EQD15003 - O Pva Silica
EQD15003 - O Pva Silica
EQD15003 - O Pva Silica
Lorena
2015
LUCAS SERRA MARTIN
Versão Original
Lorena
2015
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dedico este trabalho aos meus pais que sempre
estiveram ao meu lado em todos os momentos e aos
amigos que me acompanham de perto e sempre me apoiam
AGRADECIMENTOS
À minha mãe Myrian e ao meu pai Vitoriano, por todo o carinho e apoio em todos os
momentos.
À minha orientadora Profa. Dra. Heizir Ferreira de Castro, pela excelente orientação
e pela oportunidade concedida de desenvolver este trabalho. Agradeço pela dedicação,
atenção, paciência e ensinamentos que foram fundamentais para meu aprimoramento como
pessoa e profissional.
O presente projeto teve como objetivo selecionar componentes orgânicos para obtenção de
compósitos híbridos pela técnica sol-gel utilizando como precursor tetraetilortossilicato
(TEOS) visando avaliar o efeito do agente orgânico na evolução do sol para gel e nas
propriedades finais dos suportes para imobilizar a lipase microbiana de Burkholderia
cepacia. Foram testados três compostos orgânicos β-ciclodextrina (βCD),
carboximetilcelulose (CMC) e hidroxietilcelulose (HEC) e os resultados obtidos foram
comparados com o comportamento já estabelecido para o polivinilálcool (PVA), tanto em
termos morfológicos como atividade catalítica em meio aquoso (hidrólise de triacilgliceróis)
e meio orgânico (síntese de éster de cadeia curta e longa). A motivação do estudo está
diretamente relacionada com a elevada afinidade do suporte híbrido SiO2-PVA pelo glicerol,
sendo uma das limitações do uso deste suporte para imobilizar lipases com finalidade de
aplicação em reações de transesterificação conduzidas em fluxo contínuo. As características
morfológicas e estruturais dos suportes resultantes foram determinadas empregando técnicas
convencionais, indicando similaridade das propriedades estruturais, fornecendo suportes
com áreas superficiais entre 361,6 a 529,7 m2 g-1 e morfologia amorfa. A diferença marcante
entre os suportes foi verificada quanto a capacidade de adsorção do subproduto da reação de
transesterificação, sendo verificado que a substituição do polivinilálcool por β-ciclodextrina
reduziu em até 50% a habilidade do suporte hibrido em absorver glicerol. Os componentes
derivados de celulose apresentaram resultados similares aos obtidos com o polivinilálcool.
Em termos de afinidade pelo glicerol os resultados obtidos permitiram a classificação dos
suportes híbridos na seguinte ordem crescente: SiO2-CMC > SiO2-PVA > SiO2-HEC > SiO2-
βCD. Quanto a afinidade dos suportes para imobilização da lipase de B. cepacia, os valores
de atividade hidrolítica dos derivados imobilizados, nas condições adotadas, revelaram que
todos os suportes tiveram o mesmo tipo de interação com a enzima resultando em valores de
recuperação de atividade na faixa de 56 - 63%, valores próximos aos normalmente obtidos
pela matriz de SiO2-PVA (68%). Os parâmetros cinéticos (Km e Vmax) determinados
indicaram que a lipase imobilizada nos diferentes tipos de suporte, apresentou afinidade
semelhante pelo substrato azeite de oliva. Os valores determinados de Km e Vmax da lipase de
B. cepacia na forma livre (Km = 410 mM e Vmax =12391 Ug-1) mostraram que independente
do suporte, a imobilização reduziu aproximadamente 60% da afinidade da enzima pelo
substrato. Em meio orgânico, tanto as reações de esterificação como de transesterificação
mediadas pelos derivados imobilizados apresentaram desempenho similar com atividade de
esterificação da ordem de 118 µM.g-1min-1 e rendimentos de formação de ésteres
etílicos da ordem de 98,30%. De uma forma geral, os resultados obtidos foram promissores
e permitiram selecionar o composto orgânico βCD para substituir com vantagens o
polivinilálcool no preparo de matrizes hibridas para imobilização da enzima lipase. O menor
poder hidrofílico desta matriz em relação às outras matrizes testadas pode ser creditado a
estrutura cíclica da βCD que reduziu a capacidade do suporte SiO2-βCD em adsorver
glicerol, principal subproduto da reação de transesterificação. Testes em processos
conduzidos em fluxo contínuo são sugeridos para comprovação da eficiência dessa matriz.
The objective of this work was to select organic compounds for preparing hybrid composites
by the sol-gel technique using tetraethylorthosilicate (TEOS) as precursor aiming at
evaluating the effect of the organic agent in the transformation of the sol into gel and in the
final properties of the matrices for immobilizing lipase from Burkholderia cepacia. Three
organic components β-cyclodextrin (βCD), carboxymethylcellulose (CMC) and
hydroxyethylcellulose (HEC) were tested. The organic component polyvinyl alcohol (PVA)
was used as control taking into consideration its morphological properties and the catalytic
activity of the immobilized derivative in aqueous medium (triacylglycerols hydrolysis) and
organic medium (synthesis of short and long chain esters). The motivation of this work was
directly related with the high affinity of the matrix polysiloxane-polyvinyl alcohol (SiO2-
PVA) by the glycerol, limiting the use of the immobilized derivative in the transesterification
reactions running on a continuous flow. The morphological and structure properties of the
resulting matrices was determined using conventional techniques, showing similar structure
properties, with surface area values between 361.6 and 529.7 m2g-1 and amorphous
morphology. The main difference among the matrices were observed regarding their ability
to adsorb glycerol, the main byproduct of the transesterification reaction. It was verify that
the replacement of the polyvinyl alcohol by β-cyclodextrin reduced in about 50% the hybrid
composite capacity to adsorb glycerol. On the other hand, the cellulose components showed
similar results as the polyvinyl alcohol. Considering as an evaluated parameter the glycerol
affinity, the achieved results allowed classifying the hybrid composites as follows: SiO2-
CMC > SiO2-PVA > SiO2-HEC > SiO2-βCD. The performance of the hybrid composites for
immobilizing lipase from B. cepacia, through the hydrolytic activity reveal that all the
matrices show the same interaction with the lipase, resulting in activity recovered values
between 56-63%, which is close to the value attained by SiO2-PVA matrix (68%). The
kinetic parameters (Km and Vmax) values determined for free lipase (Km = 410 and Vmax =
12391 Ug-1), showed that independely of the immobilization support the affinity of the
enzyme for the substrate was reduced by 60%. In organic medium, all the immobilized
derivatives showed similar behavior on both esterification and transesterification reactions
attaining esterification activity of 118 µM.g-1min-1 and ethyl ester yields of 98.30%.
