Do Risco Ao Desenvolvimento de Úlceras Por Pressão
Do Risco Ao Desenvolvimento de Úlceras Por Pressão
Do Risco Ao Desenvolvimento de Úlceras Por Pressão
Janeiro de 2015
Dulce Menezes da Cruz
Coimbra, 2015
Capa e ilustrações:
Sofia Neto
AGRADECIMENTOS
A realização desta dissertação marca o fim de uma etapa ao longo da qual fui
recebendo o maior apoio e estímulo de muitas pessoas, pelo que a todos expresso a
minha mais profunda gratidão.
Aos Professores Doutores Pedro Lopes Ferreira e Alexandre Marques Rodrigues,
Meus orientadores, pela disponibilidade demonstrada, pelo incentivo e pelas orientações
dadas, importantes para a concretização deste projeto.
Ao Rogério Marques, pela ajuda crucial no transporte dos dados para um só
documento excel. Sem esta colaboração não teria sido possível a realização deste
trabalho.
Expresso também a minha gratidão aos amigos que mais de perto me apoiaram
neste percurso particularmente à Ana Varela, à Marina Costa, à Isabel Biscaia, ao Miguel
Rodrigues, ao João Paulo e ao Jorge Gaspar.
Agradeço, ainda, a todos os que de forma direta ou indireta me apoiaram e
contribuíram neste caminho.
Por fim, um sentido e profundo reconhecimento às minhas filhas, Sofia e
Mafalda e ao meu marido, Paulo, pelos sacrifícios a que esta dissertação os submeteu e
pelo seu apoio e constante encorajamento.
iii
iv
“A fonte básica da formação do conhecimento é a
organização do conhecimento”
Serrano e Fialho
v
vi
RESUMO
As Úlcera por Pressão (UP) são um problema com valores de prevalência elevados a nível
mundial. A sua incidência ocorre nos mais diversos ambientes de cuidados representando
sofrimento para os doentes e familiares, prolongando o tempo de internamento e
aumentando os custos associados. Com este estudo, visou-se investigar quais os fatores
de risco de UP que afetam os indivíduos internados no serviço de Medicina do Hospital
Distrital da Figueira da Foz (HDFF), localizado na zona centro de Portugal. Trata-se de um
estudo de caráter epidemiológico descritivo correlacional e retrospetivo, realizado aos
indivíduos internados ao longo do período de um ano, entre o dia 1 de julho de 2013 e o
dia 30 de junho de 2014. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética e autorizado pelo
Conselho de Administração do HDFF. Para a análise estatística foram utilizados o teste de
qui-quadrado de Pearson, o teste de Mann-Whitney e o teste de Wilcoxon. A amostra é
composta por 990 indivíduos e caracteriza-se por um perfil com predomínio de indivíduos
envelhecidos e de indivíduos do género feminino, pois 596 (60,2%) tem 80 ou mais anos e
525 (53,0%) são mulheres. Destes indivíduos 728 não apresentavam qualquer UP no
momento de admissão no serviço de Medicina e, destes, 17 indivíduos desenvolveram UP
durante o internamento, apresentando a incidência de UP uma taxa de 2,3 %. Num total
de 27 UP nos 17 indivíduos, existiram em média 1,76 UP por cada novo caso. Os
indivíduos que desenvolveram UP tiveram como diagnóstico de alta mais frequente as
patologias referentes a doenças e perturbações do aparelho respiratório (23,5%). No que
respeita à localização das 27 UP desenvolvidas durante o internamento, 25,9%
localizaram-se na região trocanteriana e igual percentagem na região sacral, seguidas de
22,3% na região calcânea. No momento da primeira avaliação da pele a categoria II foi
predominante (70,4%). Contudo, verificou-se um agravamento no estadio das UP no
decurso do internamento e no momento da alta a predominância foi da categoria III
(44,5%). Constatou-se-se, ainda, que aquando do internamento no serviço de Medicina
uma grande parte dos indivíduos que não era portador de UP (57,0%) apresentava
exposição ao risco para o seu desenvolvimento, pois obtiveram um score inferior a 16 na
vii
avaliação pela escala de Braden. Os indivíduos que desenvolveram UP no internamento
foram também os que apresentavam menor score (13,53) na escala de Braden na
primeira avaliação de risco efetuada. De entre os fatores de risco, identificados pela
aplicação da escala de Braden aos indivíduos que desenvolveram UP neste estudo,
destacam-se as dimensões “atividade”, “mobilidade” e “forças de deslizamento”, como
preditivas para o seu desenvolvimento.
viii
ABSTRACT
Pressure Ulcers (PU) are a problem with high worldwide prevalence. Their incidence
occurs in a wide range of care environments, representing suffering for patients and their
families, extending hospital stays and increasing the associated costs. This study was
intended to investigate which PU risk factors affect individuals admitted to the internal
medicine ward at the District Hospital of Figueira da Foz (HDFF), located in the central
region of Portugal. It is a descriptive epidemiological study that is retrospective and
correlational, carried out with individuals admitted throughout the period of one year,
between 1 July 2013 and 30 June 2014. The study was approved by the Ethics Committee
and authorised by the Board of Directors of the HDFF. The statistical analysis used
Pearson’s chi-squared test, the Mann-Whitney test and the Wilcoxon test. The sample
comprised 990 individuals and was characterised by a predominance of elderly and
female patients, since 596 (60,2%) were 80 or older and 525 (53,0%) were women. Of
these individuals, 728 did not present any PU on admission to the medicine ward and, of
these, 17 individuals developed PUs during their hospital stay, presenting a PU incidence
rate of 2,3 %. Of a total of 27 PUs in the 17 individuals, there were on average 1,76 PUs
for each new case. Of the individuals who developed PUs, the most frequent discharge
diagnoses were pathologies related to respiratory diseases and disorders, affecting 23,5%
of the individuals. With regard to the location of the 27 PUs developed during the hospital
stay, equal percentages (25,9%) were situated in the trochanteric region and in the sacral
region, followed by 22,3% in the calcaneal region. At the time of the first skin assessment,
stage II was predominant (70,4%). However, at the time of discharge, the predominance
was of stage III PU (44,5%), with a deterioration of the PU stage during the hospital stay.
