Instituto Ensinar Brasil Faculdades Doctum de Guarapari
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GUARAPARI - ES
2018
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GUARAPARI - ES
2018
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FOLHA DE APROVAÇÃO
BACHAREL EM DIREITO.
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Prof. Mariana Mutiz de Sá
Faculdades Doctum de Guarapari
Orientador
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Prof. Wanessa Mota Freitas Fortes
Faculdades Doctum de Guarapari
Avaliador 1
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Prof. Ricardo de Sousa Fortes
Faculdades Doctum de Guarapari
Examinador 2
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DIREITO À SAÚDE
RESUMO
O presente artigo irá refletir sobre direitos constitucionais, o direito à saúde e a
dignidade da pessoa humana, analisando o cultivo e a manipulação da Cannabis
Sativa, exclusivamente para fins medicinais, a problemática consiste na análise da
Lei 11.343/2006, que traz a falta de regulamentação por parte da ANVISA. Hoje
muitas pessoas devem buscar na justiça o direito a importar e cultivar a planta para
melhor qualidade de vida e sua propagação. O direito a saúde é direito fundamental
constitucionalmente assegurado, o mesmo deve ser objeto de proteção do Estado.
Partiremos da premissa pela legitimidade do Estado, para a efetivação do direto à
saúde. Com o estudo, também será abordado alguns casos de pessoas que
utilizaram substâncias encontradas na Cannabis, tetrahidrocanabinol (THC) e
canabidiol (CDB), popularmente conhecida como maconha.
1 INTRODUÇÃO
2 CANNABIS SATIVA
A maconha é uma das plantas mais antigas entre as civilizações e foi utilizada
nos Estados Unidos, Uruguai e na China, para tratar diversas doenças. A
colonização da cannabis era utilizada na fabricação de tecidos e cordas para
embarcações a vela. Assim, Portugal passou a enviar cargas com sementes de
maconha para serem cultivadas no Brasil (ORTA G,1563). Nos séculos XVII e XVIII,
a cannabis era comercializada no Brasil, e conhecida como maconha, sendo
considerado droga ilícita até o momento.
Art. 1º [...]
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente
pelo Poder Executivo da União (BRASIL, 2006).
Embora que a maconha ainda seja de uso ilícito no Brasil, já existem projetos
de leis que buscam a legalização e autorização brasileira das substâncias extraídas
da cannabis sativa para uso medicinal. A título de exemplo:
4JAYME, Fernando Gonzaga. Direitos humanos e sua efetivação pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos. Belo Horizonte: Del Rey, 2005. P. 9.
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No artigo 5º, caput, da Constituição Federal, dispõe sobre o direito à vida, a todos os
brasileiros e estrangeiros que residem no Brasil.
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Segundo Luciana Russo, o direito à vida é o bem mais relevante de todo ser
humano e a dignidade da pessoa humana é um fundamento da República
Federativa do Brasil e não há dignidade sem vida.
No mesmo sentido, André Ramos Tavares, “ é o mais básico de todos os direitos, no
sentido de que surge como verdadeiro pré-requisito da existência dos demais
direitos consagrados constitucionalmente. É, por isto, o direito humano mais
consagrado”.
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Vale destacar que no Brasil, existem autorizações judiciais para uso da planta
medicinal, porém não são todos os casos que se tem êxito, ainda sabendo da
importância da vida de pessoas que necessitam da substancia que é extraída da
Cannabis Sativa, portanto, a Anvisa, ainda não liberou totalmente a Cananbis,
existindo certas restrições.
A pequena Anny nasceu portadora de uma grave doença, que se manifestou logo
aos 45 dias de nascida, chamada encefalopatia epilética infantil precoce tipo2.
A doença da criança evoluiu significativamente, sem o tratamento convencional com
o uso de anticonvulsivantes produzisse qualquer efeito, logo foi submetida a cirurgia
para implante de marca passo, objetivando a estabilidade das crises convulsivas,
porém a mesma não surtiu efeito, continuava a ter crises, chegando a ter 80
convulsões por semana, cerca de crise epilética a cada 2 horas.
Os pais da menina, souberam de uma substância utilizada com sucesso nos
Estados Unidos pela americana Charlotte Figi, uma menina de 5 anos que sofria de
síndrome de Dravet, doença que também causa convulsões. Se trata de um
composto extraído da planta cannabis sativa, conhecida como maconha, um óleo
rico em canabidiol, mais pobre em THC, substancia que traz os efeitos deletérios do
uso da maconha, porém surtiu efeito ao ser usado no tratamento da criança,
controlando crises convulsivas.
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No Brasil, tanto para a venda como o uso da maconha é proibido por ser
considerado produtos derivados da cannabis sativa, a exemplo de outras
substâncias que causam dependências. A liberação da cannabis, reflete ao aumento
do uso de drogas. O que não é uma preocupação com a saúde pública e,
consequentemente, para alguns, de forma conservadora.
A discussão sobre a liberação da maconha, seja para uso recreativo ou para
uso terapêutico, se torna uma questão ideológica, conservadores versos liberais.
Relacionado a legalização ou não da droga, é preciso que seja analisado
ambos, falar de legalização sem levar em conta os males das drogas, como por
exemplo, o cigarro, o que ele pode causar, é conhecer a complexidade do assunto.
Em ambos os casos, a prevenção e a orientação sobre os riscos de quaisquer
tipos de drogas, seja as licitas ou ilícitas, é essencial.
CONCLUSÃO
A política adota pelo Estado, não pode intervir na garantia dos direitos
fundamentais positivados na constituição, colocando assim em risco a saúde, e
colocando a dignidade da pessoa humana em vetor de decisões.
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REFERÊNCIAS
FOCAÇA, Jennifer Rocha Vargas. “O que são drogas? “ Brasil Escola. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-sao-drogas.htm. Acxesso
em 17 de marco 2018.
ORTA G. Coloquios dos simples e drogas da Índia. Lisboa: Academia Real das
Sciencias de Lisboa/Imprensa Nacional, 1891.
RUSSO, Luciana. Direito constitucional. 2ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009,
p.91.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 37ª ed. rev. Atual.
até a Emenda Constitucional n. 76, de 28.11.2013. São Paulo: Malheiros Editores,
2014, p. 177.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 8ª Ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2010, p.569.