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RESUMO
A planta Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha, possui ações psicotrópicas,
modificando a maneira de sentir, agir e de pensar. Atualmente, está entre as drogas mais consumidas de
forma recreativa no Brasil, mesmo sendo proibida. Diante disso, surgiram movimentos que buscam
pela legalização da maconha no país, sendo considerado em Projeto de Lei. O objetivo do artigo foi
expor os lados positivos e negativos sobre a legalização da maconha, apontando a viabilidade de
legalizar seu uso. O trabalho foi desenvolvido através de estudo de revisão bibliográfica, em que foram
consultados e analisados, em sua maioria, artigos científicos e o entendimento doutrinário e legislativo
acerca do tema. Com a análise do material coletado, foi possível observar que a maconha faz parte da
história do Brasil, com impactos no seu desenvolvimento político e social. Diferentes argumentos,
como nova alternativa terapêutica para doenças crônicas, redução do narcotráfico e aumento na receita,
com a coleta de impostos, são defendidos pelos indivíduos que apoiam o Projeto de Lei que busca a
legalização da maconha no País. Em suma, a legalização da maconha no Brasil é considerada um
assunto abordado de forma restritiva e muitas vezes de forma isolada, pois a maioria da população é
contra essa ideia. Diversas dúvidas surgem acerca da (in) constitucionalidade da legalização da planta,
prejudicando o desenrolar dessa situação.
ABSTRACT
Cannabis Sativa, commonly known as marijuana, has psychotropic actions, which changes the way you
feel, act and think. Currently, it is ranked among the most consumed recreational drugs in Brazil,
despite being prohibited. Thus some movements attempting to legalize marijuana arise and tried to
change the laws. The purpose of the article was to expose the positive and negative sides of the
legalization of marijuana, indicating the feasibility of legalized use. Bibliographic review was carried
out, which were consulted and analyzed, mostly scientific articles and understanding doctrinal and
legislative on the subject. With the analysis of the collected material, it was observed that marijuana is
part of Brazil's history, with impacts on its social and political development. Different arguments as
new therapeutic alternative to chronic diseases, reduction of drug trafficking and increase in revenue
with tax collection are defended by individuals who support the law that seeks the legalization of
marijuana in the country. In short, the legalization of marijuana in Brazil is considered one subject
matter of restrictive and often in isolation, since most of the marijuana population is against this idea.
1
Acadêmico do 10º Período do curso de Direito da FUNORTE, [email protected]
2
MSc. em Ciências da Saúde, graduado em Fisioterapia, coordenador de pesquisa e professor da FUNORTE.
[email protected]
3
MSc. em Desenvolvimento Social, graduada em Direito, professora da FUNORTE. [email protected]
4
Doutora em Ciências Fisiológicas, graduada em Farmácia, professora da FUNORTE. [email protected]
Several questions arise about the (un) constitutionality of the plant legalization, hampering the
development of this situation.
INTRODUÇÃO
No Brasil, tem-se discutido com grande intensidade na mídia e nas ruas sobre a planta Cannabis
Sativa, popularmente conhecida como maconha, e seus componentes como o tetraidrocanabinol (THC)
com comprovadas ações terapêuticas. Discussões no âmbito de sua legalização e descriminalização são
objetos de estudo e de inúmeras especulações acerca deste tema (NAHAS, 1986; TIBA, 1998;
ROBINSON, 1999).
Por ser tratar de grave problema de cunho social, certamente não se deve ocultar esta questão.
Muito se discute sobre o poder econômico que o narcotráfico 5 possui em todo o mundo. Além disso, os
comércios ilegais de drogas ilícitas, como a maconha, nutrem diferentes problemas em nossa
sociedade, como o tráfico de drogas e a disseminação da violência (ROBINSON, 1999; CARVALHO,
2007).
Entretanto, apesar da sua ilegalidade, a maconha é prontamente encontrada e consumida por
qualquer pessoa que tenha interesse. O estilo de vida urbano, que acompanha os residentes de capitais e
das cidades do interior, tem gerado o aumento no uso de drogas e o aumento no número de indivíduos
dependentes. Com isso, a oferta dessas substâncias ilícitas tem crescido, causando, assim, importante
movimentação financeira e, consequentemente, aumento do poder de diferentes facções criminosas
(BURGIERMAN, 2002).
Cabe ressaltar que o uso de substâncias ilícitas, principalmente para fins recreativos, sempre foi
uma realidade. Assim, ao longo dos anos, diversos países criaram leis com o objetivo de contê-las. O
Brasil também compartilha dessa realidade, a lei vigente nº. 11.343, de 23 de agosto de 2006, institui o
Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas em que “[...] estabelece normas para repressão à
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.”
