma das SEVs apresentada na Figura 5.2. O modelo inverso mostra a
heterogeneidade nas duas últimas camadas numa faixa de resistividades iguais a 80Ωm e
140Ωm em contato com a primeira camada de resistividade de 33Ωm . (b) apresenta a
imagem do solo contaminado por lixo orgânico numa região inclinada do solo que vem da
esquerda para direita apresentando várias manchas coloridas numa faixa de resistividade que
varia de 60Ωm a 90Ωm .
99

a) SEGUNDO MODELO
O segundo modelo localizado entre os bairros de Fátima e Marco é constituído de
uma região com resistividade de 64Ωm , em contato com outras duas regiões de
resistividades iguais a 267 Ωm e 98Ωm . . Barbosa, (2000).

a)

b)

Figura .7.2 Com contato vertical entre as regiões de resistividades 267Ωm e 98Ωm respectivamente. b)
Figura com contaminação do solo para o modelo de resistividades 64Ωm , 98Ωm e 267Ωm

A figura 7.2 a) A área estudada por Barbosa (2000) está localizada nos bairros de
Fátima e Marco. Esse segundo modelo representa uma parte da área estudada por Barbosa de
resistividades 64Ωm em contato com outras duas áreas de resistividade 267 Ωm e 98Ωm
cujas características geológicas são formadas por grânulos de quartzo e arenito ferruginizado
segundo uma das SEVs apresentada na Figura 5.2. O modelo inverso mostra a
heterogeneidade nas duas últimas camadas numa faixa de resistividade acima de 250Ωm e a
outra resistividade abaixo de 100Ωm em contato com a primeira camada de resistividade
de 64Ωm . (b) apresenta a imagem do solo contaminado por lixo orgânico numa região
inclinada do solo que vem da esquerda para a direita apresentando várias manchas coloridas
numa faixa de resistividade que varia de 80Ωm a 120Ωm .
100

b) TERCEIRO MODELO
O terceiro modelo constitui de uma região com resistividade de 64Ωm , em
contato com outras três regiões de resistividade 270Ωm , 743Ωm e 130Ωm
respectivamente. Barbosa, (2000).

a)

b)

Figura. 7.3 Com contato vertical entre as regiões de resistividades 743Ωm e 130Ωm respectivamente
b) Figura com contaminação do solo para o modelo de resistividades 64Ω m , 270Ωm , 743Ωm
e 130Ωm

A figura 7.3 a) A área estudada por Barbosa (2000) está localizada nos bairro de
Fátima e Marco. Esse terceiro modelo representa uma parte da área estudada por Barbosa de
resistividades 64Ωm em contato com outras três áreas de resistividade 270Ω m , 743Ωm e
130Ωm cujas características geológicas são formadas por grânulos de quartzo e arenito
ferruginizado segundo uma das SEVs apresentada na Figura 5.2. O modelo inverso mostra a
heterogeneidade nas duas últimas camadas numa faixa de resistividades abaixo de 100Ωm e a
outra resistividade acima de 700Ωm em contato com a segunda camada de resistividade
de 270Ωm . (b) apresenta a imagem do solo contaminado por lixo orgânico numa região
inclinada do solo que vem da esquerda para direita apresentando várias manchas coloridas
numa faixa de resistividade que varia de 250Ωm a 100Ωm .
101

c) QUARTO MODELO
O quarto modelo localizado entre os bairros de Fátima e Marco é constituído de uma
região com resistividade de 93Ωm , em contato com outras três regiões de resistividades
iguais a 11Ωm , 4 Ω m e 241Ωm . Barbosa, (2000).

a)

b)

Figura. 7.4 Com contato vertical entre as regiões de resistividades 11Ωm , 4Ωm respectivamente b)
Figura com contaminação do solo para o modelo de resistividades 93Ωm , 11Ωm , 4 Ω m e 241Ωm

