Princípios Institucionais PDF

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• Definição constitucional:

Introdução:
• Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

• Regulamentação constitucional:
• Na Constituição Federal: artigo 134 e parágrafos.
• Na Constituição Estadual: art. 179 e seguintes.

• Missão constitucional: assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados.

• Principais regulamentações infraconstitucionais:


• Exigência de Lei Complementar: “Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas
gerais para sua organização nos Estados (...)” (art. 134, §1º, da CRFB).
• Em âmbito nacional: LC n. 80/94 (Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública).
• No Estado do Rio de Janeiro: LC n. 6/77 (Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro)

• Origem na ordem jurídica brasileira:


• A previsão na legislação do Rio de Janeiro e do Estado da Guanabara.
• A importância da Constituição de 1988: “constitucionalização da Defensoria Pública”.
• A Defensoria Pública é um poder? NÃO!
• Quarto complexo orgânico: “instituição extrapoder” (Diogo de Figueiredo).
• Defensoria Pública como cláusula pétrea!
• Neste sentido também: Flávio Martins; Marcelo Novelino.

• A EC n. 80/14 e o novo perfil institucional: ressignificação do conceito de necessitado ou de hipossuficiente.


Quem são os “necessitados”?
• Leitura altamente recomendável! DELIBERAÇÃO CS/DPGE Nº 124 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2017 (https://defensoria.rj.def.br/legislacao/detalhes/5485-
DELIBERACAO-CS-DPGE-N%C2%BA-124-DE-20-DE-DEZEMBRO-DE-2017)

• Assistência jurídica integral e gratuita vs. gratuidade de justiça: “A análise do exercício do direito à assistência jurídica integral e gratuita incumbe exclusivamente ao
Defensor Público, independentemente do teor da decisão judicial acerca da gratuidade de justiça” (art. 1º).

• Art. 3° - O serviço de assistência jurídica integral e gratuita também deverá ser prestado aos hipossuficientes, assim consideradas as pessoas que não tenham
condições econômicas de contratar advogado e de pagar as custas judiciais, a taxa judiciária, os emolumentos ou outras despesas, sem prejuízo do sustento próprio
ou de sua família.

• Critérios para aferição de hipossuficiência econômica:


• Art. 4° - Presume-se absolutamente a hipossuficiência econômica da pessoa natural quando, cumulativamente:
• I - a renda mensal líquida individual for de até 3 (três) salários mínimos ou a renda mensal líquida familiar for de até 5 (cinco) salários mínimos; (...)
• § 2° - Inatendidas as condições estabelecidas no caput deste artigo, a hipossuficiência econômica deverá ser demonstrada quando o destinatário do serviço de
assistência jurídica integral e gratuita for pessoa natural com renda mensal líquida de até 10 (dez) salários mínimos.

• Art. 11 - A caracterização da hipossuficiência econômica, de acordo com os parâmetros estabelecidos nesta Deliberação, poderá ser excepcionada pelo Defensor
Público: (...)
• II - para postular tutela de urgência que exija imediata intervenção para evitar o perecimento do direito fundamental do interessado;
• Parágrafo Único - Na hipótese do inciso II, salvo se houver modificação na condição econômica da parte, cessada a condição de urgência, o Defensor Público
informará ao interessado e ao juízo a impossibilidade de continuidade da assistência jurídica, requerendo a fixação de honorários sucumbenciais proporcionais à
atuação da Defensoria Pública no processo.

• E as pessoas jurídicas? A Defensoria Pública pode prestar assistência jurídica às pessoas jurídicas que preencham os requisitos constitucionais. STF. Plenário. ADI
4636/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).
Quem são os “necessitados”?
• Art. 2° - A Defensoria Pública prestará o serviço de assistência jurídica integral e gratuita em todos os graus, judicial e
extrajudicial, incumbindo-lhe a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a mais ampla defesa dos direitos
fundamentais individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de ações
capazes de sanar a situação de risco, propiciando a adequada e efetiva tutela das pessoas em situação de vulnerabilidade,
destacando-se:
• I - crianças e adolescentes;
• II - idosos;
• III - pessoas com deficiência;
• IV - mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar;
• V - consumidores superendividados;
• VI - pessoas vítimas de discriminação por motivo de etnia, cor, gênero, origem, raça, religião ou orientação sexual;
• VII - pessoas privadas de liberdade em razão de prisão ou internação;*
• VIII- vítimas de graves violações de direitos humanos.

• *Art. 9° - Nos casos de atuação da Defensoria Pública no âmbito penal - processos de conhecimento, cautelar e de execução
penal - ficando demonstrado que o interessado não preenche os requisitos estabelecidos na presente Deliberação, incumbirá
ao Defensor Público com atribuição para atuar no processo requerer ao juízo competente a fixação de honorários advocatícios,
a serem revertidos em favor do Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, na forma da Lei
Estadual n° 1.146/87.
Regime jurídico da instituição: autonomias.
• Breve histórico do desenvolvimento da autonomia institucional:

• EC n. 45/04: autonomias da DPEs (excluídas a DPU e a DPDF).

