Situação Econômico - Financeira

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA FAZENDA E PLANEJAMENTO

Situação Econômico-Financeira do Governo do Estado de São Paulo em 2018

Este documento apresenta os principais resultados da gestão orçamentária e financeira do Governo


do Estado de São Paulo realizada ao longo do ano de 2018, adicionalmente relata as principais
atividades levadas adiante pelos diversos órgãos governamentais no âmbito dos programas e ações
previstas na legislação em vigor.

O ano de 2018, em função do processo eleitoral, teve como evento central a mudança na direção e
composição do Governo Federal e dos Estados. Isto representou mais um desafio para os
administradores em geral, devido à necessidade de conciliar a execução orçamentário-financeira aos
limites determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal em um quadro macroeconômico marcado
por baixo crescimento econômico e os esforços de adaptação à nova política fiscal, caraterizada por
forte controle sobre a despesa e diminuição do crédito fornecido pelas instituições financeiras do
setor público. Sob este pano de fundo, em que se acentuaram os sinais de fragilidade das finanças
em diversos governos regionais, o Governo do Estado de São Paulo conseguiu encerrar o exercício
orçamentário com resultados financeiros positivos, e dentro das metas estabelecidas pela Lei
Orçamentária Anual de 2018 e os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O desempenho da economia no exercício de 2018 ficou aquém das expectativas. Segundo


estimativas oficiais, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, para este ano foi 1,1%,
1
totalizando valor de R$ 6,8 trilhões em 2018, equivalente em termos reais ao PIB do ano de 2012 .
Este fato deve levar à revisão das metas macroeconômicas para os próximos exercícios, porque
implica que um dos fatores-chave para a recuperação do nível de atividade, o resultado primário do
setor público, não poderá contribuir na reversão do cenário em vigor dentro prazo previsto em função
2
da baixa taxa de crescimento econômico registrada e a prevista para 2019 .

O baixo dinamismo da economia não apenas prejudicou a gestão orçamentário-financeira das


autoridades federais, mas principalmente a das administrações estaduais, não obstante os esforços
de contenção de despesa registrados ao longo do ano de 2017 e continuados em 2018. Neste
cenário, a despesa de pessoal tem se constituído em um dos fatores determinantes da deterioração
do quadro fiscal subnacional, como apontado pelo Tesouro Nacional em publicações diversas, e tem
propiciado que alguns Estados ultrapassem os limites determinados pela Lei de Responsabilidade
3
Fiscal para esta rubrica .

A delicada situação em que se encontram os governos subnacionais acabou afetando o processo de


construção de um consenso em torno das reformas, especialmente da reforma previdenciária, como
almejado pelo Governo Federal, já que os Estados, não apenas estão com dificuldade de atender os
limites da despesa com pessoal, como também enfrentam obstáculos para cumprir os acordos de

1
Conforme dados do IBGE, https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23886-pib-
cresce-1-1-em-2018-e-fecha-ano-em-r-6-8-trilhoes.
2
Segundo o Grupo de Conjuntura do Ipea, mantida a estratégia da nova equipe econômica - de uma redução gradual do déficit primário,
sob o égide da Emenda do Teto de Gastos, seria possível reduzir o déficit em 2 pontos percentuais do PIB em quatro anos, a partir de 2019,
desde que as reformas anunciadas sejam aprovadas e se observe uma recuperação cíclica do nível de atividade. Cf.
http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/sumario-executivo/ Visão Geral de Conjuntura p. 1; acesso em
28/01/2019. Estimativas do Instituto Fiscal Independente, IFI, de fevereiro de 2017 projetavam a estabilização da trajetória crescente da
dívida pública em 2021, desde que nesse exercício fosse alcançado um superávit primário de 2%, do PIB. Cf.
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529484/RAF_fev17_completo.pdf?sequence=1. Recentemente, coincidindo com as
estimativas do Relatório Focus, também o FMI revisou para baixo a taxa de crescimento esperada para o PIB de 2019, de 2,5% para 2,1%.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,fmi-reduz-projecao-de-crescimento-do-pib-brasileiro-para-2-1-em-2019,70002784723.
3
Uma ilustração das dificuldades enfrentadas pelos governos estaduais, ao longo do ano, o constitui a falta de recursos para o pagamento
do 13º salário https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/12/tres-estados-atrasam-13o-de-1-milhao-de-servidores.shtml e o fato dos
gastos com inativos terem superados os gastos com servidores ativos. Veja-se, por exemplo,
https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2018/11/13/tesouro-alerta-para-risco-de-estados-quebrarem-com-alta-de-
gastos-de-pessoal.htm.
I
4
limitação de gastos assumidos quando do refinanciamento da dívida em 2016 . Esta tensão nos
aspectos fiscais das relações federativas marcou o exercício fiscal de 2018 e é bastante provável que
5
sua influencia se estenda ao longo do ano de 2019 .

Resultados macroeconômicos do Governo Federal

Os resultados fiscais do Governo Federal, quando avaliados sob o panorama acima descrito, podem
ser vistos como positivos, embora ainda frágeis. Uma vez que, segundo dados da Secretaria do
Tesouro Nacional, o déficit primário do Governo Central em 2018 foi de R$ 116,2 bilhões, portanto
inferior à meta estabelecida para este ano que foi de R$ 159 bilhões. O déficit primário do Setor
Público Consolidado, SPC, esteve na mesma linha, atingiu 1,6% em proporção do PIB, resultando
6
inferior ao de 2017, 1,7%, e também inferior à meta estabelecida para 2018, que era de 2,3% do PIB .
Isto, contudo, não evitou que ao final do exercício em foco a dívida líquida total do SPC e a dívida
bruta do Governo Geral continuassem em patamar elevado, 53,8% e 76,7% em proporção do PIB,
respectivamente; percentuais superiores aos do ano de 2017. O crescimento da dívida é afetado pelo
significativo volume de recursos destinados ao pagamento de juros, que no ano alcançou valor de
5,5% do PIB. Recursos que, mesmo em um contexto de diminuição da taxa básica, o governo é
obrigado a procurar através de novo endividamento por causa do resultado primário negativo.

A postura fiscal restritiva seguida pelo Governo Federal lhe permitiu reduzir a taxa de expansão das
despesas de pessoal e encargos e os benefícios previdenciários de uma média de 4,2% e 4,3%, no
período de 1997 a 2014, respectivamente, para uma taxa de 1,2% e 1,5%, em 2018. O exame das
contas públicas aponta crescimento real tanto das receitas administradas pela Receita Federal do
7
Brasil, RFB, quanto das não administradas, com leve superioridade das primeiras, 4,6% contra 4,3% .
Porém, como salientado pelos autores do documento de referência, nestes resultados deve-se
destacar a forte influência de fatores não recorrentes no comportamento da receita governamental, o
que constitui um traço em comum entre o desempenho fiscal do Governo Federal e o do Estado de
São Paulo. No caso do primeiro, pode-se mencionar, entre estes fatos não recorrentes, os R$ 130
bilhões devolvidos ao Tesouro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
BNDES, e, no caso do Estado de São Paulo, as receitas decorrentes da extinção do IPESP e da
privatização da Companhia Energética de São Paulo, CESP, assuntos que serão examinados com
maior detalhe mais adiante nesta introdução.

Nas linhas seguintes é apresentado um resumo dos principais fatos distintivos da gestão
orçamentário-financeira do Governo do Estado de São Paulo ao longo do exercício de 2018.

1. RECEITAS

Em 2018 o Governo do Estado de São Paulo conseguiu resultados fiscais positivos e dentro do
previsto. Embora a Receita Total tenha atingido valor inferior ao estabelecido na Lei Orçamentária
8 9
Anual (LOA) , as Receitas Correntes e Tributárias superaram os valores previstos no orçamento .
Desta forma, em consonância com a trajetória dos últimos anos, neste exercício foi alcançado
resultado primário superavitário. Adicionalmente, como ilustrado na tabela a seguir, em 2018, por
segundo ano consecutivo, o Governo do Estado de São Paulo obteve um resultado orçamentário
superavitário. É importante ressaltar que este resultado foi influenciado, também, pela mudança na

4
As despesas em que o Tesouro Nacional teve de incorrer para dar cobertura aos atrasos dos governos subnacionais é um exemplo deste
cenário, conforme relatado na seguinte reportagem: https://www.gazetaonline.com.br/noticias/economia/2019/02/uniao-pagou-r-565-
milhoes-em-dividas-atrasadas-de-estados-em-janeiro-1014168375.html. Uma breve descrição dos problemas associados ao não
cumprimento do limite de gastos, em Estados tão diversos como Acre, Ceará, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, pode ser consultada em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,estados-correm-risco-de-perder-ajuda-da-
uniao,70002602545. Acesso em 13/11/2018.
5
Como sinalizado pelo fato de que até o mês de janeiro sete Estados já decretaram estado de calamidade financeira.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-01/sete-governadores-ja-decretaram-estado-de-calamidade-financeira.
6
Cf http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/financas-publicas/ de 19/02/2019.
7
As informações sobre o desempenho fiscal do Governo Federal citadas nesta seção encontram-se na Carta de Conjuntura do IPEA, de
número 42, do 1º trimestre de 2019. Cf.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/190219_cc42_politica_fiscal.pdf; acesso em 20/02/2019.
8
Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018: Lei Estadual nº 16.646, de 11/01/2018.
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2018/lei-16646-11.01.2018.pdf
9
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018, orçou a Receita Total em R$ 216,9 bilhões, a Receita Corrente em R$ 187,1 bilhões e a Receita
tributária em R$ 157,7 bilhões.
II
forma de tratamento das receitas, que a partir deste exercício, passaram a não ser mais objeto de
diferimento, sendo apropriadas dentro do período corrente.