It was also noted that upon admission to the medicine ward, most of the individuals
without PU (57,0%) presented exposure to risk of developing ulcers, since their score on
the Braden scale was less than 16. Individuals who developed PU during their hospital
stay were also those with the lowest score (13,53) on the Braden scale in the first risk
assessment carried out. The risk factors to predict their development identified through
ix
application of the Braden scale to individuals who developed PUs during this study
included “activity”, “mobility” and “shear”.
x
RESUMEN
La Úlcera por Presión (UP) es un problema con valores altos de prevalencia en todo el
mundo. Su incidencia se produce en diversos ambientes de cuidados medicos y
representan el sufrimiento del paciente y su familia, prolongando la estancia hospitalaria
y los costes económicos. Este estudio tuvo como objetivo investigar los factores de riesgo
de la UP que afectaron a individuos admitidos en el servicio médico del Hospital de
Distrito de Figueira da Foz (HDFF), ubicado en el centro de Portugal. Se trata de un
estudio epidemiológico descriptivo correlacional y retrospectivo, realizado a personas
hospitalizadas durante un año, entre el 1 de julio de 2013 y 30 de junio de 2014. El
estudio fue aprobado por la Comisión Ética y autorizado por el directorio de
Administración del HDFF. El análisis estadístico se realizó mediante la prueba de chi-
cuadrado de Pearson, prueba de Mann-Whitney y la prueba de Wilcoxon. La muestra se
compone de 990 personas que se caracterizan por ser personas mayores y en su mayoria
de sexo femenino, 596 (60,2%) tienen 80 o más años y 525 (53,0%) son mujeres. Del total
de individuos, 728 no mostraron UP al ingreso en el servicio de Medicina, y de éstos, 17
personas desarrollaron UP durante la hospitalización, con la incidencia de la UP del 2,3%.
En un total de 27 UP en 17 pacientes, hubo un promedio de 1,76 para cada nuevo caso.
De los individuos que desarrollaron UP tuvieron como diagnostico de alta mas frecuente
patologías relacionadas con el diagnóstico de enfermedades y trastornos de las vías
respiratorias en el 23,5% de los casos. Sobre la ubicación de la UP 27 desarrollado durante
la hospitalización un (25,9%) estaban situados en la región del trocánter y 25,9% en la
región sacra, seguido de 22,3% en la región calcánea. En la primera evaluación de la piel,
la clase II era predominante (70,4%). Sin embargo, al momento del alta predomininaba la
UP Categoría III (44,5%), comprobando un aumento en la etapa de la UP durante la
hospitalización. Se observó, además, que en el momento de la admisión en el servicio
médico un gran número de individuos que no era portador (57,0%) tuvieron exposición al
riesgo para su desarrollo, pues obtuvieron puntuación inferior a 16 en evaluación de la
escala de Braden. Las personas que desarrollaron la PU durante la hospitalización fueron
xi
también los que tenían una puntuación más baja (13,53) en la Escala de Braden, en la
primera evaluación de riesgos realizada. Entre los factores de riesgo apuntados por la
aplicación de la escala de Braden para individuos que desarrollaron UP destacan, en este
estudio, la "actividad", "movilidad" y "las fuerzas de corte" como predictivos para el
desarrollo.
xii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Ph - Potencial de hidrogénio
xiii
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3- Avaliação do risco para desenvolver UP por subescala da escala de Braden ..... 54
Tabela 6 - Avaliação do risco para desenvolver UP por subescala nos indivíduos que
desenvolveram UP ............................................................................................................... 57
Tabela 7- Avaliação do risco para desenvolver UP por subescala na alta dos indivíduos ... 58
xv
Tabela 19 - Incidência de UP no decurso do internamento vs avaliação do risco para
desenvolver UP na admissão ............................................................................................... 69
xvi
LISTA DE QUADROS
xvii
LISTA DE FIGURAS
xviii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1
1.MÉTODOS ......................................................................................................................... 41
2.RESULTADOS ..................................................................................................................... 49
xix
3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................................................................................73
C - CONCLUSÃO .................................................................................................................... 84
ANEXOS ..............................................................................................................................107
xx
INTRODUÇÃO
1
prevalência de 7,6% (Vanderwee et al., 2007). Em Portugal as UP também constituem um
problema preocupante, tanto mais que o Departamento da Qualidade na Saúde (DQS)
entende que as UP são um problema de saúde pública que produzem sofrimento e
diminuição da qualidade de vida nos indivíduos e nos seus cuidadores, podendo levar à
morte. São consideradas um indicador da qualidade dos cuidados prestados (DQS, 2014).
2
fatores preditivos para o desenvolvimento de UP nos indivíduos internados no serviço de
Medicina do HDFF?”
O presente estudo foi realizado no serviço de Medicina por ser o serviço que, no
HDFF, apresenta maior taxa de incidência de UP e elevada percentagem de indivíduos
com alto risco para o seu desenvolvimento.
O trabalho, estuturado em três partes, inicia-se com uma parte teórica, onde é
apresentada a revisão da literatura com um capítulo sobre UP e outro sobre o impacto
destas nos indivíduos e nos seus cuidadores. Apresenta-se depois a parte empírica do
trabalho com um capítulo onde é descrita a metodologia utilizada no estudo, seguida da
apresentação e análise dos resultados. Termina-se este capítulo com a discussão dos
resultados e com a exposição das limitações encontradas na sua realização. Na terceira
parte são relatadas as principais conclusões e, por fim, é aduzida a lista de referências
bibliográficas e os anexos.
3
4
A-PARTE TEÓRICA
5
6
1. ÚLCERAS POR PRESSÃO
Esta definição tem sofrido inúmeras alterações nos últimos anos. Em 2009, o
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), organização americana independente,
sem fins lucrativos, dedicada à prevenção e tratamento das UP, conjuntamente com a
European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP), após vários anos de trabalho e de
estudos, redefiniram UP como uma “lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente
geralmente sobre uma proeminência óssea, como um resultado da pressão, ou pressão
em combinação com o cisalhamento” (EPUAP/NPUAP, 2009: 4), salientando que existem
outros fatores associados às UP ainda não esclarecidos.
