Manual Da Historia Da Litteratura Portug
Manual Da Historia Da Litteratura Portug
Manual Da Historia Da Litteratura Portug
1154432
MANUAL
DA
HISTORIA DA LITTERATURA
PORTUGUEZA
MU
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TI UM
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EYMAN
MANUAL
DA
HISTORIA DA LITTERATURA
PORTUGUEZ A
DESDE AS SUAS ORIGENS ATÉ AO PRESENTE
POR
THEOPHILO BRAGA
PORTO
LIVRARIA UNIVERSAL
DE
1875
FIU
SEU
S EIS
H
3 M
PORTO
IMPRENSA LITTERARIO - COMMERCIAL
489, Rua do Bomjardim , 493
1875
Durante a publicação do longo trabalho da Histo
ria da Litteratura portugueza , muitas e muitas vezes
recebemos o precioso alvitre de fazermos o resumo
d'essa obra, para que se vulgarisasse o conhecimento
de uma litteratura tão ignorada : a eminente romanista
de Berlin, Carolina Michaëlis, e o professor da Poly
technica de Munich, Dr. Karl von Reinhardstoettner ,
manifestaram esse desejo auctorisando-se a fazerem o
substractum do livro caso nos faltasse o tempo ; o dis
tincto escriptor russo Platão Lvovitch de Vakcel, que
dotou a lingua portugueza com o magnifico livro dos
Quadros da Litteratura da Russia , insiste sobre este
desejo com as palavras as mais animadoras. Porém ,
acima de todas estas provas do interesse scientifico,
obriga-nos mais o testemunho dos professores dos nos
sos Lyceus, que se queixam da falta de um livro ele
VI
HISTORIA DA LITTERATURA
PORTUGUEZA
2 PRELIMINARES
**
CAPITULO I
(1) Orat. pro Archia, § 10. « ... pingue quidam .., atque
peregrinum .»
(2) Liv. I, cap . 5. Gellius, liv. xvi, cap. 7. Aldrete, Del
origen y principio de la lengua castellana, fol. 40 .
(3) Liv. iv, Epigram ., 55, v. 8-10.
Ticknor, Hist. da litt . hesp., t. I, p . 428, not. 3. Trad .
Magnabal.
ORIGEM E FORMAÇÃO DA LINGUA PORTUGUEZA 15
mitte fazer os fideicommissos nas linguas vulgares,
como na gauleza ou na punica . (1) No quarto seculo,
no quarto concilio de Carthago, em 398, prohibe-se a
leitura dos livros profanos; a forma litteraria, que po
deria conservar por mais tempo a pureza do latim ,
deixa por tanto de ter acção ; na vida do papa Gre
gorio Magno, escripta por João Diacono, vê-se qual
era o espirito da egreja; o papa desprezava acintosa
mente o uso dos casos, porque achava indigno submet
ter as palavras celestes ás regras de Donato . Logo que
as invasões germanicas viessem quebrar a organisação
romana e crear uma nova ordem de cousas sob o pre
dominio do individualismo, a liberdade dialectal havia
forçosamente de manifestar-se em novas linguas con
stituidas, na Italia, em França e na Peninsula hispa
nica .
c) Influencia germanica : adopção do christianis
mo. --O elemento germanico apparece na Italia com a
invasão dos Ostrogodos e Lombardos; em França, com
o Franko e Bourguinhão, e na Peninsula hispanica com
o visigodo. Os colonos, que preexistiam antes da inva
são, e os que a acompanharam como lites ; os compa
nheiros dos homens nobres ou wher -man , esses conserva
ram as primitivas tradições das raças germanicas, de
rivadas dos seus mythos odinicos, que perderam o sen
tido religioso pela adopção do christianismo. D'estas
tradições, saíram as profundas creações poeticasda Eu
ropa moderna, como os cyclos carlingio e arthuriano,
o como a epopea dos Niebelungens. A aristocracia ger
manica, como toda a aristocracia, imitou a cultura ro
mana e desnaturou- se com ella, acceitando os codigos
e a lingua. Porem , o que ha de vivo nas litteraturas
p . 23 .
