Matheus Desouza Gaspar Corr 19
Matheus Desouza Gaspar Corr 19
Matheus Desouza Gaspar Corr 19
São Paulo
2019
MATHEUS DE SOUZA GASPAR
São Paulo
2019
MATHEUS DE SOUZA GASPAR
Área de Concentração:
Engenharia de Transportes
Orientadora:
Prof.ª Dra. Kamilla Vasconcelos
São Paulo
2019
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Catalogação-na-publicação
Em primeiro lugar, sou grato a Deus por ter me guiado e me iluminado nessa
caminhada, sempre me dando forças para seguir em frente. Obrigado, Senhor, por
estar sempre cuidando daqueles que amo e por ter colocado em meu caminho as
pessoas tão especiais que fizeram parte importante desse período da minha vida.
Agradeço aos meus pais, Nelson e Silvia, que por toda minha vida me deram
carinho e apoio, nunca mediram esforços para que eu alcançasse meus sonhos e
objetivos, e sempre foram exemplos de caráter e bons valores. Ao meu irmão Felipe
pela amizade, companheirismo e pela convivência em todos esses anos vivendo em
São Paulo. Também ao nosso grande amigo Xandão, que há muito tempo já faz parte
da família.
Sou grato também à Professora Liedi Bernucci, pelos conselhos valiosos, por
possibilitar o ambiente de trabalho sem igual que é o LTP-USP, e por sempre fazer de
tudo para que os alunos se desenvolvam e sintam seu trabalho valorizado. Agradeço
também à Professora Rosângela e a toda a equipe do laboratório, Dio, Edson,
Erasmo, Robson, Higor e Vanderlei, por todo o apoio no dia a dia dos alunos e por
fazerem do LTP um lugar alegre e bem-humorado.
Meu muito obrigado a todos os colegas que passaram pelo LTP durante essa
jornada, especialmente àqueles cuja amizade espero levar comigo para o resto da
vida: Marcinha, Claudio, Kazuo, Iuri, Manu (Eric e Alice), Lucas, Zila, Paulo, Ingrid,
Deise, Lúcio, João Paulo, Laura, Fernanda Carvalho, Guilherme, José João, João
Paulo Meneses, Fernanda Gadler, Leidy, Marina e Caio, além dos ICs Gabriel, André,
Larissa, Camila, Guilherme, Rafa, Domenico e Jennifer. Também aos recém-
chegados Gustavo, Raíssa e Júlia, a quem desejo muito sucesso.
À Talita, por ter sido muito mais que uma amiga no último ano, por ter sido a
melhor companhia possível, por estar do meu lado nas horas que precisei, por dividir
tudo comigo sempre, e por quem quero sempre estar lá para poder retribuir. Muito
obrigado, chapa.
Sou grato a todos os amigos pelos bons momentos que vivi nessa época e que
fazem tudo valer a pena. Ao pessoal do Flat 14, Gui, Pablito, Safadão, Rapha,
Mattheus, Ivan e Mary. Aos amigos de Edimburgo, Dedé, Vini, Bruno, Rodrigo (o
Gelado) e Fra. Aos amigos de BH, Negão, Amanda, Angel, Mari, Pedro Ivo e Marina,
além dos sempre receptivos Marcelo, Fatinha, Ira e Paulo. Aos amigos da Poli,
Amauri, Felipe, Tiago, Vinícius, Diego, Jean, Bruno, Vitor, Takeshi, Paula e Amanda,
e aos amigos de São João, Nassur, Marcelo, Macaco e Baraúna.
A utilização de misturas asfálticas recicladas com alto teor de material fresado (RAP)
tem se tornado atrativa nos últimos anos por ser uma opção sustentável e que permite
reduções de custo nas obras de pavimentação. No entanto, a produção dessas
misturas sem prejuízo ao seu desempenho em campo ainda é um desafio.
Diferentemente do que ocorre na reciclagem a frio, nas reciclagens a quente e morna
o ligante envelhecido presente no RAP é mobilizado, ou ativado, mas é difícil mensurar
em que grau isso ocorre. Dessa forma, a dosagem é feita de forma imprecisa, podendo
comprometer o desempenho da mistura reciclada final. O presente trabalho tem como
objetivo analisar a aplicabilidade de procedimentos laboratoriais para a avaliação da
ativação do ligante presente no material fresado e da interação entre os ligantes (velho
do RAP e novo adicionado), em misturas asfálticas recicladas através dos processos
a quente e morno. O método de análise da ativação do ligante foi aplicado em
diferentes tipos de material fresado, e um procedimento de extração por etapas foi
desenvolvido para analisar o grau de interação entre ligantes na reciclagem. Neste
processo, a extração do ligante asfáltico presente na mistura é realizada em etapas,
de forma a separá-lo em camadas, e os ligantes obtidos em cada etapa são
recuperados, sendo avaliada a homogeneidade entre eles por meio de ensaios
reológicos. Os resultados mostraram que é possível obter informações relevantes
acerca dos mecanismos de ativação e de interação entre ligantes por meio dos
métodos analisados, principalmente em relação à presença de polímero no RAP e na
identificação do grau de interação entre ligantes.
The production of recycled asphalt mixtures with high contents of reclaimed asphalt
pavement (RAP) has become attractive in the past few years, as it is a sustainable
solution which allows considerable cost reductions. However, the production of these
mixtures without losing performance in the field is still a challenge. Different from what
happens on cold recycling, on hot and warm recycling processes the aged asphalt
binder present in the RAP is activated, and it is difficult to determine the degree to
which this happens. As a result, the mix design is often not done properly, what might
compromise mixture performance. The present study aims to analyze the applicability
of laboratory procedures to evaluate the RAP binder activation and the blending
between fresh and RAP binders, in hot and warm recycled asphalt mixtures. The
method for evaluating RAP binder activation was applied to different types of RAP, and
a staged extraction method was developed to assess the degree of binder blending in
recycled mixtures. In this process, binder extraction is conducted in three steps,
dividing the binder in three layers. The binder layers obtained are recovered, and the
homogeneity between them is determined through rheological testing. The results
obtained showed it is possible to obtain relevant information by applying the studied
methods, especially regarding the presence of polymer in the RAP and the degree of
blending in recycled mixtures.
Figura 5 - (a) Fresadora utilizada na obtenção do RAP B e (b) pilha da qual foram
coletadas as amostras do material ............................................................................ 40
Figura 8 - Ilustração do cálculo dos parâmetros (a) 𝑊𝑓, 𝑝𝑖𝑐𝑜 e (b) 𝑊𝑓, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ............ 46
Figura 9 - Volume de vazios das amostras de (a) RAP B, (b) RAP C e (c) RAP E ... 48
Figura 10 - Resultados de 𝑅𝑇 obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B, (c)
RAP C, (d) RAP D, (e) RAP E e (f) RAP F ................................................................ 51
Figura 11 - Resultados de 𝑊𝑓, 𝑝𝑖𝑐𝑜 obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B,
(c) RAP C, (d) RAP D, (e) RAP E e (f) RAP F ........................................................... 52
Figura 12 - Resultados de 𝑊𝑓, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B,
(c) RAP C, (d) RAP D, (e) RAP E e (f) RAP F ........................................................... 53
Figura 13 - Resultados de 𝐷𝑂𝐴% obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B, (c)
RAP C, (d) RAP D, (e) RAP E e (f) RAP F ................................................................ 56
Figura 14 - Resultados dos ensaios de MSCR a 70°C: (a) 𝐽𝑛𝑟 e (b) 𝑅% .................. 60
Figura 17 - Detalhe dos espectros nas bandas (a) 698 cm-1 e (b) 966 cm-1.............. 63
Figura 18 - Detalhe dos espectros nas bandas (a) 1732 cm-1 e (b) 1640 cm-1.......... 65
Figura 22 - Quantidade de ligante obtido em cada etapa para (a) WMA 0% RAP -
amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA
25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP .............................................................. 75
Figura 25 - Valor relativo de 𝐺 ∗ dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a)
WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP -
amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP ............................. 85
Figura 26 - Valor relativo de 𝛿 dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a)
WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP -
amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP ............................. 86
Figura 27 - Diagramas de Espaço Black dos ligantes obtidos em cada etapa nas
misturas (a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA
25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP........... 88
Figura 30 - Resultados de 𝐽𝑛𝑟 para os ligantes obtidos em cada etapa nas misturas
(a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP -
amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP ............................. 93
Figura 31 - Valor relativo de 𝐽𝑛𝑟 para os ligantes obtidos em cada etapa nas misturas
(a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP -
amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP ............................. 94
Figura 32 - Resultados de 𝑅% dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a)
WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP -
amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP ............................. 95
Figura 33 - Curvas características de dano dos ligantes obtidos em cada etapa nas
misturas (a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA
25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP........... 96
Figura 34 - Curvas de fadiga dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a)
WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP -
amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP ............................. 97
Figura 36 - Proporção de ligante obtida em cada etapa para (a) Mistura A - amostra
1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2 104
Figura 37 - Curvas mestras de 𝐺 ∗, na temperatura de referência de 15°C, dos
ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A -
amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2............................ 106