Em 2014, tendo por base o avanço do conhecimento científico dos últimos anos,
em Espanha, o Gupo Nacional para o Estudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión Y
Heridas Crónicas (GNEAUPP), definiu o seu conceito de UP, acrescentando à definição da
NPUAP/EPUAP a pressão provocada por diferentes equipamentos ou dispositivos
médicos.
7
redefenido o conceito de UP e as suas várias fases. Mantiveram-se as quatro categorias
originais, como mostra o quadro 1, que apresenta também os aspetos relacionados que
permitem fazer o diagnóstico das diferentes categorias.
Eritema não
I Eritema que não branqueia à dígito pressão.
branqueável
c) Flictena aberta.
Imagens: http://gneaupp.info/seccion/banco-de-imagenes/
8
Foram ainda introduzidas duas novas categorias cuja classificação na Europa é
habitualmente incluída na categoria “IV”. Uma dessas categorias destina-se a classificar
lesões teciduais profundas e denomina-se ”lesão no tecido profundo”. A outra destina-se
a classificar lesões não classificáveis e denomina-se “inclassificável.
9
permitir expor o leito da ferida e avaliar a verdadeira profundidade, para então se atribuir
a adequada categoria.
No que se refere à cicatrização das UP, esta só pode ser considerada após a fase
de reepitelização da lesão, após a reposição do tecido muscular, do tecido celular
subcutâneeo e da derme. Contudo, para descrever a cicatrização e documentar as
melhorias no tratamento das UP, utiliza-se habitualmente, mas de forma incorreta, a
classificação das UP por ordem inversa, sendo certo que esta inversão na classificação das
UP não permite avaliar de modo criterioso os fenómenos fisiológicos que se desenvolvem
10
na UP, pelo que uma UP não pode ser classificada passando de categoria IV para
categoria III, categoria II e/ou categoria I. Deve ser classificada como “UP de categoria IV
cicatrizada”. Já uma UP que reabra no mesmo local anatómico deverá sempre retomar a
categoria anteriormente atribuída. Logo, uma UP de categoria IV será sempre uma UP de
categoria IV (Head of Wound Care (HWC), 2009; NPUAP, 2001).
11
1.3. Epidemiologia das úlceras por pressão
12
Um estudo transversal foi realizado pelo grupo de Investigação Cientifíca em
Enfermagem (ICE), durante uma semana de 2006, a 1186 indivíduos dos arquipélagos dos
Açores, Madeira e Canárias, que se encontravam hospitalizados, incluindo também os
que viviam no domícilio (envolvendo os residentes em lares e centros sociosanitários). A
prevalência das UP nos três arquipélagos foi de 14,8%. Nos arquipélagos da Madeira, a
amostra era constituída por 396 (33,4%) indivíduos e no arquipélago dos Açores, por 388
(32,7%) indivíduos. A taxa de prevalência encontrada foi de 22,7% na Madeira e 9% nos
Açores, com predomínio da incidência das UP nos indivíduos que viviam no domícilio
(Grupo ICE, 2008).
Uma vez que só capta novos casos, a incidência fornece uma medida mais direta
da qualidade dos cuidados prestados e permite identificar fatores causais para o seu
desenvolvimento. O tempo de internamento desempenha um papel crítico na avaliação
desta taxa, pois os indivíduos com longos períodos de internamento têm maior
probabilidade de desenvolver UP e contribuir para uma taxa de incidência mais elevada
(Thomas e Compton, 2014).
13
As UP adquiridas durante a hospitalização são um preditor independente e
significativo no tempo de internamento para doentes idosos. Um estudo realizado por
Theisen et al. (2012), com o objetivo de conhecer a relação entre as UP e o tempo de
permanência no hospital, revelou que indivíduos portadores de UP no momento de
admissão, apresentam um tempo de internamento mais prolongado do que indivíduos
sem UP. E os indivíduos que desenvolvem UP no hospital apresentam também um tempo
de internamento elevado, o que corrobora os resultados do estudo realizado por Louro et
al. (2007), no qual concluíram que quanto maior for o tempo de internamento maior
prevalencia de UP apresentam os indivíduos na data da alta.
14
Posteriormente, um estudo retrospectivo realizado no serviço de Medicina I dos
Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), realizado num período de seis meses
(Janeiro a Junho de 2006), revelou que, numa amostra de 498 indivíduos, 13
desenvolveram UP durante o internamento (o que corresponde a uma taxa de incidência
de 2,8 %). Trata-se de um estudo retrospetivo, baseado nos registos médicos e de
enfermagem efetuados no processo clínico, salientando os autores que por os registos
não estarem totalmente uniformizados, os resultados obtidos podem não estar isentos de
viés, considerando qua a taxa de incidência pode estar deflacionada (Andrade el al.,
2009).
15
Quadro 2- Localização anatómica das UP
Todos os serviços
envolvidos no
15,9% 12,4% 8,8% 10,7% 19,5%
estudo
(8 hospitais)
O HWC alerta para a crescente tendência das unidades e sistemas de saúde, dos
fornecedores, financiadores e contribuintes utilizarem as taxas de incidência como um
indicador da qualidade dos cuidados. Salienta que podem até relacionar metas de
desempenho, financiamento e incentivo bem como penalidades face aos resultados dos
estudos epidemiológicos, embora os resultados deste tipo de estudos devam ser usados
para controlar a eficácia das estratégias de prevenção de UP e não para medir a eficácia
dos seus tratamentos (HWC, 2009).
16
1.4. Fatores de risco das úlceras por pressão
17
intrínsecos (Rycroft-Malone e Mclnness, 2000; Theisen et al., 2012), sendo fundamental
avaliar como é que os indivíduos adquirem UP após a admissão numa unidade de saúde
(Patina, 2009).
Fatores extrínsecos
Os fatores extrínsecos são fatores externos que danificam a pele. Quatro destes
fatores, considerados críticos para o desenvolvimento de UP, são: pressão exercida no
corpo, forças de cisalhamento, forças de fricção e maceração/humidade excessiva da
pele (Rocha et al., 2006).