5
O narcotráfico é caracterizado pela venda de substâncias ilícitas, sendo, portanto, uma atividade ilegal, que movimenta
enormes quantias de dinheiro em todo o mundo. Narcotráfico. Disponível em:
<http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/narcotrafico.htm>. Acesso em abr. 2016.
(BRASIL, 2006). Entretanto, em função do crescente avanço do narcotráfico, há muito se acredita que
essa lei é ineficaz (BRASIL, 2006; MARCÃO, 2008).
Como as rígidas leis na proibição da maconha foram justificadas no desejo de se manter a
ordem e a integridade física e mental da população, vê-se claramente que seus objetivos ainda não
foram alcançados. Diante disso, há quem busque a solução para esses problemas com a liberação das
drogas ilícitas, com destaque para a legalização da maconha. Assim, projetos de lei acerca do tema
ganham força na Câmara dos Deputados e aquecem as discussões da legalização da maconha no Brasil
(CARVALHO, 2007; ARAÚJO, 2014).
Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo expor os lados positivos e negativos sobre a
legalização da maconha, apontando a viabilidade de legalizar seu uso.
Para esse fim, o estudo se desenvolveu a partir de revisão bibliográfica. Com base no tema
proposto, foram analisados estudos jurídicos, artigos científicos pertinentes ao assunto. Além disso,
foram examinados os Projetos de Lei acerca da legalização da maconha; Código Penal Brasileiro;
Constituição Federal e as decisões dos Tribunais Federais. Para auxiliar nesta pesquisa, foram
consultados sites de buscas, como o Google Acadêmico, portal de periódicos da CAPES, nos quias se
buscaram as palavras-chave de forma isolada e associada, “legalização”, “maconha”, “drogas ilícitas”,
“aspectos medicinais”. A busca e análise do material coletado foram realizadas entre os meses de
fevereiro a outubro de 2016.
Para iniciar a discussão, foram abordados relatos históricos e legais do uso da maconha no
Brasil. Foram contemplados os aspectos sobre o surgimento da maconha no país, os primeiros
indivíduos a consumirem essa droga, e a implantação das primeiras leis de proibição do seu cultivo e
uso. Ainda, observou-se a lei vigente de combate às drogas.
Adiante, foram apresentados os pontos positivos e negativos que a legalização da maconha pode
trazer para seus consumidores e consequentemente para o Brasil. Destaca-se o uso da maconha para
fins medicinais e os benefícios que essa droga proporciona aos pacientes de doenças graves.
Para finalizar o desenvolvimento do estudo, foram abordadas as consequências que a
legalização da maconha trouxe para alguns países que a legalizaram e, baseado nesses modelos, foram
apontados os Projetos de Leis que estão em tramitação na Câmara dos deputados favoráveis à
legalização da maconha no Brasil.
A planta Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha, faz parte da história da
humanidade. Desde os primórdios, essa planta era consumida por seus efeitos estimulantes e
medicinais (CARLINI, 2006). Ao longo da história da humanidade, diferentes civilizações encontraram
variadas funções na utilização dessa planta, como relata Laranjeira e colaboradores (1998, p. 9):
O uso da maconha é conhecido há cerca de 12.000 anos. Com a planta, os gregos e os chineses
faziam cordas que eram utilizadas em navios. Como medicamento, começou a ser usada na
China há 3.000 anos no tratamento de constipação intestinal, malária, dores reumáticas e
doenças femininas. Por suas propriedades psicoativas, a planta era recomendada para melhorar
o sono e estimular o apetite. Um pouco mais tarde, na Índia, sua capacidade de produzir euforia
foi descoberta e então a Cannabis passou a ser prescrita para reduzir a febre, estimular o apetite,
curar doenças venéreas e como analgésico. Por volta de 1850, suas propriedades
anticonvulsivantes, analgésicas, antiansiedade e antivômito foram pesquisadas por vários
médicos europeus.
No Brasil, a planta foi introduzida pelos escravos trazidos da África no século XV, segundo
documento oficial do governo brasileiro, “A planta teria sido introduzida em nosso país, a partir de
1549, pelos negros escravos, como alude Pedro Corrêa, e as sementes de cânhamo eram trazidas em
bonecas de pano, amarradas nas pontas das tangas.” (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES,
1959, p.1).
