Formatacao
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MURIAÉ
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………….01
2 CASAMENTO NUNCUPATIVO……………………………………………………………….01
2.1 CARACTERÍSTICAS…………………………………………………………………01
2.2 JURISPRUDÊNCIA…………………………………………………………………..02
3 CASAMENTO EM CASOS DE MOLÉSTIA GRAVE……………………………………….03
3.1JURISPRUDÊNCIA…………………………………………………………………...03
4 FAMÍLIA INFORMAL (UNIÃO ESTÁVEL)..…………………………………………………04
4.1 CARACTERÍSTICAS…………………………………………………………………05
4.2 IMPEDIMENTOS…………………………………………………………………..…06
4.3 JURISPRUDÊNCIA…………………………………………………………………..06
5 FAMÍLIA PARALELA………………………………………………………………………..…07
5.1 FAMÍLIA PARALELA NA CONSTITUIÇÃO……………………………………...…07
5.2 EXEMPLOS………………………………………………………………………...…08
5.3 JURISPRUDÊNCIA………………………………………………………………..…09
6 CONCLUSÃO…………………………………………………………………………………..10
7 REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………………10
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1 INTRODUÇÃO
A família, como célula que compõe a sociedade, é detentora de inegável relevância
para o direito. A forma como se constitui e como seus membros se relacionam são,
indubitavelmente, objetos de estudo para as ciências jurídicas.
O instituto familiar tem se organizado de maneiras diferentes ao longo do tempo, O
espaço é o resultado das mudanças sociais e culturais que as pessoas vivenciam. Diante
desse cenário, a Constituição Federal de 1988 passou a garantir a família, Considerando
a “base social” e a “proteção especial do Estado”, reconhece a união estável como
entidade familiar em seu artigo 226, § 3º. A sociedade muda de uma geração para outra e
tende a agregar novos valores, condizentes com os novos fenômenos socioeconômicos,
políticos e culturais que enfrenta. Essas modificações acabaram por impactar
consideravelmente o conceito de família, instituição fundamental do Estado, que se
constituiu de forma diferenciada e socialmente aceita em cada época. Deste ponto de
vista, sendo o direito a resposta do Estado à sociedade, é de esperar que as instituições
jurídicas respondam sempre a estas novas realidades.
Essas modificações acabaram por impactar consideravelmente o conceito de
família, instituição fundamental do Estado, que se constituiu de forma diferenciada e
socialmente aceita em cada época. Deste ponto de vista, sendo o direito a resposta do
Estado à sociedade, é de esperar que as instituições jurídicas respondam sempre a estas
novas realidades. Assim, na matéria em apreço, prevê-se que os diversos tipos de
entidades familiares hoje existentes encontrem refúgio na legislação nacional.
2 CASAMENTO NUNCUPATIVO
Após, mudanças no Código Civil de 2002, ocorreram algumas alterações na
temática sobre casamento, sendo o nuncupativo um dos modificados pelo regimento. A
modalidade de celebração de casamento denominada nuncupativo, representa a hipótese
em que um dos contraentes está em iminente risco de morte (na força de uma doença
terminal, se for vitimado por crime contra vida ou terrorismo), não havendo tempo para a
celebração do matrimônio dentro das conformidades e formalidades previstas pelo art
1540 do Código Civil.
2.1 CARACTERÍSTICAS
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2.2 JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CASAMENTO
NUNCUPATIVO. VALIDADE. COMPROVAÇÃO DE VÍCIO QUANTO A MANIFESTAÇÃO
DA VONTADE INEQUÍVOCA DO MORIBUNDO EM CONVOLAR NÚPCIAS.
COMPROVAÇÃO.
A escolha da referida jurisprudência, se deu pelo fato de que o casamento
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nuncupativo que na qual descrito pela mesma, fui anulado, uma vez que o julgador do fato
entendeu que por se tratar de um matrimônio envolvendo sobrinha e tio, sendo estes
colaterais de 3º grau, não poderia se concretizar, pois ocasionaria um ato posterior a lei
152, IV cc, vindo então mesmo após preencher todos os requisitos necessários para a
comprovação, tendo seu efeito inválido, sendo por motivo de resguardar e compreender
que não haveria hipóstase de firma uma união, mesmo que breve a dois entes parentais.
3.1 JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REGISTRO DE CASAMENTO. IMPUGNAÇÃO
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU DO ASSENTO DA CERIMÔNIA
CIVIL REALIZADA. MOLÉSTIA GRAVE DE UM DOS NUBENTES, PORTADOR DE
CÂNCER NO SISTEMA NERVOSO (GLIOMA MALIGNO), QUE VEIO A FALECER NO
CURSO DO PRESENTE FEITO. PRÉVIO PROCESSO DE HABILITAÇÃO
DISPENSÁVEL NO CASO. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART.
