Assédio Moral Serviço Público PROVAS
Assédio Moral Serviço Público PROVAS
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INTRODUÇÃO
1 O ASSÉDIO MORAL
1 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Meio ambiente do trabalho em face do direito ambiental brasileiro. Disponível
em: <http://www.nima.puc-rio.br/aprodab/artigos/celso_antonio_pacheco_fiorillo.pdf>. Acesso em: 20
nov. 2016.
2 PAMPLONA FILHO, Rodolfo; Wyzykowski, Adriana; Barros, Rodolfo Pamplona Filho, Adriana Renato
da Costa Lino de Goes. Assédio Moral laboral e direitos fundamentais. 2. ed. ampliada e revista. São Paulo:
LTr, 2016. p.110.
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3 SILVA, Leda Maria Messias da. O assédio moral na administração pública: um livro em prol da extinção dessa
praga. Leda Maria Messias da Silva, Lanaria da Silva. São Paulo: LTr, 2015. p. 16.
4 HIRIGOYEN, Marie France. A violência perversa do cotidiano. Tradução de Maria Helen Huhner. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. p. 65. In: PAMPLONA FILHO, Rodolfo; Wyzykowski, Adriana; Barros,
Rodolfo Pamplona Filho, Adriana Renato da Costa Lino de Goes. Assédio Moral laboral e direitos
fundamentais. 2. ed. ampliada e revista. São Paulo: LTr, 2016. p. 119.
5 SILVA, Leda Maria Messias da. O assédio moral na administração pública: um livro em prol da extinção
dessa praga. Leda Maria Messias da Silva, Lanaria da Silva. São Paulo: LTr, 2015. p. 24.
6 Ibidem, p. 24.
7 MINASSA, Alexandre Pandolpho. Assédio moral no âmbito da Administração Pública Brasileira. Leme – SP:
Habermann, 2012. p. 119-120.
8 A terminologia whistleblower também é utilizada para se referir ao denunciante interno nas ações relacionadas
ao “compliance”, conforme a enciclopédia livre Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/
Whistleblower. Acesso em 25 jan. 2017.
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9 FIORELLI, José Osmir. Assédio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli,
Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 19.
10 SILVA, Leda Maria Messias da. O assédio moral na administração pública: um livro em prol da extinção dessa
praga. Leda Maria Messias da Silva, Lanaria da Silva. São Paulo: LTr, 2015. p. 23.
11 PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Assédio Moral laboral e direitos fundamentais. Rodolfo Pamplona Filho, Adriana
Wyzykowski, Renato da Costa Lino de Goes Barros, 2. ed. ampliada e revista. São Paulo: LTr, 2016. p. 128.
12 Referido posicionamento é defendido por Sonia Mascaro Nascimento, conforme PAMPLONA FILHO,
Rodolfo. Noções Conceituais sobre o assédio moral na relação de emprego. Jus Navigandi. Teresina, ano
10, n. 1149, 24 ago. 2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8838>. Acesso
em: 20 set. 2016.
13 FIORELLI, José Osmir. Assedio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli,
Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 14.
14 Ibid., p. 21.
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15 FIORELLI, José Osmir. Assédio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli,
Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 45.
16 PAMPLONA FILHO, op. cit. p. 133.
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20 HIRIGOYEN, Marie France. Molestie morali – la violenza preversa nella famiglia e nel lavoro. Traduzione di
Monica Guerra. Giulio Enaudi editore s. p. a. Torino. 2015. p. 243.
21 Art 146 do Código Penal: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou fazer o
que ela não manda: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
22 “COAÇÃO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO Art. 203-A Coagir moralmente empregado
no ambiente de trabalho, através de atos ou expressões que tenham por objetivo atingir a dignidade ou
criar condições de trabalho humilhantes ou degradantes, abusando da autoridade conferida pela posição
hierárquica. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.”
23 “ASSEDIO MORAL NO TRABALHO. Art. 146-A. Desqualificar, reiteradamente, por meio de palavras,
gestos ou atitudes, a auto-estima, a segurança ou a imagem do servidor público ou empregado em razão de
vínculo hierárquico funcional ou laboral. Pena – detenção, de 3 (três) meses a um ano, e multa”.
24 A esses projetos foram apensados outros sobre o mesmo tema: PL 4.960/2001 e PL 5.887/2001 e ainda
tramitam na Câmara dos Deputados.
