Desempenho Térmico de Edificações - Lamberts
Desempenho Térmico de Edificações - Lamberts
Desempenho Térmico de Edificações - Lamberts
LabEEE
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NCLEO DE PESQUISA EM CONSTRUO
LABORATRIO DE EFICINCIA ENERGTICA EM EDIFICAES
DISCIPLINA: ECV 5161 - DESEMPENHO TRMICO DE EDIFICAES
Desempenho t r mi c o de edi f i c a es Desempenho t r mi c o de edi f i c a es
Roberto Lamberts, PhD
Enedir Ghisi, M.Eng.
Ana Lgia Papst, M.Eng.
Florianpolis, agosto de 2000.
Desempenho trmico de edificaes
2
LabEEE
Sumrio
1 Conforto trmico ........................................................................................................... 4
1.1. Mecanismos de termo-regulao .............................................................................................................4
1.2. A pele................................................................................................................................................4
1.3. Trocas trmicas entre corpo e ambiente ..............................................................................................4
1.4. As variveis de conforto trmico ........................................................................................................4
1.4.1. Metabolismo ....................................................................................................................................5
1.4.2. A vestimenta....................................................................................................................................5
1.4.3. Temperatura radiante mdia .............................................................................................................6
1.4.4. Temperatura do ar ............................................................................................................................7
1.4.5. Velocidade do ar ..............................................................................................................................8
1.4.6. Umidade relativa do ar .....................................................................................................................8
1.5. ndices de conforto..................................................................................................................................9
1.5.1. A carta bioclimtica .......................................................................................................................10
1.5.2. O ndice de temperatura efetiva ......................................................................................................10
1.5.3. O voto mdio predito...................................................................................................................... 12
1.5.4. O programa Analysis...................................................................................................................... 13
2 Bioclimatologia............................................................................................................ 15
2.1 Estratgias bioclimticas ..................................................................................................................15
2.1.1 Zona de conforto ...................................................................................................................... 15
2.1.2 Ventilao ................................................................................................................................15
2.1.3 Resfriamento evaporativo .........................................................................................................16
2.1.4 Massa trmica para resfriamento...............................................................................................16
2.1.5 Resfriamento artificial ..............................................................................................................16
2.1.6 Umidificao............................................................................................................................17
2.1.7 Massa trmica e aquecimento solar ........................................................................................... 17
2.1.8 Aquecimento solar passivo ....................................................................................................... 17
2.1.9 Aquecimento artificial ..............................................................................................................18
2.2 O programa Analysis........................................................................................................................ 18
3 Protees solares.......................................................................................................... 20
3.1 Movimentos da Terra .......................................................................................................................20
3.1.1 Rotao .................................................................................................................................... 20
3.1.2 Translao ao redor do Sol........................................................................................................21
3.2 Diagramas solares ............................................................................................................................21
3.3 Transferidor de ngulos....................................................................................................................22
3.4 Projeto de protees solares..............................................................................................................23
3.4.1 Traado de mscaras.................................................................................................................23
3.4.2 Brise horizontal infinito ............................................................................................................23
3.4.3 Brise vertical infinito ................................................................................................................ 24
3.4.4 Brise horizontal finito...............................................................................................................25
3.4.5 Brise vertical finito................................................................................................................... 26
3.4.6 Brises mistos ............................................................................................................................26
4 Desempenho trmico de paredes e coberturas ........................................................... 28
4.1 Desempenho trmico de paredes....................................................................................................... 28
4.2 Formas de transmisso de calor ........................................................................................................29
4.2.1 Conduo ................................................................................................................................. 29
4.2.2 Conveco................................................................................................................................29
4.2.3 Radiao ..................................................................................................................................29
Tipo de superfcie........................................................................................................................................29
Tipo de superfcie........................................................................................................................................30
4.2.4 Condensao ............................................................................................................................30
4.3 Comportamento dos materiais opacos diante da radiao solar ..........................................................30
Tipo de superfcie........................................................................................................................................31
4.4 Desempenho trmico de coberturas ..................................................................................................32
4.5 Exemplos.........................................................................................................................................33
Desempenho trmico de edificaes
3
5 Desempenho trmico de janelas.................................................................................. 36
5.1 Vidro comum...................................................................................................................................37
5.2 Vidros especiais ...............................................................................................................................38
5.3 Fluxo de calor atravs da janela........................................................................................................38
5.4 Exemplos.........................................................................................................................................40
6 Ventilao .................................................................................................................... 41
6.1 Ventilao de inverno e de vero......................................................................................................41
6.2 Mecanismos de ventilao................................................................................................................ 41
6.2.1 Ventilao natural por diferena de temperatura........................................................................41
6.2.2 Ventilao natural por diferena de presso causada pelo vento.................................................42
6.2.3 Clculo de ventilao por efeito do vento..................................................................................42
6.2.4 Exemplo...................................................................................................................................45
7 Exemplo do uso das Diretrizes Construtivas para Habitaes Unifamiliares de
Interesse Social no Zoneamento Bioclimtico Brasileiro ................................................. 47
7.1 Exemplo .......................................................................................................................................... 47
7.2 Concluindo...................................................................................................................................51
8 Consumo de eletricidade em edificaes..................................................................... 52
8.1 Uso final de eletricidade no Brasil .................................................................................................... 52
8.2 Uso final de eletricidade em outros pases.........................................................................................54
8.3 Simulaes....................................................................................................................................... 57
8.3.1 O programa DOE 2.1E..............................................................................................................57
9 Referncias bibliogrficas ........................................................................................... 60
10 Anexos ...................................................................................................................... 63
Apresentao
Esta apostila, preparada para a Disciplina ECV 5161 - Desempenho Trmico de
Edificaes - do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina est
estruturada de forma a tratar do tema Desempenho Trmico de Edificaes atravs de 8
diferentes mdulos.
O primeiro deles est relacionado s variveis de conforto trmico humano em
edificaes e aos ndices de avaliao de conforto. A seguir, ressalta-se a importncia da
adoo de padres arquitetnicos relacionados ao clima no qual se insere a edificao atravs
da bioclimatologia. O projeto e a avaliao de protees solares so apresentadas no terceiro
mdulo. No quarto e quinto mdulos avalia-se o desempenho trmico de paredes, coberturas e
janelas como forma de alertar para a escolha adequada de componentes construtivos. No sexto
mdulo discute-se a necessidade de ventilao do ambiente construdo e apresenta-se um
algoritmo para clculo das condies de ventilao em ambientes. No stimo mdulo
exemplifica-se como avaliar a eficincia da edificao ao clima que ela est inserida. No
oitavo e ltimo mdulo apresenta-se um panorama mundial referente ao consumo de
eletricidade em edificaes.
Ementa
Conforto trmico: variveis e ndices de conforto. Arquitetura bioclimtica.
Desempenho trmico de paredes, coberturas e janelas. Protees solares: diagramas solares e
projeto de brises. Ventilao: ventilao de inverno e vero, mecanismos de ventilao,
clculo de ventilao natural por efeito do vento. Consumo e uso final de eletricidade em
edificaes: simulaes computacionais.
Desempenho trmico de edificaes
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1 Conforto trmico
Define-se Conforto Trmico como o estado mental que expressa a satisfao do
homem com o ambiente trmico que o circunda. A no satisfao pode ser causada por
sensao de desconforto pelo calor ou pelo frio.
1.1. Mecanismos de termo-regulao
Reao ao calor
Com o vero existem dificuldades para eliminar o calor devido a alta temperatura do
meio. Desta forma, origina-se a vasodilatao. Esta aumenta o volume de sangue acelerando o
ritmo cardaco provocando a transpirao.
Reao ao frio
Com o frio existem as dificuldades para manter o calor devido a baixa temperatura do
meio. Desta forma origina-se a vasoconstrio. Esta provoca a diminuio do volume de
sangue e do ritmo cardaco. O arrepio e o tiritar provocam atividade, gerando calor.
1.2. A pele
Em funo do que j foi visto, pode-se afirmar que atravs da pele que se realizam as
trocas de calor, ou seja, a pele o principal rgo termo-regulador do organismo humano.
A temperatura da pele regulada pelo fluxo sangneo que a percorre, ou seja, quanto
mais intenso o fluxo, mais elevada sua temperatura.
Ao sentir desconforto trmico, o primeiro mecanismo fisiolgico a ser ativado a
regulagem vasomotora do fluxo sangneo da camada perifrica do corpo, a camada
subcutnea, atravs da vasodilatao ou vasoconstrio, reduzindo ou aumentando a
resistncia trmica dessa camada subcutnea.
Outro mecanismo de termo-regulao da pele a transpirao, que tem incio quando
as perdas por conveco e radiao so inferiores s perdas necessrias termo-regulao.
1.3. Trocas trmicas entre corpo e ambiente
A quantidade de calor liberado pelo organismo funo da atividade desenvolvida.
Este calor ser dissipado atravs de mecanismos de trocas trmicas entre o corpo e o ambiente
envolvendo:
- trocas secas: - conduo;
- conveco;
- radiao;
- trocas midas: - evaporao.
O calor perdido para o ambiente atravs das trocas secas denominado calor sensvel
e funo das diferenas de temperatura entre o corpo e o ambiente. O calor perdido atravs
das trocas midas denominado calor latente e envolve mudanas de fase o suor (lquido)
passa para o estado gasoso atravs da evaporao.
1.4. As variveis de conforto trmico
As variveis de conforto trmico so funo da atividade fsica (metabolismo), da
resistncia trmica oferecida pela vestimenta e dos parmetros ambientais:
Desempenho trmico de edificaes
5
- temperatura do ar;
- temperatura radiante mdia;
- velocidade do ar;
- umidade relativa do ar.
Alm disso, variveis como sexo, idade, raa, hbitos alimentares, peso, altura etc
exercem influncia nas condies de conforto de cada pessoa e devem ser consideradas.
1.4.1. Metabolismo
o processo de produo de energia interna a partir de elementos combustveis
orgnicos, ou seja, atravs do metabolismo, o organismo adquire energia. Porm, de toda
energia produzida pelo organismo humano, apenas 20% transformada em potencialidade de
trabalho. Os 80% restantes so transformados em calor que deve ser dissipado para que a
temperatura interna do organismo seja mantido em equilbrio.
Isto acontece porque a temperatura interna do organismo humano deve ser mantida
praticamente constante em 37
o
C (variando entre 36,1 e 37,2
o
C). Os limites para
sobrevivncia esto entre 32 e 42
o
C.
Como a temperatura interna do organismo deve ser mantida constante, quando o meio
apresenta condies trmicas inadequadas, o sistema termo-regulador do homem ativado,
reduzindo ou aumentando as perdas de calor pelo organismo atravs de alguns mecanismos de
controle, como reao ao frio e ao calor.
Quando o organismo, sem recorrer a nenhum mecanismo de termo-regulao, perde
para o ambiente o calor produzido pelo metabolismo compatvel com a atividade realizada,
experimenta-se a sensao de conforto trmico.
A tabela 1 apresenta dados relativos ao calor dissipado pelo corpo em funo da
atividade do indivduo.
Tabela 1. Taxa metablica para diferentes atividades segundo ISO 7730 (1994).
Atividade Metabolismo
(W/m
2
)
Reclinado 46
Sentado, relaxado 58
Atividade sedentria (escritrio, escola etc.) 70
Fazer compras, atividades laboratoriais 93
Trabalhos domsticos 116
Caminhando em local plano a 2 km/h 110
Caminhando em local plano a 3 km/h 140
Caminhando em local plano a 4 km/h 165
Caminhando em local plano a 5 km/h 200
1.4.2. A vestimenta
A vestimenta equivale a uma resistncia trmica interposta entre o corpo e o meio, ou
seja, ela representa uma barreira para as trocas de calor por conveco.
A vestimenta funciona como isolante trmico, pois mantm junto ao corpo uma
camada de ar mais aquecido ou menos aquecido, conforme seja mais ou menos isolante,
conforme seu ajuste ao corpo e a poro do corpo que cobre.
Em climas secos (desertos), onde se atinge elevadas temperaturas, poderia-se pensar
Desempenho trmico de edificaes
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que a ausncia de roupas poderia garantir condies mais confortveis para os habitantes
destas regies. No entanto, em climas secos, vestimentas adequadas podem manter a umidade
advinda do organismo pela transpirao e evitar a desidratao. A vestimenta reduz o ganho
de calor relativo radiao solar direta, as perdas em condies de baixo teor de umidade e o
efeito refrigerador do suor.
A vestimenta reduz tambm a sensibilidade do corpo s variaes de temperatura e de
velocidade do ar.
Sua resistncia trmica depende do tipo de tecido, da fibra, do ajuste ao corpo, e deve
ser medida atravs das trocas secas relativas a quem usa. Sua unidade o clo (que origina de
clothes).
Assim: 1 clo = 0,155 m
2
.
o
C/W = 1 terno completo.
A tabela 2 apresenta o ndice de resistncia trmica (I
cl
) para as principais peas de
roupa, sendo que o ndice de resistncia trmica (I) para a vestimenta de uma pessoa ser,
segundo a ISO 7730 (1994), o somatrio de I
cl
, ou seja,
I = I
cl
Tabela 2. ndice de resistncia trmica para vestimentas segundo ISO 7730 (1994).
Vestimenta ndice de resistncia trmica I
cl
(clo)
Meia cala 0,10
Meia fina 0,03
Meia grossa 0,05
Calcinha e suti 0,03
Cueca 0,03
Cueco longo 0,10
Camiseta de baixo 0,09
Camisa de baixo mangas compridas 0,12
Camisa manga curta 0,15
Camisa fina mangas comprida 0,20
Camisa manga comprida 0,25
Camisa flanela manga comprida 0,30
Blusa com mangas compridas 0,15
Saia grossa 0,25
Vestido leve 0,15
Vestido grosso manga comprida 0,40
Jaqueta 0,35
Cala fina 0,20
Cala mdia 0,25
Cala flanela 0,28
Sapatos 0,04
1.4.3. Temperatura radiante mdia
A temperatura radiante mdia representa a temperatura uniforme de um ambiente
imaginrio no qual a troca de calor por radiao igual ao ambiente real no uniforme.
Desempenho trmico de edificaes
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O seu clculo pode ser feito atravs da determinao da temperatura de termmetro de
globo e da temperatura do ar. As equaes 1 e 2 apresentam a sua forma de determinao,
respectivamente, para conveco natural e forada.
Conveco natural
( ) 273 10 4 , 0 ) 273 (
4 4
8 4
+ + =
a g a g g r
t t x t t x x t t
(1)
Conveco forada
( ) 273 10 5 , 2 ) 273 (
4
6 , 0 8 4
+ + =
a g g r
t t x xV x t t
(2)
Onde
t
g
a temperatura de termmetro de globo (
o
C);
t
a
a temperatura do ar (
o
C);
V a velocidade do ar (m/s).
Para definir a equao a ser utilizada deve-se determinar o coeficiente de troca de
calor por conveco do globo apresentado nas equaes 3 e 4 e adotar-se a temperatura
radiante mdia para a forma de conveco que apresentar o maior coeficiente de troca de
calor.
Conveco natural
h
T
D
cg
= 1 4
4
, .
(3)
Conveco forada
h
V
D
cg
= 6 3
0 6
0 4
,
,
,
(4)
Onde
h
cg
o coeficiente de troca de calor por conveco do globo;
T a diferena de temperatura (t
g
- t
a
);
D o dimetro do globo (normalmente 15 cm);
V a velocidade do ar (m/s).
1.4.4. Temperatura do ar
A temperatura do ar no conseqncia da ao direta dos raios do sol, pois o ar
transparente a todos os comprimentos de ondas eletromagnticas. O processo ocorre
indiretamente: a radiao solar atinge o solo onde absorvida em parte e transformada em
calor. Portanto, a temperatura do solo aumenta e, por conveco, aquece o ar.
A temperatura do ar ser conseqncia, portanto, de um balano energtico onde
intervm:
A radiao solar incidente e o coeficiente de absoro da superfcie receptora;
A condutividade e a capacidade trmica do solo que determinam a transmisso de calor por
conduo;
As perdas por evaporao, conveco e radiao.
Desempenho trmico de edificaes
8
O resultado destes fenmenos simultneos que a temperatura do ar comea a elevar-
se a partir da sada do sol, chegando a um mximo que ocorre cerca de duas horas aps a
passagem do sol pelo meridiano como conseqncia do calor armazenado na Terra.
A partir deste momento, o balano comea a ser negativo: a energia perdida,
especialmente por radiao em direo as altas camadas da atmosfera, maior que a recebida,
fazendo com que a temperatura da superfcie da Terra comece a descer at alcanar um
mnimo pouco antes do nascer do sol.
Por que a amplitude trmica maior em climas secos do que em climas midos?
Os climas secos caracterizam-se por sua baixa umidade e pouca nebulosidade. Nos
climas midos, durante o dia, a radiao menor por causa da nebulosidade, alm do que, as
perdas por evaporao so favorecidas devido umidade que cobre o solo. Desta forma, a
temperatura superficial no atinge os valores dos solos secos.
Durante a noite, as nuvens se interpem entre a superfcie e as camadas altas da
atmosfera, que tm uma temperatura muito baixa, originando uma perda menor por radiao.
Ao mesmo tempo, ao diminuir a temperatura superficial numa atmosfera saturada de
umidade, produz-se elevada condensao acompanhada de liberao de calor, fazendo com
que a temperatura atinja valores maiores do que no clima seco.
1.4.5. Velocidade do ar
Uma das principais causas da distribuio dos ventos no globo o desequilbrio de
radiao entre as latitudes baixas e altas. O aquecimento desigual da Terra e de sua atmosfera
pela radiao solar gera energia potencial, parte da qual se transforma em energia cintica
pela elevao do ar quente e descida do ar frio.
No caso de regies martimas, durante o dia, o movimento do ar acontece do mar para
a terra, e durante a noite, da terra para o mar. Isto se deve ao fato da terra se aquecer mais
facilmente que a gua. Portanto, durante o dia, o ar prximo ao solo se aquecer, subir e
permitir o movimento do ar fresco do mar para a terra. Durante a noite, a terra resfria mais
facilmente e a gua que armazenou o calor durante o dia, aquece o ar prximo permitindo a
sua subida e a substituio pelo ar fresco vindo da terra.
1.4.6. Umidade relativa do ar
A umidade caracterizada pela quantidade de vapor dgua contido no ar. Este vapor
se forma pela evaporao da gua, processo que supe a mudana do estado lquido ao
gasoso, sem modificao da sua temperatura.
O ar, a uma determinada temperatura, somente pode conter uma certa quantidade de
vapor de gua. Quando chegamos a esse valor mximo dizemos que o ar est saturado.
Ultrapassado este limite, ocorre a condensao, no qual o vapor excedente passa ao estado
lquido, provocando o aumento da temperatura da superfcie onde ocorre a condensao.
Estes processos do lugar a uma forma particular de transferncia de calor: um corpo
perde calor por evaporao que ser ganho por aquele no qual se produz a condensao.
A umidade do ar conjuntamente com a velocidade do ar intervm na perda de calor
por evaporao. Como aproximadamente 25% da energia trmica gerada pelo organismo
eliminada sob a forma de calor latente (10% por respirao e 15% por transpirao)
importante que as condies ambientais favoream estas perdas.
medida que a temperatura do meio se eleva, dificultando as perdas por conveco e
radiao, o organismo aumenta sua eliminao por evaporao. Isto mostra a importncia de
Desempenho trmico de edificaes
9
uma ventilao adequada.
Porm, quando a temperatura do ar superior a da pele, a pessoa estaria ganhando
calor por conveco. Mas, ao mesmo tempo se produz um fenmeno de efeito contrrio, j
que a circulao do ar acelera as perdas por evaporao. No momento em que o balano
comea a ser desfavorvel, ou seja, quando apenas ganharamos calor, a umidade do ar torna-
se importante. Se o ar est saturado, a evaporao no possvel, o que faz a pessoa comear
a ganhar mais calor assim que a temperatura do ar seja superior a da pele. No caso em que o
ar est seco, as perdas continuam ainda com as temperaturas mais elevadas.
Assim, a umidade absoluta representa o peso de vapor dgua contido em uma
unidade de massa de ar (g/kg) e a umidade relativa, a relao entre a umidade absoluta do ar
e a umidade absoluta do ar saturado para a mesma temperatura.
A figura 1 apresenta uma carta psicromtrica, onde pode-se obter a umidade relativa
do ar em funo das temperaturas de bulbo mido (TBU) e seco (TBS). No anexo 1
apresenta-se a mesma carta em formato A-4.
Figura 1. Carta psicromtrica.
1.5. ndices de conforto
Com o intuito de avaliar o efeito conjunto das variveis de conforto trmico, alguns
pesquisadores sugerem diferentes ndices de conforto trmico.
De forma geral, estes ndices so desenvolvidos fixando um tipo de atividade e a
vestimenta do indivduo para, a partir da, relacionar as variveis do ambiente e reunir, sob a
forma de cartas ou nomogramas, as diversas condies ambientais que proporcionam
respostas iguais por parte dos indivduos.
Existem vrios ndices de conforto trmico, porm, para fins de aplicao s condies
ambientais correntes nos edifcios e para as condies climticas brasileiras, sero
Desempenho trmico de edificaes
10
apresentados apenas trs:
- carta bioclimtica;
- temperatura efetiva;
- voto mdio predito.
1.5.1. A carta bioclimtica
Esta carta foi desenvolvida por Olgyay e organizada em funo da temperatura de
bulbo seco e da umidade relativa do ar (OLGYAY, 1973).
