Penetrometro
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Influncia da Umidade na Resistncia do Solo Medida com Penetrmetro de Impacto
Carlos Manoel Pedro Vaz1 Odo Primavesi2 Vincius Carvalho Patrizzi3 Murilo de Freitas Iossi4
Penetrmetros Penetrmetros ou penetrgrafos so instrumentos que medem a resistncia penetrao em unidades de presso (fora/rea) de um cone padro (ASAE, 1994) posicionado na extremidade de uma haste de metal, quando inseridos no interior do solo. Essa resistncia penetrao est relacionada resistncia exercida pelo solo penetrao e crescimento das razes e, portanto, pode ser utilizada como uma medida da compactao dos solos. Esses instrumentos podem ser divididos em 2 grupos, de acordo com o tipo de penetrao no interior do solo: i) estticos, quando a penetrao realizada com velocidade constante, com um sistema hidrulico ou eltrico-eletrnico ou mesmo manual (neste caso o usurio tenta imprimir uma penetrao no solo com velocidade constante, o que na maioria das vezes difcil de se obter) e ii) dinmicos ou penetrmetros de impacto onde a penetrao proporcionada por impactos de um corpo metlico. Os penetrmetros estticos so os mais utilizados em cincia do solo e agronomia e so equipamentos caros e sofisticados quando em verses automticas e no caso das verses manuais tem-se a dificuldade da insero com velocidade constante. O segundo grupo, o dos dinmicos, tem sido bem menos utilizados, de um modo geral, no mundo, em estudos
agronmico, sendo mais aplicados em avaliaes de solos para fins de construo de estradas e geotecnia. Entretanto, no Brasil, na dcada de 80, o Planalsucar/IAA, atravs dos trabalhos pioneiros do Dr. Rubsmar Stolf, desenvolveu um penetrmetro de impacto (Stolf, 1991) para uso na avaliao da compactao do solo com nfase na cultura da cana-de-acar. O equipamento atualmente comercializado pela indstria Kamaq e tem sido relativamente bastante utilizado para a avaliao da compactao de solos agrcolas. Alm disso, recentemente foi publicado um trabalho na revista Soil Science Society of America Journal (Herrick & Jones, 2002), indicando diversas vantagens na utilizao de penetrmetros dinmicos. As principais vantagens dos penetrmetros de impacto so seu baixo custo, possibilidade de se trabalhar em solos de alta resistncia (com baixa umidade e altos teores de argilas) e solos pedregosos. Como desvantagens tem-se uma menor quantidade de trabalhos na literatura internacional e a hiptese lanada por alguns autores, de que os penetrmetros estticos simulam melhor o processo de penetrao das razes nos solos (Bradford, 1986). No Brasil, diversos grupos de pesquisa tem trabalhado no desenvolvimento de penetrgrafos hidrulicos automticos, mas proponderante o uso de penetrmetros de impacto em estudos de manejo de solos e compactao.
Fsico, PhD, Embrapa Instrumentao Agropecuria, Caixa Postal 741, CEP 13560-970, So Carlos-SP Engenheiro Agrnomo, Embrapa Pecuria Sudeste, Caixa Postal 339, CEP 13560-970, So Carlos-SP Estudante de Agronomia, FAEF, R. das Flores 754, Gara-SP Estudante de Agronomia, USP/ESALQ, Caixa Postal 9, CEP 13418-970, Piracicaba-SP
Uma questo que tem dificultado bastante o uso de penetrmetros a dependncia da resistncia penetrao com a umidade. Em geral, recomenda-se que se faa a medida em condio de umidade nem muito alta nem muito baixa, preferencialmente na capacidade de campo. Entretanto, essa recomendao no resolve o problema. O ideal seria medir a umidade no momento da sondagem do penetrmetro e posteriormente se efetuar algum tipo de correo ou normalizao para um valor constante de umidade. Outro aspecto que ainda no bem conhecida a dependncia da RP com para uma faixa larga de umidades e tambm a influncia do tipo de solo nessa dependncia. Neste sentido, este comunicado tcnico apresenta as correlaes entre RP e para os 6 solos de maior ocorrncia no Estado de So Paulo e discute os resultados, visando o estabelecimento de um procedimento para a padronizao e correo da medida do penetrmetro, possibilitando comparaes de resultados em condies de umidades equivalentes. Teoria da penetrometria dinmica
onde F (N) a fora de penetrao, x (m) a distncia de penetrao aps cada impacto, M (kg) e m (kg) a massa do corpo metlico de impacto e do restante do penetrmetro (hastes, cones e demais peas), respectivamente e g(m s-2) a acelerao da gravidade. O termo da esquerda descreve o trabalho de penetrao devido a um nico impacto e os termos da direita representam a energia potencial do corpo metlico multiplicado por um fator (f) que descreve a perda de energia e a energia potencial do penetrmetro aps a coliso. O fator de perda de energia f determinado pela razo da energia cintica do sistema imediatamente antes (Kb) e depois (Ka) da coliso (Eq. 2) e pode ser descrito usando a lei de conservao do momento linear (Eq. 3):
K M + m va f = a = K b M vb
(2) (3)
Mvb = (M + m )va
f =
M M +m
(4)
A RP (Pa) obtida da combinao das Eqs. 4 e 1, o qual produz, aps a diviso da fora de penetrao F pela rea do cone A (m2):
M g h M M + m (5) RP = + g A x M + m A O penetrmetro da Kamaq, possui as seguintes caractersticas: M=4kg, m=3,2kg, f=0,556 e A=1,29 x 10-4 m2. Considerando um valor de h=0,4 m e g=9,81 ms-2, obtm-se uma equao para o clculo de RP, para cada impacto (Eq. 6). Conhecendo-se a profundidade atingida a cada impacto, possvel obter um grfico de RP(MPa) ao longo da profundidade.