18 CAPITULO I
Or sachaz veroyament
Que ie soy votre ome-lige.
TROVADORES E CANCIONEIROS
SECULO XII A XIV )
CAPITULO II
Os Trovadores portuguezes
Ophenomeno moral e litterario do apparecimento da poesia pro
vençal. -Teria o lyrismo da Provença uma origem popu
lar ? - Situação geographica, e condição ethnologica da
-
0
(1) Cancioneirinho de trovas antigas, n.° 14, p. 31.
OS TROVADORES PORTUGUEZES 43
Y é meu amig', ay !
Madre, il- o - ei vêer,
Por lhe fazer prazer :
Sę oj'y hua vai
Fremosa, eu serei
A hua, ben o sei . (2)
A la egreja de Vigo,
É o amor salido, etc.
(1 ) 16., ( passim .)
48 CAPITULO II
Cancioneirinho , p, cxiv.
(2) Obras, t. III, p. 270.
Obras, t. 11, p. 481-82.
OS TROVADORES PORTUGUEZES 49
PORTO CARRERO
GIL VICENTE
(1) Obras, t. I, p. 46 .
Cancioneirinho, P. XLVI.
OS TROVADORES PORTUGUEZES 51
e
e tal razom com'esta
RE
un miragre contar quiero
que fez a Santa Maria
apôsto e grande e fero;
que namfoi feito tangrande
ben des lo tempo de Nero ,
que emperador de Roma
foi d'aquella gram cidade , etc.
:
Fandação da Universidade de Lisboa
Philosophia aristotelico-averrois ta
usto
de João XXI; as Summulas logicales tornaram -se o re
sumo canonico da logica aristotelica : « é a elle que
By pertence sem duvida o engenhoso quadro das diversas
12
especies de argumentos, reproduzido frequentemente
nto
d'ali em diante .» (1) Pedro Hispano tambem se de
do stinguiu por esse outro livro não menos celebre, intitu
m'lado Thesaurus pauperum , livro de medicina composto
co sob a influencia aristotelica.
Escreve Daremberg, na Historia das Sciencias Me
dicas, citando Pedro Hispano como um dos continua
om
dores de Bartholomaeus, de Cophon, de Maurus e dos
de outros mestres da Eschola de Salerno : « Póde-se acre
ar ditar, que no seculo XIII O ensino inedico se torna me
nte
nos individual, experimentando algumas mudanças na
56sua fórma pela influencia da philosophia scholastica
ou aristotelica ; mas por pouco que se seja versado em
as obras medicas mais antigas do que a Scholastica, no
ta-se ali um methodo dialectico euma linguagem que
excede ou vae alem da dos philosophos ; o tom de
e riva -se mui directamente de Galeno, tão aristotelico
2 nas suas fórmas . ) ( 2) A Medicina era então exercida
i em Portugal pelos Mudejares, ou arabes tolerados de
pois da reconquista christã. Sobre a nacionalidade de
Pedro Hispano encontramos no poema de La vida y
la Muerte , de Fray Francisco de Avila , (1508) os se
ESCHOLA HESPANHOLA
(@ECULO Xv )
CAPITULO IV
Si quisierdes carnero,
Qual dieran al Andero ;
Si quisierdes cabrito ,
Qual dieran al Arçobispo. ( 2)
O santo Condestabre
En o seu Mosteiro
Dá - nos sua sopa .
Mail - a sua roupa ,
Mail-o seu dinheiro, etc.
E pela Paschoa florida as mulheres de Lisboa can
tavam varias Seguidilhas sobre a sepultura do Con
destavel, taes como :
No me lo digades, none,
Que Santo es el Conde.
O gram Condestabre
Nunalves Pereira
Defendeo Portugale
Com sua bandeira
E com seu pendone. etc.