18
A quantidade mínima de pressão para o colapso dos capilares é de 12 mílimetros
de mercúrio para os capilares venosos e 32 mílimetros para os capilares arteriais
(Rodriguez-Palma et al., 2011), embora estes valores devam ser relativisados por terem
sido obtidos num estudo realizado em indivíduos jovens, podendo este limiar ser inferior
em indivíduos debilitados ou idosos (Ferreira et al., 2007) ou, em indivíduos criticamente
doentes devido à instabilidade hemodinâmica e comorbidades associadas (Ellenbecker et
al., 2008).
Nestes casos, as forças externas da carga aplicada à pele atuam sobre o fluxo de
sangue arterial e venoso, causando uma diminuição no fluxo sanguíneo regional com
19
graves implicações para o desenvolvimento de UP. Esta diminuição do fluxo de sangue
pode causar necrose de tecidos e assim conduzir à formação de UP por diminuição dos
níveis de oxigénio e de perfusão sanguínea transcutânea na pele (Manorama et al., 2013).
Tendo por objetivo quantificar os efeitos das cargas de cisalhamento externas sobre o
fluxo de sangue arterial e venoso de forma a identificar implicações para o
desenvolvimento de UP, os autores supra referidos, realizaram um estudo no qual
constataram que o fluxo de sangue diminuiu com a aplicação de cargas normais, tendo
diminuido ainda mais com a adição de cargas de cisalhamento, sendo este fator
responsável pela maior parte do dano observado que levou ao desenvolvimento da UP.
Concluíram que as forças aplicadas à pele causam uma diminuição no fluxo sanguíneo
regional, que pode provocar necrose nos tecidos levando à formação de UP.
Fatores intrínsecos
20
intensidade e a duração da pressão nos locais de proeminências ósseas, contribui para a
destruição dos tecidos e é um fator preditivo para o desenvolvimento das UP, sendo
considerado o seu principal fator de risco (Jorge e Dantas, 2005; Moore e Cowman, 2012).
Ainda na Irlanda, outro estudo que envolveu 213 participantes, realizado entre
2006 e 2009, teve como objetivo determinar o efeito dos 30 graus no reposicionamento
dos indivíduos imobilizados na incidência de UP em comparação com as habituais práticas
de reposicionamento normal. Mostrou que o reposicionamento de três em três horas
com 30° de inclinação, nos indivíduos em risco de desenvolver UP, reduz o risco de
incidência de UP (Moore e Cowman, 2012).
21
facto de a idade estar relacionada com a presença de patologias coexistentes,
frequentemente presentes na população idosa, tais como doença de alzheimer, doença
pulmonar obstrutiva crónica, diabetes mellitus, doenças oncológicas, entre outras (Michel
et al., 2012; Schoonhoven et al., 2006).
22
(2006), encontraram relação entre o género masculino e o desenvolvimento de UP.
Contrariamente, muitos outros estudos realizados não encontraram relação que
permitisse atribuir ao género um fator significativo para o desenvolvimento de UP, pelo
que, de um modo geral, a evidência para sugerir que o género é um fator de risco
associado com UP é mínima (Coleman et al., 2013).
23
indicam que o risco de UP em indivíduos com valores de albumina <3,5g/dl é de 75%,
enquanto para indivíduos com valores de albumina normal é de 16% (Rocha et al., 2006).
Neste contexto, o baixo índice de massa corporal traduz uma maior exposição ao
risco para desenvolver UP (Rogenski e Santos, 2005). Contudo, o estudo realizado por
Shahin et al. (2008), aplicado a 1760 indivíduos na Alemanha, revela não existir diferença
significativa em relação ao índice de massa coporal entre indivíduos com UP e sem UP.
24
tecidos subjacentes, enquanto as várias influências de factores intrínsecos, como a
nutrição, os efeitos fisiológicos do stress, o envelhecimento e as alterações na respiração
celular, influenciam a integridade da pele e as estruturas de suporte.
25
Neste sentido, Arnold (2003) salienta que a avaliação de risco deve estar
realizada nas primeiras seis horas após a admissão, enquanto Ferreira et al. (2007), HWC
(2009) e Patina (2009), defendem que na admissão aos serviços de saúde todos os
indivíduos devem ser avaliados para identificar o risco para desenvolver UP. Porém, nos
locais onde o risco de UP é inerentemente baixo, como por exemplo, serviços de
maternidade, a avaliação de risco pode ser realizada de modo informal, baseada num
julgamento clínico experiente. Já nos serviços onde o risco de UP é mais elevado deve ser
realizada a avaliação de risco formal utilizando uma ferramenta adequada que deve ser
aplicada como rotina sempre que esteja presente algum fator de risco como, por
exemplo, imobilidade, aumento da idade, sensação reduzida, má nutrição, alteração da
pele, alteração da perfusão tecidual (HWC, 2009; Patina, 2009).
26
A literatura indica variados instrumentos para determinação do risco de
desenvolvimento de UP. Contudo, apenas iremos referir a escala de Braden por ser este o
intrumento aplicado aos sujeitos em estudo. Esta escala foi desenvolvida por Bergstrom e
Braden em 1987, a partir da adaptação da escala de Norton. Encontra-se em uso em
diversos países como Alemanha, Brasil, Estados Unidos da América, França, Inglaterra,
Japão, Itália e Portugal, entre outros, sendo considerada a ferramenta de avaliação de
risco mais utilizada no mundo (Rijswijk e Lyder, 2005).
É constituída por seis subescalas, que permitem avaliar o risco do doente nos
seguintes parâmetros: perceção sensorial, humidade, atividade, mobilidade, nutrição e
fricção/forças de deslizamento, sendo que todas contribuem para o desenvolvimento de
UP. Todas podem contribuir para o desenvolvimento de UP e nenhuma deve ser
preferencialmente avaliada em relação a qualquer outra.
27
função do risco que o indivíduo apresenta. A pontuação varia de 1 a 4, exceto na sub-
escala “fricção e forças de deslizamento”, que varia de 1 a 3. A soma das seis sub-escalas
oscila entre 6 (valor de mais alto risco) e 23 (valor de mais baixo risco), permitindo
identificar a vulnerabilidade que cada indivíduo tem para desenvolver UP. Assim, quanto
menor for o “score” obtido maior é o risco de desenvolver UP (Braden e Bergstrom, 1987;
Duque et al., 2009; Ferreira et al., 2007; Irion, 2005; Jorge e Dantas, 2005).