1539 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. INEXISTÊNCIA DE BENS A INVENTARIAR
AUSÊNCIA DE PREJUÍZO ECONÔMICO EVIDENTE. MANIFESTAÇÃO FAVORÁVEL
PELA PROCURA-DORIA-GERAL DE JUSTIÇA AO REGISTRO. SENTENÇA
REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
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Escolhemos tal ementa, primeiramente, pois, como visto acima ela se enquadra
nos requisitos previstos no Art. 1539 do Código Civil, visto que um dos cônjuges era
portador de moléstia grave, encontravam-se presentes duas testemunhas que sabiam ler
e escrever, bem como oficial de registro civil ad hoc e suplente de juiz de paz. Entretanto,
este caso nos mostrou ainda uma exceção a tal hipótese, em razão da ausência do prévio
processo de habilitação, conforme determina o art. 1.525 do CC, motivo que ocasionou na
decisão de indeferimento e na nulidade do assento de casamento por parte do Ministério
Público. Porém, com o recurso interposto, o entendimento do colegiado nos demonstrou
que a urgência do ato poderá dispensar os atos preparatórios da habilitação.
Desta forma, nos chama atenção positivamente o referido processo, já que a
modalidade de casamento em questão visa o maior grau de velocidade possível, devido
à situação de saúde de um dos nubentes, que infelizmente na maioria dos caos, por
consequência de sua moléstia acaba posteriormente vindo a falecer. Logo, impedir que o
vitimado e seu parceiro (a) possam passar esse momento em vida mesmo estes
demonstrando a boa-fé de suas intenções, por conta de um processo prévio a realização,
seria em nossa opinião uma falta de sensibilidade enorme do judiciário, visto a urgência
de toda a situação e a finalidade do legislador ao versar sobre tal tema, pois entende-se,
que ficou claro que o casamento nesta situação poderá se realizar com a supressão da
fase de habilitação e das solenidades comuns para o casamento normal, o mesmo que
acontece com o casamento chamado nuncupativo.
4.1 CARACTERÍSTICAS
O Código Civil de 2002, em seu art. 1.723, declara que “É reconhecida como
entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.
Extrai-se do dispositivo quatro elementos essenciais caracterizadores da união estável,
quais sejam: a) publicidade; b) continuidade; c) estabilidade e; d) objetivo de
constituição de família.
A publicidade baseia-se na ideia do casal ser socialmente considerado família,
numa relação não secreta, apresentando-se aos amigos e à sociedade como se fossem
casados. Porém, segundo Farias e Rosenvald, as pessoas não são obrigadas a propagar,
a todo tempo e lugar, o seu relacionamento, pois a Constituição Federal em seu ART 5º,
XII, protege, como direito fundamental, a vida privada. Assim, sendo possível que os
companheiros mantenham uma vida discreta, e a sua união estável não seja clandestina.
Outro elemento fundamental de uma união estável é a continuidade, que confere
ao vínculo uma sensação de segurança que não é apenas uma relação passageira, o que
a distingue de um mero relacionamento ou namoro, por mais avassalador e intenso que
seja. situações que não duram mais do que uma noite ou um carnaval, quando não há
vontade de constituir família. O terceiro elemento importante para caracterizar uma união
estável é a convivência duradoura dos sujeitos (estabilidade). Este elemento confere à
convivência um aspecto não aleatório, momentâneo ou efêmero. A este respeito, refira-se
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que não foram fixados prazos mínimos, mas apenas os elementos que evidenciam as
expectativas criadas entre ambos os parceiros para a concretização de projetos futuros
comuns, que se verificam em cada caso concreto.
O quarto elemento, e o mais importante, é o objetivo de constituir família. Isso
porque, diferentemente da instabilidade de um relacionamento ocasional, a parceria que
surge em uma união estável deve ter a força e o aspecto do casamento, ou seja, de fato,
uma intenção estável de viver como se fossem casados. Como ensinam Farias e
Rosenvald, “o animus familiae é o elemento subjetivo referente à intenção do casal de
viver como se fossem casados. Alcançar juntos”. Neste caso, dos projetos afetivos,
pessoais e patrimoniais, de empreendimentos financeiros com esforço comum, de contas
conjuntas bancárias, declarações de dependência em Imposto de Renda, em planos de
saúde e em entidades previdenciárias, pode ser usada para identificar uma união estável,
contam também a participação em eventos sociais e familiares ou apenas o casamento
religioso.