A carta bioclimtica apresentada na figura 2 foi desenvolvida para habitantes de
regies de clima quente, em trabalho leve e com vestimenta de 1 clo.
Deve-se atentar que combinaes de temperatura de bulbo seco e umidade relativa que
recaiam fora da zona de conforto representam situaes que podem obter conforto trmico
com a incidncia de ventos ou de radiao solar, respectivamente, para pontos acima e abaixo
da zona de conforto.
Figura 2. Carta bioclimtica de Olgyay segundo KOENIGSBERGER et alii (1980).
1.5.2. O ndice de temperatura efetiva
O ndice de temperatura efetiva, desenvolvido por Yaglow e Houghten em 1923,
correlaciona as sensaes de conforto com as condies de temperatura, umidade e velocidade
do ar e apresentado sob a forma de um nomograma, conforme mostra a figura 3.
Desempenho trmico de edificaes
11
Figura 3. Temperatura efetiva e efetiva corrigida para 1 clo segundo
KOENIGSBERGER et alii (1980).
Em 1932, Vernon e Warner apresentaram uma proposta de correo para este ndice,
utilizando a temperatura do termmetro de globo em vez da temperatura do ar, para base dos
clculos, pois a temperatura de radiao, sendo superior ou inferior temperatura do ar,
proporciona alteraes na sensao de conforto. A figura 4 apresenta este nomograma.
Desempenho trmico de edificaes
12
Figura 4. Temperatura efetiva e efetiva corrigida para 0,1 clo segundo
KOENIGSBERGER et alii (1980).
1.5.3. O voto mdio predito
Este mtodo foi desenvolvido por Fanger (FANGER, 1972) e considerado o mais
completo dos ndices de conforto pois analisa a sensao de conforto em funo das 6
variveis. Faz uma relao entre o voto mdio predito (PMV Predicted Mean Vote) e a
porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD Predicted Percentage of Dissatisfied).
Este ndice prev o voto de um grande grupo de pessoas atravs da escala mostrada na
tabela 3.
Desempenho trmico de edificaes
13
Tabela 3. Escala trmica de Fanger.
Escala Sensao
+3 muito quente
+2 quente
+1 levemente quente
0 neutro
-1 levemente frio
-2 frio
-3 muito frio
Porm, este ndice deve ser usado apenas para valores entre 2 e +2, pois acima destes
limites teramos aproximadamente mais de 80% das pessoas insatisfeitas (ISO 7730, 1984),
como pode-se perceber na figura 5.
Figura 5. PMV e PPD.
Devido as diferenas individuais difcil especificar um ambiente trmico que
satisfaa a todos, sempre haver uma percentagem de insatisfeitos. Segundo a ISO 7730, um
ambiente considerado termicamente aceitvel quando PPD < 10%, ou seja, -0,5 < PMV <
+0,5.
1.5.4. O programa Analysis
Este programa, desenvolvido no NPC, visa tornar mais acessvel o mtodo
desenvolvido por Fanger. Atravs das condies ambientais e das variveis humanas como
atividade e vestimenta, o Analysis indica o PMV e o PPD para o ambiente em questo. A
figura 6 apresenta a tela de entrada e a figura 7 a tela de resultados para avaliao de
desempenho trmico de ambientes no programa Analysis.
Desempenho trmico de edificaes
14
Figura 6. Tela de entrada de dados para avaliao de conforto trmico no Analysis.
Figura 7. Tela de resultados para avaliao de conforto trmico no Analysis.
Desempenho trmico de edificaes
15
2 Bioclimatologia
A bioclimatologia estuda as relaes entre o clima e o ser humano. Como forma de
tirar partido das condies climticas para criar uma arquitetura com desempenho trmico
adequado, OLGYAY (1973) criou a expresso Projeto Bioclimtico, que visa a adequao
da arquitetura ao clima local.
2.1 Estratgias bioclimticas
Estas estratgias, corretamente utilizadas durante a concepo do projeto da
edificao, podem proporcionar melhoras nas condies de conforto trmico e reduo no
consumo de energia. A seguir apresenta-se uma discusso breve a respeito de cada estratgia.
Porm, informaes mais detalhadas podem ser obtidas em ANDRADE (1996) ou em
LAMBERTS et alii (1997).
2.1.1 Zona de conforto
Para condies climticas que
resultem em pontos delimitados por esta
regio existe uma grande probabilidade
das pessoas perceberem a sensao de
conforto trmico. Desta forma, pode-se
verificar que a sensao de conforto
trmico pode ser obtida para umidade
relativa variando de 20 a 80% e
temperatura entre 18 e 29
o
C.
Figura 8. Zona de conforto.
2.1.2 Ventilao
A ventilao corresponde uma
estratgia de resfriamento natural do
ambiente construdo atravs da
substituio do ar interno (mais quente)
pelo externo (mais frio).
As solues arquitetnicas
comumente utilizadas so ventilao
cruzada, ventilao da cobertura e
ventilao do piso sob a edificao.
Figura 9. Zona de ventilao.
Desempenho trmico de edificaes
16
2.1.3 Resfriamento evaporativo
Figura 10. Zona de resfriamento evaporativo.
O resfriamento evaporativo uma
estratgia utilizada para aumentar a
umidade relativa do ar e diminuir a sua
temperatura. O resfriamento evaporativo
pode ser obtido de forma direta ou
indireta.
O uso de vegetao, de fontes
dgua ou de outros recursos que
resultem na evaporao da gua
diretamente no ambiente que se deseja
resfriar constituem-se em formas diretas
de resfriamento evaporativo.
Uma forma indireta pode ser obtida atravs de tanques dgua sombreados executados
sobre a laje de cobertura.
2.1.4 Massa trmica para resfriamento
Figura 11. Zona de massa trmica para
resfriamento.
A utilizao de componentes
construtivos com inrcia trmica
(capacidade trmica) superior faz com
que a amplitude da temperatura interior
diminua em relao a exterior, ou seja, os
picos de temperatura verificados
externamente no sero percebidos
internamente.Componentes construtivos
com elevada capacidade trmica so
indicados para climas quente e seco onde
a temperatura atinge valores muito altos
durante o dia e extremamente baixos
durante a noite. Nestes casos, a capacidade trmica do componente permite o atraso da onda
de calor fazendo com que este calor incida no ambiente interno apenas no perodo da noite,
quando existe a necessidade de aquecimento.
2.1.5 Resfriamento artificial
Figura 12. Zona de resfriamento artificial.
O resfriamento artificial deve ser
utilizado quando as estratgias de
ventilao, resfriamento evaporativo e
massa trmica no proporcionam as
condies desejadas de conforto.
Desempenho trmico de edificaes
17
2.1.6 Umidificao
Figura 13. Zona de umidificao.
A estratgia de umidificao
recomendada quando a temperatura do ar
apresenta-se menor que 27
o
C e a
umidade relativa abaixo de 20%
(EVANS & SCHILLER, 1988).
Recursos simples, como recipientes com
gua colocados no ambiente interno
podem aumentar a umidade relativa do
ar. Da mesma forma, aberturas
hermticas podem manter esta umidade,
alm do vapor dgua gerado por
atividades domsticas ou produzido por
plantas.
2.1.7 Massa trmica e aquecimento solar
Figura 14. Zona de massa trmica e
aquecimento solar.
Neste caso, pode-se adotar
componentes construtivos com maior
inrcia trmica, alm de aquecimento
solar passivo e isolamento trmico, para
evitar perdas de calor, pois esta zona
situa-se entre temperaturas de 14 a 20
o
C.
2.1.8 Aquecimento solar passivo
Figura 15. Zona de aquecimento solar passivo.
O aquecimento solar passivo deve
ser adotado para os casos com baixa
temperatura do ar. Recomenda-se que a
edificao tenha superfcies envidraadas
orientadas para o sol e aberturas
reduzidas nas fachadas que no recebem
insolao para evitar perdas de calor.
Esta estratgia pode ser conseguida
atravs de orientao adequada da
edificao e de cores que maximizem os
ganhos de calor, atravs de aberturas
zenitais ou de coletores de calor
colocados no telhado.
Desempenho trmico de edificaes
18
2.1.9 Aquecimento artificial
Figura 16. Zona de aquecimento artificial.
Este tipo de estratgia deve ser
utilizado apenas em locais extremamente
frios, com temperatura inferior a
aproximadamente 10,5
o
C, em que a
estratgia de aquecimento solar passivo
no seja suficiente para produzir
sensao de conforto.
2.2 O programa Analysis
Atravs de um ano climtico de referncia pode-se determinar as estratgias
bioclimticas mais adequadas para cada localidade atravs do programa Analysis Bio. A
figura 17 apresenta a carta bioclimtica para a cidade de Florianpolis e a figura 18 as
estratgias bioclimticas para este caso.
0
5
1 0
1 5
2 0
2 5
3 0
0
5
1 0
1 5
2 0
2 5
3 0
0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0
TBS[C]
T
B
U
[
C
]
W
[
g
/
k
g
]
U
F
S
C
-
E
C
V
-
L
a
b
E
E
E
-
N
P
C
Z ON A S :
1
1. Conforto
2
2. Venti l acao
3
3. R esfri amento Ev aporativ o
4
4. Mas s a Trmic a p/ Res f r.
5
5. Ar Condi ci onado
6
6. U midific a o
7
7. Mas s a Trmic a / Aque c iment o Solar
8
8. Aqueci mento S o lar Pas s iv o
9
9. Aquecimento Artificial
1 0
10. Ventila o/ Mas s a
1 1
11. Vent./ Ma s s a / Re s f. Evap.
1 2
12.Ma s s a / Re s f. Evap.
Figura 17. Carta bioclimtica para Florianpolis pelo Analysis Bio.
Desempenho trmico de edificaes
19
Sensao Estratgia % horas
Conforto - 21.0%
Desconforto - 79.0%
Desconforto por Calor Ventilao 36.5%
Resfriamento Evaporativo 0.89%
Massa Trmica para Resfriamento 0.94%
Ar Condicionado 1.68%
Desconforto por Frio Massa Trmica +Aquecimento Solar 35.4%
Aquecimento Solar 3.84%
Aquecimento Artificial 1.53%
Tabela 4. Resultado das estratgias bioclimticas para Florianpolis pelo Analysis Bio.
Como pode-se perceber na Tabela 4, no perodo anual em Florianpolis obtm-se
condies de conforto trmico em apenas 21% deste perodo. Porm, estratgias como
ventilao, aquecimento solar passivo e massa trmica podem tornar o ambiente termicamente
confortvel em mais de 95% do perodo anual.
Desempenho trmico de edificaes
20
3 Protees solares
Para facilitar o estudo da influncia do Sol no ambiente construdo, o entendimento do
seu movimento aparente em relao Terra deve ser conhecido. Portanto, para traar os
diagramas solares, considera-se a Terra fixa e o Sol percorrendo a trajetria diria da
abbada celeste, variando de caminho em funo da poca do ano, conforme mostra Figura
18.
Figura 18. Movimento aparente do Sol para a latitude 27
o
Sul.
Para se localizar qualquer posio do Sol na abbada celeste deve-se conhecer a
altitude e o azimute solar, conforme mostra a Figura 19.
Figura 19. Altitude e azimute solar.
3.1 Movimentos da Terra
3.1.1 Rotao
A rotao ao redor de um eixo Norte-Sul, que passa por seus plos, origina o dia e a
noite (Figura 20).
Desempenho trmico de edificaes
21
Figura 20. Rotao da Terra.
3.1.2 Translao ao redor do Sol
A Terra realiza um movimento elptico ao redor do Sol conforme mostra a Figura 21.
Figura 21. Translao da Terra ao redor do Sol.
O movimento de translao da Terra ao redor do Sol determina as quatro diferentes
estaes do ano. A Tabela 5 apresenta a data de incio destas estaes no hemisfrio sul, bem
como a sua denominao.
Tabela 5. Datas de incio das estaes do ano para o hemisfrio sul.
Data Denominao
21 de maro Equincio de outono
21 de setembro Equincio de primavera
21 de junho Solstcio de inverno
21 de dezembro Solstcio de vero
3.2 Diagramas solares
Atravs das informaes mostradas at o momento e do conhecimento do traado de
projeo estereogrfica (existem outros mtodos) pode-se traar os diagramas solares. A
Figura 22 apresenta um exemplo de projeo estereogrfica para a latitude 27
o
Sul e a Figura
23, o diagrama solar para esta latitude.
Desempenho trmico de edificaes
22
Figura 22. Projeo estereogrfica para a
latitude 27
o
Sul.
Figura 23. Diagrama solar para a latitude
27
o
Sul.
A Figura 24 apresenta o diagrama solar para a latitude 28
o
Sul, muito prxima
latitude de Florianpolis (27
o
35 Sul). Neste caso, a projeo utilizada a eqidistante.
Figura 24. Diagrama solar para Florianpolis (latitude 28
o
Sul).
3.3 Transferidor de ngulos
Para facilitar o traado de mscaras deve-se utilizar o transferidor de ngulos
Desempenho trmico de edificaes
23
apresentado na Figura 25.
Figura 25. Transferidor de ngulos.
3.4 Projeto de protees solares
Entendido o movimento aparente do sol percebido por um observador na Terra, pode-
se utilizar este conhecimento para o traado de protees solares (brises) que impeam a
entrada de raios solares no interior do ambiente durante as horas do dia e os meses do ano em
que se deseja esta proteo.
O tipo de brise e suas dimenses so funo da eficincia desejada. Portanto, um brise
ser considerado eficiente quando impedir a entrada de raios solares no perodo desejado.
3.4.1 Traado de mscaras
Para projetar protees solares, a segunda informao que deve ser conhecida o tipo
de mascaramento que cada tipo de brise proporciona. Portanto, o traado de mscaras a
ferramenta utilizada no projeto de protees solares.
3.4.2 Brise horizontal infinito
Os brises horizontais
impedem a entrada dos raios
solares atravs da abertura a partir
do ngulo de altitude solar. O
traado do mascaramento
proporcionado por este brise
determinado em funo do ngulo
e apresentado na Figura 26.
Desempenho trmico de edificaes
24
Figura 26. Mascaramento proporcionado pelo brise horizontal infinito.
Pode-se perceber que h incidncia do sol no interior do ambiente apenas quando o
seu ngulo de altitude estiver entre a linha do horizonte e o ngulo .
3.4.3 Brise vertical infinito
Os brises verticais impedem a entrada
dos raios solares atravs da abertura a partir
do ngulo de azimute solar. O traado do
mascaramento proporcionado por este brise
determinado em funo do ngulo e
apresentado na Figura 27.
Desempenho trmico de edificaes
25
Figura 27. Mascaramento proporcionado pelo brise vertical infinito.
Neste caso, a incidncia de raios solares no ambiente ocorre quando o ngulo de
azimute solar est entre os dois ngulos determinados.
Como em situaes reais difcil a existncia de brises que podem ser considerados
infinitos, surge a necessidade de definio de um terceiro ngulo, o . Este ngulo limita o
sombreamento produzido pelos ngulos e .
3.4.4 Brise horizontal finito
Este tipo de brise tem a sua eficincia
limitada pois a sua projeo lateral limitada
pelos ngulos , como mostra a Figura 28.
Figura 28. Mascaramento proporcionado pelo brise horizontal finito.
Desempenho trmico de edificaes
26
3.4.5 Brise vertical finito
Para o brise vertical o sombreamento
produzido pelos ngulos ser limitado pelos
ngulos , como mostra a Figura 29.
Figura 29. Mascaramento proporcionado pelo brise vertical finito.
3.4.6 Brises mistos
Atravs do mascaramento produzido pelos quatro tipos bsicos de brises apresentados
anteriormente pode-se determinar o mascaramento para qualquer tipo de brise com diferentes
combinaes de brises horizontais e verticais, conforme mostra a Figura 30.
Desempenho trmico de edificaes
27
Figura 30. Brises mistos.
O anexo 5 apresenta alguns exemplos de mascaramento proporcionado por diferentes
tipos de brises.
Desempenho trmico de edificaes
28
4 Desempenho trmico de paredes e coberturas
4.1 Desempenho trmico de paredes
A condio essencial para a transmisso de calor que os corpos tenham temperaturas
diferentes. A Figura 31 exemplifica esta afirmao.
T
1
T
1
> T
2
T
2
A B
Figura 31. Condio para transferncia de calor.
O corpo A cede parte de sua energia trmica, o que provoca um abaixamento de sua
temperatura enquanto que o B, ao assimilar esta energia trmica, aumentar sua temperatura.
O processo continua at que as temperaturas se igualem (T
1
= T
2
), ou seja, at que se atinja o
equilbrio trmico.
Para o caso de paredes, a Figura 32 apresenta o sentido do fluxo de calor em funo da
diferena de temperatura externa e interna.
T
ext
q
T
int
T
ext
> T
int
Figura 32. Transferncia de calor em uma parede.
Portanto, a equao 5 mostra o fluxo de calor que atravessa a parede.
q = U.(T T U. T
ext int
= ) (5)
Onde
U a transmitncia trmica (W/m
2
.K);
T a diferena de temperatura entre os meios externo e interno (K);
q a densidade de fluxo de calor (W/m
2
).
A transmitncia trmica, capacidade trmica, atraso trmico e fator de calor solar
podem ser determinados atravs dos procedimentos apresentados pelo Projeto 02:135.07-002
(1998) de Norma da ABNT: Desempenho trmico de edificaes - Parte 2: Mtodos de
clculo da transmitncia trmica, da capacidade trmica, do atraso trmico e do fator de
calor solar de elementos e componentes de edificaes. Este projeto de norma, bem como o
projeto para definies dos termos utilizados so apresentadas nos anexos 2 e 3. Todas as
propriedades trmicas calculadas pelo Projeto de Norma so para um regime estacionrio de
transmisso de calor, que se caracteriza por apresentar temperaturas constantes, que no
Desempenho trmico de edificaes
29
variam com o tempo, e consequentemente a quantidade de calor transmitida por uma seo
sempre igual. J num regime transiente h variaes do fluxo de calor que atravessa uma
seo com o tempo, causado pela variao da temperatura em pelo menos uma das faces.
O fluxo de calor que incidir no ambiente interno ser dado pela equao 6.
= q.A = U. T.A (6)
Porm, o fluxo de calor no funo apenas de T. Ele funo, tambm, da radiao
solar incidente na superfcie. Assim, antes de incluir a radiao solar nos clculos (seo 4.3)
apresenta-se uma breve reviso das formas de transmisso de calor.
4.2 Formas de transmisso de calor
4.2.1 Conduo
A conduo se realiza por contato molecular, ou melhor, por contato entre as
molculas dos corpos. Ocorre em slidos, lquidos e gases. No entanto, nos fluidos ocorrem
fenmenos convectivos que alteram o processo original. Por esta razo, a conduo refere-se
aos slidos. Poder ser relacionada aos fluidos quando no se verificam movimentos
convectivos.
4.2.2 Conveco
A conveco se verifica quando os corpos esto em contato molecular e um deles, pelo
menos, um fluido. O processo possui duas fases: na primeira o calor se transmite por
conduo, na segunda, a alterao sofrida pela temperatura do fluido modifica sua densidade
provocando o movimento convectivo.
4.2.3 Radiao
A radiao ocorre mediante uma dupla transformao da energia: uma parte do calor
do corpo com maior temperatura se converte em energia radiante que chega at o corpo com
menor temperatura, onde absorvida numa proporo que depende das propriedades da
superfcie receptora, sendo novamente transformada em calor.
As propriedades da superfcie receptora so representadas pela emissividade (ou
poder emissivo) do corpo (Tabela 6).
Tabela 6. Emissividade de superfcies.
Tipo de superfcie
Chapa de alumnio (nova e brilhante) 0,05
Chapa de alumnio (oxidada) 0,12
Chapa de ao galvanizada (nova e brilhante) 0,25
Caiao nova 0,90
Concreto aparente 0,85 / 0,95
Telha de barro 0,85 / 0,95
Tijolo aparente 0,85 / 0,95
Reboco claro 0,85 / 0,95
Revestimento asfltico 0,90 / 0,98
Vidro comum de janela 0,90 / 0,95
Desempenho trmico de edificaes
30
Tabela 6. Emissividade de superfcies (cont.).
Tipo de superfcie
Pintura: - branca
- amarela
- verde claro
- alumnio
verde escuro
- vermelha
- preta
0,90
0,90
0,90
0,50
0,90
0,90
0,90
Fonte: Projeto de Norma da ABNT 02:135.07-002 (1998)
A emissividade est relacionada fontes de baixa temperatura (ondas longas). Quando
a superfcie est exposta radiao solar (fonte de alta temperatura onda curta) as
propriedades desta superfcie so representadas pela absortividade (tabela 5).
4.2.4 Condensao
O ar, a uma temperatura determinada, pode conter apenas uma certa quantidade de
vapor dgua. Esta quantidade aumenta medida que aumenta a temperatura do ar. Quando se
atinge o valor mximo diz-se que o ar est saturado e atingiu-se a temperatura de orvalho.
Deste modo, qualquer abaixamento em relao a este valor significar o comeo da
condensao.
4.3 Comportamento dos materiais opacos diante da radiao solar
Quando a energia radiante incide sobre um corpo opaco ela absorvida ou refletida,
como pode-se observar na Figura 33.
Figura 33. Radiao solar em superfcies opacas.
A equao 7 mostra o balano trmico para a Figura 33.
. RS+ . RS = RS + =1 (7)
Desempenho trmico de edificaes
31
Onde
a absortividade solar (funo da cor);
a refletividade solar.
A Tabela 7 apresenta a absortividade para alguns materiais utilizados na construo
civil e algumas cores.
Tabela 7. Absortividade de cores e superfcies.