A figura 7.4 a) A área estudada por Barbosa (2000) está localizada nos bairros de
Fátima e Marco. Esse quarto modelo representa uma parte da área estudada por Barbosa de
resistividades 64Ωm em contato com outras três áreas de resistividade 11Ωm , 4 Ω m e
241Ωm cujas características geológicas são formadas por igarapé segundo uma das SEVs
apresentada na Figura 5.2. O modelo inverso mostra a heterogeneidade nas duas últimas
camadas numa faixa de resistividade abaixo de 50Ωm e a outra resistividade acima de
200Ωm em contato com a primeira camada de resistividade de 93Ωm . (b) apresenta a
imagem do solo contaminado por lixo orgânico numa região inclinada do solo que vem da
esquerda para a direita apresentando várias manchas coloridas numa faixa de resistividade que
varia de 50Ωm a 20Ωm .
102

7.2.2 MODELO DE ALTA RESISTIVIDADE

O quinto modelo representa uma área de alta resistividade muito comum na região
Sudeste do Brasil, constituído de uma região com resistividade de 1000Ωm , em contato com
outras duas regiões de resistividades iguais a 1500Ωm e 2000 Ω m .

a)

b)

Figura. 7.5 Com contato vertical entre as regiões de resistividades 1500Ωm e 2000Ω m
respectivamente b) Figura com contaminação do solo para o modelo de resistividades 1000Ωm ,
1500 Ω m e 2000 Ω m .

A figura 7.5 a) Representa uma área situada na região Sudeste do Brasil com
resistividades 1000Ωm em contato com outras duas área de resistividade 1500Ωm e
2000 Ω m . O modelo inverso mostra a heterogeneidade nas duas últimas camadas numa
faixa de resistividades que varia entre 1400Ωm a 1500Ωm e acima de 1800Ωm . As duas
últimas camadas estão em contato com a primeira camada de resistividade de 1000Ωm . (b)
apresenta a imagem do solo contaminado por lixo orgânico numa região inclinada do solo que
vem da esquerda para a direita apresentando várias manchas coloridas numa faixa de
resistividade que varia de −1000Ωm a 3000Ωm .
103

8 - MÉTODO DE WENNER

8.1 INTRODUÇÃO

O método de Wenner consiste no cravamento de quatro hastes cilíndricas no solo,


igualmente espaçadas por uma distância (a) e dispostas em linha (Fig.8.1). O diâmetro das
hastes não deve exceder a um décimo de (a) e as profundidades atingidas pelas hastes (b)
devem ser iguais, Fig.8.1 (G. Kindermann, J. M. Campagnolo, , 2002).

Figura 8.1. Configuração do Método de Wenner

Pelo terminal 1 , injeta-se uma corrente no solo, a qual retorna a fonte pelo terminal 4 .
Desta forma, a queda de tensão causada pela corrente é detectada entre os terminais 2 e 3 .

Os resultados dos valores de resistividades do solo apresentados aqui, aplicando o

ρ ammédia − ρ am
critério do desvio padrão ( Desvio = × 100 ≥ 50% ) no levantamentos da
ρ ammédia
resistividade do solo em diversas direções e com diferentes espaçamento entre os eletrodos do
arranjo considerado. Essa medida será desprezada e novamente recalculada a média das
resistividades, para os espaçamentos que tiverem medidas rejeitadas e, com isso, a informação
104

sobre o contato vertical não seria levada em consideração, prejudicando o dimensionamento


de malha de aterramento.

8.2 MODELOS DE BAIXAS RESISTIVIDADES

a) PRIMEIRO MODELO

Figura 8.2 Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado nas direções das retas R1 R2 e
R3 . Os perfis das sondagens do subsolo nas direções das setas R1 R2 e R3 com resistividades 33Ωm ,
82 Ω m e 152 Ω m

Com base nas informações das medidas de campo da resistividade obtida usando o
método de Wenner para medir a resistividade do solo, observa-se que apenas no levantamento
da direção R2 detecta a presença do contato vertical. Nessa direção as medidas de
resistividade são mostradas na Tabela 8.1.

Tabela 8.1: Medidas obtidas na direção R2 .


