Beneficiamento Mineral Unidade I
Beneficiamento Mineral Unidade I
Beneficiamento Mineral Unidade I
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO BENEFICIAMENTO
Elaboração
Cristiane Oliveira de Carvalho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO BENEFICIAMENTO............................................................................................................................................ 5
CAPÍTULO 1
ASPECTOS GERAIS DO BENEFICIAMENTO.......................................................................................................................... 7
CAPÍTULO 2
OPERAÇÕES UNITÁRIAS........................................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 3
USINA DE BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO....................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................18
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INTRODUÇÃO AO
BENEFICIAMENTO
UNIDADE I
Nesta primeira parte da apostila você será apresentado aos conceitos introdutórios para
entender o beneficiamento do minério.
O Capítulo 2 explica quais são as principais operações unitárias executadas para realizar
o beneficiamento de minério.
Objetivos da unidade
» Entender o conceito de beneficiamento minério.
Bons estudos!
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UNIDADE I | Introdução ao beneficiamento
Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/initiatives/innovation/processing-based-on-natural-moisture/Paginas/default.aspx.
Acesso em: 27/7/2019.
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Capítulo 1
ASPECTOS GERAIS DO BENEFICIAMENTO
Grande parte dos minérios, rochas ou minerais que são descobertos na crosta da Terra
precisa passar por algum tipo de tratamento para aprimorar as suas propriedades físicas
ou físico-químicas para uso posterior.
Existem registros de que os egípcios, há 400 anos antes de cristo, já conseguiam recuperar
ouro de depósitos aluvionares.
No ano 1556 houve uma primeira referência que abordava sobre os minerais, registrava
moinhos movidos a água, concentração gravítica e peneiras em formas de cesta.
No entanto, foi no final do século XVIII e começo do XIX, com o início da Revolução
Industrial na Inglaterra, que surgiram as inovações mais relevantes no ramo do tratamento
de minérios.
Dentre essas inovações, a mais memorável surgiu em 1905 na Austrália, com emprego
industrial da flotação.
Foi ainda na década 70 que a crise do petróleo forçou uma racionalização na utilização
de energia. Em 2001 essa nova necessidade de racionalização surgiu com a crise de
energia elétrica no Brasil, unida aos indícios do aquecimento do planeta Terra.
Mesmo com grandes pesquisas voltadas para entender os eventos nas operações de
tratamento, não aconteceram grandes evoluções tecnológicas, constatando-se apenas
saltos incrementais que ajudaram no comportamento dos processos.
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UNIDADE I | Introdução ao beneficiamento
Chaves (2002) explana que o tratamento de minérios é uma arte, pois não consiste
apenas em definir uma série adequada de operações e uni-las de forma que se alcance
o melhor teor de concentrado, e as melhores recuperações da substância útil.
Para tal é preciso ter conhecimento prático e teórico, receptividade, experiência precedente,
abrangendo os trabalhos em laboratório ou usina piloto.
Isso é muito importante, pois não há minérios idênticos. Cada um é singular, e é desastroso
tentar transportar resultados que foram bem-sucedidos em outros lugares e com condições
particulares da jazida e do minério em estudo.
A NRM 18 que aborda o beneficiamento explica como todo o projeto deve ser:
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Introdução ao beneficiamento | UNIDADE I
» peso específico;
» suscetibilidade magnética;
» condutividade elétrica;
» química da superfície;
» cor;
» radioatividade;
» forma;
» granulometria.
Essa viabilidade econômica só é possível quando esse minério passa por uma concentração
gravítica ou por flotação até conseguir obter concentrados que alcancem 70% de WO3
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UNIDADE I | Introdução ao beneficiamento
Ainda, existem situações em que é preciso selecionar entre os minérios. Por exemplo,
quando há um polissulfeto formado de sulfeto de zinco (esfalerita), sulfeto de chumbo
(galena) e sulfetos de cobre (calcopirita, bornita, calcocita etc.).
Para realizar a separação das espécies minerais de um minério é preciso saber qual é a
composição mineralógica e o tamanho para que seja possível efetivar a liberação física
do minério de sua ganga.
Muitas operações são executadas a úmido e nestas situações é preciso que o produto
esteja em conformidade com operações posteriores (química e metalúrgica) e então é
preciso realizar um desaguamento do concentrado até que a umidade seja satisfatória
para o processo.
Já os rejeitos oriundos desse processo devem ser dispostos em uma área adequada e
precisam ser caracterizados em relação à mineralogia e a química desses, com a finalidade
de estudar os riscos eminentes ao meio ambiente.
Assim, não é viável que os custos resultantes de um estágio extra de tratamento para
certo mineral sejam maiores do que o valor agregado àquele produto, exceto em casos
específicos.
O beneficiamento de minérios está voltado para o lucro, assim como todas as atividades
industriais. No entanto, a visão social que objetiva uma conservação dos recursos não
deve ser esquecida, pois trata-se de bens que não se renovam.
Portanto é preciso ter a consciência de que as reservas minerais são finitas e seu
aproveitamento devastador deve ser banido, pois o máximo lucro alcançado, em menor
tempo, raramente vai estar subordinado às necessidades sociais.
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Capítulo 2
OPERAÇÕES UNITÁRIAS
Um circuito de beneficiamento mineral é formado por uma série de operações que são
conhecidas como operações unitárias.
Essas operações são denominadas dessa forma pois são sempre iguais e o que muda é
apenas a associação e a sequência em que são desenvolvidas, visando alcançar o objetivo
ou mesmo as características de certo minério.