28
A sub-escala “perceção sensorial” permite identificar a capacidade de reação do
indivíduo ao desconforto. Quanto mais limitada estiver a capacidade de sentir dor ou
desconforto, maior risco apresenta a perceção sensorial do indivíduo.
29
considerando a avaliação do risco fundamental no planeamento e implementação de
medidas de prevenção e tratamento. Este organismo estima que cerca de 95% das UP
podem ser prevenidas através da identificação precoce do grau de risco do indivíduo
(DQS, 2014). Contudo, Hibs (1988) e Lopéz (2010) vão mais longe considerando que 98%
das UP podem ser prevenidas.
Cuidados de enfermagem
30
A autonomia profissional do enfermeiro permite-lhe efetuar uma adequada
prevenção das UP, pese embora possa necessitar da colaboração de outros elementos da
equipa de saúde multidisciplinar, em função dos fatores de risco inerentes ao indivíduo
(Rodrigues, 2009). Sendo as UP um indicador da qualidade dos cuidados prestados nas
unidades de saúde, devem estes profissionais atribuir importância a esta problemática,
tornando-a num tema de relevo para a sua prática clínica como intervenientes
privilegiados no diagnóstico e prescrição de intervenções de enfermagem para prevenir
as UP (Rodrigues e Soriano, 2011). Só assim poderão demonstrar bons resultados das
suas práticas do cuidar, comprovando que promovem a melhoria do binómio
saúde/doença do indivíduo, como preconizam os enunciados descritivos dos Padrões de
Qualidade dos Cuidados de Enfermagem da Ordem do Enfermeiros (OE) (OE, 2002).
Importa destacar que as UP podem não apresentar sinais visíveis nas fases
iniciais de desenvolvimento, mas é crucial que, para todos os indivíduos de risco, haja um
plano de prevenção mediato (Duncan, 2007; Luz et al., 2010) com implementação de
estratégias de prevenção, de acordo com o grau de risco de cada um (Moore e Cowman,
2012). A tomada de decisão e a escolha das melhores práticas no cuidar devem ser
31
cientificamente sustentadas na melhor evidência clínica, otimizando os recursos
disponíveis com redução de custos à organização (Souza e Gouveia, 2010).
Em Portugal foi realizado um estudo, no arquipélago dos Açores, que teve por
objetivo analisar os fatores que influenciam os cuidados de enfermagem na prevenção de
UP no serviço domiciliário. Englobou os enfermeiros prestadores de cuidados
domiciliários e os enfermeiros responsáveis das respetivas instituições de saúde. Dos
resultados deste estudo concluiu-se que os recursos materiais e os recursos humanos são
os que têm maior relevância na prevenção das UP, seguidos da formação dos enfermeiros
na área de prevenção de UP, e das políticas de prevenção a instituir, tendo sido
evidenciado como fatores condicionantes a falta de incentivo na formação e a falta de
protocolos de prevenção de UP (Grupo ICE, 2008).
32
2. IMPACTO DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO
Langemo et al. (2000), no seu estudo, exploraram a experiência vivida de ter uma
UP. Estudaram oito indivíduos, dos quais quatro tinham uma UP e quatro tinham
anteriormente tido uma UP que estava já cicatrizada. Concluíram que as UP tiveram
grande impacto na vida destes indivíduos, incluindo o estado físico, social e financeiro, a
mudança da imagem corporal, a perda de independência e de controlo. Alguns viveram
mesmo fases do processo de luto. Também ficou evidenciado que a experiência de ter
uma UP teve semelhanças entre alguns indivíduos, embora cada um a sinta de uma forma
única. Alguns indivíduos tiveram necessidades significativas de aprendizagem para lidar e
viver com sua sua nova condição.
33
infecção ou mesmo pelo tratamento das feridas, quer se faça ou não desbridamento
mecânico (Thomas, 1989). Ainda, com a destruição dos tecidos alguns produtos químicos
libertados produzem estímulos que atingem as terminações dos nociceptores, originando
a dor nociceptiva. Estes estímulos químicos ou mecânicos que ativam os nociceptores
originam sinais nervosos que são sentidos como dor pelo cérebro (Kopt e Nilash, 2010;
Pieper et al., 2009).
Da mesma opinião partilham Reddy et al. (2003), quando salientam que a dor
provocada pela realização dos pensos pode ser minimizada, reduzindo o trauma
associado, através da humidificação do penso com solução salina, da aplicação tópica de
lidocaína a 4%, da utilização de produtos de limpeza atraumáticos e da administração de
analgésicos prescritos, uma hora antes do tratamento.
O estudo efetuado por Duncan (2007) corrobora o sofrimento pela dor acima
referido. Numa amostra de 32 indivíduos constatou que 87,5% apresentaram dor na
realização dos tratamentos e 84,4% tinham dor mesmo em repouso, comparativamente
com 12,5% que relataram não ter nenhuma dor relacionada com a UP. Dos que referiram
34
ter dor, 75% identificaram-na como “leve a angustiante” enquanto 18% avaliaram a dor
como “horrível ou excruciante”. Também o estudo realizado a 44 indivíduos com UP,
hospitalizados, revelou que os indivíduos com UP categoria IV referiram mais dor do que
os indivíduos com UP de categorias inferiores (Pereira e Soares, 2012).
35
2.2. Impacto económico
36
No Reino Unido, em 2000, 4% das despesas de saúde foram utlizados em UP
(Bennett et al, 2004) e, em Espanha, em 2002 e 2003, foram utilizados cerca de 5%
(Rocha et al., 2006). Em alguns sistemas de saúde a ocorrência de UP nos hospitais origina
despesas com reembolso para o doente, elevando os custos económicos para as unidades
de saúde (Baharestani et al., 2009).