O uso da maconha difundiu-se rapidamente no Brasil. Progressivamente, com o passar dos
anos, o uso nãomedicinal da planta se disseminou entre os escravos, alcançando também os índios
brasileiros, que passaram inclusive a cultivá-la para o uso recreativo. Com a popularização da planta,
no século XVII, o vice-rei de Portugal enviava sementes de maconha para que se cultivasse a planta em
larga quantidade devida à sua importância como produtora de fibra, matéria prima utilizada para
produzir as velas das caravelas (CARLINI, 2006).
Além disso, no século XIX, estimuladas por prescrições médicas, algumas farmácias brasileiras
comercializaram a venda de cigarros de maconha no país para fins terapêuticos. Os cigarros foram
utilizados para o tratamento de diferentes enfermidades, como a bronquite, asma e insônia. Além do
mais , para os pacientes que buscavam por efeitos hipnóticos e sedativos era recomendado o extrato
fluído (CARLINI, 2006).
Entretanto, apesar dos dados controversos, o combate ao uso recreativo e medicinal da maconha
iniciou-se oficialmente na década de 1930 durante a Conferência Internacional do Ópio, em 1924, em
Genebra. Com isso, após o polêmico relato de Dr. Pernambuco sobre os efeitos maléficos da maconha
à saúde, deu-se início às discussões no âmbito da sua proibição no Brasil e no mundo (CARLINI,
2006).
Nessa mesma década (1930), quando se entrelaçou o consumo dessa planta ao consumo de
droga, surgiram várias campanhas em jornais contra a maconha. As notícias afirmavam que, após o
consumo dessa droga, importantes células cerebrais (neurônios) morriam, além disso, o consumo fazia
com que as pessoas cometessem crimes e provocava raiva. Devido à repercussão dessas notícias em
jornais de grande influência e circulação no Brasil, os deputados, no ano de 1934, votaram na proibição
do cultivo, da venda e do uso da maconha (BURGIERMAN, 2002; CARLINI, 2006). Esse relato foi
documentado por Lucena (1934, p.1):
Por outro lado, também há indícios de que o início da guerra contra a maconha começou mais
por questões raciais, políticas e econômicas do que por fatores que prejudicariam a saúde das pessoas,
visto que os estudos da época eram precários e incoerentes (BURGIERMAN, 2002).
Apesar dos esforços em punir os usuários da maconha no Brasil, como o que relatou a Lei nº
6.368/1976, em que “Dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido
de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras
providências” (BRASIL, 1976), estima-se que, devido à grande influência do rock e do avanço dos
movimentos hippies, a droga se espalhou por todas as classes sociais, atingindo principalmente os
jovens, mesmo sob proibição (CARLINI, 2006).
Segundo levantamento nacional, realizado no ano de 2012, a maconha é a droga ilícita mais
consumida no Brasil. Entre as drogas ilícitas e lícitas é a terceira substância mais usada, ficando atrás
do álcool e do tabaco. Estima-se que 1,5 milhões de pessoas usam diariamente a maconha no país
(LENAD, 2012).
Paralelamente ao crescente consumo dessa droga, houve um expressivo avanço científico nessa
área, a partir de estudos desenvolvidos nas áreas de Psicobiologia e Toxicologia. Importantes
descobertas acerca da maconha e de seus componentes, assim como de suas ações, têm sido elucidadas
nos últimos anos (QUEIROZ, 2008; ARAÚJO, 2014).
No geral, as drogas podem ser divididas em depressoras, estimulantes ou perturbadoras, em que
a maconha se enquadra. Popularmente conhecida como erva, baseado, haxixe e/ou skunk, essa droga
psicotrópica atua diretamente no cérebro, provocando algumas alterações no comportamento humano,
como euforia, sonolência, sentimento de felicidade, perda de coordenação motora, aceleramento do
coração, perda de equilíbrio, fome, olhos vermelhos e outras características (MARLLAT, 2004).
Contudo, dois importantes componentes presentes na maconha, o ∆9-Tetraidrocanabinol (∆9-
THC) e o canabidiol, são os responsáveis pelas ações medicamentosas encontradas nessa droga.
Acredita-se que as ações terapêuticas envolvam propriedades anestésicas e antiasmáticas, tendo
eficácia em tratamento de câncer, glaucoma, asma, dentre outras enfermidades (BONFÁ et al., 2008).
No Brasil, o planejamento no combate ás drogas envolve variado histórico de leis. Uma das
primeiras normas foi o decreto nº. 4.294, de 06 de julho de 1921, quando o tráfico e o consumo de
drogas começaram de fato a ser proibidos. Nesse decreto, as penas para os vendedores ilegais eram
mais rígidas. Já os usuários eram considerados enfermos, submetendo-se a um tipo de tratamento
(MARCÃO, 2008).