• EC n. 69/12: autonomia da DPDF.

• EC n. 74/13: autonomia da DPU.

• EC n. 80/14: iniciativa legislativa.


Regime jurídico da instituição: autonomias.
• 1. Autonomia funcional (art. 134, §§2º e 3º, da CRFB):
• Conceito: a autonomia funcional garante à Defensoria Pública plena liberdade de atuação no exercício de suas funções
institucionais, submetendo-se unicamente aos limites determinados pela Constituição, pelas leis e pela própria
consciência de seus membros. Diante de sua autonomia funcional, a INSTITUIÇÃO se encontra protegida de toda e
qualquer ingerência externa.

• 2. Autonomia administrativa (art. 134, §§2º e 3º, da CRFB):


• Conceito: a autonomia administrativa permite à Defensoria Pública praticar, de maneira independente e livre da
influência dos demais poderes, atos de gestão, tais como adquirir bens e contratar serviços, praticar atos e decidir sobre
a situação funcional e administrativa do pessoal, etc. Resta vedada, portanto, vinculação da Defensoria a qualquer outra
estrutura de Estado, reafirmando-se sua posição como instituição extrapoder.

• Exigência em provas: “Fere a autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pública a ordem judicial para a
implementação de determinadas unidades/sedes.” Certo ou errado? CERTO! DPEPR / Banca própria / 2022.
• A posição do STF: “Ofende a autonomia administrativa das Defensorias Públicas decisão judicial que determine a lotação
de defensor público em localidade desamparada, em desacordo com os critérios previamente definidos pela própria
instituição, desde que observados os critérios do art. 98, caput e § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias –
ADCT.” STF. Plenário. RE 887671/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
08/03/2023 (Repercussão Geral – Tema 847) (Info 1086).
3. Autonomia financeira (art. 134, §2º e 3º, da CRFB).
• Iniciativa de proposta orçamentária:
• Exigência em provas: “É inconstitucional a Lei Orçamentária Anual na qual Governador do
Estado, ao encaminhar o projeto para a Assembleia Legislativa, reduziu a proposta
orçamentária elaborada pela Defensoria Pública e que estava de acordo com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias.” Certo ou errado? CERTO! DPEPR / Banca própria / 2022.

• O Governador do Estado é obrigado a efetuar o repasse, sob a forma de duodécimos e até o


dia 20 de cada mês, da integralidade dos recursos orçamentários destinados à Defensoria
Pública estadual pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro, inclusive
quanto às parcelas já vencidas, assim também em relação a eventuais créditos adicionais
destinados à instituição. STF. Plenário. ADPF 384 Ref-MC/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
6/8/2020 (Info 985).

• Autonomia na gestão e aplicação do orçamento.


Cobrança de honorários em face da Fazenda Pública:
• Fundamentos: autonomia financeira + art. art. 4º, inciso XXI, da LC n. 80/94 (é função institucional “executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua
atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos”).

• Obs: prevalece a impossibilidade na atuação coletiva (art. 18 da LACP).

• Debates sobre a cobrança de honorários em face do MESMO ENTE POLÍTICO (ex: Estado do RJ) e a posição clássica do STJ e do TJ/RJ:
• Súmula n. 421 do STJ: “Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.”
• Súmula n. 80 do TJ/RJ: “A Defensoria Pública é órgão do Estado do Rio de Janeiro. Logo, a este não pode impor condenação nos honorários em favor daquele Centro
de Estudos, conforme jurisprudência iterativa do STJ.”
• Súmula n. 322 do TJ/RJ: “Não cabe a condenação, nem a execução, de autarquias estaduais ou fundações autárquicas estaduais a pagar honorários advocatícios em
favor do Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.”

• A recente posição do STF (Informativo n. 1.100):


• “1. É devido o pagamento de honorários sucumbenciais à Defensoria Pública, quando representa parte vencedora em demanda ajuizada contra qualquer ente
público, inclusive aquele que integra; 2. O valor recebido a título de honorários sucumbenciais deve ser destinado, exclusivamente, ao aparelhamento das
Defensorias Públicas, vedado o seu rateio entre os membros da instituição.” (RE 1.140.005/RJ, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em
23.6.2023 (sextafeira), às 23:59)