RESULTADO ORÇAMENTÁRIO (2017-2018)

R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Receitas Totais (A) 204.851,4 213.157,6 8.306,2 4,1% 0,4%
Receitas Correntes 197.405,2 207.405,9 10.000,7 5,1% 1,4%
Receitas de Capital 7.446,2 5.751,7 -1.694,5 -22,8% -25,5%
Despesas Totais (B) 204.011,1 212.253,1 8.242,0 4,0% 0,4%
Despesas Correntes 186.061,4 194.503,9 8.442,4 4,5% 0,8%
Despesas de Capital 17.949,7 17.749,2 -200,5 -1,1% -4,6%

Resultado Orçamentário (Jan-Dez) 840,3 904,5 64,3 7,6% 3,8%

Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária e SIAFEM/SP


https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Execução-Orçamentária.aspx
Nota: 1) Superávit Orçamentário = Receitas Totais - Despesas Totais
2) Exclui receitas e despesas intra-orçamentárias

A Receita e a Despesa Total se elevaram em percentuais semelhantes em termos nominais, 4,1% e


4,0%, respectivamente. Os quais representaram mudanças pouco significativas em termos reais,
0,4% em cada caso. Em termos agregados, além do bom comportamento da arrecadação, merecem
destaque o aumento da participação da Receita de Contribuições e a diminuição na participação da
Receita de Capital. A primeira passou de um percentual de 2,9% e 2,8% sobre a receita total, em
2016 e 2017, para 3,5% em 2018. A segunda caiu de percentuais de 3,8% e 3,6%, para 2,7%. Estas
mudanças, em ambos os casos, como será examinado mais adiante, foram determinadas por
10
eventos conjunturais .

RECEITAS CORRENTES

Neste ano a Receita Corrente teve um desempenho positivo, como mostrado na tabela abaixo, tendo
experimentado crescimento real de 1,4%.

A Receita Corrente continua como o principal componente da Receita Total. Representou ao redor de
96,5%, em 2017, e 97,2%, em 2018, tendo por sua vez como elemento preponderante a Receita
Tributária, que perfaz 77,2% da Receita Corrente.

RECEITAS CORRENTES
R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Receitas Correntes 197.405,2 207.405,9 10.000,7 5,1% 1,4%
Receitas Tributárias 150.277,3 160.083,4 9.806,1 6,5% 2,8%
ICMS 126.783,0 135.498,8 8.715,8 6,9% 3,1%
IPVA 14.499,9 15.286,5 786,5 5,4% 1,7%
ITCMD 2.719,6 2.611,9 -107,6 -4,0% -7,4%
Outras Receitas Tributárias 6.274,8 6.686,2 411,4 6,6% 2,8%
Receita de Contribuições 5.784,3 7.455,0 1.670,7 28,9% 24,3%
Receita Patrimonial 8.252,0 5.799,2 -2.452,8 -29,7% -32,2%
Transferências Correntes 19.622,5 21.841,0 2.218,5 11,3% 7,4%
Demais Receitas Correntes 13.469,0 12.227,3 -1.241,8 -9,2% -12,4%
Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Execução-Orçamentária.aspx

10
Os percentuais do ano de 2016 foram calculados com base nos dados do SIAFEM.
III
Receita Tributária

A Receita Tributária teve uma trajetória positiva em 2018 comparativamente a 2017, tendo alcançado
um aumento de 6,5%, em termos nominais, e de 2,8%, em termos reais, conforme mostrado na
tabela acima. Este desempenho, porém, foi caracterizado por dois períodos bastante diferenciados. O
primeiro, correspondente ao período janeiro-junho, durante o qual foram registradas taxas positivas e
crescentes de variação na Receita Tributária e, o segundo, correspondente ao período julho-
11
dezembro, durante o qual houve uma inflexão nesta trajetória . A evolução da Receita Tributária
reflete principalmente o comportamento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
12
(ICMS), cuja evolução é fortemente condicionada pela dinâmica da economia paulista .

O ICMS constitui a principal fonte de Receita do Estado, sendo responsável por 84,6% da Receita
Tributária e 63,6% da Receita Total. Ao longo do ano de 2018, este tributo teve um desempenho
razoável, levando-se em conta o cenário dominante na economia nacional e paulista. Experimentou
expansão nominal de 6,9% e de 3,1% em termos reais, superando o crescimento da Receita
Tributária e da Receita Corrente, que registraram taxas de crescimento real de 2,8% e 1,4%,
respectivamente.

ARRECADAÇÃO DO ICMS EM SETORES SELECIONADOS

R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Agricultura, pecuária e outros produtos animais 272,9 448,7 175,8 64,4% 58,6%

Indústria 41.256,4 45.130,9 3.874,5 9,4% 5,5%


Minerais não metálicos 1.584,3 1.628,8 44,5 2,8% -0,8%
Metalúrgica 2.970,4 3.117,5 147,2 5,0% 1,2%
Máq., equip.e instalações 2.396,9 2.907,4 510,5 21,3% 17,0%
Mat. Elétrico e de Comunicações 3.346,8 3.471,7 124,9 3,7% 0,1%
Material de transporte 5.078,0 5.985,1 907,2 17,9% 13,7%
Papel e celulose 1.792,1 1.789,8 -2,2 -0,1% -3,7%
Produtos químicos 6.765,2 7.718,2 953,0 14,1% 10,1%
Produtos farmacêuticos 2.949,9 3.150,3 200,4 6,8% 3,0%
Produtos de plástico 2.043,5 2.214,0 170,4 8,3% 4,5%
Produtos alimentícios 4.368,7 4.938,6 569,8 13,0% 9,0%
Bebidas 3.724,9 3.861,7 136,8 3,7% 0,0%
Outros 4.235,8 4.347,7 111,9 2,6% -1,0%

Preços Administrados 36.777,5 36.317,7 -459,8 -1,3% -4,7%

Comércio e Serviços 44.547,3 48.933,4 4.386,1 9,8% 6,0%


Fonte: Relatório da Arrecadação Tributária de fevereiro de 2019 – Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relat%C3%B3rios-da-Receita-Tribut%C3%A1ria.aspx

11
Segundo estatísticas da Coordenadoria de Arrecadação Tributária (CAT), durante o período janeiro-março de 2018 a Receita Tributária
apresentou taxa de crescimento real de 2,5%, na comparação com igual período do ano anterior. A taxa para o período janeiro-março foi
de 6,15%; a do período janeiro-setembro foi de 2,0% e por último a do período janeiro – dezembro foi de 2,0%. Em todos os casos a
comparação é com igual período do ano anterior. Estas taxas reais foram estimadas pela CAT com base em moeda constante do trimestre
observado. Cf. Relatório da Receita Tributária do Estado de São Paulo de 2018 a janeiro de 2019, disponíveis no portal da Secretaria da
Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relat%C3%B3rios-da-Receita-Tribut%C3%A1ria.aspx
12
A evolução trimestral do ICMS foi a seguinte: no período janeiro-março cresceu a uma taxa de 3,7%; no período janeiro-junho a taxa foi
de 7,3%; no período janeiro-setembro 3,0% e no período janeiro-dezembro 2,9%. Em todos os casos trata-se da comparação com igual
período do ano anterior. Dados extraídos dos Relatórios de Arrecadação. A correlação com o nível de atividade fica claramente ilustrada
quando se observa a taxa de crescimento trimestral anualizada do PIB paulista estimada para os períodos acima indicados: Estas foram de
2,3%, 2,3%, 1,9% e 1,6% . Cf. http://www.seade.gov.br/produtos/midia/2019/02/PIB_Trim_4_2018_ok.pdf.
IV
Ao longo das últimas décadas, o Estado de São Paulo perdeu espaço em termos de sua contribuição
à geração do Produto Interno Bruto do país, passando de 37,3%, em 1995, para 33,1%, em 2010. Em
13
2016 este percentual estava em 32,5%, segundo os dados mais recentes do IBGE . Este processo
ocorreu de forma paralela à mudança na composição do PIB em termos nacionais, evidenciada na
diminuição da participação relativa da indústria no processo de geração, processo que é
14
particularmente importante no Estado de São Paulo .