Figura 39 - Valor relativo de 𝐺 ∗ nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura
A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B -
amostra 2 ................................................................................................................ 108
Figura 40 - Valor relativo de 𝛿 nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A
- amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B -
amostra 2 ................................................................................................................ 109
Figura 41 - Diagramas de Espaço Black dos ligantes obtidos em cada etapa para (a)
Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d)
Mistura B - amostra 2 .............................................................................................. 110
Figura 44 - Resultados de 𝐽𝑛𝑟 nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A
- amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B -
amostra 2 ................................................................................................................ 113
Figura 45 - Valor relativo de 𝐽𝑛𝑟 nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura
A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B -
amostra 2 ................................................................................................................ 114
Figura 46 - Resultados de 𝑅% nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A
- amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B -
amostra 2 ................................................................................................................ 116
Figura 47 - Curvas características de dano dos ligantes obtidos em cada etapa para
(a) Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d)
Mistura B - amostra 2 .............................................................................................. 117
Figura 48 - Curvas de fadiga dos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A -
amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B -
amostra 2 ................................................................................................................ 118
LISTA DE TABELAS
Tabela 6 - Tempos de extração fixados para cada etapa do processo ................... 104
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO
ligante se torna disponível para interagir com os materiais novos, por meio do
aquecimento e a consequente redução da viscosidade, enquanto outra parte
permanece enrijecida, ou inativa, junta dos agregados do RAP. Já a segunda etapa
envolve a interação entre o ligante asfáltico novo e o ligante do RAP que foi ativado e
que se tornou disponível ao fim da etapa anterior. Embora exista uma relação
complexa entre o que acontece em ambas, essa separação é interessante já que a
primeira etapa está muito mais associada às propriedades intrínsecas do RAP,
enquanto a segunda é mais dependente de fatores externos. Assim, é interessante
analisar separadamente a influência das propriedades do material fresado e a
influência do processo de usinagem. Essa divisão é a mesma que tem sido adotada
em trabalhos mais recentes, como em Kaseer, Arámbula-Mercado e Martin (2019), e
nas discussões do comitê TC 264-RAP do International Union of Laboratories and
Experts in Construction Materials, Systems and Structures (RILEM), grupo de
pesquisa internacional que conta com uma força-tarefa dedicada especificamente a
este assunto, nas quais têm sido utilizados os termos degree of binder activity (DoA)
e degree of blending (DoB) para se referir ao grau de ativação do ligante (presente no
RAP) e ao grau de interação entre os ligantes, respectivamente (LO PRESTI et al.,
2019). A mesma nomenclatura será mantida ao longo do presente trabalho.
Ainda não existe um consenso sobre qual método é o mais adequado para
avaliar e quantificar estes dois mecanismos presentes nas misturas asfálticas
recicladas pelos processos a quente e morno. Dentre diversos métodos propostos na
literatura para analisar a interação entre ligantes, ou DoB, uma opção que tem sido
adotada por diferentes grupos de pesquisa é a técnica de extração por etapas,
processo que envolve a extração de camadas sucessivas de ligante de uma amostra
de mistura asfáltica com RAP, por meio do uso de solvente, seguida pela recuperação
do ligante asfáltico de cada uma destas camadas (ZHAO; HUANG; SHU, 2015). Ao
se avaliar o comportamento e as propriedades dos ligantes obtidos em cada uma das
camadas, obtém-se um indicativo da homogeneidade do filme asfáltico que recobre
os agregados, resultado do grau de interação entre os ligantes. Apesar de existirem
casos de sucesso da aplicação desta técnica, os equipamentos e procedimentos
utilizados são muito variáveis, o que dificulta sua reprodução, e ainda não se sabe
qual parâmetro é o mais adequado para indicar a homogeneidade entre as camadas
de ligante e quantificar o DoB.
20
1.1 OBJETIVOS
Por fim, o Capítulo 6 contém as conclusões obtidas a partir de uma visão global
dos resultados apresentados nos capítulos anteriores, bem como as sugestões para
trabalhos futuros.
Reciclagem asfáltica
a quente e morna
Misturas de Misturas de
campo laboratório
Capítulo 3
Fonte: Autor
24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
conhecido como Trinidad Lake Asphalt (NEWCOMB; BROWN; EPPS, 2007). Os altos
custos de importação naquele momento fizeram com que as construtoras buscassem
alternativas mais viáveis, e uma delas foi reaquecer misturas asfálticas removidas de
pavimentos deteriorados e incorporá-las na usinagem de novas misturas (BROCK;
RICHMOND, 2007).
Hoje em dia, a produção de misturas asfálticas com alto teor de RAP sem
prejuízo ao desempenho já é vista como algo factível, e existem experiências com
misturas asfálticas contendo até 100% de RAP. Mesmo havendo dificuldades a serem
superadas para a produção destes materiais, que serão descritas mais adiante, um
cálculo realizado por Zaumanis, Mallick e Frank (2014) mostra que os custos
associados aos materiais só tendem a diminuir com o aumento do teor de RAP,
chegando a uma economia máxima de 50% a 70% em relação ao custo de uma
mistura convencional sem material fresado, conforme apresentado na Figura 2. Foram
utilizados neste cálculo dados do ano de 2014, e os autores ressaltam que a
composição de custos pode variar dependendo da tecnologia utilizada e de fatores
geográficos. Pode-se perceber que, apesar de serem necessárias despesas
adicionais com ensaios de laboratório, com o tratamento do RAP, com agentes
rejuvenescedores e com o controle das emissões (já que o aquecimento do RAP pode
28
Figura 2 - Composição do custo de produção de misturas asfálticas recicladas de acordo com o teor
de RAP adicionado
Custo por tonelada de mistura asfáltica
70
60
Descarte do RAP
50
RAP
40
(US$)
30 Agregados
20 Controle de emissões
Ligante asfáltico Agente rejuvenescedor
10 Ensaios de laboratório
Tratamento do RAP
Consumo de combustível
0
0 25 50 75 100
Teor de RAP (%)
Outro fator limitante para o uso de altos teores de RAP está nas usinas. Na
produção de misturas recicladas, o material fresado normalmente é aquecido por meio
do contato com os agregados virgens, que são previamente superaquecidos para que
se alcance a temperatura desejada de usinagem depois de atingir o equilíbrio térmico.
Quando a quantidade de RAP é aumentada, a transferência de calor pelos agregados
virgens não é suficiente, e é necessário que o material fresado seja aquecido
diretamente, mas sem que o ligante asfáltico presente nele seja incendiado ou oxidado
pelo calor, sendo necessário um processo de produção diferente do habitual
(ZAUMANIS; MALLICK; FRANK, 2016a). Pode-se perceber, portanto, que o caminho
rumo ao uso de teores elevados de RAP sem prejuízo ao desempenho passa por
evoluções em diferentes aspectos da produção. Suzuki et al. (2018) apresentam uma
revisão sobre as formas de adaptação de usinas para a produção de misturas
asfálticas recicladas. Em usinas gravimétricas, os autores destacam como possíveis
adaptações a adição de um funil de pesagem independente para o RAP e a instalação
de um tambor secador especial para o material fresado. Já nas usinas contínuas, é
possível adicionar o RAP de diferentes formas a depender do tambor misturador
disponível, e destaca-se a importância de adaptações para redução de emissões e
poluentes, principalmente na produção de misturas 100% RAP. Ressalta-se, ainda, a
30
baseadas em um estudo anterior por Kandhal e Foo (1997), principalmente no que diz
respeito à seleção do ligante asfáltico virgem a ser adicionado, com diferentes
abordagens dependendo do teor de RAP desejado (MCDANIEL et al., 2000). Para
teores de até 15% de RAP, o ligante asfáltico virgem não precisaria ser alterado, já
que a influência do ligante presente no RAP seria mínima, independente das suas
propriedades. Já para teores entre 15% e 25%, o órgão recomenda que seja utilizado
ligante asfáltico com PG (Performance Grade, sistema de classificação de ligantes
asfálticos utilizado no país) um nível abaixo, tanto na temperatura alta de PG quanto
na baixa. Para as misturas asfálticas com alto teor de RAP (acima de 25%) o projetista
deveria recorrer aos blending charts, ou seja, determinar a temperatura alta de PG do
ligante presente no RAP (após extração e recuperação) e do ligante desejado para a
mistura final, e obter, através de um gráfico, uma relação linear entre a variação deste
parâmetro e a proporção de RAP na mistura. Assim, seria possível prever o efeito do
ligante envelhecido sobre o ligante virgem, de acordo com as características de cada
um e a proporção entre eles, e definir o ligante virgem ideal para a mistura, conforme
exemplificado na Figura 3. Nota-se que os blending charts já eram rotineiramente
utilizados para projetar misturas com alto teor de RAP mesmo antes da
implementação do método Superpave, porém utilizava-se a viscosidade dos ligantes
como parâmetro, ao invés da temperatura de PG (WEST; WILLIS; MARASTEANU,
2013).