37
38
B-PARTE EMPÍRICA
39
40
1.MÉTODOS
41
A literatura refere a existência de relação entre o tempo de internamento e o
desenvolvimento de UP. Um estudo realizado por Louro et al. (2007), concluiu que,
quanto maior o tempo de internamento, maior prevalência de UP apresentaram os
indivíduos à data da alta. A literatura internacional associa o tempo prolongado de
internamento com o desenvolvimento de UP e aponta para uma média de tempo de
internamento superior a dez dias (Braden e Bergstrom, 1987). Neste contexto, formulou-
se a seguinte hipótese de investigação:
42
risco para desenvolver UP, e saber se existe relação com a incidência de UP formulou-se a
seguinte hipótese:
43
serviço de Pediatria que agrega a unidade Funcional de Psiquiatria da Infância e
Adolescência.
Para além destes, conta ainda com o serviço de Consultas Externas, que agrega
os domicílios, com a Unidade Funcional de Hospital de Dia, com a Unidade de
Internamento de Curta Duração e com o serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (adultos e
pediatria). No que refere aos serviços de suporte à prestação de cuidados, o hospital
dispõe dos seguintes serviços: Bloco Operatório; Imagiologia; Medicina Laboratorial
(Imuno-hemoterapia/Patologia Clínica); Medicina Física e Reabilitação; Esterilização;
Nutrição e Dietética; Serviço Farmacêutico e Serviço Social. Já a gestão e logística
contempla os seguintes serviços: Planeamento e Controlo de Gestão; Informática; Gestão
de Doentes; Gestão Financeira; Gestão de Recursos Humanos; Segurança, Higiene e
Saúde no Trabalho; Aprovisionamento; Instalações e Equipamentos; Hoteleiros e serviço
Jurídico.
44
O HDFF participou no projeto para validação da escala de Braden para a
população portuguesa, concluído em 2006 (Ferreira et al., 2007). Em 2007 implementou-
se a Escala de Braden como instrumento de avaliação do risco para desenvolver UP a
todos os indivíduos internados no hospital, passando a fazer parte integrante do processo
de enfermagem. Desta forma, em fevereiro daquele ano deu-se início ao projeto de
monitorização da taxa de incidência e da taxa prevalência das UP, a todos os indivíduos
internados e desde 2010 alargou-se esta monitorização ao serviço de Pediatria com
implementação da escala de Braden Q.
1.3. Procedimentos
45
Quadro 3 - Amostra em estudo
46
A variável endógena, ou dependente é “incidência de UP” para avaliar a
diferença entre os indivíduos.
47
estatísticos foi realizada com base no nível de significância de α=0,05 com um intervalo
de confiança de 95%. Como critérios na testagem de hipóteses estatísticas definiram-se:
para um α significativo (p<0,05) observam-se diferenças/associações entre os grupos.
48
2.RESULTADOS
2.1. Caraterização
49
Tabela 1- Género e grupo etário dos indivíduos vs UP no momento de admissão
Grupo n %
50
2.2. Risco de desenvolver úlcera por pressão
No que concerne aos indivíduos que desenvolveram UP, verifica-se que existe
uma grande similaridade pois, 94,1% tiveram, igualmente, a primeira avaliação de risco
de UP efetuada no segundo dia de internamento e apenas 5,95 teve a avaliação de risco
realizada no primeiro dia, o que aparenta equidade na abordagem da avaliação do risco,
independentemente dos valores de incidência encontrados.
51
Tabela 2 - Avaliação do risco para desenvolver UP no momento de admissão
52
A análise da subescala “mobilidade” demonstra que 38,5% (n=711) dos
indivíduos que não desenvolveram UP foram classificados como muito limitados ou
ligeiramente limitados (36,4%, n=711). Contrariamente, os indivíduos que desenvolveram
UP foram maioritariamente classificados como muito limitados (70,6%, n=17) e 17,6%
(n=17), encontrando-se completamente imobilizados.
53
Tabela 3- Avaliação do risco para desenvolver UP por subescala da escala de Braden
54
Da análise da tabela 4 podemos constatar que a maioria (56,4%, n=711) dos
indivíduos que não desenvolveram UP apresentavam alto risco para desenvover UP, no
momento da sua primeira avaliação através da escala de Braden, o que parece
demonstrar boa prática na prevenção de UP.
55
O mesmo se passa na classificação individual das subescalas, com exceção da
subescala “humidade”, onde apresentaram 3,04 (n=17) vs 3,06 (n=698). Mediante estes
resultados, podemos afirmar que os indivíduos que desenvolveram UP no decurso do
internamento no serviço de Medicina apresentaram uma maior exposição ao “risco” de
desenvolver UP.
n = 17 n = 698
Escala Braden DP DP
Após uma primeira análise dos dados, podemos facilmente concluir que o risco
de desenvolver UP é maior no momento da segunda avaliação (data próxima do
surgimento da primeira UP), uma vez que o valor médio verificado para o global da escala
56
é menor (12,47/13,53) do que o verificado na admissão. Esta tendência mantém-se
quando fazemos uma análise por subescalas, onde se verificam valores médios mais
elevados no momento de admissão, com exceção para a subescala “nutrição”, que
apresenta o mesmo valor (2,88) nas duas avaliações. Verifica-se, assim, que existe uma
maior exposição ao risco de desenvolver UP na data próxima da incidência da primeira
UP.
Tabela 6 - Avaliação do risco para desenvolver UP por subescala nos indivíduos que
desenvolveram UP
57
do que os que desenvolveram UP. Igualmente, as subescalas apresentaram valores mais
elevados para os indivíduos que não desenvolveram UP.
Tabela 7- Avaliação do risco para desenvolver UP por subescala na alta dos indivíduos
Incidência de UP
Sim Não
n = 17 n = 698
Escala Braden
DP DP
Pela tabela 9 verifica-se que a média de UP por indivíduo foi de 1,76±1,2, sendo a
mediana de apenas 1 UP, oscilando entre um mínimo de 1 e o máximo de 4 UP.
