Cartilha COAF2019
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Perguntas e respostas sobre a aplicação da Resolução CFC n.º 1.530/2017
Em razão da edição da Lei n.º 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens,
direitos e valores, o CFC editou a Resolução CFC n.º 1.530/2017, com o intuito de regulamentar a citada lei
no âmbito do Sistema CFC/CRCs.
Em termos gerais, lavar dinheiro é dar uma aparência lícita ao produto do crime. A lavagem de dinheiro
permite que traficantes, contrabandistas de armas, terroristas, sonegadores, funcionários corruptos, entre
outros, mantenham suas atividades criminosas, alimentando-as com o dinheiro ilícito.
Lavagem de dinheiro é uma atividade ilícita, portanto, é crime previsto em lei e como tal não é protegido
pelo sigilo profissional.
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Perguntas e respostas sobre a aplicação da Resolução CFC n.º 1.530/2017
O Coaf recebe, examina e identifica ocorrências suspeitas de atividade ilícita e comunica às autoridades
competentes para instauração de procedimentos. Além disso, coordena a troca de informações para
viabilizar ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou à dissimulação de bens, direitos e valores.
O Conselho aplica penas administrativas nos setores econômicos para os quais não exista órgão regulador
ou fiscalizador próprio.
Conheça mais sobre o Coaf, acessando o endereço: www.coaf.fazenda.gov.br ou assistindo ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=omcORzg1ukw
Dessa forma, a Resolução CFC n.º 1.530/2017 deriva de uma obrigação legal.
Não serão objetos de comunicação ao Coaf os trabalhos de perícia contábil, judicial e extrajudicial, revisão
pelos pares e de auditoria forense.
7. A Resolução CFC n.º 1.530/2017 se aplica aos profissionais e organizações contábeis que se
enquadram no limite de faturamento do Simples?
Sim, independente de serem, ou não, optantes pelo Simples. Não é o regime tributário que define a
obrigatoriedade de comunicação e, sim, as operações praticadas pelas empresas.
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Também, devem manter cadastro atualizado de seus clientes, bem como das pessoas físicas autorizadas a
representá-los, verificando seu enquadramento na condição Pessoa Exposta Politicamente.
O prazo mínimo de guarda de cadastros e registros é de 5 (cinco) anos, de acordo com o Art. 12 da
Resolução CFC n.º 1.530/2017.
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São considerados ainda, para fins da Resolução Coaf n.º 29/2017, “pessoas expostas politicamente” aquelas
que, no exterior, sejam chefes de estado ou de governo, políticos de escalões superiores, ocupantes de
cargos governamentais de escalões superiores, oficiais generais e membros de escalões superiores do
Poder Judiciário, executivos de escalões superiores de empresas públicas e dirigentes de partidos políticos.
10. Quais operações devem ser analisadas pelos profissionais e organizações contábeis, quando
realizadas por seus clientes?
As operações previstas no Art. 9º, inciso XIV, da Lei n.º 9.613/1998 e regulamentadas no Art. 1º da
Resolução CFC n.º 1.530/2017, as quais seguem abaixo:
I. compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais, ou participações societárias
de qualquer natureza;
II. gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos;
III. abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores mobiliários;
IV. criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou
estruturas análogas;
V. financeiras, societárias ou imobiliárias;
VI. alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou artísticas
profissionais.
11. O que deve ser levado em consideração para análise dessas operações?
As operações listadas na pergunta anterior serão consideradas suspeitas quando:
I. aparente NÃO ser resultante das atividades usuais do cliente ou do seu ramo de negócio;
II. cuja origem ou fundamentação econômica ou legal NÃO seja claramente aferível;
III. for incompatível com o patrimônio, com a capacidade econômica financeira, com a atividade ou ramo
de negócio do cliente;
IV. for realizada com cliente cujo beneficiário final NÃO é possível identificar;
V. envolver pessoa jurídica domiciliada ou cujos beneficiários finais, sócios, acionistas, procuradores ou
representantes legais mantenham domicílio em jurisdições consideradas pelo Grupo de Ação contra
a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi) de alto risco ou com deficiências
de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, ou países ou
dependências consideradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) de tributação favorecida
e/ou regime fiscal privilegiado (Instrução Normativa RFB n.º 1037/2010);
VI. forem, injustificadamente, complexa ou com custos mais elevados e que visem dificultar o rastreamento
dos recursos ou a identificação do real objetivo da operação;
VII. vise adulterar ou manipular características das operações financeiras ou a identificação do real objetivo
da operação;
VIII. aparentar ser fictícia ou com indícios de superfaturamento ou subfaturamento;
IX. contiver cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as praticadas no mercado;
X. derivar de qualquer tentativa de fracionamento de valores com o fim de evitar a comunicação em
espécie a que se refere o Art. 6º;
XI. configurarem sérios indícios da ocorrência dos crimes previstos na Lei n.° 9.613/1998 ou com eles
relacionar-se.
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12. É necessário comunicar ao Coaf operação cujo beneficiário final não foi possível identificar?
Todas as operações suspeitas devem ser comunicadas. Quando não identificado o beneficiário final, os
profissionais e as organizações contábeis deverão documentar as medidas adotadas na tentativa de identificação
e dispensar especial atenção a essas operações, avaliando a conveniência de manter a relação de negócio.
13. Quando e como devem ser feitas as declarações de operações suspeitas ou realizadas com
valores em espécie ao Coaf?