25 Segundo Hirigoyen, “per quanto attiene la tutela penale, la legge prevede vari tipi di reato, a cui possono essere
ricondotti alcuni tipi di molestie morali, che abbiamo luogo in familiglia, sul lavoro o in altri momenti dela vita
sociale (ad esempio: violenza sessuale, articolo 609 bis cod. Pen.; lesioni personali colposi, articolo 590 cod. Pen.;
ingiuria o diffamazione, articoli 594 e 595 cod. Pen. Tuttavia, solo alcune molestie morali rilevano per la giustizia
penale e, generalmente, sono quelle piú gravi.” HIRIGOYEN, Marie France. Molestie morali – la violenza preversa
nella famiglia e nel lavoro. Traduzione di Monica Guerra. Giulio Enaudi editore s. p. a. Torino. 2015. p. 244.
26 HIRIGOYEN, Marie France. Mal estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Tradução de Rejane
Janowitzer. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. p. 28. Apud PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Assédio Moral
laboral e direitos fundamentais. Rodolfo Pamplona Filho, Adriana Wyzykowski, Renato da Costa Lino de
Goes Barros, 2. ed. ampliada e revista. São Paulo: LTr, 2016. p. 121.
27 FERNANDES, Fátima; ROLLI, Claudia. Casos de assédio moral crescem na crise. Disponível em: <http://
www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2303200902.htm>. Acesso em: 21 set. 2016.
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28 FIORELLI, José Osmir. Assédio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli,
Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 21.
29 TEIXEIRA. João Luis Vieira. O assédio moral no trabalho: conceito, causas e efeitos, liderança versus assedio,
valoração do dano e sua prevenção. 3. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 57.
30 Ibidem, p. 57
31 FIORELLI, José Osmir. Assédio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli,
Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 120
32 FIORELLI, op. cit., p. 121.
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33 Ibid, p. 121-122.
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34 TEIXEIRA. João Luis Vieira. O assédio moral no trabalho: conceito, causas e efeitos, liderança versus assedio,
valoração do dano e sua prevenção. 3. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 76.
35 Pode-se exemplificar o dever de manter a conduta compatível com a moralidade administrativa (art. 116,
IX, da Lei 8.112/90); de tratar as pessoas com urbanidade (art. 116, XI) e ser leal às instituições a que servir
(art. 116, II).
36 FIORELLI, José Osmir. Assédio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli,
Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 120. p. 114.
344 Publicações da Escola da AGU
42 TEIXEIRA, João Luis Vieira. O assédio moral no trabalho: conceito, causas e efeitos, liderança versus assedio,
valoração do dano e sua prevenção. 3. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 62.
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43 Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
44 Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
45 PORTO, Guilherme Athayde. Notas às disposições gerais sobre prova no NCPC. In: Direito Probatório.
coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. – 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.) p. 143.
46 Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido,
e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
47 Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos,
ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o
convencimento.
48 De acordo com o Enunciado N. 50 do Forum Permanente de Processualistas Civis (FPPC), “(art. 369; art.
370, caput) Os destinatários da prova são aqueles que dela poderão fazer uso, sejam juízes, partes ou demais
interessados, não sendo a única função influir eficazmente na convicção do juiz. (Grupo: Direito Probatório)”
49 Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com
a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI
- deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar
a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
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50 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios: [...] IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos
quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
51 LOPES, João Batista. Direito à prova, discricionariedade judicial e fundamentação da sentença. In: Direito
Probatório. Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. – 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm,
2016. 1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.) p. 52.
52 SILVA, Bruno Campos. Os deveres-poderes instrutórios do juiz no sistema recursal. In: Direito Probatório.
Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. – 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.) p. 384.
53 STRECK, Lenio. As provas e o novo CPC: a extinção do poder de livre convencimento. In: Direito Probatório.
Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. – 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.) p. 113.
54 Art. 370 Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.
55 Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
Renata Chohfi Haik 349
70 LOPES, João Batista. Direito à prova, discricionariedade judicial e fundamentação da sentença. In: Direito
Probatório. Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm,
2016. 1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 49.
71 ROSEMBERG, Leo. Apud MACÊDO, Lucas Buril de, PEIXOTO, Ravi. Ônus da prova e sua dinamização.
2. ed. revista e atualizada. Bahia: Jus Podivm, 2016. p. 80.
72 CUNHA, Mauricio Ferreira da, O ônus da prova, dinamização e o novo CPC. In: Direito Probatório.
Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 312.