• Argumentos:
• 1) O instituto civilístico da confusão deve ser aplicado com cautela no âmbito do Direito Público;
• 2) A Defensoria Pública não pode ser considerada como um mero órgão da Administração Direta. A Defensoria Pública goza de autonomia funcional, administrativa
e orçamentária, o que a faz ter o status de órgão autônomo. Assim, a Defensoria Pública possui orçamento e fundos próprios, bem como autonomia para geri-los;
• 3) O art. 4º, inciso XXI, da LC n. 80/94 é expresso no sentido de que é função institucional “executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação,
inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos”.
• 4) “os honorários hão de servir como desestímulo à oposição de resistência injustificada, revelada por meio da interposição de recursos inviáveis e protelatórios por
parte do ente público sucumbente.” (Barroso)
Regime jurídico da instituição: autonomias.
• É inconstitucional, por violar o art. 134, § 2º, da CF/88, lei estadual que traga as
seguintes previsões:
• a) A DPE integra a Administração Direta;
• b) O Governador do Estado é auxiliado pelo Defensor Geral do Estado;
• c) O Defensor Público-Geral é equiparado a Secretário de Estado.
• As Defensorias Públicas gozam de autonomia funcional e administrativa. Por essa
razão, qualquer medida normativa que suprima essa autonomia da Defensoria
Pública, vinculando-a a outros Poderes, em especial ao Executivo, implicará
violação à Constituição Federal.

• STF. Plenário. ADI 4056/MA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 7/3/2012
(Info 657).
Regime jurídico da instituição: iniciativa de lei.
• Art. 134, §4º, da CRFB: determina que sejam aplicadas à Defensoria Pública as disposições dos artigos 93 e 96, inciso II, da CRFB, que preveem a
iniciativa privativa dos Tribunais para propor projetos de lei que versem sobre matérias institucionais, como a iniciativa privativa atribuída ao STF
sobre o Estatuto da Magistratura.

• Art. 61, §1º, inciso II, alínea d, da CRFB: prevê que são de iniciativa privativa do PRESIDENTE DA REPÚBLICA as leis que disponham sobre
organização da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.

• Situação 1. Normas sobre o regime jurídico da DPU: competência concorrente entre o Presidente da República e o Defensor Público-Geral
Federal.

• Situação 2. Normas gerais nacionais sobre as DPEs e a DPDF: competência privativa do Presidente da República.

• Situação 3. Normas estaduais específicas sobre a DPE e a DPDF: competência privativa do Defensor Público-Geral do Estado ou do Distrito
Federal.
• Previsão na CERJ, por meio da EC n. 72 de 2019:
• Art. 112 A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador
do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público, a Defensoria Pública e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
• Art. 181-A Compete à Defensoria Pública, dentro de sua autonomia funcional, administrativa e financeira, nos limites dispostos no artigo 213
desta Constituição, propor à Assembleia Legislativa a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação de
vencimentos de seus membros e servidores.
Princípios institucionais:
• Fundamento constitucional:
• Constituição Federal: “São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional,
aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.” (art. 134, § 4º)
• Constituição do RJ: “São princípios institucionais da Defensoria Pública a unicidade, a impessoalidade e a independência funcional.”
(art. 179, §2º, da CERJ)

• Exigência em provas: “A Emenda Constitucional nº 80/2014 trouxe significativas alterações ao perfil constitucional da Defensoria Pública,
prevendo, entre outras inovações, a (...) constitucionalização dos princípios institucionais da Defensoria Pública.” Certo ou errado? CERTO!
DPESC / FCC / 2022 = DPEPB / FCC / 2022.

• 1. Unidade:
• Conceito: a unidade indica que a Defensoria deve ser vista, sob o prisma funcional, como instituição única, compondo seus membros
um mesmo todo unitário.
• Ex 1: “A Defensoria Pública da União deverá firmar convênios com as Defensorias Públicas dos Estados e do Distrito Federal, para que
estas, em seu nome, atuem junto aos órgãos de primeiro e segundo graus de jurisdição referidos no caput, no desempenho das
funções que lhe são cometidas por esta Lei Complementar.” (art. 14, §1º, da LC n. 80/94).
• Ex 2: A DPU só pode atuar nos processos das Defensorias Públicas estaduais que tramitam em Tribunais Superiores se a respectiva
Defensoria Pública estadual: • não tiver representação em Brasília; e • não tiver aderido ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ.
(STJ. 5ª Turma. PET no AREsp 1513956/AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/12/2019) – DPESE / Cespe / 2022.
Princípios institucionais:
• 2. Indivisibilidade (“impessoalidade” – art. 179, §2º, da CRFB):
• Conceito: já a indivisibilidade, corolário da unidade, significa que os membros da Defensoria formam um todo indivisível. Quando um
membro atua, quem na realidade está atuando é a Defensoria Pública, havendo razoável fungibilidade entre seus membros (por isso
também denominada por alguns como “impessoalidade”).