Tipo de superfcie
Chapa de alumnio (nova e brilhante) 0,05
Chapa de alumnio (oxidada) 0,15
Chapa de ao galvanizada (nova e brilhante) 0,25
Caiao nova 0,12 / 0,15
Concreto aparente 0,65 / 0,80
Telha de barro 0,75 / 0,80
Tijolo aparente 0,65 / 0,80
Reboco claro 0,30 / 0,50
Revestimento asfltico 0,85 / 0,98
Vidro comum de janela Transparente
Pintura: - branca
- amarela
- verde claro
- alumnio
verde escuro
- vermelha
- preta
0,20
0,30
0,40
0,40
0,70
0,74
0,97
Fonte: Projeto de Norma da ABNT 02:135.07-002 (1998)
A energia radiante absorvida se transforma em energia trmica ou calor; a refletida
no sofre modificao alguma.
Desta forma, a radiao solar ser includa no clculo do fluxo de calor atravs de uma
temperatura equivalente ou, como comumente chamada, temperatura sol-ar. Portanto, a
equao 6 pode ser reescrita na forma da equao 8.
= U. T.A = U.A.(T
sol-ar
T
int
) (8)
A temperatura sol-ar (T
sol-ar
) representa o efeito combinado da radiao solar incidente
no fechamento e dos intercmbios de energia por radiao e conveco entre a superfcie e o
meio envolvente; nestes processos intervm o coeficiente de absoro () e a emissividade ()
do material. A temperatura sol-ar dada pela equao 9.
T
sol-ar
= + T RS R R R
ext se L se
. . . . (9)
Onde
RS a radiao total incidente na superfcie (W/m
2
);
R
se
a resistncia superficial externa; representa os intercmbios de calor por conveco e
radiao entre a superfcie e o meio;
Desempenho trmico de edificaes
32
R
L
a diferena entre a radiao de onda longa emitida e recebida pela superfcie.
Para planos verticais, a diferena entre a radiao de onda longa emitida e recebida
pela superfcie (R
L
) nula pois as perdas ficam compensadas pela radiao de onda longa
recebida do solo e das superfcies do meio. Portanto, para paredes, a equao 9 pode ser
reescrita na forma da equao 10.
T
sol-ar
= + T RS R
ext se
. . (10)
Assim, substituindo-se a temperatura sol-ar na equao 8, o fluxo de calor em planos
verticais (paredes) ser dado pela equao 11.
= U. A.(T
ext
+ . . )
int
RS R T
se
(11)
No Projeto de Norma do anexo 4 so apresentados exemplos da transmitncia trmica
(U), a capacidade trmica (C
T
) e o atraso trmico () de paredes comumente utilizadas em
edificaes brasileiras. As caractersticas trmicas dos materiais, frmulas e exemplos de
clculo so apresentados no Projeto de Norma do anexo 3.
4.4 Desempenho trmico de coberturas
Para planos horizontais, como coberturas, o termo .R
L
.R
se
, segundo dados
experimentais, igual a 4
o
C, visto que as camadas altas da atmosfera tm sempre uma baixa
temperatura fazendo com que estes planos percam permanentemente energia por radiao.
Portanto, para coberturas, a equao 9 pode ser reescrita na forma da equao 12.
T
sol-ar
= + T RS R
ext se
. . 4 (12)
Esta subtrao de 4
o
C tambm se aplica durante o perodo noturno. A condensao da
umidade atmosfrica facilmente percebida nestas superfcies horizontais devido as perdas de
calor por radiao.
Assim, substituindo-se a temperatura sol-ar (equao 12) na equao 8, o fluxo de
calor em planos horizontais (coberturas) ser dado pela equao 13.
= U.A.(T
ext
+ . . )
int
RS R T
se
4 (13)
Exemplos de transmitncia (U), capacidade trmica (C
T
), e o atraso trmico () de
coberturas so apresentados no Projeto de Norma do anexo 4. As caractersticas trmicas dos
materiais, frmulas e exemplos de clculo so apresentados no Projeto de Norma do anexo 3.
Duas observaes devem ser consideradas:
As transmitncias trmicas e os atrasos trmicos das coberturas so calculados para condies
de vero.
A semelhana entre a transmitncia trmica da cobertura com telha de barro e aquela com
telha de fibro-cimento se deve ao fato da condutividade trmica do material cermico no
expressar a sua capacidade de absoro dgua (de chuva ou de condensao) devido a sua
porosidade. Este fenmeno contribui para a reduo da taxa de fluxo de calor para o interior
da edificao pois parte deste calor ser dissipado no aquecimento e evaporao da gua
Desempenho trmico de edificaes
33
contida nos poros da telha.
A tabela 7 apresenta a radiao solar (RS) incidente em diferentes orientaes e em
diferentes horas do dia para o dia 22 de dezembro na latitude 30
o
Sul. Informaes para outras
latitudes ou outros perodos do ano podem ser obtidas em FROTA & SCHIFFER (1995).
Tabela 8. Radiao solar incidente em planos verticais e horizontais para o dia 22 de
dezembro na latitude 30
o
Sul segundo FROTA & SCHIFFER (1995).
Orientao Radiao solar (W/m
2
)
6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
Sul 142 188 143 78 63 68 65 68 63 78 143 188 142
Sudeste 330 563 586 502 345 116 65 68 63 58 50 43 25
Leste 340 633 715 667 517 309 65 68 63 58 50 43 25
Nordeste 165 357 456 475 422 311 146 68 63 58 50 43 25
Norte 25 43 50 58 117 170 179 170 117 58 50 43 25
Noroeste 25 43 50 58 63 68 146 311 422 475 456 357 165
Oeste 25 43 50 58 63 68 65 309 517 667 715 633 340
Sudoeste 25 43 50 58 63 68 65 116 345 502 586 563 330
Horizontal 114 345 588 804 985 1099 1134 1099 985 804 588 345 114
4.5 Exemplos
a) Dada uma parede com transmitncia trmica de 2,00 W/m
2
K, orientada a oeste (latitude 30
o
Sul) com pintura externa na cor branca, determinar o fluxo de calor para a pior situao de
vero. A temperatura externa de 30
o
C e a interna de 25
o
C. A parede tem dimenses de 5,00
x 3,00 m.
Soluo
O fluxo de calor dado pela equao:
= U. A.(T
ext
+ . . )
int
RS R T
se
Assume-se = 0,3 (parede branca);
R
se
= 0,04 m
2
K/W (tabela 1 do anexo 2);
RS = 715 W/m
2
(s 16 horas tabela 8).
Portanto, o fluxo de calor ser:
= 2,00.5,00.3,00.(30 + 0,3.715.0,04 25) = 407,4 W.
b) O mesmo problema anterior com parede na cor preta.
Soluo
Nesta nova situao, a nica varivel alterada a absortividade, que para a parede preta ser
assumida igual a 0,8. Portanto, teremos:
= 2,00.5,00.3,00.(30 + 0,8.715.0,04 25) = 836,4 W.
c) Tem-se uma parede de cor branca com transmitncia trmica de 3,00 W/m
2
K. Determinar a
Desempenho trmico de edificaes
34
transmitncia que deve ter uma parede equivalente quando pintada de preto para que a
densidade de fluxo de calor (W/m
2
) seja a mesma. Orientao leste. Latitude 30
o
Sul. Pior
situao de vero.
Soluo
Parede branca Parede preta
U = 3,00 W/m
2
K 4.5.1.1.1 U = ?
= 0,3 = 0,8
RS = 715 W/m
2
RS = 715 W/m
2
R
se
= 0,04 m
2
K/W R
se
= 0,04 m
2
K/W
T
ext
= 30
o
C T
ext
= 30
o
C
T
int
= 20
o
C T
int
= 20
o
C
Temos que:
q = U.(T
ext
+ .RS. R
se
T
int
)
Para a parede branca, temos:
q
b
= 3,00.(30 + 0,3.715.0,04 20)
Para a parede preta, temos:
q
p
= U.(30 + 0,8.715.0,04 20)
Para a situao proposta, a densidade de fluxo de calor deve ser a mesma para as duas
situaes. Portanto,
q
b
= q
p
3,00.(30 + 0,3.715.0,04 20) = U.(30 + 0,8.715.0,04 20) U = 1,46 W/m
2
K.
d) Determinar a espessura de cada uma das paredes do exemplo c, supondo-as de concreto
macio (
concreto
= 1,75 W/mK).
Soluo
Parede branca:
U = 3,00 W/m
2
K
R
T
= 1/U = 1/3,00 = 0,3333 m
2
K/W
R
T
= R
se
+ R
t
+ R
si
onde R
si
= 0,13 m
2
K/W
R
se
= 0,04 m
2
K/W
Logo,
R
t
= 0,3333 0,13 0,04 = 0,1633 m
2
K/W
Por definio, temos:
R
t
= e/ e = R
t
. = 0,1633.1,75 = 0,30 m = 30 cm.
Parede preta:
U = 1,46 W/m
2
K
R
T
= 1/U = 1/1,46 = 0,6849 m
2
K/W
R
T
= R
se
+ R
t
+ R
si
onde R
si
= 0,13 m
2
K/W
R
se
= 0,04 m
2
K/W
Logo,
Desempenho trmico de edificaes
35
R
t
= 0,6849 0,13 0,04 = 0,5149 m
2
K/W
Por definio, temos:
R
t
= e/ e = R
t
. = 0,5149.1,75 = 0,90 m = 90 cm.
e) Uma cobertura com telhas de fibro-cimento e forro de pinus apresenta uma transmitncia
trmica de 2,00 W/m
2
K para a situao de vero. Latitude 30
o
Sul. rea = 28,00 m
2
.
Determinar o fluxo de calor para o horrio de mxima radiao solar. Admitir temperatura
externa e interna iguais.
Soluo
O fluxo de calor dado pela equao:
= U.A.(T
ext
+ .RS. R
se
4 T
int
)
Assume-se = 0,8 (fibro-cimento escurecido pelo tempo);
R
se
= 0,04 m
2
K/W (tabela 1 do anexo 2);
RS = 1134 W/m
2
(s 12 horas tabela 8).
Portanto, o fluxo de calor ser:
= 2,00.28,00.(0,8.1134.0,04 4) = 1808 W.
Desempenho trmico de edificaes
36
5 Desempenho trmico de janelas
Os vidros so materiais transparentes s radiaes visveis e que permitem a
iluminao natural do espao interior e estabelecem uma conexo visual com o exterior.
Porm, podem gerar problemas trmicos, acsticos e econmicos.
Quando a energia radiante incide sobre uma superfcie transparente ela absorvida,
refletida ou transmitida como pode-se observar na Figura 34.
Figura 34. Radiao solar em superfcies transparentes.
A equao 14 mostra o balano trmico para a Figura 34.
. . . RS RS RS RS + + = + + =1 (14)
Onde
a absortividade do vidro;
a refletividade do vidro;
a transmissividade do vidro.
Um corpo ao receber energia radiante, reage seletivamente, o que significa que a
quantidade de energia que absorve, reflete ou transmite depende do comprimento de onda do
raio incidente. Com o vidro acontece um fenmeno similar como mostra a Figura 35.
Desempenho trmico de edificaes
37
Figura 35. Comportamento de alguns vidros diante da energia radiante.
5.1 Vidro comum
Se um raio formado exclusivamente por uma onda eletromagntica de 1,6 m, por
exemplo, incide perpendicularmente sobre este vidro, 80% de sua energia se transmitir por
transparncia e os 20% restantes sero refletidos e absorvidos. Este vidro muito transparente
aos comprimentos de onda entre 0,4 e 2,8 m, isto , numa banda que inclui as radiaes
visveis, o infravermelho prximo e parte de infravermelho mdio. A partir deste limite, a
transmisso desce bruscamente at que aps os 4 m o vidro passa a comportar-se como um
material totalmente opaco radiao incidente.
Quais os fenmenos trmicos que ocorrem em um local quando um raio de sol incide
sobre um vidro comum?
Parte dessa energia passa por transparncia ao interior do local e absorvida e
refletida pelos mveis e paredes. A energia absorvida se transforma em calor provocando a
elevao da temperatura do meio. Como essa energia retorna ao exterior? A primeira
possibilidade por conveco. Nos locais fechados esta forma de transmisso constitui um
processo lento j que primeiro deve ser aquecido o ar; depois, mediante movimentos
convectivos, este atingir o vidro, o qual, mediante processos de conduo, ser transmitido
em parte ao exterior. A outra forma por radiao. No entanto, os corpos, temperatura
normal do ambiente em que estamos, emitem energia radiante de onda longa (em torno de 9
m). Para este comprimento de onda, o vidro opaco. Este processo onde a radiao solar
Desempenho trmico de edificaes
38
entrou facilmente no local e encontrou dificuldades para sair denominado efeito estufa.
5.2 Vidros especiais
Para amenizar as conseqncias trmicas criadas pelo vidro comum desenvolveram-se
outros tipos de vidro como os vidros absorventes (ou atrmicos) e os vidros refletores. A
tabela 9 apresenta o percentual transmitido, absorvido e refletido por alguns tipos de vidro.
Tabela 9. Comportamento trmico de alguns vidros segundo RIVERO (1986).
Tipo de vidro
Comum 0,85 0,07 0,08
Absorvente claro 0,52 0,41 0,07
Absorvente mdio 0,31 0,63 0,06
Absorvente escuro 0,09 0,86 0,05
Refletor mdio 0,25 0,42 0,33
Refletor escuro 0,11 0,42 0,47
5.3 Fluxo de calor atravs da janela
Com base na equao 12 para paredes, pode-se perceber que no caso de janelas deve-
se acrescentar a parcela de fluxo de calor que penetra no ambiente por transparncia. A
equao 15 esclarece esta situao.
q RS R T RS
se
= U. (T
ext
+ + . . ) .
int
(15)
Separando-se os ganhos de calor devido a diferena de temperatura e devido a
incidncia de radiao solar obtm-se a equao 16.
q T U R RS
se
= U.(T
ext
+ +
int
) ( . . ). (16)
Desta forma, a parcela U..R
se
+ chamada de fator solar (F
s
). Este fator representa a
razo entre a quantidade de radiao solar que atravessa e a que incide na janela. A equao
17 apresenta a forma simplificada de determinao de densidade de fluxo de calor em janelas.
q F RS
s
= U. T + . (17)
As Tabela 10 e Tabela 11 apresentam, respectivamente, o fator solar para alguns tipos
de superfcies transparentes e protees solares.
Desempenho trmico de edificaes
39
Tabela 10. Fator solar para alguns tipos de superfcies transparentes segundo
LAMBERTS et alii (1997).
Superfcies transparentes F
s
Vidros Transparente (simples) 3 mm 0,87
Transparente (simples) 6 mm 0,83
Transparente (duplo) 3 mm 0,75
Cinza (fum) 3 mm 0,72
Cinza (fum) 6 mm 0,60
Verde 3 mm 0,72
Verde 6 mm 0,60
Reflexivo 3 mm 0,26 0,37
Pelculas Reflexiva 0,25 0,50
Absorvente 0,40 0,50
Acrlico Claro 0,85
Cinza ou bronze 0,64
Reflexivo 0,18
Policarbonato Claro 0,85
Cinza ou bronze 0,64
Domos Claro 0,70
Translcido 0,40
Tijolo de vidro 0,56
Tabela 11. Fator solar para alguns tipos de protees solares segundo LAMBERTS et
alii (1997).
Protees solares F
s
Internas Cortina translcida 0,50 0,75
Cortina semi-translcida 0,40 0,60
Cortina opaca 0,35 0,60
Persiana inclinada 45
o
0,64
Persiana fechada 0,54
Externas Toldo 45
o
translcido*** 0,36
Toldo 45
o
opaco*** 0,20
5.3.1.1.1 Venezianas 0,09
Esteira de madeira 0,09
Venezianas horizontais** 0,19
Brise horizontal*** 0,25
Light-shelf (espelhada)* 0,58
* Com vidro duplo, horizontal, metade da abertura com insolao direta.
** Com vidro duplo, branca e razo largura/espaamento =1,0.
*** Toda a abertura est sombreada.
Os casos no especificados apresentam vidro simples 3 mm.
Desempenho trmico de edificaes
40
5.4 Exemplos
a) Determinar a densidade de fluxo de calor em uma janela oeste com vidro comum de 3 mm
(U = 5,8 W/m
2
K) . Latitude 30
o
Sul.
Soluo
F
s
= 0,87 (tabela 10);
RS = 715 W/m
2
(tabela 8);
T
ext
= 30
o
C;
T
int
= 25
o
C.
q = U.T + F
s
.RS = 5,8.(30 25) + 0,87.715 = 651,05 W/m
2
.
b) Substituindo o vidro anterior por vidro cinza fum de 3 mm (F
s
= 0,72), teremos:
q = U.T + F
s
.RS = 5,8.(30 25) + 0,72.715 = 543,80 W/m
2
.
c) Utilizando persiana fechada (F
s
= 0,54) no exemplo a, teremos:
q = U.T + F
s
.RS = 5,8.(30 25) + 0,54.715 = 415,10 W/m
2
.
d) Utilizando venezianas (F
s
= 0,09) no exemplo a, teremos:
q = U.T + F
s
.RS = 5,8.(30 25) + 0,09.715 = 93,35 W/m
2
.
Desempenho trmico de edificaes
41
6 Ventilao
A ventilao de um ambiente entendida como a troca de ar interno por ar externo.
Suas principais funes so as seguintes:
Manter o ambiente livre de impurezas e odores indesejveis, alm de fornecer O
2
e reduzir
a concentrao de CO
2
;
Remover o excesso de calor acumulado no interior da edificao produzido por pessoas ou
fontes internas;
Resfriar a estrutura do edifcio e seus componentes evitando o aquecimento do ar interno;
Facilitar as trocas trmicas do corpo humano com o meio ambiente (especialmente no
vero);
Remover o excesso de vapor dgua existente no ar interno evitando a condensao
superficial.
6.1 Ventilao de inverno e de vero
Qualquer perodo do ano exige a necessidade de ventilao no ambiente construdo.
Porm, suas necessidades so bastante diferentes. No vero as necessidades de ventilao
dizem respeito s questes trmicas e higinicas. Porm, no inverno a necessidade apenas de
ordem higinicas.
As exigncias higinicas tm carter permanente e devem ser satisfeitas a qualquer
poca do ano. As trmicas s interessam quando o microclima interno quente e o ar exterior
tem uma temperatura menor que a interior.
6.2 Mecanismos de ventilao
Um ambiente pode ser ventilado atravs de diferentes formas:
Ventilao natural:
- por diferena de presso causada pelo vento;
- por diferena de temperatura.
Ventilao artificial:
- produzida por equipamentos.
6.2.1 Ventilao natural por diferena de temperatura
Baseia-se na diferena entre as temperaturas do ar interior e exterior provocando um
deslocamento da massa de ar da zona de maior para a de menor presso. Quando, nestas
condies, existem duas aberturas em diferentes alturas, se estabelece uma circulao de ar da
abertura inferior para a superior, denominada efeito chamin. Este efeito apresentado na
Figura 36.
Desempenho trmico de edificaes
42
Figura 36. Efeito chamin.
O efeito chamin no muito eficiente em casas trreas pois depende da diferena
entre as alturas das janelas. Como depende, tambm, das diferenas entre a temperatura do ar
interior e exterior, para climas quentes, especialmente no vero, esse mecanismo de ventilao
no deve ser visto como a forma mais eficiente de gerar situaes de conforto trmico e/ou
remover o excesso de calor acumulado no interior da edificao. Neste caso, deve-se dar
maior importncia ventilao dos ambientes pelo efeito do vento.
6.2.2 Ventilao natural por diferena de presso causada pelo vento
Para que a edificao seja ventilada devido diferena de presso provocada pelo
vento no basta que a mesma seja simplesmente exposta ao vento. necessrio que os
ambientes sejam atravessados transversalmente pelo fluxo de ar, como mostra a Figura 37.
Figura 37. Ventilao cruzada. Figura 38. Ventilao unilateral.
A ventilao cruzada ocorre, essencialmente, devido existncia de zonas com
diferentes presses, ou seja, na face de incidncia do vento existe uma zona de alta presso e
na face oposta, uma zona de baixa presso. No caso de ambientes sem abertura para sada do
vento, tem-se a ventilao unilateral, como mostra a Figura 38.
6.2.3 Clculo de ventilao por efeito do vento
Uma forma de avaliar as condies de ventilao de um ambiente comumente
utilizada a determinao do nmero de trocas de ar que ocorrem a cada hora. O algoritmo
apresentado abaixo permite esta determinao de forma simplificada e fcil.
Desempenho trmico de edificaes
43
A) Coeficiente de presso do vento ( C
P
)
Este coeficiente visa quantificar as eventuais redues sofridas pelo vento em funo
do ngulo de incidncia na abertura e do afastamento entre edificaes. A Figura 39
caracteriza o ngulo de incidncia.
Figura 39. ngulo de incidncia do vento.
A Tabela 12 apresenta a diferena entre os coeficientes de presso do vento (C
PL
)
para casas em campo aberto em funo do ngulo de incidncia do vento.
Tabela 12. Diferena entre os coeficiente de presso do vento para casas em campo
aberto.
ngulo de incidncia () Diferena entre os coeficiente de presso do vento (C
PL
)
0 30
o
1,2
30
o
< 90
o
0,1 + 0,0183.(90 - )
Para o caso de loteamentos, o coeficiente de presso do vento deve ser corrigido em
funo do afastamento entre as casas, conforme mostra a Tabela 13.
Tabela 13. Coeficiente de presso do vento para loteamentos.
