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Instituto de Matemática e Estatística da USP

MAT2456 - Cálculo Diferencial e Integral IV para Engenharia


1a. Prova - 2o. Semestre 2005 - 12/09/2005

Turma A

Questão 1.

(a) (2,5 pontos) Determine todos os valores reais de de x para os quais

(−1)n .2n . sen 2n x



X
n
n=1

converge.
(b) (2,5 pontos) Decida para que valores reais de x a série

X (−2)n (x + 3)n

n=1
n

converge. (Especique o tipo de convergência e dê o raio de convergência).

Solução:

(a) a 2n
| sen 2 x| = 2 sen 2 x
n+1
lim = lim
n→∞ an n→∞ n + 1


2
Pelo Critério da Razão, a série converge para todos os x tais que 2 sen 2 x < 1 ⇐⇒ | sen x| < . Ou
√ √ 2
2 2
seja, para x tais que − < sen x < , i.e. para x ∈ kπ − π4 , kπ + π4 , k ∈ Z.
 
2 2

Nos Extremos:
n n (−1)n
n 2 . 2

i) sen x = 2
, que converge pelo Critério de Leibniz.
P∞ P∞
2 ⇒ n=1 (−1) . = n=1
n 22n n
n 2n n (−1)n
n 2 .(−1) . 2

ii) sen x = − 2
, que converge pelo Critério de Leibniz.
P∞ P∞
2 ⇒ n=1 (−1) . 2n
= n=1
n 2 n

Portando, a série converge para h π πi


x ∈ kπ − , kπ + , k ∈ Z.
4 4

1
(−2)n
(b) Seja an = √ para n ≥ 1. Sabemos que o raio de convergência da série ∞ n=1 an (x + 3) será dado
n
P
n
a
por R = limn→∞ n , caso o limite exista (nito ou innito). Assim,
an+1
r r
a
n 1 n+1 1 1 1
R = lim = lim = lim 1+ =
n→∞ an+1 n→∞ 2 n n→∞ 2 n 2

Disto segue que para |x + 3| < 12 a série converge absolutamente e para |x + 3| > 12 diverge. Ou seja,
converge absolutamente para − 12 < x + 3 < 21 , i.e. para − 27 < x < − 25 , e diverge para x < − 27 ou
x > − 52 .

(−2)n (x + 3)n P∞ (−2)n (− 21 )n P∞ 1


Para x = − 27 , x + 3 = − 12 e = n=1 √ que diverge, pois
P∞
n=1 √ = n=1 √
n n n
é uma séria harmônica do tipo com .
P 1
np p ≤ 1

(−2)n (x + 3)n P∞ (−2)n ( 21 )n P∞ (−1)n


Para x = − 25 ,
x + 3 = e n=1
1
= n=1 √ . Esta é uma série
P∞
2
√ = n=1 √
n n n
1
alternada, do tipo n=1 (−1)n bn , com bn = √ > 0, decrescente e tal que limn→∞ bn = limn→∞ √1n =
P∞
n
P∞ (−1)n P∞ 1
0. Logo, pelo Critério de Leibniz, essa série converge. Agora, como n=1 √ = n=1 √ é
n n
n
(−2) (x + 3)n
divergente, então para x = − 52 , a série ∞ é condionalmente convergente.
P
n=1 √
n

RESPOSTA:
Raio de convergência: R = 21
Intervalo de convergência: ] − 27 , − 52 ]
Tipo de convergência: para − 27 < x < − 25 converge absolutamente; e para x = − 25 converge condi-
cionalmente.