Até o ano de 2006, vigoravam no Brasil duas legislações antitóxicos, quais sejam, as leis nº
6.368/76, de 21 de outubro de 1976, que regulamentava a parte penal e a nº. 10.059/02, de 11 de janeiro
de 2002, que tratava da questão processual.
A lei nº 10.409/02 surgiu com a finalidade de substituir a lei nº 6.368/76, mas o projeto daquela
lei possuía tantos vícios de inconstitucionalidade e deficiências técnicas que teve vetada toda a sua
parte penal, entrando em vigor apenas a parte processual, o que levou à coexistência das duas leis para
regulamentar a matéria.
Com a entrada em vigor da lei nº. 11.343, de 23 de agosto de 2006, no dia 8 de outubro daquele
ano, houve a revogação das duas leis anteriores, trazendo diversas mudanças, além de um texto mais
claro, cujo capítulo Disposições Preliminares no artigo 1º, parágrafo único expõe o conceito de drogas,
a saber: “Parágrafo Único. Para fins desta Lei, consideram como drogas as substâncias ou os produtos
capazes de causar dependência, assim especificados em Lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.” (BRASIL, 2006).
Essa lei aplica-se ao uso da maconha, pois diversos estudos comprovam que os critérios atuais
de dependência se referem adequadamente à dependência da maconha e outras drogas (RIBEIRO et al.,
2005). Ainda neste sentido, o risco de ficar dependente dessa droga aumenta conforme o uso
prolongado (CARVALHO, 2007). Estima-se que 10% das pessoas que fizeram uso da maconha se
tornaram dependentes em algum momento de suas vidas. Entretanto, a maioria dos usuários crônicos
acabam interrompendo ou diminuindo o uso antes do 30 anos (ARAÚJO, 2014).
Uma das mudanças observadas na Lei nº. 11.343/06 encontra-se no artigo 33, que buscou
diferenciar o usuário do traficante, quando o legislador apresentou distintos conceitos e punições para
cada um deles. Sendo assim, ao traficante aplica-se uma pena mais rígida que está no capítulo “Dos
Crimes”, expressa no artigo 33, como:
Artigo 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa (BRASIL 2006).
O objetivo dessa lei foi coibir o tráfico, diferenciar o traficante do usuário, ou seja, tratar o
usuário como uma pessoa que precisa de tratamentos e agravar a situação penal daqueles que fazem
parte do crime organizado (MARCÃO, 2008).
Entretanto, há muito essa lei está obsoleta. O crescente consumo e tráfico de drogas,
especialmente da maconha, demonstram que esse modelo de combate às drogas não tem funcionado no
Brasil (CARVALHO, 2007).
O uso descontrolado e o comércio ilegal dessa droga nutrem diferentes problemas na sociedade
brasileira, como o tráfico de droga que é o principal beneficiado da comercialização da maconha.
Diante desse cenário, surgiram várias discussões acerca da legalização da maconha, trata-se de uma
temática de extrema importância e que divide opiniões (CARVALHO, 2007; MARCÃO, 2008).
Humanidades, v. 6, n. 2, jul. 2017.
8
impacto no desenvolvimento dos jovens, a ação dessa droga na fase de formação cerebral pode ser
irreversível (MARLLAT, 2004; ARAÚJO, 2014).
De acordo com Marllat (2004), os usuários de droga são menos produtivos, ou seja, têm
dificuldades em concluir os estudos ou de manter o emprego, o que causa certo impacto social. Além
disso, o consumo das drogas é considerado contagioso, ou seja, os usuários podem induzir outras
pessoas a experimentá-las. Robinson (1999, p. 45) acrescenta “O uso contínuo da cannabis pode provar
alterações de síndrome de falta de motivação. As mudanças incluem apatia, perda de ambição e
energia, baixa concentração, e um declínio de desempenho no trabalho e nos estudos.”.
Um dos principais argumentos dos proibicionistas são os danos que essa droga pode fazer para a
saúde das pessoas, como dependência, alterações cerebrais, transtornos mentais, câncer e doenças
pulmonares. Em alguns casos, pode causar a morte prematura dos seus usuários (MARLLAT, 2004).