RP = 0,5475 +
0,067651 x
(6)
Figura 1. Esquema de um penetrmetro de impacto. A Figura 1 mostra um esquema de um penetrmetro de impacto, composto de uma haste metlica com o cone na sua extremidade e o corpo metlico utilizado para o impacto (M=4kg). Durante o impacto a energia potencial do corpo metlico armazenada pela elevao a uma altura conhecida usada para inserir a haste com o cone no solo. A profundidade de penetrao obtida pela aplicao de uma quantidade de energia constante usada para medir a resistncia penetrao do solo (RP). A RP pode ser determinada considerando que a energia potencial do corpo metlico convertida em trabalho de penetrao do cone. A energia potencial total do sistema aps o impacto igual energia potencial do corpo metlico a uma altura h (m), mais a energia potencial da distncia da penetrao x (m). Considerando a perda de energia devido ao impacto e uma coliso inelstica do corpo metlico, obtm-se a seguinte expresso: (1) Fx = (M g h ) f + (M + m ) g x
Entretanto, a medida da resistncia penetrao altamente dependente da variabilidade espacial local, sendo que buracos de formigas e outros insetos, pedras e outros, podem provocar uma variao local indesejvel na medida. Assim, recomendvel que se faam repeties para uma caracterizao local mais adequada. Considerando a alta variabilidade em geral encontrada entre repeties, surge um problema na realizao da mdias entre medidas utilizando a Eq. 6, pois os pontos das profundidades dificilmente se repetem. Visando resolver este problema, recomenda-se a realizao das medidas de uma forma diferente, fixandose um intervalo de profundidade e medindo-se o nmero de impactos para se atingir tal profundidade. Considerando-se, por exemplo, intervalos de 5 cm, define-se N = nmero impactos para um deslocamento de 5 cm e a equao 6 torna-se:
RP = 0,5475 + 1,353 N
Influncia da umidade na resistncia
(7)
A dependncia da RP com a umidade tem sido estudada por diversos autores e para o modelamento desta relao, diversas equaes e funes tem sido sugeridas e utilizadas. Busscher et al. (1997) testou
potncia so as que melhor expressam as relaes entre RP e . Alm da umidade, outros parmetros como a densidade do solo, a textura e o teor de matria orgnica podem influenciar na medida de RP. Upadhyaya et al. (1982) derivou uma equao relacionando RP com a umidade e densidade dos solos e das partculas dos solos, como fatores preponderantes:
que o solo NVef (mais argiloso) apresenta o mesmo valor de RP para uma umidade de cerca de 35 %.
30 25 20 15
RQo PVAd LVd NVef LVAd LVdf
? RP = a exp( b ) ?p
(8)
onde a, n e b so parmetros de ajuste e dependem, em princpio, do tipo de solo. Neste comunicado tcnico iremos testar a validade da equao de Upadhyaya para 6 solos de diferentes texturas. Os experimentos foram conduzidos na Embrapa Pecuria Sudeste, com os seguintes solos: Neossolo Quartzarnico rtico (RQo), Latossolo Vermelho distrofrrico (LVdf), Latossolo Vermelho Amarelo distrfico (LVAd), Latossolo Vermelho distrfico (LVd), Argissolo Vermelho Amarelo distrfico (PVAd) e Nitossolo Vermelho eutrofrrico (NVef). Algumas caractersticas fsicas desses solos so apresentadas na Tabela 1. Tabela 1. Propriedades fsicas dos solos utilizados neste estudo.