Espaçamento Direção R2 Resistividade Resistividade
a ( m) Desvio (%) Média Média (Ωm)
ρ am
(Ωm) Recalculada
1 81,56 18,04 69,09 69,09
2 106,86 25,08 85,43 85,43
4 112,13 10,57 101,41 101,41
8 186,89 69,45 110,29 95,29
16 144,12 33,34 108,08 108,08
105

Nas demais direções as medidas ficaram em torno de 91Ωm em qualquer


espaçamento. Observa-se também que na direção R2 , ocorrem grandes diferenças nos valores
dos desvios padrão (de 18, 04% até 69, 45% ), isto é, para diferentes espaçamentos a dispersão
das medidas ocorre de maneira não uniforme. Assim aplicando o critério de eliminação da
norma citada, a resistividade de 186,89Ωm seria desprezada e refeita o cálculo da média da
resistividade para o espaçamento “8” o qual obteve o desvio padrão maior que 50% . Por
outro lado, o uso do critério de eliminação do desvio padrão para dispersão das medidas de
resistividade do solo induz erros no dimensionamento da malha de aterramento. Além disso, a
presença de um contato vertical nas proximidades de uma haste de aterramento exerce
influência no potencial de toque (Legace et al 1990).

b) SEGUNDO MODELO

Figura. 8.3 Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado nas direções das retas
R1 , R2 , R3 , R4 e R5 . Os perfis das sondagens do subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 , R4 e R5
com resistividades 64Ωm , 98Ωm e 267Ωm

Com base nas informações das medidas de campo da resistividade obtida usando o
método de Wenner para medir a resistividade do solo, observa-se que apenas no levantamento
da direção R3 detecta a presença do contato vertical. Nessa direção as medidas de
resistividade são mostradas na Tabela 8.2.
106

Tabela 8.2: Medidas obtidas na direção R3 .


Espaçamento Direção R3 Resistividade Resistividade
a ( m) Média Média Ωm
ρ am desvio (%)
Ωm Recalculada
1 207,43 2,13 211,95 211,95
2 134,39 0,35 133,92 133,92
4 95,05 51,8 197,20 178,36
8 89,00 49,21 175,26 175,26
16 86,89 9,60 108,08 108,08

Nas demais direções as medidas ficaram em torno de 161,51Ωm em qualquer


espaçamento. Observa-se também que na direção R3 , ocorrem grandes diferenças nos valores

do desvio padrão (de 0, 35% até 51,8% ), isto é, para diferentes espaçamentos a dispersão das
medidas ocorre de maneira não uniforme. Assim, aplicando o critério de eliminação da norma
citada, a resistividade de 95, 05Ωm seria desprezada e refeita o cálculo da média da
resistividade para o espaçamento “4” o qual obteve o desvio padrão maior que 50% . Por
outro lado, o uso do critério de eliminação do desvio padrão para dispersão das medidas de
resistividade do solo induz erros no dimensionamento da malha de aterramento. Além disso, a
presença de um contato vertical nas proximidades de uma haste de aterramento exerce
influência no potencial de toque (Legace et al 1990).

c) TERCEIRO MODELO

Figura. 8.4 Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado nas direções das retas
R1 , R2 , R3 , R4 e R5 . Os perfis das sondagens do subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 , R4 e R5
com resistividades 64Ωm , 270Ωm , 743Ωm e 130Ωm .
107

Usando o método de Wenner, observa-se que no levantamento da direção R2


detectamos a presença do contato vertical. Nessa direção as medidas de resistividade são
mostradas na Tabela 8.3.

Tabela 8.3: medidas obtidas na direção R3 .


