Anticoagulant Es
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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................................................................... 3
3. Farmacoterapia ............................................................................................................ 6
Anticoagulação via parenteral ..................................................................................... 7
Anticoagulação via oral.............................................................................................. 10
Rivaroxabana e apixabana ......................................................................................... 10
Referências ..................................................................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO
Os anticoagulantes são uma classe de medicamento que atua na inibição dos
fatores de coagulação (ex.: heparina) ou na interferência na sua síntese desses fa-
tores (ex.: antagonistas de vitamina K). Juntos com os trombolíticos e antiagregan-
tes, as três classes de fármacos são empregados no tratamento de disfunções da
homeostasia.
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normalizado (INR), auxiliando a manutenção entre o poder terapêutico desse fárma-
co e seu efeito adverso principal: sangramento.
Os valores de referências, respectivos de cada exame, são:
• TP: 10 e 13 segundos;
• INR/RNI: 0,8 a 1. No entanto, em caso de pacientes com alguma patologia ho-
meostática em uso de anticoagulantes orais, consideramos como valor de refe-
rência entre 2 e 3.
2. FISIOLOGIA DA COAGULAÇÃO
Após um traumatismo físico, o sistema vascular ativa um processo fisiológico por
meio de uma série de interações complexas entre plaquetas, células endoteliais e a
cascata de coagulação. O resultado disso culmina na hemostasia, com objetivo de
minimizar a perda sanguínea resultante de tal agressão.
A hemostasia é um fenômeno com diversos atores diferentes e etapas que se
sobrepõem. Contudo, para entendê-la de forma didática, podemos elencar as suas
etapas de forma cronológica. Antes de mais nada, temos a adesão plaquetária à su-
perfície subendotelial que está exposta/lesionada. Por conseguinte, ocorrerá a ativa-
ção das plaquetas e consequente liberação de fatores químicos que darão o pontapé
inicial da agregação. Em seguida, tal agregação dará origem a um tampão plaquetário
numa fase denominada “aglutinação plaquetária”. Na sequência, esse tampão forma
um coágulo que terá seu tamanho limitado pela última etapa do processo: a fibrinólise.
Essa nada mais é do que a ativação da via fibrinolítica, responsável por cuidadosamen-
te dissolver a malha de fibrina assim que a cicatrização adequada acontece.
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Os anticoagulantes atuam na etapa 4, em que há a formação do coágulo sanguí-
neo. Esse processo de coagulação, que gera a trombina, ocorre por meio de 2 vias
interrelacionadas, se envolvendo em uma cascata de reações enzimáticas por inú-
meras ativações de fatores plasmáticos. São elas:
• Via intrínseca: É iniciada pela ativação do fator de coagulação XII (XII → XIIa),
que ativa o fator XI (XI → XIa). Assim, o XIa ativa o fator IX (IX → IXa), sendo
UMA das enzimas necessárias para ativação do fator de coagulação X (X →
Xa);
• Via extrínseca: Se inicia com a ativação do fator de coagulação VII (VII → VIIa)
pelo fator tecidual do endotélio, também conhecido como tromboplastina, libe-
rado no sangue após a lesão vascular. Dessa forma, o fator VIIa, assim como o
IXa, ativa o fator de coagulação X.
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3. FARMACOTERAPIA
A via de administração dos anticoagulantes pode ser oral ou parenteral (intraveno-
so ou subcutâneo) a depender do fármaco. A primeira possui efeito mais lento que a
segunda, por conta da maior biodisponibilidade dessa administração parenteral.
Como já foi apresentado, a principal complicação da anticoagulação é o sangra-
mento e devemos avaliar se a eficácia do tratamento é mais benéfica que o malefício
desse efeito colateral.
Assim, foi criado um critério para estratificarmos o risco de ocorrer esses even-
tos, chamado de escore CHA2DS2-VASc ou de Birmingham 2009 (atualização
do CHADS2). Esse escore está descrito na tabela abaixo:
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Admite-se como paciente de:
Alto risco (2 pontos ou mais): Devemos fazer anticoagulação plena no paciente;
Risco intermediário (1 ponto): Avaliamos se optamos por uma anticoagulação
plena ou antiagregação no paciente;
Baixo risco (0 pontos): Realizamos a antiagregação ou nada.