• 3. Independência funcional:
• Autonomia vs. independência funcional.
• “(...) a independência funcional garante ao Defensor autonomia em sua atividade-fim, funcionalmente livre de interferências,
inclusive do escalão superior da instituição, devendo obediência apenas ao ordenamento jurídico e sua consciência.
• Esta (independência funcional) constitui princípio institucional tendente a salvaguardar o livre exercício das funções institucionais,
voltada ao Defensor individualmente, inclusive contra ingerências da administração superior. Aquela (autonomia funcional), por
sua vez, é instituto direcionado para a Defensoria globalmente considerada, garantindo sua autonomia frente aos demais poderes
ou ingerências externas em matérias interna corporis.”

• Cuidado! Subordinação hierárquica administrativa.

• Limites à independência funcional e o Caso Magazine Luiza.


• O meio termo de Deliberação n. 125/DPERJ: “O Defensor Público em exercício nos órgãos com atribuição para promover a tutela
coletiva que celebrar compromisso de ajustamento de conduta ou promover ação coletiva, salvo em situações excepcionais e
fundamentadas, deverá COMUNICÁ-LO à Coordenação de Tutela Coletiva, com antecedência mínima de 07 (sete) dias úteis” (art.
16, §1º, da Deliberação).
Princípio do defensor natural:
• Ausência de previsão constitucional.

• Previsão expressa na LC n. 80/94:


• Art. 4º-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Pública, além daqueles
previstos na legislação estadual ou em atos normativos internos: (...)
• IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor natural;

• Direito do usuário dos serviços.

• Garantia do Membro associada à inamovibilidade.


Chefia institucional:
• Defensor Público-Geral do Estado:
• Art. 99 da LC n. 80/94: “A Defensoria Pública do Estado tem por chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo
Governador do Estado, dentre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista
tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, para mandato de 2 (dois) anos,
permitida uma recondução.”

• Requisitos:
• Membros estáveis da carreira;
• Maiores de 35 anos;
• Escolhidos por lista tríplice;
• Nomeados pelo Governador;
• Mandato de 2 anos, permitida UMA recondução.

• Aprovação pela Assembleia Legislativa? NÃO! “É vedada à legislação estadual submeter à aprovação prévia da
Assembleia Legislativa a nomeação de dirigentes de Autarquias, Fundações Públicas, Presidentes de Empresas de
Economia Mista, Interventores de Municípios, bem como de titulares de Defensoria Pública e da Procuradoria-Geral do
Estado; por afronta à separação de poderes.” [ADI 2.167, red. do ac. min. Alexandre de Moraes, j. 3-6-2020, P, DJE de 11-
11-2020.]
Chefia institucional: regulamentação na LC/RJ n. 6/77.
• Art. 7º A Chefia da Defensoria Pública é exercida pelo Defensor Público Geral, nomeado pelo Governador do Estado, dentre os integrantes estáveis da carreira,
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, indicados em lista tríplice, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução.
• § 1º A lista de que trata o presente artigo será composta em eleição a ser realizada na primeira quinzena do mês de novembro do último ano do mandato do
Defensor Público Geral em exercício, mediante voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos os membros da Defensoria Pública, considerando-se
classificados para integrá-la os 3 (três) concorrentes que obtiverem a maior votação.
• § 2º Em caso de empate será considerado classificado para integrar a lista o candidato mais antigo na carreira, ou, permanecendo o empate, o mais idoso.
• § 3º A lista mencionada no caput será enviada ao Governador do Estado nos 5 (cinco) primeiros dias do ano subsequente à eleição para o cargo de Defensor
Público Geral.
• § 4º Ainda que haja número inferior a 3 (três) candidatos, a lista de que trata o caput será enviada em ordem de votação, para a escolha de 1 (um) de seus
integrantes.
• § 5º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Público Geral nos 15 (quinze) dias corridos que se seguirem ao recebimento da lista
tríplice, será investido automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado para exercício do mandato.
• § 6º Vagando-se, no curso do biênio, o cargo de Defensor Público Geral, proceder-se -á, dentro de 30 (trinta) dias corridos, nova eleição para elaboração de lista
tríplice salvo se a vacância ocorrer a menos de 6 (seis) meses do final do mandato, caso em que, deverá ser nomeado para o cargo, pelo Governador do Estado,
o Subdefensor Público Geral de Gestão, o Subdefensor Público Geral Institucional ou o Corregedor Geral da Defensoria Pública, obedecida esta ordem, para
complementação do mandato interrompido;
• § 7º O Conselho Superior da Defensoria Pública estabelecerá normas complementares, regulamentando o processo eleitoral para a elaboração da lista tríplice a
que se refere este artigo.
• § 8º O Defensor Público Geral, assegurada a ampla defesa, poderá ser destituído pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Assembleia Legislativa em caso
de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo e mediante:
• I – representação de 1/3 (um terço) dos Deputados Estaduais, ou;
• II – representação do Governador do Estado, ou;
• III – representação de 2/3 (dois terços) dos membros, em atividade, da Defensoria Pública.