Os moradores do Restollo vinham tambem á se
pultura do Condestavel pela segunda oitava do Espi
rito Santo, o cantavam :
Santo Condestabre,
Bone portugués .
Conde d'Arrayolos,
De Barcellos, d'Orem .
Na campanha sondes
Alem duma bez, etc.
Do Restello a Sacavem,
Nem ningola, nem ninguem
Tem semelho ao Condestabre,
EXISTENCIA DE UM ELEMENTO POPULAR 127
<< Ó noite má
P'ra quem te apparelhas?
Pr'os pobres soldados
E pastores de ovelhas.
«E os homens do mar
Aonde os deixas ?
Esses ficam mettidos
Até ás orelhas.
9-13cantigas
1) Todas, p.estas
neiro( popular .
se acham recolhidas no Cancio
128 CAPITULO V
Em Portugal vi eu já
Em cada casa pandeiro,
E gaita em cada palheiro,
E de vinte annos a cá
Não vi gaita, nem gaiteiro, etc.
N’estas condições os romances do povo tiveram
uma vida menos exterior, mas mais intensa, a ponto
de se irem esquecendo no silencio.
Os cantos populares apparecem -nos designados por
duas maneiras, uma creada pelos eruditos, e outra
achada pelo proprio povo ; n'estas duas designações
acha -se
9
a ideia que cada qual formava do seu valor e
130 CAPITULO V
1
Nenhum facto litterario pode ser comprehendido
por si, se o destacarmos do meio em que elle se pro
duziu; o meio de toda a concepção litteraria é sempre
a sociedade, cujas aspirações a litteratura exprime.
Assim como so não comprehende a poesia provençal
separada das suas origens populares, do successo das
Cruzadas, e da creação do terceiro estado, assim tam
bem o desenvolvimento da poesia palaciana seria ab
surdo, se a creação definitiva do poder monarchico
não reduzisse a aristocracia a uma posição secundaria
e parasita. Depois de atacada a nobreza na indepen
cia do seu fôro, primeiro pela creação dos Livros de
Linhagens, o em seguida pela adopção de um Codigo
geral e commum ; atacada na sua parte vital, a pro
priedade, pela Revogabilidade das doações regias ou
pela necessidade das Confirmações geraes, ou por meio
d'essa outra ficção romana, a Emphytheose ; redu
zida á inactividade por ter acabado a reconquista so
134 CAPITULO VI
801
012
Formação do Cancioneiro geral por Ga rcia
de Resendo
dos . (1)
b ) Conversão das Estorias em Caronicas. Na
Carta escripta por el rei Dom Duarte, de Santarem
a 19 de Março de 1434 a Fernão Lopes, encarregava
este guarda-mór da Torre de Tombo « de poer em ca
ronyca as estoreas dos Reys que antigamente em Por
tugal foram ; etc. » O snr. Herculano liga um valor dif
ferente a estas duas palavras ; a estorea representava
as memorias tradicionaes, os registos latinos os obitua
rios, as lendas oraes ; de facto para o syncretismo da
edade media os cantores poeticos foram chamados his
triones, o historia ou gesta foi dado aos poemas nar
rativos. Por effeito d'esta corrente litteraria em Por
tugal é que ainda no tempo de el rei Dom Duarte a
palavra estorea designava a tradição. A Chronica era
à ephemeride palaciana, com o caracter de um ro
gisto; era assim que a erudição comprehendia a histo
ria. Ao relancear o estado da historia no soculo XIV,
já deixámos indicadas quaes as tradições recolhidas
anteriormente a Fernão Lopes ; mas, no seculo xv ain
da, a concepção superior da narração historica era
rara, e é por isso que antes de accentuar o valor d'es
ses trez grandes chronistas, vamos indicar as narra
ções moldadas sob a concepção limitada do seculo xiv ,
que então se escreveram :
1.º A Chronica da fundação do Moesteyro de Sam
Vicente.-No principio do seculo xv fez-se uma tra
ducção de uma relação latina do seculo xiv intitulada
Indiculum fundationis Monasterii Sancti Vicentii. Essa
traducção guardava -se com o mais rigoroso afferro na
livraria do Mosteiro de Sam Vicente, em Lisboa, a
(1) São quatro; vem nas Prov . da Hist. yen., t. ,1, p. 633.