Distncia entre casas Coeficiente de presso do vento (C
P
)
Uma casa 0,30.C
PL
Duas casas 0,60.C
PL
B) Correo da velocidade do vento
A velocidade do vento, normalmente fornecida por estaes meteorolgicas a 10
metros de altura deve ser corrigida para a altura de interesse, conforme mostra a equao 18.
V V K Z
z
A
=
10
. .
(18)
Onde
V
z
a velocidade do vento na altura Z de interesse (m/s);
V
10
a velocidade do vento a 10 metros de altura (m/s);
Z a altura da cumeeira para edificaes de at dois andares ou a altura da janela para
Desempenho trmico de edificaes
44
edificaes mais altas (m);
K e A so funo da localizao da edificao e podem ser obtidos na Tabela 14.
Tabela 14. Coeficientes K e A.
Localizao da edificao K A
Campo aberto plano 0,68 0,17
Campo com algumas barreiras 0,52 0,20
Ambiente urbano 0,40 0,25
Centro da cidade 0,31 0,33
C) rea til de ventilao (A)
Deve-se atentar que a rea til de ventilao pode no corresponder rea total da
janela, como mostra a Figura 40.
Guilhotina
A = 0,50.A
janela
Correr (2 folhas)
A = 0,50.A
janela
Figura 40. rea til de ventilao.
D) Fluxo de ar
O fluxo de ar determinado de forma diferenciada para ventilao cruzada (Q
w
) e
unilateral (Q).
Ventilao cruzada
O fluxo de ar (Q
w
) determinado atravs da equao 19.
Q A V C
w w z P
= 0 6 , . . .
(m
3
/s) (19)
Onde
A
w
a rea equivalente de aberturas, dada pela equao 20.
+ =
2 2 2
) (
1
) (
1 1
sada entrada W
A A A
(20)
Caso existam portas intermedirias (em srie entre a entrada e a sada), deve-se
acrescentar a parcela 1/(A
porta
)
2
na equao 20.
Ventilao unilateral
O fluxo de ar (Q) determinado atravs da equao 21.
Desempenho trmico de edificaes
45
Q A V
z
= 0 025 , . . (m
3
/s) (21)
E) Reduo do fluxo de ar
O fluxo de ar pode sofrer redues significativas em funo do tipo de barreira que se
interpe a este fluxo. A Tabela 15 apresenta as redues provocadas no fluxo de ar atravs da
adoo de telas contra mosquitos. Q
m
representa o fluxo de ar reduzido.
Tabela 15. Reduo do fluxo de ar com a adoo de telas contra mosquitos.
Tipo de tela Ventilao cruzada Ventilao unilateral
Algodo Q
m
= 0,30.Q
w
Q
m
= 0,30.Q
Nylon Q
m
= 0,65.Q
w
Q
m
= 0,65.Q
F) Nmero de trocas de ar (N)
O nmero de trocas de ar por hora para ventilao cruzada determinado pela equao
22.
N
Q
V
=
.3600 (trocas/hora) (22)
Onde
V o volume do ambiente ventilado (m
3
).
Q o fluxo de ar (m
3
/s)
Q, na equao 22 deve ser substitudo por Q
w
ou por Q
m
, respectivamente, no caso de
ventilao cruzada ou no caso de se utilizar telas contra mosquitos.
6.2.4 Exemplo
a) Determinar o nmero de trocas de ar em uma residncia com dimenses de 4,00 x 5,00 m
e p-direito de 2,50 m com duas janelas de correr (50% de aproveitamento para
ventilao), uma na fachada norte, com 1,20 x 2,00 m e outra na fachada sul com 1,00 x
1,00 m, ambas com telas de nylon contra mosquitos. O vento incide normalmente
fachada norte com velocidade, a 10 m de altura, de 3,0 m/s. A altura at a cumeeira de
3,5 m. Esta edificao est localizada em um loteamento (ambiente urbano) cuja distncia
entre as casas igual a largura de uma casa.
Soluo
Coeficiente de presso do vento
C
pl
= 1,2
C
p
= 0,3 . 1,2 = 0,36
A) Correo da velocidade do vento
V
z
= V
10
. K . Z
A
Para ambiente urbano, K = 0,40 e A = 0,25 (tabela 15). Portanto a velocidade do vento na
Desempenho trmico de edificaes
46
altura da cumeeira ser:
V
3,5
= 3,0 . 0,40 . 3,5
0,25
= 1,64 m/s
B) rea til de ventilao
A
entrada
= 0,5 . 1,20 . 2,00 = 1,20 m
A
sada
= 0,5 . 1,00 . 1,00 = 0,50 m
C) Fluxo de ar
Ventilao cruzada (quando as duas janelas esto abertas)
P Z W W
C V A Q =
.
. . 6 , 0
rea equivalente:
2
2 2 2
46 , 0
) 50 , 0 (
1
) 20 , 1 (
1 1
m
A
W
= + =
Logo,
Q
w
= 0,6 . 0,46 . 1,64 . (0,36)
1/2
= 0,272 m/s
Ventilao Unilateral (considerando a janela de 1,00 x 1,00m fechada)
Q = 0,025 . A . V
z
Neste caso, A = 1,20 m
Logo,
Q = 0,025 . 1,20 . 1,64 = 0,049 m/s
D) Reduo do fluxo de ar devido ao uso de tela contra mosquitos
Ventilao cruzada
Da tabela 16 temos que: Q
m
= 0,65 . 0,272 = 0,177 m/s
Ventilao unilateral
Da tabela 16 temos que: Q
m
= 0,65 . 0,049 = 0,032 m/s
E) Nmero de trocas de ar
V
Q
N
3600 .
=
O volume da edificao 4,00 . 5,00 . 2,5 = 50 m. Portanto, teremos:
Ventilao cruzada
= =
50
3600 . 177 , 0
N 12,7 trocas/hora
Ventilao unilateral
= =
50
3600 . 032 , 0
N 2,3 trocas/hora
Desempenho trmico de edificaes
47
7 Exemplo do uso das Diretrizes Construtivas para
Habitaes Unifamiliares de Interesse Social no
Zoneamento Bioclimtico Brasileiro
O Projeto de Norma 02:135.07-003 no anexo 4, apresenta o Zoneamento Bioclimtico
Brasileiro e as Diretrizes Construtivas para Habitaes Unifamiliares de Interesse Social. O
Brasil foi dividido, segundo a norma, em oitos zonas bioclimticas. Os parmetros e diretrizes
para cada uma das zonas so:
a) tamanho das aberturas para ventilao;
b) proteo das aberturas;
c) vedaes externas, parede externa e cobertura, informando valores mximos ou mnimos
de transmitncia trmica, atraso trmico e fator de calor solar.
d) estratgias de condicionamento trmico passivo.
7.1 Exemplo
Considere que voc est projetando uma edificao para Florianpolis/SC, com
caractersticas trmicas de paredes e cobertura conforme a Tabela 16. As paredes externas so
pintadas com a cor amarela ( = 0,30), e a telha cor de barro ( = 0,75).
Tabela 16 Transmitncia Trmica, capacidade trmica e atraso trmico para uma
edificao exemplo.
Parede /
Cobertura
Descrio U
[W/(m
2
.K)]
C
T
[kJ/(m
2
.K)]
[horas]
Parede de tijolos de 6 furos circulares,
assentados na maior dimenso
Dimenses do tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm
Espessura arg. de assentamento: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 20,0 cm
1,92 202 4,8
Cobertura de telha de barro com forro de
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
2,00 32 1,3
A Figura 41 mostra a planta baixa da edificao e o tamanho das aberturas. Considere
todas as janelas de correr com duas folhas de vidro. O beiral est a 2,20 m acima do piso
interno.
Segundo o Anexo A do Projeto de Norma 02:135.07-003 (anexo 4), a cidade de
Florianpolis/SC (2735 Latitude Sul) encontra-se na zona bioclimtica 3. As diretrizes
construtivas apresentadas para esta zona bioclimtica sero analisadas por item para verificar
se a edificao ideal a este local especfico.
Desempenho trmico de edificaes
48
0.8 0.2 10 0.2
2.1 0.2 3.2 0.2 1.5 0.2 2.8 0.2
0.8
3
.
2
0
.
2
1
.
2
0
.
2
3
.
5
0
.
2
0
.
2
0
.
2
4
0
.
2
3
.
5
0
.
2
0
.
8
0
.
8
8
.
1
10.4
N
Dormitrio 1
A= 11.20m2
A= 12.80m2
Dormitrio 2
Sala
A= 24.40m2
A= 10.50m2
Cozinha
A= 4.80m2
BWC
J1=1.50x1.00
peit.=1.10
peit.=1.60
J2=1.20x0.50
peit.=1.10
J3=2.00x1.00
peit.=1.10
J6=1.20x1.00
peit.=1.10
J5=1.20x1.00
J
4
=
1
.
2
0
x
1
.
0
0
p
e
i
t
.
=
1
.
1
0
J
7
=
2
.
0
0
x
1
.
0
0
p
e
i
t
.
=
1
.
1
0
projeo beiral h=2.20m
Figura 41 Planta Baixa edificao exemplo.
a) Aberturas para ventilao: superior a 40% da rea do piso;
Tabela 17. Clculo das aberturas conforme Norma e da edificao exemplo.
Ambiente rea ambiente
(m)
rea abertura Norma (m)
15%<A<25%
rea abertura
projeto (m)
Aceitabi-
lidade
Dormitrio 1 11,20 1,68<A<2,80 0,75 no
Dormitrio 2 12,80 1,92<A<3,20 1,00 no
BWC 4,80 0,72<A<1,20 0,30 no
Cozinha 10,50 1,58<A<2,63 1,00 no
Sala 24,40 3,66<A<6,10 1,80 no
As janelas do dormitrio 2 e da cozinha caso fossem de abrir (100% da rea da
abertura) em vez de correr (50% da rea da abertura), estariam dentro das diretrizes propostas
pela Norma, mas os outros ambientes precisariam aumentar as dimenses de suas janelas para
poderem atender as recomendaes do Projeto de Norma.
Uma das solues propostas aumentar a altura das janelas para 1,20m e a janela do
banheiro para 0,70m, com sistemas de abertura tipo de abrir (100% da abertura). Este
aumento de 20 cm na parte superior da abertura poder ser usado como uma janela
basculante, permitindo ventilao higinica no inverno (mnimo de trocas de ar por hora para
um ar saudvel), e ventilao noturna no vero evitando problemas com a segurana. Para o
uso de ventilao noturna, o uso de venezianas nas janelas tambm recomendado, pois
permite a ventilao com segurana.
Desempenho trmico de edificaes
49
b) Sombreamento das aberturas
A Figura 42 mostra o mscaramento das janelas da edificao exemplo, e na Tabela 18
feita uma anlise do sombreamento e da aceitabilidade de cada abertura.
N
O L
22.6
22.12
23.9
S
N
O L
22.6
22.12
23.9
Mscara Janela 1 Mscara Janela 2
N
O L
22.6
22.12
23.9
S
N
O
L
2
2
.6
2
2
.1
2
2
3
.9
S
Mscara Janela 3 Mscara Janela 4
N
O L
22.6
22.12
23.9
S
N
O
L
2
2
.
6
2
2
.
1
2
2
3
.
9
S
Mscara Janela 5 e 6 Mscara Janela 7
Figura 42 Mascaramento das aberturas da edificao exemplo.
Tabela 18. Sombreamento das aberturas para a edificao exemplo.
Janela Sombreamento Aceitabi-
lidade
J1 permite entrada de sol s no perodo frio sim
J2 evita sol setembro a maro sim
J3 permite entrada de sol s no perodo frio sim
J4 permite entrada de sol perodo matutino parcial
J5 permite entrada de sol incio manh e fim da tarde perodo quente parcial
J6 permite entrada de sol incio manh e fim da tarde perodo quente parcial
J7 permite entrada de sol a partir 14:00 h. no inverno e 15:00 h. no vero no
As janelas J5 e J6 precisariam de algum tipo de proteo solar (brise vertical, veneziana,
etc) ou alguma proteo pela vegetao para impedir a entrada do sol durante o perodo
quente (vegetao caduca). J a J7 precisaria de algum tipo de proteo solar frontal, como
Desempenho trmico de edificaes
50
vegetao ou venezianas, que impedissem a entrada indesejada de sol. Uma outra opo para
a J7, seria orientar a abertura na direo sul, necessitando proteg-la apenas nos perodos de
incio e fim do dia no perodo quente.
A Figura 43 apresenta um corte esquemtico mostrando como foi determinado o ngulo
de altitude solar para as aberturas que possuem peitoril de 1.10 m de altura.
2
.
2
0.8
1
.
1
1
0.2
4
2
FS
c
e
c
Varivel
rea
Resistncia trmica de um componente
Transmitncia trmica de um componente
Capacidade trmica de um componente
Atraso trmico de um componente
Fator de calor solar
Calor especfico
Espessura de uma camada
Condutividade trmica do material
Densidade de massa aparente do material
Emissividade hemisfrica total
Unidade
m
2
(m
2
.K)/W
W/(m
2
.K)
kJ/(m
2
.K)
horas
-
kJ/(kg.K)
m
W/(m.K)
kg/m
3
-
3.2 Subscritos
Subscrito
ar
n
s
e
i
t
T
Descrio
referente a uma cmara de ar
nmero total de sees ou camadas (a, b, c, , n-1, n.) de um elemento ou componente
superfcie
exterior da edificao
interior da edificao
total, superfcie a superfcie
total, ambiente a ambiente
3.3 Definio de sees e camadas
Denomina-se seo uma parte de um componente tomada em toda a sua espessura (de uma face outra), e que
contenha apenas resistncias trmicas em srie.
Denomina-se camada uma parte de um componente tomada paralelamente s suas faces e com espessura constante.
Desta forma, conforme item 5.2.1, a figura 1 possui 4 sees (Sa, Sb, Sc e Sd). A seo Sa composta por uma nica
camada, a seo Sb composta por duas camadas, a seo Sc tambm composta por uma nica camada (diferente
daquela da seo Sa) e a seo Sd composta por duas camadas.
4 Frmulas bsicas
4.1 Resistncia trmica
4.1.1 Camadas homogneas
Valores da resistncia trmica, R, obtidos atravs de medies baseadas em testes normalizados, devem ser usados
sempre que possvel. Na ausncia de valores medidos, conforme ISO 6946, recomenda-se que a resistncia trmica, R, de
uma camada homognea de material slido, seja determinada pela expresso 1.
R = e/ ...1)
Os valores recomendados de condutividade trmica de alguns materiais de uso corrente so encontrados na tabela B.3 do
anexo B.
Projeto 02:135.07-002:2003
3
4.1.2 Cmara de ar
A resistncia trmica de cmaras de ar (Rar) no ventiladas pode ser obtida na tabela B.1 do anexo B.
Para tijolos ou outros elementos com cmaras de ar circulares, deve-se transformar a rea da circunferncia em uma rea
equivalente a um quadrado com centros coincidentes.
Para coberturas, independentemente do nmero de guas, a altura equivalente da cmara de ar para clculo
determinada dividindo-se por dois a altura da cumeeira.
4.1.3 Superfcies
A resistncia superficial externa (Rse) e a superficial interna (Rsi) so obtidas na tabela A.1 do anexo A.
4.2 Transmitncia trmica
A transmitncia trmica de componentes, de ambiente a ambiente, o inverso da resistncia trmica total, conforme
expresso 2.
U = 1/RT ...2)
4.3 Capacidade trmica de componentes
A capacidade trmica de componentes pode ser determinada pela expresso 3.
i i
n
1 i
i i i i
n
1 i
i T
. .c e . .c .R C = =
_ _
= =
...
3)
Onde:
i a condutividade trmica do material da camada i
a.
;
Ri a resistncia trmica da camada i
a.
;
ei a espessura da camada i
a.
ci o calor especfico do material da camada i
a.
;
i a densidade de massa aparente do material da camada i
a.
.
5 Resistncia trmica de um componente
5.1 Componentes com camadas homogneas
A resistncia trmica total de um componente plano constitudo de camadas homogneas perpendiculares ao fluxo de
calor determinada pelas expresses 4 e 5.
5.1.1 Superfcie a superfcie (Rt)
A resistncia trmica de superfcie a superfcie de um componente plano constitudo de camadas homogneas,
perpendiculares ao fluxo de calor, determinada pela expresso 4.
Rt = R t1 + R t2 + ..... + Rtn + Rar1 + Rar2 + ..... + Rarn ...4)
Onde:
R t1, R t2, , Rtn so as resistncias trmicas das n camadas homogneas, determinadas pela
expresso 1;
Rar1, Rar2, ... , Rarn so as resistncias trmicas das n cmaras de ar, obtidas da tabela B.1 do anexo B.
5.1.2 Ambiente a ambiente (RT)
A resistncia trmica de ambiente a ambiente dada pela expresso 5.
RT = Rse + Rt + Rsi ...5)
Onde:
Rt a resistncia trmica de superfcie a superfcie, determinada pela expresso 4;
Rse e Rsi so as resistncias superficiais externa e interna, respectivamente, obtidas da tabela
A.1 do anexo A.
5.2 Componentes com camadas homogneas e no homogneas
A resistncia trmica total de um componente plano constitudo de camadas homogneas e no homogneas
perpendiculares ao fluxo de calor determinada pelas expresses 6 e 7.
NOTA - O procedimento de clculo da resistncia trmica de componentes apresentado nesta Norma diferente daquele apresentado
pela ISO 6946, sendo que o apresentado neste Norma mais rpido e simples e os resultados so equivalentes.
5.2.1 Superfcie a superfcie (Rt)
A resistncia trmica de superfcie a superfcie de um componente plano constitudo de camadas homogneas e no
homogneas (ver figura 1), perpendiculares ao fluxo de calor, determinada pela expresso 6.
Projeto 02:135.07-001/002:2003
4
R =
A + A +...+ A
A
R
A
R
A
R
t
a b n
a
a
b
b
n
n
+ + + ...
...6)
Onde:
Ra, Rb, ... , Rn so as resistncias trmicas de superfcie superfcie para cada seo (a, b, , n),
determinadas pela expresso 4;
Aa, Ab, ..., An so as reas de cada seo.
Figura 1 - Sees de um componente com camadas homogneas e no homogneas
5.2.2 Ambiente a ambiente (RT)
A resistncia trmica de ambiente a ambiente dada pela expresso 7.
RT = Rse + Rt + Rsi ...7)
Onde:
Rt a resistncia trmica de superfcie a superfcie, determinada pela expresso 6;
Rse e Rsi so as resistncias superficiais externa e interna, respectivamente, obtidas da tabela
A.1 do anexo A.
5.3 Componentes com cmara de ar ventilada
5.3.1 Condies de ventilao para as cmaras de ar
1.1.1 So consi derados doi s ti pos de venti l ao para as cmaras de ar - pouco ou mui to venti l adas - segundo
sua posi o.
1.1.2 As rel aes so dadas na tabel a 1.
Tabela 1 - Condies de ventilao para cmaras de ar
Posio da Cmara de ar
Cmara de ar pouco ventilada muito ventilada
Vertical (paredes) S/L < 500 S/L > 500
Horizontal (coberturas) S/A < 30 S/A > 30
S a rea total de abertura de ventilao, em cm
2
;
L o comprimento da parede, em m;
A a rea da cobertura .
5.3.2 Em condies de vero (ganho de calor)
1.1.3 A resi stnci a trmi ca da cmara de ar venti l ada deve ser i gual a da cmara de ar no venti l ada e obti da
da tabel a B.1 do anexo B.
5.3.3. Em condies de inverno (perda de calor)
Projeto 02:135.07-002:2003
5
Distingue-se dois casos:
a) cmara pouco ventilada: a resistncia trmica da cmara ser igual a da cmara no ventilada e obtida da
tabela B.1 do anexo B; e
b) cmara muito ventilada: a camada externa cmara no ser considerada e a resistncia trmica total
(ambiente a ambiente) deve ser calculada pela expresso 8.
RT = 2.Rsi + Rt ...8)
Onde:
Rt a resistncia trmica da camada interna do componente construtivo. No caso de
coberturas, a resistncia trmica do componente localizado entre a cmara de ar e o
ambiente interno forro;
Rsi a resistncia superficial interna obtida da tabela A.1 do anexo A.
NOTA - No caso de coberturas, a cmara de ar existente entre o telhado e o forro pode ser chamada de tico.
5.3.4 Consideraes quanto a ventilao de ticos
A ventilao do tico em regies quentes desejvel e recomendvel. Isto aumenta a resistncia trmica da cmara de ar
e conseqentemente reduz a transmitncia trmica e os ganhos de calor.
Porm, alerta-se que em regies com estao fria (inverno) a ventilao do tico provoca perdas de calor pela cobertura, o
que no desejvel.
6 Capacidade trmica de um componente
6.1 Componentes com camadas homogneas
A capacidade trmica de um componente plano constitudo de camadas homogneas perpendiculares ao fluxo de calor
determinada pela expresso 3, conforme item 4.3.
6.2 Componentes com camadas homogneas e no homogneas
A capacidade trmica de um componente plano constitudo de camadas homogneas e no homogneas (ver figura 1),
perpendiculares ao fluxo de calor, determinada pela expresso 9.
C
A A A
A
C
A
C
A
C
T
a b n
a
Ta
b
Tb
n
Tn
=
+ + +
+ + +
...
...
...9)
Onde:
CTa, CTb, ... , CTn so as capacidades trmicas do componente para cada seo (a, b, , n),
determinadas pela expresso 3;
Aa, Ab, ..., An so as reas de cada seo.
6.3 Componentes com cmaras de ar
Como o ar apresenta uma densidade de massa aparente muito baixa ( = 1,2 kg/m
3
), a sua capacidade trmica, em
componentes com cmaras de ar, pode ser desprezada.