O legislador deixa claro que a união estável não ocorreria se algum dos impedimentos
elencados no art. Art. 1.521 do Código Civil de 2002 estivesse presente.
“Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união
estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família.
§ 1 o A união estável não se constituirá se ocorrerem os
impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência
do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada
de fato ou judicialmente.”
4.3 JURISPRUDÊNCIA
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5 FAMÍLIA PARALELA
O conceito de família paralela não é um termo muito utilizado na literatura
acadêmica ou científica, mas pode se referir a uma situação em que uma pessoa ou casal
mantém mais de um relacionamento afetivo e/ou sexual de forma simultânea, criando
assim duas (ou mais ) famílias em paralelo.
Essas famílias paralelas podem incluir crianças, que passam a ter mais de um pai
ou mãe em comum, mas que não vivem juntas no mesmo ambiente familiar. Esse tipo de
configuração familiar é considerado não tradicional e pode ser visto como uma forma de
poliamor, que é uma prática consensual de relações amorosas e/ou sexuais múltiplas.
É importante ressaltar que esse tipo de arranjo familiar pode ser controverso e
pode gerar questões jurídicas e sociais, especialmente em relação à questão da
paternidade/maternidade, divisão de responsabilidades financeiras e cuidados com as
crianças. Além disso, o conceito de família é bastante variável e depende das normas
culturais e sociais de cada contexto.
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5.3 JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: DIREITO DE FAMÍLIA. APELAÇÃO AÇÃO DECLARATÓRIA DE UNIÃO
ESTÁVEL PÓS MORTE. CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL CONCOMITANTES.
SEPARAÇÃO DE FATO NÃO COMPROVADA. UNIÃO ESTÁVEL CONFIGURADA.
RECONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. FAMÍLIAS PARALELAS. FENÔMENO
FREQUENTE. PROTEÇÃO ESTATAL. REFORMA DA SENTENÇA. APELAÇÃO
PROVIDA. TJ-MA – APELAÇÂO: APL XXXXX MA XXXXX – 05.2021.8.10.0001
No caso sob análise, tem-se que o de cujus, mesmo não estando separado de fato
da esposa, manteve união estável com a apelante por mais de 15 (quinze) anos, o que
caracteriza a família paralela, fenômeno de frequência significativa na realidade brasileira.
O não reconhecimento de seus efeitos jurídicos traz como consequências severas
injustiças. O Des.Lourival Serejo pondera: “Se o nosso Código Civil optou por
desconhecer uma realidade que se apresenta reiteradamente, a justiça precisa ter
sensibilidade suficiente para encontrar uma resposta satisfatória a quem clama por sua
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6 CONCLUSÃO
As discussões sobre diferentes entidades familiares não apenas implicam em
diferentes visões jurídicas, mas, talvez não apenas isso, implicam também em diferentes
visões sobre a sociedade, de modo que não se pode dizer que a composição da família
seja estática, pois à medida que a sociedade muda, a base da a família também mudou.
Portanto, como vimos neste trabalho, o conceito de família não é linear, sendo possível
numa mesma época, haver inúmeras definições dela, as quais se modificam de acordo
com o estágio em que se encontra determinada sociedade.
A sociedade moderna apresenta diversos núcleos familiares, como a chamada
família homoafetiva; a família constituída apenas por avós e netos; a família constituída
por irmãos e as mais diversas famílias ligadas pelo sangue e pelo afeto. Além dessas
formas, existem também aquelas que se originaram sem nenhum parentesco e/ou relação
sexual, reunidas por indivíduos para ajuda mútua e não para o matrimônio. No entanto,
como afirmado nesta monografia, embora a lei não identifique todas as entidades
familiares existentes, até por sua especificidade e pluralidade, a leitura dos princípios do
direito de família, segundo a doutrina moderna, possibilita seu reconhecimento e
proteção. A jurisprudência atual tem demonstrado essa tendência, principalmente no
reconhecimento de famílias homossexuais, entre outros avanços no conceito de família.
Assim, o reconhecimento explícito pelo direito nacional de que essas diferentes
formas de entidades familiares são esperadas nada mais é do que um reflexo da
mudança social contemporânea. Então, esperemos que preconceitos e outros fatores não
acabem por prejudicar a garantia dos direitos de pessoas que muitas vezes estão unidas
por uma das emoções humanas mais peculiares: a afetividade
7 REFERÊNCIAS