AULA 1 e 2 - Processos de Fundição
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AULA 1 e 2 - Processos de Fundição
NOTAS DE AULA
PROF. LUIS O. BELLIO @ 2022
PROCESSOS DE FUNDIÇÃO
AULA 1 e 2
FACENS – ENGa MECANICA / PROCESSOS DE FUNDIÇÃO
NOTAS DE AULA
PROF. LUIS O. BELLIO @ 2022
1 - Introdução
Fundição - Processo de fabricação que consiste em vazar o metal líquido num molde contendo uma
cavidade com a geometria desejada para a peça, final ou não. O metal solidifica no interior do molde,
assumindo a forma desejada. Deve-se cuidar com alguns fenômenos que podem ocorrer durante a
solidificação do metal líquido no interior dos moldes, tais como a cristalização, a contração do volume, a
concentração de impurezas e o desprendimento de gases. O processo de fundição pode ser classificado
de acordo com o tipo e o modelo de molde e/ou pela força (ou pressão) exercida para preencher o molde
com o metal líquido. Tal processo permite obter, de modo econômico, peças de geometria complexa, que
é a principal vantagem deste processo de fabricação. Na maioria dos casos, a fundição é o processo
inicial, visto que permite a obtenção de peças com formas praticamente definitivas e possibilita a
fabricação dos chamados lingotes, os quais podem ser posteriormente submetidos à conformação
mecânica e transformados em suas formas finais. Em muitos casos, as peças são usinadas antes de
estarem em condições de utilização. O processo de fundição se aplica a vários metais, como aços, ferros,
alumínio, cobre, zinco, magnésio e respectivas ligas. Entretanto, há também desvantagens no processo.
Os aços fundidos, por exemplo, podem apresentar elevadas tensões residuais, micro porosidade,
zoneamento e variações no tamanho dos grãos. Tais fatores resultam em menor resistência e ductilidade,
quando comparados aos aços obtidos por conformação a quente.
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Portanto :
• Podem apresentar formas externas e internas desde a mais simples até a mais complexa.
• Podem apresentar dimensões limitadas somente pelas restrições das instalações onde serão produzidas
• Podem ser produzidas dentro de padrões variados de acabamento e tolerância dimensional (± 0,2 e 0,6 mm )
• Possibilita grande economia de peso, porque permite a obtenção de paredes com espessuras quase ilimitadas.
• Podem apresentar problemas de acabamento superficial e geométricos, que requerem usinagem posterior
• Podem apresentar desuniformidade de estruturas metalúrgicas e físico químicas
• Consequentemente podem apresentar propriedades mecânicas inferiores à outros processos
• Podem requerer uma grande quantidade de material não incorporado ao produto final, face à necessidade de
prover sistemas de canais, alimentações, etc... Mas que podem ser reciclados.
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Como vimos, o processo de fundição pode ser classificado de acordo com o tipo e o modelo de molde e/ou
pela força (ou pressão) exercida para preencher o molde com o metal líquido,
Os processos típicos por tipo de molde podem ser classificados em alguns grupos básicos:
Outra maneira de podermos classificar é pelo processo de fabricação utilizado que pode ser por:
Vamos inicialmente discutir vários tópicos relativos à fundição de Aço e FoFo, passando posteriormente à
outros materiais, e para isso vamos relembrar o diagrama Fe – Fe3C
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2.1 Cristalização
Dendrita
As dendritas formam-se, em ligas metálicas (mais frente veremos os tipos de crescimento típicos para metais puros)
quantidades cada vez maiores até se encontrarem; o seu crescimento é, então, impedido pelo encontro das dendritas
vizinhas, originando-se os grãos e os contornos de grãos, que delimitam cada grão cristalino, formando a massa sólida. A
figura abaixo (2) mostra uma estrutura dendrítica.
