QUESTAO Filosofia Sartre
QUESTAO Filosofia Sartre
QUESTAO Filosofia Sartre
I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a fé e a santidade não podem ser atingidas
pelo estudo e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez
aceita, não vejo por que razão alguém deveria justificar a sua fé...”.
II. “O homem não é a consequência duma intenção própria duma vontade, dum fim; com ele
não se fazem ensaios para obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um
ideal de moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”.
III. “(...) podemos estabelecer como máxima indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa
ou moralmente boa, a menos que haja na natureza humana algum motivo que a produza,
distinto do senso de sua moralidade”.
IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque dissimula a total liberdade do compromisso.
No mesmo plano, direi que há também má-fé, escolho declarar que certos valores existem
antes de mim (...).”
2. (Ufsj 2013) “Não que acreditemos que Deus exista; pensamos antes que o problema não
está aí, no da sua existência [...] os cristãos podem apelidar-nos de desesperados”.
3. (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer
que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao
escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um
sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do
homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o
valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre
o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro
lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa
imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa
responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a
humanidade”.
Sartre.
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e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas
livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o
homem que, através de suas escolhas livres, atribui sentido a sua existência.
6. (Unioeste 2012) “O que significa aqui o dizer-se que a existência precede a essência?
Significa que o homem
primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal
como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só
depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. (...) O homem é, não apenas como
ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como
ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. (...)
Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de por todo o homem no domínio do que ele é
e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua existência. (...) Quando dizemos que o homem
se escolhe a si, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso
queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com
efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie
ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser”.
Sartre.
8. (Ufsj 2012) “Subjetividade” e “intersubjetividade” são conceitos com os quais Sartre pontua
o seu existencialismo. Nesse contexto, tais conceitos revelam que
a) o cogito cartesiano desabou sobre o existencialismo na mesma proporção com que a virtu
socrática precipitou-se sobre o materialismo dialético do século XX.
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b) “Penso, logo existo” deve ser o ponto de partida de qualquer filosofia. Tal subjetividade faz
com que o Homem não seja visto como objeto, o que lhe confere verdadeira dignidade. A
descoberta de si mesmo o leva, necessariamente, à descoberta do outro, implicando uma
intersubjetividade.
c) o Homem é dado, é unidade, é união e é intersubjetividade; portanto, a sua existência é
agregadora e desapegada da tão apregoada subjetividade clássica, por isso mesmo tão
crucial para Sartre.
d) não há um só lampejo de subjetividade que não tenha se reinaugurado na intersubjetividade,
isto é, na idealidade que instrui as prerrogativas para se instalarem as escolhas do sujeito,
definindo-o.
9. (Ufu 2012) Leia o excerto abaixo e assinale a alternativa que relaciona corretamente duas
das principais máximas do existencialismo de Jean-Paul Sartre, a saber:
Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por
referência a uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o
homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já
prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta. [...] Estamos condenados a
ser livres. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está
condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é
livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
Thomas Hobbes (1588-1679) foi um filósofo inglês que hoje é mais conhecido pela sua
filosofia política. Na sua principal obra, o Leviatã, o autor estabelece a fundação de uma grande
tradição do pensamento político, a tradição contratualista. Apesar de favorecer na sua teoria o
governo absoluto de um monarca, ele também desenvolveu pontos decisivos do liberalismo: o
direito individual, a necessidade do caráter representativo do poder político, etc.
Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo alemão ocupado principalmente com a
questão da fundamentação da moral. Para ele não há qualquer fundamento indiscutível para a
moral e, por conseguinte, a ação se justifica por ela mesma e não pela sua conformação com
algum código. Sua filosofia é extremamente inspirada nos pensadores pré-socráticos e se
organiza através de um método genealógico.
David Hume (1711-1776) foi um filósofo escocês dedicado ao desenvolvimento do empirismo
e do ceticismo. No seu pensamento a ação moral não possui um caráter absolutamente
racional, pois uma ação não pode ser movida unicamente pela razão, ela necessita também
das paixões.
Jean-Paul Sartre (1905-1980) foi um filósofo francês central para o desenvolvimento da
tradição existencialista. Sua ideia fundamental era a de que os homens são condenados a ser
livres e com isso ele promove uma inversão, a saber, que a existência precede a essência, ou
seja, não existe um criador que nos forma, porém nos formamos durante nossa existência
através daquilo que projetamos e realizamos. A existência é primordialmente uma
responsabilidade.
