Profilaxia Da Infecção Cirúrgica - Resumo

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PROFILAXIA DA INFECÇÃO CIRÚRGICA

Infecção de sítio cirúrgico

Penicilina
Primeiro antimicrobiano - revolução na medicina/cirurgião - mata bactérias, derivado de
um bolor/fungo
*O problema é tentar compensar a falta de cuidado e  antissepsia com o antibiótico, isso
não da certo, na literatura e nas diretrizes dizem que a terapia antimicrobiana que
realizamos está errada, pois não se recomenda o uso de antimicrobiano por mais de 24
horas após a cirurgia, o que não é realizado no dia a dia, já que após cirurgia, na maioria
das vezes, se receita antimicrobiano pós cirurgia

TERAPIA ANTIMICROBIANA
Profilática: quando existe risco significante de infecção - é utilizado antibiótico antes
da cirurgia
de acordo com o procedimento cirúrgico, quando há um potencial risco de infecção e se
houver a infecção o resultado é desastroso e o estado de saúde do animal (animal
imunossuprimido)

colocação de implantes - seja para fratura, como placa e parafuso


marcapasso
fio que pode causar reação
acesso órgãos/cavidades que são muito contaminadas (cirurgia do cólon: existe risco de
contaminação - cólon possui muitos microrganismo que podem causar uma infecção)

Terapêutica: quando existe o processo infeccioso, ou seja, tem que realmente tratar
Parâmetros para determinar que o paciente tem infecção: temperatura corporal
(síndrome febril), presença de secreção (drenando do local da cirurgia), dor, letargia,
anorexia - que é confirmado a partir de exames

Qual o critério para a seleção do antimicrobiano?


lugar da infecção - microflora da região (específicas), agente causador, experiência clínica,
informações da literatura,  antibiograma (cultura: tempo depende do micro-organismos e
seus meios de cultura), qual o espectro do medicamento
- Utilizar um antimicrobiano de amplo espectro: atinge vários tipos de
microrganismos/bactérias (grandes animais: efetivo contra gram positiva: penicilina e
contra gram negativas: gentamicina, contra gram positivas e negativas: ceftiofur
(cefalosporina))

Replicação da Bactéria
Depende de:
- fatores relacionados ao microrganismo/bactéria - quão patogênica é a bactéria, quanto
da bactéria é necessária para causar a infecção
- fatores relacionados ao hospedeiro - estado imune do animal

Classificação dos ANTIMICROBIANOS:


- BACTERIOSTÁTICO: inibição da replicação
- BACTERICIDA: eliminação da bactéria

*Toxicidade do antibiótico
gentamicina: acima de 7/10 dias - toxicidade dos rins - acompanhamento por ureia e
creatinina - aminoglicosídeos do grupo da gentamicina vão se acumular nas células dos
rins e vão comprometer o mecanismo de filtragem, podendo ter apoptose e morte celular
dessa região
Logo, tem que se escolher um antimicrobiano que seja efetivo contra o microrganismo
mas que não seja danoso para o organismo do hospedeiro

Mecanismo de ação do antimicrobiano


Bactéria:
- Com parede celular: inibe a síntese, atrasa a síntese da parede, faz com que a síntese da
parede seja de forma defeituosa, isso faz com que a bactéria morra
- Sem parede celular: pode alterar a proteína da replicação, proteínas necessárias para a
sobrevivência
De acordo com o mecanismo de ação, ele vai agir em determinado momento do ciclo de
vida da bactéria

Possíveis causas do insucesso da terapia Antimicrobiana:


- Subdosagem / superdosagem - dose abaixo ou acima do necessário - por isso é
necessário sempre pesar o animal, principalmente durante o tratamento já que o peso
está sempre mudando de peso
- Frequência de administração do fármaco (sid; bid; tid; qid) - erro na dosagem da
medicação, pois há uma curva de concentração do medicamento, que ao passar do
tempo vai diminuindo e perdendo sua função/eficácia, precisando de uma nova dose
- Tempo inadequado de tratamento (duração)
- Seleção inadequada do fármaco - é necessário realizar cultura e antibiograma para saber
se o fármaco é indicado/sensível
- Fatores relacionados ao paciente (ex: reação alérgica)
- Incapacidade do fármaco de atingir tecido alvo (ex: tecido ósseo - é necessário realizar a
perfusão regional: quando se faz  torniquete/garrote na região distal do membro, e ao
invés de fazer o antimicrobiano sistêmico,  se faz um acesso do vaso e injeta o fármaco
abaixo do garrote, isso impede que o medicamento se espalhe, irá agir somente aonde
está o garrote, a concentração é maior e se usa menos antimicrobiano, tendo também
diminuição dos efeitos colaterais causados pelo sistêmico)
- Resistência bacteriana: desenvolvimento de mecanismos que "driblam" o medicamento

MEDIDAS PROFILÁTICAS
Sempre que possível, tratar primeiro as enfermidades concomitantes - realizar a cirurgia
somente em caso de emergência, por isso é necessário fazer uma avaliação pré-cirúrgica,
pré-anestésica

- medidas de assepsia - rigor quanto ao controle do centro cirúrgico, para evitar


contaminação
- idade do paciente - quanto mais velho o animal, mais comprometido
- longos períodos de hospitalização podem deprimir o sistema imunológico (deixar o
animal hospitalizado somente pelo tempo necessário)
- presença de drenos, feridas, corpo estranho: aumento a contaminação, ajuda na entrada
de microrganismo e aumenta consideravelmente a chance de ter uma infecção cirúrgica
(terapia antimicrobiana prévia)
- duração da cirurgia: há cada 70 min de cirurgia, dobra as chances de infecção do sítio
cirúrgico - cirurgias prolongadas aumentam o risco de infecção, por conta de maior
exposição aos contaminantes, maior tempo de cavidade aberta…
- presença de corpo estranho - não permite que a ferida feche, precisa retirá-lo
- tecido necrótico - não permite a cicatrização
- falha na sutura - deiscência (abertura dos pontos) - aumenta o risco de infecção e
dificulta a cicatrização
- espaço “morto”
- hematoma - acúmulo de sangue
- seroma - acúmulo de líquido inflamatório
- tempo de anestesia - maior tempo em anestesia maior chance de infecção do sítio
cirúrgico, devido ao maior tempo em hipotermia, metabolização do anestésico,
temperatura da sal, tudo isso influencia o sistema imune do paciente
- utilização de propofol: excelente meio de cultura para bactérias - tempo de utilização é
de até 6h depois de aberto - depois disso alto risco de contaminação
- instrumental cirúrgico: utilização correta do material vai diminuir as chances de infecção
(depende de qual material é mais adequado para determinada região)

TERAPIA ANTIMICROBIANA PROFILÁTICA


- presença do antimicrobiano no tecido alvo no momento da cirurgia, pois foi feito o uso
do medicamento antes, quando começa a cirurgia o órgão já está perfundido com o
antimicrobiano, o que reduz consideravelmente a chance de uma infecção
- nunca substituir as medidas corretas de assepsia por terapia antimicrobiana (uso
correto dos padrões de sutura, suprimento sanguíneo, antissepsia)
- será empírica - com base nos organismos mais prováveis

Utilizada em casos de:


- procedimentos que duram mais de 90min
- implantes (marca passo; cimento ósseo; malha)
- presença de próteses pré existentes (artroplastia total de quadril)
- feridas extensas ou intensamente infectadas
- osteossintese de fraturas abertas
- fraturas cominutivas - osso fragmentado em diversas partes