Overall, the results were promising and allowed selecting the organic component βCD to
replace, with advantages, the use of PVA for preparing hybrid composites. The lower
hydrophilic capacity of this matrix compared with the others matrices can be explained by
the cyclic structure of the βCD that reduced the capacity of the SiO2-βCD matrix in the
glycerol adsorption, the main byproduct of the transesterification reaction. Assays carried
out in packed bed reactor running on a continuous basis are propose to confirm the efficiency
of this matrix.
1. INTRODUÇÃO
propriedades finais desejadas para o derivado imobilizado (MALCATA et al, 1990; ZANIN;
MORAES, 2004; MOHAMAD et al., 2015).
Existe um grande número de suportes disponíveis para aplicações industriais. Esses
suportes são escolhidos especificamente para cada processo, tendo como parâmetros de
escolha o custo do processo, a especificidade, a biocompatibilidade e a disponibilidade do
produto (EŞ; VIEIRA; AMARAL, 2015). Os resultados mais eficientes, entretanto, são
obtidos por meio da utilização de suportes industrializados, de alto custo e de reagentes para
a ativação dos suportes, também de custo elevado. Desta forma, o estudo da imobilização de
enzimas em matrizes alternativas aumentou nos últimos anos. Entre os suportes testados
merecem destaque a quitina e quitosana (GOMES; PEREIRA; DE CASTRO, 2004;
PEREIRA et al., 2001); resíduos agroindustriais como celulignina (PEREZ et al., 2007) e
matrizes híbridas de materiais orgânicos e inorgânicos, tais como sílica-álcool polivinílico
(PAULA et al., 2008; SANTOS et al., 2008b), sílica-quitosana (SIMÕES et al., 2011), sílica-
celulose (XIE; YU; SHI, 2009), sílica-carboximetilcelulose (SALAMA et al., 2015), sílica-
hidroxietilcelulose (KAPSABELIS; PRESTIDGE, 2000) e sílica-β-ciclodextrina (FARAJI;
HUSAIN; HELALIZADEH, 2011).
Em função das vantagens oferecidas pelos suportes híbridos que combinam os
atributos físico-químicos dos materiais inorgânicos e orgânicos, permitindo a manipulação
da hidrofilicidade e hidrofobicidade, carga iônica, porosidade e propriedades mecânicas em
geral, a matriz sílica-álcool polivinílico tem sido utilizada com sucesso em reações de
biotransformação com lipases, em regime descontínuo, obtendo produtos de interesse
industrial como ésteres aromatizantes (BRUNO et al., 2005), monoacilgliceróis (FREITAS
et al., 2009), ésteres de açúcares (PAULA et al., 2008) e biodiesel (CARVALHO et al.,
2013).
Apesar deste bom desempenho, limitações foram constatadas nas reações
transesterificação de óleo vegetal com etanol conduzidas em reator de leito operando em
fluxo contínuo (SIMÕES et al., 2015; FIDALGO, 2014), em função da retenção do glicerol
formado como subproduto no leito catalítico, o qual é adsorvido sobre o suporte enzimático,
ocasionando redução da atividade enzimática. O fenômeno envolvido nesta perda de
atividade é atribuído à formação de uma barreira hidrofílica em torno da enzima, resultando
em limitações de difusão do substrato hidrofóbico da fase orgânica para a enzima. Desta
forma, a redução da hidrofilicidade do suporte de imobilização poderá reduzir a retenção do
19
2. OBJETIVOS
O presente trabalho teve por objetivo obter amostras ativas e estáveis de lipase
imobilizada em suportes híbridos, tornando possível sua aplicação em biotransformações de
compostos de interesse do setor óleo-químico. Levando em consideração estes aspectos, o
objetivo global do projeto foi alcançado por meio da execução das seguintes etapas:
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Lipases
Lipases (glicerol éster hidrolases – E.C. 3.1.1.3) são enzimas que catalisam a
hidrólise de ligações éster, com maior especificidade para triacilgliceróis com ácidos graxos
de cadeia longa. Muito embora esta classe de enzima seja conceitualmente hidrolítica, em
meio orgânico as lipases catalisam a reação reversa (esterificação). Estes dois processos
básicos podem ser combinados numa sequência lógica para resultar em reações de
interesterificação (acidólise, alcoólise e transesterificação), dependendo dos reagentes de
partida empregados, como ilustra a Figura 3.1 (DE CASTRO et al., 2004).
Candida rugosa
Penicillium cyclopium,
Catalisam a hidrólise do TAG gerando
Não específicas Staphylococcus aureus
ácidos graxos livres e glicerol, de modo
Corynebacterium acnes,
aleatório.
Pseudomonas fluorescens
Burkholderia cepacia
Mucor miehei
Rhizopus oryzae
Catalisam a hidrolise do TAG gerando
Aspergillus niger
1,3-específicas ácidos graxos livres provenientes
Rhizopus delemar
especificamente das posições sn-1 e sn-3.
Lipase pancreática
Penicillium roqueforti
cepacia, e posteriormente purificada por precipitação com etanol. Apresenta cerca de 25%
de proteína e alguns aditivos ou estabilizantes como dextrinas e CaCl2 (AMANO, 2015).