73 CARPES, Artur Thompsen. Notas sobre a interpretação do texto e aplicação das normas sobre o ônus
(dinâmico) da prova no Novo Código de Processo Civil. In: Direito Probatório. Coordenadores, Fredie Didier
Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016. 1104 p. (Coleção Grandes Temas
no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 199.
352 Publicações da Escola da AGU
75 Pode-se citar como exemplos: de fatos extintivos, a prescrição, a decadência e o pagamento; de fatos
modificativos, a moratória. E de fatos impeditivos, que, por exemplo operam no plano da validade como a
capacidade dos celebrantes de um negócio jurídico.
76 CARPES, Artur Thompsen. Notas sobre a interpretação do texto e aplicação das normas sobre o ônus
(dinâmico) da prova no Novo Código de Processo Civil. In: Direito Probatório. Coordenadores, Fredie Didier
Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016. 1104 p. (Coleção Grandes Temas
no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 201.
77 LOURENÇO, Haroldo. Teoria dinâmica do ônus da prova no novo CPC. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÈTODO, 2015. p. 74.
78 Art. 373. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade
ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção
da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por
decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe
foi atribuído. § 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
79 STJ, REsp 1286704/SP, rel. Ministra Nacy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 22/10/2013,
DJ E 28/10/2 013. D i sp on ível em : <ht t p://w w w. st j.jus.br/S C ON/ju r i spr udencia /do c .
jsp?livre=1286704&b=ACOR&p=true&l=10&i=6> Acesso em: 27 set. 2016.
80 SILVEIRA, Bruna Braga da. A distribuição dinâmica do ônus da prova no CPC – 2015. In: Direito Probatório.
Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 220.
354 Publicações da Escola da AGU
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 222.
88 Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: [...] XI -
redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º.
89 De acordo com o Enunciado 9 do FPPC: “A decisão que não redistribui o ônus da prova não é impugnável
por agravo de instrumento, conforme dispõem os arts. 381, § 1º, e 1.022, havendo preclusão na ausência
de protesto, na forma do art. 1.022, §§ 1º e 2º.” O enunciado foi elaborado com base na versão da Câmara
dos Deputados e, por isso, não corresponde precisamente aos artigos atuais do CPC/2015. Nesse mesmo
sentido está a posição de Robson Godinho, para quem cabe apelação se a decisão indeferir a dinamização,
considerando-se a taxatividade das hipóteses que desafiam a interposição de agravo (GODINHO, Robson
Renault. Negócios processuais sobre o ônus da prova no novo código de processo civil. São Paulo: Revista do
Tribunais, 2015. Coleção Liebman/coordenação Tereza Arruda Alvin Wambier, Eduardo Talamini. p. 214)
90 CAMBI, op. cit. p. 262.
91 Prova diabólica é, na definição de Bruno F. Cabral e Debora Dantas Cambussu, aquela modalidade de prova
impossível ou excessivamente difícil de ser produzida como, por exemplo, a prova de um fato negativo.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/21525/breves-consideracoes-sobre-a-prova-diabolica-probatio-
diabolica-ou-devil-s-proof>. Acesso em: 25 jan. 2017.
92 CAMBI, Eduardo. Teoria das cargas probatórias dinâmicas (distribuição dinâmica do ônus da prova).
Direito Probatório. Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada, Salvador:
Juspodivm, 2016. 1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier
Jr.). p. 262.
93 SILVEIRA, Bruna Braga da. A distribuição dinâmica do ônus da prova no CPC – 2015. In: Direito Probatório.
Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. – 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 243.
356 Publicações da Escola da AGU
94 Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento
e de organização do processo: I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; II - delimitar as
questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
95 SILVEIRA, op. cit. p. 234.
96 Art. 357, § 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for
o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
97 NUNES, Guilherme de Paula Nascente. Notas sobre o saneamento compartilhado. In: Direito Probatório.
Coordenadores, Fredie Didier Jr. [et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016.
1104 p. (Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.). p. 687.
Renata Chohfi Haik 357
98 A jurisprudência de nossos Tribunais tem entendido que a gravação de conversas, se feita por um dos
interlocutores, é meio lícito de prova não se confundindo com a interceptação telefônica (exemplos: STJ -
RMS 19785/RO, Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 2005/0046880-2. Relator Min. Arnaldo
Esteves de Lima. 5º Turma/STJ. Publicado no DJ em 30.10.2006, p. 335. Também STF - AG.REG.NO
AGRAVO DE INSTRUMENTO: AI 578858 RS – rel. Min. Ellen Gracie).