Conforme relata Renato Lopez (2007, p. 240):
Em relação a saúde mental, pessoas com problemas psicológicos podem ter um aumento grave
no risco de casos de surtos psicóticos. O uso crônico da maconha por aumenta em cerca de 5%
a incidência de surtos em pessoas sem predisposição inicial e pode perpetuar no caso de pessoas
suscetíveis. Outro problema que a maconha pode causar é a dependência psicológica. Ela é
caracterizada, sobretudo, por mau humor, irritabilidade, perda de apetite e intensificação na
quantidade de sonhos.
Além das consequências que a maconha poderá provocar na saúde do usuário, arrisca-se a
atingir familiares e amigos, independentemente de classe social (LARANJEIRA et al., 1998). Todos
estão vulneráveis às drogas, visto que são de fácil acesso, pois estão presentes em quase toda parte,
como nas escolas, nas ruas e, principalmente, nas festas (MARLATT, 2004).
Muitas pessoas começam a usar maconha na fase da adolescência, por influência de amigos ou
por vontade própria. Relatos de usuários indicam que o fator que induz o indivíduo a utilizar pela
primeira vez a droga está relacionado à curiosidade, em conhecer e sentir os seus efeitos sobre o
organismo. Além disso, muitos acreditam que serão capazes de evitar o vício, mas alguns indivíduos
tornam-se dependentes da maconha logo após o primeiro uso (ROBINSON, 1999; FREITAS, 2002).
O impacto do vício pode ser avassalador para os familiares, que são inevitavelmente atingidos
pelo processo, pois se espera que, independentemente da situação, os parentes zelem pelos usuários.
Em situações extremas, já foram noticiados diversos casos em que os pais prendem os seus filhos
usuários em casa e, em alguns casos, os acorrentam para evitar o consumo das drogas (MARLATT,
2004). Esses casos extremos relatados prejudicam qualquer família, o sofrimento é visível, muitas
Humanidades, v. 6, n. 2, jul. 2017.
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pessoas perdem filhos, pais, mães, tios, primos, irmãos para o mundo das drogas, um caminho que nem
sempre tem volta (TIBA, 1998).
Além do exposto, outro importante argumento que deve ser abordado é a falta de estrutura para
o tratamento de dependentes químicos no Brasil. Portanto, partindo do pressuposto de que, com a
liberação do uso da maconha, poderia haver o aumento no número de dependentes, este não seria o
caminho mais viável uma vez que oneraria a saúde pública, que já apresenta condições precárias para o
tratamento de qualquer outra doença (ARAÚJO, 2014).
Para exemplificar, somente no estado do Espírito Santo, o governo estadual gasta cerca de 55
mil reais por dia com a internação de dependentes químicos, cada paciente custa cerca de 14 mil reais
por mês (LEMOS, 2015) .Outro dado relevante, somente no estado de São Paulo, são gastos cerca de
1.350 reais, por mês, por dependente, quatro vezes mais o valor que se gasta com a educação dos
estudantes no ensino médio (FONTES, 2013).
O Brasil não é o único país a adotar o proibicionismo no consumo de drogas. A maconha é
proibida em quase todos os países do mundo, onde existem leis que proíbem seu uso, cultivo e posse
(BURGIERMAN, 2002). Países, como Alemanha, China, Irã, Israel, dentre outros, apresentam uma
legislação de combate às drogas semelhante á do Brasil. Nesses países, o uso de drogas não é permitido
de forma alguma. Por exemplo, em países, como China e Israel, a pessoa que for pega consumindo ou
vendendo drogas pode ser punida com prisão perpétua ou com a pena de morte (ARAÚJO, 2014).
Diante do exposto, o tráfico de drogas e os prejuízos sociais entrelaçados a isso mostram que,
apesar de cada país possuir diferentes formas de legislar e de combater as drogas, todos buscam
alcançar os mesmos objetivos, de por fim a esse grande problema mundial. Entretanto, em sua maioria,
o modelo do proibicionismo foi adotado por diferentes países, incluindo o Brasil que, apesar de
esforços, não tem sido eficaz em conter a ampliação do narcotráfico.
No Brasil, existem grupos que são a favor da legalização, que se manifestam em passeatas pelas
ruas, um exemplo é a realização da marcha da maconha. Esse evento é realizado, anualmente, por
diversos países, trata-se de um dia de luta e manifestações favoráveis às mudanças nas leis relacionadas
à proibição da maconha, em que se busca a regulamentação do seu comércio e o uso recreativo,
medicinal e industrial (QUEIROZ, 2008).
6
De acordo com o último levantamento realizado pelo INFOPEN, em 2014, a população carcerária brasileira contava com
mais de 622 mil detentos (BRASIL, 2014). Disponível em: <http://dados.mj.gov.br/dataset/infopen-levantamento-nacional-
de-informacoes-penitenciarias>. Acesso em: 16 de março de 2017.
7
A Ministra Carmen Lúcia destacou, em novembro de 2016, que os gastos com um presidiário giram em torno de R$
2.400,00, por mês. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/83819-carmen-lucia-diz-que-preso-custa-13-vezes-
mais-do-que-um-estudante-no-brasil>. Acesso em: 16 de março de 2017.
Humanidades, v. 6, n. 2, jul. 2017.
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consomem a maconha sentem menos dor, ficam mais calmos e menos depressivos (COHEN, 1988;
CARLINI, 2006).
Depois de grandes discussões e o reconhecimento do efeito terapêutico e a possibilidade de
manter os enfermos em boas condições clínicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
autorizou, no dia 21 de março de 2016, que, a partir da prescrição médica, fica permitida a importação,
por pessoa física, de medicamentos e produtos com componentes derivados da maconha (canabidiol e
THC) em sua composição, apenas quando destinados para consumo próprio nos casos de tratamento de
saúde, previamente comprovado em laudo médico. Entretanto, esta agência comunicou um alerta à
imprensa (ANVISA, 2016, p. 1) que:
Muitos desses produtos não são registrados como medicamentos em seus países de origem, não
tendo sido, portanto, avaliados por qualquer autoridade sanitária competente. Assim sendo, não é
possível garantir a dosagem adequada e a ausência de contaminantes e tampouco prever os
possíveis efeitos adversos, o que implica riscos imprevisíveis para a saúde dos pacientes que os
utilizarão.
Com a autorização do uso da planta para casos especiais, a Anvisa divulgou algumas regras a
serem seguidas. Uma delas é que as pessoas devem ser cadastradas e apresentar um laudo médico; com
a autorização concedida pela Agência, o indivíduo poderá fazer a compra do produto pela internet ou
telefone, o gasto mensal com a referida droga estima-se que seja de, aproximadamente, US$ 250. Para
facilitar o acesso ao produto, a Anvisa autorizou hospitais, secretarias de saúde, planos de saúde e
outros órgãos a comprar o medicamento, para que assim sejam realizadas compras coletivas para
beneficiar aqueles pacientes que não possuem condições financeiras de arcar com o tratamento
(MARIZ, 2016).
Em constante avanço e atualização e tendo como objetivo permitir novos tratamentos aos
pacientes com doenças crônicas e degenerativas, em novembro de 2016, “A Justiça Federal do Distrito
Federal determinou que a Anvisa retirasse o THC da lista de substâncias proibidas no Brasil.”
(SOUZA, 2016, p.1). Adicionalmente foi requisitado o desenvolvimento de testes para avaliar os
parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos medicamentos derivados da maconha, incluindo
os produtos internacionais (SOUZA, 2016).
Diante do exposto, a legalização da maconha e/ou derivados para o uso recreativo e
especificamente para sua utilização medicinal, aponta vantagens econômicas e sociais. E, mesmo
diante de possíveis efeitos adversos/colaterais, muitos pacientes encontram-se aliviados por saberem
que passaram a ter mais uma opção de tratamento, seja na direção da cura ou como medidas paliativas.
O principal motivo que levou Mujica a regularizar o uso, comércio, etc. da droga foi a intenção
de reduzir o narcotráfico. O então presidente do Uruguai comentou que “O que a gente vem fazendo em
matéria de repressão às drogas não deu resultado. Não se pode tentar mudar fazendo sempre a mesma coisa.”
(PORTAL G1, 2015, p.1)
Além disso, o Uruguai espera diminuir a violência e, com a arrecadação de impostos sobre o
produto, investir em outros setores. Sendo assim, as expectativas são boas visto que nos primeiros anos
não houve uma explosão no consumo e o Estado tem sido efetivo no controle dessa situação (VIDAL,
2009; RASMUSSEN, 2015).
Na Holanda, o caminho escolhido foi “legalizar” o consumo, em baixas quantidades e em locais
monitorados, conhecidos como coffee shops. A idéia foi liberar a comercialização da maconha para
separar o consumo das drogas leves (assim é classificada a maconha) das consideradas pesadas, como a
heroína. A intenção seria a de proteger os jovens holandeses e, de fato, isso tem dado certo. A Holanda
tem um dos menores índices de consumo da cocaína e heroína na Europa, além de reduzido número de
usuários da maconha. Os turistas são os que mais consomem a maconha no país (BURGIERMAN,
2011).
Cabe ressaltar que, devido aos acordos internacionais firmados, a Holanda não poderia legalizar
a maconha e assim continua. Como relata Burgierman (2011, p. 1):
[...] surgiu uma solução pragmática: a maconha não seria legal nem ilegal; ela seria gedogen.
Gedogen é uma palavra do dicionário holandês que não tem tradução para o português. Trata-se
de algo ilegal, mas tolerado em nome de um bem maior. A maconha não foi legalizada, mas
decidiu-se que ninguém seria preso por usá-la.
Assim, como no Uruguai que escolheu pela regularização da maconha ao invés de sua
legalização, a Holanda também busca no comércio legal dessa droga vantagens econômicas e sociais.
Esse processo diferenciado foi relatado no livro de Burgierman (2011, p. 1):
Um dos motivos pelos quais a Holanda agiu diferente dos Estados Unidos e de outros países
europeus foi o fato de ser uma nação muito mais homogênea, sem tantas misturas étnicas.
Enquanto nos Estados Unidos negros e mexicanos fumavam a maconha [...] na Holanda a flor
da canábis era apreciada por jovens loirinhos, etnicamente idênticos aos filhos de políticos.
Com isso, ficou mais difícil demonizar a droga [...] acontece que às vezes eram filhos de um
amigo do juiz. Ficou claro que eles não eram perigosos, que muitos eram ativos, estudiosos,
trabalhadores, e que as penas eram excessivas.
Apesar do comércio nos coffee shops, o plantio e uso fora desses estabelecimentos são
considerados ilegais. Diante disso, os comerciantes têm sofrido com as novas adequações impostas
pelo governo e o assunto ainda é intensamente debatido (BURGIERMAN, 2011; ARAÚJO, 2014).
Por outro lado, em Israel, a maconha é proibida. Entretanto, nos últimos anos, ela tem sido
liberada para o uso como medicamento, o que permitiu a cerca de 20 mil pessoas terem acesso a essa
droga. Com isso, a maioria da população é a favor da legalização da maconha, pois nos últimos anos a
planta tem sido muito importante no tratamento de muitas pessoas (ARAÚJO, 2014; RASMUSSEN,
2015).
Os resultados iniciais das consequências da legalização da maconha apontam benefícios sociais
e econômicos aos países que decidiram pela legalização, seja ele comercial ou legalização de plantio e
uso. Entretanto, cabe destacar que, para fins terapêuticos, o rigor sobre o ciclo da maconha, desde a
produção até a administração/venda ao paciente, é maior e sob vigilância constante (RASMUSSEN,
2015).
No Brasil, como previamente explanado, os primeiros passos em direção à legalização da
maconha foi a autorização da importação de seus derivados (canabidiol e THC), para fins terapêuticos,
sob orientação médica. Além disso, já foi estipulado o desenvolvimento de estudos que garantem a
segurança farmacológica desses produtos, bem como foi solicitado a retirada do THC da lista de
substâncias proibidas no Brasil. Entretanto, muito se questiona sobre a capacidade legislativa do país
em permitir sua completa legalização.
Nesta guerra contra a maconha, o Estado não venceu, pois o sistema penal gera mais danos que
o próprio consumo da substância, gastando somas exorbitantes para a manutenção de um
sistema falho, em que não diferencia o usuário do traficante. Com a legalização desta substância
inóxia, o Estado poderia investir mais em programas voltados ao combate de substâncias que
causam dependência.
Diante disso, nos últimos anos, tem-se discutido bastante sobre a legalização da maconha no
Brasil. O assunto tomou grandes proporções nas ruas e na mídia, até sua chegada ao Congresso
Nacional Brasileiro no ano de 2014.
Mesmo diante de grande polêmica, ainda estão em tramitação na Câmara dos Deputados os
Projetos de Lei (PL) nº. 7187/14, do deputado Eurico Júnior (PV-RJ) e nº. 7270/14, do deputado Jean
Wyllys (PSOL-RJ). Os dois projetos possuem propostas similares, que buscam, com a liberação do
cultivo e da comercialização da maconha, a redução dos danos causados pelo narcotráfico, como
exposto no capitulo “Dos Objetivos”, artigo 4º, do Projeto de Lei do deputado Eurico Junior :
A presente Lei tem por objetivo proteger os habitantes do país contra os riscos decorrentes do
vínculo com o comércio ilegal da maconha (cannabis sativa) e com o narcotráfico, buscando,
mediante a intervenção do Poder Público enfrentar as conseqüências devastadora, sanitários
,social e economicamente, do uso de substâncias psicoativas ,bem como reduzir a incidência do
narcotráfico e do crime organizado (BRASIL, 2014).