• * (Artigo 7º com redação dada pela Lei Complementar 203/2022)


Ouvidoria externa:
• Criadas pela LC n. 132/09, que alterou a LC n. 80/94: artigos 105-A a 105-C.

• Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos
de reputação ilibada, não integrante da Carreira, indicados em lista tríplice formada
pela sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.

• Alegação de vício formal (competência dos Estados) e material (violação à


autonomia).

• A posição de Renata Tavares (DPERJ): “fissura democrática”.

• A posição do STF: É CONSTITUCIONAL a norma federal* que criou a Ouvidoria-Geral


da Defensoria Pública nos estados-membros e estabeleceu suas competências. STF.
Plenário. ADI 4608/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/5/2022 (Info 1054).
Ouvidoria externa: regulamentação na LC/RJ n. 6/77.
• Art. 20-A - A Ouvidoria Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pública do Estado, de promoção da qualidade dos serviços prestados
pela Instituição. (...)

• Art. 20-B - O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos de reputação ilibada, não integrante da
Carreira, indicados em lista tríplice formada pela sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.
(...)
• § 3º - O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral do Estado, no prazo de quinze dias após a escolha.
• § 4º - O cargo de Ouvidor-Geral será exercido em regime de dedicação exclusiva.

• Art. 20 – C - À Ouvidoria-Geral compete:


• I – propor aos órgãos de administração superior da Defensoria Pública do Estado medidas e ações que visem à consecução dos
princípios institucionais e ao aperfeiçoamento dos serviços prestados;
• II – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, que conterá também as medidas propostas aos órgãos competentes
e a descrição dos resultados obtidos;
• III – participar, com direito a voz, do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado;
• IV – promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil e com as Ouvidorias Públicas da Defensoria Pública dos demais
Estados, do Distrito Federal e da União;
• V – estabelecer meios de comunicação direta entre a Defensoria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações,
adotando as providências pertinentes e informando o resultado aos interessados;
• VI – manter contato permanente com os vários órgãos da Defensoria Pública do Estado, estimulando-os a atuar em permanente
sintonia com os direitos dos usuários;
• VII – coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários,
divulgando os resultados.
“Defensoria Pública Municipal”:
• Não existe Defensoria Pública Municipal!

• Contudo, Municípios podem instituir serviço de assistência jurídica à população de baixa renda. STF. Plenário. ADPF 279/SP, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).
1. Competência comum de todos os entes de combater a pobreza e promover justiça social (art. 23, inciso X).
2. Competência concorrente para legislar sobre assistência jurídica e Defensoria pública (art. 24, inciso XIII).
3. Possibilidade de os Municípios legislarem sobre assunto de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual (art. 30, incisos I e
II).
4. A Defensoria Pública não detém o monopólio da assistência jurídica gratuita. Ex: escritórios modelos.
5. Quanto mais prestação de assistência jurídica gratuita, melhor.

• Críticas:
1. Os Municípios NÃO possuem competência constitucional (nem mesmo suplementar) para legislar sobre a matéria (art. 24, inciso XIII, da
CRFB);
2. O modelo de assistência jurídica integral e gratuita adotado pela Constituição é o MODELO PÚBLICO DEFENSORIAL, sendo sim exclusivo;
3. Em decorrência do paralelismo necessário, se não há Poder Judiciário ou Ministério Público municipal, tampouco pode haver “Defensoria
Pública Municipal”;
4. O art. 98 do ADCT prevê que até o presente ano (2022), deveria haver Defensoria Pública em TODAS as unidades jurisdicionais do país. Por
isso, argumentos de insuficiência do serviço público prestado pela Instituição deveriam ser superados pelo reconhecimento da
normatividade e imperatividade do texto constitucional, impondo-se mais investimento para a efetiva implementação da vontade do Poder
Constituinte Derivado decorre da EC n. 80/14;
5. A assistência jurídica municipal e os respectivos advogados, dificilmente, serão contratados por concurso público. Provavelmente, servirão
como “cabide eleitoral” de prefeitos e dificilmente prestarão o serviço com a autonomia e independência necessárias.
Regime jurídico dos Membros: ingresso na carreira.
• Regramento constitucional (CRFB):
• Art. 134, § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial,
mediante concurso público de provas e títulos (...).

• Exigência de prática jurídica:


• Regramento para a DPU: “O candidato, no momento da inscrição, deve possuir registro na Ordem dos Advogados do
Brasil, ressalvada a situação dos proibidos de obtê-la, e comprovar, no mínimo, dois anos de prática forense, devendo
indicar sua opção por uma das unidades da federação onde houver vaga.” (art. 26, caput, da LC n. 80/94)
• Aceitação de atividades anteriores à conclusão da graduação.