Figura 3 - Exemplo de utilização de blending chart para seleção do ligante asfáltico virgem
88 Ligante
recuperado do
Temperatura alta de PG (°C)
RAP
82
76
Ligante
70 asfáltico
virgem
selecionado
64
Mistura final
com 30% RAP
58
53,7 °C
52
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Teor de RAP
Fonte: Autor
32
com que esta interação acontece (DING; HUANG; SHU, 2016), conforme ilustrado na
Figura 4. Uma possibilidade é que os dois ligantes se misturem completamente,
caracterizando uma situação de interação total, ou full blending. Este cenário é o que
permite a maior economia de ligante asfáltico novo, e por isso é muito comum que
essa hipótese seja adotada na etapa de projeto da mistura asfáltica reciclada. Quando
isso é feito, é adicionada à mistura apenas a diferença entre a quantidade de ligante
total necessária e a quantidade de ligante existente no RAP (SHIRODKAR et al.,
2011).
0% 100 %
Fonte: Autor
DING; HUANG; SHU, 2016). O estudo conduzido por Soleymani et al. (2000) observou
que metade das misturas utilizadas na prática se comportaram de forma diferente das
que simularam os casos de full blending e black rock, indicando que a interação entre
os ligantes foi parcial. Em especial nos casos em que o teor de material fresado é alto,
não se consegue garantir que 100% do ligante presente no RAP seja ativado e se
misture com o ligante novo, e isso pode ser prejudicial ao desempenho da mistura se,
no momento da dosagem, for considerada interação total entre os ligantes. Wellner et
al. (2015) sugerem que se admita algo entre 60% e 100% de ativação do ligante do
RAP para que se tenha bons resultados de desempenho.
fundamental que se conheça bem o material que está sendo utilizado, já que ele terá
um papel importante no desempenho da mistura final. No entanto, avaliar as
propriedades de ligantes que já foram misturados aos demais componentes da
mistura asfáltica é uma tarefa que envolve alguns cuidados. Por esse motivo, muitos
optam por caracterizar somente a mistura asfáltica com ensaios mecânicos. Porém,
para conseguir obter as propriedades do ligante isolado é necessário recorrer a
técnicas de extração e recuperação com o uso de solvente (RODEZNO; JULIAN,
2018; WAKEFIELD et al., 2018).
Por isso, em 1933, Gene Abson apresentou um novo método para recuperação
de ligante asfáltico, que envolvia o uso do benzeno como solvente e a aplicação de
bolhas de dióxido de carbono (CO2) durante a fase de destilação, tornando mais fácil
a remoção do solvente em temperaturas que chegavam no máximo a 163°C (ABSON,
1933). Abson mostrou em seu estudo que ligantes recuperados por esse método
36
relação ao método americano, e não utiliza nitrogênio ou CO 2. Por outro lado, exige
uma maior pressão de vácuo e temperaturas mais elevadas. Hospodka, Hofko e Blab
(2018) concluíram que uma pressão de vácuo elevada é suficiente para evitar a
oxidação do ligante durante o processo, sendo possível inclusive aumentar a
temperatura para 180°C na etapa final do processo utilizado na Europa, para facilitar
a remoção de solvente em ligantes de viscosidade mais elevada. Uma comparação
entre o método de Abson e o do rotaevaporador mostrou que, embora o ligante
recuperado possa apresentar diferenças de acordo com o método utilizado, tais
diferenças não são sistemáticas e nem significativas. Independentemente do método
utilizado, é importante que o solvente seja removido por completo e que se evite a sua
oxidação (DIEFENDERFER, 2014).
Além dos métodos já mencionados, hoje em dia são muito utilizados processos
com o uso do solvente tolueno, dentre os quais se pode citar o procedimento ASTM
7906-14, que faz uso do rotaevaporador no processo de recuperação. A principal
tendência, no entanto, para os próximos anos, é que se popularize o uso de sistemas
automatizados de extração e recuperação. Estes equipamentos realizam todo o
processo de extração e recuperação de forma automática e evitam que o operador
entre em contato com o solvente, reduzindo os riscos à saúde. O uso deste tipo de
equipamento já é normatizado na especificação ASTM D8159-18.
38
Material Origem
RAP A Rod. Fernão Dias (BR-381)
RAP B Rod. Fernão Dias (BR-381)
RAP C Rod. Dom Pedro I (SP-065)
RAP D Rod. Raposo Tavares (SP-270)
RAP E Rod. Anhanguera (SP-330)
RAP F Rod. dos Bandeirantes (SP-348)
Não foi possível obter informações detalhadas sobre as misturas asfálticas que
deram origem a estes RAPs. A única exceção é o RAP B, que foi gerado a partir de
um trecho experimental construído e apresentado no trabalho de Bessa (2017) para
avaliação do efeito da camada de base sobre a vida de fadiga do revestimento
asfáltico, e se deteriorou após 18 meses sob tráfego pesado. A camada de
revestimento, que possuía 12 cm de espessura, era formada por um concreto asfáltico
usinado a quente, com CAP convencional 30/45 e teor de projeto de 4,4% de ligante
40
Figura 5 - (a) Fresadora utilizada na obtenção do RAP B e (b) pilha da qual foram coletadas as
amostras do material
(a) (b)
Fonte: Autor
Quanto aos RAPs E e F, sabe-se que foram obtidos a partir de pavimentos que
continham na superfície uma camada de 3 cm de mistura asfáltica do tipo gap-graded
com asfalto-borracha. Porém, nos dois casos, este material se misturou ao da camada
subjacente durante a fresagem, que é um concreto asfáltico desconhecido. Os demais
materiais, RAPs A, C e D, constituíam a camada de revestimento nos seus devidos
pavimentos, mas não foi possível levantar informações sobre o tipo de material
utilizado. Amostras dos fresados A, C, D, E e F foram coletadas a partir das pilhas em
que estavam estocados antes de serem utilizados para outras aplicações.
ignição, seguindo a norma ASTM C136-14, utilizado também para determinar o teor
de ligante asfáltico presente em cada material. Além disso, foi avaliada a densidade
máxima teórica dos RAPs pelo método Rice (ASTM D2041-11), utilizando o material
bruto, antes da extração do ligante asfáltico.
Figura 6 - Resultados da análise granulométrica antes e depois da queima do ligante asfáltico: (a)
RAP A, (b) RAP B, (c) RAP C, (d) RAP D, (e) RAP E e (f) RAP F
RAP A RAP B
100 100
Antes da extração Antes da extração
Percentual Passante (%)
Percentual Passante (%)
60 60
40 40
20 20
0 0
0,01 0,1 1 10 100 0,01 0,1 1 10 100
Abertura da peneira (mm) Abertura da peneira (mm)
(a) (b)
42
RAP C RAP D
100 100
Antes da extração Antes da extração
Percentual Passante (%)
60 60
40 40
20 20
0 0
0,01 0,1 1 10 100 0,01 0,1 1 10 100
Abertura da peneira (mm) Abertura da peneira (mm)
(c) (d)
RAP E RAP F
100 100
Antes da extração Antes da extração
Percentual Passante (%)
60 60
40 40
20 20
0 0
0,01 0,1 1 10 100 0,01 0,1 1 10 100
Abertura da peneira (mm) Abertura da peneira (mm)
(e) (f)
Fonte: Autor
apenas parte do ligante é geralmente ativado, por isso é provável que a curva
granulométrica real fique em algum lugar entre as curvas obtidas antes e depois da
extração do ligante (WELLNER et al., 2015).
3.2 METODOLOGIA
dissipada nos ensaios, definida como a área sob a curva de carga versus
deslocamento obtida. Foram analisadas a energia total dissipada no ensaio e a
energia dissipada até o pico de carregamento. Os valores de energia dissipada foram
divididos pela área da seção transversal de cada corpo de prova para que pudessem
ser comparados entre si. Dessa forma, foram obtidos os parâmetros 𝑊𝑓,𝑝𝑖𝑐𝑜 e 𝑊𝑓,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ,
expressos em J/m², que representam a energia dissipada normalizada até o pico de
carregamento e até o término do ensaio, respectivamente. O cálculo destes dois
parâmetros está ilustrado na Figura 8.