7 Atraso trmico de um componente
7.1 Caso de elemento homogneo
Em uma placa homognea (constituda por um nico material), com espessura e e submetida a um regime trmico
varivel e senoidal com perodo de 24 horas, o atraso trmico pode ser estimado pela expresso 10 ou pela 11.
3,6.
.c
1,382.e. =
...10)
T t
.C R 0,7284. =
...11)
Onde:
o atraso trmico ;
e a espessura da placa ;
a condutividade trmica do material ;
a densidade de massa aparente do material;
c o calor especfico do material;
Rt a resistncia trmica de superfcie a superfcie do componente ;
CT a capacidade trmica do componente.
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6
7.2 Caso de elemento heterogneo
No caso de um componente formado por diferentes materiais superpostos em n camadas paralelas s faces
(perpendiculares ao fluxo de calor), o atraso trmico varia conforme a ordem das camadas.
Para calor especfico quando em (kJ/(Kg.K)), o atraso trmico determinado atravs da expresso 12.
2 1 t
B B . 1,382.R + =
...12)
Onde:
Rt a resistncia trmica de superfcie a superfcie do componente;
B1 dado pela expresso 13;
B2 dado pela expresso 14.
t
0
1
R
B
0,226. B =
...13)
Onde:
B0 dado pela expresso 15.
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
...14)
Onde:
CT a capacidade trmica total do componente;
CText a capacidade trmica da camada externa do componente.
NOTAS
1 Nas equaes acima, o ndice "ext" se refere ltima camada do componente, junto face externa.
2 Considerar B2 nulo caso seja negativo.
8 Fator de calor solar
O fator de calor solar (ou apenas fator solar) dado pela expresso 16.
FS = 100.U.o.Rse
...16)
Onde:
FS o fator solar em percentagem ;
U a transmitncia trmica do componente;
o a absortncia radiao solar funo da cor;
Rse a resistncia superficial externa , dada pela tabela A.1 do Anexo A.
Como Rse admitido constante e igual a 0,04, a expresso 16 pode ser reescrita na forma da expresso 17.
FS = 4.U.o ...17)
Quando deve-se respeitar um limite de fator solar para uma determinada regio, pode-se determinar o mximo valor de o
em funo do fator solar e da transmitncia trmica, conforme mostra a expresso 18.
o s FS/(4.U) ...18)
A tabela B.2 do anexo B apresenta a absortncia (o) e a emissividade (c) de algumas superfcies e cores.
________________
//ANEXO
B0 = CT - CText ...15)
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7
Anexo A (normativo)
A.1 Resistncias trmicas superficiais
A resistncia trmica superficial varia de acordo com vrios fatores tais como: emissividade, velocidade do ar sobre a
superfcie e temperaturas da superfcie, do ar e superfcies prximas.
A tabela A.1 apresenta valores mdios recomendados.
Tabela A.1 - Resistncia trmica superficial interna e externa.
Rsi (m
2
.K)/W Rse (m
2
.K)/W
Direo do fluxo de calor Direo do fluxo de calor
Horizontal Ascendente Descendente Horizontal Ascendente Descendente
0,13 0,10 0,17 0,04 0,04 0,04
Projeto 02:135.07-001/002:2003
8
Anexo B (informativo)
Resistncia trmica de cmaras de ar no ventiladas, Absortncia e emissividade de superfcies e cores e
Propriedades trmicas de materiais
B.1 - Resistncia trmica de cmaras de ar no ventiladas
Os valores da resistncia trmica de cmaras de ar no ventiladas apresentados na tabela B.1 so vlidos para uma
temperatura mdia da camada entre 0C e 20C e com uma diferena de temperatura entre as superfcies limitantes menor
do que 15C.
Tabela B.1 - Resistncia trmica de cmaras de ar no ventiladas,
com largura muito maior que a espessura.
Resistncia trmica Rar
m
2
.K/W
Natureza da Espessura e da Direo do fluxo de calor
superfcie da cmara de ar Horizontal Ascendente Descendente
cmara de ar cm
Superfcie de alta
emissividade
c > 0,8
1,0 s e s 2,0
2,0 < e s 5,0
e > 5,0
0,14
0,16
0,17
0,13
0,14
0,14
0,15
0,18
0,21
Superfcie de baixa
emissividade
c < 0,2
1,0 s e s 2,0
2,0 < e s 5,0
e > 5,0
0,29
0,37
0,34
0,23
0,25
0,27
0,29
0,43
0,61
NOTAS:
1 c a emissividade hemisfrica total.
2 Os valores para cmaras de ar com uma superfcie refletora s podem ser usados se a emissividade da superfcie for
controlada e prev-se que a superfcie continue limpa, sem p, gordura ou gua de condensao.
2 Para coberturas, recomenda-se a colocao da superfcie refletora paralelamente ao plano das telhas (exemplo C.6 do
anexo C); desta forma, garante-se que pelo menos uma das superfcies - a inferior - continuar limpa, sem poeira.
3 Caso, no processo de clculo, existam cmaras de ar com espessura inferior a 1,0 cm, pode-se utilizar o valor mnimo
fornecido por esta tabela.
Tabela B.2 - Absortncia (o) para radiao solar (ondas curtas) e emissividade (c) para radiaes a temperaturas
comuns (ondas longas)
Tipo de superfcie o c
Chapa de alumnio (nova e brilhante) 0,05 0,05
Chapa de alumnio (oxidada) 0,15 0,12
Chapa de ao galvanizada (nova e brilhante) 0,25 0,25
Caiao nova 0,12 / 0,15 0,90
Concreto aparente 0,65 / 0,80 0,85 / 0,95
Telha de barro 0,75 / 0,80 0,85 / 0,95
Tijolo aparente 0,65 / 0,80 0,85 / 0,95
Reboco claro 0,30 / 0,50 0,85 / 0,95
Revestimento asfltico 0,85 / 0,98 0,90 / 0,98
Vidro comum de janela Transparente 0,90 / 0,95
Pintura: Branca
Amarela
Verde claro
Alumnio
Verde escuro
Vermelha
Preta
0,20
0,30
0,40
0,40
0,70
0,74
0,97
0,90
0,90
0,90
0,50
0,90
0,90
0,90
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9
B.3 - Propriedades trmicas de materiais
A tabela B.3, de carter no restritivo, apresenta a condutividade trmica () e o calor especfico (c) para diversos materiais
de construo em funo de sua densidade de massa aparente (). Estes valores so apenas indicativos, devendo-se
utilizar, sempre que possvel, valores medidos em laboratrio.
Tabela B.3 - Densidade de massa aparente (), condutividade trmica () e calor especfico (c) de materiais
Material
(kg/m
3
)
(W/(m.K))
c
(kJ/(kg.K))
Argamassas
argamassa comum 1800-2100 1,15 1,00
argamassa de gesso (ou cal e gesso) 1200 0,70 0,84
argamassa celular 600-1000 0,40 1,00
Cermica
tijolos e telhas de barro 1000-1300
1300-1600
1600-1800
1800-2000
0,70
0,90
1,00
1,05
0,92
0,92
0,92
0,92
Cimento-amianto
placas de fibro-cimento 1800-2200
1400-1800
0,95
0,65
0,84
0,84
Concreto (com agregados de pedra)
concreto normal 2200-2400 1,75 1,00
concreto cavernoso 1700-2100 1,40 1,00
Concreto com pozolana ou escria expandida com estrutura cavernosa ( dos inertes ~750 kg/m
3
)
com finos 1400-1600
1200-1400
0,52
0,44
1,00
1,00
sem finos 1000-1200 0,35 1,00
Concreto com argila expandida
dosagem de cimento > 300 kg/m
3
,
dos inertes > 350 kg/m
3
1600-1800
1400-1600
1200-1400
1000-1200
1,05
0,85
0,70
0,46
1,00
1,00
1,00
1,00
dosagem de cimento < 250 Kg/m
3
,
dos inertes < 350 Kg/m
3
800-1000
600-800
< 600
0,33
0,25
0,20
1,00
1,00
1,00
concreto de vermiculite (3 a 6 mm) ou perlite expandida
fabricado em obra
600-800
400-600
0,31
0,24
1,00
1,00
dosagem (cimento/areia) 1:3 700-800 0,29 1,00
dosagem (cimento/areia) 1:6 600-700
500-600
0,24
0,20
1,00
1,00
concreto celular autoclavado 400-500 0,17 1,00
Gesso
projetado ou de densidade massa aparente elevada 1100-1300 0,50 0,84
placa de gesso; gesso cartonado 750-1000 0,35 0,84
com agregado leve (vermiculita ou perlita expandida)
dosagem gesso:agregado = 1:1
dosagem gesso:agregado = 1:2
700-900
500-700
0,30
0,25
0,84
0,84
Granulados
brita ou seixo 1000-1500 0,70 0,80
argila expandida < 400 0,16
areia seca 1500 0,30 2,09
areia (10% de umidade) 1500 0,93
areia (20% de umidade) 1500 1,33
areia saturada 2500 1,88
terra argilosa seca 1700 0,52 0,84
Projeto 02:135.07-001/002:2003
10
Tabela B.3 (continuao) - Densidade de massa aparente (), condutividade trmica () e calor especfico (c) de
materiais
Material
(kg/m
3
)
(W/(m.K))
c
(kJ/(kg.K))
Impermeabilizantes
membranas betuminosas 1000-1100 0,23 1,46
asfalto 1600 0,43 0,92
asfalto 2300 1,15 0,92
betume asfltico 1000 0,17 1,46
Isolantes trmicos
l de rocha 20-200 0,045 0,75
l de vidro 10-100 0,045 0,70
poliestireno expandido moldado 15-35 0,040 1,42
poliestireno expandido 25-40 0,035 1,42
espuma rgida de poliuretano extrudado 30-40 0,030 1,67
Madeiras e derivados
madeiras com densidade de massa aparente elevada 800-1000 0,29 1,34
carvalho, freij, pinho, cedro, pinus 600-750
450-600
300-450
0,23
0,15
0,12
1,34
1,34
1,34
aglomerado de fibras de madeira (denso) 850-1000 0,20 2,30
aglomerado de fibras de madeira (leve) 200-250 0,058 2,30
aglomerado de partculas de madeira 650-750
550-650
0,17
0,14
2,30
placas prensadas 450-550
350-450
0,12
0,10
2,30
2,30
placas extrudadas 550-650 0,16 2,30
compensado 450-550
350-450
0,15
0,12
2,30
2,30
aparas de madeira aglomerada com cimento em fbrica 450-550
350-450
250-350
0,15
0,12
0,10
2,30
2,30
2,30
palha (capim Santa F) 200 0,12
Metais
ao, ferro fundido 7800 55 0,46
alumnio 2700 230 0,88
cobre 8900 380 0,38
zinco 7100 112 0,38
Pedras (incluindo junta de assentamento)
granito, gneisse 2300-2900 3,00 0,84
ardsia, xisto 2000-2800 2,20 0,84
basalto 2700-3000 1,60 0,84
calcreos/mrmore > 2600 2,90 0,84
outras 2300-2600 2,40 0,84
1900-2300 1,40 0,84
1500-1900 1,00 0,84
< 1500 0,85 0,84
Plsticos
borrachas sintticas, poliamidas, poliesteres, polietilenos 900-1700 0,40
polimetacrilicos de metila (acrlicos) policloretos de vinila
(PVC) 1200-1400 0,20
Vidro
chapa de vidro comum 2700 1,10 0,84
Projeto 02:135.07-002:2003
11
Anexo C (informativo)
Exemplos de clculo
C.1 Exemplo 1: Parede de tijolos macios rebocados em ambas as faces ( ver figura C.1 )
Dados:
Dimenses do tijolo = 5 x 9 x 19 cm
cermica = 1600 kg/m
3
cermica = 0,90 W/(m.K) (ver tabela B.3)
ccermica = 0,92 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
argamassa = reboco = 2000 kg/m
3
argamassa = reboco = 1,15 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cargamassa = creboco = 1,00 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Vista em perspectiva
Elemento isolado
Vista superior
Figura C.1 - Parede de tijolos macios rebocados em ambas as faces
a) Resistncia trmica da parede:
Seo A (reboco + argamassa + reboco):
Aa= 0,01 x 0,19 + 0,01 x 0,06 = 0,0025 m
2
1130 , 0
15 , 1
13 , 0
15 , 1
02 , 0
15 , 1
09 , 0
15 , 1
02 , 0 e
e
e
R
reboco
reboco
amassa arg
amassa arg
reboco
reboco
a
= = + + =
= (m
2
.K)/W
Seo B (reboco + tijolo + reboco):
Ab = 0,05 x 0,19 = 0,0095 m
2
1348 , 0
15 , 1
02 , 0
90 , 0
09 , 0
15 , 1
02 , 0 e e e
R
reboco
reboco
cermica
cermica
reboco
reboco
b
= + + =
= (m
2
.K)/W
Portanto, a resistncia trmica da parede ser:
1296 , 0
0926 , 0
0120 , 0
1348 , 0
0095 , 0
1130 , 0
0025 , 0
0095 , 0 0025 , 0
R
A
R
A
A A
R
b
b
a
a
b a
t
= =
+
+
=
+
+
= (m
2
.K)/W
Projeto 02:135.07-001/002:2003
12
b) resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,13 + 0,1296 + 0,04 = 0,2996 (m
2
.K)/W
c) transmitncia trmica:
34 , 3
2996 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
d) capacidade trmica da parede:
Seo A (reboco+argamassa+reboco):
Aa= 0,01 x 0,19 + 0,01 x 0,06 = 0,0025 m
2
( ) ( ) ( )
reboco amassa arg reboco
3
1 i
i i i Ta
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
_
=
Como reboco = argamassa = 2000 kg/m
3
e creboco = cargamassa = 1,00 kJ/(kg.K), teremos
260 2000 x 00 , 1 x 13 , 0 C
Ta
= = kJ/(m
2
.K)
Seo B (reboco + tijolo + reboco):
Ab = 0,05 x 0,19 = 0,0095 m
2
( ) ( ) ( )
reboco cermica reboco
3
1 i
i i i Tb
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
_
=
212 2000 x 00 , 1 x 02 , 0 1600 x 92 , 0 x 09 , 0 2000 x 00 , 1 x 02 , 0 C
Tb
= + + = kJ/(m
2
.K)
Portanto, a capacidade trmica da parede ser:
220
C
A
C
A
A A
C
Tb
b
Ta
a
b a
T
=
+
+
= kJ/(m
2
.K)
e) atraso trmico:
Rt = 0,1296 (m
2
.K)/W
B0 = CT - CText = 220 0,02.1,00.2000 = 180
313,9
0,1296
180
0,226.
R
B
0,226. B
t
0
1
= = =
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
( )
22,4
10
1,15
0,02
0,1296
1,15
0,02
.
0,1296
.1,00) (1,15.2000
0,205. B
ext
2
=
|
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
3,3 22,4 313,9 96. 1,382.0,12 B B . 1,382.R
2 1 t
= + = + = horas
f) fator de calor solar:
FS = 100.U.o.Rse = 100.U.o.0,04 = 4.U.o
Utilizando cor externa branca (o = 0,3), teremos:
FS = 4.3,34.0,3 = 4,0%
Pode-se verificar, tambm, a absortncia mxima permitida em funo do limite mximo permitido de fator solar para a
zona bioclimtica onde ser executada a parede. Por exemplo, se para uma determinada regio FS < 5,5%, teremos:
o s FS/(4.U.) s 5,5/(100.3,34) s 0,4
C.2 Exemplo 2: Parede com blocos de concreto colados, sem reboco (ver figura C.2)
Dados:
Dimenses do bloco = 39 x 19 x 9 cm
concreto = 2400 kg/m
3
concreto = 1,75 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cconcreto = 1,00 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Nota: despresa-se a cola.
Para a cmara de ar, Rar = 0,16 (m
2
.K)/W (ver tabela B.1, superfcie de alta emissividade, espessura da cmara de ar = 5,0
cm, fluxo horizontal).
Projeto 02:135.07-002:2003
13
Vista em perspectiva
Figura C.2 - Parede com blocos de concreto colados, sem reboco
a) resistncia trmica da parede:
Seo A (concreto):
Aa= 0,02 x 0,19 = 0,0038 m
2
0514 , 0
75 , 1
09 , 0 e
R
concreto
concreto
a
= =
= (m
2
.K)/W
Seo B (concreto + cmara de ar + concreto):
Ab = 0,165 x 0,19 = 0,03135 m
2
1829 , 0
75 , 1
02 , 0
16 , 0
75 , 1
02 , 0 e
R
e
R
concreto
concreto
ar
concreto
concreto
b
= + + =
+ +
= (m
2
.K)/W
Portanto, a resistncia da parede ser:
1312 , 0
5646 , 0
0741 , 0
1829 , 0
03135 , 0 x 2
0514 , 0
0038 , 0 x 3
03135 , 0 x 2 0038 , 0 x 3
R
xA 2
R
xA 3
xA 2 xA 3
R
b
b
a
a
b a
t
= =
+
+
=
+
+
= (m
2
.K)/W
b) resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,13 + 0,1312 + 0,04 = 0,3012 (m
2
.K)/W
c) transmitncia trmica:
32 , 3
3012 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
d) capacidade trmica da parede:
Seo A (concreto):
Aa= 0,02 x 0,19 = 0,0038 m
2
( ) 216 2400 x 00 , 1 x 09 , 0 . c . e C
concreto Ta
= = = kJ/(m
2
.K)
Seo B (concreto + cmara de ar + concreto):
Ab = 0,165 x 0,19 = 0,03135 m
2
( ) ( ) ( )
concreto ar concreto
3
1 i
i i i Tb
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
_
=
Desprezando a capacidade trmica da cmara de ar, teremos:
96 = 2400 x 00 , 1 x 02 , 0 + 0 + 2400 x 00 , 1 x 02 , 0 = C
Tb
kJ/(m
2
.K)
Portanto, a capacidade trmica da parede ser:
105
C
xA 2
C
xA 3
xA 2 xA 3
C
Tb
b
Ta
a
b a
T
=
+
+
= kJ/(m
2
.K)
e) atraso trmico:
Rt = 0,1312 (m
2
.K)/W
B0 = CT - CText = 105 0,02.1,00.2400 = 57
98,2
0,1312
57
0,226.
R
B
0,226. B
t
0
1
= = =
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
Projeto 02:135.07-001/002:2003
14
( )
-3,6
10
1,75
0,02
0,1312
1,75
0,02
.
0,1312
.1,00) (1,75.2400
0,205. B
ext
2
=
|
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
B2 desconsiderado pois resultou em valor negativo.
1,8 98,2 12. 1,382.0,13 B B . 1,382.R
2 1 t
= = + = horas
f) fator de calor solar:
FS = 4.U.o
Utilizando cor externa branca (o = 0,3), teremos:
FS = 4.3,32.0,3 = 4,0%
Com o = 0,5, teremos:
FS = 4.3,32.0,5 = 6,6%
C.3 Exemplo 3: Parede de tijolos cermicos de seis furos rebocados em ambas as faces ( ver figura C.3 )
Dados:
Dimenses do tijolo = 32 x 16 x 10 cm
cermica = 1600 kg/m
3
cermica = 0,90 W/(m.K) (ver tabela B.3)
ccermica = 0,92 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
argamassa = reboco = 2000 kg/m
3
argamassa = reboco = 1,15 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cargamassa = creboco = 1,00 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Para a cmara de ar, Rar = 0,16 (m
2
.K)/W (tabela B.1, superfcie de alta emissividade, espessura da cmara de ar = 3,0
cm, fluxo horizontal).
Este exemplo resolvido de duas formas, seguindo o mesmo procedimento apresentado por esta Norma. Na primeira
forma, a resistncia trmica do tijolo calculada isoladamente e, em seguida, calcula-se a resistncia trmica da parede.
Na segunda forma, a resistncia trmica da parede calculada considerando-se a argamassa e o tijolo ao mesmo tempo.