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Contração de volume
O metal, ao solidificar, sofre uma contração, que é expressa em porcentagem de volume. Na realidade, do estado
líquido ao sólido, três contrações são verificadas:
A contração dá origem a uma heterogeneidade conhecida por vazio ou rechupe, como pode ser vista na figura, e que
corresponde à diferença entre os volumes no estado líquido e no estado sólido final. Um artifício adotado para
eliminar o vazio é colocar sobre o topo da lingoteira, que é feita de material metálico, uma peça postiça de material
refratário denominada de “cabeça quente” ou “massalote”, essa peça por ser de material refratário, retém o calor por
um tempo mais longo e corresponderá à secção que solidifica por último; nela, portanto, vai se concentrar o vazio,
como pode ser visto na figura. No caso de peças fundidas, utiliza-se um “alimentador”, de tal modo que o metal líquido
entre através de canais da secção mais espessa para a menos espessa, e com isso o alimentador ficará suprido de
metal líquido e nele se concentrará o vazio.
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Como vimos a contração dá origem a uma heterogeneidade conhecida por vazio ou rechupe, ilustrada na Figura abaixo
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A contração volumétrica na solidificação pode ocasionar: aparecimento de trincas a quente e aparecimento de tensões
residuais. A figura mostra “trincas a quente” e a maneira de corrigi-la. As tensões residuais podem ser controladas por um
adequado projeto da peça, e podem ser eliminadas pelo tratamento térmico de alívio de tensões.
Fissuras e Fendas de Contração
As fissuras e fendas são falhas estruturais que surgem nas peças
fundidas em conseqüência de tensões internas. As fissuras têm
origem a quente enquanto que as fendas se dão a baixas
temperaturas. Ambas são devidas a fenômenos de contração do metal.
As fissuras formam-se quando um elemento da peça vazada, após
solidificação, arrefece prematuramente em relação a outros
adjacentes, que estão a uma temperatura superior. Este elemento em
fase de contração, estado sólido, vai dar origem a forças de tração que
se refletem sobre os elementos adjacentes menos resistentes que
estão a temperaturas superiores, podendo provocar rupturas
denominadas por fissuras a quente. Este tipo de fissuras resulta de
um arrefecimento não uniforme. Do mesmo modo numa peça sujeita a
um arrefecimento (resfriamento) homogêneo podem aparecer
rupturas quando um dos seus elementos em fase de contração
encontre uma resistência à deformação superior a sua resistência de
ruptura (a temperatura elevada). Em geral, mesmo sem o
aparecimento de fissuras, as diferenças de arrefecimento e as
resistências encontradas durante o processo de contração, deixam
estados de tensões residuais que podem comprometer a solidez da
peça vazada.
Podemos evitar as fissuras:
Reforçando as seções onde haja perigo do seu aparecimento com
nervuras ou barras de contração ou recorra ao uso de arrefecedores.
Recorrendo a um traçado correto; a figura mostra como se pode
fortalecer uma peça, de modo a evitar as fissuras devido à contração
do metal durante a solidificação.
As figuras a seguir mostram como se pode fortalecer uma peça, de
modo a evitar as fissuras devido à contração do metal durante a
solidificação.
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É da maior importância industrial e econômica a obtenção de peças fundidas homogêneas, isto é, isentas de
heterogeneidades de composição. As impurezas se comportam de modo diferente, conforme a liga esteja no estado líquido
ou sólido. Na fase líquida, as impurezas estão totalmente dissolvidas, formando um todo homogêneo. Na solidificação,
entretanto, algumas das impurezas são menos solúveis, assim sendo, à medida que a liga solidifica, esses elementos vão
acompanhando o metal líquido remanescente, indo acumular-se, na última parte sólida formada. Nessas regiões, a
concentração de impurezas constitui o que se chama de segregação.
A figura apresenta esquematicamente como a segregação pode se dispor em peças laminadas e forjadas. O inconveniente
da segregação é que o material acaba apresentando composição química não uniforme conforme a secção considerada, e
conseqüentemente propriedades mecânicas diferentes.
– Influência nefasta da segregação sobre a resistência de um trilho. A fissura acompanha a região onde as
impurezas se agruparam.
As segregações derivam dos diferentes modos como os elementos solutos são redistribuídos na estrutura
solidificada. Os diferentes tipos de segregações são classificados de acordo com a sua localização e extensão
em:
macrosegregação e microsegregação.