2000 × 𝑃𝑚𝑎𝑥
𝑅𝑇 = (1)
𝜋×𝑡×𝐷
á á
Força (kN)
Força (kN)
,
,
(a) (b)
Fonte: Autor
𝑅𝑇𝑋°𝐶
𝐷𝑂𝐴% = 100 ×
𝑅𝑇𝑚á𝑥°𝐶 (2)
47
𝑅𝑇𝑋°𝐶
𝐷𝑂𝐴% = 100 × (3)
𝑅𝑇𝑚á𝑥
Figura 9 - Volume de vazios das amostras de (a) RAP B, (b) RAP C e (c) RAP E
RAP A RAP B
30 30
Volume de vazios (%)
20 20
15 15
10 10
RAP C RAP D
30 30
Dimensões da amostra (ASTM D3203-17)
Volume de vazios (%)
Volume de vazios (%)
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
Pesagem hidrostática (DNER ME 117/94)
Dimensões da amostra (ASTM D3203-17)
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
RAP E RAP F
30 30
Pesagem hidrostática (DNER ME 117/94) Pesagem hidrostática (DNER ME 117/94)
Volume de vazios (%)
Volume de vazios (%)
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Figura 10 - Resultados de 𝑅𝑇 obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B, (c) RAP C, (d) RAP D,
(e) RAP E e (f) RAP F
RAP A RAP B
3,0 3,0
2,5 2,5
RT (MPa)
RT (MPa)
2,0 2,0
1,5 1,5
1,0 1,0
0,5 0,5
0,0 0,0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(a) (b)
RAP C RAP D
3,0 3,0
2,5 2,5
RT (MPa)
RT (MPa)
2,0 2,0
1,5 1,5
1,0 1,0
0,5 0,5
0,0 0,0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(c) (d)
RAP E RAP F
3,0 3,0
2,5 2,5
RT (MPa)
RT (MPa)
2,0 2,0
1,5 1,5
1,0 1,0
0,5 0,5
0,0 0,0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(e) (f)
Fonte: Autor
52
Figura 11 - Resultados de 𝑊𝑓,𝑝𝑖𝑐𝑜 obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B, (c) RAP C, (d) RAP
D, (e) RAP E e (f) RAP F
RAP A RAP B
4000 4000
3500 3500
Wf,pico (MPa)
Wf,pico (MPa)
3000 3000
2500 2500
2000 2000
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(a) (b)
RAP C RAP D
4000 4000
3500 3500
Wf,pico (MPa)
Wf,pico (MPa)
3000 3000
2500 2500
2000 2000
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(c) (d)
RAP E RAP F
4000 4000
3500 3500
Wf,pico (MPa)
Wf,pico (MPa)
3000 3000
2500 2500
2000 2000
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(e) (f)
Fonte: Autor
53
Figura 12 - Resultados de 𝑊𝑓,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B, (c) RAP C, (d)
RAP D, (e) RAP E e (f) RAP F
RAP A RAP B
8000 8000
7000 7000
Wf,total (J/m²)
Wf,total (J/m²)
6000 6000
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(a) (b)
RAP C RAP D
8000 8000
7000 7000
Wf,total (J/m²)
Wf,total (J/m²)
6000 6000
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(c) (d)
RAP E RAP F
8000 8000
7000 7000
Wf,total (J/m²)
Wf,total (J/m²)
6000 6000
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(e) (f)
Fonte: Autor
54
Em alguns outros casos, o aumento de 170°C para 190°C também não resultou
em ganho de resistência. Focando nos resultados de 𝑅𝑇, isso foi observado para os
RAPs B e E que parecem atingir um patamar quando atingem 170°C, ao passo que
os RAPs A, C e F continuam ganhando resistência. Voltando a atenção para a energia
dissipada, percebe-se uma maior probabilidade de que o material pare de ganhar
resistência nas temperaturas mais elevadas, principalmente em relação ao parâmetro
𝑊𝑓,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . No caso do RAP B, por exemplo, 𝑊𝑓,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 fica aproximadamente constante já
a partir de 100°C, mostrando uma tendência de aumento muito discreta. Para os RAPs
55
A partir dos resultados obtidos foi calculado o parâmetro 𝐷𝑂𝐴% , com base em
cada um dos parâmetros analisados: 𝑅𝑇, 𝑊𝑓,𝑝𝑖𝑐𝑜 e 𝑊𝑓,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . Os resultados são
apresentados na Figura 13.
56
Figura 13 - Resultados de 𝐷𝑂𝐴% obtidos para os materiais (a) RAP A, (b) RAP B, (c) RAP C, (d) RAP
D, (e) RAP E e (f) RAP F
RAP A RAP B
100 100
80 80
DOA (%)
DOA (%)
60 60
40 40
RT RT
20 Wf,pico 20 Wf,pico
Wf,total Wf,total
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(a) (b)
RAP C RAP D
100 100
80 80
DOA (%)
DOA (%)
60 60
40 40
RT RT
20 Wf,pico 20 Wf,pico
Wf,total Wf,total
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(c) (d)
RAP E RAP F
100 100
80 80
DOA (%)
DOA (%)
60 60
40 40
RT RT
20 Wf,pico 20 Wf,pico
Wf,total Wf,total
0 0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 50 70 90 110 130 150 170 190 210
Temperatura de condicionamento ( C) Temperatura de condicionamento ( C)
(e) (f)
Fonte: Autor
57
3.4.1 MSCR
3,5
2,996
0,1 kPa
3,0 3,2 kPa
2,437
2,5
Jnr (1/kPa)
2,0
1,377
1,275
1,175
1,5
0,870
0,810
0,752
1,0
0,240
0,5
0,0
(a)
61
25%
0,1 kPa
3,2 kPa
17,8%
20%
15,2%
12,6%
15%
8,6%
10%
3,0%
5%
1,7%
0,5%
0,0%
0,0%
0,0%
0%
(b)
Fonte: Autor
2.0
RAP A
1.8
RAP B
1.6 RAP C
Absorbância
RAP D
1.4
RAP E
1.2 RAP F
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400
Absorbância
Figura 17 - Detalhe dos espectros nas bandas (a) 698 cm-1 e (b) 966 cm-1
0,8 1,0
RAP A RAP A
698 966
RAP B RAP B
RAP C
0,9 RAP C
0,7
RAP D RAP D
Absorbância
Absorbância
0,6
0,5
0,5
0,4
0,4
0,3 0,3
800 700 600 500 1100 1000 900 800
(a) (b)
Fonte: Autor
64
Figura 18. Embora existam pequenos picos nas proximidades destas bandas,
não estão presentes picos bem definidos que caracterizem a presença do Elvaloy.
65
Figura 18 - Detalhe dos espectros nas bandas (a) 1732 cm -1 e (b) 1640 cm-1
1.0 1.0
RAP A RAP A
1732 1640
RAP B RAP B
0.9 RAP C
0.9 RAP C
RAP D RAP D
Absorbância
Absorbância
0.8 RAP E 0.8 RAP E
RAP F RAP F
0.7 0.7
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
1800 1750 1700 1650 1600 1700 1600 1500 1400
3.5 CONCLUSÕES
4.1 INTRODUÇÃO
Fonte: Autor
A técnica de extração por etapas foi utilizada inicialmente por Zearley (1979),
que, após recobrir material fresado com ligante de penetração elevada, extraiu o
ligante em três camadas, utilizando tricloroetileno, e viu que em nenhuma delas o
ligante manteve as características originais, concluindo que os ligantes interagiram
68
O processo de extração em etapas foi utilizado também por Huang et al. (2005),
que concluiu que parte do ligante presente no RAP permanece preso aos agregados
do RAP ao invés de se misturar aos materiais novos durante a usinagem. Outras
pesquisas utilizaram a técnica e analisaram os ligantes recuperados utilizando
diferentes ferramentas, que incluem cromatografia de permeação em gel,
espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier e espectroscopia por
ultravioleta, além da análise da reologia dos ligantes (CARPENTER; WOLOSICK,
1980; NOURELDIN; WOOD, 1987; EDDHAHAK-OUNI et al., 2012; BOWERS et al.,
2015). Os trabalhos citados consideraram a extração em etapas uma forma válida de
se estudar a heterogeneidade existente no filme de ligante asfáltico que recobre os
agregados. Se a heterogeneidade for alta, significa que o ligante envelhecido não foi
completamente mobilizado, e por isso não se misturou bem com o ligante asfáltico
novo. Por outro lado, se houver homogeneidade entre as camadas do filme asfáltico,
pode-se concluir que os ligantes se misturaram bem durante a usinagem da mistura
reciclada.