Umas das grandes inovações, dos referidos Projetos de Lei, é a legalização do cultivo da
maconha em casa. Sendo assim, as pessoas poderão plantar e cultivar a maconha para o uso próprio,
sem correr o risco de negociar com traficantes e, principalmente, sem “financiar” o crime organizado.
Nesse sentido, expõe a redação do Projeto de Lei, do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), artigo 7º:
Além disso, outro importante objetivo está na redução da população carcerária brasileira, pois o
Brasil é um dos países com os maiores números de detentos condenados por tráfico de drogas, o que,
como já visto, acarreta grandes gastos para os cofres públicos em função das despesas que se têm com
a manutenção do preso (ARAÚJO, 2014).
De acordo com os Projetos de Leis, as penas para aqueles que descumprirem a lei serão mais
brandas, em que o indivíduo será penalizado e não será preso pela infração cometida. Assim, como está
na redação do Projeto de Lei do deputado Eurico Júnior, no capitulo “Das Infrações e Sanções”, artigos
16 e 17:
Art. 16. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas será o órgão encarregado de aplicar as
sanções por infrações às normas vigentes em matéria de licenças, sem prejuízo das
responsabilidades penais cabíveis. O procedimento aplicável nesses casos será objeto de
regulamentação.
Art. 17. As infrações a que se refere o artigo anterior, considerada sua gravidade e atendendo os
antecedentes do infrator, serão sancionadas com: a) notificação; b) multa c) perdimento da
mercadoria ou dos elementos utilizados para cometer a infração; d) destruição da mercadoria,
quando for o caso; e) suspensão do infrator no registro correspondente; f) inabilitação
temporária ou permanente; g) fechamento parcial ou total, temporário ou permanente, dos
estabelecimentos e locais dos licenciados, quer próprios, quer de terceiros. Parágrafo Único. As
sanções ora estabelecidas poderão ser aplicadas cumulativamente, levando-se em conta a
gravidade da infração e os antecedentes do infrator (BRASIL, 2014).
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< https://www12.senado.leg.br/ecidadania>
Humanidades, v. 6, n. 2, jul. 2017.
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será julgado pelos ministros que chegarão a uma decisão, para que se possam obter direcionamentos
após essa grande discussão.
Dessa forma, foi possível notar que esse tipo de legislação, que proíbe o consumo de drogas,
não tem dado certo no Brasil. É viável sugerir que, experimentar novas normas de controle, pode trazer
benefícios sociais e econômicos, como foi observado em países que seguiram o caminho da legalização
da maconha e seus derivados, seja para o uso recreativo e/ou medicinal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, foi possível observar que a legalização da maconha engloba diversos aspectos,
tais como, diminuição do tráfico, arrecadação de impostos, saúde pública, entre outros. Diante do
exposto, são facilmente encontrados na sociedade os cidadãos que defendem a legalização da maconha
no Brasil e outros que não concordam com essa decisão.
No geral, os que são contra a legalização acreditam que a solução para os problemas de
violência relacionados ao tráfico de drogas não se encontram na legalização. O caminho defendido é o
da conscientização e educação dos cidadãos sobre as drogas. Estes alegam que o envolvimento de todas
as esferas da sociedade, partindo de suas famílias, comunidades, escolas e campanhas no âmbito da
saúde tornariam possível a redução e o controle do tráfico de drogas e da violência urbana.
Entretanto, os efeitos terapêuticos que essa droga proporciona colocaram em questionamento
sua proibição. Assim, em março do ano corrente, a Anvisa permitiu a importação de produtos derivados
da maconha para tratar pacientes com doenças graves, como epilepsia e câncer. Considerado como um
grande avanço, esse ato reacendeu o debate dos Projetos de Lei que tramitam no Senado acerca da
legalização da maconha no Brasil. Os que defendem essa liberação buscam compartilhar dos mesmos
benefícios que essa medida proporcionou a outros países, sejam eles econômicos ou sociais.
Nesse sentido, conclui-se que, no Brasil, a legalização da maconha pode ser considerada um
assunto abordado de forma restrita e, muitas vezes, em situações isoladas. Ainda, diversas dúvidas
acerca da (in) constitucionalidade da legalização da maconha prejudicam o desenrolar dessa situação.
Enquanto se comemora o avanço obtido com a liberação para o uso terapêutico da maconha, espera-se
que, em breve, o Brasil se posicione mais claramente sobre o assunto e os Projetos de Lei ganhem um
desfecho.
REFERÊNCIAS
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