As declarações de ocorrência de operações suspeitas ou realizadas com valores em espécie devem ser
efetuadas no sítio eletrônico do CFC, que as direcionará ao sítio do Coaf, de acordo com as instruções ali
definidas, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar do momento que o responsável pelas comunicações
concluir que a operação ou a proposta de operação deva ser comunicada, conforme Art. 9º da Resolução
CFC n.º 1.530/2017.
A comunicação deve conter o detalhamento das operações realizadas, o relato do fato ou o fenômeno
suspeito e a qualificação dos envolvidos, destacando os que forem pessoas expostas politicamente.
A comunicação de operações realizadas com valores em espécie será feita, independentemente de análise
ou qualquer outra consideração, ainda que fracionadas, quando se tratar de:
I. aquisição de ativos e pagamentos a terceiros, em espécie, acima de R$50.000,00 (cinquenta mil reais),
por operação; e/ou
II. constituição de empresa e/ou aumento de capital social com integralização, em espécie, acima de
R$100.000,00 (cem mil reais), em único mês calendário.
14. Onde deverá ser feita a comunicação de operações suspeitas ou realizadas com valores em
espécie ao Coaf?
A comunicação deverá ser feita por meio do sítio do CFC (sistemas.cfc.org.br), opção “COMUNICAÇÃO DE
DE OCORRÊNCIA”.
16. O que fazer se não houver operações suspeitas ou realizadas com valores em espécie a
serem declaradas ao Coaf?
Não havendo operações suspeitas a comunicar durante o exercício, o profissional ou a organização contábil
deverá fazer comunicação de não ocorrência (negativa) no prazo de 1º a 31 de janeiro do ano subsequente
(Art. 10 da Resolução CFC n.º 1.530/2017).
A comunicação deverá ser feita por meio do sítio do CFC (sistemas.cfc.org.br), opção “COMUNICAÇÃO DE
NÃO OCORRÊNCIA”.
A Comunicação ao Coaf, quando procedida pela organização contábil, dispensa seus sócios ou titulares de
fazê-la individualmente, desde que não prestem serviços como pessoa física.
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17. Quais são as sanções a serem aplicadas aos profissionais que descumprirem a Resolução
CFC n.º 1.530/2013?
O profissional está sujeito às sanções administrativas ético-disciplinares no âmbito dos Conselhos de
Contabilidade constantes do Art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295/1946 e do Código de Ética Profissional do Contador
(Resolução CFC n.º 803/1996), sem prejuízo das sanções e penalidades previstas na Lei n.º 9.613/1998.
1. O profissional e as organizações contábeis deverão acessar o sítio dos Sistemas do CFC (sistemas.cfc.
org.br) por meio de CPF e senha ou com Certificação Digital. Caso não tenha senha, deverá clicar em
Recuperar Senha, preencher as informações solicitadas pelo sistema para confirmação de identidade,
e uma senha provisória será encaminhada para o e-mail do profissional e/ou da organização contábil.
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3. A Declaração de Ocorrência e de NÃO Ocorrência são destinadas ao Coaf e são feitas por meio do sítio
no Conselho Federal de Contabilidade (sistemas.cfc.org.br).
A Declaração de Ocorrência deverá ser efetuada no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar do
momento que o responsável pelas comunicações concluir que a operação ou a proposta de operação.
A Declaração de NÃO Ocorrência deverá ser efetuada anualmente, até 31 de janeiro do ano
subsequente.
a. Caso o profissional clique em Comunicação de Ocorrência ao Coaf, ele será direcionado ao sítio
do Coaf.
Se não tiver cadastro no Coaf, deverá, após acessar o link, clicar em PRIMEIRO ACESSO.
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Serão duas opções: o profissional poderá fazer seu cadastro como Pessoa Jurídica (PJ) ou Pessoa
Física (PF), dependendo da forma como atua no mercado. Ou seja, se explorar a profissão contábil
e prestar serviços como pessoa jurídica, seu cadastro e sua comunicação deverão ser feitos como PJ,
independentemente do número de sócios; se atuar como autônomo, deverá fazer seu cadastro como
Pessoa Física (PF). Uma vez cadastrado, é só fazer sua comunicação.
Caso já tenha feito qualquer Declaração de Ocorrência de Operações Suspeitas ao longo do ano, o
profissional fica dispensado de fazer a Declaração de NÃO Ocorrência de Operações Suspeitas no site
do CFC, pois o Coaf entende que, uma vez tendo sido efetuada uma Comunicação Positiva, os demais
clientes não teriam ocorrências a serem comunicadas.
b. Caso o profissional clique em Comunicação de NÃO Ocorrência, será aberto o espaço para a
realização de Declaração de Não ocorrência de Operações.
4. A Declaração poderá ser feita tanto como pessoa física como jurídica. Observa-se que a Comunicação
ao Coaf, quando procedida pela organização contábil, dispensa seus sócios ou titulares de fazê-la
individualmente, desde que não prestem serviços como pessoa física.
5. Uma vez acessado o campo, deverá ser selecionado o exercício correspondente ao ano calendário
anterior e, em seguida, deve-se clicar em Emitir. (Exemplo: Declaração de Não Ocorrência de
Operações 2019, referente ao exercício de 2018).
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6. Será emitida a Comunicação de Não Ocorrência, que poderá ser impressa pelo profissional ou
consultada a qualquer momento no campo de consulta do Sistema.
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Fulano da Silva
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