A mudança na composição da Receita Tributária do Estado e da arrecadação setorial do ICMS é


fenômeno associado ao aumento da presença do setor de serviços na economia nacional e paulista,
em particular. Ao longo do período 1995 – 2015, o ICMS viu cair sua participação na Receita
Tributária de 91,2% para 84,9%, conforme dados da Coordenadoria de Arrecadação Tributária (CAT).
15
As estatísticas mais recentes desta fonte indicam que esta tendência se interrompeu , tendo a
participação do ICMS na Receita Tributária do Estado, nos exercícios de 2016 a 2018, permanecido
em torno de 84,1%. Também neste período, o IPVA se consolidou como a segunda fonte de Receita
Tributária do Estado, tendo passado de 6,1%, em 1995, para 10,3% da Receita Tributária total, em
2018.

Como mostra a figura a seguir, no último exercício, a receita de ICMS oriunda do setor de serviços
continuou a crescer, sendo atualmente responsável por 38,0% da arrecadação total do tributo,
seguido pelas atividades industriais, que se recuperaram no último ano e hoje respondem por 33,9%.

ICMS POR SETOR

13
Para o período 1995 – 2010 consultar IBGE, Sistema de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil Tabela 2: Participação das Grandes
Regiões e Unidades da Federação no Produto Interno Bruto 1995 – 2010. A estatística de ano de 2016 foi extraída do Sistema de Contas
Regionais https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/contas-nacionais/9054-contas-regionais-do-
brasil.html?=&t=resultados Tabela referida ao período 2013 – 2016.
14
Entre 2002 e 2016, a participação das atividades industriais no PIB brasileiro caiu de 26,4% para 21,2%, enquanto as atividades de
serviços passaram de 67,2% para 73,1%. Cf. dados do IBGE reproduzidos pela Fundação Seade https://www.seade.gov.br/produtos/pib-
anual/.
15
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Downloads/Relatorios-da-Receita-
Tributaria/2019/fevereiro/INTERNET_fevereiro19.pdf
V
A economia paulista registrou em 2018 taxa de expansão superior à da economia nacional, conforme
apurado pelo IBGE e a Fundação Seade. O nível de atividade do Estado cresceu neste ano a uma
16
taxa de 1,6% contra 1,1% do PIB nacional . Durante o primeiro semestre do ano a taxa de expansão
paulista foi de 2,3%. Este desempenho criou expectativas de um crescimento anual da ordem de
2,4%, conforme estimativas do Seade publicadas no boletim de conjuntura do terceiro trimestre.
Porém, a forte desaceleração ocorrida na segunda parte do ano foi determinante para o quadro que
as estatísticas mostraram em setembro e dezembro. No terceiro trimestre a taxa caiu para 1,9% e
finalizou o ano com o valor de 1,6%.

O crescimento registrado foi liderado pelo setor de serviços que, no período em análise, apresentou
uma variação positiva de 1,8%, e mais especificamente pelas atividades comerciais, cuja taxa de
crescimento foi de 4,0%. A indústria de transformação também contribuiu favoravelmente no
17
resultado geral, devido à expansão de 1,2% observada nas atividades deste setor .

O Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), responsável por 9,5% da Receita
Tributária do Estado, cresceu a uma taxa de 5,4%, em termos nominais, ao longo do ano de 2018,
mas apenas 1,7%, em termos reais. Diferente do ocorrido com o ICMS, as taxas de crescimento
18
deste tributo observadas nos últimos meses do ano foram superiores às da primeira parte do ano .

Outras Receitas Correntes

As outras componentes da Receita Corrente, a Receita de Contribuições, a Receita Patrimonial e a


Receita de Transferências Correntes, tiveram desempenho diferenciado. A Receita de Contribuições
experimentou aumento real de 24,3%, favorecida, de um lado, pela extinção do IPESP e a
consequente absorção dos recursos do fundo desta instituição pelo Tesouro do Estado (Secretaria da
19
Fazenda) , e, por outro lado, pelo crescimento das demais Receitas de Contribuições associadas à
remuneração dos servidores.

A Receita Patrimonial experimentou uma diminuição real de 32,2%, em relação a 2017, motivada por
diversos fatores, entre os que se incluem: a retração de 78,1%, em termos reais, no volume de
recebimentos de outorga, oriundos das concessões rodoviárias; a diminuição na receita de juros de
capital próprio, originada na participação acionária do Estado na SABESP; e, por último, a
significativa diminuição nos rendimentos de aplicações financeiras, que registraram uma queda de
34,4%, relacionada com a necessidade de alocação de maiores recursos ao serviço da dívida, entre
outros fatores.
RECEITAS PATRIMONIAIS
R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Receita Patrimonial 8.252,0 5.799,2 -2.452,8 -29,7% -32,2%
Concessão Rodovias - DER 1.889,6 429,0 -1.460,6 -77,3% -78,1%
Outras Concessões Estado 122,5 769,2 646,7 528,0% 505,8%
Juros de Capital - SABESP 413,9 353,8 -60,1 -14,5% -17,5%
Dividendos CESP 57,0 4,5 -52,5 -92,1% -92,4%
Aplicação Financeira - Rendimentos 2.352,0 1.599,7 -752,4 -32,0% -34,4%
Demais 3.417,0 2.643,2 -773,9 -22,6% -25,4%

Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária

16
Cf. http://www.seade.gov.br/economia-paulista-cresceu-16-em-2018/.
Para as projeções a fonte é http://www.seade.gov.br/projecao-do-pib-de-sao-paulo-e-de-crescimento/. O Boletim pode ser consultado
em https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Boletim-Conjuntura-Econ%C3%B4mica-Paulista.aspx.
Para as estatísticas do PIB do Brasil ver https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/23886-pib-cresce-1-1-em-2018-e-fecha-ano-em-r-6-8-trilhoes acesso em 06/03/2019.
17
Cf. Dados da Fundação Seade http://www.seade.gov.br/produtos/pib-trimestral
18
As taxas de variação real comparadas dos subperíodos jan-jul, jan-ago, jan-set, jan-out e jan-nov, foram de 3,8%; 4,4%; 4,5%; 5,0% e
5,1%, respectivamente, em relação aos mesmos subperíodos do ano anterior. Cf. SEFAZ, Governo do Estado de São Paulo, Relatórios da
Receita Tributária, vários números.
19
Como estabelecido na Lei Nº 16.877 de 19 de Dezembro de 2018. https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2018/lei-16877-
19.12.2018.html acesso em 20/02/2019. Todavia, embora a sanção desta norma tenha representado neste exercício uma contribuição
positiva na receita de contribuições, será necessária posterior avaliação do impacto líquido sobre as contas do tesouro, em função dos
desembolsos vinculados ao pagamento das aposentadorias dos profissionais que, a partir de agora, receberão diretamente do Estado.
VI
Em contrapartida, as Receitas de Transferências Correntes cresceram 7,4%, em termos reais,
impulsionadas pelo ingresso de Royalties, decorrentes das atividades de gás e petróleo, e dos
recursos oriundos do Imposto de Renda Pessoa Física (retido na fonte). A Receita de Royalties,
proveniente da produção de petróleo e gás natural, cresceu 60% em 2018. Este aumento está
diretamente relacionado à elevação da produção da Bacia de Santos, que em novembro de 2018
atingiu 1,29 milhão de barris/dia, superando a bacia de Campos (RJ), cuja produção é 1,13 milhão de
20
barris/dia .

Os valores correspondentes à receita oriunda das concessões rodoviárias estão distribuídos em duas
contas, quais sejam, Concessão Rodovias – DER e Demais Receitas Correntes, fato explicado pela
21
existência de dispositivo que permite a desvinculação de determinadas fontes de receita . A respeito
destes valores é necessária uma observação, a menor entrada de recursos de concessões - em
função da natureza não recorrente dos recebimentos de repasse e outorga - tem duas importantes
contrapartidas: a primeira, representada pelos projetos atrelados aos contratos de concessão, que ao
22
longo dos 20 anos do programa já garantiram investimentos estimados em R$ 118 bilhões e, a
segunda, representada pelos ganhos de receita derivados às prefeituras municipais, em
consequência do ISS incidente sobre ao pedágio das rodovias estaduais concessionadas, e que
23
contribuem a melhorar as finanças locais em diversas regiões do Estado .

As Demais Receitas Correntes apresentaram trajetória semelhante à receita patrimonial, devido à


diminuição significativa observada no valor real de seus diversos componentes, agravando, assim, a
24
restrição fiscal com que a administração estadual se deparou neste exercício .