58
Tabela 8 - Distribuição do número de UP desenvolvidas por indivíduo
Número de UP n %
Uma 11 64,7
Duas 3 17,7
Três 2 11,7
Quatro 1 5,9
Total 17 100,0
DP Md Mínimo Máximo
59
Tabela 10 - UP desenvolvidas durante o internamento
1º Dia 3 17,6
2º Dia 1 5,9
3º Dia 3 17,6
4º Dia 3 17,6
5º Dia 1 5,9
6º Dia 3 17,6
7º Dia - 0,0
8º Dia 1 5,9
9º Dia 1 5,9
Total 17 100,0
60
Tabela 11 - UP desenvolvidas durante o internamento segundo a sua localização
Localização das UP N %
Sacro 7 25,9
Calcanhar 6 22,3
Cóccis 3 11,1
Perna 1 3,7
Total 27 100,0
61
Tabela 12 - UP desenvolvidas durante o internamento segundo o momento da avaliação e
estadio
Admissão Alta
Estadio das UP
n % n %
No que respeita aos dias de internamento (tabela 13), a média encontrada nos
indivíduos que desenvolveram UP (n=17) no decurso do internamento (12,29±11,45) é
superior quando comparada com os indivíduos (n=711) que não desenvolveram UP
(8,71±7,5).
62
Tabela 13 - Média de dias de internamento
Dias de Internamento N DP Md
No que concerne aos indivíduos que desenvolveram UP, 23,5% (n=17) tiveram
também como diagnóstico doenças do aparelho respiratório. Em seguida, encontram-se
os indivíduos cujas patologias se enquadram na área do aparelho circulatório (17,6%,
n=17), do aparelho digestivo (17,6%, n=17) e do aparelho urinário (17,6%, n=17). Nao se
verifica relação com o facto de ter tido ou não UP na admissão.
63
Tabela 14 - Diagnósticos dos indivíduos na alta
Doenças e Perturbações do
4 23,5 229 32,2 233 32,1
Aparelho Respiratório
Doenças e Perturbações do
3 17,6 156 21,9 159 21,9
Aparelho Circulatório
Doenças e Perturbações do
3 17,6 68 9,6 71 9,7
Rim e do Aparelho Urinário
Doenças e Perturbações do
3 17,6 46 6,5 49 6,8
Aparelho Digestivo
Doenças Infeciosas e
2 11,9 70 9,9 72 9,9
Parasitárias
Doenças e Perturbações do
1 5,9 128 18,0 129 17,7
Sistema Nervoso
Doenças e Perturbações do
Sistema Hepatobiliar e 1 5,9 12 1,7 13 1,7
Pâncreas
Doenças e Perturbações do
- 0,0 1 0,1 1 0,1
Olho
Doenças e Perturbações do
- 0,0 1 0,1 1 0,1
Sistema Músculo-esquelético
64
Já a maioria (58,8%, n=17) dos indivíduos que desenvolveram UP faleceu e os
restantes tiveram como destino a consulta externa do HDFF ou os cuidados de saúde
primários ou seja, o domicílio.
Não
Desenvolveu
desenvolveu Total
UP
Destino após alta UP
n % n % n %
Cuidados de saúde
3 17,6 354 49,8 357 49,0
primários
Outro Hospital
(Serviço Nacional de - 0,0 8 1,1 8 1,1
Saúde)
Rede Nacional de
Cuidados - 0,0 2 0,3 2 0,3
Continuados
Integrados
Hospital Dia - 0,0 1 0,1 1 0,1
Exterior - não
- 0,0 4 0,6 4 0,5
referenciado
65
2.5 - Análise inferencial
5 391
Feminino
(29,4%) (55,0%)
17 711
Total
(100,0%) (100,0%)
66
Com a finalidade de estudar a relação entre a incidência de UP no decurso do
internamento segundo a idade dos indivíduos, elaborou-se a tabela 17. Assim, podemos
constatar que os indivíduos que desenvolveram UP (n=17) apresentam ordenações
médias mais elevadas (447,88) quando comparados com os indivíduos (n=711) que não
tiveram UP (362,51). O teste estatístico utilizado (teste de Mann-Whitney) permitiu
constatar que a diferença entre os dois grupos não é estatisticamente significativa
(p=0,098). Assim, podemos afirmar que a idade dos indivíduos não tem relação com a
incidência de UP no decurso do internamento no serviço de Medicina.
Sim Não
Incidência de UP
Mean Mean Z p
n n
Rank Rank
67
Tabela 18 - Incidência de UP no decurso do internamento vs dias de internamento
Sim Não
Incidência de UP
Mean Mean Z p
n n
Rank Rank
68
Tabela 19 - Incidência de UP no decurso do internamento vs avaliação do risco para desenvolver
UP na admissão
Incidência de UP
Sim Não
Escala Braden Mean Mean Z p
n n
Rank Rank
69
Tabela 20 - Avaliação do risco para desenvolver UP na admissão e na data próxima da primeira
UP
Quanto aos indivíduos que não desenvolveram UP, podemos constatar que as
ordenações médias positivas são superiores às negativas para o global da escala de
Braden e em todas as subescalas (exceção da subescala nutrição), o que nos permite
70
afirmar que os indivíduos que não desenvolveram UP durante o internamento
apresentavam maior risco de desenvolver UP quando foi realizada a primeira avaliação da
escala de Braden do que, no momento da alta. O teste de Wilcoxon, permitiu identificar
que as diferenças são altamente significativas para o global da escala e para as subescalas
“forças de deslizamento” e “atividade” e significativa em relação “mobilidade” (p=0,004).
Tabela 21 - Avaliação do risco para desenvolver UP na admissão e na alta dos indivíduos não
detentores de UP na admissão
Ordens Ordens Z p
Escala Braden
Médias Médias
Negativas Positivas
71
Em resumo, o “score” de risco de desenvolver úlcera de pressão modifica-se de
forma positiva (menor risco) entre a primeira avaliação efetuada e a avaliação efetuada
na alta nos indivíduos que não desenvolveram úlcera de pressão.
72
3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
A maioria (70,6%, n=17) dos novos casos eram indivíduos do género masculino.
Pela significância estatística (p<0,032), o género masculino constitui, claramente, uma
73
condição de risco para a incidência de UP, resultado que vai ao encontro de diversos
estudos em que os investigadores identificaram relação entre o género masculino e o
desenvolvimento de UP (Bergquist e Frantz, 1999, Compton et al., 2008, Hatanaka et al.,
2008, Okuwa et al., 2006). Por outro lado, contrariando estes resultados, outros estudos
não encontraram relação estatística que permitisse atribuir ao género um fator
significativo para o desenvolvimento de UP (Coleman et al., 2013).