As lipases obtidas dessa fonte microbiana possuem em seu sítio ativo a presença da
tríade catalítica formada por resíduos de aminoácidos de serina, histidina e aspartato
(JAEGER; REETZ, 1998; AMANO, 2015). As estruturas tridimensionais determinadas por
SCHRAG et al. (1997) da conformação aberta da lipase B. cepacia são favorecidas pela
presença de solventes ou de interface óleo-água. Ao contrário, em condições aquosas a
estrutura fechada é favorecida. Estas estruturas indicam que a ativação interfacial resulta de
uma mudança conformacional na enzima, pela reorganização da estrutura terciária e de um
amplo movimento da tampa hidrofóbica para expor o sítio ativo. A tampa hidrofóbica, por
sua vez, tem seu maior contato com o resto da proteína na conformação fechada por
interações, quase sempre de van der Waals, da hélice α4 com a hélice α9 e as duas fitas β
antiparalelas (Figura 3.2), englobando os resíduos 214-228 da molécula (SCHRAG et al.,
1997; KIM et al., 1997). As fitas β estão representadas como setas em verde e as hélices em
azul. A posição do íon Ca2+ está indicada em amarelo e os resíduos da tríade catalítica estão
mostrados em vermelho.
sólido por ligações de baixa energia, tais como ligações de hidrogênio, hidrofóbicas e ligação
de van der Waals. Vários materiais podem ser usados nesta técnica e a escolha de cada um
deles irá depender das suas propriedades, como por exemplo, a força mecânica, a
estabilidade física e química, o caráter hidrofóbico/hidrofílico, a capacidade de adsorção de
enzima e o custo (DALLA-VECCHIA; NASCIMENTO; SOLDI, 2004; CARVALHO;
LIMA; SOARES, 2015).
A ligação covalente é um método que envolve a modificação química de um resíduo
de aminoácido na superfície do suporte por meio da utilização de agentes bifuncionais para
imobilização eficiente e irreversível da enzima. Isso ocorre por meio da formação de uma
ligação covalente da enzima com um material insolúvel em água, pela fixação da enzima em
uma matriz por ligação covalente ou pela formação de ligações cruzadas numa matriz
(DALLA-VECCHIA; NASCIMENTO; SOLDI, 2004; CARVALHO; LIMA; SOARES,
2015).
Figura 3.3. –Técnica de adsorção física (a) e ligação covalente (b) para a imobilização de
enzimas.
A técnica sol-gel pode ser definida como uma rota de preparação de um material
inorgânico, a partir de reações de precursores moleculares em solução resultando materiais
com novas características, apresentando como vantagens baixo custo, fácil preparação e
equipamentos acessíveis (TODOROVA; CHERNEV; DJAMBAZOV, 2014). A Figura 3.5
mostra um esquema de obtenção destes materiais pela técnica sol-gel.
O álcool polivinílico (PVA) possui uma estrutura química relativamente simples com
grupos de hidroxilas nas laterais. O monômero, álcool vinílico, não existe em uma forma
estável sendo rearranjado para o seu tautômero, acetaldeído. Sendo assim, o PVA é
produzido por polimerização do acetato vinílico para acetato polivinílico (PVAc), seguido
da hidrólise do PVAc em PVA, conforme esquematizado na Figura 3.6 (HASSAN; PEPPAS,
2000).
34
Etapa 1 – Hidrólise
ROH
OR OR
OR Si OR H2O OR Si OH
OR catalisador ácido OR
n n
Etapa 2 – Condensação
Alternativa I
H2O
OR OR
HO Si OR
OR Si OR
OR
OR O
Alternativa II
OR Si OH H2O OR
OR OR
OR Si
n
OR Si OH
OR OR
n
n
OR
Si OR
OR
O O OH OH OH OH
OH
OR n n
OR
Si C O
CH3
OR
n
OH O OH O O OH O OH
n n
C O RO Si O Si RO Si O Si
CH3 OR OR OR OR
O suporte de SiO2-βCD é uma matriz híbrida, obtida pela técnica sol-gel, a partir do
componente de tetraetilortossilicato (TEOS) e β-ciclodextrina (βCD). A reação de
polimerização sol-gel para a formação da matriz de SiO2-βCD é esquematizada na Figura
3.10, tomando por base o mecanismo sugerido por TEIXEIRA, 2011.
Figura 3.10. – Esquema das reações envolvidas na preparação da matriz híbrida de SiO2-
βCD.
OH O OH O
O OH O OH
OH OH
HO O O HO O
O O
HO HO
O OH O OH
HO OH OH
O O O
HO O
O OR O OR
HO O Cl HO
O O Si OR O O Si OR
-HCl O
OH HO OH HO
OH O OH O O
O O O
OH OH
Si O HO Si
HO O OH HO O O HO OH O
HO OR
OR
O O O O O
O O
HO HO
OH O
O OH Enzima
OH
O O NH2
O HO
HO
O OH
OH
O O
O Enzima O
O OR
O HN OH O Si OR
CHOH
HO
O
OH O O
O
OH
O HO Si
O HO OH O
Enzima OR
O O
HN OH
O
HO
E ta p a 1 - h id ró lis e
H
n S i(O C 2H 5 )4+ H 2 O n S i(O C 2H 5)3O H + C 2H 5O H
E ta p a 2 - p o lic o n d e n s a ç ã o
O O
n S i(O C 2H 5 )3 O H + n S i(O C 2 H 5)4 O Si O Si O + n RO H
O O
n
O O
n S i(O C 2 H 5)3 O H O Si O Si O + n H 2O
O O
n
O
O Si O
OH
OH
OH
O
O O
C H 2O C H 2 O O N a
O O OH
OH OH O
-
HO
N aO O C H 2O H 2C O Si O
O
O CH2 O O
O
C O - N a+
O
H
O
-
O O
OH OH O Si O
O Si O
O O O
O C H 2O C H 2 O O N a
O
O Si O
O
( , )
[C H O (OH) ] + C H O !!!!!!!" [C H (OH) (OC H OH)]
E ta p a 1 - h id ró lis e
H
n S i(O C 2H 5)4+ H 2O n S i(O C 2 H 5 )3 O H + C 2 H 5O H
E ta p a 2 - p o lic o n d e n s a ç ã o
O O
n S i(O C 2H 5)3O H + n S i(O C 2H 5)4 O Si O Si O + n RO H
O O
n
O O
n S i(O C 2H 5)3O H O Si O Si O + n H 2O
O O
n
OH
CH 2O(CH 2) 2O(CH 2 )2 OH
H OH H
H H
H O m Si (OCH 2H 5 )4
O H O +
H H O
H
H OH CH 2O(CH 2 )2 O(CH 2) 2OH
OH
n
HCl
-
O
O Si O
OH
OH
OH
O
O O
CH 2O(CH 2) 2O(CH 2 )2 OH
O O OH O
-
OH OH HO O Si O
HO(CH 2) 2O(CH 2 )2 OH 2C
O O
O CH 2 O
O O
(CH 2)2
O
(CH 2)2
O O
-
OH OH OH
O Si O
H O O O
O CH 2 O(CH 2) 2O(CH 2) 2OH
O Si O
O
O
O Si O
O
butanol como solvente (30% em relação ao meio reacional) mostrou ser a estratégia mais
adequada para aumentar a formação dos ésteres de etila. Este melhor desempenho foi
atribuído não apenas a miscibilidade dos materiais de partida (óleo e etanol), mas também
às propriedades específicas do terc-butanol, que por ser um solvente polar moderado foi
capaz de dissolver os produtos formados (ésteres de etila) e subproduto liberado (glicerol).
