Trabalho Direito Eletronico

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FACULDADE INVEST DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO DE DIREITO

JÉSSICA JORGE DE MORAES

CRIME CIBERNÉTICO

Cuiabá - MT
2023
JÉSSICA JORGE DE MORAES

CRIME CIBERNÉTICO

Trabalho Acadêmico apresentado ao Curso de


Direito, da Faculdade INVEST de Ciências e
Tecnologia, em substituição a avaliação parcial do 1º
bimestre da disciplina de Direito Eletrônico.

Professor: Edivan Freitas Vieira.

Cuiabá – MT
2023
INTRODUÇÃO

Vivemos em uma era tecnológica, onde “bebês” nascem dominando um aparelho


celular, bem como sabemos que a tecnologia facilita muito o nosso dia a dia, pois através de
celulares, tablets, notebooks, podemos realizar todos os tipos de contatos e transações.

Apesar das várias comodidades que a tecnologia nos proporciona, ela também nos deixa
mais vulneráveis a ações de criminosos e golpistas que utilizam desse meio para praticar os
mais variados crimes.

02. CONCEITO DE CRIME CIBERNÉTICO

Vale destacar que ainda não há uma definição específica acerca dos crimes cometidos
no meio virtual, pois são diversas as nomenclaturas e definições, basicamente por conta dos
inúmeros ilícitos possíveis de serem cometidos na Internet ou por meio dela, por esse motivo
podemos encontrar os seguintes expressões para defini-las como: delito informático, crimes de
computador, cybercrimes, computer crimes, crimes digitais, crimes eletrônicos, crimes
perpetrados, crimes informáticos, e-crimes, crimes virtuais, dentre outros.

De acordo a Revista Fato Típico (2009) o termo “cibercrime” surgiu na década de 1990
durante uma reunião, em Lyon, na França, que reuniu um subgrupo das nações do G8, ode
foram analisado, discutido e adotado esse termo para descrever os crimes promovidos via
aparelhos eletrônicos ou pela disseminação de informações na internet.

Segundo Damásio de Jesus e José Antonio Milagre (2016), o conceito de crime


informático é um fenômeno inerente às transformações tecnológicas que a sociedade
experimenta e que influenciam diretamente no Direito Penal.

Correlatamente Rossini (2004) define que delito informático poderia ser descrito como
aquela conduta típica e ilícita, constitutiva de crime ou contravenção, dolosa ou culposa,
comissiva ou omissiva, praticada por pessoa física ou jurídica, com o uso da informática, em
ambiente de rede ou fora dele, e que ofenda, direta ou indiretamente, a segurança informática,
que tem por elementos a integridade, a disponibilidade a confidencialidade.

Já Sérgio Marcos Roque (2005) conceitua crimes cibernéticos como sendo “toda
conduta, definida em lei como crime, em que o computador tiver sido utilizado como
instrumento de sua perpetração ou consistir em seu objeto material.”
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Portanto podemos concluir que, crimes cibernéticos são todas as condutas típicas,
antijurídicas e culpáveis contra ou praticadas com a utilização de instrumentos eletrônicos
conectados ou não à rede, através da internet.

03. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

A popularização da Internet no Brasil se dá a partir de 1995, entretanto os primeiros


relatos de crimes cibernéticos surgiram na década de 1960 nos Estados Unidos, contudo a
primeira tipificação a respeito da matéria no ordenamento jurídico Brasileiro ocorreu em 2008,
através da Lei 11.829, chamada Lei da Pornografia Infantil, passando a tipificar o crime de
pedofilia pela internet, no entanto a referida Lei é meramente para proteção das Crianças e
Adolescentes, deixando assim o restante dos indivíduos sem amparo de uma legislação
específica, apenas em 2012 os crimes cibernéticos começaram a ganhar destaque no
ordenamento jurídico brasileiro, através da Lei 12.737/2012, popularmente denominada Lei
Carolina Dieckmann, onde tipificou os crimes virtuais e delitos informáticos:

“[...]Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a tipificação criminal de


delitos informáticos e dá outras providências. [...]”

“[...] Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio,


conectado ou não à rede de computadores, mediante violação
indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita
do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter
vantagem ilícita: [...]”

“[...] Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,


somente se procede mediante representação, salvo se o crime é
cometido contra a administração pública direta ou indireta de
qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.
[...]”

Com o passar dos anos foram editadas novas leis para auxiliar e complementar, a
legislação vigente, como as leis:

- Lei 13. 185 de 2015, que abordou sobre os crimes relacionados ao bullying digital;

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- Lei 12.965, de 2014, que estabeleceu princípios, garantias, direitos e deveres para o
uso da Internet no Brasil;

- Lei 14.155 de 2021, que alterou o Código Penal e tornou mais rigorosas as punições
para os crimes cibernéticos que envolvem a violação de dispositivos informáticos, furtos e
estelionatos realizados pelos meios digitais.

Todavia, apesar da previsão legal para os atos tipificados como crimes virtuais, há ainda,
certa dificuldade de punir os infratores, dado que por ser crimes cometidos de forma virtual, em
muitos casos é difícil de identificar o infrator e de onde ele está praticando o crime.

04. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES CIBERNÉTICOS

Damásio de Jesus e José Antonio Milagre (2016) classificou os crimes informáticos em:

a) Crimes informáticos próprios: em que o bem jurídico ofendido é a tecnologia


da informação em si. Para estes delitos, a legislação penal era lacunosa, sendo que, diante do
princípio da reserva penal, muitas práticas não poderiam ser enquadradas criminalmente;

b) Crimes informáticos impróprios: em que a tecnologia da informação é o meio


utilizado para agressão a bens jurídicos já protegidos pelo Código Penal brasileiro. Para estes
delitos, a legislação criminal é suficiente, pois grande parte das condutas realizadas encontra
correspondência em algum dos tipos penais;

c) Crimes informáticos mistos: são crimes complexos em que, além da proteção do


bem jurídico informático (inviolabilidade dos dados), a legislação protege outro bem jurídico.
Ocorre a existência de dois tipos penais distintos, cada qual protegendo um bem jurídico;

d) Crime informático mediato ou indireto: trata-se do delito informático praticado


para a ocorrência de um delito não informático consumado ao final. Em Direito Informático,
comumente um delito informático é cometido como meio para a prática de um delito-fim de
ordem patrimonial. Como, por exemplo, no caso do agente que captura dados bancários e usa
para desfalcar a conta corrente da vítima.

05. EXEMPLOS DE CRIMES CIBERNETICOS:

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Invasão de aparelho, com o intuito de obter, destruir, alterar dados ou deixar as
informações contidas nele vulneráveis, através de vírus e afins.

Criação de sites para a realização de supostas promoções e que solicitam informações


pessoais do usuário, como CPF e endereço, para a entrega de prêmios. Geralmente, tais dados
são coletados e utilizados para a prática de estelionatos.

Criação de post acusando outra pessoa de um delito, sem as devidas provas.

Fazer um comentário na internet, falando sobre ou direcionado a alguém específico,


ofendendo a sua dignidade ou algum atributo físico, intelectual ou moral.

Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar pornografia infantil, na


internet ou qualquer meio.

Divulgação de fotos íntimas sem o consentimento.

06. CONCLUSÃO

Tivemos uma legislação especifica 17 anos após o início da chegada da internet no


Brasil, e a cada dia que passa aumenta o número de pessoas conectadas na internet,
principalmente após a Pandemia do COVID-19, a Internet que pode ser utilizada para fazer
coisas boas, mas também pode ser utilizada por indivíduos de má-fé que se aproveitam desse
meio para praticar delitos, diante disso a partir do momento em que o indivíduo executa um ato
através de um dispositivo eletrônico, conectado ou não na rede, pode se dizer houve um crime
cibernético.

Diante da constante evolução tecnológica, consequentemente os delitos no meio virtual,


também sofrem enormes evoluções, com isso, o Estado deve buscar meios para que a
Legislação Brasileira não fique parada no tempo, afim coibir tais práticas.

07. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESUS, Damásio de, Manual de crimes informáticos / Damásio de Jesus, José Antonio Milagre.
– São Paulo : Saraiva, 2016.

5
ROSSINI, Augusto Eduardo de Souza. Informática, telemática e direito penal. São Paulo:
Memória Jurídica, 2004. ROSSINI, 2004.

FERREIRA, Poliana Agostinho Calheiros, Crimes Virtuais. Artigo, Faculdade de Direito de


Varginha-FADIVA. Disponível em:
<http://www.fadiva.com.br/documentos/jusfadiva/2014/18.pdf>. Acessado em: 27 de maço de
2023.

BRASIL. Lei Federal nº 12.737/2012, Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-

2014/2012/lei/l12737.htm>. Acesso em: 26 de março de 2023.

BRASIL. Lei Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014. Disponível em:


<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acessado em:
27 de março de 2023.

BRASIL. Lei Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015. Disponível em:


<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm>. Acessado em:
27 de março de 2023.

BRASIL. Lei Nº 11.829, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2008. Disponível em: <


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1>.
Acessado em: 28 de março de 2023.

https://www.mpf.mp.br/go/institucional/publicacoes/fato-tipico/fato-tipico-nr-2.pdf. Acessado
em: 28 de março de 2023.

https://bvalaw.com.br/crimes-
virtuais/#:~:text=Sua%20regulamenta%C3%A7%C3%A3o%20veio%2C%20inicialmente%2
C%20com,Lei%2012.737%20de%202012. Acessado em 28 de março de 2023.

https://www.defensoria.ce.def.br/noticia/lei-carolina-dieckmann-10-anos-da-lei-que-protege-
a-privacidade-dos-brasileiros-no-ambiente-virtual/. Acessado em 28 de março de 2023.

https://www.camara.leg.br/noticias/89137-conheca-a-evolucao-dos-crimes-
ciberneticos#:~:text=Os%20primeiros%20crimes%20relacionados%20%C3%A0,delitos%20c
omo%20sabotagens%20e%20espionagem. Acessado em 28 de março de 2023.

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