74
de risco para desenvolver UP seja realizada aquando da admissão, para que se possam
implementar as adequadas medidas preventivas (Arnold, 2003; Ferreira et al., 2007;
HWC, 2009; Patina, 2009).
75
significando que requeriam uma ajuda moderada a máxima para se movimentarem,
sendo impossível levantar estes indivíduos completamente da cama sem deslizar contra
os lençois, como descrevem os critérios de classificação da escala de Braden. Estes
resultados são superiores aos 34,2% determinados no mesmo estudo realizado em
Portugal, anteriormente referido (Ferreira et al., 2006).
76
No que concerne ao tempo de internamento, a média de dias de internamento
revela que os novos casos apresentaram um tempo de internamento mais prolongado
(12,29 dias, n= 17), comparativamente aos indivíduos que não desenvolveram UP (8,71
dias, n=711), corroborando o estudo realizado por Theisen et al., (2012). Apesar de em
termos clínicos, fazer sentido a associação entre a existência das UP e o aumento do
tempo de tratamento, pela necessidade de um maior acompanhamento no tratamento,
contudo, por não apresentar valores estatísticamente significativos (p<0,098), no nosso
estudo o tempo de internamento não se relaciona com a incidência das UP. Por outro
lado, contrariamente, estudos concluíram que os indivíduos que desenvolvem UP no
hospital apresentam um maior tempo de internamento (Andrade et al., 2009; Louro et al.,
2007).
77
e à pressão local consequente da distribuição do peso nas posições de decúbito dorsal e
decúbito lateral em 45 graus.
De facto, estes locais são os mais referidos na literatura e estão de acordo com
estudos realizados. Em Portugal, o estudo nacional que envolveu 8 hospitais determinou
para os serviços de Medicina, a maior incidência de UP na região sacrococígea (19,1%),
seguida da região calcânea (15,8%) e da região trocantérica com 14,9% (Ferreira et al.
2006). Um estudo realizado por García-Fernandéz et al. (2014b) evidenciou que 70,0%
das UP ocorreram maioritariamente na região sacrococcígea e calcânea.
78
3.1. Limitações do estudo
79
Por outro lado, verificaram-se algumas incongruências nos dados obtidos. Em
inúmeros casos a avaliação da pele encontrava-se registada simultaneamente em dois
serviços diferentes, desde o internamento até ao momento da alta, originando duplicação
de informação que teve de ser alvo de tratamento. Constatou-se também que a
designação das subescalas não é coincidente com a da escala de Braden, porquanto os
termos obtidos foram ”condição física”, “ incontinência” e “estado mental” quando
deveriam ser “fricção e forças de deslizamento”, “humidade” e “perceção sensorial”,
repetivamente.
Como referem vários autores (Espanha, 2010; Pereira et. al, 2011; Sousa, 2006),
o acesso à informação produzida nos hospitais é crucial para o desenvolvimento de
estratégias no âmbito da qualidade, segurança, eficácia, eficiência, efetividade e
humanização dos cuidados de saúde. Para que assuma este caráter estratégico a
informação deve ser transformada em conhecimento que determine valor essencial à
tomada de decisão e ao controlo nos serviços. Essa informação deve ser gerida de um
modo eficiente para que os dados produzidos possam ser utilizados nas atividades
operacionais.
80
classificadas com categoria III ou IV que deixaram de ser classificadas no decurso do
internamento.
81
objetivos mais abrangentes, tais como fornecer uma capacidade de alerta precoce,
permitir o planeamento, sustentar e estimular a pesquisa, permitir análises de
tendências, orientar a comunicação global e reforçar a comunicação dos desafios em
saúde (Sousa, 2006).
82
promover a optimização de recursos e, sobretudo, contribuir para a melhoria da
qualidade de vida dos indivíduos.
83
C - CONCLUSÃO
84
Chegado ao final deste trabalho de investigação é momento de fazer uma
súmula de todo o processo de investigação. Este capítulo versa as considerações finais
acerca do alcance dos objectivos propostos e das conclusões obtidas no presente estudo.
85
86
CONCLUSÃO
87
que nos podemos comparar com o estado da arte noutros ambientes de cuidados.
Paralelamente, a melhoria dos cuidados de saúde com ênfase na redução da incidência
de UP deve pautar-se pelas medições sistemáticas efetuadas pelos próprios serviços que
na senda da qualidade se devem focar numa avaliação contínua, implementando o ciclo
“Plain-Do-Act” para analisar o que necessitam de melhorar. De facto, não abundam
estudos em que se constate uma dinâmica de avaliação comparativa contínua.
Apesar da literatura referir que a idade não está diretamente relacionada com a
incidência de UP, o certo é que os estudos revelam que a maioria dos indivíduos
acometidos por este flagelo têm mais de 70 anos de idade. Também os resultados deste
estudo realizado numa população envelhecida, em que 82,2% tinham mais de 70 anos,
não encontrou relação entre a idade e a incidência das UP. Já no que refere ao género, a
população era maioritariamente do género feminino (53%), tendo-se verificado existir
relação entre o género masculino e a incidência de UP.
88
relação significante entre o o risco para desenvolver UP no momento da admissão e no
momento próximo do surgimento da primeira UP.
89
é um trabalho com resultados a médio prazo e aqueles que já o começaram a palmilhar
devem desenvolver o conhecimento adquirido em benefício dos doentes, como é o caso
do HDFF que monitoriza as taxas de incidência e de prevalência das UP desde 2007.
90
Considera-se atingido o objetivo desta investigação pois o conhecimento e os
resultados obtidos encontraram relação significativa (p<0,05) entre a incidência de UP e
as subescalas “atividade”, “mobilidade” e “fricção e forças de deslizamento”, o que
contribuirá para melhorar as estratégias de prevenção das UP no serviço de Medicina do
HDFF.
91
92
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ANEXOS
105
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ANEXO I- Pedido de autorização para a realização do estudo
107
108
ANEXO II- Autorização para a realização do estudo
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