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• Mecanismo de ação: Ao se ligarem com a ATIII, inativam, predominantemente, o
fator Xa, se ligando menos à trombina. Após a ligação com a ATIII, há uma altera-
ção conformacional na HBPM que ajuda na catálise de inúmeras outras ATIII;
• Farmacocinética: São administradas via SC, tendo ativação máxima após 4 h
da injeção. Por conta da previsibilidade do efeito anticoagulante, a monitoriza-
ção dos valores de coagulação não é necessária, sendo o teste preconizado
à dosagem dos níveis de anti-Xa. Por conta da redução na sua conformação,
quando comparada com a HNF, há uma redução na ligação dela a proteínas
plasmáticas, tendo uma meia-vida de 3 a 12 horas. Diferente da HNF, ela não
possui antídoto para reversão rápida de sua ação.
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Seus principais efeitos adversos são: sangramento (pode ser controlado inter-
rompendo o tratamento ou usando sulfato de protamina, o infundindo lentamente),
trombocitopenia (deve ser interrompido se for acentuada) e osteoporose (tratamento
prolongado). Vale lembrar que esses efeitos são mais potentes em pacientes com
HNF que HBPM.
Heparinas são contraindicadas em pacientes com: hipersensibilidade à heparina;
lactantes; distúrbio de coagulação; alcoolismo; neurocirurgias recentes no cérebro
ou medula; procedimentos cirúrgicos oftálmicos.
Argatrobana
Esse anticoagulante é um inibidor direto de trombina, sendo usado na prevenção
de trombose em pacientes com trombocitopenia induzida por heparina (TIH) e em pa-
cientes que serão submetidos à intervenção coronária percutânea (ICP). Ao ser optado
esse tratamento, devemos monitorar o TTPa, hemoglobina e hematócrito do paciente.
Esse fármaco, de meia-vida de aproximadamente 39 a 51 minutos, será biotrans-
formado no fígado, logo, para pacientes com insuficiência hepática, esse medica-
mento deve ser prescrito com cautela. Contudo, pode ser administrado em pacientes
com doença renal já que seus subprodutos e metabólitos não são nefrotóxicos.
Como todo anticoagulante, seu efeito adverso principal é o sangramento.
Bivalirudina e desirudina
Esses dois fármacos atuam como a hirudina. Derivados da saliva de sangues-
sugas, grosso modo, eles são inibidores da trombina. Em outras palavras, são ini-
bidores diretos seletivos das trombinas e possuem ação reversível. Ademais, eles
atuarão tanto nos sítios enzimáticos associados à coágulos como nos centros ca-
talíticos de enzimas (trombinas) livres. Como é de esperar, por serem fármacos que
inibem trombina, pacientes que estão fazendo o seu uso podem apresentar aumen-
tos do TTPa e devem, portanto, ser monitorizados regularmente. Por fim, na prática
clínica, os dois medicamentos são administrados em via intravenosa.
A bivalirudina, especificamente, é utilizada como uma substituta da heparina para
pacientes em contextos que seu uso seja desaconselhado. Um exemplo desses con-
textos são pacientes que realizaram angioplastia e já tiveram episódios de angina
instável. Por ser excretada na urina, pelos rins e tendo em vista sua meia-vida de 25
minutos, em pacientes nefropatas sua dose necessitará de ajustes e monitorização.
Por outro, a desirudina é, comumente, utilizada para tromboprofilaxia de indivíduos aca-
mados e que tenham sido submetidos a grandes cirurgias como uma substituição de bacia.
Como fora discutido anteriormente, o efeito adverso primordial desses medica-
mentos é o desenvolvimento de sangramentos.
Fondaparinux
Esse anticoagulante é um inibidor seletivo do fator Xa. Ao se ligar a ATIII, o
fondaparinux potencializa a inibição natural do fator Xa pela ATIII. É usado como
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tratamento de TVP e TEP, além de servir como profilaxia de trombose venosa em pa-
cientes acamados após cirurgias ortopédicas e abdominais.
É administrado por via SC e tem farmacocinética previsível e, por isso, não neces-
sita de monitorização de mesma magnitude que a HNF. Possui meia-vida de 17-21
horas e é eliminada, praticamente inalterado, por via urinária.
Seus efeitos adversos são: sangramento e trombocitopenia (menos acentuada
que a causada pela heparina). Não existe antídoto para fondaparinux.
É contraindicado em pacientes submetidos a punção lombar ou cirurgia de me-
dula espinhal.
Dabigratana
Esse anticoagulante consiste num inibidor direto de trombina de ação lenta, aumen-
tando a velocidade na ação inibitória da ATIII na trombina livre e na ligada ao coágulo.
