TCC - Completo Revisado
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TCC - Completo Revisado
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMAÇÃO DE EDUCADORES
PARA EDUCAÇÃO BÁSICA
Área de Concentração: Educação Inclusiva
Belo Horizonte
2019
ELIZABETH JUNQUEIRA SANTOS
Belo Horizonte
2019
AGRADECIMENTOS
A inclusão de alunos com deficiência está cada vez mais presente nas escolas
brasileiras, no entanto, as escolas precisam se adequar tanto estruturalmente, quanto
nos seus recursos humanos, para atender e acompanhar melhor esses alunos. Assim,
o objetivo deste trabalho foi propor reflexões sobre a prática dos Auxiliares de Apoio
ao Educando e contribuir para que eles, juntamente com os professores se sintam
como agentes mediadores nos processos de aprendizagem da criança com
deficiência. Para tanto, foi realizado um questionário com esses profissionais, o qual
identificou a necessidade de realização de oficinas, rodas de conversa e formações,
com o intuito de possibilitar a troca de experiência e a construção de conhecimento,
uma vez que a formação continuada tem papel fundamental na prática inclusiva. O
plano de ação foi realizado em quatro encontros com os auxiliares de apoio ao
educando. Esses encontros ocorreram na própria escola e foram divididos em rodas
de conversa e atividades de formação. Concluiu-se após a avaliação do referido plano
de ação que a parceria entre o auxiliar e o professor é fundamental para que a inclusão
realmente aconteça e que esses encontros devem continuar acontecendo nos
próximos anos.
1.1 Apresentação.........................................................................................................8
1.2 Contextualização da EMEI....................................................................................11
2 OBJETIVOS.........................................................................................................15
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................16
4 PROCEDIMENTOS .............................................................................................27
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................40
APÊNDICE A........................................................................................................43
APÊNDICE B........................................................................................................45
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
1Optei por não identificar a EMEI, por isso, vou me referir a ela como EMEI X.
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Essa mudança foi muito importante para a Educação Infantil pública na cidade,
pois, dessa forma, iniciou-se o processo de emancipação das Unidades Municipais de
Educação Infantil (UMEIs), com diversas mudanças, entre elas o início da unificação
das carreiras entre professor para educação infantil e professor municipal, e a
autonomia das UMEIS, que já mudou de nome para Escola Municipal de Educação
Infantil – EMEI. No ano de 2017 aconteceu a primeira eleição para direção e vice-
direção das EMEIs.
Aconteceu também a transição dos funcionários da cantina, faxina, portaria e
monitoria de inclusão, que antes eram da Caixa escolar e agora foram para a empresa
Minas Gerais Serviços (MGS). Com isso, o novo nome dos monitores de inclusão
passaram a ser auxiliar de apoio ao educando (AAE), e agora não faz mais diferença
entre auxiliar de sala e de auxiliar de inclusão.
Temos 15 salas de aula, sendo que uma está sendo usada como brinquedoteca
e uma como sala de vídeo e biblioteca. No ano de 2012 eram apenas sete salas, além
do berçário. Com a obra de ampliação em 2012, foi construído um anexo que conta
com mais sete salas totalizando as 15.
Temos um espaço para a Secretaria Escolar onde trabalham a secretária da
EMEI e dois assistentes administrativos, que têm como principais funções, o
atendimento ao público, realizam matrículas, auxiliam nos cadastros de ingressos na
EMEI e no que encaminham para o ensino fundamental, confeccionam e fazem a
manutenção dos diários, além de auxiliarem em diversas demandas dos professores.
Existe também um espaço que atualmente é utilizado como sala de vídeo,
biblioteca e brinquedoteca. Os livros ainda não são catalogados pois, as EMEIS não
dispõem de um profissional de biblioteca. Este espaço era o berçário até ano de 2017,
quando a Secretaria Municipal de Educação (SMED), resolveu não abrir o berçário
em 2018. Então essa sala que era nosso berçário atualmente é ocupada com essas
multifuncionalidades.