Primeira forma (ver figura C.3):
Vista em perspectiva
Elemento isolado
Figura C.3 - Parede de tijolos cermicos de seis furos rebocados em ambas as faces
a) resistncia trmica do tijolo (Rtijolo):
Seo 1 (tijolo):
A1 = 0,01 x 0,32 = 0,0032 m
2
1111 , 0
90 , 0
10 , 0 e
R
cermica
cermica
1
= =
= (m
2
.K)/W
Seo 2 (tijolo + cmara de ar + tijolo + cmara de ar + tijolo):
A2 = 0,04 x 0,32 = 0,0128 m
2
cermica
cermica
ar
cermica
cermica
ar
cermica
cermica
2
e
R
e
R
e
R
+ +
+ +
=
3644 , 0
90 , 0
015 , 0
16 , 0
90 , 0
01 , 0
16 , 0
90 , 0
015 , 0
R
2
= + + + + = (m
2
.K)/W
Portanto, a resistncia do tijolo ser:
Projeto 02:135.07-002:2003
15
2321 , 0
2206 , 0
0512 , 0
3644 , 0
0128 , 0 x 3
1111 , 0
0032 , 0 x 4
0128 , 0 x 3 0032 , 0 x 4
R
xA 3
R
xA 4
xA 3 xA 4
R
2
2
1
1
2 1
tijolo
= =
+
+
=
+
+
= (m
2
.K)/W
b) resistncia trmica da parede (Rt):
Seo A (reboco + argamassa + reboco):
Aa = 0,01 x 0,32 + 0,01 x 0,17 = 0,0049 m
2
1217 , 0
15 , 1
14 , 0
15 , 1
02 , 0
15 , 1
10 , 0
15 , 1
02 , 0 e
e
e
R
reboco
reboco
amassa arg
amassa arg
reboco
reboco
a
= = + + =
= (m
2
.K)/W
Seo B (reboco + tijolo + reboco):
Ab = 0,16 x 0,32 = 0,0512 m
2
2669 , 0
15 , 1
02 , 0
2321 , 0
15 , 1
02 , 0 e
R
e
R
reboco
reboco
tijolo
reboco
reboco
b
= + + =
+ +
= (m
2
.K)/W
Portanto, a resistncia da parede ser:
2417 , 0
2321 , 0
0561 , 0
2669 , 0
0512 , 0
1217 , 0
0049 , 0
0512 , 0 0049 , 0
R
A
R
A
A A
R
b
b
a
a
b a
t
= =
+
+
=
+
+
= (m
2
.K)/W
c) resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,13 + 0,2417 + 0,04 = 0,4117 (m
2
.K)/W
d) transmitncia trmica:
43 , 2
4117 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
Segunda forma (ver figura C.4):
Vista em perspectiva
Elemento isolado
Figura C.4- Parede de tijolos cermicos de seis furos rebocados em ambas as faces
a) resistncia trmica da parede:
Seo A (reboco + argamassa + reboco):
Aa = 0,01 x 0,32 + 0,01 x 0,17 = 0,0049 m
2
1217 , 0
15 , 1
14 , 0
15 , 1
02 , 0
15 , 1
10 , 0
15 , 1
02 , 0 e
e
e
R
reboco
reboco
amassa arg
amassa arg
reboco
reboco
a
= = + + =
= (m
2
.K)/W
Seo B (reboco + tijolo + reboco):
Ab = 0,01 x 0,32 = 0,0032 m
2
1459 , 0
15 , 1
02 , 0
90 , 0
10 , 0
15 , 1
02 , 0 e e e
R
reboco
reboco
cermica
cermica
reboco
reboco
b
= + + =
= (m
2
.K)/W
Seo C (reboco + tijolo + cmara de ar + tijolo + cmara de ar + tijolo + reboco):
Ac = 0,04 x 0,32 = 0,0128 m
2
reboco
reboco
cermica
cermica
ar
cermica
cermica
ar
cermica
cermica
reboco
reboco
c
e e
R
e
R
e e
R
+ +
+ +
=
3992 , 0
15 , 1
02 , 0
90 , 0
015 , 0
16 , 0
90 , 0
01 , 0
16 , 0
90 , 0
015 , 0
15 , 1
02 , 0
R
c
= + + + + + + = (m
2
.K)/W
Portanto, a resistncia da parede ser:
Projeto 02:135.07-001/002:2003
16
2502 , 0
2242 , 0
0561 , 0
3992 , 0
0128 , 0 x 3
1459 , 0
0032 , 0 x 4
1217 , 0
0049 , 0
0128 , 0 x 3 0032 , 0 x 4 0049 , 0
R
xA 3
R
xA 4
R
A
xA 3 xA 4 A
R
c
c
b
b
a
a
c b a
t
= =
+ +
+ +
=
+ +
+ +
= (m
2
.K)/W
b) resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,13 + 0,2502 + 0,04 = 0,4202 (m
2
.K)/W
c) transmitncia trmica:
38 , 2
4202 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
Notas:
1) A transmitncia trmica calculada pelas duas diferentes formas no exemplo 3 mostra uma pequena diferena (2%)
entre os valores, indicando que a forma como o problema pode ser resolvido no nica e que os resultados sero
equivalentes;
2) Esta diferena se deve ao fato de estar se admitindo regime estacionrio e unidimensional de transmisso de calor;
3) Pode-se dar preferncia ao primeiro processo quando diferentes paredes forem construdas com o mesmo tijolo e
ocorrer variao nas espessuras das argamassas de assentamento e de reboco.
d) capacidade trmica da parede:
Seo A (reboco + argamassa + reboco):
Aa = 0,01 x 0,32 + 0,01 x 0,17 = 0,0049 m
2
( ) ( ) ( )
reboco amassa arg reboco
3
1 i
i i i Ta
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
_
=
Como reboco = argamassa = 2000 kg/m
3
e creboco = cargamassa = 1,00 kJ/(kg.K), teremos
280 2000 x 00 , 1 x 14 , 0 C
Ta
= = kJ/(m
2
.K)
Seo B (reboco + tijolo + reboco):
Ab = 0,01 x 0,32 = 0,0032 m
2
( ) ( ) ( )
reboco cermica reboco
3
1 i
i i i Tb
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
_
=
227 2000 x 00 , 1 x 02 , 0 1600 x 92 , 0 x 10 , 0 2000 x 00 , 1 x 02 , 0 C
Tb
= + + = kJ/(m
2
.K)
Seo C (reboco + tijolo + cmara de ar + tijolo + cmara de ar + tijolo + reboco):
Ac = 0,04 x 0,32 = 0,0128 m
2
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
reboco cermica ar cermica ar cermica reboco Tc
7
1 i
i i i Tc
. c . e . c . e . c . e . c . e . c . e . c . e . c . e C
. c . e C
+ + + + + + =
=
_
=
139 1600 0,04x0,92x 2000 0,04x1,00x C
Tc
= + = kJ/(m
2
.K)
Portanto, a capacidade trmica da parede ser:
160
C
xA 3
C
xA 4
C
A
xA 3 xA 4 A
C
Tc
c
Tb
b
Ta
a
c b a
T
=
+ +
+ +
= kJ/(m
2
.K)
e) atraso trmico:
Rt = 0,2502 (m
2
.K)/W
B0 = CT - CText = 160 0,02.1,00.2000 = 120
108,4
0,2502
120
0,226.
R
B
0,226. B
t
0
1
= = =
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
( )
-11,1
10
1,15
0,02
0,2502
1,15
0,02
.
0,2502
.1,00) (1,15.2000
0,205. B
ext
2
=
|
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
B2 desconsiderado pois resultou em valor negativo.
3,6 108,4 02. 1,382.0,25 B B . 1,382.R
2 1 t
= = + = horas
f) fator de calor solar:
FS = 4.U.o
Utilizando cor externa branca (o = 0,3), teremos:
Projeto 02:135.07-002:2003
17
FS = 4.2,38.0,3 = 2,9%
Com o = 0,5, teremos;
FS = 4.2,38.0,5 = 4,8%
C.4 Exemplo 4: Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada (ver figura C.5)
Dados:
concreto = 2400 kg/m
3
concreto = 1,75 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cconcreto = 1,00 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Para a cmara de ar, Rar = 0,16 (m
2
.K)/W (tabela B.1, superfcie de alta emissividade, espessura da cmara de ar = 5,0
cm, fluxo horizontal).
Vista em perspectiva
Figura C.5 - Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada
a) resistncia trmica da parede:
1943 , 0
75 , 1
03 , 0
16 , 0
75 , 1
03 , 0 e
R
e
R
concreto
concreto
ar
concreto
concreto
t
= + + =
+ +
= (m
2
.K)/W
b) resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,13 + 0,1943 + 0,04 = 0,3643 (m
2
.K)/W
c) transmitncia trmica:
74 , 2
3643 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
d) capacidade trmica da parede:
( ) ( ) ( )
concreto ar concreto
3
1 i
i i i T
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
_
=
144 2400 x 00 , 1 x 03 , 0 0 2400 x 00 , 1 x 03 , 0 C
T
= + + = kJ/(m
2
.K)
e) atraso trmico:
Rt = 0,1943 (m
2
.K)/W
B0 = CT - CText = 144 0,03.1,00.2400 = 72
83,7
0,1943
72
0,226.
R
B
0,226. B
t
0
1
= = =
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
( )
-2,5
10
1,75
0,03
0,1943
1,75
0,03
.
0,1943
.1,00) (1,75.2400
0,205. B
ext
2
=
|
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
B2 desconsiderado pois resultou em valor negativo.
Projeto 02:135.07-001/002:2003
18
2,5 83,7 43. 1,382.0,19 B B . 1,382.R
2 1 t
= = + = horas
f) fator de calor solar:
FS = 4.U.o
Utilizando cor externa branca (o = 0,3), teremos:
FS = 4.2,74.0,3 = 3,3%
Com o = 0,5, teremos:
FS = 4.2,74.0,5 = 5,5%
C.5 Exemplo 5: Telhado inclinado de chapas de fibro-cimento com forro de pinus e cmara de ar ventilada (ver
figura C.6)
Dados:
comprimento do telhado = 7 m
abertura de ventilao de 5 cm por 7 metros em cada beiral
Fibro-cimento:
fibro-cimento = 1700 kg/m
3
fibro-cimento = 0,65 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cfibro-cimento = 0,84 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Pinus:
pinus = 500 kg/m
3
pinus = 0,15 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cpinus = 1,34 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Figura C.6 - Telhado inclinado de chapas de fibro-cimento com forro de pinus e cmara de ar ventilada
Verificao das condies de ventilao da cmara de ar:
S = 2 (700 x 5) = 7000 cm
2
A = 4 x 7 = 28 m
2
250
28
7000
A
S
= = cm
2
/m
2
S/A >> 30 logo, a cmara muito ventilada (ver 5.3.1 - tabela 1).
a) no vero (ver 5.3.2):
Para a cmara da ar, Rar = 0,21 (m
2
.K)/W (tabela B.1, superfcie de alta emissividade, espessura da cmara de ar = 25,0
cm > 5,0 cm, direo do fluxo descendente).
Resistncia trmica:
0,2890
0,15
0,01
0,21
0,65
0,008
e
R
e
R
pinus
pinus
ar
cimento fibro
cimento fibro
t
= + + = + + =
(m
2
.K)/W
Resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,17 + 0,2890 + 0,04 = 0,4990 (m
2
.K)/W
Transmitncia trmica:
00 , 2
4990 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
Projeto 02:135.07-002:2003
19
b) no inverno (ver 5.3.3):
Resistncia trmica total:
0,2667
0,15
0,01
0,20
e
2.0,10 R 2.R R
pinus
pinus
pinus si T
= + = + = + = (m
2
.K)/W
Transmitncia trmica:
3,75
0,2667
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
c) capacidade trmica da cobertura:
( ) ( ) ( )
pinus ar cimento fibro
3
1 i
i i i T
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
=
_
18 500 x 34 , 1 x 01 , 0 0 1700 x 84 , 0 x 008 , 0 C
T
= + + = kJ/(m
2
.K)
d) atraso trmico para o vero:
Rt = 0,2890 (m
2
.K)/W
B0 = CT - CText = 18 0,008.0,84.1700 = 6,6
5,1
0,2890
6,6
0,226.
R
B
0,226. B
t
0
1
= = =
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
( )
-10,1
10
0,65
0,008
0,2890
0,65
0,008
.
0,2890
.0,84) (0,65.1700
0,205. B
ext
2
=
|
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
B2 desconsiderado pois resultou em valor negativo.
0,9 5,1 90. 1,382.0,28 B B . 1,382.R
2 1 t
= = + = horas
e) fator de calor solar para o vero:
FS = 4.U.o
Utilizando cor externa branca (o = 0,3), teremos:
FS = 4.2,00.0,3 = 2,4%
Com o = 0,5, teremos:
FS = 4.2,00.0,5 = 4,0%
Notas:
1) O atraso trmico e o fator solar so determinados apenas para o vero em virtude de ser a condio predominante no
Brasil;
2) A transmitncia trmica determinada tambm para o inverno apenas para efeito didtico;
3) As duas notas anteriores tambm se aplicam ao exemplo seguinte (C.6).
C.6 Exemplo 6: Telhado inclinado de chapas de fibro-cimento com forro de pinus, lminas de alumnio polido e
cmara de ar ventilada (ver figura C.7)
Dados:
comprimento do telhado = 7 m
abertura de ventilao de 5 cm por 7 metros em cada beiral
Fibro-cimento:
fibro-cimento = 1700 kg/m
3
fibro-cimento = 0,65 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cfibro-cimento = 0,84 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Pinus:
pinus = 500 kg/m
3
pinus = 0,15 W/(m.K) (ver tabela B.3)
cpinus = 1,34 kJ/(kg.K) (ver tabela B.3)
Projeto 02:135.07-001/002:2003
20
Figura C.7 - Telhado inclinado de chapas de fibro-cimento com forro de pinus, lminas de alumnio polido e
cmara de ar ventilada
Verificao das condies de ventilao da cmara de ar:
S = 2 (700 x 5) = 7000 cm
2
A = 4 x 7 = 28 m
2
250
28
7000
A
S
= = cm
2
/m
2
S/A >> 30 logo, a cmara muito ventilada (ver 5.3.1 - tabela 1).
a) no vero (ver 5.3.2):
Para a cmara da ar, Rar = 0,61 (m
2
.K)/W (tabela B.1, superfcie de baixa emissividade, espessura da cmara de ar = 25,0
cm > 5,0 cm, direo do fluxo descendente).
Resistncia trmica:
0,6890
0,15
0,01
0,61
0,65
0,008
e
R
e
R
pinus
pinus
ar
cimento fibro
cimento fibro
t
= + + = + + =
(m
2
.K)/W
Resistncia trmica total:
RT = Rsi + Rt + Rse = 0,17 + 0,6890 + 0,04 = 0,8990 (m
2
.K)/W
Transmitncia trmica:
11 , 1
8990 , 0
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
b) no inverno (ver 5.3.3):
Resistncia trmica total:
0,2667
0,15
0,01
0,20
e
2.0,10 R 2.R R
pinus
pinus
pinus si T
= + = + = + = (m
2
.K)/W
Transmitncia trmica:
3,75
0,2667
1
R
1
U
T
= = = W/(m
2
.K)
c) capacidade trmica da cobertura:
( ) ( ) ( )
pinus ar cimento fibro
3
1 i
i i i T
. c . e . c . e . c . e . c . e C + + = =
=
_
18 500 x 34 , 1 x 01 , 0 0 1700 x 84 , 0 x 008 , 0 C
T
= + + = kJ/(m
2
.K)
d) atraso trmico para o vero:
Rt = 0,6890 (m
2
.K)/W
B0 = CT - CText = 18 0,008.0,84.1700 = 6,6
2,2
0,6890
6,6
0,226.
R
B
0,226. B
t
0
1
= = =
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
|
=
10
R R
R
R
.c) .
0,205. B
ext t
ext
t
ext
2
.
(
Projeto 02:135.07-002:2003
21
( )
-15,3
10
0,65
0,008
0,6890
0,65
0,008
.
0,6890
.0,84) (0,65.1700
0,205. B
ext
2
=
|
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
B2 desconsiderado pois resultou em valor negativo.
5,5 2,2 90. 1,382.0,68 B B . 1,382.R
2 1 t
= = + = horas
e) fator de calor solar para o vero:
FS = 4.U.o
Utilizando cor externa branca (o = 0,3), teremos:
FS = 4.1,11.0,3 = 1,3%
Com o = 0,5, teremos:
FS = 4.1,11.0,5 = 2,2%
Com o = 0,8, teremos:
FS = 4.1,11.0,8 = 3,6%
____________________________
Desempenho trmico de edificaes
67
Anexo 4
Sede:
Rio de Janeiro
Av. Treze de Maio, 13 28 andar
CEP 20003-900 Caixa Postal 1680
Rio de Janeiro RJ
Tel.: PABX (21) 3974-2300
Fax: (21) 2220-8249/2220-6436
Endereo eletrnico:
www.abnt.org.br
ABNT Associao
Brasileira de
Normas Tcnicas
Copyright 2003,
ABNTAssociao Brasileira
de Normas Tcnicas
Printed in Brazil/
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados
SET 2003
Projeto 02:135.07-001/3
Origem: Projeto 02:135.07-001/3:2003
ABNT/CB-02- Comit Brasileiro de Construo Civil
ABNT/CE-02:135.07 Comisso de Estudo de Desempenho Trmico de Edificaes
Thermal performance in buildings Brazilian Bioclimatic Zones and Building Guidelines for
Low-Cost Houses.
Descriptors: Thermal; Performance; Comfort; Buildings; Low-Cost Houses; Bioclimatic
Zones; Bioclimatic Strategies
Palavra(s)-chave: Desempenho trmico; Conforto Trmico;
Edificaes; Habitao Social; Zoneamento
Bioclimtico; Estratgias Bioclimticas.
25 pginas
Sumrio
Prefcio
Introduo
1 Objetivos e campo de aplicao
2 Referncias normativas
3 Definies
4 Zoneamento bioclimtico brasileiro
5 Parmetros e condies de contorno
6 Diretrizes construtivas para cada Zona Bioclimtica Brasileira
7 Estratgias de condicionamento trmico
ANEXOS
A Relao das 330 cidades cujos climas foram classificados
B Zoneamento Bioclimtico do Brasil
C Recomendaes e diretrizes construtivas para adequao da edificao ao clima local
D Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico de algumas paredes e coberturas
Prefcio
A ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas - o Frum Nacional de Normalizao. As Normas Brasileiras, cujo
contedo de responsabilidade dos Comits Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalizao Setorial (ONS), so
elaboradas por Comisses de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte:
produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratrios e outros). Os projetos de Norma Brasileira, elaborados no
mbito dos CB e ONS, circulam para Consulta Pblica Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.
Esta Norma faz parte do conjunto de Normas de Desempenho Trmico de Edificaes constitudo pelas partes:
Parte 1: Definies, smbolos e unidades;
Parte 2: Mtodos de clculo da transmitncia trmica, da capacidade trmica, do atraso trmico e do fator de calor solar de
elementos e componentes de edificaes;
Parte 4: Medio da resistncia trmica e da condutividade trmica pelo princpio da placa quente protegida;
Parte 5: Medio da resistncia trmica e da condutividade trmica pelo mtodo fluximtrico.
Os anexos A e B so de carter normativo e os anexos C e D, de carter informativo.
Desempenho trmico de edificaes
Parte 3: Zoneamento bioclimtico
brasileiro e diretrizes construtivas
para habitaes unifamiliares de
interesse social.
Projeto 02:135.07-001/3:2003
2
Introduo
A avaliao de desempenho trmico de uma edificao pode ser feita tanto na fase de projeto, quanto aps a construo.
Em relao edificao construda, a avaliao pode ser feita atravs de medies in-loco de variveis representativas do
desempenho, enquanto que na fase de projeto esta avaliao pode ser feita por meio de simulao computacional ou
atravs da verificao do cumprimento de diretrizes construtivas.
Esta parte da Norma apresenta recomendaes quanto ao desempenho trmico de habitaes unifamiliares de interesse
social aplicveis na fase de projeto. Ao mesmo tempo em que estabelece um Zoneamento Bioclimtico Brasileiro, traz
recomendaes de diretrizes construtivas e detalhamento de estratgias de condicionamento trmico passivo, com base
em parmetros e condies de contorno fixados.
Props-se, ento, a diviso do territrio brasileiro em oito zonas relativamente homogneas quanto ao clima e, para cada
uma destas zonas, formulou-se um conjunto de recomendaes tecno-construtivas que otimizam o desempenho trmico
das edificaes, atravs de sua melhor adequao climtica.
Adaptou-se uma Carta Bioclimtica a partir da sugerida por Givoni (Comfort Climate Analysis and Building Design
Guidelines. Energy and Building, 18 (1), 11-23, 1992), detalhadas no anexo B.
Esta Norma no trata dos procedimentos para avaliao do desempenho trmico de edificaes, os quais podem ser
elaborados atravs de clculos, de medies in loco ou de simulaes computacionais.
1 Objetivos e campo de aplicao
1.1 Esta Norma estabelece um Zoneamento Bioclimtico Brasileiro que embasa um conjunto de recomendaes e
estratgias construtivas destinadas s habitaes unifamiliares de interesse social.
1.2 Esta Norma estabelece recomendaes e diretrizes construtivas, sem carter normativo, para adequao climtica de
habitaes unifamiliares de interesse social, com at trs pavimentos.
2 Referncias normativas
As normas relacionadas a seguir contm disposies que, ao serem citadas neste texto, constituem prescries para esta
Norma Brasileira. As edies indicadas estavam em vigor no momento desta publicao. Como toda norma est sujeita a
reviso, recomenda-se queles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a convenincia de se usarem as
edies mais recentes das mesmas. A ABNT possui a informao das normas em vigor em um dado momento.
Projeto 02:135.07-001/1:2003 - Desempenho trmico de edificaes - Parte 1: Definies, smbolos e unidades.
Projeto 02:135.07-001/2:2003 - Desempenho trmico de edificaes - Parte 2: Mtodos de clculo da transmitncia
trmica, da capacidade trmica, do atraso trmico e do fator de calor solar de elementos e componentes de edificaes.
Projeto 02:135.07-001/4:2003 - Desempenho trmico de edificaes - Parte 4: Medio da resistncia trmica e da
condutividade trmica pelo princpio da placa quente protegida.
Projeto 02:135.07-001/5:2003 - Desempenho trmico de edificaes - Parte 5: Medio da resistncia trmica e da
condutividade pelo mtodo fluximtrico.
ASHRAE: 1996 - Algorithms for Building Heat Transfer Subroutines.
3 Definies
Para os efeitos desta Norma aplicam-se as definies, smbolos e unidades dos projetos 02:135.07-001/1, 02:135.07-
001/2, 02:135.07-001/4 e 02:135.07-001/5
4 Zoneamento bioclimtico brasileiro
O zoneamento bioclimtico brasileiro compreende oito diferentes zonas, conforme indica a figura 1.
O anexo A apresenta a relao de 330 cidades cujos climas foram classificados e o anexo B apresenta a metodologia
adotada na determinao do zoneamento.