Solo NQo LVdf LVAd LVd PVAd PVAbt NVef Areia (%) 86 43 62 43 70 43 18 Silte (%) 6 8 6 10 6 6 16 Argila (%) total gua 8 6 49 18 32 14 47 22 24 18 51 33 66 49 pH CaCl2 4,6 4,7 4,3 5,5 4,9 4,7 4,6 M.O. g dm-3 11 54 31 37 23 11 39
0.3
-3
0.4
0.5
(cm cm )
Figura 2. Variao da resistncia penetrao com a umidade de 6 solos A Figura 3 mostra a distribuio de frequncias das densidades das amostras de solos coletadas a cada 5 cm de profundidade, para os 6 solos e a Tabela 2 a estatstica bsica dessas medidas. O solo com a menor variao de densidade entre as amostras foi o PVAd. Para um melhor modelamento da relao entre RP, e , importante que haja uma variao considervel desses parmetros.
16
RQo LVAd PVAd LVd LVdf NVef
12
Medidas da resistncia penetrao com um penetrmetro de impacto da marca Kamaq foram realizadas nesses solos em pocas secas e midas visando a obteno de uma ampla faixa de variao de umidades. Foram realizadas 4 medies para cada ponto de amostragem, visando minimizar a variabilidade espacial local, anotando-se o nmero de impactos para cada 5 cm de deslocamento, desde a superfcie at 60 cm de profundidade. Aps cada medida, foram coletados cilindros de solo indeformado (ao, 5 cm de altura e 2 polegadas de dimetro para a medida da umidade volumtrica e densidade a cada 5 cm, desde a superfcie at 60 cm, totalizando 12 amostras por perfil de solo. A Figura 2 mostra a dependncia entre a RP e a umidade para os 6 solos estudados. Observa-se uma diminuio exponencial da RP com o aumento da umidade, conforme descrito matematicamente na Eq. 8 (Upadhyaya et al. 1982). Entretanto, observa-se tambm uma disperso considervel dos pontos, o que atribudo variao da densidade ao longo da profundidade e entre os locais amostrados. A distncia entre os pontos amostrados, com diferentes condies de umidade foi de cerca de um metro, para um mesmo solo, mas mesmo assim, ocorre uma variao espacial natural considervel da densidade (Figura 3 e Tabela 2). As diferenas de comportamentos observadas entre os solos devido s distintas estruturas, agregaes e mineralogias desses solos, fazendo com que solos com mesma umidade apresentem resistncias muito distintas. Por exemplo, o solo NQo (mais arenoso) apresenta um valor de RP=5 MPa em aproximadamente 10 % de umidade, enquanto
(g cm )
-3
Figura 3. Distribuies de freqncia da densidade das amostras de solo. Tabela 2. Parmetros estatsticos da distribuio da densidade dos solos
Solo RQo PVAd LVd NVef LVAd LVdf N 57 48 36 36 82 72 M dia 1,587 1,548 1,271 1,153 1,469 1,367 DP 0,069 0,050 0,088 0,088 0,067 0,094 Densidade do solo ( g cm -3) Moda Largura M nima M xima Varia o 1,585 0,246 1,460 1,735 0,275 1,552 0,110 1,640 1,640 0,236 1,269 0,144 1,041 1,467 0,426 1,149 0,130 0,972 1,402 0,430 1,473 0,210 1,343 1,635 0,291 1,369 0,453 1,197 1,595 0,398
N: nmero de pontos; DP: desvio padro; Largura: largura da gaussiana meia altura; Variao: diferena entre densidade mxima e mnima Uma vez que h uma grande variao de e uma variao considervel de , refletindo numa grande variao de RP, torna-se possvel ajustar a Eq. 8 nos dados experimentais da Fig. 2, com boa preciso, obtendo-se os parmetros de ajuste a, n e b, apresentados na Tabela 3.
As Figuras 4, 5 e 6, a e b, apresentam as equaes de ajuste para todos os solos, considerando-se classes de densidades de acordo com a distribuio obtida com as amostras.
