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FAMINAS

AILANA LAUREN DE PAIVA DA MATA, AIRTON FRANCISCO DA SILVA, ANA LUIZA


OLIVEIRA DE SIQUEIRA, BRENO MARQUES DE PAIVA, DIONATHAN DA CRUZ
GOMES, EVALDO DE ALMEIDA AMARAL NETO, JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA DE
SIQUEIRA

ANÁLISE DOS TEMAS E JURISPRUDÊNCIAS: CASAMENTO NUNCUPATIVO,


CASAMENTO EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE, FAMÍLIA INFORMAL, FAMÍLIA
PARALELA.

MURIAÉ
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………….01
2 CASAMENTO NUNCUPATIVO……………………………………………………………….01
2.1 CARACTERÍSTICAS…………………………………………………………………01
2.2 JURISPRUDÊNCIA…………………………………………………………………..02
3 CASAMENTO EM CASOS DE MOLÉSTIA GRAVE……………………………………….03
3.1JURISPRUDÊNCIA…………………………………………………………………...03
4 FAMÍLIA INFORMAL (UNIÃO ESTÁVEL)..…………………………………………………04
4.1 CARACTERÍSTICAS…………………………………………………………………05
4.2 IMPEDIMENTOS…………………………………………………………………..…06
4.3 JURISPRUDÊNCIA…………………………………………………………………..06
5 FAMÍLIA PARALELA………………………………………………………………………..…07
5.1 FAMÍLIA PARALELA NA CONSTITUIÇÃO……………………………………...…07
5.2 EXEMPLOS………………………………………………………………………...…08
5.3 JURISPRUDÊNCIA………………………………………………………………..…09
6 CONCLUSÃO…………………………………………………………………………………..10
7 REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………………10
1

1 INTRODUÇÃO
A família, como célula que compõe a sociedade, é detentora de inegável relevância
para o direito. A forma como se constitui e como seus membros se relacionam são,
indubitavelmente, objetos de estudo para as ciências jurídicas.
O instituto familiar tem se organizado de maneiras diferentes ao longo do tempo, O
espaço é o resultado das mudanças sociais e culturais que as pessoas vivenciam. Diante
desse cenário, a Constituição Federal de 1988 passou a garantir a família, Considerando
a “base social” e a “proteção especial do Estado”, reconhece a união estável como
entidade familiar em seu artigo 226, § 3º. A sociedade muda de uma geração para outra e
tende a agregar novos valores, condizentes com os novos fenômenos socioeconômicos,
políticos e culturais que enfrenta. Essas modificações acabaram por impactar
consideravelmente o conceito de família, instituição fundamental do Estado, que se
constituiu de forma diferenciada e socialmente aceita em cada época. Deste ponto de
vista, sendo o direito a resposta do Estado à sociedade, é de esperar que as instituições
jurídicas respondam sempre a estas novas realidades.
Essas modificações acabaram por impactar consideravelmente o conceito de
família, instituição fundamental do Estado, que se constituiu de forma diferenciada e
socialmente aceita em cada época. Deste ponto de vista, sendo o direito a resposta do
Estado à sociedade, é de esperar que as instituições jurídicas respondam sempre a estas
novas realidades. Assim, na matéria em apreço, prevê-se que os diversos tipos de
entidades familiares hoje existentes encontrem refúgio na legislação nacional.

2 CASAMENTO NUNCUPATIVO
Após, mudanças no Código Civil de 2002, ocorreram algumas alterações na
temática sobre casamento, sendo o nuncupativo um dos modificados pelo regimento. A
modalidade de celebração de casamento denominada nuncupativo, representa a hipótese
em que um dos contraentes está em iminente risco de morte (na força de uma doença
terminal, se for vitimado por crime contra vida ou terrorismo), não havendo tempo para a
celebração do matrimônio dentro das conformidades e formalidades previstas pelo art
1540 do Código Civil.