RECEITAS DE CAPITAL

As Receitas de Capital em 2018 continuaram afetadas pelo quadro macroeconômico geral. A


persistência de resultados primários negativos em âmbito federal e as dificuldades dos governos
subnacionais para cumprir com as metas dos programas de ajuste fiscal, anteriormente citadas,
afetam a concretização das metas de investimento do médio e longo prazo estabelecidas nos planos
plurianuais; determinando que mesmo nos casos em que existe evidência de capacidade de
pagamento, algumas unidades da federação evitem a contratação de novas operações de crédito, por
conta do contexto macroeconômico citado e, adicionalmente, as metas e limites relativos ao grau de
25
endividamento associadas aos programas de apoio à reestruturação e ajuste fiscal (PAF) .

Desta forma, embora o Estado de São Paulo disponha de uma boa classificação de risco, tanto do
26
ponto de vista das agências privadas quanto da Secretaria do Tesouro Nacional , o que em tese lhe
permitiria acessar novas contratações de operações de crédito, optou por respeitar não apenas as
limitações financeiras já mencionadas, mas também as de ordem legal prevalecentes sobre as
administrações em final de mandato, decorrentes da LRF.

20
https://monitordigital.com.br/royalties-do-petr-leo-engordam-receita-de-sp-em-r-5-bilh-es
21
Trata-se da Emenda Constitucional nº 93, de 08/09/2016, que altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para prorrogar a
desvinculação de receitas da União e estabelece a desvinculação de receitas dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc93.htm
22
Um balanço dos resultados do programa de concessões rodoviárias paulistas pode ser encontrado em
http://www.abcdoabc.com.br/abc/noticia/artesp-apresenta-experiencia-concessoes-rodoviarias-durante-forum-63658.
23
Avaliações recentes sobre o impacto da receita advinda dos pedágios sobre as finanças dos municípios paulistas são relatadas em:
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/arrecadacao-do-iss-sobre-o-pedagio-rende-mais-de-meio-bilhao-de-reais-para-
272-prefeitu/ e também em
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/iss-sobre-pedagio-rende-mais-de-r-197-milhoes-para-a-regiao-de-ribeirao-
preto-em-2018/.
24
Segundo dados SIAFEM, as Demais Receitas Correntes tiveram redução real de 12,4%, sendo os recursos associados às Multas, Juros de
Mora, Dívida Ativa, Programas de Parcelamento (PEP/PPD) os mais importantes determinantes desta receita.
25
Algumas observações críticas em relação à influência, nem sempre positiva, que o quadro fiscal do conjunto do setor público exerce
sobre as finanças dos Estados podem ser encontradas em reportagens e estudos vários, desenvolvidos por consultorias independentes com
base em dados do Tesouro Nacional, como por exemplo https://economia.ig.com.br/2018-12-14/contas-publicas-estados.html e
https://www.valor.com.br/brasil/6178473/14-estados-e-df-tem-financas-em-situacao-razoavel-ou-melhor.
26
A classificação de risco do Estado de São Paulo é considerada estável, porém, assim como outras unidades da federação, ela é afetada
pela classificação do Brasil, que sofreu um leve rebaixamento ao longo do exercício de 2018, de BB a BB-. Isto, no entanto, a princípio não
impediria o Governo do Estado de acessar o mercado de capitais.
https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/03/05/internas_economia,941956/fitch-rebaixa-rating-de-sp-sc-e-pr-e-das-cidades-
de-sao-paulo-e-rio.shtml. Para o caso da nota atribuída ao Estado pela Fitch veja-se https://sefaz-
sp.jusbrasil.com.br/noticias/2785050/sao-paulo-recebe-classificacao-bbb-da-fitch-ratings. A avaliação da Secretaria do Tesouro Nacional
sobre as condições financeiras do Estado de São Paulo é tratada mais adiante nesta Introdução, na seção sobre CAPAG.
VII
As liberações de Operações de Crédito, que alcançaram valor de R$ 2,9 bilhões em 2018, resultaram
inferiores às de 2017, diminuindo 39,0% em termos reais. Fato este que contribuiu à queda real das
receitas de capital, da ordem de 25,5%, uma vez que as operações de crédito constituem
tradicionalmente uma de suas principais componentes.

O fato destacável neste campo foi a concretização da venda da participação acionária do Governo do
Estado na Companhia Energética de São Paulo, CESP, ao longo do mês de outubro; o que
27
determinou o ingresso de R$ 1,5 bilhões nos cofres públicos . Já as Outras Receitas de Capital, que
no ano de 2017 tiveram participação relevante, apresentaram diminuição significativa, tanto em
termos nominais como reais, conforme registrado na tabela a seguir, o que está relacionado à
diminuição dos recursos destinados ao pagamento de Sentenças Judiciais em função dos limites
estabelecidos pelo teto de gastos.
RECEITAS DE CAPITAL

R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Receitas de Capital 7.446,2 5.753,0 -1.693,3 -22,7% -25,5%
Operações de Crédito 4.587,0 2.899,5 -1.687,5 -36,8% -39,0%
Alienação de Bens 182,2 1.696,8 1.514,6 831,1% 798,2%
Amortização de Empréstimos 3,4 5,3 1,9 57,9% 52,4%
Transferências de Capital 252,8 430,8 178,0 70,4% 64,4%
Outras Receitas de Capital* 2.420,9 720,6 -1.700,2 -70,2% -71,3%
Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Execução-Orçamentária.aspx
* Ingresso de recursos dos Depósitos Judiciais

2. DESPESAS

Ao longo do ano de 2018 a Despesa Total alcançou o valor de R$ 212,2 bilhões, representando um
aumento nominal de 4,0% e uma variação real de apenas 0,4%. Como já apontado, esta variação,
28
embora inferior à meta prevista , foi da mesma magnitude que a registrada na Receita em termos
reais, também de 0,4%, em virtude do esforço continuado de contenção das despesas sobre as quais
a administração detém alguma capacidade de controle, como, por exemplo, as despesas de custeio,
e, adicionalmente, as despesas de investimento; fator este que contribuiu ao resultado primário
finalmente alcançado.

O esforço adicional de contenção da Despesa que a administração estadual foi obrigada a realizar ao
longo do exercício de 2018 só pode ser dimensionado levando-se em consideração a evolução das
receitas ao longo dos últimos exercícios. Em 2017 a Receita e a Despesa Total cresceram 3,3% e
2,6%, respectivamente, em termos reais, em relação ao ano de 2016. Em 2018, como apontado
linhas acima, a sua variação real foi de 0,4%. A Receita Corrente experimentou um aumento real de
1,4%, percentual semelhante ao do crescimento do PIB paulista, que foi de 1,6%, em 2018, enquanto
as despesas correntes, refletindo a continuidade do ajuste fiscal no Estado, se elevaram em apenas
0,8% em termos reais.

As Despesas Correntes constituíram o principal determinante da despesa. Seus principais


componentes, as despesas com Pessoal e Encargos e as despesas de Custeio experimentaram
diminuição real de -0,6% e de -0,1%, em 2018, respectivamente. Em compensação, a despesa com
Juros e Encargos da Dívida se elevou de forma significativa, 32,7% em termos nominais, percentual
equivalente a 28,0% em termos reais, como reflexo do encerramento do período durante o qual
vigorou o desconto sobre as parcelas da dívida.

27
Detalhes em http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-10/cesp-e-vendida-sem-concorrencia-com-agio-de-209.
28
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018 fixou a Despesa Total em R$ 216,9 bilhões e a Despesa Corrente em R$ 212,3 bilhões.
VIII
DESPESAS TOTAIS
R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Despesas Totais 204.011,1 212.253,1 8.242,0 4,0% 0,4%
Despesas Correntes 186.061,4 194.503,9 8.442,4 4,5% 0,8%
Despesas de Capital 17.949,7 17.749,2 -200,5 -1,1% -4,6%
Pessoal e Encargos Sociais 85.944,5 88.600,4 2.655,9 3,1% -0,6%
Ativos 52.258,9 52.081,2 -177,7 -0,3% -3,9%
Inativos 33.685,6 36.519,2 2.833,6 8,4% 4,6%
Custeio1 47.507,7 49.216,2 1.708,5 3,6% -0,1%
Transf. Constitucionais a Municípios 40.728,9 43.070,5 2.341,5 5,7% 2,0%
Sentenças Judiciais 4.143,5 4.057,6 -85,9 -2,1% -5,5%
Serviço da Dívida 11.647,5 17.466,2 5.818,7 50,0% 44,7%
Juros e Encargos da Dívida 8.470,6 11.243,1 2.772,6 32,7% 28,0%
Amortizações da Dívida 3.177,0 6.223,1 3.046,1 95,9% 89,0%
Investimentos2 + Inversões Financeiras 14.038,9 9.842,2 -4.196,7 -29,9% -32,4%
Nota: Não inclui despesas intra-orçamentárias
(1) Custeio = Outras Despesas Correntes exceto Transferências Constitucionais a Municípios e Sentenças Judiciais (desp. correntes).
(2) Investimentos exceto Sentenças Judiciais (desp. de capital).
Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária e SIAFEM/SP
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Execução-Orçamentária.aspx

Despesa com Pessoal e Encargos

A despesa com Pessoal e Encargos, como os números da tabela demonstram, continua


representando o principal componente da Despesa Total e da Despesa Corrente. No exercício em
foco experimentou um aumento nominal de 3,1%, porém uma diminuição real de -0,6%. Como
observado em outras unidades da federação, a despesa com Pessoal tem registrado um crescimento
29
persistente na maioria dos Estados , exigindo redobrada atenção quanto a seu impacto sobre o
conjunto das finanças públicas.

