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A filtração consiste na separação de uma fase sólida de uma fase

liquida. Basicamente, uma operação de separação de sólidos presentes em


uma polpa na qual a fase líquida chamado filtrado, é compelida a passar
através de um meio poroso, este denominado meio filtrante, ao passo que a
fase sólida, nomeada torta de filtração, firma uma camada sobre a superfície do
meio poroso. Quando se força a suspensão através do leito, o sólido da
suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando um depósito que se
denomina torta e cuja espessura vai aumentando no decorrer da operação. O
líquido que passa através do leito é chamado de filtrado.
Em filtrações industriais o conteúdo de sólidos pode variar de traços a
uma percentagem elevada. O fluido circula através do meio filtrante em virtude
de uma diferença de pressão no meio. Este aspecto classifica os filtros como
aqueles que operam com alta pressão sobre o meio, os que operam em
pressão atmosférica e os que operam a baixas pressões (vácuo).
A escolha do filtro depende em grande parte da economia do processo,
porém as vantagens econômicas são variáveis de acordo com o seguinte:
 Dimensões da partícula sólida, tendência à floculação e deformabilidade;
 Concentração da suspensão de alimentação;
 Quantidade do material que deve ser operado;
 Valores absolutos e relativos dos produtos líquido e sólido;
 Grau de separação que se deseja realizar;
 Custos relativos da mão de obra, do capital e da energia;
 Viscosidade, densidade e reatividade química do fluido.

Para o experimento em questão utilizamos o filtro-prensa de placas e


quadros que amplamente utilizado na indústria. Este tipo de filtro tem seguintes
vantagens: construção simples, robusta e econômica, grande área filtrante por
unidade de área de implantação, flexibilidade (pode-se aumentar ou diminuir o
número de elementos para variar a capacidade), não têm partes móveis. Os
vazamentos são detectados com grande facilidade, trabalham sob pressões até
50 kg/cm2, e a manutenção é muito simples e econômica: apenas substituição
periódica dos meios filtrantes. As principais desvantagens são: operação
intermitente, a filtração deve ser interrompida, o mais tardar, quando os
quadros estiverem cheios de torta, o custo da mão de obra de operação,
montagem e desmontagem é elevado, a lavagem da torta, além de ser
imperfeita, pode durar várias horas e será tanto mais demorada quanto mais
densa for à torta. Suspensões de granulometria uniforme dão tortas
homogêneas e, portanto mais fáceis de lavar. Partículas finas tendem a
produzir tortas de lavagem difícil, para melhorar as condições de lavagem
destas utiliza-se auxiliares de filtração, o que não resolve completamente o
problema.
No filtro prensa empregado no experimento foram utilizados quatro
placas, entre as placas foram colocados cinco meios filtrantes, alternando-se
placas e meios-filtrantes. De acordo com a figura abaixo:

Figura1.................................................................................fdfsfsdffdsfdfd
A solução de carbonato de cálcio é homogeneizada através de um rotor,
em seguida é bombeada para o conjunto de placas e quadros. Ao final da
filtração as tortas ficam depositadas sobre os meios filtrantes.
O tempo total do experimento foi dividido em montagem do filtro,
fechamento do filtro, filtração, abertura do filtro e descarga/limpeza.
Os resultados de tempo de filtração e volume de filtrado obtidos estão
relacionados abaixo:

Com esses dados obtém-se o gráfico seguinte e sua respectiva


regressão linear:
Esse gráfico segue a equação de Koseny-Carman, que é utilizado para
escoamento laminar em tortas à pressão constante.

θf K 1 K
= ∗Vf + 2
Vf 2 P P
Onde θf é o tempo de filtração, Vf volume de filtração, K 1 constante que
depende da torta, K 2 constante que depende do meio filtrante e P é a pressão.