TERCEIRA EPOCA
OS QUINHENTISTAS
(SECULO XVI)
CAPITULO VIII
Quedraran acecaladas ::
Son las gentes alumbradas,
De su ciega grosseria
Ja no hablan grosseria,
Mas razones alindadas . (1)
El rei Dom Manoel tendo casado successivamente
trez princezas castelhanas, fizera insensivelmente
com que a linguagem da aristocracia portugueza fosse
a que se fallava em Castella. Os poctas,que imitavam
os novos metros italianos, a exemplo de Boscan ee Gar
cilasso, ensaiavam o endecasyllabo na versificação
castelhana, como o fizeram Sá de Miranda e D. Ma
noel de Portugal. Mas, apezar de todas estas causas
atrazadoras, a lingua portugueza desenvolve-se larga
mente, fixa muitas das suas fórmas, simplifica a sua
syntaxe, accentúa mais a sua differença do castelhano,
de modo que, quando as grammaticas foram organisar
as suas regras não tiveram mais do que reconhecer os
factos consummados .
14
CAPITULO IX
Existencia de um elemento tradicional e popular
na Litteratura
No en trajes do romero ,
Porque os no conosca Galvan.
31
Fórmas do lyrismo popular
.
A Náo de Amores, remata com a rubrica : «Come
çaram acantar a prosa, que commumente cantam nas
ndos á Salve, que diz :
( 1) Ib ., f . 12, v .
(2) Ib., Liv. i, f . 40 .
( 3 ) Ib .,. Liv. VII , f . 14.
(4) 16., Liv. ix, A. 73 .
Granmat., cap. 14. - Vid. infra a Petição de Garcia
Fernandes, de 1540, aonde se falla de Gil Vicente como falle
cido.
CREAÇÃO DO THEATRO NACIONAL 231
..
246 CAPITULO X
De todos os poetas da eschola de Gil Vicente,
aquelle com quem o povo mais sympathisou, por que
ainda hoje o lê e o representa, foi Balthazar Dias,
poeta cego, da Ilha da Madeira, e que escreveu no
reinado de D. Sebastião. Pouco ou nada mais se sabe
da sua personalidade, senão que viveu algum tempo
na Beira. Pertence -lhe a celebre tragedia em redoir
dilhas do Marquez de Mantua, formada com romances
hespanhoes; a Imperatriz Porcina, que pertence hoje
á litteratura de cordel, é a forma portugueza da po
e
pularissima e universal legenda de Crescencia; o Auto
de Santo Aleixo, ainda hoje se imprime quasi annual
mente. Este Auto não tem invenção, é metrificado 80
bre a Legenda Aurea , como o Auto de Santa Cathe
rina tambem vulgarissimo. Os Indices Expurgatorios
citam como de Balthazar Dias o Auto do Nascimento
de Christo, o Auto de Salomão, e o Auto breve da
Paixão, que se não encontram , e provavelmente es
tão perdidos para sempre. A fórma hieratica tornou
se quasi exclusiva entre os imitadores do theatro de
Gil Vicente, e a isso se deve attribuir a sua decaden
cia .
Muitos são os Autos anonymos, que pertencem ainda ·
>
ao seculo XVI ; entre elles citaremos o deGuiomar do
Porto , cujo merecimento se define em poucas palavras
apresentando-o como a Celestina portugueza ; o Auto
do Duque de Florença e o de D. Florambel tem uma
certa frouxidão que só se releva pela muita antigui
dade. No Auto dos Escrivães do Pelourinho cita -se a
giria do jogo no seculo XVI, tão importante para a
historia dos costumes:
254 CAPITULO XI
E dizendo : Oh mesquinha !