O principal fator determinante da elevação da despesa com Pessoal é a despesa com servidores
inativos, que, no exercício expandiu-se em 8,4%, em termos nominais, e 4,6%, em termos reais,
continuando sua trajetória crescente; enquanto o gasto com servidores ativos diminuiu, tanto em
30
termos nominais -0,3%, quanto em termos reais -3,9% . É importante, não obstante, ressaltar que,
embora o Estado de São Paulo compartilhe com as demais unidades da federação a tendência
crescente das despesas com Pessoal, especialmente com inativos, é o que apresenta a menor taxa
de crescimento do conjunto dos Estados ao longo dos últimos anos. Como atesta pesquisa
desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), trabalhando com dados
resultantes de metodologia uniforme, é possível constatar que, ao longo do período 2006-2016,
enquanto a taxa anual média de crescimento real dos gastos reais com pessoal dos Estados foi de
31
5,4%, São Paulo experimentou uma média de 2,5% .

29
Veja-se, por exemplo, o Estudo Especial Nº 8 do Instituto Fiscal Independente, de dezembro de 2018, no qual, com base em projeções
demográficas do IBGE, é apresentada uma avaliação prospectiva do impacto da dinâmica populacional e das despesas com pessoal sobre
as finanças públicas estaduais até 2060. Este trabalho pode ser consultado em
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/551069/EE_08_Observatorio_Estados.pdf.
30
Para uma exposição detalhada da evolução da despesa com pessoal nas diversas unidades da federação pode-se consultar a Nota
Técnica II da Carta de Conjuntura do IPEA do 4º trimestre de 2017, que versa sobre o crescimento dos gastos com pessoal, ativo e inativo,
dos Estados brasileiros entre 2006–2016; disponível em
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=31527&Itemid=3.
Complementarmente pode ser consultada pesquisa recente da Firjan sobre o assunto em
https://www.firjan.com.br/publicacoes/publicacoes-de-economia/a-situacao-fiscal-dos-estados.htm#pubAlign
31
A taxa anual média de crescimento dos gastos reais com servidores ativos do conjunto dos Estados entre 2006 e 2016 foi de 4,7%,
enquanto com inativos foi 7,9%. As taxas correspondentes de São Paulo foram 2,1% e 3,0%, respectivamente. Cf. Nota Técnica II, Carta de
Conjuntura do IPEA Nº 37, 4º trimestre de 2017.
IX
Apesar do forte crescimento da despesa com inativos, o Estado de São Paulo tem conseguido manter
e até diminuir a participação relativa da despesa com Pessoal no conjunto da Despesa Corrente e da
Despesa Total. Entre 2016 e 2018, a despesa com Pessoal registrou participação decrescente como
proporção da Despesa Corrente alcançando 47,1%, 46,2% e 45,6% e como proporção da Despesa
32
Total 43,0% 42,1 % e 41,7% respectivamente .

As medidas adotadas para controlar a expansão das despesas com Pessoal do Poder Executivo
incluíram iniciativas tanto em relação ao pessoal ativo quanto ao inativo. Assim, no triênio 2016-2018,
o número total de servidores do Poder Executivo (ativos, inativos e pensões), excluído o das
empresas dependentes, foi reduzido de 1.087.306 para 1.050.301 em 2017 e elevado para 1.065.846
em dezembro de 2018. Os ativos somaram 611.522, 561.581 e 563.826, respectivamente, número
ainda inferior ao de dezembro de 1994, quando representavam 662.333. No mesmo período, de 2016
a 2018, a quantidade de inativos e pensionistas aumentou de 475.754 para 502.020, representando
um incremento 13.300 (2,7%). Em dezembro de 1994 essa população era de 366.162, o que indica
aumento de 37,1% entre 1994 e 2018.

A elevação significativa do número de inativos, e da despesa a estes vinculada, exerce pressão sobre
as contas públicas paulistas absorvendo recursos crescentes do Estado. Entre 2014 e 2018, a
contribuição do Tesouro para a cobertura das despesas previdenciárias subiu de R$ 14,2 para R$
33
19,8 bilhões, uma variação acumulada de 39,4% , a mesma que, poderia ter sido mais elevada,
ainda, se não tivessem sido adotadas as reformas de âmbito previdenciário em exercícios anteriores:
34
a criação da São Paulo Previdência (SPPREV) em 2007 e da Previdência Complementar
35
(SPPREVCOM) em 2011 .

Em 2018 houve aumento do número de ativos, decorrente de reposição de pessoal, notadamente, no


quadro do magistério, que se deu pela saída de 10.719 efetivos ante a contratação de 22.993 em
36
caráter temporário, cuja jornada é inferior à daqueles, exigindo maior quantidade .

Registre-se que a variação do número de servidores nos últimos anos se deve à política de reposição
de pessoal em vigor que, conforme estabelecido na Nota Técnica SF/GS/ APDP nº 05 de 03/04/2017,
não se dá na relação 1x1, mas se sujeita à disponibilidade orçamentário-financeira. Esta política
permitiu que fosse concedido aumento ao funcionalismo público do Estado de São Paulo a partir do
37
mês de fevereiro, no que contribuiu o aumento real experimentado pela receita no ano de 2017 .

A gestão adotada permitiu também melhorar os indicadores da Lei de Responsabilidade Fiscal,


principalmente no Poder Executivo. O que constitui um requisito fundamental para a contratação de
novas operações de crédito. Como mostram a tabela e figura a seguir, durante os últimos exercícios,
os gastos com pessoal (pessoal e encargos) em proporção da receita corrente líquida têm se mantido
38
em nível não só inferior ao limite máximo, mas também ao limite de alerta e prudencial .

32
Percentuais estimados com base nos valores nominais registrados nos RREOs.
33
Taxa estimada com base nos valores nominais da composição da despesa SPPREV registrados no SIAFEM e RREO anexo 4.
34
Lei Complementar nº 1.010, de 01/06/2007, que dispõe sobre a criação da SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV, entidade gestora do
Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos - RPPS e do Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo –
RPPM. Cf. https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2007/alteracao-lei.complementar-1010-01.06.2007.html.
35
Lei nº 14.653, de 22/12/2011, que institui o regime de previdência complementar no âmbito do Estado de São Paulo, fixa o limite
máximo para a concessão de aposentadorias e pensões de que trata o artigo 40 da Constituição Federal, autoriza a criação de entidade
fechada de previdência complementar, na forma de fundação, e dá outras providências. Cf.
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2011/lei-14653-22.12.2011.html.
36
Os números mencionados nesta seção foram retirados de relatórios produzidos pela Área de Política de Despesa com Pessoal da
Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.
37
Em 2017, em comparação a 2016, a receita corrente apresentou taxa de crescimento nominal de 7,2% e real 3.6%. Ver Relatório Anual
de 2017, Introdução.
38
A LRF estabeleceu três limites para o indicador DP/RCL no caso dos Estados, estes são: 60% como Limite Máximo; 57% como Limite
Prudencial e 54% como Limite de Alerta. Definindo, ainda, limites específicos para cada um dos poderes, sendo o Limite Prudencial de
46,55% para o Executivo; 5,70% para o Judiciário; 2,85% para o Legislativo, e 1,90% para o Ministério Público. Cf. Lei Complementar nº
101, de 04/05/2000, Art. 22.
X
EVOLUÇÃO DO INDICADOR DESPESA COM PESSOAL/RCL E LIMITES DA LRF

LIMITES
2015 2016 2017 2018
Alerta Prudencial Máximo
Executivo 46,28% 46,40% 43,43% 43,36% 44,10% 46,55% 49,00%
Judiciário 4,87% 5,32% 5,31% 5,45% 5,40% 5,70% 6,00%
Legislativo 1,03% 1,17% 1,14% 1,12% 2,70% 2,85% 3,00%
Ministério Público 1,27% 1,33% 1,30% 1,36% 1,80% 1,90% 2,00%
Total 53,44% 54,23% 51,19% 51,30% 54,00% 57,00% 60,00%
Fonte: SIAFEM/SP e Publicação de Outros Poderes.