RQo 25 20 15 10 5
1,53 1,64 1,72 g cm-3 1,5 - 1,6 g cm 1,6 - 1,7 g cm-3 1,7 - 1,8 g cm-3
-3
10
PVAd
= 1,5 - 1,6 gcm-3 = 1,6 - 1,7 gcm-3
8
1,62 g/cm3
6 1,53
0.4
0.10
(cm cm )
3
(cm3 cm-3)
(a)
(b)
LVd
1,1 - 1,2 gcm-3 1,2 - 1,3 gcm-3 1,3 - 1,4 gcm-3
NVef 12 10
1,27 g cm
-3
10 8
1,26
1,16
Uma vez conhecendo-se os parmetros de ajuste A (Tabela 3) e a densidade de um dado solo, possvel se estabelecer uma correlao entre RP e de modo que se possa normalizar medidas realizadas em diferentes condies de umidade. Essas correlaes so de extrema importncia para um uso mais correto do penetrmetro de impacto em estudos de compactao do solo. Os valores de umidade para a normalizao da RP devem ser definidos em funo do tipo de solo devido s distintas capacidades de armazenamento de gua desses solos. Na Figura 7 so apresentadas as curvas de reteno de gua medidas para 6 solos, pelo mtodo do aparelho extrator de Richards (Embrapa, 1997) e os respectivos ajustes da funo de Van Genuchten (1980).Considerando-se os limites de capacidade de campo como 10 kPa, 33 kPa e 50 kPa, para solos de textura arenosa, mdia e argilosa, respectivamente, podese calcular a umidade da capacidade de campo para cada solo (Tabela 4). Para um melhor aproveitamento das potencialidades do penetrmetro de impacto importante que as medidas sejam realizadas nas faixas de umidade estabelecidas entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente, uma vez que em solos muito midos no h diferenciao da medida e em solos muito secos a medida muito demorada e dificultada pela excessiva resistncia do solo. Mesmo nesta faixa relativamente pequena de umidades, importante que a umidade seja medida, para uma posterior normalizao dos dados de RP, uma vez que esta diferena de umidades pode causar variaes da resistncia penetrao da ordem de 5 MPa.
RQo LVAd PVAd LVd LVdf NVef
8
1,05
6
1,15
6 4 2 0 0.25
1000 100
0.30 0.35 0.40 0.45 0.50
4 2 0
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
(cm3 cm-3)
(cm3 cm-3)
10 1 0.1
(a)
(b)
24
1,53 g cm-3
LVdf
1,2 - 1,3 gcm-3 1,3 - 1,4 gcm-3 1,4 - 1,5 gcm-3 1,5 - 1,6 gcm-3
20 16 12
1,45
0.0
0.1
0.2
0.3
3
0.4
-3
0.5
0.6
20
1,45
(cm cm )
Figura 7. Curvas de reteno da gua no solo pelo mtodo de Richards (Embrapa, 1997). Tabela 4. Potenciais matriciais (h) e umidades da gua no solo na capacidade de campo (CC) e ponto de murcha permanente (PMP).
Solo RQo PVAd LVd NVef LVAd LVd hCC (kPa) 10 10 33 50 33 33 CC (cm3 cm -3) 0,156 0,227 0,246 0,355 0,232 0,271 hPMP (kPa) 1500 1500 1500 1500 1500 1500 CC (cm 3 cm-3) 0,074 0,107 0,191 0,297 0,158 0,202
15 1,37 10
1,34
8
5
1,26
4
0 0.1 0.2
3
0.3
-3
0.4
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
(cm cm )
(cm3 cm-3)
(a)
(b)
Referncias Bibliogrficas ASAE. Standards engineering practices data (soil cone penetrometer, S313.2). St. Joseph, 1994. No-paginado. BRADFORD, J. M. Penetrability. In: KLUTE, A. (Ed.). Methods of soil analysis. Part 1. Physical and mineralogical methods. 2. ed. Madison: American Socieity of Agronomy, 1986. (Monograph, 9). BUSSCHER, W. J.; BAUER, P. J.; CAMP, C. R.; SOJKA, R. E. Correction of cone index for soil water content differences in a coastal plain soil. Soil Tillage Research, Amsterdam, v. 43, p. 205-217, 1997.
STOLF, R. Teoria e teste experimental de frmulas de transformao dos dados de penetrmetro de impacto em resistncia do solo. Revista Brasileira de Cincia do Solo, Campinas, v. 15, p. 229-235, 1991. UPADHYAYA, S. K.; KEMBLE, L. J.; COLLINS N. E. Cone index prediction equations for Delaware soils. [St. Joseph: ASAE], 1982. 4 p. (ASAE Paper, 82-1542). MI 49085.
Comunicado Tcnico, 51
Ministrio daAgricultura, PecuriaeAbastecimento
Exemplares desta edio podem ser adquiridos na: Embrapa Instrumentao Agropecuria Rua XV de Novembro, 1542 - Caixa Postal 741 CEP 13560-970 - So Carlos-SP Fone: 16 274 2477 Fax: 16 272 5958 E-mail: [email protected] www.cnpdia.embrapa.br 1a. edio 1a. impresso 2002: tiragem 300
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