Uma operação unitária não é realizada sozinha, pois não tem a capacidade para prover o
produto final. Normalmente acontecem combinadas levando o minério inicial a chegar
ao produto desejado.
Operações de cominuição
Buscam tornar as partículas minerais em um tamanho satisfatório para realizar as
futuras operações.
As operações de cominuição são realizadas por meio de britagem, que permite realizar
o transporte do minério, a estocagem e a homogeneização. A moagem é responsável por
desprender as partículas úteis dos minerais de ganga.
A britagem e a moagem são amparadas por operações que separam esses minerais por
tamanhos, utilizando peneiras e classificadores.
Operações de concentração
A operação de concentração tem o objetivo de realizar a separação das diversas espécimes
minerais.
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UNIDADE I | Introdução ao beneficiamento
Operações auxiliares
Por fim têm-se as operações auxiliares que visam realizar o armazenamento ou o transporte
de diversos produtos entre uma operação unitária e outra, além de separarem a água
presente nesses produtos.
O minério bruto também conhecido como ROM (run-of-mine), oriundo da lavra de uma
mina passa posteriormente por operações:
» britagem;
» moagem;
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Introdução ao beneficiamento | UNIDADE I
Minério Lavra
Britagem
Peneiramento
Á
Moagem g
u
a
Classificação
Concentração d
e
Concentrado Rejeitos
p
r
Espessamento Espessamento
o
c
Disposição de
Filtragem e
Rejeito
s
s
Barragem de
Secagem Enchimento o
rejeito
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Capítulo 3
USINA DE BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO
Para ser usado nas diversas indústrias, um bem mineral precisa estar adequado para
isso. As operações fundamentais para conseguir adequar esse material são realizadas
nas usinas de beneficiamento de minério.
Como dito anteriormente, cada mineral possui as suas características próprias e cada
usina de beneficiamento é pensada e projetada para cada material a ser processado.
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Introdução ao beneficiamento | UNIDADE I
O material que alimenta as plantas é proveniente das Minas de Alegria Norte e Sul, da
Samarco, e da Mina de Fazendão, propriedade da Vale. Esses minérios são originários de
cada uma das minas e é blendado em proporções variáveis, de acordo com a especificação
do produto requerido. (SILVA; TENENWURCEL, 2019)
A lavra é executada a céu aberto, e pode ser um minério friável, o desmonte acontece
especialmente por tratores de lâminas e o desmonte por explosivo não é muito empregado.A
mina utilizava dois métodos de lavra. O método convencional, em que as carregadeiras
são os alimentadores dos caminhões que transportam o minério que foi lavrado, até os
carregadores de alimentação das correias transportadoras que estão, no máximo, a 2,0
km da frente da lavra (NASCIMENTO, 2014)
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UNIDADE I | Introdução ao beneficiamento
O teor de corte imposto pela mina é na faixa de 33% de Fe. De acordo com o planejamento
de lavra, os minérios das frentes de lavra são blindados com o objetivo de alcançar um
teor médio em torno de 46% na alimentação dos concentradores.
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Introdução ao beneficiamento | UNIDADE I
Figura 7. Produtos das operações: a) pelotas de minério de ferro; b) Pellet Feed (finos).
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REFERÊNCIAS
CAMPOS, J. C. F. RIMA - EIA Integrado do Complexo do Germano. Samarco Mineração S.A, 2017.
HAJJ, T.; MOHAMAD, E.L. Reconciliação ilusória: Compensação de erros por amostragem
manual. Dissertação (mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.
LUZ, A. B.; Sampaio, J. A.; FRANÇA, S. C. A. Tratamento de minérios. 5ª edição. Rio de Janeiro:
CETEM/CNPq, 2010. 932p.
LUZ, A. B.; Sampaio, J. A; LINS, Fernando Antônio Freitas. Introdução ao Tratamento de minérios. In
LUZ, A. B.; Sampaio, J. A.; FRANÇA, S. C. A. Tratamento de minérios 6ª edição. Rio de Janeiro:
CETEM/CNPq, 2018. 94p.
RAMOS, E.R.; BEZERRA, L.M.; QUEZADO, R.C.B.; SABOIA, R.P. Determinação do grau de liberação
de particulado fino do minério oxidado da mina do sossego em Canaã dos Carajás. In.
XXVI Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa Poços de Caldas-MG, 2015.
Disponível em: https://www.artigos.entmme.org/download/2015/caracteriza%C3%87%C3%83o/
RAMOS,%20E.R._BEZERRA,%20L.M._QUEZADO,%20R.C.B._SABOIA,%20R.P.%20-%20
DETERMINA%C3%87%C3%83O%20DO%20GRAU%20DE%20LIBERA%C3%87%C3%83O%20DE%20
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Referências
PARTICULADO%20FINO%20DO%20MIN%C3%89RIO%20OXIDADO%20DA%20MINA%20DO%20
SOSSEGO%20EM%20CANA%C3%83%20DOS%20CARAJ%C3%81S.pdf. Acesso em: 27/7/2019.
SAMPAIO, J. A.; LUZ, A. B.; LINS, F. A. F. (Eds.). Usinas de beneficiamento de minérios do Brasil.
Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2001.
SILVA, Maria Eugênia Monteiro de Castro e; TENENWURCEL, Daniel Rennó. PARECER DE VISTAS
SAMARCO MINERAÇÃO S.A. Governo Do Estado De Minas Gerais/ Secretaria De Estado De
Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/ Subsecretaria De Desenvolvimento
Econômico Superintendência De Política Minerária, Energética E Logística. Belo horizonte, 2009
Referências
Figura 20
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