Microsegregação celular – Ocorre para um baixo grau de sub-arrefecimento. À medida que interface avança,
o líquido que lhe é adjacente é enriquecido de soluto para valores de ko<1 (O coeficiente de distribuição, indica
a maior ou menor solubilidade do soluto na fase líquida, do que na fase sólida) e é empobrecido de soluto para
ko>1. Assim o soluto fica acumulado nos contornos da célula numa maior ou menor concentração do que no
centro da célula. E é mais severa nos pontos de junção (nodos) da uma estrutura poligonal
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Microsegregação no contorno de grão – De uma forma idêntica pode-se desenvolver numa interface celular uma
acumulação de soluto nas fronteiras dos grãos em crescimento (em vez do soluto ser empurrado na frente de
solidificação).
Desprendimento de Gases
Esse fenômeno ocorre, principalmente nas ligas Fe-C. O oxigênio dissolvido no ferro, tende a combinar-se com o
carbono dessas ligas, formando os gases CO e CO2 que escapam facilmente à atmosfera, enquanto a liga estiver no
estado líquido. Entretanto, à medida que a viscosidade da massa líquida diminui, devido à queda de temperatura, fica
mais difícil a fuga desses gases, os quais acabam ficando retidos nas proximidades da superfície das peças ou
lingotes, na forma de bolhas.
Em aços de baixo carbono, na forma de lingotes a serem forjados ou laminados, as bolhas não são prejudiciais, pois,
nas altas temperaturas de conformação mecânica, elas têm suas paredes soldadas. A rigor, essas bolhas podem ser
até mesmo desejáveis. Porém, em aços de alto carbono as bolhas devem ser evitadas, para isso, adicionam-se ao
metal líquido substâncias chamadas “desoxidantes”, tais como alguns tipos de ferro-ligas (ferro-silício, ferro-manganês)
ou alumínio. De fato, o oxigênio reage de preferência com os elementos Si, Mn e Al, formando óxidos sólidos – SiO2,
MnO e Al2O3 – impedindo, assim, que o oxigênio reaja com o carbono formando os gases CO e CO2, responsáveis
pela produção das bolhas.
a) b)
Figura 6 – a) Trilho cuja secção apresenta segregação irregular e numerosas bolhas cheias de impurezas; b) Boleto do
trilho, apresentando bolhas e o desenvolvimento da fissura.
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Para que a operação de fundição tenha sucesso, torna-se necessário que o fluxo de metal líquido durante o
vazamento, e antes da solidificação, preencha todas as cavidades do molde e os espaços que surgem durante a
formação da estrutura de solidificação. Por isso, deve-se determinar a capacidade do metal líquido fluir nos canais
de enchimento, ou vazabilidade. O termo vazabilidade é usado para descrever o comportamento macroscópico do
metal líquido durante o vazamento no interior do molde, ou durante o escoamento pelas passagens internas ou
canais de gitagem da moldação. O fluxo de metal depende da viscosidade, da convecção do metal líquido e do
modo de solidificação do metal nos canais.
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SOLIDIFICAÇÃO DAS PEÇAS VAZADAS
A solidificação de um metal em contato com uma parede de moldação, mais fria, faz-se inicialmente muito rapidamente
por nucleação, formando-se uma zona de estrutura de grão fino que se designa por zona regelada ou coquilhada
Na sequência a solidificação faz-se de modo diferente caso se trate de metais puros ou ligas não eutéticas.
Figura - Macrografia da solidificação de metais puros e ligas eutéticas (a,b) e não eutéticas (c,d,e).
Nos metais puros ou nas ligas eutéticas a solidificação faz-se por nucleação progressiva (a), numa extensão
considerável, para o interior do metal líquido, ou por formação progressiva de uma zona solidificada colunar (b) em
que os eixos cristalográficos das colunas são paralelos às direções dos fluxos extração de calor, onde estão os
maiores gradientes térmicos, e com uma superfície mais ou menos plana no topo das colunas formando o designado
engrossamento de pele com frente planar.
Nas ligas não eutéticas a solidificação faz-se com duas frentes que se propagam de fora para dentro, uma de início e
outra de fim de solidificação e entre as duas existem as chamadas dendritas em curso de solidificação, zona
designada por pastosa por haver metal solidificado e no estado líquido nestas zonas.