Apesar de este método ter sido utilizado em diversos estudos que consideraram
a sua aplicação bem-sucedida, tanto o procedimento quanto os equipamentos
utilizados em cada um deles são muito variáveis, o que dificulta a sua reprodutibilidade
por aqueles interessados em aplicá-lo (CARPENTER; WOLOSICK, 1980;
NOURELDIN; WOOD, 1987; HUANG et al., 2005; EDDHAHAK-OUNI et al., 2012;
BOWERS et al., 2015; ZHAO; HUANG; SHU, 2015). Além disso, é um processo que
ainda não foi totalmente explorado, existindo espaço para o uso de novos ensaios e
novas abordagens na análise da homogeneidade entre as camadas de ligante. Tendo
isso em mente, o estudo descrito neste capítulo buscou desenvolver um método de
análise da interação entre ligantes, a partir dos processos de extração por etapas
observados na literatura, que utilizasse equipamentos de laboratório padronizados e
de uso rotineiro em laboratórios de pavimentação asfáltica, tornando sua aplicação
mais prática e facilitando sua reprodução, além de permitir a execução do processo
de maneira mais controlada. A partir disso, buscou-se aplicar este método a misturas
69
4.2 MATERIAIS
O teor de ligante utilizado nas duas misturas foi de 4,7% em relação à massa
total, e para a mistura WMA 25% RAP assumiu-se que todo o ligante presente no RAP
fosse ativado e mobilizado. Dessa forma, foi adicionado 3,5% de CAP convencional
30/45 novo e o ligante contido no RAP (que possuía 5,0% de ligante) representou
1,2% da mistura. As características do CAP 30/45 utilizado são apresentadas na
Tabela 3.
Tabela 3 - Características do ligante asfáltico virgem das misturas WMA 0% RAP e WMA 25% RAP
Especificação brasileira
Parâmetro CAP 30/45
(DNIT 095/2006)
Penetração (0,1 mm) 37 30-45
Ponto de amolecimento (°C) 53 mín. 52
Ponto de fulgor (°C) 350 mín. 235
Densidade a 25°C (g/cm³) 1,008 -
Viscosidade Brookfield a 135°C (cP) 528 mín. 374
Viscosidade Brookfield a 150°C (cP) 248 mín. 203
Viscosidade Brookfield a 177°C (cP) 84 76-285
Figura 20 - Curva granulométrica de projeto das misturas WMA 0% RAP e WMA 25% RAP
RAP (amostra 2)
90
RAP após extração (amostra 1)
Percentual passante (%)
80
RAP após extração (amostra 2)
70 Curva de projeto da mistura (19 mm)
60
50
40
30
20
10
0
0,01 0,1 1 10 100
Abertura da peneira (mm)
Fonte: Autor
A mistura PMA 60% RAP utilizada é uma mistura asfáltica do tipo SMA (Stone
Matrix Asphalt), com tamanho máximo nominal de 8 mm, que foi produzida como parte
de um projeto conduzido na Europa visando estabelecer um conjunto de instruções a
serem seguidas para a produção rentável e de qualidade de misturas com alto teor de
RAP (DI MINO et al., 2015; WELLNER et al., 2015). A mistura foi produzida em uma
usina gravimétrica na Alemanha, equipada de tambor secador específico para
aquecer o RAP antes deste ser misturado aos demais materiais, o que permite a
adição de maiores quantidades de RAP, que no caso foi de 60% em relação à massa
72
total da mistura. Foram utilizados três frações de agregados, fíler calcário e ligante
asfáltico modificado por polímero (classificado como PmB 25/55-55 A pela
especificação europeia EN 14023), além de fibras de celulose. A usinagem foi
conduzida a 170°C, e o teor de ligante de projeto foi de 7,0%, dos quais 4,08% foram
de ligante asfáltico virgem.
O RAP passou por britagem antes de ser utilizado, visando reduzir o tamanho
das suas partículas. O teor de ligante no RAP era de 4,8%, e a penetração deste
ligante, obtido após extração e recuperação, foi de 21 dmm. Este material fresado foi
originado de uma mistura asfáltica também do tipo SMA, portanto é provável que seu
ligante asfáltico seja também modificado por algum tipo de polímero.
4.3 METODOLOGIA
Condensador
Cesto metálico
Tricloroetileno
Chapa de aquecimento
Fonte: Autor
Figura 22 - Quantidade de ligante obtido em cada etapa para (a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA
0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60%
RAP
80,0 80,0
60,0 60,0
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(a) (b)
100,0 WMA 25% RAP - am. 1 100,0 WMA 25% RAP - am. 2
Proporção obtida (%)
80,0 80,0
60,0 60,0
37,1 38,7
40,0 35,0 35,0 40,0
30,0
24,2
20,0 20,0
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(c) (d)
76
60,0
48,0
40,0
27,0 25,0
20,0
0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(e)
Fonte: Autor
O diagrama tem sido utilizado também para detectar mudanças reológicas que
acontecem nos ligantes asfálticos devido à oxidação. Durante o envelhecimento do
material, a tendência é que o material fique mais rígido (maior |𝐺 ∗ |), e mais elástico
(menor 𝛿), de forma que a curva do diagrama se desloca para a esquerda e para cima
(KING et al., 2012; MOGAWER et al., 2017). A grande vantagem é que o Espaço Black
elimina a influência das manipulações matemáticas que são necessárias quando a
superposição tempo-temperatura é aplicada, permitindo ver as mudanças reológicas
com mais clareza (KING et al., 2012)
(cos 𝛿)2
𝐺𝑅 = |𝐺 ∗ | (3)
sen 𝛿
Neste trabalho, os ensaios LAS foram conduzidos a 20°C. Assim como no caso
do ensaio MSCR, o LAS não foi aplicado como forma de tentar prever o desempenho
em campo dos materiais e nem classifica-los em relação ao dano por fadiga, mas sim
como forma de comparar o comportamento, fora da faixa viscoelástica linear, dos
ligantes obtidos nas diferentes etapas do processo de extração analisado, e assim
avaliar a homogeneidade entre eles.
81
Seguindo esse raciocínio, para uma mistura sem RAP seria esperado que os
ligantes obtidos nas três etapas fossem muito similares, já que constituem o mesmo
material: o ligante virgem. No entanto, observamos que já existe uma pequena
separação entre as curvas obtidas para as amostras da mistura WMA 0% RAP. Isso
mostra que, mesmo em uma mistura sem RAP, o filme de ligante asfáltico não é
perfeitamente homogêneo, com a camada mais interna de ligante (Etapa 3) se
mostrando mais rígida que a camada mais externa (Etapa 1).
A hipótese levantada para esse caso seria uma oxidação adicional da camada
mais interna de ligante no momento do contato com os agregados durante a mistura.
Além disso, é possível que na última etapa da extração estejam presentes as frações
de ligante que haviam sido absorvidas pelos agregados. Sabe-se que os agregados
tendem a absorver as frações mais polares do ligante, que são também as mais
rígidas (LEE et al., 1990). Independente do motivo, observa-se que uma pequena
heterogeneidade pode existir independente da condição da interação entre ligantes.
82
1,0E+09 1,0E+09
WMA 0% RAP - am. 1 WMA 0% RAP - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
1,0E+03 1,0E+03
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
1,0E+01 Etapa 3 1,0E+01 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(a) (b)
1,0E+09 1,0E+09
WMA 25% RAP - am. 1 WMA 25% RAP - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
1,0E+03 1,0E+03
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
1,0E+01 Etapa 3 1,0E+01 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-08 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(c) (d)
1,0E+09
PMA 60% RAP
1,0E+08
1,0E+07
1,0E+06
|G*| (Pa)
1,0E+05
1,0E+04
1,0E+03
Etapa 1
1,0E+02
Etapa 2
1,0E+01 Etapa 3
1,0E+00
1,0E-08 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
Frequência reduzida (Hz)
(e)
Fonte: Autor
83
Figura 24 - Curvas mestras de 𝛿, na temperatura de referência de 15°C, dos ligantes obtidos em cada
etapa nas misturas (a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP
- amostra 1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
100 100
WMA 0% RAP - am. 1 WMA 0% RAP - am. 2
90 90
80 80
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
Etapa 1 Etapa 1
20 20
Etapa 2 Etapa 2
10 Etapa 3 10 Etapa 3
0 0
1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(a) (b)
100 100
80 80
70 70
Ângulo de fase (°)
Ângulo de fase (°)
60 60
50 50
40 40
30 30
Etapa 1 Etapa 1
20 20
Etapa 2 Etapa 2
10 Etapa 3 10 Etapa 3
0 0
1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(c) (d)
100
80
70
Ângulo de fase (°)
60
50
40
30
Etapa 1
20
Etapa 2
10 Etapa 3
0
1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz)
(e)
Fonte: Autor
84
Observando as curvas mestras obtidas para as misturas com RAP (WMA 25%
RAP e PMA 60% RAP), percebe-se uma tendência de maior diferenciação entre as
camadas de ligante, do que foi observado na mistura sem RAP. Ao longo do processo
de extração, o ligante se torna mais rígido e a curva mestra fica mais achatada. A
mudança no formato da curva acontece porque materiais mais oxidados apresentam
uma transição mais gradual entre o comportamento elástico e o escoamento, ou seja,
são menos afetados pela variação na frequência de carregamento (MOGAWER et al.,
2017). Graças a essa mudança no formato da curva mestra, a diferença entre as
curvas se mostra mais perceptível para as baixas frequências, que equivalem às altas
temperaturas.
