Ética
Ética
Ética
Fundamentos da Ética
(Questão 3)
Curitiba-PR
20/06/2023
Por que Sartre defende o ateísmo como um princípio para a responsabilidade moral
do ser humano ? Pois segundo ele “o homem nada mais é que o conjunto de seus atos,
nada mais que sua vida”, ou seja aquilo que eu faço define quem eu sou. Além disso
para Sartre o existencialismo deveria ser ateu já que “a existência precede a essência“
o que não se pode supor com uma ênfase religiosa de Deus, ou um mundo espiritual,
pois esse fato tira do homem a liberdade da definição de seus próprios atos.
Então para a tese de Sartre temos que assumir as consequência que a liberdade nos
da, a culpa e apreciação pelos nossos atos, sendo apenas e completamente nossos, ou
seja teríamos que aprender a parar de dar desculpas e consequências a outro ser se
não nós mesmos, nossos atos nossa consequência, o filosofo declara que :“De fato,
tudo é permitido se Deus não existe. Para começar, o homem não encontra desculpas.
Estamos sós e sem desculpas; o homem é responsável por tudo aquilo que faz”.
Temos ainda que levar em consideração o fato do ateísmo ainda não ser muito bem
visto pela sociedade, pois a sociedade faz com que você seja inserido em algum meio
de religiosidade seja qual for ele, e como o ateísmo não é de acordo com essas
questões ainda são mal vistos em geral. O que simplesmente acaba atrapalhando a
ideia de Sartre de ser um principio de responsabilidade moral, por que pra isso ter um
impacto muitas pessoas tem que entender o que ele quer dizer, o que pra quem é
religiosa é difícil ir contra seus princípios, além do fato de assumirmos
responsabilidades, o que com certeza não estamos familiarizados.
O homem é livre mesmo com a existência de Deus e como exemplo disso temos a
narrativa bíblica de Abraão, que recebe uma ordem de Deus para sacrificar seu filho,
assim como Abraão teve que decidir sozinho se obedeceria ou não a ordem que o anjo
lhe passou, isso significa que o homem é o único responsável pelo seu modo de
entender a realidade a qual se encontra. “Havia uma louca que tinha alucinações:
falavam-lhe pelo telefone dando-lhe ordens. O médico pergunta: “Mas, afinal, quem
fala com você?” Ela responde: “Ele diz que é Deus”. Que provas tinha ela que, de fato,
era Deus? Se um anjo aparece como saberei que é um anjo? E se escuto vozes, o que
me prova que elas vêm do céu e não do inferno, ou do subconsciente ou de um estado
patológico? [...] Se uma voz se dirige a mim sou eu mesmo que terei de decidir que
essa é a voz do anjo” (Sartre, 1987, p. 7-8).Para entender a liberdade de acordo com
Sartre é entende-la a partir de um rigor moral que vem das decisões as quais tomamos
sozinhos.
‘’É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado
porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao
mundo, é responsável por tudo quanto fizer” (SARTRE, 1973, p. 15).Fica entendi por
Sartre a que a liberdade tem um sentido de condenação, que significa que não
podemos escapar da liberdade de nossas ações e responsabilidades. Para Sartre, o
homem é homem pela sua condição de ser livre. O homem é fruto de sua liberdade
porque quotidianamente escolhe as ações que irá praticar. Dessa forma, a liberdade
não é uma conquista humana, ela é uma condição da existência humana: Com efeito,
sou um existente que aprende sua liberdade através de seus atos; mas sou também
um existente cuja existência individual e Única temporaliza-se como liberdade [...]
Assim, minha liberdade está perpetuamente em questão em meu ser; não se trata de
uma qualidade sobreposta ou uma propriedade de minha natureza; é bem
precisamente a textura de meu ser... (SARTRE, 1998, p. 542/543).Isso significa que
para Sartre o homem é livre para escolher, já que possui consciência. Que é a que gera
a intensidade dessas ações praticadas.