Projeto 02:135.07-001/3:2003
3
Figura 1 - Zoneamento bioclimtico brasileiro.
5 Parmetros e condies de contorno
Para a formulao das diretrizes construtivas - para cada Zona Bioclimtica Brasileira (seo 6) - e para o estabelecimento
das estratgias de condicionamento trmico passivo (seo 7), foram considerados os parmetros e condies de
contorno seguintes:
a) tamanho das aberturas para ventilao;
b) proteo das aberturas;
c) vedaes externas (tipo de parede externa e tipo de cobertura)
1
; e
d) estratgias de condicionamento trmico passivo.
As informaes constantes das sees 6 e 7, a seguir, no tm carter normativo mas apenas orientativo.
6 Diretrizes construtivas para cada Zona Bioclimtica
Diretrizes construtivas relativas aberturas, paredes e coberturas para cada zona bioclimtica so apresentadas abaixo.
Limites indicativos so apresentados no Anexo C.
6.1 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 1
Na zona bioclimtica 1 ( ver figuras 2 e 3 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 1, 2 e 3.
1
Transmitncia trmica, Atraso trmico e Fator de calor solar (ver 02:135.07-002)
Projeto 02:135.07-001/3:2003
4
Figura 2 - Zona Bioclimtica 1
Figura 3 - Carta Bioclimtica com as normais de
cidades desta zona, destacando a cidade de Caxias do
Sul, RS
Tabela 1 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 1
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Mdias Permitir sol durante o perodo frio
Tabela 2 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 1
Vedaes externas
Parede: Leve
Cobertura: Leve Isolada
Tabela 3 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 1
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Inverno B) Aquecimento solar da edificao
C) Vedaes internas pesadas (inrcia trmica)
Nota:
O condicionamento passivo ser insuficiente durante o perodo mais frio do ano
Os cdigos B e C so os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico do
Brasil (ver Anexo B).
6.2 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 2
Na zona bioclimtica 2 ( ver figuras 4 e 5 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 4, 5 e 6.
Figura 4 - Zona Bioclimtica 2
Figura 5 - Carta Bioclimtica apresentando as normais
de cidades desta zona, destacando a cidade de Ponta
Grossa, PR
Projeto 02:135.07-001/3:2003
5
Tabela 4 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 2
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Mdias Permitir sol durante o inverno
Tabela 5 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 2
Vedaes externas
Parede: Leve
Cobertura: Leve Isolada
Tabela 6 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 2
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero J) Venti l ao cruzada
Inverno B) Aquecimento solar da edificao
C) Vedaes internas pesadas (inrcia trmica)
Nota:
O condicionamento passivo ser insuficiente durante o perodo mais frio do ano
Os cdigos J, B e C so os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico do
Brasil (ver Anexo B).
6.3 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 3
Na zona bioclimtica 3 ( ver figuras 6 e 7 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 7, 8 e 9.
Figura 6 - Zona Bioclimtica 3
Figura 7 - Carta Bioclimtica apresentando as normais
de cidades desta zona, destacando a cidade de
Florianpolis, SC
Tabela 7 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 3
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Mdias Permitir sol durante o inverno
Tabela 8 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 3
Vedaes externas
Parede: Leve Refletora
Cobertura: Leve Isolada
Tabela 9 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 3
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero J) Venti l ao cruzada
Inverno B) Aquecimento solar da edificao
C) Vedaes internas pesadas (inrcia trmica)
Os cdigos J, B e C so os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico do
Brasil (ver anexo B).
Projeto 02:135.07-001/3:2003
6
6.4 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 4
Na zona bioclimtica 4 ( ver figuras 8 e 9 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 10, 11 e 12.
Figura 8 - Zona Bioclimtica 4
Figura 9 - Carta Bioclimtica apresentando as normais
de cidades desta zona, destacando a cidade de
Braslia, DF
Tabela 10 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 4
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Mdias Sombrear aberturas
Tabela 11 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 4
Vedaes externas
Parede: Pesada
Cobertura: Leve Isolada
Tabela 12 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 4
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero H) Resfri amento evaporati vo e Massa trmi ca para resfri amento
J) Venti l ao sel eti va (nos perodos quentes em que a temperatura i nterna sej a superi or
externa)
Inverno B) Aquecimento solar da edificao
C) Vedaes internas pesadas (inrcia trmica)
Os cdigos H, J, B e C so os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico
do Brasil (ver anexo B).
6.5 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 5
Na zona bioclimtica 5 ( ver figuras 10 e 11 ) devem ser atendidas as diretrizes construtivas apresentadas nas tabela 13,
14 e 15.
Figura 10 - Zona Bioclimtica 5
Figura 11 - Carta Bioclimtica apresentando as
normais de cidades desta zona, destacando a cidade
de Santos, SP
Projeto 02:135.07-001/3:2003
7
Tabela 13 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 5
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Mdias Sombrear aberturas
Tabela 14 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 5
Vedaes externas
Parede: Leve Refletora
Cobertura: Leve Isolada
Tabela 15 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 5
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero J) Venti l ao cruzada
Inverno C) Vedaes internas pesadas (inrcia trmica)
Os cdigos J e C so os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico do
Brasil (ver anexo B).
6.6 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 6
Na zona bioclimtica 6 ( ver figuras 12 e 13 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 16, 17 e 18.
Figura 12 - Zona Bioclimtica 6
Figura 13 - Carta Bioclimtica apresentando as
normais de cidades desta zona, destacando a cidade
de Goinia, GO
Tabela 16 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 6
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Mdias Sombrear aberturas
Tabela 17 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 6
Vedaes externas
Parede: Pesada
Cobertura: Leve Isolada
Tabela 18- Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 6
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero H) Resfri amento evaporati vo e Massa trmi ca para resfri amento
J) Venti l ao sel eti va (nos perodos quentes em que a temperatura i nterna sej a superi or
externa)
Inverno C) Vedaes internas pesadas (inrcia trmica)
Os cdigos H, J e C so os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico do
Brasil (ver anexo B).
Projeto 02:135.07-001/3:2003
8
6.7 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 7
Na zona bioclimtica 7 ( ver figuras 14 e 15 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 19, 20 e 21.
Figura 14 - Zona Bioclimtica 7
Figura 15 - Carta Bioclimtica apresentando as
normais de cidades desta zona, destacando a cidade
de Picos, PI
Tabela 19 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 7.
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Pequenas Sombrear aberturas
Tabela 20 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 7
Vedaes externas
Parede: Pesada
Cobertura: Pesada
Tabela 21 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 7
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero H) Resfri amento evaporati vo e Massa trmi ca para resfri amento
J) Venti l ao sel eti va (nos perodos quentes em que a temperatura i nterna sej a superi or
externa)
Os cdi gos H e J so os mesmos adotados na metodol ogi a uti l i zada para defi ni r o Zoneamento
Bi ocl i mti co do Brasi l (ver anexo B).
6.8 Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimtica 8
Na zona bioclimtica 8 ( ver figuras 16 e 17 ) devem ser atendidas as diretrizes apresentadas nas tabelas 22, 23 e 24.
Figura 16 - Zona Bioclimtica 8
Figura 17 - Carta Bioclimtica apresentando as
normais de cidades desta zona, destacando a cidade
de Belm, PA
Tabela 22 - Aberturas para ventilao e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimtica 8
Aberturas para ventilao Sombreamento das aberturas
Grandes Sombrear aberturas
Projeto 02:135.07-001/3:2003
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Tabela 23 - Tipos de vedaes externas para a Zona Bioclimtica 8
Vedaes externas
Parede: Leve Refletora
Cobertura: Leve Refletora
NOTAS:
1 Coberturas com telha de barro sem forro, embora no atendam aos critrios das tabelas 23 e C.2 do Anexo C,
podero ser aceitas na Zona 8, desde que as telhas no sejam pintadas ou esmaltadas.
2.Na Zona 8, tambm sero aceitas coberturas com transmitncias trmicas acima dos valores tabelados, desde que
atendam s seguintes exigncias:
a) contenham aberturas para ventilao em, no mnimo, dois beirais opostos; e
b) as aberturas para ventilao ocupem toda a extenso das fachadas respectivas.
c) Nestes casos, em funo da altura total para ventilao (ver figura 18), os limites aceitveis da transmitncia
trmica podero ser multiplicados pelo fator (FT) indicado pela expresso 1.
Figura 18 - Abertura (h) em beirais, para ventilao do tico
FT = 1,17 1,07 . h
-1,04
(1)
Onde:
FT igual ao fator de correo da transmitncia aceitvel para as coberturas da zona 8 (adimensional);
h igual altura da abertura em dois beirais opostos, em centmetros.
3) Para coberturas sem forro ou com ticos no ventilados, FT = 1.
Tabela 24 - Estratgias de condicionamento trmico passivo para a Zona Bioclimtica 8
Estao Estratgias de condicionamento trmico passivo
Vero J) Venti l ao cruzada permanente
Nota:
O condicionamento passivo ser insuficiente durante as horas mais quentes
O cdigo J o mesmo adotado na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimtico do Brasil (ver
anexo B).
7. Estratgias de condicionamento trmico
A tabela 25 apresenta o detalhamento das diferentes estratgias de condicionamento trmico passivo.
Tabela 25 - Detalhamento das estratgias de condicionamento trmico.
Estratgia Detalhamento
A O uso de aquecimento artificial ser necessrio para amenizar a eventual sensao de desconforto
trmico por frio.
B A forma, a orientao e a implantao da edificao, alm da correta orientao de superfcies
envidraadas, podem contribuir para otimizar o seu aquecimento no perodo frio atravs da
incidncia de radiao solar. A cor externa dos componentes tambm desempenha papel importante
no aquecimento dos ambientes atravs do aproveitamento da radiao solar.
C A adoo de paredes internas pesadas pode contribuir para manter o interior da edificao aquecido.
D Caracteriza a zona de conforto trmico (a baixas umidades).
E Caracteriza a zona de conforto trmico.
F As sensaes trmicas so melhoradas atravs da desumidificao dos ambientes. Esta estratgia
pode ser obtida atravs da renovao do ar interno por ar externo atravs da ventilao dos
ambientes.
G e H Em regies quentes e secas, a sensao trmica no perodo de vero pode ser amenizada atravs
da evaporao da gua. O resfriamento evaporativo pode ser obtido atravs do uso de vegetao,
fontes de gua ou outros recursos que permitam a evaporao da gua diretamente no ambiente
que se deseja resfriar.
H e I Temperaturas internas mais agradveis tambm podem ser obtidas atravs do uso de paredes
(externas e internas) e coberturas com maior massa trmica, de forma que o calor armazenado em
seu interior durante o dia seja devolvido ao exterior durante a noite quando as temperaturas externas
diminuem.
/continua
Projeto 02:135.07-001/3:2003
10
/continuao
Tabela 25 - Detalhamento das estratgias de condicionamento trmico.
Estratgia Detalhamento
I e J A ventilao cruzada obtida atravs da circulao de ar pelos ambientes da edificao. Isto
significa que se o ambiente tem janelas em apenas uma fachada, a porta deveria ser mantida aberta
para permitir a ventilao cruzada. Tambm deve-se atentar para os ventos predominantes da
regio e para o entorno, pois este pode alterar significativamente a direo dos ventos.
K O uso de resfriamento artificial ser necessrio para amenizar a eventual sensao de desconforto
trmico por calor.
L Nas situaes em que a umidade relativa do ar for muito baixa e a temperatura do ar estiver entre 21
e 30
o
C, a umidificao do ar proporcionar sensaes trmicas mais agradveis. Essa estratgia
pode ser obtida atravs da utilizao de recipientes com gua e do controle da ventilao pois esta
indesejvel por eliminar o vapor proveniente de plantas e atividades domsticas.
________________
//ANEXO
Projeto 02:135.07-001/3:2003
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Anexo A (normativo)
Relao das 330 cidades cujos climas foram classificados
A.1 Notas sobre as colunas
A primeira coluna (UF) indica a Unidade Federativa a que a cidade pertence e a quarta coluna (Zona) indica a Zona
Bioclimtica na qual a cidade est inserida. Os estados e as cidades so apresentados em ordem alfabtica. A terceira
coluna apresenta as estratgias bioclimticas recomendadas, de acordo com a metodologia utilizada.
UF Cidade Estrat. Zona UF Cidade Estrat. Zona
AC Cruzeiro do Sul FJK 8 CE Barbalha DFHIJ 7
AC Rio Branco FIJK 8 CE Campos Sales DFHIJ 7
AC Tarauac FJK 8 CE Crates DFHIJ 7
AL gua Branca CFI 5 CE Fortaleza FIJ 8
AL Anadia FIJ 8 CE Guaramiranga CFI 5
AL Coruripe FIJ 8 CE Iguatu DFHIJ 7
AL Macei FIJ 8 CE Jaguaruana FIJK 8
AL Palmeira dos ndios FIJ 8 CE Mondibim FIJ 8
AL Po de Aucar FIJK 8 CE Morada Nova FHIJK 7
AL Pilar FIJ 8 CE Quixad FHIJK 7
AL Porto de Pedras FIJ 8 CE Quixeramobim FHIJK 7
AM Barcelos FJK 8 CE Sobral FHIJK 7
AM Coari FJK 8 CE Tau DFHIJ 7
AM Fonte Boa FJK 8 DF Braslia BCDFI 4
AM Humait FIJK 8 ES Cachoeiro de Itapemirim FIJK 8
AM Iaurete FJK 8 ES Conceio da Barra FIJ 8
AM Itacoatiara FJK 8 ES Linhares FIJ 8
AM Manaus FJK 8 ES So Mateus FIJ 8
AM Parintins JK 8 ES Vitria FIJ 8
AM Taracua FJK 8 GO Aragaras CFHIJ 6
AM Tef FJK 8 GO Catalo CDFHI 6
AM Uaupes FJK 8 GO Formosa CDFHI 6
AP Macap FJK 8 GO Goinia CDFHI 6
BA Alagoinhas FIJ 8 GO Gois FHIJ 7
BA Barra do Rio Grande CDFHI 6 GO Ipamer BCDFI 4
BA Barreiras DFHIJ 7 GO Luzinia BCDFI 4
BA Bom Jesus da Lapa CDFHI 6 GO Paran CFHIJ 6
BA Caetit CDFI 6 GO Pirenpolis CDFHI 6
BA Camaari FIJ 8 GO Posse CDFHI 6
BA Canavieiras FIJ 8 GO Rio Verde CDFHI 6
BA Caravelas FIJ 8 MA Barra do Corda FHIJK 7
BA Carinhanha CDFHI 6 MA Carolina FHIJ 7
BA Cip FIJK 8 MA Caxias FHIJK 7
BA Correntina CFHIJ 6 MA Coroat FIJK 8
BA Guaratinga FIJ 8 MA Graja FHIJK 7
BA Ibipetuba CFHIJ 6 MA Imperatriz FHIJK 7
BA Ilhus FIJ 8 MA So Bento FIJK 8
BA Irec CDFHI 6 MA So Luiz JK 8
BA Itaberaba FI 8 MA Turiau FIJ 8
BA Itiruu CFI 5 MA Z Doca FIJK 8
BA Ituau CDFHI 6 MG Aimors CFIJK 5
BA Jacobina FI 8 MG Arauai CFIJ 5
BA Lenis FIJ 8 MG Arax BCFI 3
BA Monte Santo CFHI 6 MG Bambu BCFIJ 3
BA Morro do Chapu CFI 5 MG Barbacena BCFI 3
BA Paratinga FHIJK 7 MG Belo Horizonte BCFI 3
BA Paulo Afonso FHIJK 7 MG Capara ABCFI 2
BA Remanso DFHI 7 MG Capinpolis CFIJ 5
BA Salvador (Ondina) FIJ 8 MG Caratinga BCFI 3
BA Santa Rita de Cssia CFHIJ 6 MG Cataguases CFIJ 5
BA So Francisco do Conde FIJ 8 MG Conceio do Mato Dentro BCFI 3
BA So Gonalo dos Campos FIJ 8 MG Coronel Pacheco BCFIJ 3
BA Senhor do Bonfim FHI 7 MG Curvelo BCFIJ 3
BA Serrinha FIJ 8 MG Diamantina BCFI 3
BA Vitria da Conquista CFI 5 MG Espinosa CDFHI 6
/Continua
Projeto 02:135.07-001/3:2003
12
Continuao
UF Cidade Estrat. Zona UF Cidade Estrat. Zona
MG Frutal CFHIJ 6 PA Belterra FJK 8
MG Governador Valadares CFIJ 5 PA Breves FJK 8
MG Gro Mogol BCFI 3 PA Conceio do Araguaia FIJK 8
MG Ibirit ABCFI 2 PA Itaituba FJK 8
MG Itabira BCFI 3 PA Marab FJK 8
MG Itajub ABCFI 2 PA Monte Alegre FIJ 8
MG Itamarandiba BCFI 3 PA bidos FJK 8
MG Januria CFHIJ 6 PA Porto de Moz FJK 8
MG Joo Pinheiro CDFHI 6 PA Santarm (Taperinha) FJK 8
MG Juiz de Fora BCFI 3 PA So Flix do Xing FIJK 8
MG Lavras BCFI 3 PA Soure JK 8
MG Leopoldina CFIJ 5 PA Tiris FIJ 8
MG Machado ABCFI 2 PA Tracuateua FIJK 8
MG Monte Alegre de Minas BCFIJ 3 PA Tucuru FJK 8
MG Monte Azul DFHI 7 PB Areia FIJ 8
MG Montes Claros CDFHI 6 PB Bananeiras FIJ 8
MG Muria BCFIJ 3 PB Campina Grande FIJ 8
MG Oliveira BCDFI 4 PB Guarabira FIJK 8
MG Paracatu CFHIJ 6 PB Joo Pessoa FIJ 8
MG Passa Quatro ABCFI 2 PB Monteiro CFHI 6
MG Patos de Minas BCDFI 4 PB So Gonalo FHIJK 7
MG Pedra Azul CFI 5 PB Umbuzeiro FI 8
MG Pirapora BCFHI 4 PE Arco Verde FHI 7
MG Pitangui BCFHI 4 PE Barreiros FJK 8
MG Poos de Calda ABCF 1 PE Cabrob DFHI 7
MG Pompeu BCFIJ 3 PE Correntes FIJ 8
MG Santos Dumont BCFI 3 PE Fernando de Noronha FIJ 8
MG So Francisco CFHIJ 6 PE Floresta FHIK 7
MG So Joo Del Rei ABCFI 2 PE Garanhuns CFI 5
MG So Joo Evangelista BCFIJ 3 PE Goiana FIJ 8
MG So Loureno ABCFI 2 PE Nazar da Mata FIJ 8
MG Sete Lagoas BCDFI 4 PE Pesqueira FI 8
MG Tefilo Otoni CFIJ 5 PE Petrolina DFHI 7
MG Trs Coraes ABCFI 2 PE Recife FIJ 8
MG Ub BCFIJ 3 PE So Caetano FIJ 8
MG Uberaba BCFIJ 3 PE Surubim FIJ 8
MG Viosa BCFIJ 3 PE Tapera FIJ 8
MS Aquidauana CFIJK 5 PE Triunfo CFHI 6
MS Campo Grande CFHIJ 6 PI Bom Jesus do Piau DFHIJ 7
MS Corumb FIJK 8 PI Floriano FHIJK 7
MS Coxim CFHIJ 6 PI Parnaba FIJ 8
MS Dourados BCFIJ 3 PI Paulistana DFHIJ 7
MS Ivinhema CFIJK 5 PI Picos DFHIJ 7
MS Paranaba CFHIJ 6 PI Teresina FHIJK 7
MS Ponta Por BCFI 3 PR Campo Mouro BCFI 3
MS Trs Lagoas CFHIJ 6 PR Castro ABCF 1
MT Cceres FIJK 8 PR Curitiba ABCF 1
MT Cidade Vera CFIJK 5 PR Foz do Iguau BCFIJ 3
MT Cuiab FHIJK 7 PR Guara BCFIJ 3
MT Diamantino FHIJK 7 PR Guarapuava ABCF 1
MT Meruri CFHIJ 6 PR Iva ABCFI 2
MT Presidente Murtinho BCFIJ 3 PR Jacarezinho BCFIJ 3
PA Altamira FJK 8 PR Jaguariaiva ABCFI 2
PA Alto Tapajs FJK 8 PR Londrina BCFI 3
PA Belm FJK 8 PR Maring ABCD 1
Continua
Projeto 02:135.07-001/3:2003
13
Continuao
UF Cidade Estrat. Zona UF Cidade Estrat. Zona
PR Palmas ABCF 1 SC Indaial BCFIJ 3
PR Paranagu BCFIJ 3 SC Lages ABCF 1
PR Ponta Grossa ABCFI 2 SC Laguna ABCFI 2
PR Rio Negro ABCFI 2 SC Porto Unio ABCFI 2
RJ Angra dos Reis FIJ 8 SC So Francisco do Sul CFIJ 5
RJ Barra do Itabapoana CFIJ 5 SC So Joaquim ABCF 1
RJ Cabo Frio FIJ 8 SC Urussanga ABCFI 2
RJ Campos CFIJ 5 SC Vales ABCFI 2
RJ Carmo BCFIJ 3 SC Xanxer ABCFI 2
RJ Cordeiro BCFIJ 3 SE Aracaj FIJ 8
RJ Escola Agrcola CFIJ 5 SE Itabaianinha FIJ 8
RJ Ilha Guaba FIJ 8 SE Propri FIJK 8
RJ Itaperuna CFIJ 5 SP Andradina CFHIJ 6
RJ Maca CFIJ 5 SP Araatuba CFIJK 5
RJ Niteri CFIJ 5 SP Avar BCFIJ 3
RJ Nova Friburgo ABCFI 2 SP Bandeirantes BCFI 3
RJ Petrpolis BCF 3 SP Bariri BCFI 3
RJ Pira BCFIJ 3 SP Barra Bonita BCFI 3
RJ Rezende BCFIJ 3 SP Campinas BCFI 3
RJ Rio de Janeiro (15 Nov) FIJ 8 SP Campos do Jordo ABCF 1
RJ Rio Douro CFIJ 5 SP Casa Grande ABCFI 2
RJ Terespolis ABCFI 2 SP Catanduva CFHIJ 6
RJ Vassouras BCFIJ 3 SP Franca BCDF 4
RJ Xerm CFIJ 5 SP Graminha BCFI 3
RN Apod FIJK 8 SP Ibitinga BCFIJ 3
RN Cear Mirim FIJ 8 SP Iguape CFIJ 5
RN Cruzeta FHIJK 7 SP Itapeva ABCFI 2
RN Florania FHIJ 7 SP Jau BCDFI 4
RN Macaiba FIJ 8 SP Juqui CFIJ 5
RN Macau FIJ 8 SP Jurumirim BCFI 3
RN Mossor FHIJK 7 SP Limeira BCDFI 4
RN Natal FIJ 8 SP Limoeiro BCDFI 4
RN Nova Cruz FIJ 8 SP Mococa BCDFI 4
RO Porto Velho FIJK 8 SP Mogi Guau (Campininha) BCFIJ 3
RS Alegrete ABCFI 2 SP Paraguau Paulista CDFI 6
RS Bag ABCFI 2 SP Pindamonhangaba BCFIJ 3
RS Bom Jesus ABCF 1 SP Pindorama CDFHI 6
RS Caxias do Sul ABCF 1 SP Piracicaba ABCFI 2
RS Cruz Alta ABCFI 2 SP Presidente Prudente CDFHI 6
RS Encruzilhada do Sul ABCFI 2 SP Ribeiro das Antas BCFI 3
RS Ira BCFIJ 3 SP Ribeiro Preto BCDFI 4
RS Passo Fundo ABCFI 2 SP Salto Grande BCFIJ 3
RS Pelotas ABCFI 2 SP Santos CFIJ 5
RS Porto Alegre BCFI 3 SP So Carlos BCDFI 4
RS Rio Grande BCFI 3 SP So Paulo BCFI 3
RS Santa Maria ABCFI 2 SP So Simo BCDFI 4
RS Santa Vitria do Palmar ABCFI 2 SP Sorocaba BCFI 3
RS So Francisco de Paula ABCF 1 SP Tiet BCFI 3
RS So Luiz Gonzaga ABCFI 2 SP Trememb BCFI 3
RS Torres BCFI 3 SP Ubatuba BCFIJ 3
RS Uruguaiana ABCFI 2 SP Viracopos BCDFI 4
SC Ararangu ABCFI 2 SP Votuporanga CDFHI 6
SC Camboriu BCFIJ 3 TO Peixe FHIJK 7
SC Chapec BCFI 3 TO Porto Nacional FHIJK 7
SC Florianpolis BCFIJ 3 TO Taguatinga DFHIJ 7
Projeto 02:135.07-001/3:2003
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Anexo B (normativo)
Zoneamento Bioclimtico do Brasil
B.1 Conceituao
O territrio brasileiro foi dividido em oito zonas relativamente homogneas quanto ao clima.