Figura 25 - Valor relativo de |𝐺 ∗ | dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA 0% RAP -
amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP -
amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
350% 350%
WMA 0% RAP - am. 1 WMA 0% RAP - am. 2
|G*|/|G*|etapa 1
Etapa 3 - Am. 1 Etapa 3 - Am. 1
250% 250%
Etapa 3 - Am. 2 Etapa 3 - Am. 2
200% 200%
150% 150%
100% 100%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
|G*|/|G*|etapa 1
200% 200%
150% 150%
100% 100%
1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00 1,0E+01 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00 1,0E+01 1,0E+02
Etapa 1 - Média
300% Etapa 2 - Am. 1
Etapa 2 - Am. 2
|G*|/|G*|etapa 1
Etapa 3 - Am. 1
250%
Etapa 3 - Am. 2
200%
150%
100%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
(e)
Fonte: Autor
86
Figura 26 - Valor relativo de 𝛿 dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA 0% RAP -
amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP -
amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
100% 100%
98% 98%
96% 96%
94% 94%
δ/δstep 1
δ/δstep 1
92% 92%
90% 90%
88% 88%
Etapa 1 - Média Etapa 1 - Média
86% Etapa 2 - Am. 1 86% Etapa 2 - Am. 1
84% Etapa 2 - Am. 2 84% Etapa 2 - Am. 2
Etapa 3 - Am. 1 Etapa 3 - Am. 1
82% 82%
Etapa 3 - Am. 2 WMA 0% RAP - am. 1 Etapa 3 - Am. 2 WMA 0% RAP - am. 2
80% 80%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
98% 98%
96% 96%
94% 94%
δ/δstep 1
δ/δstep 1
92% 92%
90% 90%
88% 88%
Etapa 1 - Média Etapa 1 - Média
86% Etapa 2 - Am. 1 86% Etapa 2 - Am. 1
84% Etapa 2 - Am. 2 84% Etapa 2 - Am. 2
Etapa 3 - Am. 1 Etapa 3 - Am. 1
82% 82%
Etapa 3 - Am. 2 WMA 25% RAP - am. 1 Etapa 3 - Am. 2 WMA 25% RAP - am. 2
80% 80%
1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00 1,0E+01 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00 1,0E+01 1,0E+02
98%
96%
94%
δ/δstep 1
92%
90%
88%
Etapa 1 - Média
86% Etapa 2 - Am. 1
84% Etapa 2 - Am. 2
Etapa 3 - Am. 1
82%
Etapa 3 - Am. 2 PMA 60% RAP
80%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
mais baixas, que equivalem às temperaturas mais altas. De fato, nas frequências mais
elevadas a diferença de rigidez entre os ligantes foi muito pequena. O ângulo de fase
também é afetado, mas em proporções menores, e parece ser mais afetado nas
frequências mais altas, embora a variação seja pequena.
As curvas obtidas para a mistura WMA 0% RAP, nas Etapas 1, 2 e 3, são muito
próximas e é difícil perceber uma separação entre elas. Diferente do que aconteceu
nas curvas mestras de |𝐺 ∗ | e 𝛿, no Espaço Black não foi possível perceber a
heterogeneidade para a mistura sem RAP. Já para as outras misturas essa separação
é visível, mas é difícil avaliar se a separação é mais pronunciada para WMA 60% RAP,
como aconteceu no caso das curvas mestras. A heterogeneidade causada pela
presença de RAP é visível nos diagramas de Espaço Black, mas assim como nas
curvas mestras é difícil quantificá-la.
88
Figura 27 - Diagramas de Espaço Black dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA
0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA
25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
1,0E+09 1,0E+09
WMA 0% RAP - am. 1 WMA 0% RAP - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+03 Etapa 2 1,0E+03 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+02 1,0E+02
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de fase (°) Ângulo de fase (°)
(a) (b)
1,0E+09 1,0E+09
WMA 25% RAP - am. 1 WMA 25% RAP - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+03 Etapa 2 1,0E+03 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+02 1,0E+02
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de fase (°) Ângulo de fase (°)
(c) (d)
1,0E+09
1,0E+07
1,0E+06
|G*| (Pa)
1,0E+05
1,0E+04
Etapa 1
1,0E+03 Etapa 2
Etapa 3
1,0E+02
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de fase (°)
(e)
Fonte: Autor
89
Para uma análise mais detalhada como a que foi realizada anteriormente com
as curvas mestras, foram calculados os valores percentuais de 𝐺𝑅 nas Etapas 2 e 3,
em relação aos resultados da Etapa 1. Isso permite verificar de forma mais clara a
magnitude da diferença entre as etapas, já que o fato de os valores serem mais baixos
para uma das amostras pode afetar a percepção. Os resultados são apresentados na
Figura 29.
Figura 28 - Resultados do parâmetro Glover-Rowe para ligantes obtidos em cada etapa nas misturas
(a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d)
WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
Glover-Rowe (kPa)
300,0 300,0
250,0 250,0
200,0 200,0
150,0 150,0
100,0 100,0
42,7 42,0
50,0 20,9 20,7 23,8 24,0 50,0 23,1 21,5 23,6 24,6
9,6 9,7
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(a) (b)
400,0 WMA 25% RAP - am. 1 400,0 WMA 25% RAP - am. 2
350,0 350,0
Glover-Rowe (kPa)
Glover-Rowe (kPa)
300,0 300,0
250,0 250,0
200,0 200,0
150,0 150,0
99,15 99,50
100,0 100,0 63,79 61,26
33,74 34,14 45,03 44,35
50,0 25,04 30,19 50,0
12,03 12,72
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(c) (d)
300,0
250,0
200,0 162,9
143,4 140,2 147,3
150,0
100,0
50,0
0,0
(e)
Fonte: Autor
91
Figura 29 - Valor relativo do parâmetro Glover-Rowe para ligantes obtidos em cada etapa nas
misturas (a) WMA 0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra
1, (d) WMA 25% RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
G-R/G-REtapa 1 (%)
250% 250% 239%
222%
205% 202%
200% 200%
150% 150%
114% 116%
100% 100% 100% 100%
100% 100%
50% 50%
0% 0%
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(a) (b)
300% WMA 25% RAP - am. 1 300% WMA 25% RAP - am. 2
273% 276%
244%
G-R/G-REtapa 1 (%)
G-R/G-REtapa 1 (%)
250% 250% 222% 223%
202%
200% 200%
143% 137%
150% 150%
100% 100% 100% 100%
100% 100%
50% 50%
0% 0%
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(c) (d)
250%
200%
150%
115%
100% 100% 104%
100%
50%
0%
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(e)
Fonte: Autor
É possível observar que nas misturas com RAP parece haver uma redução
gradual de 𝐽𝑛𝑟 ao longo das etapas de extração. Tanto nas duas amostras de WMA
25% RAP como para a amostra de PMA 60% RAP se percebe uma tendência muito
bem definida, o que não acontece nas amostras da mistura WMA 0% RAP.
Isso também condiz com a hipótese de que, quanto mais interna a camada de
ligante, maior quantidade de material proveniente do RAP (devido à interação
incompleta entre os ligantes), e menor o valor de 𝐽𝑛𝑟 . Assim, nota-se que a presença
de RAP varia gradualmente nas três etapas, nas misturas com RAP.
Figura 30 - Resultados de 𝐽𝑛𝑟 para os ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA 0% RAP
- amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP -
amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
Jnr (kPa-1)
3,21 3,5
3,0 2,65 2,76 2,79 2,93 3,0 2,69 2,62
2,56 2,50
2,5 2,5
2,0 2,0
1,5 1,5
1,0 1,0
0,5 0,5
0,0 0,0
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(a) (b)
WMA 25% RAP - am. 1 WMA 25% RAP - am. 2
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
4,5 4,5
4,0 4,0
3,5 3,13 3,5
Jnr (kPa-1)
Jnr (kPa-1)
2,94
3,0 3,0
2,36 2,48
2,5 1,94 2,07 2,5
2,0 1,49 1,61 2,0 1,59 1,66
1,39
1,5 1,5 1,25
1,0 1,0
0,5 0,5
0,0 0,0
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
93
(c) (d)
PMA 60% RAP
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
4,5
4,0
3,5
Jnr (kPa-1)
3,0
2,5
2,0
1,46
1,5 1,09 0,98
1,0 0,74
0,44 0,54
0,5
0,0
0,1 kPa 3,2 kPa
(e)
Fonte: Autor
Figura 31 - Valor relativo de 𝐽𝑛𝑟 para os ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA 0%
RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP
- amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
Redução de Jnr
60% 60%
17% 18%
20% 14% 14% 20%
0% 0% 0% 0%
0% 0%
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(a) (b)
WMA 25% RAP - am. 1 WMA 25% RAP - am. 2
Redução de Jnr
60% 60%
50% 49% 47%
44%
40% 34% 34% 40% 33% 33%
20% 20%
0% 0% 0% 0%
0% 0%
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(c) (d)
94
Redução de Jnr
60% 63%
60%
20%
0% 0%
0%
0,1 kPa 3,2 kPa
(e)
Fonte: Autor
Figura 32 - Resultados de 𝑅% dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA 0% RAP -
amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP -
amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
40%
33,2%
R% 30% 27,4%
21,5% 20,6%
20%
12,1%
10% 6,3%
0%
0,1 kPa 3,2 kPa
(e)
Fonte: Autor
Mais uma vez se observa uma tendência geral de que a diferença entre as
curvas de cada etapa aumente conforme o teor de RAP aumenta. No entanto, estão
presentes algumas situações que parecem ir contra essa tendência. Por exemplo,
para a mistura WMA 0% RAP, na amostra 1 as curvas são bem parecidas para as três
etapas, mas na amostra 2 o ligante da Etapa 1 mantém a integridade com um dano
acumulado consideravelmente maior que as outras. No caso da mistura PMA 60%
RAP se observa que a Etapa 2 rompeu com um dano acumulado maior que as outras,
enquanto para todos os outros ensaios a Etapa 2 mostrou comportamento
intermediário entre Etapa 1 e Etapa 3. É possível que estes casos sejam resultado da
maior variabilidade obtida do ensaio LAS. Na Figura 34 são apresentadas as curvas
de fadiga, resultado final do ensaio LAS. Nelas se observa a mesma tendência das
curvas características de dano, mesmo porque elas são produzidas com os mesmos
dados.