2
Questão 2.

(a) (1,5 ponto) Sendo p > 0 constante, discuta, em função de p, a convergência da série

X 1
.
n=2
n.(ln n)p

(b) (1,5 ponto) Decida se as séries abaixo convergem (absolutamente ou condicionalmente) ou divergem:
1
(i) sen
P∞
k=1 k.
k

(ii)
P∞ −k
k=0 k.e

(−1)n
(iii)
P∞
n=0 √
n+1

Solução:
1
(a) Seja f (x) = para x ∈ [2, +∞[. Temos f (x) > 0, f é decrescente (pois
x(ln x)p
1
< 0 se x ≥ 2), limx→∞ f (x) = 0 e an = = f (n), ∀n ≥ 2. Assim,
p +p.(ln x)p−1 ]
f 0 (x) = −[(ln x)
(x(ln x)p )2 n(ln n)p R +∞
pelo Critério de Integral, a série ∞ n=2 an converge se, e somente se, a integral imprópria 2
P
f (x)dx
convergir.
Fazendo a mudança u = ln x (e ∴ du = x1 dx),
se p = 1
(
ln u = ln(ln x)
Z Z
dx du
= =
x(ln x)p up u−p+1
−p+1 =
(ln x)−p+1
−p+1 se p 6= 1

Para p = 1:
Z +∞
dx
= lim [ln(ln x)]b2 = lim ln(ln b) − ln(ln 2) = +∞ (diverge)
2 x ln x b→+∞ b→+∞

Para p 6= 1, Z +∞ h (ln x)−p+1 ib


dx
= lim =
2 x(ln x)p b→+∞ −p + 1 2
se p < 1 (diverge)
(
(ln b)−p+1 (ln 2)−p+1 +∞
= lim − =
b→+∞ −p + 1 −p + 1
(ln 2)−p+1
p−1 se p > 1 (converge)
Logo,
se p ≤ 1
∞ 
X 1 diverge
n.(ln n)p converge se p > 1
n=2

(b) (i)
1 sen k1
lim k sen = lim = 1 6= 0
k→∞ k n→∞ k1
Logo, pelo Critério da Divergência, a série diverge.

3
(ii) ak = k.e−k > 0 para k ≥ 1, ∴ é série de termos positivos. Pelo Critério da Razão,
P∞ −k
k=0 k.e

ak+1 (k + 1).e−k−1 k + 1 −1  1  −1 1
lim = lim = lim .e = lim 1 + e = <1
k→∞ ak k→∞ k.e−k k→∞ k k→∞ k e

Logo, a série converge absolutamente.


(iii)
(−1)n 1
an = √ = (−1)n bn , com bn = √
n+1 n+1
1
A seqüência (bn ) é positiva, decrescente e limn→∞ bn = limn→∞ √ = 0. Logo, pelo Critério
n+1
(−1)n
de Leibniz para séries alternadas, n=0 (−1) bn converge.
P∞
= ∞ n
P
√ n=0
n+1
1 1
Por outro lado, comparando-se no limite a série ∞ com a série ∞n=0 √ , tem-se
P P
n=0 √
n+1 n

√1
r r
n n+1 1
lim = lim = lim 1+ = 1.
n→∞ √ 1 n→∞ n n→∞ n
n+1

E, como a série √1 é uma harmônica com p = 1


< 1, ela diverge. Logo, pelo Critério da
P
n 2
1
Comparação no Limite, n=0 |an | diverge.
P∞
= ∞
P
n=0 √
n+1
(−1)n
Assim, converge condicionalmente.
P∞
n=0 √
n+1

4
Questão 3. (2,0 pontos) Verique se a seqüência denida por x1 = cos 1, xn+1 = max{xn , cos(n + 1)}, n ≥ 1
é convergente ou não.

Solução:

xn+1 = max{xn , cos(n+1)} ≥ xn . Logo, a seqüência (xn ) é crescente, i.e. x1 ≤ x2 ≤ ... ≤ xn ≤ xn+1 ≤ ...
(alguns livros chamam isso de seqüência não-decrescente). Além disso, vamos provar por indução nita que
xn ≤ 1, ∀n ≥ 1.

• Para n = 1, x1 = cos 1 ≤ 1. Portando, a armação é válida para n = 1.

• Suponha a armação válida para n (i.e. xn ≤ 1). Então, xn+1 = max{xn , cos(n + 1)} ≤ max{1, 1} = 1
e a armação é válida para n + 1.

Logo, pelo Princípio da Indução Finita, a armação xn ≤ 1 é válida para todo n ≥ 1.

Como a seqüência (xn ) é crescente e limitada superiormente (por 1), segue (do Teorema sobre seqüências
"monótonas limitadas") que ela é convergente.

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