Rpessina,+1264 1274 Luz Quaresma
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Resumo
Os recursos didáticos vão desde livros com ilustrações 2D até os 3D, em que a
tridimensionalidade é capaz de dar a noção não só de profundidade, mas de outras sensações
ao tocar, e instigar a ver o que tem atrás, por baixo, uma coisa que nos recursos 2D não tem
como fazer. O artigo visa apresentar o bloco-diagrama como recursos didático que não
somente mostra, mas descreve, instiga o estudante e serve como oportunidade de descrição das
ações do tempo impressas nas feições deixadas, tanto no relevo, como na litologia. Aziz
Ab´Saber dizia que a paisagem é um conjunto de alterações, sejam elas naturais ou humanas
ou ambas, que se moldam no espaço e no tempo. Tendo isto, os blocos-diagramas serão
apresentados de forma a trabalhar não somente as feições, mas os processos que por eles foram
impressos. E que por meio da confecção possam ser explicados e expostos aos estudantes o
meio em que eles estão inseridos, como também contexto do todo, permitindo fazer leituras e
compreensão de uma boa convivência com a natureza.
Introdução
De acordo Oliveira (2014), cita que Aziz define a paisagem como sendo uma herança,
um patrimônio coletivo dos povos, onde historicamente as modificam ao longo do tempo e do
espaço. Estimular os olhares para o meio, em que as pessoas estão inseridas é um dos desafios
da educação, para que possam saber, sentir e refletir sobre o que é, o que foi e para que?
Podemos citar as adversidades que atinge as pessoas como os desastres naturais, como
deslizamentos, enchentes, vendavais, terremotos, furacões, ressacas, entre outras adversidades
que ocorrem naturalmente no meio ambiente. Porém as pessoas por não compreenderem ou por
negligenciar tais condicionantes, acabam por se tornar vítima de sua própria ignorância, então
temos aí, um assunto que compete a educação das pessoas para que estas consigam conviver
com tais adversidades. Por tanto, na Geografia se usa de arcabouços teóricos e metodológicos
para explicar o meio em que as pessoas vivem, ou seja, explicar para elas onde elas estão
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inseridas no planeta. Algumas pessoas têm dificuldades de aprenderem devido ao modo como
os conteúdos são ministrados, ou ao material que são utilizados, principalmente para
demonstrar vertentes, áreas de risco, teremos uma sociedade mais atenta e preparada para tais
adversidades.
Com isto conseguimos explicar que os eventos ensinados podem acontecer onde o estudante
mora, e com isso prepará-lo para eventos futuros, mostrando como ocorre, onde ocorre, quais
são as condicionantes para tais eventos ocorrerem.
Os eventos que ocorrem são impactantes para a sociedade seja tanto na forma de perda
ou dano material ou de vidas, dependendo da situação que se encontra a localidade que houve
tal evento pode-se perder o contato e por fim ficar isolada das demais localidades do entorno,
como no caso da comunidade do Braço do Baú, em 21 de novembro de 2008 no Vale do Itajaí,
em Santa Catarina onde uma forte chuva atingia a região a meses, sendo este dia marcado na
vida de muitas comunidades do vale do Itajaí, uma vez que foram contabilizados diversos
deslizamentos, assim como diversas perdas de vidas, de casas, de estradas, entre outros serviços
para aquela região.
Podemos pensar então na forma de entender o meio ambiente não somente num curto
período de tempo, mas de um ambiente dinâmico e sendo este um período de tempo na longa
história da Terra, onde encontramos as eras geológicas, que podemos nos blocos- diagramas
indicar com a litologia antigos ambientes passados, como por exemplo, os estratos da falésia,
ou do vale glacial, podendo-se dizer no caso dos blocos que são sucessivas sedimentações de
acordo com variações no nível do mar, como no sul da Argentina. Como exemplo, podemos
citar que o bloco-diagrama de PICO, que fazem referência ao embasamento cristalino e que
pode servir como demonstração de um período de resfriamento lento do magma nos primórdios
da história do planeta, como a separação dos continentes da África e da América do Sul, a
existência de vulcões que expelem lava vulcânica e que recobriam o deserto Botucatu, e que
hoje encontramos o planalto paranaense e catarinense indo até o Rio Grande do Sul.
O uso deste recurso pode por tanto mostrar para os estudante que eles enxergam apenas
uma parte de um período histórico da Terra, e que esta feição que se deparam é a última ação
que o tempo fez para deixá-lo com aquela aparência. Conseguimos trazer a evolução de
vertentes de um rio, ou até mesmo de um morro sustentado por diques, explicitar ao estudante
o que ele precisa fazer para ficar mais seguro onde mora, conhecendo o lugar onde vive.
Blocos-Diagramas e aprendizagem
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Os Blocos-Diagramas são recursos didáticos usados a muito tempo no processo
educativo, haja vista as duas possibilidades de explicação sendo em imagem ou 3D, mostrando
para os estudantes as feições do relevo, sua litologia, os processos que agiram, como auxiliar
na amostragem de um todo que o estudante precisa para poder compreender seu espaço no
tempo do planeta terra.
