O HOmem e Angustia Existencial
O HOmem e Angustia Existencial
O HOmem e Angustia Existencial
RESUMO
Este artigo apresenta um estudo sobre a filosofia de Sartre, referente ao
homem situado no seu contexto existencial, sendo um ser que possui liberdade de
escolha. Mas em contrapartida essa mesma liberdade gera no homem sua angstia
existencial, pois o homem tem medo de ser livre.
Palavras-chave: homem, existncia, liberdade, angstia.
ABSTRACT
This article presents a study on the philosophy of Sartre, referring to the man
located in their existential context, being a being that has freedom of choice. But in
return generates the same freedom in their angst man, because man is afraid of
being free.
Keywords: man, existence, freedon, anguish.
1 - INTRODUO
Jean-Paul Sartre foi o primeiro filsofo a se identificar como existencialista,
numa poca conturbada, ps guerra, e contou com o apoio de sua companheira
Simone de Beauvoir, que o incentivou a escrever seu primeiro romance chamado A
Nusea (1958).
A Nusea um romance, e desta forma muitos dos escritos de Sartre foram
neste estilo literrio, entretanto abrangeram tambm escritos para teatro e escritos
de natureza filosfica. As obras de Sartre foram importantes influncias para a
sociedade da poca, ainda abalada pela Segunda Guerra Mundial (SILVA, 2010).
antes de tudo, seu prprio nada; por isso que o homem precisa do outro como o
nada que cria condies para tornar-se livre, portanto, carncia, ausncia e vazio
(SARTRE, 1997).
Cada ser humano tem sua prpria liberdade de escolha, ainda que possua a
conscincia de que no lhe permitido fazer apenas o que deseja; sabe que pode
escolher, at mesmo no escolher, que tambm, uma escolha.
OBJETIVO
METODOLOGIA
como Ser que gostaria de ser, mas ainda no . Isto significa que o indivduo o
nico responsvel por decidir sua vida e organizar seu entorno pela escolha de seus
prprios mtodos para alcanar seus objetivos.
Sartre (1997) afirma que o homem nasce, vive e se desenvolve sozinho, sem
nenhuma natureza anterior; pois, para ele Deus no existe e no h qualquer plano
divino que determine o que deva acontecer, pois o homem livre e nada o obriga a
nada. atravs da liberdade que o homem escolhe o que h de ser, escolhe sua
essncia e busca realiz-la. a escolha que faz entre as alternativas com que se
defronta que constitui sua essncia, e que lhe permite criar seus valores. No h
como fugir a essa escolha, pois mesmo a recusa em escolher j uma escolha. Ao
escolher, o homem escolhe sua essncia e a realiza.
Este filsofo enfatiza que com a liberdade de escolha surge no indivduo a
inquietao existencial; ou seja, surge sempre no sentido de que o indivduo sofre na
pele a responsabilidade de ter que decidir sempre que a vida e suas situaes o
coloquem em uma encruzilhada de inmeros caminhos a escolher. Ento, sua
postura nesta situao pode tomar as mais variadas formas: ele pode acomodar-se
a uma determinada situao, aceit-la ou mesmo combat-la. Mas, sobretudo, de
afirmar-se nesta tarefa e assumir a responsabilidade por suas opes, sejam essas
quais forem, mesmo que esta atitude lhe gere muitas vezes inquietao, agonia e
angstia (SARTRE, 1997).
A estrada a ser trilhada coloca o indivduo face-a-face com seus desejos, com
sua realidade nua. A angstia se d atravs do reconhecimento de que os valores
so individuais e nicos, e que pertencem a cada um e nada ou ningum; seja Deus,
a igreja, ou o partido poltico, pode de forma formar a si mesmo sem nenhuma
causalidade, e por esse determinismo gera no indivduo a nusea ou um grande
vazio frente a sua prpria existncia, pois a angstia e nusea so sofridas pelo
homem a despeito de si, pois o homem prefere o mundo em que vive, e por isso
estas experincias se tornam insuportveis. No mais, o homem no pode controllas ou pode-o somente em parte rever (KIERKEGAARD,1968).