Profilaxia Antimicrobiana - Trato Gastrointestinal


- colectomia com anastomose (retirada de uma parte de cólon com anastomose, junta as
extremidades depois)
- processos obstrutivos ou estrangulantes no intestino (comum em equinos, torção,
encarceramento, intussuscepção, isso promove perda da barreira física que é o intestino,
se a parede do intestino necrosar, o intestino não irá conseguir “segurar” sua miclofora
dentro do lúmen, ou seja, a bactéria vai ganhar circulação pois a a parede está
comprometida, gerando um processo infeccioso)
- abcessos pancreáticos
- gastrectomia (retirada de u um pedaço do estômago - torção gástrica)
- cirurgias de esôfago, anus e reto
- herniorrafia perineal (só acontece em animais de companhia)
Procedimentos ortopédicos - Cães
dosagens
- cefalotina: cefalosporina de 1ª geração (amplo espectro)
22 - 44mg/kg : IV, IM, SC, BID ou TID
- ceftiofur: cefalosporina de 3ª geração (amplo espectro)
2,2 - 4,4 mg/kg : SC, BID

Procedimentos tecidos moles - Cães


- B lactâmico (Amoxicilina) + Ácido clavulônico (inibidor da penicilinase- de 1ª geração
(amplo espectro) 12,5 - 25 mg/kg : VO, BID ou TID
- Metronidazol (anaeróbicas) - Cefalosporina de 33ª geração (amplo espectro) 10 -
30mg/kg: VO, TID, BID, SID

Medidas profiláticas - foco em ORTOPEDIA


- determinar qual o sistema é a fonte de infecção - micro-organismo provável (osso)
- administrar o antimicrobiano- 30 minutos a 1 hora antes do procedimento
- repetir a administração a cada 2 horas em média
- América do Norte e Europa: suspensão da terapia após o fechamento da ferida cirúrgica
ou após 24h
- Brasil: manutenção do antimicrobiano por 7 a 10 dias dependendo do procedimento

TERAPIA ANTIMICROBIANA TERAPÊUTICA


- determinar qual o sistema é a fonte de infecção - microrganismo envolvido
- obter amostras para a cultura e antibiograma antes da administração do fármaco
- selecionar o fármaco com maior eficácia contra o patógeno, o mais barato possível, o
menos tóxico possível e se possível via oral (fácil administração)
- estabelecer a terapia e avaliar após 2 a 3 dias - manter administração por mínimo de 2 a
3 dias após a resolução aparente

- avaliar a resposta do paciente nos 2 a 3 dias seguintes


- terapia antimicrobiana terapêutica + terapia adjunta - ajudar o local da infecção a
eliminar o processo infeccioso (drenagem de abscesso, seroma, hematoma, lavagem
copiosa com solução antisséptica, trocar o curativo…)
CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES CIRÚRGICAS
- é necessário é obrigatório a padronização da nomenclatura
- Determinação da Anvisa baseado no CDC (Centro de Prevenção e Controle de doenças
Norte Americana)
- Permite estudos epidemiológicos

- Secreção purulenta oriunda de


sutura
- Ocorrência de deiscência da
sutura
até 30 dias após - Isolamento de organismo
cirurgia, envolve patogênico da região superficial da
Incisional Superficial
tecido tegumentar incisão
- Sinais clínicos: dor, aumento de
volume, rubor, aumento da
temperatura

- Secreção oriunda de camadas


profundas, porém não do órgão ou
espaço cavitário (osso)

Até 30 dias após a - Deiscência dos pontos, dor e febre


cirurgia (se não - Presença de abscesso ou infecção


envolver implante) em camadas profundas sob exame


Incisional Profunda
Até 1 ano após direto, durante reoperação,
implantes histopatológico ou imagenológico

- Secreção purulenta oriunda do


órgão cavidade
- Isolamento de organismo

patogênico do órgão ou espaço



Até 30 dias após
- Presença de abscesso ou infecção
Órgão/Cavidade cirurgia, envolve
em órgão/cavidade sob exame
tecido tegumentar
direto, durante reoperação,
histopatológico ou imagenológico

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