Espaçamento Direção R3 Resistividade Resistividade
a ( m) Média Média (Ωm)
ρ am desvio (%)
(Ωm) Recalculada
1 128,13 41,92 220,63 220,63
2 151,17 32,13 222,75 222,75
4 162,04 27,85 224,61 224,61
8 143,62 51,61 296,81 243,34
16 134,20 41,03 227,60 227,60

Nas demais direções às medidas ficaram em torno de 227, 78Ωm em qualquer


espaçamento. Observa-se também que na direção R3 , ocorrem grandes diferenças nos valores

dos desvios padrão (de 27,85% até 51, 61% ), isto é, para diferentes espaçamentos a
dispersão das medidas ocorre de maneira não uniforme. Assim aplicando o critério de
eliminação da norma citada, a resistividade de 143, 62Ωm seria desprezada e refeita o cálculo
da média da resistividade para o espaçamento “8” o qual obteve o desvio padrão maior que
50% . Por outro lado, o uso do critério de eliminação do desvio padrão para dispersão das
medidas de resistividade do solo induz erros no dimensionamento da malha de aterramento.
Além disso, a presença de um contato vertical nas proximidades de uma haste de aterramento
exerce influência no potencial de toque (Legace et al 1990).
108

d) QUARTO MODELO

Figura. 8.5 Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado nas direções das retas R1 , R2 , R3
e R4 . Os perfis das sondagens do subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 e R4 com resistividades

Com base nas informações das medidas de campo da resistividade obtidas usando o
arranjo de quatro eletrodos para medir a resistividade do solo, observa-se que apenas no
levantamento da direção R3 detecta a presença do contato vertical. Nessa direção as medidas
de resistividade são mostradas na Tabela 8.4.

Tabela 8.4: medidas obtidas na direção R3 .


Espaçamento Direção R3 Resistividade Resistividade
a ( m) Média Média (Ωm)
ρ am desvio (%)
(Ωm) Recalculada
1 125,17 36,60 91,63 91,63
2 108,08 39,47 77,49 77,49
4 118,24 49,27 79,21 79,21
8 162,29 115,43 75,33 112,79
16 138,59 45,47 95,27 95,27

Nas demais direções às medidas ficaram em torno de 91, 27Ωm em qualquer


espaçamento. Observa-se também que na direção R3 , ocorrem grandes diferenças nos
valores do desvio padrão (de 36, 60% até 115, 43% ), isto é, para diferentes espaçamentos a
dispersão das medidas ocorre de maneira não uniforme. Assim , aplicando o critério de
eliminação da norma citada, a resistividade de 162, 29Ωm seria desprezada e refeito o
109

cálculo da média da resistividade para o espaçamento “8” o qual obteve o desvio padrão
maior que 50% . Por outro lado, o uso do critério de eliminação do desvio padrão para
dispersão das medidas de resistividade do solo induz erros no dimensionamento da malha de
aterramento. Além disso, a presença de um contato vertical nas proximidades de uma haste
de aterramento exerce influência no potencial de toque (Legace et al 1990).

8.3 MODELO DE ALTA RESISTIVIDADE

Figura. 8.6 Desenho esquemático da perspectiva do terreno estudado nas direções das retas R1 , R2 , R3
e R4 . Os perfis das sondagens do subsolo nas direções das setas R1 , R2 , R3 e R4 com resistividades
1000Ωm , 1500Ωm e 2000Ω m

Com base nas informações das medidas de campo da resistividade obtidas usando o
método de Wenner para medir a resistividade do solo, observa-se que apenas no levantamento
da direção R1 detecta a presença do contato vertical. Nessa direção as medidas de
resistividade são mostradas na Tabela 8.5.

Tabela 8.5: Medidas obtidas na direção R1 .


Espaçamento Direção R1 Resistividade Resistividade
a ( m) desvio (%) Média Média (Ωm)
ρ am
(Ωm) Recalculada
1 1820 4,5 1740,75 1740,75
2 2548 55,0 1635,50 1331,33
4 2694 52,0 1697,0 1398,0
8 1986 12,0 1769,5 1769,5
16 1613 15,0 1402,75 1402,75
110

Nas demais direções as medidas ficaram em torno de 1528, 46Ωm em qualquer


espaçamento. Observa-se também que na direção R1 , ocorrem grandes diferenças nos
valores dos desvios padrões (de 4,5% até 55% e 4,5% até 52% ), isto é, para diferentes
espaçamentos a dispersão das medidas ocorre de maneira não uniforme. Assim aplicando o
critério de eliminação da norma citada, as resistividades 2548Ωm e 2594Ωm seria
desprezada e refeito o cálculo da média da resistividade para os espaçamentos “2” e “4” o
qual obteve o desvio padrão maior que 50% Por outro lado, o uso do critério de eliminação
do desvio padrão para dispersão das medidas de resistividade do solo induz erros no
dimensionamento da malha de aterramento. Além disso, a presença de um contato vertical
nas proximidades de uma haste de aterramento exerce influência no potencial de toque
(Legace et al 1990).