Nos casos em que a solidificação não seja muito rápida, com grandes gradientes térmicos, a zona dendrítica, iniciada
nas paredes da moldação, pode não atingir o centro térmico da peça, porque aí os gradientes térmicos poderão ser
nulos. Nesses casos poderão formar-se dendritas no centro térmico, a partir de núcleos solidificados, sem orientação
preferencial designando-se por zona equiaxial central, ver figuras acima (e) e a seguir.
Nos metais puros o efeito da contração faz-se sentir nos últimos pontos a solidificar, entre as frentes planares e,
portanto, os espaços vazios ou rechupes tenderão a aparecer nos pontos quentes, zonas de maior temperatura,
últimas a solidificar, ver proxima figura
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No caso das ligas que solidificam com formação de dendritas com início e fim em duas frentes, verifica-se também a
porosidade é maior nos pontos quentes onde se situam na zona interdendrítica com massa líquida que não enche
completamente o volume entre eles devido à contração que sofrem. Ora, a massa líquida ainda pastosa tem dificuldades
em alimentar esses pequenos canais, cada vez mais apertados entre as dendritas, pelo que aparecem porosidades
dispersa, nessas zonas.
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Figura – Alimentação em metal líquido de dendritas em formação, para dois gradientes térmicos.
No caso (a) representa-se o caso de um grande gradiente térmico, caracterizado pelas isotérmicas estarem
próximas, e onde se pode ver que a pequena profundidade das gargantas facilita a alimentação das dendritas.
Em (b) representa-se o caso de um pequeno gradiente térmico, em que as frentes de início e de fim de
solidificação estão mais afastadas. O valor deste gradiente é particularmente importante no caso das ligas.
Um dos fatores primordiais que atua na forma das isotérmicas e, portanto no valor do gradiente, é a qualidade do
material da moldação; ele deve ser tal que proporcione velocidades de arrefecimento e de solidificação compatíveis
com as transformações metalúrgicas que se pretendam, e também com os valores admissíveis do gradiente térmico
no que respeita à alimentação das dendritas e à solidificação orientada. Outros pontos importantes no que respeita à
forma e distância das isotérmicas são a forma e dimensão da peça, assim como a qualidade da liga vazada.
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METALURGIA DA FUNDIÇÃO
Nucleação e crescimento de cristais
Como em todas as transformações de fase a solidificação se processa em duas etapas: nucleação e crescimento. A nucleação se processa
sob duas condições:
Nucleação homogênea – a fase sólida nucleia no seio da fase líquida, sem haja interferência ou contribuição energética de elementos ou
agentes estranhos ao sistema metal líquido/metal sólido.
Nucleação heterogênea - a fase sólida cresce no meio da fase líquida, contando com a contribuição energética de agentes estranhos ao
sistema, tais como inoculantes e paredes do molde etc.
Macroestruturas de fundição
As peças fundidas ou os lingotes podem apresentar três zonas distintas na sua macroestrutura: zona coquilhada, zona colunar e zona
equiaxial.
Zona coquilhada é formada na periferia, tem a forma de pequenos grãos eqüiaxiais, com orientação aleatória.
Zona colunar é formada por grãos alongados que e alinham paralelamente à direção do fluxo de calor.
Zona equiaxial formada por grãos eqüiaxiais de orientação cristalográfica aleatória.
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Zona Coquilhada
Os grãos coquilhados, assim designados por crescerem preferencialmente junto das paredes das
coquilhas, serão tão notáveis quanto maior for à dissipação térmica (devido a uma zona de contato) na
interface metal/moldação, a qual é função do coeficiente de transmissão de calor na interface. Este
coeficiente vai depender do estado superficial das paredes da moldação. Em condições de elevado
contato térmico, promove uma alta freqüência de nucleação heterogênea junto às paredes do molde,
podendo surgir estruturas pré-dendríticas.
Zona colunar
Os grãos colunares desenvolvem-se a partir dos grãos coquilhados, por meio de crescimento seletivo e
preferencial. Os cristais colunares apresentam os seus eixos cristalográficos principais paralelos à direção
de extração de calor e mostram uma orientação marcadamente preferencial de crescimento, coincidente
com as direções cristalográficas do crescimento dendrítico. O poder seletivo do crescimento de grãos
colunares a partir da zona coquilhada pode ser observado na figura abaixo.
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