96
Figura 33 - Curvas características de dano dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA
0% RAP - amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25%
RAP - amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
C
C
0,4 0,4
0,3 0,3
Etapa 1 Etapa 1
0,2 0,2
Etapa 2 Etapa 2
0,1 Etapa 3 0,1 Etapa 3
0,0 0,0
0 20 40 60 0 20 40 60
S S
(a) (b)
1,0 WMA 25% RAP - am. 1 1,0
WMA 25% RAP - am. 2
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
0,6 0,6
0,5 0,5
C
0,4 0,4
0,3 0,3
Etapa 1 Etapa 1
0,2 0,2
Etapa 2 Etapa 2
0,1 Etapa 3 0,1 Etapa 3
0,0 0,0
0 20 40 60 0 20 40 60
S S
(c) (d)
1,0 PMA 60% RAP
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
C
0,4
0,3
Etapa 1
0,2
Etapa 2
0,1 Etapa 3
0,0
0 20 40 60 80
S
(e)
Fonte: Autor
97
Figura 34 - Curvas de fadiga dos ligantes obtidos em cada etapa nas misturas (a) WMA 0% RAP -
amostra 1, (b) WMA 0% RAP - amostra 2, (c) WMA 25% RAP - amostra 1, (d) WMA 25% RAP -
amostra 2 e (e) PMA 60% RAP
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+06 1,0E+06
N
N
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
0 1 10 0 1 10
Deformação Deformação
(a) (b)
1,0E+10 WMA 25% RAP - am. 1 1,0E+10 WMA 25% RAP - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+06 1,0E+06
N
N
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
0 1 10 0 1 10
Deformação Deformação
(c) (d)
1,0E+10 PMA 60% RAP
1,0E+08
1,0E+06
N
1,0E+04
Etapa 1
1,0E+02
Etapa 2
Etapa 3
1,0E+00
0 1 10
Deformação
(e)
Fonte: Autor
98
4.5 CONCLUSÕES
5.1 INTRODUÇÃO
Para solucionar este problema, o mais adequado é que o RAP seja aquecido
num sistema em paralelo, ou seja, em um tambor de secagem separado dos
agregados virgens, com um equipamento que evite o contato direto da chama com o
material. Outra opção seria aquecer os dois materiais juntos, mas também evitando o
contato com a chama, o que é mais comum nas usinas asfálticas volumétricas
americanas que utilizam tambor misturador de fluxo paralelo. Nos dois casos, tanto o
fresado quanto os agregados virgens entram no misturador já na temperatura
adequada (WEST; COPELAND, 2015; ZAUMANIS; MALLICK; FRANK, 2016b). No
entanto, a necessidade de investimentos em equipamentos especiais para o
aquecimento do RAP é um fator que muitas vezes desencoraja a reciclagem asfáltica
por parte das usinas no cenário brasileiro.
Este processo é muito utilizado, porém limita a quantidade de RAP que pode
ser adicionada à mistura. Em misturas produzidas pelo método de aquecimento
indireto o teor de RAP costuma ser baixo, entre 10% e 20% (ZAUMANIS; MALLICK,
2015). Isso porque o aumento do teor de RAP exige que os agregados virgens sejam
aquecidos a temperaturas excessivamente altas, o que, além de aumentar o consumo
energético, causa dificuldades técnicas na operação da usina. Uma delas é a
formação de nuvens de vapor a partir da umidade presente no RAP, o que pode
causar explosões se o misturador não for devidamente ventilado. Além disso, gases
da combustão acima de 230ºC podem danificar os filtros de ar (BROCK; RICHMOND,
2007; MALLICK; KANDHAL; BRADBURY, 2008).
5.2 MATERIAIS
Especificação brasileira
Parâmetro CAP 30/45
(DNIT 095/2006)
Penetração (0,1 mm) 32 30-45
Ponto de amolecimento (°C) 54 mín. 52
Densidade a 25°C (g/cm³) 1,010 -
Viscosidade Brookfield a 135°C (cP) 422 mín. 374
Viscosidade Brookfield a 150°C (cP) 212 mín. 203
Viscosidade Brookfield a 177°C (cP) 76 76-285
Foi feita dosagem pelo método Marshall para uma mistura do tipo concreto
asfáltico Faixa III da DERSA, com 50% de material fresado. O teor ótimo de ligante
virgem foi definido em 2,8% em relação à massa total de mistura, resultando em uma
mistura com teor de ligante total de 5,75%. Este teor foi definido considerando a
totalidade do ligante presente no RAP, e descontando-a do teor ótimo encontrado para
uma mistura sem RAP. A faixa granulométrica de projeto é apresentada na Figura 35.
103
100
90
70
60
50
40
30
20
10
0
0,01 0,1 1 10 100
Abertura da peneira (mm)
Fonte: Autor
5.3 METODOLOGIA
Figura 36 - Proporção de ligante obtida em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A -
amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
80,0 80,0
60,0 60,0
40,9 39,5
40,0 37,2 40,0 34,7
25,8
21,9
20,0 20,0
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(a) (b)
105
80,0 80,0
60,0 60,0
43,2 43,0
40,0 35,4 40,0 31,0
26,0
21,4
20,0 20,0
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(c) (d)
Fonte: Autor
1,0E+09 1,0E+09
Mistura A - am. 1 Mistura A - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
1,0E+03 1,0E+03
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
1,0E+01 Etapa 3 1,0E+01 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(a) (b)
1,0E+09 1,0E+09
Mistura B - am. 1 Mistura B - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
1,0E+03 1,0E+03
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
1,0E+01 Etapa 3 1,0E+01 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(c) (d)
Fonte: Autor
107
Figura 38 - Curvas mestras de 𝛿, na temperatura de referência de 15°C, dos ligantes obtidos em cada
etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura
B - amostra 2
100 100
80 80
70 70
Ângulo de fase (°)
50 50
40 40
30 30
Etapa 1 Etapa 1
20 20
Etapa 2 Etapa 2
10 Etapa 3 10 Etapa 3
0 0
1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(a) (b)
100 100
80 80
70 70
Ângulo de fase (°)
60 60
50 50
40 40
30 30
Etapa 1 Etapa 1
20 20
Etapa 2 Etapa 2
10 Etapa 3 10 Etapa 3
0 0
1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03 1,0E-09 1,0E-07 1,0E-05 1,0E-03 1,0E-01 1,0E+01 1,0E+03
Frequência reduzida (Hz) Frequência reduzida (Hz)
(c) (d)
Fonte: Autor
Figura 39 - Valor relativo de |𝐺 ∗ | nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1,
(b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
600% 600%
Mistura A - am. 1 Etapa 1 - Média Etapa 1 - Média
550% 550% Mistura A - am. 2
Etapa 2 - Am. 1 Etapa 2 - Am. 1
500% Etapa 2 - Am. 2 500% Etapa 2 - Am. 2
|G*|/|G*|etapa 1
|G*|/|G*|etapa 1
350% 350%
300% 300%
250% 250%
200% 200%
150% 150%
100% 100%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
350% 350%
300% 300%
250% 250%
200% 200%
150% 150%
100% 100%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
Figura 40 - Valor relativo de 𝛿 nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b)
Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
100% 100%
98% 98%
96% 96%
94% 94%
δ/δstep 1
δ/δstep 1
92% 92%
90% 90%
88% 88%
Etapa 1 - Média Etapa 1 - Média
86% Etapa 2 - Am. 1 86% Etapa 2 - Am. 1
84% Etapa 2 - Am. 2 84% Etapa 2 - Am. 2
Etapa 3 - Am. 1 Etapa 3 - Am. 1
82% 82%
Etapa 3 - Am. 2 Mistura A - am. 1 Etapa 3 - Am. 2 Mistura A - am. 2
80% 80%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
98% 98%
96% 96%
94% 94%
δ/δstep 1
δ/δstep 1
92% 92%
90% 90%
88% 88%
Etapa 1 - Média Etapa 1 - Média
86% Etapa 2 - Am. 1 86% Etapa 2 - Am. 1
84% Etapa 2 - Am. 2 84% Etapa 2 - Am. 2
Etapa 3 - Am. 1 Etapa 3 - Am. 1
82% 82% Mistura B - am. 2
Mistura B - am. 1
Etapa 3 - Am. 2 Etapa 3 - Am. 2
80% 80%
1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00 1,0E+02