Esse procedimento descrito considera o solo com camadas horizontais perfeitas


(problema 1-D), o que é um caso ideal, ou seja, não condiz com a realidade. Além disso, a não
consideração de alguns valores de resistividade, pode implicar na perda de algumas
informações sobre características geológicas do solo: falhas; contatos verticais; etc.
Como vimos o objetivo desta tese é mostrar que o critério do desvio padrão pode
desprezar a existência de contatos verticais no solo. Para atingir tal objetivo, foi feita a
modelagem 2-D descrita nos capítulos anteriores, onde são detectadas as variações laterais da
resistividade do subsolo, com os contatos geológicos verticais ou inclinados e outros corpos
ou estruturas que se apresentem como heterogeneidades laterais deste parâmetro.
111

9 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste trabalho mostram-se duas formas de abordagem do método direto no tratamento


quantitativo dos parâmetros geoelétricos. A primeira forma, aplica-se em problema
unidimensionais através de um processo iterativo de ajuste de dados reais (dados de SEVs de
Barbosa, 2000) com dados gerados para um modelo idealizado para representar a
subsuperfície, constituído por camadas depositadas horizontalmente e distribuição uniforme
de suas propriedades físicas.

A outra abordagem, usando o método direto, foi feita através do modelamento


numérico. Neste processo, são construídos modelos simplificados da subsuperfície e previstos
seus efeitos nos dados de eletroresistividade. A ferramenta usada nesta análise foi o programa
computacional FORTRAN. Nas simulações, deu-se ênfase a modelos de aspectos
bidimensionais.

Uma das questões que envolvem o emprego do arranjo dipolo-dipolo na prospecção


elétrica, reside na influência que estruturas 2-D exercem sobre as curvas e que implicações
trazem no uso de modelos 1-D, usados normalmente em suas interpretações. Neste sentido,
ocupamo-nos no capítulo 6 com a simulação de algumas estruturas 2-D, com geometria que
pudessem ser correlacionadas com modelos geológicos. Esta análise se baseou no contraste de
resistividade entre a estrutura idealizada de Barbosa (2000) e o meio encaixante definido com
uma seqüência de estratos horizontais.

Uma das conclusões a que se chega destas simulações é a presença da falha geológica
através da mudança da distribuição de resistividade para cada modelo. As descontinuidades
são visualizadas nos resultados das medidas feitas pelo arranjo dipolo-dipolo que caracterizam
as zonas de falhas confirmando a existência de zonas de anomalias, como presença de
estruturas verticais. Visto que, as medidas de resistividades obtidas com o arranjo Wenner no
Capitulo 3 descrevem uma curva contínua devido ao critério do desvio padrão de eliminar as
112

medidas de resistividades acima de 50%, e com isso, não apresenta nenhum sinal de anomalia
no solo deixando o sistema de aterramento sensível eventos dessa natureza.

Dessa forma, fica demonstrada a influência que esse evento geológico causa nas
medidas de resistividade elétrica em terrenos sujeitos a esse tipo de estrutura. Com essas
análises foi possível confirmar a existência de zonas de anomalias, como presença de
estruturas verticais, que caracterizam as zonas de falhas. Além de fornecer a existência de
possível fenômeno geológico, também contribui para orientar o projeto do sistema de
aterramento que futuramente pode ser utilizado para a realização da malha do aterramento.

Recomenda-se que trabalhos futuros realizem projeto de malha de aterramento que


possam fornecer a real potencialidade das medidas das resistividades do subsolo. Estes
estudos deverão fornecer mais informações sobre a resistividade aparente do solo investigado.
113

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