DESPESAS DE PESSOAL DO PODER EXECUTIVO (LRF)

49,00%

46,55%
46,74% 46,40%
44,60% 42,94% 46,28% 43,43%
42,03% 43,98% 43,36%
40,82%
42,33% 41,29% 39,40% 42,41%
41,48%
40,33%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Despesa Pessoal / RCL Limite Prudencial Limite Máximo

Fonte: Relatório de Gestão Fiscal


https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Quadros-Demonstrativos-da-Lei-de-Responsabilidade-Fiscal.aspx

Despesas com Juros

O item da Despesa Corrente que teve o maior aumento percentual, como já apontado no parágrafo
inicial nesta seção foi a despesa com Juros e Encargos da Dívida, cuja variação em 2018 foi de
32,7%, em termos nominais, e de 28,0%, em termos reais. O aumento desta rubrica está relacionado
ao acordo decorrente da Lei Complementar nº 156/2016, que permitiu a renegociação da dívida dos
Estados com a União (Lei 9646/97), quando os primeiros obtiveram redução extraordinária no valor
39
das parcelas relativas aos juros e encargos, aplicável ao período de julho de 2016 a junho de 2018 .

Custeio

O Custeio, equivalente ao conjunto das Outras Despesas Correntes exceto transferências


constitucionais a municípios e sentenças judiciais (desp. correntes), é o segundo componente
relevante das Despesas Correntes, responsável por aproximadamente 26,5% da Despesa Corrente e
24,3% da Despesa Total. O Custeio diminuiu 0,1%, em termos reais, no exercício de 2018. Embora
se trate de uma rubrica com uma composição bastante diversificada, uma vez que inclui desembolsos
de natureza administrativa, tais como as contribuições, e gastos junto a provedores de bens e
serviços de variada natureza, destinados a garantir a regularidade dos programas, ações e projetos
desenvolvidos pelas secretarias, apresenta, em termos funcionais, uma relativa concentração nas

39
No caso do Estado e São Paulo esta medida permitiu redução integral da despesa com juros no período de junho a dezembro de 2016.
Em 2017, entre janeiro a dezembro, o percentual de desconto caiu mensalmente de 94,7% até 36,84%. Por último, em 2018, este desconto
vigorou durante o primeiro semestre, com percentuais de 31,57% até 5,26%. A partir do mês de julho de 2018, o pagamento de juros foi
retomado de forma integral.
XI
secretarias de Saúde e Educação, as quais são, em conjunto, responsáveis por aproximadamente
56% do total do Custeio.

O aumento real observado nas despesas com Educação e Saúde, que alcançou taxas de 6,1% e
1,9%, em termos reais, respectivamente, foi acompanhado de significativos aumentos reais na
Secretaria de Planejamento e Gestão, da ordem de 9,6%, e na Secretaria de Emprego e Relações de
Trabalho, 178,7%. Diversos fatores contribuíram, no entanto, para a diminuição real do custeio em
termos agregados, que foi da ordem de 0,1% em 2018. Entre os fatores podem ser mencionados: a
elevada proporção de gastos associada às duas primeiras secretarias indicadas, a contração dos
gastos da Secretaria dos Transportes Metropolitanos e a diminuição das despesas com indenizações
e restituições na Administração Geral do Estado.

CUSTEIO – POR ORGÃOS


em R$ milhões

2017 2018 Diferença Variação


2018 (-) 2017 Nominal Real
CUSTEIO (Outras Despesas Correntes exceto Transf.
47.507,7 49.216,2 1.708,5 3,6% -0,1%
Constit. Municípios e Sentenças Judiciais)
Secretaria da Educação 10.684,1 11.750,2 1.066,1 10,0% 6,1%
Secretaria da Saúde 14.814,6 15.652,1 837,5 5,7% 1,9%
Tribunal de Justiça 2.380,6 2.635,8 255,2 10,7% 6,8%
Secretaria de Planejamento e Gestão 1.609,3 1.828,4 219,1 13,6% 9,6%
Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho 66,6 192,4 125,8 188,9% 178,7%
Secretaria da Cultura 568,3 651,5 83,3 14,7% 10,6%
Secretaria de Governo 790,5 663,0 -127,5 -16,1% -19,1%
Secretaria dos Transportes Metropolitanos 2.889,1 2.710,4 -178,7 -6,2% -9,5%
Administração Geral do Estado (Indenizações) 848,6 315,7 -532,9 -62,8% -64,1%
Demais 12.856,0 12.816,8 -39,3 -0,3% -3,8%
Fonte: SIAFEM
Nota: Exclui Despesas Intra-Orçamentárias

A decomposição da despesa por tipo de gasto (itens da despesa), apresentada na tabela a seguir,
ilustra de forma complementar a direção adotada pela administração, no sentido de manter a política
de ajuste com foco, não exclusivo, mas importante, nas despesas de custeio com alguma margem de
discricionariedade. Observe-se a forte redução nos gastos com serviços terceirizados, que caíram
9,7% em termos reais; dos serviços de limpeza e vigilância, que diminuíram 1,5%, em termos reais;
bem como os de utilidade pública, com redução real de 4,0%. Itens geralmente vinculados a contratos
cuja atualização, mesmo quando realizada através de índices quantitativos preestabelecidos, admite
algum grau de negociação entre os fornecedores e o Governo do Estado, facilitando assim o controle
da despesa.

A despesa de contribuições registrou aumento real de 5,6%, no período. Trata-se de um item que
representa 14% do Custeio e com forte correlação com a arrecadação de receitas base do FUNDEB,
e que por suas características constitui uma despesa de difícil contração.

XII
CUSTEIO – POR ELEMENTOS DA DESPESA
em R$ milhões

2017 2018 Diferença Variação


2018 (-) 2017 Nominal Real
CUSTEIO (Outras Despesas Correntes
47.507,7 49.216,2 1.708,5 3,6% -0,1%
exceto Transf. Constit. Municípios e Sentenças Judiciais)
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 16.898,1 15.817,3 (1.080,8) -6,4% -9,7%
Contribuições 6.389,2 6.991,2 602,0 9,4% 5,6%
Subvenções Sociais 5.065,6 5.368,3 302,6 6,0% 2,2%
Material de Consumo 4.130,9 4.335,4 204,6 5,0% 1,2%
Serviços de Limpeza, Vigilância e Outros 2.352,7 2.401,2 48,5 2,1% -1,5%
Indenizações e Restituições 2.588,1 1.914,1 (674,0) -26,0% -28,7%
Despesas com Tecnologia e Informática - 1.869,2 1.869,2
Serviços de Utilidade Pública 1.627,7 1.619,5 (8,2) -0,5% -4,0%
PASEP 1.440,7 1.459,6 18,9 1,3% -2,3%
Outras 7.014,8 7.440,5 425,8 6,1% 2,3%
Fonte: SIAFEM
Nota: Exclui Despesas Intra-Orçamentárias

A figura a seguir ilustra o processo de ajuste descrito. Como assinalado, a observância de uma
política de controle sobre as despesas com pessoal, principalmente ativo, entre 2012 e 2018, permitiu
que a expansão deste item se limitasse a 44,0% em termos nominais, em um contexto em que sua
participação na despesa corrente e total diminuiu, conforme apontado. No mesmo período, a despesa
de custeio acompanhou a trajetória da primeira, experimentando, na prática, e a despeito de
pequenas diferenças nas taxas anuais, idêntico patamar de crescimento nominal do que as despesas
com pessoal, 43,8%.

DESPESA COM PESSOAL E CUSTEIO 2012 – 2018


(R$ milhões – valores nominais)

Despesas de Capital e Investimentos

Em 2018 as Despesas de Capital alcançaram o valor de R$ 17,7 bilhões, inferior ao do exercício


anterior tanto em termos nominais quanto reais, apresentando diminuição de 1,1% e 4,6%,
respectivamente. Neste resultado contribuíram a diminuição dos Investimentos, 29,1% em termos
reais, e o aumento das despesas com Amortização da Dívida, 89,0%, em termos reais, em relação ao

XIII
ano exercício de 2017 (Ver Tabela de Resultado Orçamentário apresentada na terceira página desta
Introdução).

Nas linhas seguintes será apresentada a evolução das despesas de Investimentos, deixando para
mais adiante a exposição da trajetória das despesas de Amortização, que será retomada na seção
destinada ao comportamento da Dívida. A análise leva em consideração a Despesa Total com
Investimentos por parte do setor público paulista, incluindo as rubricas contábeis de investimentos,
inversões financeiras e, adicionalmente, as despesas correlatas das estatais não-dependentes,
conforme mostrado na tabela abaixo.