Observamos, no pensamento de Sartre, a preocupao existencial de que o
indivduo deve fazer uma opo, quando se encontrar com um leque de
possibilidades em sua vida. Esta conscincia do poder de escolha gera nele
angstia; trata-se de uma angstia simples, gerada pela responsabilidade de
opes, pois o homem livre e responde por suas escolhas, no podendo culpar a
outrem por suas glrias ou fracassos. Ampliando esta questo, ele afirma:
O homem livre porque no si mesmo, mas a presena a si. O ser que
o que no poderia ser livre. A liberdade precisamente o nada que
tendo sido no mago do homem e obriga a realidade humana a fazer-se em
vez de ser. [...], para a realidade humana, ser escolher-se: nada lhe vem
de fora, ou tampouco de dentro, que ela possa receber ou aceitar. Est
inteiramente abandonada, sem qualquer ajuda de nenhuma espcie,
insustentvel necessidade de fazer-se ser ate o mnimo detalhe. Assim, a
liberdade no um ser: o ser do homem, ou seja, seu nada de ser
(SARTRE, 1997, p.545).
sonho de ser um indivduo que pode realizar toda a sua potencialidade, todos os
seus projetos (ALMEIDA,1998).
Sartre considera que s atravs da liberdade de escolha, possvel ao
indivduo realizar seus desejos para, dentre todas as alternativas viveis, realizar a
mais importante para si; ou seja, aquela deciso que ir lev-lo atravs de um
caminho mais curto ao seu propsito fundamental de vida. Esta , para ele, a
verdadeira liberdade da qual nenhum indivduo pode escapar; no apenas a
liberdade de realizao, mas, sobretudo, a liberdade de eleio, pois cada escolha
carrega consigo uma responsabilidade; portanto, ser livre , tambm, ser
responsvel. A liberdade s funciona para o indivduo quando ele age
responsavelmente. Uma das mximas deste filsofo consiste em afirmar que o
importante no o que o mundo faz com cada ser humano, mas sim, o que cada ser
humano faz com aquilo que o mundo fez dele (SARTRE, 1997). Ele acrescentou
que o indivduo que realiza todos os seus projetos torna-se um Em-si, e que projeto
fundamental do ser humano tornar-se Em-si; ou seja, um ser que realiza todas as
suas potencialidades, toda a sua capacidade de viver plenamente.
A partir de seus estudos, Sartre afirma que a existncia humana contingncia,
ou seja, liberdade e indeterminao. Isto significa que a existncia se traduz por uma
angstia imediata, isto , um sentimento inerente de absurdo perante a existncia.
Para ele, existir ter conscincia, pois, sem conscincia, no existe existncia
propriamente dita. A conscincia um ser cuja existncia estabelece a essncia e o
ser est em toda parte. a partir da tomada de conscincia e do peso da
responsabilidade por si e por suas opes que o sujeito pode, apesar da angstia,
tomar as rdeas de seu destino (SARTRE, 1997).
3. CONSIDERAES FINAIS
Finalizando essas reflexes com a convico de que, o ser humano busque
reconciliar-se com as partes negligenciadas de sua conscincia, para que ento
possa renascer sob uma nova perspectiva, apoiada e centrada em seus desgnios
mais profundos. Sartre assegura que o desatino do indivduo a constatao de que
nada existe fora de si que defina a sua existncia. Assim, o indivduo descobre que o
mundo apenas humano, por sua angustiante, gratuita e absoluta liberdade de
deciso e ao. Apenas a sua liberdade. Nada, alm disto. Sartre afirma,
categoricamente, que: Voc livre, portanto, escolha.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, Fernando Jos. Sartre: proibido proibir. So Paulo: FDT, 1998.