Para cada uma destas zonas, formula-se um conjunto de recomendaes tecno-construtivas, objetivando otimizar o
desempenho trmico das edificaes, atravs de sua melhor adequao climtica.
B.2 Base de dados climticos
B.2.1 O territrio brasileiro foi dividido em 6500 clulas, cada
uma das quais foi caracterizada pela posio geogrfica e
pelas seguintes variveis climticas:
a) Mdias mensais das temperaturas mximas;
b) Mdias mensais das temperaturas mnimas; e
c) Mdias mensais das Umidades Relativas do ar.
B.2.2 Para 330 clulas (ver figura B.1) contou-se com:
a) dados Normais Climatolgicas medidos desde 1961 a
1990 em 206 cidades:
b) dados Normais e outras fontes medidos desde 1931 a
1960 em 124 cidades
c) para as demais clulas o clima foi estimado, por
interpolao, atravs dos passos B.2.2.1 e B.2.2.2
Figura B.1 Localizao das clulas com
dados medidos
B.2.2.1 Mdias mensais de temperaturas mximas e mnimas
Os valores de cada clula foram considerados como mdias ponderadas entre quatro clulas vizinhas (acima, abaixo,
esquerda e direita).
Na ponderao, as clulas com dados medidos tiveram peso quatro e as demais peso um.
B.2.2.2 Mdias mensais de Umidades Relativas
Atravs dos algortmos das relaes psicromtricas (Algorithms for Buiding Heat Transfer Subroutines, ASHRAE, 1996)
foram primeiramente calculadas as Umidades Absolutas (gramas de vapor dgua/ quilo de ar seco) das cidades com clima
medido.
Em seguida, estas umidades foram interpoladas pelo mesmo
procedimento adotado para as temperaturas.
Finalmente, para cada clula, foram obtidas as Umidades Relativas
correspondentes s Temperaturas Mdias Mensais.
B.3 Mtodo para a classificao bioclimtica
Adotou-se uma Carta Bioclimtica (ver figura B.2) adaptada a partir
da sugerida por Givoni (Comfort, climate analysis and building
design guidelines. Energy and Building, vol.18, july/92).
Figura B.2 Carta bioclimtica
adaptada
As zonas da carta correspondem s seguintes estratgias:
A Zona de aquecimento artificial (calefao)
B Zona de aquecimento solar da edificao
C Zona de massa trmica para aquecimento
D Zona de Conforto Trmico (baixa umidade)
E Zona de Conforto Trmico
F Zona de desumidificao (renovao do ar)
G + H Zona de resfriamento evaporativo
H + I Zona de massa trmica de refrigerao
I + J Zona de ventilao
K Zona de refrigerao artificial
L Zona de umidificao do ar
Projeto 02:135.07-001/3:2003
15
Sobre esta carta, foram registrados e classificados os climas de
cada ponto do territrio brasileiro. Para cada ms do ano, os
dados mensais de temperatura e umidade do ar foram
representados por uma reta (ver figura B.3), obtida da seguinte
maneira:
Dados de entrada:
a) Tmin igual temperatura mdia das mnimas
b) Tmax igual temperatura mdia das mximas
c) UR igual mdia mensal da Umidade Relativa
Clculo da temperatura mdia mensal e seqncia
Tmed = (Tmin + Tmax) / 2
Figura B.3 Determinao da linha
abc
- Marcar o ponto a, na interseo entre Tmed e UR.
- A umidade absoluta correspondente ao ponto a ser considerada como a mdia mensal da umidade absoluta
(Umed, em g. de vapor / kg de ar seco).
- Calcular Umin (umidade absoluta correspondente a Tmin) pela seguinte expresso:
Umin = Umed 1, 5 (gr. Vapor / kg ar seco)
- Calcular Umax (umidade absoluta correspondente a Tmax) pela seguinte expresso:
Umax = Umed + 1, 5 (gr. Vapor / kg ar seco)
Nota: A variao mdia da umidade da absoluta do ar, adotada nas expresses acima, sugerida por Lamberts, Dutra e Pereira
(Eficincia Energtica na Arquitetura, 1997, pgina 144).
- Localizar o ponto b na interseo entre as retas que passam por Tmin e por Umin
- Localizar o ponto c na interseo entre as retas que passam por Tmax e por Umax
Figura B.4 Percentagem de cada
estratgia
A reta bc representa todas as horas de um dia mdio do ms
considerado. Calcula-se, ento, a percentagem destas horas que
corresponda a cada uma das estratgias indicadas na carta
bioclimtica.
No exemplo indicado na figura B.4 , as horas mais frias do dia esto
na regio C da carta (massa trmica para aquecimento), enquanto as
mais quentes esto na regio D. Como a reta inteira equivale a 100%
do tempo, os segmentos C, E e D indicam, respectivamente, as
percentagens das horas correspondentes a cada uma destas
estratgias. Esta operao repetida para os 12 meses, calculando-
se, assim, as percentagens de cada estratgia acumuladas ao longo
de um ano.
B.4 Um caso particular
A figura B.5, mostra uma condio climtica sob a qual a aplicao do
procedimento indicado implicaria em localizar o ponto b acima da curva
de saturao do ar.
Nestes casos, fazendo corresponder o ponto b a uma umidade relativa
d 100%, adota-se uma amplitude maior que 3 para a umidade absoluta
(dU > 3 gr vapor / kg ar seco).
Figura B.5 Ponto acima da
curva de saturao do ar
Projeto 02:135.07-001/3:2003
16
A carta indicada na figura B.6 apresenta o clima de
Braslia, com as respectivas percentagens das
horas/ano correspondentes cada estratgia. Valores
menores que 1% so desprezados. Em seguida, so
selecionadas as 5 principais estratgias, exceto a da
regio E (conforto trmico). No caso de Braslia,
restariam as seguintes:
F 15,2 %
D 11,9 %
C 12,7 %
I 3,7%
B 1,5%
Figura B.6 Estratgias bioclimticas para
Braslia
Reunidas em ordem alfabtica, estas letras definem o cdigo BCDFI para o clima analisado. Este cdigo permitir a
classificao de cada tipo de clima, em uma das 8 Zonas Bioclimticas, atravs dos critrios apresentados na tabela B.1
Tabela B.1 - Critrios para classificao bioclimtica
Classificao Zona N
o
Cidades
A B C D H I J
Sim No No 1 12
Sim 2 33
Sim No No 3 62
Sim 4 17
Sim No No 5 30
Sim 6 38
Sim 7 39
No 8 99
Legenda: Sim = presena obrigatria
No = presena proibida
NOTAS:
1 As estratgias no assinaladas com sim ou no podem estar no cdigo do clima, mas sua presena no obrigatria.
2 Percorrer a tabela de cima para baixo, adotando a primeira zona cujos critrios coincidam com o cdigo.
B.5 Exemplo de aplicao
Como j foi visto, o clima de Braslia identificado pelas letras BCDFI. Percorre-se, ento, a tabela, de cima para baixo,
procurando a primeira Zona cujos critrios aceitem esta seqncia:
Zona 1: A obrigatrio e I e J so proibidos. Portanto, Braslia no faz parte desta Zona Bioclimtica pois no tem A e tem
I.
Zona 2: A obrigatrio. Braslia no faz parte desta Zona Bioclimtica pois no tem A.
Zona 3: B obrigatrio e D e H so proibidos. Braslia tem D, portanto no faz parte desta Zona Bioclimtica.
Zona 4: B obrigatrio. Como Braslia tem B, sua Zona Bioclimtica a 4.
Projeto 02:135.07-001/3:2003
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Anexo C (informativo)
Recomendaes e diretrizes construtivas para adequao da edificao ao clima local
A Tabela C.1 apresenta diretrizes construtivas relativas aberturas para ventilao e a Tabela C.2, diretrizes construtivas
relativas transmitncia trmica, atraso trmico e fator de calor solar para paredes externas e coberturas.
Tabela C.1 - Aberturas para ventilao
Aberturas para ventilao A (em % da rea de piso)
Pequenas 10% < A < 15%
Mdias 15% < A < 25%
Grandes A > 40%
Tabela C.2 - Transmitncia trmica, atraso trmico e fator de calor solar admissveis para cada tipo de vedao
externa
Vedaes externas Transmitncia
Trmica - U
Atraso Trmico - M Fator de Calor Solar
- FCS
W/m
2
.K Horas
%
Leve U d 3,00 M d 4,3 FCS d 5,0
Paredes
Leve Refletora U d 3,60 M d 4,3 FCS d 4,0
Pesada U d 2,20 M t 6,5 FCS d 3,5
Leve Isolada U d 2,00 M d 3,3 FCS d 6,5
Coberturas
Leve Refletora U d 2,30.FT M d 3,3 FCS d 6,5
Pesada U d 2,00 M t 6,5 FCS d 6,5
NOTAS
1 Transmitncia trmica, Atraso trmico e Fator de calor solar (ver 02:135.07-002)
2 As aberturas efetivas para ventilao so dadas em % da rea de piso em ambientes de longa permanncia (cozinha,
dormitrio, sala de estar).
3 No caso de coberturas (este termo deve ser entendido como o conjunto telhado mais tico mais forro), a transmitncia
trmica deve ser verificada para fluxo descendente.
4 O termo tico refere-se cmara de ar existente entre o telhado e o forro.
Projeto 02:135.07-001/3:2003
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Anexo D (informativo)
Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico de algumas paredes e coberturas
Tabela D.1 - Propriedades trmicas dos materiais utilizados nos componentes das tabelas D.3
Material U (kg/m
3
) O (W/(m.K)) c (kJ/(kg.K))
Cermica 1600 0,90 0,92
Argamassa de emboo ou assentamento 2000 1,15 1,00
Concreto 2400 1,75 1,00
Tabela D.2 - Propriedades trmicas dos materiais utilizados nos componentes das tabelas D.4
Material U (kg/m
3
) O (W/(m.K)) c (kJ/(kg.K))
Cermica 2000 1,05 0,92
Fibro-cimento 1900 0,95 0,84
Madeira 600 0,14 2,30
Concreto 2200 1,75 1,00
Lmina de alumnio polido (H< 0,2) 2700 230 0,88
L de vidro 50 0,045 0,70
Tabela D.3 Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico para algumas paredes.
Parede Descri o U [W/(m
2
.K)] CT [kJ/(m
2
.K)] M [horas]
Parede de concreto macio
Espessura total da parede: 5,0 cm
5,04 120 1,3
Parede de concreto macio
Espessura total da parede: 10,0 cm
4,40 240 2,7
Parede de tijolos macios aparentes
Dimens. tijolo: 10,0x6,0x22,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura total da parede: 10,0 cm 3,70 149 2,4
Parede de tijolos 6 furos quadrados,
assentados na menor dimenso
Dimens. tijolo: 9,0x14,0x19,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 14,0 cm
2,48 159 3,3
Parede de tijolos 8 furos quadrados,
assentados na menor dimenso
Dimens. tijolo: 9,0x19,0x19,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 14,0 cm
2,49 158 3,3
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Tabela D.3 (continuao) Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico para algumas paredes.
Parede Descri o U [W/(m
2
.K)] CT [kJ/(m
2
.K)] M [horas]
Parede de tijolos de 8 furos
circulares, assentados na menor
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x20,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 15,0 cm
2,24 167 3,7
Parede de tijolos de 6 furos
circulares, assentados na menor
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 15,0 cm
2,28 168 3,7
Parede com 4 furos circulares
Dimenses do tijolo: 9,5x9,5x20,0
cm
Espessura arg. de assentamento:
1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 14,5 cm
2,49 186 3,7
Parede de blocos cermicos de 3
furos
Dimenses do bloco:
13,0x28,0x18,5 cm
Espessura arg. assentam.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 18,0 cm
2,43 192 3,8
Parede de tijolos macios,
assentados na menor dimenso
Dimenses do tijolo: 10,0x6,0x22,0
cm
Espessura arg. de assentamento:
1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 15,0 cm
3,13 255 3,8
Parede de blocos cermicos de 2
furos
Dimenses do bloco:
14,0x29,5x19,0 cm
Espessura arg. de assentamento:
1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 19,0 cm
2,45 203 4,0
Parede de tijolos com 2 furos
circulares
Dimenses do tijolo: 12,5x6,3x22,5
cm
Espessura arg. de assentamento:
1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 17,5 cm
2,43 220 4,2
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Tabela D.3 (continuao) Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico para algumas paredes.
Parede Descri o U [W/(m
2
.K)] CT [kJ/(m
2
.K)] M [horas]
Parede de tijolos de 6 furos
quadrados, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 9,0x14,0x19,0 cm
Espessura arg. assentam.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 19,0 cm
2,02 192 4,5
Parede de tijolos de 21 furos
circulares, assentados na menor
dimenso
Dimens. tijolo: 12,0x11,0x25,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 17,0 cm
2,31 227 4,5
Parede de tijolos de 6 furos
circulares, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 20,0 cm
1,92 202 4,8
Parede de tijolos de 8 furos
quadrados, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 9,0x19,0x19,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 24,0 cm
1,80 231 5,5
Parede de tijolos de 8 furos
circulares, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x20,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 25,0 cm
1,61 232 5,9
Parede dupla de tijolos de 6 furos
circulares, assentados na menor
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 26,0 cm
1,52 248 6,5
Parede dupla de tijolos macios,
assentados na menor dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x6,0x22,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 26,0 cm
2,30 430 6,6
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Tabela D.3 (concluso) Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico para algumas paredes.
Parede Descri o U [W/(m
2
.K)] CT [kJ/(m
2
.K)] M [horas]
Parede de tijolos macios,
assentados na maior dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x6,0x22,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 27,0 cm
2,25 445 6,8
Parede dupla de tijolos de 21 furos
circulares, assentados na menor
dimenso
Dimens. tijolo: 12,0x11,0x25,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 30,0 cm
1,54 368 8,1
Parede dupla de tijolos de 6 furos
circulares, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 36,0 cm
1,21 312 8,6
Parede dupla de tijolos de 8 furos
quadrados, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 9,0x19,0x19,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 44,0 cm
1,12 364 9,9
Parede dupla de tijolos de 8 furos
circulares, assentados na maior
dimenso
Dimens. tijolo: 10,0x20,0x20,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboo: 2,5 cm
Espessura total da parede: 46,0 cm
0,98 368 10,8
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Tabela D.4 Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico para algumas coberturas.
Cobertura Descri o U [W/(m
2
.K)] CT [kJ/(m
2
.K)] M
[horas]
Cobertura de telha de barro sem
forro
Espessura da telha: 1,0 cm
4,55 18 0,3
Cobertura de telha de fibro-cimento
sem forro
Espessura da telha: 0,7 cm
4,60 11 0,2
Cobertura de telha de barro com
forro de madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
2,00 32 1,3
Cobertura de telha de fibro-cimento
com forro de madeira
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
2,00 25 1,3
Cobertura de telha de barro com
forro de concreto
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
2,24 84 2,6
Cobertura de telha de fibro-cimento
com forro de concreto
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
2,25 77 2,6
Cobertura de telha de barro com
forro de laje mista
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m
2
.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m
2
.K)
1,92 113 3,6
Cobertura de telha de fibro-cimento
com forro de laje mista
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m
2
.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m
2
.K)
1,93 106 3,6
Cobertura de telha de barro com
laje de concreto de 20 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
1,84 458 8,0
Cobertura de telha de fibro-cimento
com laje de concreto de 20 cm
Espessura da telha: 0,7 cm
1,99 451 7,9
Cobertura de telha de barro com
laje de concreto de 25 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
1,75 568 9,3
Cobertura de telha de fibro-cimento
com laje de concreto de 25 cm
Espessura da telha: 0,7 cm
1,75 561 9,2
Cobertura de telha de barro, lmina
de alumnio polido e forro de
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
1,11 32 2,0
Projeto 02:135.07-001/3:2003
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Tabela D.4 (concluso) Transmitncia trmica, capacidade trmica e atraso trmico para algumas coberturas.
Cobertura Descri o U [W/(m
2
.K)] CT [kJ/(m
2
.K)] M
[horas]
Cobertura de telha de fibro-cimento,
lmina de alumnio polido e forro de
madeira
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
1,16 25 2,0
Cobertura de telha de barro, lmina
de alumnio polido e forro de
concreto
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
1,18 84 4,2
Cobertura de telha de fibro-cimento,
lmina de alumnio polido e forro de
concreto
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
1,18 77 4,2
Cobertura de telha de barro, lmina
de alumnio polido e forro de laje
mista
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m
2
.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m
2
.K)
1,09 113 5,4
Cobertura de telha de fibro-cimento,
lmina de alumnio polido e forro de
laje mista
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m
2
.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m
2
.K)
1,09 106 5,4
Cobertura de telha de barro, lmina
de alumnio polido e laje de
concreto de 20 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
1,06 458 11,8
Cobertura de telha de fibro-cimento,
lmina de alumnio polido e laje de
concreto de 20 cm
Espessura da telha: 0,7 cm
1,06 451 11,8
Cobertura de telha de barro, lmina
de alumnio polido e laje de
concreto de 25 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
1,03 568 13,4
Cobertura de telha de fibro-cimento,
lmina de alumnio polido e laje de
concreto de 25 cm
Espessura da telha: 0,7 cm
1,03 561 13,4
Cobertura de telha de barro com 2,5
cm de l de vidro sobre o forro de
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
0,95 33 2,3
Cobertura de telha de barro com 5,0
cm de l de vidro sobre o forro de
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
0,62 34 3,1
NOTAS:
1 As transmitncias trmicas e os atrasos trmicos das coberturas so calculados para condies de vero (fluxo trmico
descendente).
2 Deve-se atentar que, apesar da semelhana entre a transmitncia trmica da cobertura com telhas de barro e aquela com
telhas de fibrocimento, o desempenho trmico proporcionado por estas duas coberturas significativamente diferente pois as
telhas de barro so porosas e permitem a absoro de gua (de chuva ou de condensao). Este fenmeno contribui para a
reduo do fluxo de calor para o interior da edificao, pois parte deste calor ser dissipado no aquecimento e evaporao da
gua contida nos poros da telha. Desta forma, sugere-se a utilizao de telhas de barro em seu estado natural, ou seja, isentas
de quaisquer tratamentos que impeam a absoro de gua.
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Desempenho trmico de edificaes
68
Anexo 5