Os Investimentos totais do Governo do Estado de São Paulo, correspondentes à soma das variáveis
acima indicadas, totalizaram o valor de R$ 12,9 bilhões em 2018, representando uma diminuição real
de 25,8%, com relação ao ano anterior. Os números mostram que, ao longo de 2018, enquanto a
administração direta e indireta teve que restringir os seus Investimentos, as empresas estatais não-
dependentes conseguiram mantê-los em nível semelhante ao do exercício anterior, como atestam as
taxas de variação nominal e real, de 3,1% e -0,5%, respectivamente. Esta diferença de
comportamento traduz o impacto da retomada integral do Serviço da Dívida, no exercício, sobre a
capacidade de gasto e de geração de poupança do governo do Estado de São Paulo.

INVESTIMENTO TOTAL DO SETOR PÚBLICO PAULISTA

R$ milhões
Diferença Variação
2017 2018
2018 (-) 2017 Nominal Real
Investimentos 1 9.919,3 7.287,7 (2.631,6) -26,5% -29,1%
2
Inversões Financeiras Primárias 3.832,7 2.492,1 (1.340,6) -35,0% -37,3%
3
Empresas Estatais Não-Dependentes 3.014,1 3.109,0 94,9 3,1% -0,5%
Total 16.766,1 12.888,8 (3.877,3) -23,1% -25,8%
Fonte: SIAFEM e Secretaria da Fazenda e Planejamento
Notas:
1) Investimentos exceto Sentenças Judiciais (desp. de capital).
2) Investimentos realizados pelas Empresas Não Dependentes com recursos de Aporte de Capital do Estado.
3) Investimentos realizados pelas Empresas Não Dependentes com recursos próprios.

Principais Projetos de Investimentos

Durante o ano de 2018, a despeito das restrições financeiras enfrentadas, o Governo do Estado deu
continuidade à parcela significativa dos iniciados em exercícios anteriores em diversas áreas, entre a
que cabe destacar projetos vários na área de transporte, infraestrutura, saneamento, meio ambiente e
saúde. Entre os mais importantes se incluem no âmbito da Secretaria dos Transportes Metropolitanos
(STM): Linha 4 - Amarela (Fase II), Linha 5 – Lilás, Linha 15 – Prata e Linha 17 - Ouro, todas do
Metrô de São Paulo. Adicionalmente, deve-se mencionar o projeto de aquisição de trens, a
modernização das Linhas 8-Diamante e implantação da linha 13-Jade (Brás-Aeroporto) da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Há também o Projeto Corredor Itapevi (trecho
Jandira-Vila Iara) e o Projeto do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) da Baixada Santista, pertencentes à
Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU). No âmbito da Secretaria de Logística e
Transportes, encontram-se em execução os projetos do Rodoanel Mário Covas – trecho Norte, da
Rodovia Nova Tamoios (Contornos Norte e Sul), o Programa de Transporte, Logística e Meio
Ambiente e o Programa de Investimento Rodoviário do Estado (Fase I e II) e a Modernização de
Hidrovias.

Nos projetos conduzidos pela Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos e pela SABESP pode-
se destacar o Projeto Várzeas do Tietê, o Sistema de Macrodrenagem do Rio Baquirivu-Guaçu e
Barragens de Pedreira e Duas Pontes, o programa de Despoluição do Rio Tietê – Etapa III, o
Programa Integrado de Melhoria Ambiental na área de mananciais da Represa Billings (“Pró-Billings”)
e o Programa de redução de Perdas de Água e Eficiência Energética. Na área da Secretaria da
Saúde encontra-se em execução os projetos de Fortalecimento da Gestão Estadual de Saúde que
prevê a ampliação da rede estadual de Unidades Básicas de Saúde no interior do Estado e o
programa de Parcerias Público-Privadas na área de Complexos Hospitalares. Destaca-se na
XIV
Secretaria do Meio Ambiente o andamento dos projetos de recuperação Socioambiental da Serra do
Mar e o Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica. No exercício, também foi dada continuidade ao
Projeto Desenvolvimento Rural Sustentável (Microbacias II), atualmente dentro da Secretaria da
Infraestrutura e Meio Ambiente e, no âmbito da Secretaria da Administração Penitenciária, à
ampliação/construção de unidades prisionais são projetos que tiveram destaque na carteira de
investimento do Estado de São Paulo.

As fontes de recursos que permitiram concretizar os Investimentos durante o ano são oriundas do
Tesouro do Estado e operações de crédito de longo prazo contratadas junto a instituições financeiras
nacionais (BNDES, CEF, Banco do Brasil) e internacionais (BM, BID, BIRD, JICA e BEI, dentre
outras). O volume de Investimento deste ano, o menor desde 2008, obedece à pouca
disponibilidade de crédito que a economia brasileira atravessa devido à crise fiscal e orçamentária
dos Estados e do Governo Federal e suas instituições financeiras.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO TOTAL DO GOVERNO DO SETOR PÚBLICO PAULISTA


R$ bilhões – valores nominais

O último item das Despesas de Capital, o gasto vinculado à Amortização da Dívida, teve um aumento
da ordem de 95,9%, em termos nominais, e 89,0% em termos reais. No exercício, foram destinados
R$ 6,2 bilhões para o pagamento das amortizações do principal da dívida contratual. Como
mencionado esta elevação está relacionada à renegociação junto à União (Lei 9.496/97) e que
40
representa 85,3% da dívida contratual .

3. RESULTADO PRIMÁRIO

O Resultado Primário em 2018 foi R$ 12,2 bilhões, segundo o regime de competência, conceito
utilizado até o exercício anterior para aferição deste indicador. Neste ano, em função da mudança na
metodologia determinada pela Secretaria do Tesouro Nacional, de substituição do regime de
competência pelo de caixa, este indicador passa a ser aferido e apresentado conforme o segundo
critério. Na tabela a seguir é mostrado o Resultado Primário mensurado por estas duas
41
metodologias . Pode-se contatar que, quando apurado pela nova metodologia, o resultado
mencionado se eleva para R$ 12,4 bilhões.

40
Sobre este ponto serão apresentados comentários adicionais na seção relativa à Divida.
41
A Lei Estadual nº 16.625/2017 (PL nº 920/17) autorizou a adoção no Estado de São Paulo das metas e compromissos do PAF de acordo
com a Lei Complementar nº 156/2016, a qual estabeleceu que os conceitos e definições a serem utilizados na elaboração do PAF deverão
ser os mesmos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2018, deixou-se de utilizar o modelo do Manual de Demonstrativos Fiscais, MDF, 7ª
edição, que estabelecia o critério abaixo da linha para o “Resultado Primário por Regime de Competência”, tendo-se adotado o modelo
MDF da 8ª edição, que recomenda o método acima da linha para o “Resultado Primário por Regime Caixa”.
XV
Resultado Primário em 2018
regime de caixa e competência
R$ milhões
2018 2018
(LDO vigente definida (a partir de 2018 apuração
pelo Regime pelo Regime de Caixa,
de Competência)1 conforme MDF 8ª edição)2
Receitas Primárias Totais (A) 236.725,3 206.892,9
Receitas Primárias Correntes 234.674,5 205.741,5
Receitas Primárias de Capital 2.050,8 1.151,4
Despesas Primárias Totais (B) 224.548,3 194.489,1
Despesas Primárias Correntes 212.127,2 182.380,4
Despesas Primárias de Capital 12.421,1 12.108,7

Superávit Primário (A-B) 12.177,0 12.403,8

Meta - LDO 506,0

Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária e SIAFEM/SP


https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Execução-Orçamentária.aspx
Nota: 1) Inclui receitas e despesas intra-orçamentárias e exclui receitas e despesas financeiras
2) Não inclui receitas e despesas intra-orçamentárias e exclui receitas e despesas financeiras

A tabela permite concluir que mesmo em face da diminuição das receitas primárias correntes e de
capital, em consequência do uso da nova metodologia, a maior redução operada nas despesas
primárias, principalmente correntes, em termos absolutos, determinou um resultado primário ainda
superior ao obtido com base no critério de competência.

Ambos os valores notabilizam-se por serem superiores à meta estabelecida na LDO para o exercício
de 2018, que foi de R$ 506 milhões, estabelecida pelo regime de competência (MDF 7ª edição), como
42
também à meta para este exercício definida no PAF 2018, que foi de R$ 5,4 bilhões . Estes números
demonstram que a gestão orçamentário-financeira do Governo do Estado de São Paulo continuou
sendo eficaz, também em 2018, em termos de ter atingido seus objetivos nesta importante meta de
política fiscal responsável seguida ao longo dos últimos anos.