Como pude ser tão crua ?
Bem abraçado me tinha,
A minha bocca nasua,
A sua face na minha,
Lagrimas tinha choradas,
Que com a bocca gostei;
Mas com quanto certo sei
Que as lagrimas são salgadas,
Aquellas doces achei.
så de bliranda
Liamos os Assolanos
De Bembo, engenlio tão raro .
N'estes derradeiros annos ,
E os pastores italianos
Do bom velho Sanasarro.
1
290 CAPITULO XII
*
CAPITULO XIII
Philosophia
Data
013,1
form
steB
ixie
om
CAPITULO XV
Viagens
四
IN
ções moraes lhe tirem grande parte do merecimento .
Alguns d'esses Contos acham -se no Decameron de Boc
cacio, tal como a Griselidis ; outros nas Notte piacevoli
1
de Straparole , e nas Novellas de Sachetti, como o conto
do segredo revelado á mulher ; outros no Conde de Lu
canor, como o que versa sobre o thema o que Deos
faz é o melhor ; outros emfim são derivados da tradi
ção oral, como o de Dom Simão, que é o conto do Pa.
dre Frei João Sem cuidados. Depois que a cadeia tra
dicional dos Contos foi descoberta, desde os estudos da
Pantchatantra por Benfey até aos Contos oraes de to
dos os paizes , olivro de Trancoso adquiriu uma grande
importancia, porque representa Portugal n'esse grande
confronto das origens, sobre que tanto trabalha аa scien
cia moderna .
Shah
QUARTA EPOCA
OS SEISCENTISTAS
(SECULO XVII )
CAPITULO XVI
Estado da Lingua e da Litteratura
Levantaram logo
Aquelle outro canto
Que ao som do rabil
Cantam os serranos, etc. (1)
Lembrae-vos cordeiros
De minha tristura ,
Ovelhas, carneiros
Que pastaes verdura...
Nos romances e cantigas com que se celebrou a
beatificação de S. Francisco Xavier , em 1620, acha-se
ainda esse estylo da endecha popular, que se perde na
litteratura portugueza e só torna a reapparecer naMo.
dinha do seculo XVIII introduzida por Antonio José,
que a trouxe do Brazil, aonde a Sarranilha se conser
vara tradicionalmente .
Com um raro tino poetico, Rodrigues Lobo imita
as formas da poetica italiana; a sua linguagem não
procura na imagem um meio de illudir a falta de
ideia, mas deslumbra-se com ella, e sacrifica -lhe a sua
naturalidade, porque não queria ficar inferior aos poe
tas castelhanos. As suas Eclogas, de 1605, passam por
ser a sua melhor obra ; mas é certo que nas redondi
lhas é que se descobre a verdadeira fonte tradicional
da sua inspiração. A posição de inferioridade em que
viveu em Leiria nos paços do Duque de Caminha não
deixa que os seus versos tenham essa nobre audacia
de Camões, quando galantêa com redondilhas as da
mas do paço. Rodrigues Lobo, o infeliz Lereno pasto
ral, recebeu a tradição poetica em Coimbra, aonde fre
quentara os estudos da Universidade, mas a vida de
provincia esterelisou-o. Por fim seguiu a influencia
hespanhola no romance allegorico -subjectivo, imitou o
gosto mourisco dos romances de Gongora, e cantou a
visita a Portugal de Philippe 111. Esta falta de indi
vidualidade e de consciencia de uma missão litteraria
explica-nos talvez o pouco que se sabe da sua vida,
que em relação ao seu talento deveria ter provocado
mais interesse. A sua morte é tambem obscura ; o pa
dre Manoel da Esperança, diz que morreu afogado no
Tejo; o mesmo repete ó Bispo de Grão Pará : «Mor
358 CAPITULO XVII
Triste culturania !