• Regramento para as DPEs: ausência de exigência de prática jurídica na legislação nacional (art. 112).
• Ex: DPERJ - Art. 47 – O Regulamento do concurso exigirá dos interessados os seguintes requisitos: (...)
• IV – ter 3 (três) anos de atividade jurídica;
• Parágrafo único. Considera-se atividade jurídica o exercício da advocacia, o cumprimento de estágio em direito
reconhecido por lei, o exercício de cargo, emprego ou função que exija bacharelado em direito ou proíba o
exercício da advocacia.
Regime jurídico dos Membros: garantias.
• Inamovibilidade (art. 134, §1º, da CRFB):
• Previsão expressa na Constituição Federal (art. 134, §1º, da CRFB) e na Constituição Estadual (art. 181, inciso II, da CERJ).
• “A inamovibilidade visa garantir a independência funcional do defensor público, que terá a liberdade de litigar contra autoridades locais, sem o
risco de ser removido arbitrariamente da lotação onde atua, contra sua vontade.” (Flávio Martins)
• Exceção legal (LC n. 80/94):
• Art. 118. Os membros da Defensoria Pública do Estado são inamovíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na forma da lei
estadual.
• Art. 120. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em processo
administrativo disciplinar.
• Aspecto físico + aspecto funcional.

• Irredutibilidade dos subsídios:


• Garantia inerente aos servidores públicos em geral.
• Irredutibilidade meramente nominal.

• Previsão de um rol de garantias na LC n. 80/94:


• Art. 127. São garantias dos membros da Defensoria Pública do Estado, sem prejuízo de outras que a lei estadual estabelecer:
• I - a independência funcional no desempenho de suas atribuições; [dupla natureza]
• II - a inamovibilidade;
• III - a irredutibilidade de vencimentos;
• IV - a estabilidade. [art. 41 da CRFB: “São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público.”]

• Vitaliciedade? NÃO! “Aos defensores públicos é garantida a estabilidade, e NÃO a vitaliciedade, apesar de críticas doutrinárias.” (Flávio Martins)
Regime jurídico dos Membros: prerrogativas.
• Art. 128. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer:

• I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, [1] INTIMAÇÃO PESSOAL em qualquer
processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, [2] contando-se-lhes EM DOBRO TODOS OS PRAZOS;
• Prazo em dobro no processo penal? SIM!

• X - REQUISITAR de autoridade pública ou de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos,
documentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias ao exercício de suas atribuições;

• Foro por prerrogativa de função? NÃO! Virada jurisprudencial.


• Exigência em provas: “é constitucional a previsão constante de Constituição Estadual que confere foro por
prerrogativa de função aos Defensores Públicos daquele Estado da federação.” Certo ou errado? ERRADO! DPESE /
Cespe / 2022.
• É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função para Defensores
Públicos. STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 Ref-MC/AL, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgados em 20/11/2020 (Info 1000).
Poder de requisição:
• Ausência de previsão constitucional expressa (vs. Ministério Público).

• Previsão legal (LC n. 80/94):


• Art. 128. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer: (...)
• X - requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos,
documentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias ao exercício de suas atribuições;

• A posição inicial do STF (2010) e a CERJ: DP como “superadvogado” (Cármen Lúcia).


• “É inconstitucional a requisição por defensores públicos a autoridade pública, a seus agentes e a entidade particular de
certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e providências,
necessários ao exercício de suas atribuições: exacerbação das prerrogativas asseguradas aos demais advogados.” (STF -
ADI: 230 RJ, Relator: CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 01/02/2010, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 30/10/2014)

• Diversas ADIs juizadas pela PGR.


• Principal fundamento: paridade de armas.

• A recente posição do STF: A prerrogativa de requisição conferida aos membros da Defensoria Pública é constitucional. STF.
Plenário. ADI 6852/DF e ADI 6862/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 18/2/2022 (Info 1045).
Poder de requisição e a posição do STF:
• Defensor Público não é advogado!

• Aproximação do regime jurídico conferida ao MP pela EC n. 80/14:


• “Delineado o papel atribuído à Defensoria Pública pela Constituição Federal, resta evidente não se tratar de
categoria equiparada à Advocacia, seja ela pública ou privada, estando, na realidade, mais próxima ao desenho
institucional atribuído ao próprio Ministério Público.
• A mesma EC 80/2014 evidenciou a distinção entre Defensoria Pública e Advocacia ao estabelecer seções
diversas do texto constitucional para cada uma dessas funções essenciais à justiça.” (p. 3)

• Prerrogativa essencial para o exercício das funções institucionais (teoria dos poderes implícitos):
• “ao conceder tal prerrogativa aos membros da Defensoria Pública, o legislador buscou propiciar condições
materiais para o exercício de seu mister, não havendo que se falar em qualquer espécie de violação ao texto
constitucional, mas ao contrário, em sua densificação.” (p. 5)
• Obs: mesmo fundamento para a investigação direta pelo MP (p. 5-6).