Temos também uma cantina e um refeitório. Nosso refeitório é bem pequeno
tendo em vista que atendia sete salas até 2012 e quando ocorreu a obra de ampliação,
ele não foi reformulado para atender mais sete salas. Mesmo trazendo os alunos em
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2. OBJETIVOS
3. REVISÃO DE LITERATURA
às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; tendo por objetivo promover
a acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o acesso universal aos espaços
públicos.(BRASIL, 2004)
A seguir, em 2006 aconteceu a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil
é signatário, estabelece que os Estados devam assegurar um sistema de educação
inclusiva em todos os níveis de ensino. Proporcionando as pessoas com deficiência o
acesso ao ensino inclusivo em todas as modalidades de ensino.(BRASIL, 2006)
No ano de 2007 foi publicado o Decreto nº 6.094, que estabelece nas diretrizes
do compromisso, todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino
regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos,
fortalecendo seu ingresso nas escolas públicas. O Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE), tem como eixos a formação de professores para a educação
especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade
arquitetônica dos prédios escolares e o acesso e permanência das pessoas com
deficiência na educação superior. (BRASIL, 2007)
Após um ano, surge o Decreto 6.571, que foi criado para a sustentação da
política denominada de “Educação Inclusiva” o qual “dispõe sobre o atendimento
educacional especializado e modifica as regras do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). O objetivo desse decreto é garantir
recursos àqueles estudantes que efetivamente estejam matriculados em escolas
públicas e recebendo atendimento educacional especializado e acrescenta-se no
próximo ano a Resolução nº 4 que institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial, e estabelece as formas possíveis desse atendimento.(BRASIL, 2008)
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) é instituída em 6 de julho de 2015, destinada
a assegurar e a promover em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e
cidadania. (BRASIL, 2015)
Até aqui tratamos das orientações legais para a educação inclusiva no Brasil.
As metas e as ações delineadas nessas leis, nesses decretos, programas,
projetos e nessas diretrizes educacionais, em conjunto, levam a uma radical
reestruturação do nosso sistema escolar e a transformação da nossa forma
tradicional de pensar a função social da escola, a formação de professores,
as práticas pedagógicas e as relações que se estabelecem no contexto
escolar. (LOURENÇO, 2010, p.31)
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Porém, muitas vezes o professor não consegue sozinho atender a toda essa
diversidade e precisa de técnicas e profissionais especializados para ajudá-lo neste
desafio.
A parceria entre mediador e escola favorece o estabelecimento de metas
realistas no que se refere ao desenvolvimento, como também possibilita
avaliar a criança de acordo com suas próprias conquistas. (MOUSINHO,
2010, p37)
4. PROCEDIMENTOS
formações na EMEI X. Destaca-se que o total das auxiliares que responderam à essa
pergunta demonstra interesse nesses encontros.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1º Encontro:
FIGURA 2– FORMAÇÃO COM A PROFESSORA DO A.E.E – MARTHA MOTA
“Ás vezes sinto falta de materiais concretos para trabalhar em sala de aula
com a criança com deficiência. Tenho autonomia para construir jogos para
melhorar a sua aprendizagem”?
Nesse momento a professora Martha disse que ela pode sim, mas o professor
irá delegar trabalho de acordo com as especificidades de cada aluno. O trabalho será
desenvolvido para todos da turma porque o processo de ensino é do professor, que
deve estar sempre repensando nas diversas formas de ensinar. E são nessas formas
que conseguimos a aprendizagem.
“Hoje em dia, eu acho que está podendo ser um trabalho muito melhor e até
com muitas ações: um auxiliar com uma ação anterior passa para as outras,
o que de melhor ela trabalhou com a criança e que foi uma experiência de
qualidade, o nosso trabalho hoje é fruto de experiências adquiridas ao longo
desses anos e vivências que a própria escola teve”.
“Às vezes a criança não demonstra interesse por nada e nem pelos colegas
em sala de aula. Como eu faço para incluir esse aluno no grupo”?
2º Encontro:
“Todos nós temos um único objetivo, a escola funciona em prol dos alunos, o
problema de um, deverá ser problema de todos”.
“Devemos tratar os colegas com respeito e ajudar nas horas de necessidade,
temos que ter respeito, compromisso com o outro e amor”.
“Devemos pensar no próximo e não apenas nos nossos problemas”.
“Precisamos começar a enxergar o outro com mais respeito”.
Após essa troca de experiências, ocorreu a fala duas auxiliares, de dois irmãos
que estudam em salas diferentes, sobre o grande avanço que as crianças obtiveram
ao longo do período em que elas frequentam a nossa Instituição e de como a família
sempre deixa claro para elas e para toda a equipe da EMEI, nas reuniões e até
informalmente, que está satisfeita com o trabalho realizado com as crianças.
Percebemos a relevância e importância de tal discussão, pois a mesma estava
contribuindo para a formação do grupo e das demais auxiliares novatas que estavam
sendo inseridas na Instituição naquela época, que ainda não apresentavam
experiências com o trabalho com crianças com deficiência.