SUPERÁVIT PRIMÁRIO – por Regime de Competência


em R$ bilhões – valores nominais

42
Cf. Divulgação dos Programas de Apoio à Reestruturação e ao Ajuste Fiscal (PAF) de 2018, pela STN, selecionar o Estado de SP:
http://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2591:1:0:::1::
XVI
4. DÍVIDA
A Dívida Contratual em 31/12/2018 totalizou R$ 288,3 bilhões, apresentando um aumento nominal de
6,2% em relação ao saldo existente de R$ 271,3 bilhões em 31/12/2017, já descontado o pagamento
das amortizações do principal da dívida em 2018 no valor de R$ 6,5 bilhões e somadas as liberações
de Operações de Crédito em 2018 no valor de R$ 2,9 bilhões. A Dívida Consolidada como proporção
da RCL, teve a razão de 1,945 observada em 31/12/2017 aumentada para 1,958 ao final de 2018. Já
a Dívida Consolidada Líquida como proporção da RCL, teve a razão de 1,710 observada em
31/12/2017 aumentada para 1,757 ao final de 2018.

TRAJETÓRIA DA DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA / RECEITA CORRENTE LÍQUIDA

O aumento da Dívida Contratual é explicado principalmente pela evolução da dívida renegociada com
a União no âmbito da Lei 9.496/97, cuja expansão foi de 5,0%, passando de R$ 234,1 bilhões em
31/12/2017 para R$ 245,8 bilhões em 31/12/2018. Esse crescimento da dívida renegociada, que
representa 85,3% do total da Dívida Contratual, deveu-se à correção de 4,40%, aplicada ao saldo
devedor em 2018, pelo Coeficiente de Atualização Monetária (CAM) conforme estabelecido no
Decreto 8.616 de 29 de dezembro de 2015, e à incorporação ao saldo devedor do valor R$ 5,4
bilhões em novembro de 2018, em função da venda pela União, em 06 de julho de 2018, das ações
nominativas da Eletropaulo, as quais haviam sido transferidas pelo Estado à União em setembro e
em novembro de 1998 para amortização extraordinária da conta-gráfica, conforme o disposto no
inciso I da cláusula décima-primeira do Termo Aditivo de Retificação e Ratificação ao Contrato de
Refinanciamento firmado entre a União o Estado em 23/12/1997, e conforme a regra estipulada no §
o
8 da cláusula terceira do Instrumento de Dação em Pagamento firmado entre a União o Estado em
24/09/1998.

A dívida interna (não indexada ao câmbio), que representa 4,4% da Dívida Contratual, teve um
crescimento de 1,3% provocado pelas liberações de Operações de Crédito, pela consolidação de
parcelamento junto à União sob a Lei 12.865/2013 e pela variação da URTJLP e da SELIC, passando
43
de R$ 12,5 bilhões em 31/12/2017 para R$ 12,6 bilhões em 31/12/2018 .

Os contratos indexados ao câmbio, que representam 10,4% da Dívida Contratual, apresentaram um


acréscimo, de 19,5%, passando de R$ 25,0 bilhões para R$ 29,9 bilhões, provocado pelas liberações
de Operações de Crédito e pela desvalorização do real em relação ao dólar de 17,1%, que passou de
44
R$ 3,308 em 31/12/2017 para R$ 3,875 em 31/12/2018 .

43
Os comentários apresentados neste parágrafo citam números que não estão registrados na Tabela Dívida Consolidada Líquida, incluída
nesta seção, e que apresenta os valores agregados, porém constam das estatísticas do Departamento de Gestão da Dívida e Haveres do
Estado, DGDH, Coordenadoria da Administração Financeira - CAF da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo,
disponíveis no portal do GESP.
44
Conforme dados fornecidos pelo Departamento de Gestão da Dívida e Haveres do Estado, DGDH, da Coordenadoria da Administração
Financeira - CAF da Secretaria da Fazenda e Planejamento.
XVII
DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA
R$ milhões

2017 2018 % da RCL

Dívida Consolidada 294.768,3 311.794,2 195,8%


Dívida Mobiliária 0,0 0,0 0,0%
Dívida Contratual 271.351,0 288.291,8 181,1%
Precatórios* 23.239,3 23.494,5 14,8%
Outras Dívidas 178,0 8,0 0,0%
Deduções 35.662,0 32.121,9 20,2%
Disponibilidade de Caixa Bruta 28.997,0 26.607,2 16,7%
Haveres Financeiros 19.487,4 16.877,0 10,6%
(-) Restos a Pagar Processados 12.822,5 11.362,3 7,1%
Dívida Consolidada Líquida 259.106,3 279.672,3 175,7%
Limite Máximo 303.124,9 318.421,4 200,0%
Memo:
Diferença do Limite 44.018,6 38.749,1
Receita Corrente Líquida (RCL) 151.562,5 159.210,7
* Posteriores a 5 de maio de 2000.
Fonte: Relatório de Gestão Fiscal
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Quadros-Demonstrativos-da-Lei-de-Responsabilidade-Fiscal.aspx

A dívida correspondente aos precatórios alcançou o valor de R$ 23,5 bilhões em dezembro de 2018.
Este valor representou um aumento nominal de 1,09%, porém, uma diminuição de 2,97% em termos
reais, o que determinou um alívio no peso deste item sobre a Receita Corrente Líquida, atingindo um
percentual de 14,8%, em face de 15,3% de dezembro de 2017.
O total da dívida com precatórios é constituído por 19.672 precatórios, relativos a 146.446 credores,
dos quais 18.384 são precatórios alimentares, referidos a 143.880 credores, e que representam o
equivalente a R$ 16,6 bilhões, ou 71% do valor total. O 29% restante corresponde a 1.288 precatórios
não alimentares referidos a 2.566 credores.

5. PROGRAMA DE APOIO À REESTRUTURAÇAO E AO AJUSTE FISCAL (PAF) E


CAPACIDADE DE PAGAMENTO (CAPAG)

A Lei Federal nº 9.496/97, alterada pela Lei Complementar nº 148 de 2014 e nº 156 de 2016,
estabelece metas, compromissos e ações a serem alcançados pelo Estado, por meio dos programas
de acompanhamento fiscal (PAF). A partir de 2017, o Programa de Acompanhamento Fiscal adotou
os conceitos e as definições da Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelecendo metas e
compromissos quanto a: I - dívida consolidada; II - resultado primário; III - despesa com pessoal; IV -
receitas de arrecadação própria; V - gestão pública; e VI - disponibilidade de caixa.

O PAF deve ser obrigatoriamente renovado anualmente, estabelecendo metas para o ano corrente e
projeções para os dois anos subsequentes. A avaliação da situação financeira do Estado de São
Paulo, feita pela a STN, indicou que a previsão de resultado primário (caixa) positivo de R$ 5.366
milhões, estimada para o exercício de 2018, somada às fontes de financiamento, seria suficiente para
o Estado honrar os seus compromissos financeiros projetados.

Em 2017, a metodologia de análise de Capacidade de Pagamento – CAPAG foi alterada pelo


Ministério da Fazenda. A partir de então, a STN passou a analisar três indicadores fiscais para a
concessão de garantia pela União, são eles: i. Endividamento: avalia o grau de solvência do ente por
meio da comparação entre seu estoque de passivos e sua receita; ii. Poupança Corrente: verifica se o
ente está fazendo poupança suficiente para absorver um eventual crescimento de suas despesas
correntes acima do crescimento das receitas correntes; iii. Índice de Liquidez: verifica se o ente tem
um volume de recursos em caixa suficiente para honrar as obrigações financeiras já contraídas por

XVIII
ele. O Estado de São Paulo obteve, de acordo com a metodologia, classificação “B”, o que permite a
contratação de operações de crédito com garantia da União.

O desempenho do Estado de São Paulo em relação a estes indicadores, ainda em avaliação por
parte da Secretaria do Tesouro Nacional, foi satisfatório no exercício em análise. Neste exercício foi
incorporado o 10º Termo Aditivo do PAF, envolvendo parâmetros relativos ao limite de variação da
despesa primária corrente, em consonância com o teto de gastos adotado pela administração federal
como parte de seus eixos de política fiscal, e que o Estado de São Paulo sancionou em decorrência
dos acordos de renegociação da dívida com a União. As estatísticas incluídas nesta Introdução
confirmam que o Governo do Estado conseguiu atender estas diretrizes.

CONCLUSÕES

Durante o ano de 2018, o Governo do Estado de São Paulo manteve desempenho financeiro positivo,
cumprindo com os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e obtendo um superávit primário acima
da meta prevista na LDO.

Ao longo do ano embora tenham sido descontinuados alguns investimentos, em função do quadro
macroeconômico dominante, pode-se concluir que o Governo do Estado de São Paulo conseguiu
manter o nível de prestação de serviços junto à população e os investimentos em projetos prioritários
sem comprometer a responsabilidade fiscal. Neste resultado se reflete a eficácia da continuidade da
política de rigorosa gestão fiscal, expressa tanto em medidas de controle da qualidade da despesa,
como pela obtenção de receitas adicionais, em um ano marcado pela lenta recuperação da economia
e a renovação dos cargos de direção da administração pública em nível federal e estadual.

XIX

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