Pela correlação do gráfico com equação 1, nota-se que K 1 /2 P é o


coeficiente angular da reta e K 2 / P é o coeficiente linear da reta. A pressão
utilizada no experimento foi mantida constante e igual a 5 lbf/in 2 (4,47×1011
Kg.m-1.h-2), por meio desses dados encontra-se os valores de K 1 e K 2 usando
as seguintes equações:
K1
A=
2P
K2
B=
P
onde A é o coeficiente angular, e B é o coeficiente linear. Os resultados
encontrados para A e B foram, 18,767 h/m6 e 1,2692 h/m3, respectivamente.
Logo os valores para K 1 e K 2 são, 1,68×1013 Kg.m-7.h-2 e 5,67×1011 kg.h-1.m-4,
respectivamente.
Outra maneira de obter as constantes K 1 e K 2 é através das equações 4
e 5 a seguir:

α∗μ∗ρ∗S
K 1=
( 1−m∗S )∗A 2

Rm
K 2=
μ∗A
Onde:
α: resistência específica da torta;
S: fração mássica do sólido;
μ: viscosidade do fluido;
ρ: densidade do líquido;
m: relação entre a massa de torta úmida e torta seca;
A: área de filtração;
Rm: resistência específica do meio filtrante.

Em posse dos valores de K 1 e K 2 obtidos previamente e usando as


equações 4 e 5 pode-se obter os valores de α e Rm que representam a
resistência especifica da torta e do meio filtrante respectivamente. Sendo que a
área de cada placa é de 0,022775 m 2, como foram utilizados cinco meios
filtrantes a área total obtida é de 0,11388 m 2.

A fração mássica do sólido é fixada pela seguinte equação:


Ms
S=
Ms+M l
Onde:

M s : massa do sólido;
M l: massa de líquido.

O valor de S obtido foi de 0,00992.


O m é uma razão entre a massa de torta úmida e a massa de torta seca.
O valor de massa de torta úmida e de torta seca são 0,512 kg e 0,190 kg
respectivamente. Logo o m é igual a 2,69. Observando-se que tais valores
correspondem a torta dos cinco meios filtrantes.
Os valores da densidade da água e da viscosidade à 19ºC são
respectivamente iguais a 0,99843 kg.L-1 e 2,86×10-7 N.h.m-2.
Empregando-se a equação 4 obtemos α = 7,486×1019 m.Kg-1, que
corresponde a resistência específica da torta;
Utilizando-se a equação 5 obtêm-se Rm = 2,258×1017m -1.
A porosidade da torta é um fator importante na filtração, pois quanto maior o seu
valor, maior será a quantidade de solução filtrada antes que se interrompa a filtração. A
porosidade é calculada da seguinte maneira:
múmida−mseca
ρlíquido
ε=
V torta

Onde:
múmida: massa úmida;
mseca : massa seca;
ρlíquido : massa específica do líquido;
V torta : volume da torta.

Sendo a profundidade da placa igual 0,005 m, obtêm-se um volume total para as


quatro placas igual a 0,569 L.
Com isso a porosidade para o conjunto de placas é igual a 0,567.
Outro parâmetro da filtração que pode ser calculado é a capacidade do filtro, que
significa o volume filtrado por unidade de tempo. Representado pela equação abaixo:

V
C=
t
Na qual t representa o tempo total do processo de filtração que consiste na soma
dos tempos de montagem do filtro, fechamento do filtro, filtração, abertura do
filtro e descarga/limpeza. O tempo total do processo foi igual a 32 minutos e 21
segundos. Assim, a capacidade do filtro é de 0,62 L.min -1.
As aplicações para o filtro prensa na indústria são: Efluentes Industriais
(ETE, Galvanoplastia, Fosfatização, Decapagem, Lavador de Gases, Industria
Têxtil, Industria Metalúrgica, Industria eletroeletrônica, Vidros, Mármores e
Granitos, Cerâmicas), Suspensões Industriais (Pigmentos e Corantes, Cabines
de Pinturas, Soluções com Partículas Metálicas), Produtos Químicos
(Hidróxidos Metálicos, Carbonato de Cálcio, Silicatos).

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