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3º ENCONTRO:
O coordenador deve cuidar para que sua presença não seja intrusiva, a fim
de não impor atividades que o grupo não se sinta a vontade para realizar em
um momento específico e a fim de não assumir o lugar de único detentor da
verdade e do conhecimento (AFONSO, 2006)
“Está caminhando para ser cada vez mais tranquilo. Continuo batendo na
tecla de que nós auxiliares temos que ser preparadas para isso e devemos
ter formação, estudo para a inclusão. Não é só, vamos incluir e apenas cuidar
da criança, para mim não é inclusão! Tem que haver o conhecimento, eu acho
e espero que no futuro seja melhor, pois essa proposta de continuar com
nossos encontros é fundamental!”
“Gostei muito das reuniões, mas achei o tempo muito curto. Sugiro aumentar
o tempo nos próximos encontros”.
“Foi importante a oficina com matérias. Tive muitas ideias e até já fiz
combinados de fazer jogos, com o apoio da professora da turma que
trabalho”.
A fim de criar meios para que a eficácia das formações aconteça, o coordenador
deve estar sempre atento ao grupo e buscar estratégias e técnicas para que essa
troca de experiência aconteça.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho com o foco no ponto de vista dos Auxiliares de Apoio ao Educando
e realizado com o formato de rodas de conversa e formações, me fez refletir que temos
uma Instituição que trabalha com compromisso e responsabilidade. Após realizar
estudos sobre os auxiliares de apoio ao educando na inclusão de crianças com
deficiência, percebi que o processo de inclusão está garantido por lei para todas as
crianças, mas que ainda precisa ser realmente efetivado nas instituições através de
recursos financeiros e investimentos nessa área, no sentido de dar condições de uma
maior formação desses profissionais.
As formações e rodas de conversas devem ser um espaço onde os auxiliares
reflitam sobre as experiências e para isso, é necessário que o grupo não veja como
uma atividade obrigatória, mas um caminho para novas descobertas e aprendizagens
a respeito do tema escolhido para se trabalhar naquele momento, sendo necessário,
um trabalho em parceria professor/auxiliar.
De acordo com Lourenço (2010, p.45), as oficinas em dinâmicas de grupo têm
sido consideradas importantes instrumentos de intervenção na área da educação.
Percebi a importância do conhecimento que cada auxiliar possui e que
devemos garantir o desenvolvimento de cada criança com deficiência dentro do seu
potencial físico, cognitivo afetivo, garantindo uma inclusão de qualidade de forma que
o aluno participe efetivamente das atividades.
Através desse plano de ação pude perceber que as auxiliares de apoio ao
educando envolvidas nesse processo têm um compromisso com o trabalho
desenvolvido com a inserção das crianças com deficiência e juntamente com o
professor, buscam estratégias e necessitam de uma formação continuada para que o
trabalho seja realmente de qualidade.
São percebidos também grandes avanços e melhorias em relação a
socialização das crianças e um trabalho de qualidade, compromisso e respeito. Mas
que temos muito a conquistar, conhecer e pesquisar sobre os benefícios e a eficácia
das formações, rodas de conversas e oficinas em grupo.
Mais do que aulas, as atividades que compõem as oficinas têm como foco a
avaliação crítica do cotidiano escolar, tomando como referencial as propostas
da educação inclusiva, bem como a criação de um espaço para a troca de
experiências entre professores e para a construção conjunta de estratégias
pedagógicas inclusivas (LOURENÇO, 2010, p.57)
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REFERÊNCIAS
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo:
Editora Moderna, 2006.
SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio
de Janeiro : WVA, 1997.
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APÊNDICE A
Este é um levantamento que tem como objetivo identificar como a educação inclusiva é
percebida pela comunidade de pais e educadores da EMEI Castelo. A opinião de todos é
muito importante para que possamos desenvolver ações para melhorar a inclusão dos
alunos com deficiência na nossa EMEI. Assim, pedimos a sua participação neste
levantamento, respondendo às perguntas abaixo.
Agradecemos por sua colaboração!
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6- Você se interessaria caso a EMEI Castelo, pudesse oferecer formações,
palestras, troca de experiências a respeito da inclusão da pessoa com deficiência?
( )SIM ( ) NÃO
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APÊNDICE B
Neste questionário, viso a avaliação das rodas de conversa e das formações. Pretende-se
através dele, avaliar os pontos positivos e negativos dos nossos encontros, de modo que
seja possível o encaminhamento de soluções para nossos próximos encontros.
Em cada questão, assinale sim, parcialmente ou não conforme seu julgamento.
Agradeço a participação
6- Comentários e sugestões: