Ausforming - Aços TRIP

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Efeito do Ausforming na

Microestrutura e Dureza de Aços


Bainíticos de Baixo Carbono - TRIP
Prof. Tiago Luis Oliveira
Thays Machado Pimenta
Antonio Teodoro Dutra Júnior
Objetivo
• Investigar os efeitos da temperatura, da deformação, taxa de

deformação, cinética de transformação bainítica e refinamento

da microestrutura em um aço bainítico durante o

processamento ausforming.
Roteiro
 Introdução
 Resultados e Discussões
 Aços Microligados
 Temperatura de Transformação
 Processo Ausforming
Martensítica
 Bainita
 Dilatação na Transformação de Fase
 Aços TRIP
 Cinética de Transformação Bainítica
 Materiais e Métodos
 Material Utilizado  Características Microestruturais

 Ensaio de Dilatometria  Análise de Fração de Fases


 Análise Microestrutural  Dureza
• MO e MEV  Conclusões
 Ensaio de Dureza
Introdução – Aços Microligados
• A indústria automobilística tem investido na redução do peso de
automóveis e na sua segurança: desenvolvimento de novos aços;

• ARBL: Aumento de resistência mecânica pelo mecanismo de


precipitação (Nb, Ti e V), porém perdem em conformabilidade;

• Desenvolvimento de aços AHSS (Advanced High Strength Steels):


composição química característica, microestrutura multifásica
resultante de processamentos termomecânicos específicos, aliando
alta resistência e alta tenacidade.
Introdução – Aços Microligados

Mapa de alongamento total X limite de escoamento


Introdução – Aços Microligados
• Dual Phase ( DP);

• TRIP (Transformation Induced Plasticity – Plasticidade Induzida por


Transformação);

• Características: Alto encruamento, alta resistência e alta


ductilidade;

• Aplicados na fabricação de componentes utilizados nas zonas de


impactos frontais e traseiras do automóvel.
Introdução – Aços Microligados
• Aços Martensíticos (MS - Maraging), Aços Conformados a Quente
(Hot Forming-HF) e Aços Bifásicos (≥980 MPa);

• Material capaz de resistir ao impacto sem se deformar, de modo a


manter a integridade dos passageiros – Utilizados na fabricação de
componentes da gaiola de passageiros do automóvel.
Introdução – Aços Microligados

Regiões de colisão do automóvel.


Introdução – Processo Ausforming
• Realização de etapa de conformação no campo da austenita
metaestável, ou seja abaixo de A3;

• Harvey em 1951 utilizou pela primeira vez o ausforming na


realização de shot peening obtendo melhorias superficiais;

• Harvey sugeriu que a implementação do ausforming nos processos


de conformação resultariam em melhores propriedades do que as
rotas convencionais.
Introdução – Processo Ausforming
• O aço deverá apresentar uma região de austenita estável na curva
TTT;

• Deformações que geralmente excedam os 50%, normalmente por


laminação controlada e então são temperados a temperaturas
abaixo de Ms;

• Refinamento de grãos e melhoria da tenacidade à fratura;

• Faixa de temperatura entre 850 a 6500C.


Introdução - Bainita
• Forma a temperaturas inferiores à formação da perlita, abaixo do
“joelho” no diagrama TTT;

• Constituída por ferrita e cementita; porém com arranjos


cristalográficos diferentes, formação adfusional;

• Bainita Superior: Formação em temperaturas entre 300 e 5400C;

• Morfologia de agulhas de ferrita separadas por partículas


alongadas de cementita.
Introdução – Bainita Inferior

• Formação em temperaturas entre 200 e 3000C;

• Ferrita em placas e partículas finas de cementita se forma no


interior dessas placas em uma matriz martensítica.
Introdução – Aços TRIP
• Aços TRIP são aqueles que adquirem maior plasticidade mediante a
ocorrência de transformação de fase induzida por deformação
plástica;

• TRIP: “Transformation Induced Plasticity - Plasticidade Induzida por


Transformação”;

• Transformação da austenita em martensita através da deformação.


Introdução – Aços TRIP
• Resistência mecânica mais elevada e, simultaneamente, maior
ductilidade, devido ao aumento do coeficiente (taxa) de
encruamento;

• O aumento da taxa de encruamento (n) resulta em maior


deformação plástica uniforme;

• Elevada densidade de discordâncias na austenita: nucleação


homegênea.
Aços TRIP – Rota de Processamento
• Recozimento a 1200ºC e têmpera;

• Deformação da ordem de 80% de redução em espessura a 450ºC


(acima de Mi) para deformar a austenita e precipitar carbetos finos;

• Deformação plástica – laminação, à temperatura ambiente (abaixo


de Ms) para transformar alguma austenita em martensita.
Aços TRIP – Rota de Processamento
• Este método de transformação controlada pode adicionalmente ser
complementado por um tratamento de resfriamento a – 196ºC para
transformar a austenita em martensita após deformação
termomecânica;

• Seguido por revenimento ou envelhecimento a aproximadamente


400ºC. Isso se traduz numa combinação de “ausforming” com
transformação controlada.
Aços TRIP – Desvantagens
• Custo da matéria-prima, principalmente devido à grande
quantidade de níquel (teores que podem chegar a 20%) com
resistência à corrosão geralmente não tão elevada como a dos aços
inoxidáveis contendo 17% de cromo;

• Dificuldade de controlar a composição química;

• Alto custo de processamento;

• Restrições quanto ao tipo de material que pode ser processado.


Materiais e Métodos – Liga Metálica
• Aço CFB ( Aço Carbono Bainítico Livre de Carboneto): 0,18%C,
0,97%Si, 2,5%Mn, 0,002%B e 0,033%Ti;

• Mn: Aumentar a estabilidade da austenita retida (RA) e aumento de


resistência mecânica;

• Si: Suprimir a formação de cementita na estrutura bainítica e


facilitar o enriquecimento de Carbono na austenita durante a
transformação bainítica.
Materiais e Métodos – Liga Metálica
• Ti: Impedir a formação de Nitreto de Boro nas interfaces
ferrita/austenita formando Nitreto de Titânio e/ou Carbonitreto de
Titânio;

• Fusão em forno de indução a vácuo de laboratório;

• Bloco de 80Kg com seção de 140 x 140mm2;

• Homogenizado a 12500C por 2h;

• Pré forjado para 60 x 60mm2 e posterior resfriamento até T. Amb.


Materiais e Métodos – Dilatometria
• Utilizada para investigar as influências dos parâmetros de
processamento de ausforming na cinética de transformação de fase
e evolução da microestrutura;

• Dilatômetro Bähr DIL805 com fixação de termopar de Pt/Pt-10Rh (Tipo


S) soldado na superfície central dos corpos de prova;

• Corpos de prova cilíndricos de 10x5mm (comprimento e diâmetro,


respectivamente) e 4 rotas de processamento;
Materiais e Métodos – Dilatometria
• Aquecimento por bobina de indução e resfriamento com gás hélio;

• Detector de infravermelho a laser para determinar o deslocamento


do corpo de prova na direção radial (alteração volumétrica da
amostra);

• Taxa de aquecimento: 180C/s até 9500C;

• Taxa de resfriamento: 500C/s (primeiro patamar) e 200C/s (segundo


patamar).
Materiais e Métodos – Dilatometria

(a) Dilatação radial x temperatura durante aquecimento e resfriamento e (b) Diagrama TTT
experimental do aço investigado (M, B e P representam os regimes de transformação
martensítico, bainítico e perlítico, respectivamente).
Materiais e Métodos – Dilatometria

Rotas de tratamento termomecânico através de têmpera direta (I, III) e


revenido (II, IV) com e sem ausformação.
Materiais e Métodos – Dilatometria

Parâmetros Analisados Temperatura [0C] Taxa Deformação [s-1] Deformação


Efeito da Deformação 650 1 0.15, 0.78
Efeito da Temperatura de 650, 700, 750, 1 0.78
Deformação 800
Efeito da Taxa de Deformação 650 0.1, 1, 10 0.78

Variação da temperatura, taxa de deformação e deformação aplicados nas rotas


de ausforming III e IV.
Materiais e Métodos – Microestrutura
• Microscopia Óptica (MO) e Eletrônica de Varredura (MEV);

• Difração de Raios-X: Identificação das fases – Bruker D8, 30 a 1200.

• Procedimentos Metalográficos: ácido pícrico saturado e água


destilada aquecidos a 600C por 30s em banho maria e ataque com
solução de Klemm ( Solução aquosa saturada de Na2SO3 + 1g K2S2O5)
utilizada para diferenciar a austenita retida da ferrita e martensita,
mediante a coloração das fases) e Nital 3%.
Materiais e Métodos - Microestrutura e Dureza
• Frações de Fase: Austenita retida (CFC) e Ferrita Bainítica (CCC) –
Refinamento de Rietveld usando software MAUD.

• Dureza Vickers com carga de 10Kg e tempo de espera de 15s, de


acordo com a norma ASTM E92-17.
Resultados e Discussões - Temperatura Início Martensita
• A redução da temperatura de deformação no ausforming resultou em
uma diminuição de MS e do tamanho de grão ferrítico bainítico
resultante;

• MS variou de 382 para 3630C quando a temperatura de ausforming


variou de 800 para 6500C;

• Aumento de defeitos cristalinos nos grãos austeníticos com a diminuição


da temperatura de ausforming, o que gerou um aumento da resistência
da austenita sub-resfriada retardando MS.
(a) Temperaturas Ms determinadas pelas dilatações e (b) grãos austeníticos prévios de corpos
de prova após têmpera direta da temperatura de austenitização (rota I), (c) e (d) aqueles
temperados após ausformação em várias temperaturas (rota III).
Resultados e Discussões - Microestrutura
• Observou-se alterações nas morfologias das microestruras das amostras
submetidas a PIT (Revenimento Isotérmico Puro) e as amostras
submetidas ao ausforming;

• As amostras submetidas ao ausforming apresentaram uma menor


quantidade de M/A em relação às amostras submetidas somente ao PIT;

• Com a aplicação de tensões de deformação há uma maior quantidade


de geração de discordâncias, propiciando assim uma maior quantidade
de locais de nucleação de grãos ferríticos bainíticos: Reação completa.
Microestruturas observadas de espécimes submetidos a PIT (a)–(c) e ausforming (d)–(f) a
6500C sob a taxa de deformação de 1s-1 ,até a deformação de 0,78 e seguido de
revenimento isotérmic a 4000C por 1h.
Frações de fase de aços tratados determinadas por uma combinação de medições XRD (fração
RA) e análise de imagem usando um limite adaptativo (BF). M, BF e RA significam martensita,
ferrita bainítica e austenita retida, respectivamente.
Resultados e Discussões – Ensaio de Dureza
• Um aumento da martensita leva a um aumento da dureza;

• O maior valor de dureza foi de 405HV para amostra em PIT com


uma proporção de martensita de 63% e RA de 3%.
Valores de dureza Vickers em função de diferentes parâmetros de ausforming.
Conclusões
• O ausforming acelerou a cinética de transformação e com isso aumentou
a fração de bainita no aço, devido a força motriz na decomposição da
austenita;

• O ausforming refinou os grãos austeníticos e aumentou a resistência da


matriz, aumentando a estabilidade da austenita retida o que levou a
frações reduzidas de martensita;

• A dureza final do aço foi definida pela fração de martensita.

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