2.1 CARACTERÍSTICAS
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O oficial do registro civil, após comprovação da autoridade competente, com a


presença dos documentos exigidos no artigo 1525 e não dependendo de edital de
proclamas, autorizar a certidão de habilitação, afastando então a necessidade do
processo regular. Pode-se dizer, que os interessados podem dispensar a autoridade
competente para comandar a realização do matrimônio, assim também como a de seu
sucessor. Sendo assim, os noivos surgem como os próprios celebrantes e realizam o
casamento verbalmente e declaram pela mesma forma que pretendem se aceitarem livre
e espontaneamente como marido e mulher, isso, perante lei deve ser preenchido por seis
testemunhas, não podendo estes serem de parentalidade em linha reta ou colateral até o
2º grau.
As testemunhas presenciais, terão o prazo de dez dias para comparecerem a
autoridade judicial mais próxima, a fim de pedir que possam tomar ciência das referidas
declarações: 1º que foram convocados por parte do enfermo; que este parecia em perigo
de vida, más em juízo do contraente; e que em sua presença declaram os interessados
por livre e espontânea vontade de receber a oficialização de marido e mulher. Se por
obséquio, qualquer um dos entes testemunhais não façam comparecimento,
voluntariamente, o interessado terá o direito de requerer a sua intimação, para que venha
relatar sobre a cerimônia que na qual foi assistente.
A autoridade competente (mais próxima do local onde se celebrou o casamento)
toma as seguintes providências próximas após a apresentação do pedido e recepção das
notificações para verificar se as partes conseguiram cumprir as condições do casamento
na forma habitual, ouvidos o órgão do ministério público e os interessados que o
requerem, no prazo de 15 dias. Após as devidas verificações de inexistência de
impedimento matrimonial e a idoneidade dos cônjuges para o casamento o juiz mandara
registra no livro do registro dos casamentos. Assim como todo o contexto, é de grande
importância ressaltar que se durante o prazo de 10 dias o enfermo se recuperar, poderá
este se fazer presente, assim então dispensando a necessidade das seis testemunhas.

2.2 JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CASAMENTO
NUNCUPATIVO. VALIDADE. COMPROVAÇÃO DE VÍCIO QUANTO A MANIFESTAÇÃO
DA VONTADE INEQUÍVOCA DO MORIBUNDO EM CONVOLAR NÚPCIAS.
COMPROVAÇÃO.
A escolha da referida jurisprudência, se deu pelo fato de que o casamento
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nuncupativo que na qual descrito pela mesma, fui anulado, uma vez que o julgador do fato
entendeu que por se tratar de um matrimônio envolvendo sobrinha e tio, sendo estes
colaterais de 3º grau, não poderia se concretizar, pois ocasionaria um ato posterior a lei
152, IV cc, vindo então mesmo após preencher todos os requisitos necessários para a
comprovação, tendo seu efeito inválido, sendo por motivo de resguardar e compreender
que não haveria hipóstase de firma uma união, mesmo que breve a dois entes parentais.

3 CASAMENTO EM CASOS DE MOLÉSTIA GRAVE


O casamento em caso de moléstia grave ocorre quando o processo de habilitação
matrimonial já foi realizado, mas em razão da moléstia grave, não foi possível o
comparecimento à solenidade matrimonial de um dos nubentes. Nesse sentido, quando o
nubente não pode comparecer ao local da solenidade matrimonial, ocorre a solicitação
para que a autoridade competente compareça ao local onde este se encontra, para que
assim possa celebrar o casamento. E se por acaso não puder comparecer o celebrante
competente, poderá ter sua falta suprida por qualquer dos seus substitutos legais, e se o
ausente for o oficial do registro civil, o presidente do ato nomeará outro ad hoc.

Tal modalidade se encontra expressamente prevista no artigo 1.539, do Código


Civil, ao prever da seguinte maneira: “No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o
presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à
noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.”.

3.1 JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REGISTRO DE CASAMENTO. IMPUGNAÇÃO
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU DO ASSENTO DA CERIMÔNIA
CIVIL REALIZADA. MOLÉSTIA GRAVE DE UM DOS NUBENTES, PORTADOR DE
CÂNCER NO SISTEMA NERVOSO (GLIOMA MALIGNO), QUE VEIO A FALECER NO
CURSO DO PRESENTE FEITO. PRÉVIO PROCESSO DE HABILITAÇÃO
DISPENSÁVEL NO CASO. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART.
1539 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. INEXISTÊNCIA DE BENS A INVENTARIAR
AUSÊNCIA DE PREJUÍZO ECONÔMICO EVIDENTE. MANIFESTAÇÃO FAVORÁVEL
PELA PROCURA-DORIA-GERAL DE JUSTIÇA AO REGISTRO. SENTENÇA
REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
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Escolhemos tal ementa, primeiramente, pois, como visto acima ela se enquadra
nos requisitos previstos no Art. 1539 do Código Civil, visto que um dos cônjuges era
portador de moléstia grave, encontravam-se presentes duas testemunhas que sabiam ler
e escrever, bem como oficial de registro civil ad hoc e suplente de juiz de paz. Entretanto,
este caso nos mostrou ainda uma exceção a tal hipótese, em razão da ausência do prévio
processo de habilitação, conforme determina o art. 1.525 do CC, motivo que ocasionou na
decisão de indeferimento e na nulidade do assento de casamento por parte do Ministério
Público. Porém, com o recurso interposto, o entendimento do colegiado nos demonstrou
que a urgência do ato poderá dispensar os atos preparatórios da habilitação.
Desta forma, nos chama atenção positivamente o referido processo, já que a
modalidade de casamento em questão visa o maior grau de velocidade possível, devido
à situação de saúde de um dos nubentes, que infelizmente na maioria dos caos, por
consequência de sua moléstia acaba posteriormente vindo a falecer. Logo, impedir que o
vitimado e seu parceiro (a) possam passar esse momento em vida mesmo estes
demonstrando a boa-fé de suas intenções, por conta de um processo prévio a realização,
seria em nossa opinião uma falta de sensibilidade enorme do judiciário, visto a urgência
de toda a situação e a finalidade do legislador ao versar sobre tal tema, pois entende-se,
que ficou claro que o casamento nesta situação poderá se realizar com a supressão da
fase de habilitação e das solenidades comuns para o casamento normal, o mesmo que
acontece com o casamento chamado nuncupativo.

4 FAMÍLIA INFORMAL (UNIÃO ESTÁVEL)


Sabe-se que, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o casamento
deixou de ser a única entidade familiar legalmente reconhecida, ou superior às demais
entidades familiares. A nova ordem do Código Civil em 2002 também trouxe a ausência
de hierarquia entre os modelos familiares, já que anteriormente prevalecia o modelo
matrimonial
No passado, esse tipo de união era considerado concubinato, derivado do latim
concubere, que significa “compartilhar a mesma cama”, “dormir com” ou, segundo o
jargão popular, para descrever o caráter da situação de uma mulher, “teúda e manteúda”:
“segurada e mantida por um homem (seu amante, amigo)” (STOLZE; PAMPLONA FILHO,
2017). Com a instauração da nova ordem constitucional, a família das concubinas saiu da
5

enxuta situação de indiferença e preconceito, e alcançou a condição de entidade familiar


legalmente reconhecida no campo do direito de família
Ressalte-se que a Constituição Federal atual, ao se referir a essa combinação de
união estável, expressa a diversidade de sexo (entre homem e mulher), o que também é
seguido pelo Código Civil (art. 1.723). De qualquer modo, esta é uma questão que o
Supremo Tribunal Federal tem decidido, uma vez que a referência a homem e mulher não
implica vedação à extensão da mesma instituição às relações afetivas entre pessoas do
mesmo sexo, pois, segundo Barroso (2011), “Não se pode necessariamente interpretar as
normas constitucionais como contrárias aos princípios constitucionais e às finalidades que
as justificam.” Desta disposição, uma união estável pode ser definida como “uma relação
afetiva de convivência pública e duradoura entre duas pessoas, do mesmo sexo ou não,
com o objetivo imediato de constituição de família” (STOLZE; PAMPLONA FILHO, 2017).

4.1 CARACTERÍSTICAS

O Código Civil de 2002, em seu art. 1.723, declara que “É reconhecida como
entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.
Extrai-se do dispositivo quatro elementos essenciais caracterizadores da união estável,
quais sejam: a) publicidade; b) continuidade; c) estabilidade e; d) objetivo de
constituição de família.
A publicidade baseia-se na ideia do casal ser socialmente considerado família,
numa relação não secreta, apresentando-se aos amigos e à sociedade como se fossem
casados. Porém, segundo Farias e Rosenvald, as pessoas não são obrigadas a propagar,
a todo tempo e lugar, o seu relacionamento, pois a Constituição Federal em seu ART 5º,
XII, protege, como direito fundamental, a vida privada. Assim, sendo possível que os
companheiros mantenham uma vida discreta, e a sua união estável não seja clandestina.
Outro elemento fundamental de uma união estável é a continuidade, que confere
ao vínculo uma sensação de segurança que não é apenas uma relação passageira, o que
a distingue de um mero relacionamento ou namoro, por mais avassalador e intenso que
seja. situações que não duram mais do que uma noite ou um carnaval, quando não há
vontade de constituir família. O terceiro elemento importante para caracterizar uma união
estável é a convivência duradoura dos sujeitos (estabilidade). Este elemento confere à
convivência um aspecto não aleatório, momentâneo ou efêmero. A este respeito, refira-se
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que não foram fixados prazos mínimos, mas apenas os elementos que evidenciam as
expectativas criadas entre ambos os parceiros para a concretização de projetos futuros
comuns, que se verificam em cada caso concreto.
O quarto elemento, e o mais importante, é o objetivo de constituir família. Isso
porque, diferentemente da instabilidade de um relacionamento ocasional, a parceria que
surge em uma união estável deve ter a força e o aspecto do casamento, ou seja, de fato,
uma intenção estável de viver como se fossem casados. Como ensinam Farias e
Rosenvald, “o animus familiae é o elemento subjetivo referente à intenção do casal de
viver como se fossem casados. Alcançar juntos”. Neste caso, dos projetos afetivos,
pessoais e patrimoniais, de empreendimentos financeiros com esforço comum, de contas
conjuntas bancárias, declarações de dependência em Imposto de Renda, em planos de
saúde e em entidades previdenciárias, pode ser usada para identificar uma união estável,
contam também a participação em eventos sociais e familiares ou apenas o casamento
religioso.

4.2 IMPEDIMENTOS PARA CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL

O legislador deixa claro que a união estável não ocorreria se algum dos impedimentos
elencados no art. Art. 1.521 do Código Civil de 2002 estivesse presente.
“Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união
estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família.
§ 1 o A união estável não se constituirá se ocorrerem os
impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência
do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada
de fato ou judicialmente.”

Assim, a relação entre ascendentes e descendentes, irmãos, casados, não recebe


a proteção das normas que regem a união estável. Conforme referido no §1, não há
nenhum impedimento se a pessoa já estiver divorciada de fato ou de maneira judicial,
ainda que oficialmente casada, o que se torna cada vez mais raro com a dissolução do
casamento (Emenda à Constituição n.º 66/2010).

4.3 JURISPRUDÊNCIA
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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO


ESTÁVEL COM PARTILHA DE BENS. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL.
PARTILHA DOS BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO RELACIONAMENTO.
(TJ-BA - APL: XXXXX20098050201, Relator: ROSITA FALCAO DE ALMEIDA MAIA,
TERCEIRA CAMARA CÍVEL, Data de Publicação: 03/12/2019)
A escolha desta Jurisprudência foi devido a união estável se equiparar ao casamento em
que prevalece a partilha de bens. Ou seja, a pessoa que vivia com o falecido terá direito de receber
metade dos bens adquiridos durante todo o período do relacionamento.
No caso descrito na ementa, após ser reconhecida a união estável, e não havendo
disposição contratual em contrário, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o
regime de comunhão parcial de bens, consoante o art. 1.725 do Código Civil, de modo
que os bens adquiridos na constância da vida em comum devem ser partilhados
igualitariamente, pouco importando quem deu causa à separação e qual a colaboração
prestada individualmente pelos conviventes para a consecução do resultado patrimonial.
Nesse sentido, a casa, cuja partilha pretende a apelante, foi construída na
constância da união estável, embora em terreno já pertencente ao apelado, sendo
imperiosa a partilha, abatendo-se o valor do terreno.

5 FAMÍLIA PARALELA
O conceito de família paralela não é um termo muito utilizado na literatura
acadêmica ou científica, mas pode se referir a uma situação em que uma pessoa ou casal
mantém mais de um relacionamento afetivo e/ou sexual de forma simultânea, criando
assim duas (ou mais ) famílias em paralelo.
Essas famílias paralelas podem incluir crianças, que passam a ter mais de um pai
ou mãe em comum, mas que não vivem juntas no mesmo ambiente familiar. Esse tipo de
configuração familiar é considerado não tradicional e pode ser visto como uma forma de
poliamor, que é uma prática consensual de relações amorosas e/ou sexuais múltiplas.
É importante ressaltar que esse tipo de arranjo familiar pode ser controverso e
pode gerar questões jurídicas e sociais, especialmente em relação à questão da
paternidade/maternidade, divisão de responsabilidades financeiras e cuidados com as
crianças. Além disso, o conceito de família é bastante variável e depende das normas
culturais e sociais de cada contexto.
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5.1 FAMÍLIA PARALELA NA CONSTITUIÇÃO

A Constituição Federal do Brasil de 1988 não aborda diretamente o conceito de


família paralelamente. No entanto, a constituição reconhece a união estável como uma
forma de constituição de família, e estabelece a igualdade entre homens e mulheres em
direitos e obrigações no casamento e na união estável. Além disso, a Constituição prevê a
proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, e estabelece a responsabilidade
dos pais em relação à educação, ao sustento e à guarda dos filhos.
Dessa forma, a Constituição não impede a existência de famílias paralela, desde
que os direitos e deveres de cada membro da família sejam cumpridos e garantidos. O
reconhecimento da paternidade e da maternidade, bem como a obrigação de prestar
alimentos, independente da configuração familiar e deve ser garantido pela lei.
No entanto, é importante ressaltar que as leis e regulamentações relacionadas à
família podem variar de acordo com cada país e com as normas culturais e sociais de
cada contexto. É fundamental consultar um advogado especializado em direito de família
para entender melhor as disposições legais da configuração familiar em questão.

5.2 EXEMPLOS DE FAMÍLIA PARALELA


Existem diferentes tipos de configurações familiares que podem ser considerados
como família paralela, incluindo:
1. Infidelidade: quando uma pessoa mantém um relacionamento extraconjugal com
outra pessoa, criando assim uma família paralelamente. Isso pode incluir o caso de
um homem que é casado, mas que tem uma amante e filhos com essa amante.
2. Poliamor: quando uma pessoa mantém mais de um relacionamento afetivo e/ou
sexual de forma simultânea, criando assim várias famílias paralelas. Isso pode
incluir um casal que tem outros parceiros além do parceiro principal, e que decide
criar uma família com esses outros parceiros.
3. Divórcio e novos casamentos: quando um casal se separa e cada um forma um
novo relacionamento, criando assim duas famílias paralelas. Isso pode incluir um
homem que se separa da esposa e forma um novo relacionamento com outra
mulher, com quem tem filhos.
4. Adoção: quando uma pessoa ou casal adota uma criança, criando assim uma nova
família paralelamente. Isso pode incluir um casal que não pode ter filhos biológicos
e decidir adotar uma criança, criando assim uma nova família.
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5. Relações consensuais não monogâmicas : quando um grupo de pessoas mantém


um relacionamento amoroso e/ou sexual entre si, criando assim uma família
paralelamente. Isso pode incluir um grupo de pessoas que decidem viver juntas e
compartilhar a vida, incluindo cuidados com crianças e responsabilidades
financeiras.

Um exemplo da atualidade era o Mc Catra, funkeiro que tinha 5 mulheres e se


relacionava com as cinco, OBS: As 5 tinham era cientes do ato.
Segundo declaração própria no Programa Altas Horas, em agosto de 2014, Catra
afirmou que suas cinco mulheres não sentem ciúmes entre elas, além de serem
favoráveis às práticas do marido. Ele defende o que chama de "judaísmo salomônico",
uma referência ao Rei Salomão, que possuía inúmeras mulheres e concubinas. Alegou ter
se convertido ao judaísmo após uma visita ao Muro das lamentações.
Pode falar do Seu Luis também, ele teve 17 filhos com a mulher, 15 com cunhada,
que foi para a casa dele cuidar dos filhos da mulher, e 1 com a sogra, que foi ajudar as
filhas a cuidar dos netos.
Seu Luiz Costa, ficou conhecido após diversas reportagens terem ido ao ar em
rede nacional (Globo e Record) contando sua história nos últimos 15 anos. Com outras
mulheres fora do casamento e de casa, Luiz Costa revela que teve de 25 a 30 filhos.

5.3 JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: DIREITO DE FAMÍLIA. APELAÇÃO AÇÃO DECLARATÓRIA DE UNIÃO
ESTÁVEL PÓS MORTE. CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL CONCOMITANTES.
SEPARAÇÃO DE FATO NÃO COMPROVADA. UNIÃO ESTÁVEL CONFIGURADA.
RECONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. FAMÍLIAS PARALELAS. FENÔMENO
FREQUENTE. PROTEÇÃO ESTATAL. REFORMA DA SENTENÇA. APELAÇÃO
PROVIDA. TJ-MA – APELAÇÂO: APL XXXXX MA XXXXX – 05.2021.8.10.0001
No caso sob análise, tem-se que o de cujus, mesmo não estando separado de fato
da esposa, manteve união estável com a apelante por mais de 15 (quinze) anos, o que
caracteriza a família paralela, fenômeno de frequência significativa na realidade brasileira.
O não reconhecimento de seus efeitos jurídicos traz como consequências severas
injustiças. O Des.Lourival Serejo pondera: “Se o nosso Código Civil optou por
desconhecer uma realidade que se apresenta reiteradamente, a justiça precisa ter
sensibilidade suficiente para encontrar uma resposta satisfatória a quem clama por sua
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intervenção.” V – Ocoman-do sentencial deve ser reformado para o fim de reconhecer a


união estável.

6 CONCLUSÃO
As discussões sobre diferentes entidades familiares não apenas implicam em
diferentes visões jurídicas, mas, talvez não apenas isso, implicam também em diferentes
visões sobre a sociedade, de modo que não se pode dizer que a composição da família
seja estática, pois à medida que a sociedade muda, a base da a família também mudou.
Portanto, como vimos neste trabalho, o conceito de família não é linear, sendo possível
numa mesma época, haver inúmeras definições dela, as quais se modificam de acordo
com o estágio em que se encontra determinada sociedade.
A sociedade moderna apresenta diversos núcleos familiares, como a chamada
família homoafetiva; a família constituída apenas por avós e netos; a família constituída
por irmãos e as mais diversas famílias ligadas pelo sangue e pelo afeto. Além dessas
formas, existem também aquelas que se originaram sem nenhum parentesco e/ou relação
sexual, reunidas por indivíduos para ajuda mútua e não para o matrimônio. No entanto,
como afirmado nesta monografia, embora a lei não identifique todas as entidades
familiares existentes, até por sua especificidade e pluralidade, a leitura dos princípios do
direito de família, segundo a doutrina moderna, possibilita seu reconhecimento e
proteção. A jurisprudência atual tem demonstrado essa tendência, principalmente no
reconhecimento de famílias homossexuais, entre outros avanços no conceito de família.
Assim, o reconhecimento explícito pelo direito nacional de que essas diferentes
formas de entidades familiares são esperadas nada mais é do que um reflexo da
mudança social contemporânea. Então, esperemos que preconceitos e outros fatores não
acabem por prejudicar a garantia dos direitos de pessoas que muitas vezes estão unidas
por uma das emoções humanas mais peculiares: a afetividade

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