Seu uso terapêutico é recomendado na profilaxia de AVE e tromboembolismo nos
pacientes com fibrilação atrial não valvar. É uma alternativa à enoxaparina na profila-
xia de trombose em cirurgia ortopédicas por possuir farmacocinética previsível, não
precisando de monitorização.
É administrado por via oral e então, dentro de duas horas, dá início a sua ativida-
de. Por ser intensamente hidrolisado, é necessário ser ingerido com cápsulas para
garantir sua potência. É, em seguida, plenamente absorvido pelo trato GI e em pH
ácido tal que o uso de inibidor de bomba de próton pode reduzir sua absorção. Ainda,
é na sua forma pró-fármaco (etexilato de dabigatrana) que ocorre a absorção, não
havendo interação com alimentos. Por fim, apresenta meia-vida na corrente sanguí-
nea de 12 a 17 horas, com eliminação, predominantemente, pelo rim.
Seus efeitos adversos consistem em: hemorragia; dispepsia; dor abdominal; eso-
fagite. Deve-se evitar interrupção abrupta de sua terapia.
Já suas contraindicações são mais relevantes: pacientes com válvulas cardíacas
prostéticas mecânicas (C.I. absoluta) ou bioprostéticas (C.I. relativa). Deve-se ter
cautela com seu uso, principalmente em pacientes com insuficiência renal, pois há,
neles, um maior risco de sangramento.
Rivaroxabana e apixabana
Ambos anticoagulantes são inibidores do fator Xa, se ligando ao centro ativo des-
sa enzima e impedindo a conversão de protrombina em trombina. Da mesma forma
que dabigatrana, para eles não há exigência de uso de monitoramento.
O rivaroxabano é recomendado para a profilaxia tromboembólica (TEP, TVP e
AVE) em pacientes com fibrilação atrial não valvar. É bem absorvido pelo trato GI,
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principalmente quando há ingestão de alimento, se ligando facilmente à proteína
plasmática, sendo biotransformado por via hepática, formando metabólitos inativos
que serão eliminados pela urina e fezes. Cerca de 1/3 do medicamento original é ex-
cretado via urinária.
O apixabano é indicado como profilaxia de AVE na fibrilação atrial não valvar.
Também é bem absorvido pela mucosa gastrointestinal, sendo metabolizado no fíga-
do. 27% do fármaco original é excretado por via renal.
O efeito adverso principal desses inibidores direto de trombina é o sangramento.
Assim, se o paciente possuir disfunção renal, pode haver prolongamento da hemorra-
gia (menor eliminação renal do fármaco). Não há antídotos para ambos.
Por fim, sua contraindicação consiste em pacientes com disfunção renal grave,
apresentando clearence de creatina < 15 mL/min.
Varfarina
A varfarina consiste no antagonista de vitamina K mais difundido, clinicamente,
quando comparado com outros anticoagulantes cumarínicos.
Deve ser administrada juntamente com monitoramento das funções hemostáti-
cas, tendo o INR como padrão, por conta de seu índice terapêutico estreito. Sendo
assim, o objetivo de seu tratamento é manter, para a maioria dos pacientes, um INR
entre 2 e 3. Com exceção dos pacientes que possuam válvulas mecânicas, em que
seu INR deve estar entre 2,5 e 3,5.
Ela é indicada: na prevenção e no tratamento de TVP e TEP; na prevenção de AVE
em paciente com/sem FA e/ou válvulas cardíacas prostéticas; na deficiência de pro-
teína C e S; na síndrome antifosfolipídica; na profilaxia de TVP após procedimentos
cirúrgicos ortopédicos ou ginecológicos.
O mecanismo de ação desse antagonista consiste na inibição da enzima que re-
duz a vitamina K em cofator necessário para produção dos fatores de coagulação.
Essa enzima é conhecida como vitamina K-epóxido-redutase. Sendo assim, após
essa vitamina sofrer a oxidação durante a produção do resíduo de γ-carboxiglutami-
la, a varfarina inibe a redução, produzindo menos vitamina K reduzida para formação
de mais fatores de coagulação.
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A redução da vitamina K é feita pela vitamina K-epóxido-redutase com um
auxílio de NADPH. Assim, essas duas estruturas, ao encontrarem a vitamina K
epóxido, reduzem essa molécula lipossolúvel, oferecendo novamente esse co-
fator como substrato para a formação de mais fatore de coagulação.
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS
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