Figura 41 - Diagramas de Espaço Black dos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A -
amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
1,0E+09 1,0E+09
Mistura A - am. 1 Mistura A - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+03 Etapa 2 1,0E+03 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+02 1,0E+02
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de fase (°) Ângulo de fase (°)
(a) (b)
1,0E+09 1,0E+09
Mistura B - am. 1 Mistura B - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+07 1,0E+07
1,0E+06 1,0E+06
|G*| (Pa)
|G*| (Pa)
1,0E+05 1,0E+05
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+03 Etapa 2 1,0E+03 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+02 1,0E+02
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de fase (°) Ângulo de fase (°)
(c) (d)
Fonte: Autor
Figura 42 - Resultados do parâmetro Glover-Rowe nos ligantes obtidos em cada etapa para (a)
Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
Glover-Rowe (kPa)
120,0 120,0
95,5 92,6
100,0 100,0
80,0 80,0
60,0 60,0
32,5 37,1 35,5
40,0 28,8 40,0 24,7
19,6 18,3 22,8
20,0 20,0
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(a) (b)
120,0 120,0
100,0 100,0
80,0 80,0
60,0 52,96 55,44 60,0
47,23 46,90
40,0 40,0
20,94 20,14 23,38 23,97
16,66 16,76 13,65 13,57
20,0 20,0
0,0 0,0
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(c) (d)
Fonte: Autor
Assim como foi observado no item 4.4.3, o uso do parâmetro 𝐺𝑅 aparenta ser
uma boa opção para a avaliação da homogeneidade entre os ligantes obtidos nas três
112
Mais uma vez se obteve maior heterogeneidade para a Mistura A, que teve o
RAP introduzido à temperatura ambiente. Os ligantes da Etapa 3 apresentaram 𝐺𝑅
consideravelmente mais alto que os ligantes da Etapa 1 para essa mistura. Apesar de
na Mistura A também ser observada uma certa heterogeneidade, no caso dela a
diferença entre Etapa 1 e Etapa 3 foi relativamente menor. Para corroborar essa
observação, assim como na análise de |𝐺 ∗ | e 𝛿, foi feito o cálculo dos valores
percentuais de 𝐺𝑅 das Etapas 2 e 3 em relação à Etapa 1, e os resultados são
apresentados na Figura 43. Esse tipo de análise torna a diferença mais evidente,
mostrando que, na mistura A, o ligante da Etapa 3 teve 𝐺𝑅 em torno de 5 a 6 vezes
maior que o ligante da Etapa 1, enquanto na Mistura B foi aproximadamente 2 vezes
maior apenas.
Figura 43 - Valor relativo do parâmetro Glover-Rowe nos ligantes obtidos em cada etapa para (a)
Mistura A - amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
G-R/G-REtapa 1 (%)
600% 600%
504% 489%
500% 500%
400% 400%
300% 300%
0% 0%
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(a) (b)
G-R/G-REtapa 1 (%)
600% 600%
500% 500%
0% 0%
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
(c) (d)
Fonte: Autor
113
Figura 44 - Resultados de 𝐽𝑛𝑟 nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b)
Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
2,0 2,0
Jnr (kPa-1)
Jnr (kPa-1)
1,5 1,5
1,05
0,93
1,0 0,71
1,0
0,65 0,57
0,53
0,5 0,32 0,34 0,5 0,23 0,17 0,23 0,17
0,0 0,0
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(a) (b)
Mistura B - am. 1 Mistura B - am. 2
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
2,5 2,5
2,07
2,0 1,92
2,0
Jnr (kPa-1)
Jnr (kPa-1)
1,57
1,40
1,5 1,5 1,29 1,33
1,14 1,13
1,0 0,68
1,0
0,50 0,55 0,55
0,5 0,5
0,0 0,0
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(c) (d)
Fonte: Autor
Nas amostras da Mistura B, o que se observou foi um valor maior para o ligante
da Etapa 1, e valores mais baixos e aproximadamente iguais para as Etapas 2 e 3.
Isso indica que nessa mistura as duas camadas mais internas estão mais
homogêneas, enquanto a camada mais externa se apresenta mais suscetível à
deformação (devido ao valor mais alto de 𝐽𝑛𝑟 ). Essa é a tendência que foi observada
também nos resultados de |𝐺 ∗ | e 𝛿.
Figura 45 - Valor relativo de 𝐽𝑛𝑟 nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b)
Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
Redução de Jnr
20% 20%
0% 0% 0% 0%
0% 0%
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(a) (b)
115
Redução de Jnr
80% 80%
64% 65%
60%
57%
60% 60%
41% 41%
37% 36%
40% 40%
20% 20%
0% 0% 0% 0%
0% 0%
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(c) (d)
Fonte: Autor
Figura 46 - Resultados de 𝑅% nos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b)
Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
R% (%)
R% (%)
19,5%
20% 20% 18,4%
14,5% 15,5%
11,7%
10,3%
10% 8,2% 10%
5,1% 6,3%
1,5%
0% 0%
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(a) (b)
Mistura B - am. 1 Mistura B - am. 2
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
30% 30%
R% (%)
R% (%)
19,3%
20% 20%
15,7%
10,8%
8,9% 8,6%
10% 7,9% 10%
5,5%
3,1%
1,2% 1,5%
0,0% 0,0%
0% 0%
0,1 kPa 3,2 kPa 0,1 kPa 3,2 kPa
(c) (d)
Fonte: Autor
curvas são muito próximas, mostrando maior homogeneidade entre os ligantes das
três etapas.
Figura 47 - Curvas características de dano dos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A -
amostra 1, (b) Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
C
C
0,4 0,4
0,3 0,3
Etapa 1 Etapa 1
0,2 0,2
Etapa 2 Etapa 2
0,1 Etapa 3 0,1 Etapa 3
0,0 0,0
0 20 40 60 0 20 40 60
S S
(a) (b)
1,0 Mistura B - am. 1 1,0 Mistura B - am. 2
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
0,6 0,6
0,5 0,5
C
0,4 0,4
0,3 0,3
Etapa 1 Etapa 1
0,2 0,2
Etapa 2 Etapa 2
0,1 Etapa 3 0,1 Etapa 3
0,0 0,0
0 20 40 60 0 20 40 60
S S
(c) (d)
Fonte: Autor
Figura 48 - Curvas de fadiga dos ligantes obtidos em cada etapa para (a) Mistura A - amostra 1, (b)
Mistura A - amostra 2, (c) Mistura B - amostra 1 e (d) Mistura B - amostra 2
1,0E+10 1,0E+10
Mistura A - am. 1 Mistura A - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+06 1,0E+06
N
N
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
0 1 10 0 1 10
Strain Strain
(a) (b)
1,0E+10 Mistura B - am. 1 1,0E+10
Mistura B - am. 2
1,0E+08 1,0E+08
1,0E+06 1,0E+06
N
N
1,0E+04 1,0E+04
Etapa 1 Etapa 1
1,0E+02 1,0E+02
Etapa 2 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 3
1,0E+00 1,0E+00
0 1 10 0 1 10
Strain Strain
(c) (d)
Fonte: Autor
5.5 CONCLUSÕES
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho deu um passo adiante ao mostrar que tanto o método proposto por
Pires (2018), para a análise da ativação do ligante no RAP, quanto o método de
extração por etapas (desenvolvido neste trabalho), para análise da interação entre
ligantes, são capazes de caracterizar estes mecanismos e identificar, em diferentes
materiais, o grau com que eles acontecem. O método de avaliação da ativação do
ligante mostrou também ser capaz de capturar o efeito da presença de polímero, uma
característica que pode fazer muita diferença para a mistura reciclada final, mas que
é difícil de ser identificada adequadamente.
Além disso, é importante dar sequência à investigação dos parâmetros que melhor
indicam a interação entre ligantes a partir da heterogeneidade entre as camadas,
principalmente através da correlação com parâmetros de desempenho para misturas
asfálticas, e não apenas relacionados ao ligante.
122
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