Resposta da questão 2:
[C]
Resposta da questão 3:
[D]
O homem está condenado à liberdade. Durante sua vida, ele não pode deixar de escolher, e ao
fazer escolhas ele irá sempre escolher aquilo que considera o melhor. Desse modo, o homem
ao se posicionar também posiciona todos os outros homens, pois define, juntamente com a sua
escolha, quem são seus semelhantes e dessemelhantes. Se a sua posição não considerar isto,
então ela irá criar confrontos dos quais foi desde sua primeira escolha responsável. Assim, em
cada escolha nos responsabilizamos pela humanidade que escolhemos.
Resposta da questão 4:
[B]
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indivíduo são, portanto, temporais, derivações de um projeto original desenrolado
temporalmente.
Esse desenrolar é descrito pela ontologia de Sartre. Nesta ele diz que o ser em-si e o ser para-
si possuem características mutuamente exclusivas, todavia a vida do homem combina ambas.
Aí se encontra a ambiguidade ontológica da nossa existência. O em-si é sólido, idêntico a si
mesmo, passivo, inerte; já o para-si é fluido, diferente de si mesmo, ativo, dinâmico. O primeiro
apenas é, o segundo é sua própria negação. De maneira mais concreta podemos dizer que um
é “facticidade” e o outro é “transcendência”. O dado da nossa situação como falantes de certa
língua, ambientados em certo entorno, nossas escolhas prévias e nós mesmo enquanto em-si
constituem nossa “facticidade”. Como indivíduos conscientes “transcendemos” isso que é dado.
Ou seja, somos situados, porém na direção da indeterminação. Somos sempre mais do que a
situação na qual estamos e isto é o fundamento ontológico de nossa liberdade. Estamos, como
Sartre diz, condenados a ser livres.
Então, o existencialismo é um humanismo, pois é a única doutrina que abre totalmente a
possibilidade de escolha ao homem. Se Deus não existe e a existência precede a essência,
isto é, o homem não é nada até que ele livremente se defina durante sua vida, então o ser
possui fundamentalmente liberdade. O ser aparece no mundo e depois se define; não há
natureza humana pré-concebida por Deus. O homem é um lançar-se para um futuro, é se
projetar conscientemente no futuro. Desse modo, o existencialismo deve pôr o homem no
interior de sua existência e lhe atribuir a total responsabilidade por suas escolhas.
Resposta da questão 5:
[C]
O homem é uma entidade que combina características mutuamente exclusivas, a saber, o ser
para-si e o ser em-si. O ser em-si se diz pela identidade, pela inércia, já o ser para-si se diz
pela diferença, pela dinâmica, isto é, o ser para-si depende da negação do ser em-si. Dessa
maneira, a essência, ou seja, aquilo que define a identidade não garante a exposição daquilo
que é livre. Isso que é livre apenas é não sendo aquilo que lhe define circunstancialmente. O
homem sendo livre é um projeto, um vir a ser dependente da sua escolha a qual está
condenado a realizar devido a sua condição fundamental.
Resposta da questão 6:
[C]
A alternativa [C] é justamente o inverso do que defende Sartre. Segundo ele, a existência
precede a essência e não há nada que define o homem de maneira a priori.
Resposta da questão 7:
[B]
O existencialismo de Jean-Paul Sartre afirma que o homem primeiro existe e depois se define.
Isso significa dizer que não há uma natureza humana que determina o que ele deve ou não
deve ser. O próprio homem que deve ser responsável por si. Sendo assim, somente a
alternativa [B] está correta.
Resposta da questão 8:
[B]
Sartre se apropria do cogito cartesiano considerando que esse é o ponto de partida subjetivo
para a filosofia. A partir dessa descoberta de si, o homem pode descobrir o outro, em uma
relação de intersubjetividade. Dessa forma, podemos dizer que somente a alternativa [B] está
correta.
Resposta da questão 9:
[C]
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O homem é uma entidade que combina características mutuamente exclusivas, a saber, o ser
para-si e o ser em-si. O ser em-si se diz pela identidade, pela inércia, já o ser para-si se diz
pela diferença, pela dinâmica, isto é, o ser para-si depende da negação do ser em-si. Dessa
maneira, a essência, ou seja, aquilo que define a identidade não garante a exposição daquilo
que é livre. Isso que é livre apenas é não sendo aquilo que lhe define circunstancialmente. O
homem sendo livre é um projeto, um vir a ser dependente da sua escolha a qual está
condenado a realizar devido a sua condição fundamental.
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