Isso permitiu manter estável a operação do reator em relação à concentração do éster sob
condição de estado estacionário por até 10 dias, minimizando a diminuição da concentração
do produto, como resultado da perda de atividade da enzima.
Apesar da eficiência dessa técnica, o uso de solventes reduz a produtividade global
do sistema e aumenta o custo do processo, pois requer temperaturas mais elevadas para
recuperação do terc-butanol.
Costa-silva, 2013 investigou uma estratégia diferente para reduzir a adsorção do
glicerol no sistema imobilizado (B. cepacia imobilizada em SiO2-PVA) em processos de
transesterificação em reator de leito fixo operando fluxo contínuo. Para tanto, adotou a
incorporação de uma coluna extratora de glicerol em reator de leito fixo em dois estágios
operando com substrato óleo de coco e etanol (razão molar 1:12) na ausência de solvente. A
coluna extratora de glicerol foi recheada com a resina catiônica Lewatit GF 202,
especialmente desenvolvida para a purificação do biodiesel removendo glicerol,
monoglicerídeos, sais e sabão. O sistema forneceu concentração em ésteres de etila na faixa
de 58,10±2,08 (g.g-1), correspondendo a rendimentos médios de transesterificação de
98±3,45 e produtividade na faixa de 41,54±1,51 mgéster.g-1meio.h-1. As amostras de biodiesel
de óleo de coco purificadas apresentaram viscosidade cinemática média a 40°C de 5,32 ±
0,74 mm2.s-1, valor que atende a norma americana ASTM (D6751) e a brasileira pela
resolução ANP n°42/04. A lipase apresentou tempos de meia-vida superior a 500 h,
demonstrando satisfatória estabilidade operacional. O emprego de uma configuração de
reatores de leito fixo em série pode elevar os níveis de rendimento de transesterificação,
aumentar a produtividade de biodiesel, por consequência reduzir o custo global do processo.
Os resultados obtidos demonstram a viabilidade técnica da síntese enzimática de biodiesel
em reatores de leito fixo conectados em série, incorporando uma coluna extratora de glicerol.
Desta forma, verifica-se que a elevada afinidade do glicerol pelo suporte de
imobilização SiO2-PVA é uma limitação para se obter uma operação estável em reatores de
leito operando em fluxo contínuo. A substituição do PVA por molécula orgânica com menor
poder hidrofílico poderá amenizar as limitações difusionais e a inativação da lipase
44
3.4. Biodiesel
Tabela 3.3. – Os dez países com maior potencial mundial de produção de biodiesel.
Entretanto, deve ser observado que o biodiesel na forma pura possui algumas
desvantagens com relação ao diesel mineral, como menor poder calorífico, maior densidade
em baixas temperaturas, aumento de emissões de óxidos de nitrogênio, além de requerer
melhorias com relação à estabilidade oxidativa, impedindo a deterioração do produto com o
tempo (SHARMA; SINGH, 2009).
Desde janeiro de 2005, pela lei 11.097/05, distribuidoras e refinarias brasileiras
foram autorizadas a adicionar 2% de biodiesel ao diesel (B2). Este percentual passou a ser
obrigatório em 2008 e, devido ao crescimento da oferta, o governo tornou a mistura de 7%
de biodiesel ao diesel (B7) obrigatória em 2014. Entre 2005 e 2012, após a criação do PNPB
(Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel), houve um aumento expressivo no
volume de biodiesel produzido no país conforme ilustrado na Figura 3.15 (ANP, 2014;
PADULA et al., 2012; SOUZA; SEABRA, 2013).
46
Legenda: Barra cinza escuro: Produção global; Barra cinza claro: Produção brasileira.
Fonte: ANP (2014)
O óleo de palmiste apresenta como vantagem o fato de que seu fruto, a palma,
apresenta uma cultura perene e com colheita contínua durante todo o ano. Isso diminui os
dispêndios energético e financeiro para a produção dessa espécie e evita a sazonalidade do
fornecimento de matéria-prima, um bônus imenso em relação aos cultivos anuais (SILVA;
FREITAS, 2008).
A maior parte da área plantada da palmeira situa-se na Ásia (Indonésia, Malásia) e,
o restante, distribuída entre África, América Latina e Caribe. A Indonésia é destacada como
o maior produtor mundial do óleo de palmiste, seguida pela Malásia e Nigéria. A Tabela 3.6
lista os principais países produtores do óleo de palmiste.
49
A palmeira é uma planta monóica que produz (para cada árvore) cachos pesando
entre 10 e 25 kg contendo entre 1000 até 3000 frutos por cacho. Os frutos apresentam
conformação esférica e coloração roxa (quase preta) e sua cor se torna laranja-avermelhada
quando está madura. Cada fruto consiste em uma semente envolvida em uma casca cercada
por um mesocarpo.
50
A palmeira começa a dar frutos com 30 meses depois de plantada e irá continuar
produzindo frutos pelos próximos 20-30 anos, garantindo assim o fornecimento de óleo. A
palmeira apresenta o cultivo mais eficiente do mundo, no que diz respeito a produção de
óleo vegetal, necessita apenas de 0,26 hectares de área plantada para produzir 1 tonelada de
óleo vegetal, enquanto que a soja, o girassol e a colza requerem 2,22; 2 e 1,52 hectares
respectivamente, para produzir a mesma quantidade. O fruto da palma produz dois tipos de
óleos: do mesocarpo é extraído o óleo de palma e da amêndoa é extraído o óleo de palmiste
(MPOC, 2015).
Quanto ao processo de extração do óleo de palmiste, inicialmente tem-se a quebra do
fruto da palma por meio de um quebra-nozes obtendo assim uma mistura de mesocarpo e a
amêndoa do fruto. Após esta etapa, a separação da mistura mesocarpo e amêndoa do fruto é
realizada por meio de um banho de argila. A densidade da mistura tem que ser suficiente
para que a casca (mesocarpo) afunde e a amêndoa flutue no topo da mistura. As amêndoas
são então colocadas em cestas e lavadas com água limpa, sendo na sequencia levadas para a
etapa de secagem. Em seguida, as amêndoas são esmagadas e a pasta resultante é misturada
com uma pequena proporção de água e submetida a aquecimento liberando assim o óleo de
palmiste (FAO, 2002).
Em função da possibilidade de cultivo de diferentes oleaginosas no Brasil e, sabendo,
a priori, que a qualidade do biodiesel depende da matéria-prima precursora, selecionou-se
para a execução do presente trabalho, o óleo de palmiste como matéria-prima lipídica que
apresenta composição rica em ácidos graxos saturados, conforme indicado na Tabela 3.8.
3.6.1 Transesterificação
enzimas são promissoras nesta área como catalisadores (MOREIRA et al., 2007, AL-
ZUHAIR, 2007, FJERBAEK; CHRISTENSEN; NORDDAHL, 2009; ROBLES-MEDINA
et al., 2009, VASUDEVAN; BRIGGS, 2008). As enzimas que catalisam a reação entre o
triacilglicerol e o álcool para a produção de ésteres são as lipases.
catalisador. As condições da reação foram: temperatura de 40 ºC; 200 rpm de agitação; razão
molar óleo/álcool 1:3; tempo de reação = 6 horas. Foi utilizado um reator de tanque agitado
de 125 mL e obtido um rendimento de 77,5 % em conversão de ésteres.
59
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Materiais
4.1.1. Enzima
Na síntese dos suportes híbridos foram utilizados como compostos orgânicos: álcool
polivinílico (PVA, MM 78.000 e 88 mol % hidrolisado, Polysciences adquirido da Sinapse
Biotecnologia Ltda. São Paulo), β-ciclodextrina (βCD, 97%) e carboximetilcelulose (CMC)
ambos adquiridos da Sigma-Aldrich, hidroxietilcelulose (HEC) (Fluka, Alemanha),
empregando como precursor tetraetilortossilicato (TEOS) adquirido da Aldrich (98%,
Sigma-Aldrich Chemical, St. Louis, MO, EUA). Álcool etílico (95%, Cromoline) e ácido
clorídrico (mín. 36%, Isofar).
Butanol (mín 99,5%, Merck) e ácido butírico (mín 99,0%, Vetec) foram utilizados
nas reações de esterificação. Como materiais de partida da reação de transesterificação foram
utilizados: etanol anidro (99%, Cromoline) e óleo de palmiste adquirido da Agropalma
(Belém-PA), tendo uma composição aproximada em ácidos graxos de: 4,3% Caprílico, 3,8%
Cáprico, 48,0% Láurico, 16,0% Mirístico, 8,25% Palmítico, 2,15% Esteárico, 15,50%
Oleico e 2,0% Linoleico e viscosidade (32,27 mm2/s). Propriedades adicionais do óleo de
palmiste são fornecidas no Apêndice A.
Synth), glicerol (85%, Merck). Azeite de oliva com baixa acidez (Carbonell, adquirido em
mercado local). Os demais materiais e reagentes foram adquiridos comercialmente em grau
analítico.
4.2. Equipamentos
Figura 4.1. – Esquema de síntese, ativação dos suportes híbridos e imobilização da lipase
B. cepacia.
superfície e nos poros do sólido. A massa empregada de cada amostra foi entre 0,17 e 0,21g.
Os resultados apresentaram erro máximo de ±5% do valor de área especifica. A área
superficial especifica dos suportes foi calculada pelo método BET (BRUNAUER;
EMMETT; TELLER, 1938) de multicamadas do gás nitrogênio adsorvido fisicamente a -
196ºC na amostra. A equação resultante do método de BET é expressa conforme a equação
4.1.
# ( (* () #
= + + ,. (4.1)
$.(#& #) $) .* $) .* #&
A identificação estrutural das amostras foi realizada por medidas de difração de raios
X. As análises de raios-X foram realizadas colocando as amostras sobre o suporte de
alumínio e as análises foram efetuadas em intervalos angulares de 8 a 70 graus e tempo de
contagem de 1 segundo, utilizando o difratômetro da marca Shimadzu, modelo XRD 6000.
A técnica utilizada foi a difratometria de pó, a uma tensão de 40kV e uma corrente de 30
mA. A radiação utilizada foi de CuKα com monocromador de grafite e comprimento de onda
de 1.5418 Å.
:;
-./0-12çã5 62778.2 (%) = . 100% (4.2)
:<
Em que:
mf: massa da solução recuperada ao final do teste (gramas)
mi : massa da solução inicial (gramas).
Sendo a massa de glicerol inicial presente na solução teste igual a 0,50 g e a massa
final de glicerol calculada conforme a equação 4.4.
N
J2772 B- [email protected]@ L8 2@(K) = ML. C. (4.4)
(OO
Reagente Concentração
Acetilacetona 0,2 M
Metaperiodato de sódio 10 mM
Glicerol 0,5M
0,7
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014
Glicerol(mg/mL)
Em que: VA= volume de KOH gasto na titulação da amostra, VB = volume do KOH gasto na
titulação do branco, M = molaridade da solução de KOH, t = tempo de reação em min, m =
massa em gramas.
68
V×M×m (4.6)
Ácido graxo (g/L) =
W
Minutos Concentração
Tempos de retenção PI 10,3 22,17 g/L
Butanol 3,6 12,71 g/L
Butirato de butila 5,7 8,30 g/L
gás de arraste com fluxo de 25 mL/min. A coluna foi submetida a uma rampa de temperatura
de 90° C (3 min), 120 ºC (10 min) e 170º C (15 min), numa taxa de aquecimento de
25°C/min. A coleta de dados foi realizada utilizando o programa Galaxie Chomatography
Data System version 1.9. O volume de injeção da amostra foi de 1 µL em hexano e padrão
interno (hexanol) e a quantificação foi realizada pela calibração interna apresentada na
Tabela 4.4, conforme estabelecido por Urioste et al. (2008).
4.4.3.3. Viscosidade
4.4.3.4. Densidade
O rendimento (R) das reações de síntese de biodiesel por via enzimática foi definido
como o valor que expressa a massa total obtida de ésteres de etila (Mt) em relação à massa
total teórica esperada de ésteres de etila (ΣMe). Me foi determinada a partir da massa de ácidos
graxos presente na massa inicial do óleo de palmiste (M0), da massa molecular
correspondente a cada ácido (MMa) e do éster correspondente (MMe). Este cálculo é
representado pela equação 4.7 (a), em que M0 corresponde ao produto da concentração
mássica de cada ácido graxo (Ca), com a massa inicial de óleo utilizada (Mi) equação 4.7
(b). O rendimento foi calculado dividindo a massa total de ésteres determinada pela análise
de cromatografia gasosa (Mt) pela massa total teórica de ésteres de etila (Me), conforme
mostrado na equação 4.7 (c).
(bH.bbF) bd
(a) J- = (b) J5 = M2. J8 (c) = . 100 (4.7)
bbI ebF
73
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 5.2. – Área superficial específica, volume de poros e diâmetro médio de poro para
os suportes de SiO2-βCD, SiO2-CMC, SiO2-HEC e SiO2-PVA.
Informações sobre a orientação das moléculas dos suportes foram obtidas por
espectroscopia na região do infravermelho, e são demonstradas na Figura 5.1.
Os espectros apresentaram uma banda larga na região de 3400 cm-1 com um ombro
em 3250 cm-1, assim como um pico em 1640 cm-1, que foram atribuídas ao grupamento O-
H de hidroxilas ligadas às cadeias poliméricas dos suportes. O grupamento O-H é
proveniente da água de hidratação e de cristalização. Outros picos intensos em 450 cm-1,
assim como em 1090 cm-1 estão associadas com as vibrações de estiramento simétricas e
assimétricas da sílica, respectivamente. A presença das ligações características de Si-O-Si
mostraram a formação bem sucedida do material híbrido a base de sílica. A existência de
grupos livres de Si-OH associados com o pico 950 cm-1 são devidos à reação incompleta de
condensação das unidades disponíveis de silanol. Esses grupos de hidroxila livres atuam de
maneira efetiva na funcionalidade do material híbrido preparado a base de sílica. As
deformações simétricas dos grupos –CH3 e –CH2 são mostradas no pico de 2980 cm-1. A
presença de grupos livres reativos (N-H e –OH) estão associadas a região de 3400 cm-1.
Ligações específicas de C = C estão associados ao pico de 1640 cm-1 (TODOROVA;
CHERNEV; DJAMBAZOV, 2014; NYQUIST; KAGEL, 1997).
76
SiO2-HEC
SiO2-βCD
SiO2-PVA
4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400
-1
Comprimento de onda (cm )
Fonte: próprio autor
SiO2-CMC
SiO2-HEC
SiO2-βCD
SiO2-PVA
10 20 30 40 50 60 70
2 Θ (graus)
de água podem favorecer a reação de hidrólise, reduzindo assim a eficiência das reações de
síntese.
A Tabela 5.4 apresenta os resultados de atividade hidrolítica dos derivados
imobilizados obtidos, bem como os valores de rendimento de imobilização.
o diâmetro médio dos poros maior será o acesso do substrato ao sítio ativo da enzima
imobilizada no suporte, minimizando assim defeitos difusionais e impedimentos estéricos
do biocatalisador.
Tabela 5.5. – Área superficial específica, volume de poros e diâmetro médio de poro para
a lipase de B. cepacia imobilizada nos suportes híbridos SiO2-βCD, SiO2-CMC, SiO2-HEC
e SiO2-PVA.
Lipase SiO2-CMC
Lipase SiO2-HEC
Lipase SiO2-β CD
Lipase SiO2-PVA
Lipase SiO2-HEC
Lipase SiO2-β CD
Lipase SiO2-PVA
10 20 30 40 50 60 70
2 Θ (graus)
Figura 5.5. – Perfis das curvas de velocidade de reação da lipase B. cepacia livre (a) e dos
derivados imobilizados em (b) SiO2-βCD, (c) SiO2-CMC, (d) SiO2-HEC e (e) SiO2-PVA
Lipase livre (a) Lipase imobilizada em SiO2-βCD (b)
12500 2000
-1 1
-1
Vmax=12391 µM. g min-
1 Vmax= 2589,48 µM. g min-
-1
Velocidade de reação/ µM g min
-1
-1 KM = 1204,13 mMol L
-1
KM = 400 mMol L
Velocidade de reação/ µM g min
10000
-1
1500
-1
7500
1000
5000
500
2500
0
0 0 372 744 1116 1488 1860
0 372 744 1116 1488 1860 -1
Ácidos Graxos / mmol L
-1
Ácidos Graxos / mmol L
Lipase imobilizada em SiO2-CMC (c) Lipase imobilizada em SiO2-HEC (d)
2000 2000
-1 1 -1 1
V max= 2270,86 µ M. g min- Vmax= 2243,72 µM. g min-
-1
-1
-1 -1
Velocidade de reação/ µM g min
KM = 1037,25 mMol L
Velocidade de reação/ µM g min
K M = 1061,02 mMol L
-1
-1
1500 1500
1000
1000
500
500
0
0 0 372 744 1116 1488 1860
0 372 744 1116 1488 1860 -1
Ácidos Graxos / mmol L
-1
Ácidos Graxos / mmol L
Lipase imobilizada em SiO2-PVA (e)
2000 -1 1
V max= 2621,83 µ M. g min-
-1
Velocidade de reação/ mM g min
-1
K M = 1153,62 mMol L
-1
1600
1200
800
400
0
0 372 744 1116 1488 1860
-1
Ácidos Graxos / mmol L
Fonte: próprio autor
84
Tabela 5.6. – Parâmetros cinéticos da lipase B. cepacia livre e imobilizada nos diferentes
suportes híbridos
Biocatalisador Km Vmax
(mmol.L-1 ) U/g
Lipase livre 400 12391
Lipase-SiO2-βCD 1204 2590
Lipase-SiO2-CMC 1061 2271
Lipase-SiO2-HEC 1037 2244
Lipase-SiO2-PVA 1153 2622
Figura 5.6. – Estabilidade térmica da lipase B. cepacia livre e dos derivados imobilizados
nos suportes híbridos SiO2- βCD, SiO2-CMC, SiO2-HEC e SiO2-PVA
1 00
95
Atividade residual (%)
L ip a s e liv re
L ip a s e -S iO 2 - B C D
75
L ip a s e - S iO 2 -C M C
L ip a s e - S iO 2 -H E C
L Ip a s e - S iO 2 -P V A
70
65
60
0 30 60 90 12 0 15 0 18 0
T e m p o (m in )
Verifica-se pelo perfil das curvas, que a atividade residual da lipase na forma solúvel
foi reduzida bruscamente em 60 min de incubação, resultando numa perda total de 35 % da
sua atividade inicial ao final de 180 min. Por outro lado, os valores de atividade residual dos
derivados imobilizados permaneceram praticamente constantes, apresentando perdas
mínimas de aproximadamente 2-3% das atividades iniciais, pelo mesmo período de tempo.
Esses dados indicam que o procedimento de imobilização atuou no sentido de aumentar a
estabilidade térmica da lipase B. cepacia.
86
(a) (b)
150 150
atividade = 114 µΜ//g.min Atividade= 95 µM/g.min
125 125
Concentraçao (mmol/L)
Concentraçao (mmol/L)
100 100
75
75
50
50
25
25
0
0 0 3 6 9 12 15 18 21 24
0 4 8 12 16 20 24
Tempo (h)
Tempo (h)
(c) (d)
150 150
Atividade = 118 µM/g.min
atividade = 111 µΜ//g.min
125 125
Concentraçao (mmol/L)
Concentraçao (mmol/L)
100 100
75 75
50 50
25 25
0
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 0 3 6 9 12 15 18 21 24
Tempo (h) Tempo (h)
Figura 5.8. – Perfil de formação dos ésteres de etila a partir da reação de transesterificação
do óleo de palmiste com etanol, catalisada pela lipase B. cepacia imobilizada em
diferentes suportes híbridos: (a) SiO2- βCD, (b) SiO2-CMC, (c) SiO2-HEC, (d) SiO2-PVA
(a) (b)
80 80
C8
C8
75 C10
C10
C12
C12
70 70 C14
C14
C16
C16
C18
C18
C18:1
60 C18:1 60
C18:2 C18:2
55 Total Total
50 50
10 10
8
8
6
6
4
4
2
2
0
0 24 48 72
0
0 24 48 72
Tempo (h)
Tempo (h)
(c) (d)
80 C8 80
C10 C8
C12 C10
C14 C12
70
C16
70 C14
Esteres de etila (m/m %)
Esteres de etila (m/m %)
C18 C16
C18:1 C18
60 C18:2 60 C18:1
Total
C18:2
Total
50 50
10
8
8
6
6
4
4
2 2
0 0
0 24 48 72 0 24 48 72
Tempo (h) Tempo (h)
Tabela 5.9. – Perfil dos ésteres de etila nas amostras de biodiesel obtidas por catálise
Biocatalisador %g éster/g amostra m/m
éster
C8 C10 C12 C14 C16 C18 C18:1 C18:2 (%)
Lipase-SiO2-βCD 3,3 3,2 35,7 9,7 6,3 1,6 9,0 4,8 73,56
Lipase-SiO2CMC 3,5 3,5 35,3 9,8 6,8 1,6 9,1 4,8 73,87
Lipase-SiO2-HEC 3,3 3,4 35,7 10,3 6,8 1,7 7,1 4,3 73,80
Lipase-SiO2-PVA 3,5 3,4 35,9 9,6 6,3 1,5 8,3 4,3 73,90
6. CONCLUSÕES
A afinidade das matrizes hibridas pelo glicerol variou numa ampla faixa e foi
diretamente dependente do tipo de composto orgânico empregado, permitindo a
classificação dos suportes híbridos na seguinte ordem crescente: SiO2-CMC > SiO2-
PVA > SiO2-HEC > SiO2-βCD.
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APÊNDICES
Em que: Vamostra = Volume de solução de KOH gasto na titulação da amostra (mL), Vbranco =
Volume de solução de KOH gasto na titulação do branco (mL), MMKOH = Massa Molar do
KOH (56,1g/mol), [KOH] = Concentração molar da solução de KOH (mol/L), Mamostra =
massa de amostra (g).