• Superação da ADI n. 230 diante da alteração do parâmetro de controle (EC n. 80/14).


• “Com o advento da Emenda Constitucional 80, em 04 de junho de 2014, a moldura normativa que balizou
aquele entendimento foi substancialmente alterada, restando definitivamente fixada a autonomia funcional e
administrativa da Defensoria Pública, bem como seu status de instrumento do regime democrático.” (p. 7)

• Especial importância na tutela coletiva (p. 8).

• A prerrogativa de requisição não viola a isonomia, mas sim a promove (p. 9).

• Leia o voto do Ministro Fachin: https://t.me/lhlzouein/444

• Inclusive particulares: “requisitar diretamente de AUTORIDADE PÚBLICA e de seus agentes ou de ENTIDADES


PARTICULARES exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos
e providências necessárias ao exercício de suas atribuições” (art. 87, inciso III, da LC/RJ n. 6/77).
Poder de requisição e desdobramentos na jurisprudência do STF:

• Poder de requisitar os autos de inquérito já existente vs. poder de requisitar a instauração de inquérito:
• É INconstitucional norma estadual que confere à Defensoria Pública o poder de requisição para
instaurar inquérito policial. STF. Plenário. ADI 4346/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, redator do acórdão
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/03/2023 (Info 1086).

• Poder de requisição de imagens das câmeras corporais e das viaturas de agentes de segurança:
• “deve o Estado do Rio de Janeiro, no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação desta decisão,
adotar todas as providências técnicas necessárias para garantir (i) o acesso nos casos em que há
investigações em andamento; (ii) o envio imediato das mídias ao MPRJ; (iii) a regular disponibilização à
DPERJ; (iv) e o efetivo acesso às vítimas da ocorrência e seus familiares, por meio de seus
representantes legais.” (decisão monocrática do Min. Edson Fachin na ADPF 635, noticiada em 5 de
junho de 2023)
Funções institucionais: tutela coletiva.
• Leitura altamente recomendável! DELIBERAÇÃO CS/DPGE nº 125 de 20 de dezembro de 2017
(https://defensoria.rj.def.br/uploads/arquivos/9e90b5c541d640de99d9e8a46fda5bb1.pdf)

• Art. 5º, inciso II, da Lei 7.347/85 (LACP), incluído pela Lei n. 11.448/07.

• Diversos incisos do art. 4º da LC n. 80/94, incluídos pela LC n. 132/09.


• Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras: X – promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais
dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis
todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela;

• EC n. 80/14 e a nova redação do art. 134, caput, da CRFB: “direitos individuais e coletivos”.

• Declaração de constitucionalidade legitimidade ativa da Defensoria Pública para ajuizar ação civil pública pelo STF: ADI 3.943, rel. min.
Cármen Lúcia, j. 7-5-2015, P, DJE de 6-8-2015.

• Art. 185 do CPC (2016): “direitos individuais e coletivos”.

• Legitimidade para o Mandado de Injunção Coletivo (Lei 13.300/16):


• Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: (...)
• IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa
dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Funções institucionais: tutela coletiva.

• Mandado de segurança coletivo? DIVERGENTE!


• Ausência de previsão expressa.
• Precedentes dos Tribunais Superiores em sentido contrário.
• Ideia de microssistema (Fredie Didider Jr.).

• Ação de improbidade administrativa? DIVERGENTE!


• Por maioria de votos, o Plenário declarou inválidos dispositivos da Lei 14.230/2021, que conferiam ao
Ministério Público​ (MP) legitimidade exclusiva para a propositura das ações por improbidade (ADIs 7.042 e
7.043, noticiadas em 31 de agosto de 2022).
Funções institucionais: tutela coletiva.
• Desdobramentos:
• 1. Inquérito civil público? Prevalece que NÃO! Apenas MP. Contudo, possibilidade de instaurar “Procedimento de Instrução“ (PI):
• Art. 13, §1º, da Deliberação n. 125: “O procedimento de instrução é o procedimento investigatório destinado a apurar a ocorrência de fatos que
possam autorizar a tutela de direitos coletivos lato sensu pela Defensoria Pública e consiste em ato preparatório do exercício das atribuições
inerentes a essa função institucional (...).”