99 MACÊDO, Lucas Buril de, PEIXOTO, Ravi. Ônus da prova e sua dinamização. 2. ed, revista e atualizada.
Bahia: Jus Podivm, 2016. p. 105.
358 Publicações da Escola da AGU
Em sua defesa, o réu poderá negar a existência dos fatos, mas, como se
sabe, essa prova de que não houve o assédio não é simples. Trata-se de faculdade
do réu porque ao mesmo não é conferido ônus probatório quando ele nega os
fatos constitutivos do direito do autor. É muito comum que a defesa descreva os
fatos ocorridos como decorrência da quebra dos deveres legais dos servidores
previstos no artigo 116 da Lei 8.112/90100 como por exemplo, quebra do dever
de assiduidade e de urbanidade. Mas a Administração comumente demonstra
a prescrição dos fatos e também fatos modificativos e impeditivos. Exemplo:
servidor público alega assédio moral e na defesa o réu demonstra que o autor,
nos últimos cinco anos (prazo prescricional), ficou afastado do serviço em
licença para tratamento de saúde de parente. Ora, uma vez afastado, como
pode ter sido assediado moralmente? Caso tenha sido coagido, como hipótese,
a retornar ao trabalho, provavelmente terá a documentação.
É muito comum, entretanto, que o autor queira transferir ao réu a
prova da existência do assédio moral com base no princípio constitucional da
inafastabilidade do controle jurisdicional (artigo 5º, XXXV da Constituição101
e artigo 3º do CPC/2015102), além do princípio cooperativo já mencionado
anteriormente. Ocorre que o acesso à justiça engloba tanto o direito de ação
como o direito de defesa. Assim, não pode o autor, com base no acesso à justiça
e no modelo cooperativo pretender transferir de antemão o encargo probatório
exclusivamente ao réu por este estar supostamente em situação de vantagem
no processo. Como se sabe, o acesso à justiça proporciona o direito ao processo
justo o qual existirá quando o magistrado, ao analisar o caso concreto, verificar
se há ou não dificuldade na produção de provas, evitando-se que um eventual
comodismo instrutório do autor prejudique o réu.
Está a Administração Pública em melhor posição para comprovar os
fatos ocorridos nos casos de assédio moral? Não possui o assediado, a parte a
quem incumbe o ônus da prova do fato relevante, ao menos a possibilidade de
100 Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as
ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral,
prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas
para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da
Fazenda Pública. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo; VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, de 2011) VII - zelar pela economia do material e
a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta
compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade
as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação
de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela
contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
101 Art. 5. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
102 Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Renata Chohfi Haik 359
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. STJ. RMS 38.025/BA – Rel. Min. Ségio Kukina, 1º T., j. em 23/09/2014
– DJe 01/10/2014. Disponível em: < http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/
doc.jsp?livre=38025&b=ACOR&p=true&l=10&i=1>. Acesso em: 28 set. 2016.
BRASIL. STJ. REsp 1286704/SP. Rel. Ministra Nacy Andrighi. Terceira Turma,
julgado em 22/10/2013, DJE 28/10/2013. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/
SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=1286704&b=ACOR&p=true&l=10&i=6>.
Acesso em: 27 set. 2016.
DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19. ed. revisada e
completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei 13.105, de 16 de março
de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016.
São Paulo: Atlas, 2016.
FIORELLI, José Osmir. Assédio moral: uma visão multidisciplinar. José Osmir
Fiorelli, Maria Rosa Fiorelli, Marcos Julio Olivé Malhadas Junior. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2015.
LANES, Júlio Cesar Goulart. POZATTI, Fabrício Costa. O juiz como único
destinatário da prova (?). In: Direito Probatório. Coordenadores, Fredie Didier Jr.
[et al.]. 2. ed. revista, atualizada e ampliada. Salvador: Juspodivm, 2016. 1104 p.
(Coleção Grandes Temas no Novo CPC, v. 5; coordenador geral, Fredie Didier Jr.).
MACÊDO, Lucas Buril de, PEIXOTO, Ravi. Ônus da prova e sua dinamização.
2. ed. revista e atualizada. Bahia: Jus Podivm, 2016.