Construção e uso
● Mapa topográfico
● Isopor - espessura depende das escalas Horizontal e Vertical
● Isqueiro ou vela
● Agulha e rolha
● Cola Branca
● Massa corrida para modelar o relevo sobre as curvas de nível
● Tintas de cores diversas
● Canetão preto permanente
● Croqui e imagem do lugar
Para sua montagem deverão ser seguidos alguns passos, tais como: conseguir mapa
topográfico ou você poderá construir espontaneamente conforme o relevo, calcular o exagero
vertical para que não fique desproporcional, tanto para mais quanto para menos, trazendo uma
noção mais aproximada do real; após estes cálculos será escolhido o isopor com a espessura
que mais se assemelhe com a escala vertical, para que a partir daí possa fazer o recorte das
respectivas curvas de nível no isopor, e assim prosseguir; após o recorte você deverá colar os
isopores um em cima do outro, onde sempre deverá partir das curvas de menor cota para as
maiores cotas de metros em relevo, as menores cotas são as mais baixas e que estão mais
próximas do nível do mar, por isto para este trabalho aconselha a compreensão de alguns
conceitos em topografia; ao final você verá um isopor colado em cima do outro, onde serão
representadas suas respectivas cotas e passado massa corrida com cola para modelar em cima
do isopor a feição que estiver sendo representada pelo mesmo.
Ao final você terá o bloco-diagrama para usar em sala de aula como recurso didático
para expor ao estudante de modo que o estudante consegue visualizar um todo de outra forma.
Autoria: Autores.
PLANÍCIE
Figura 02: Bloco-diagrama em forma de Planície, o esqueleto, as isolinhas e a
imagem do local. Recurso Didático do LabTATE (UFSC).
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Autoria: Autores.
O bloco-diagrama da figura 02, representa a planície expõe aqui as partes mais baixa
encontradas em Florianópolis, onde datam do recuo do nível do mar, sendo do período do
Quaternário como mencionado por Almeida (2010). Esta é composta por sedimentos
inconsolidados, como vemos no bloco-diagrama que se encontra localizado no bairro do
Pântano do Sul.
VALE FLUVIAL
Figura 03: Bloco-diagrama em forma de Vale Fluvial, o esqueleto, as isolinhas e a
imagem do local. Recurso Didático do LabTATE (UFSC).
Autoria: Autores.
O bloco-diagrama da figura 03, representa o vale fluvial é um vale com uma forma em
‘V” este se encontra em Bom Jardim da Serra em Santa Catarina, na Serra geral, com trechos
escarpado que contempla o recuo do planalto catarinense, que vem a ser de rocha basáltica, de
origem da separação dos continentes africano e sul americano, onde suas formas de relevo com
alta declividade apresentam vales fluviais.
COLINAS
Figura 04: Bloco-diagrama em forma de Colinas, o esqueleto, as isolinhas e a
imagem do local. Recurso Didático do LabTATE (UFSC).
Autoria: Autores.
VALE GLACIAL
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Autoria: Autores.
FALÉSIA
Autoria: Autores.
Considerações Finais
O uso do bloco-diagrama nos trouxe uma reflexão sobre o que pode ser trabalhado de
acordo com as potencialidade e conteúdos, pois foi feito perguntas por diversos tipos de
curiosidades que partiram desde crianças até jovens e adultos, como perguntas até mesmo por
professores, mudando conforme sua compreensão de espaço, de nível de estudo, mas para não
ampliar muito o leque o presente trabalho trás seu uso com as crianças e jovens, por tanto suas
dúvidas foram mais sanadas no que se refere aos detalhes dos blocos, do por quê das elevações,
o que são as diferenças de cores entre os estratos sedimentares por exemplo, os riscos de canetão
preto representando em um dos blocos-diagrama as fraturas.
Podemos indicar as curiosidades das crianças com relação ao visual, podendo pegar na
mão e girando o bloco-diagrama para ver o que há atrás dele, ou virando-o de cabeça para baixo
para ver o que tem embaixo, estas são as interações proporcionadas pelos blocos diagramas
quando expostos as crianças, e a partir do lúdico você consegue explicar os processos que
formaram a feição, e como poderá ocorrer possivelmente uma evolução para o futuro. Com isso
os blocos foram utilizados numa tentativa de cada vez mais se aproximarem da realidade do
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mundo lúdico das crianças, porém sempre trazendo para a representação do mundo real,
aconselha-se que tenham possibilidades de apresentar aos estudantes os blocos diagramas em
conjunto com as formas reais no relevo, por exemplo um morro atrás da escola, uma planície
que a escola ocupe, enfim, tais feições que o estudante irá encontrar nas proximidades da escola
onde sua aula será ministrada.
Conclui-se então que o uso dos blocos-diagrama despertam interesse por parte das
crianças, mesmo que a um primeiro momento seja as cores, ao designer do bloco-diagrama,
mas é a partir daí que pode-se começar a trabalhar a percepção do meio para os estudantes, de
forma que seu interesse seja instigado a imaginar os acontecimentos como uma história, e como
esta história deixa marcas impressas no relevo, e como o mesmo participa desta história
deixando sua marca impressa na feição da Terra.
Referências bibliográficas
GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para Entender a Terra-6. Bookman Editora, 2013.
OLIVEIRA, Thiago José de; MELLO, Márcia Cristina de Oliveira. Aziz nacib ab’sáber e a
proposta escolanovista contida no “projeto brasileiro para o ensino de geografia“ (1975).
2014. Disponível em: <file:///C:/Users/Labtate/Downloads/submissao_ATIVIDADE_4_2018-
05-24-11-22-20.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2019.
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