• 2. Possibilidade de convocação de audiências públicas (art. 4º, inciso XXII, da LC n. 80/94). Finalidades (Deliberação n. 125):
• Art. 28. Os órgãos da Defensoria Pública poderão, no curso do procedimento de instrução, realizar audiências públicas, com a finalidade de
garantir a participação popular na tomada de decisões de interesse coletivo; buscar informações gerais junto à comunidade envolvida a respeito
do conflito coletivo apurado (espécie de dano, sua amplitude e consequências); identificar aspirações e necessidades coletivas em determinada
questão; repartir com a comunidade interessada a responsabilidade quanto às decisões que se impõem ao membro da Defensoria Pública; buscar
o entendimento com os contendores cujas ações ou omissões vêm afetando a comunidade e defender a obediência, pelos Poderes Públicos e
pelos serviços de relevância pública e social, dos direitos e garantias constitucionais. ]

• 3. Possibilidade de expedir recomendações (art. 29 da Deliberação n. 125):


• Art. 29. Os Defensores Públicos integrantes dos órgãos previstos no art. 2º e 7º da presente Deliberação deverão zelar pela solução extrajudicial
do conflito coletivo, podendo para tanto expedir recomendações, a fim de que sejam implantadas melhorias nos serviços públicos e de relevância
pública, bem como observados os direitos e interesses que lhes incumba defender.

• 4. Possibilidade de celebrar Termos de Ajustamento de Conduta-TAC (art. 5º, §6º, da LACP c/c Deliberação n. 125):
• Art. 30. Os Defensores Públicos integrantes dos órgãos previstos nos arts. 2º e 7º da presente Deliberação deverão, antes ou após a judicialização
do conflito, empreender esforços para tomar do interessado compromisso quanto ao ajustamento de sua conduta às exigências legais, impondo-
lhe o cumprimento das obrigações necessárias à reparação do dano ou prevenção do ilícito.

• 5. Poder de requisição? SIM!


Funções institucionais: custos vulnerabilis.
• Admite-se a intervenção da DPU no feito como custos
vulnerabilis nas hipóteses em que há formação de
precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos
humanos. STJ. 2ª Seção. EDcl no REsp 1712163-SP, Rel. Min.
Moura Ribeiro, julgado em 25/09/2019 (Info 657).

• Custos vulnerabilis em sentido amplo vs. em sentido estrito:


https://open.spotify.com/episode/0W7JkcY82GMHg5SwiJN
Cjh
Regime jurídico dos Membros: vedações.
• Art. 130. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros da Defensoria Pública dos Estados é vedado:

• I - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

• Art. 134, §1º, parte final, da CRFB: “vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.”
• É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. STF. Plenário. RE 1240999/SP,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/11/2021 (Repercussão Geral – Tema 1074) (Info 1036).
• Argumentos:
• 1) O art. 134, §1º, da CRFB, determina que a Defensoria seja regulamentada por intermédio de Lei Complementar. Sendo o Estatuto da OAB
lei ordinária, não poderia dispor sobre a instituição (inconstitucionalidade formal);
• 2) Defensor Público não é advogado. Com a EC 80/14, essa separação ontológica entre a Defensoria e advocacia comum acabou sendo
definitivamente explicitada na Constituição, com a regulamentação em seções distintas;
• 3) A capacidade postulatória dos Defensores decorre exclusivamente da posse no cargo. Nesse sentido o art. 4º, §6º, da LC 80/94, dispositivo
posterior (critério cronológico) e especial (critério da especialidade);
• 4) A função constitucional exercida pela Defensoria não comporta qualquer espécie de vinculação ou subordinação a entidades externas.

• II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos
éticos de sua profissão;

• III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atribuições;

• IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

• V - exercer atividade político-partidária, enquanto atuar junto à Justiça Eleitoral.


Jurisprudência pertinente:
• “Norma estadual que atribui à Defensoria Pública do Estado a defesa judicial de servidores públicos estaduais processados civil
ou criminalmente em razão do regular exercício do cargo extrapola o modelo da CF (art. 134), o qual restringe as atribuições da
Defensoria Pública à assistência jurídica a que se refere o art. 5º, LXXIV.” (ADI 3.022, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-8-2004, P, DJ
de 4-3-2005).

• É inconstitucional a legislação do Estado de São Paulo que prevê a celebração de convênio exclusivo e obrigatório entre a
Defensoria Pública de SP e a OAB-SP. Esta previsão ofende a autonomia funcional, administrativa e financeira da Defensoria
Pública estabelecida no art. 134, § 2º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4163/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 29/2/2012 (Info
656).

• O Defensor Público, atuando em nome da Defensoria Pública, possui legitimidade para impetrar MS em defesa das funções
institucionais e prerrogativas de seus órgãos de execução; essa legitimidade não é exclusiva do Defensor Público-Geral. STJ. 4ª
Turma. RMS 64917/MT, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 7/6/2022 (Info 742).

• É inconstitucional lei estadual que fixa o tempo de serviço público como critério de desempate na aferição da antiguidade para a
promoção e a remoção de Defensores Públicos. STF. Plenário. ADI 7.317/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2023 (Info
1092).

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