Não he melhor dizer que o sol nascia ? (1)
As Allegorias pastoraes
Os absurdos da linguagem e da imaginação, que
Cervantes admiravelmente ridicularisara parodiando
o estylo das Novellas cavalheirescas, não conhecem li
mites nas Pastoraes do seculo XVII . A Novella de ca
valleria ao constituir cyclos genealogicos, desde que
perdeu as relações com as suas origens tradicionaes,
caíu na rhetorica banal ; mas as Pastoraes, que não
• derivavam de nenhum elemento de tradição, ás pri
2 meiras imitações cairam na insensatez . E' esta a forma
litteraria mais frequente dos seiscentistas ; foi aqui que
I
404 CAPITULO XVIII
AS ACADEMIAS LITTERARIAS
( SECULO XVID )
CAPITULO XIX
A Arcadia Ulyssiponense
A Nova Arcadia
.
A ARCADIA ÚLYSSIPONENSE . 441
A Opera e o Cesarismo
O ROMANTISMO
( SEOULO XIX )
CAPITULO XXI
Valor do Romantismo
1
454 CAPITULO XXI
FIM .
( 1 ) Panorama, t. 1, p . 53 .
(2) Ib.
3) Buckle, ideia fundamental da sua obra Civilisação na
Inglaterra.
PRITISE
26 JY 84
M M
U
INDEX
Advertencia Pag.
MANUAL DA HISTORIA DA LITTERATURA PORTUGUEZA
Preliminares 1
CAP. 1.- Origem e formação da lingua portugueza : 4
Lei de formação das linguas romanicas.
Filiação da lingua portugueza 10
-
-Condições ethnicas e sociaes que influiram na
formação do portuguez 11
a ) Raças anteriores á conquista romana. 11
b ) Acção dos Romanos: Magistrados, Mercenarios 12
c) Influencia germanica : adopção do christianismo 15
d ) Influencia arabe . 17
Existencia politica da nacionalidade --Ogallego 20
dialecto archaico .
Quando começa oportuguez a ser lingua escriptà 24
a ) Documentos diplomaticos . 24
b) As fórmas litterarias: Chronistas,e eruditos ec
clesiasticos.- Primeira disciplina grammati
cal . . 25
c) Os documentos poeticos : influencia franceza 27
Caracter e tendencias do desenvolvimento da
lingua portugueza 29
a ) Os eruditos approximam -na artificialmente do
latim 29
b) Falta de tradições nacionaes : 30
PRIMEIRA EPOCA
TROVADORES E CANCIONEIROS
(SECULO XI A XIV )
CAP . 11. - - Os Trovadores portuguezes :
- Apparecimento da Poesia provençal. Teria
uma origem popular ou tradicional ? 32
Communicação do lyrismo da Provença a Por:
30
tugal .. 36
466 INDEX
SEGUNDA EPOCA
ESCOLA HESPANHOLA
(SECULO XV)
CAP, IV. Estado da Lingua e do meio litterario :
Relação entre a lingua e a litteratura no se
culo XV 109
INDEX 467
TERCEIRA EPOCA
OS QUINHENTISTAS
(SECULO XVI)
CAP. VIII. A disciplina grammatical no seculo XVI :
A educação portugueza no estrangeiro • .
185
- A Grammatica de Fernão de Oliveira 189
1. • Alterações phonicas . 194
2.° Alterações morphicas. 196
3. ° Alterações syntacticas 197
- A Grammatica de Joâo de Barros. 199
- Influencia dos poetas, de Gil Vicente a Ca
mões 203
- Orthographia da lingua portugueza - Ori-: 205
gem da lingua portugueza
po :
CAP. ix.- Existencia deum elemento tradicional e popu
lar na litteratura :
Separação entre os escriptores e o povo . 210
-Allusões dos escriptores aos Romances popu
lares . 212
Gil Vicente 212
Jorge Ferreira de Vasconcellos. . 214
Antonio Prestes . 215
Luiz de Camões 215
– Fórmas do lyrismo popular. 219
- Autos hieraticos, populares e aristocraticos .