O índice de acidez influencia diretamente na síntese de biodiesel por
transesterificação, sendo considerada como matéria-prima ideal óleos e gorduras com índice
de acidez inferior a 2 mg KOH/g óleo (SUAREZ et al., 2009). Sendo assim, a matéria-prima
108
Lipase PS livre
Tempo (h) Atividade hidrolítica % de atividade referente
(Ug-1) à atividade inicial (t=0)
0 10296,1 100
30 7929,9 77,02
60 6744,9 65,51
120 6647,9 64,57
180 6598,4 64,09
Lipase-SiO2-βCD
Tempo (h) Atividade hidrolítica % de atividade referente
(Ug-1) à atividade inicial (t=0)
0 951,14 100
30 947,15 99,58
60 940,49 98,88
120 936,68 98,48
180 931,17 97,90
Lipase-SiO2-CMC
Tempo (h) Atividade hidrolítica % de atividade referente
(Ug-1) à atividade inicial (t=0)
0 890,03 100
30 881,66 99,06
60 874,37 98,24
120 865,20 97,21
180 863,95 97,07
111
Lipase-SiO2-HEC
Tempo (h) Atividade hidrolítica % de atividade referente
(Ug-1) à atividade inicial (t=0)
0 968,5 100
30 958,91 99,01
60 955,90 98,70
120 951,16 98,21
180 949,23 98,01
Lipase-SiO2-PVA
Tempo (h) Atividade hidrolítica % de atividade referente
(Ug-1) à atividade inicial (t=0)
0 888,25 100
30 884,79 99,61
60 881,86 99,28
120 876,08 98,63
180 873,42 98,33
APÊNDICE D – Dados referentes aos testes de esterificação do butanol com ácido butírico
para a produção de butirato de butila utilizando diferentes derivados imobilizados.
Perfil da reação de esterificação do butanol com ácido butírico para a produção de butirato
de butila utilizando o derivado imobilizado de Lipase-SiO2-βCD
Lipase-SiO2-βCD
Tempo Concentração de Concentração de Concentração de
(h) butanol butirato de butila ácido butírico
mmol/L g/L mmol/L g/L mmol/L g/L
0 100,32 7,42 0 0 139,79 12,30
3 63,51 4,70 24,45 3,52 109,67 9,65
6 61,28 4,53 33,62 4,84 104,08 9,16
15 38,49 2,84 58,04 8,36 69,00 6,07
18 35,11 2,59 71,17 10,25 63,53 5,59
21 30,35 2,25 76,44 11,01 57,96 5,10
24 27,16 2,01 82,32 11,85 53,07 4,67
Perfil da reação de esterificação do butanol com ácido butírico para a produção de butirato
de butila utilizando o derivado imobilizado de Lipase-SiO2-CMC
Lipase-SiO2-CMC
Tempo Concentração de Concentração de Concentração de
(h) butanol butirato de butila ácido butírico
mmol/L g/L mmol/L g/L mmol/L g/L
0 100,58 7,44 0 0 139,20 12,25
3 88,40 6,54 5,81 0,84 131,94 11,61
6 79,66 5,89 11,35 1,63 124,14 10,92
15 60,12 4,45 29,75 4,28 101,26 8,91
18 54,83 4,06 38,40 5,53 90,74 7,99
21 47,83 3,54 50,37 7,25 77,63 6,86
24 37,12 2,75 68,43 9,85 59,29 5,22
Perfil da reação de esterificação do butanol com ácido butírico para a produção de butirato
de butila utilizando o derivado imobilizado em Lipase-SiO2-HEC
Lipase-SiO2-HEC
Tempo Concentração de Concentração de Concentração de
(h) butanol butirato de butila ácido butírico
mmol/L g/L mmol/L g/L mmol/L g/L
0 100,10 7,41 0 0 139,14 12,24
3 92,34 6,83 5,12 0,74 133,65 11,76
6 80,52 5,96 12,57 1,81 125,11 11,01
15 49,26 3,64 44,08 6,35 96,74 8,51
18 43,60 3,23 55,13 7,94 82,67 7,27
21 37,38 2,77 66,90 9,63 67,45 5,94
24 28,48 2,11 80,01 11,52 54,92 4,83
113
Perfil da reação de esterificação do butanol com ácido butírico para a produção de butirato
de butila utilizando o derivado imobilizado de Lipase-SiO2-PVA
Lipase-SiO2-PVA
Tempo Concentração de Concentração de Concentração de
(h) butanol butirato de butila ácido butírico
mmol/L g/L mmol/L g/L mmol/L g/L
0 100,40 7,43 0 0 139,58 12,21
3 46,49 3,44 49,58 7,14 89,59 11,63
6 39,46 2,92 59,10 8,51 77,06 11,02
15 33,38 2,47 73,40 10,57 61,85 9,22
18 30,81 2,28 76,67 11,04 58,13 8,89
21 28,51 2,11 80,00 11,52 54,95 8,40
24 25,81 1,91 84,65 12,19 51,14 7,83
114
APÊNDICE E – Dados referentes aos testes de etanólise do óleo de palmiste, na razão molar
de 1:8, empregando diferentes tipos de derivado imobilizado, 600 unidades de atividade/ g
de óleo, sob agitação magnética a 45ºC.
Massa de enzima=5,57 g
Lipase-SiO2-βCD
Ésteres Concentração de ésteres etílicos (% m/m)
24h 48h 72h
Octanoato de etila (C8:0) 3,28 3,46 3,35
Decanoato de etila (C10:0) 2,76 3,27 3,19
Laurato de etila (C12:0) 27,80 32,41 35,69
Miristato de etila (C14:0) 8,49 9,18 9,68
Palmitato de etila (C16:0) 6,30 6,10 6,30
Estearato de etila (C18:0) 1,40 1,63 1,56
Oleato de etila (C18:1) 6,65 8,51 9,01
Linoleato de etila (C18:2) 2,92 3,01 4,78
Total 59,61 68,58 73,56
Rendimento (%) 79,73 92,43 99,13