225
CAP . X. Creação do Theatro nacional por Gil Vicente :
Personalidade historica de Gil Vicente . 229
Condições em que introduz o theatro em 1502. 232
- A farça de Luiz Pereira e os critico eruditos . 235
-Gil Vicente, Ourives 237
Eschola de Gil Vicente: Chiado, Prestes, " Ca.
mões e Balthazar Dias . . 242
CAP . XI.- Os Bucolistas- Eschola hispano-italica :
Caracter tradicional da poesia pastoril port. 248
· Bernardim Ribeiro 25 ]
INDEX 469
323
Historia nos claustros
Historiadores insulanos. 325
Philosophia . 326
328
-- Eloquencia
CAP. XV. Viagens, Ficções novellescas:
330
Viagens
- Ficções novellescas e Contos 333
QUARTA EPOCA
OS SEISCENTISTAS
(SECULO XVII)
-
Academia dos Generosos . 364
Academia dos Singulares 366
Poesia mystico -amorosa. 368
Os Poetas da Phenix renascida 372
As Epopêas ricas. Os Tassistas 375
a) Elemento tradicional nas epopêas do seculo
XVII . 375
b) O elemento historico das Epopêas cultistas . 377
Theatro : Autos e Comedias de capa e espada 383
a) Os Pateos das Comedias 383
b) As Tragi-comedias dos Jesuitas 385
c) Autos hieraticos nacionaes. 386
Cap. xviii.-Historia, Eloquencias,Chronista
Novellas :
-Frei Luiz de Sousa, 390
Jacintho Freire de Andrade : 395
- D. Francisco Manoel de Mello . 396
A Eloquencia sagrada – Vieira 398
As allegorias pastoraes 401
- As Cartas da Religiosa portugueza 405
QUINTA EPOCA
AS ACADEMIAS LITTERARIAS
(SECULO XVIII)
CAP. XIX. Reacção a favor da lingua e da litteratura :
Espirito do seculo xyii. - Bluteau e o Vocab. 406
-- Fundação da Academia ds Historia portug. 411
Verney e o Verdadeiro methodo de Estudar . 414
Cap . XX ,
A Arcadia Ulyssiponense- Dissidentes da Ar
cadia e a Nova Arcadia :
Estado da Poesia antes da Arcadia . 420
A Arcadia Ulyssiponense 0 423
a) Organisação da Arcadia. 424
b) Catalogo dos Socios da Arcadia 425
c) Garção, Diniz, Quita e Manoel de Figueiredo 427
Os Dissidentes da Arcadia . 432
A Nova Arcadia . 436
· Arcadia ultramarina . 441
A Opera e o Cesarismo 444
INDEX 471
SEXTA EPOCA
O ROMANTISMO
(SECULO XIX)
CAP . XXI. Tentativa de renascença do genio nacional:
· Valor do Romantismo 449
-- Garrett e a inspiração nacional 454
a ) O Romanceiro portuguez 454
b ) Fundação do Theatro portuguez 457
Os Romances historicos . 462
Index. 465
Indice onomastico . 472
-
INDICE ONOMASTICO
LUSEURS
ERRATAS PRINCIPAES
25 33 Moo Mouro
57 25 Aoi da Aoi da
63 16 fallamos . fallemos
64 26 morra . moira
84 not. Werwic et Werwik e
89 27 minguem mingoa
92 32 logia , lologia
94 10 produziu . produziram
128 13 buscou baseou
167 17 livres . livros
171 28 Chamelete chamalote
173 18 livre livro
198 15 em . .eu
199 23 terra tenra
204 24 latina . latim
207 25 depravava depravada
222 15 Galli . Calli
228 20 sobre . sob
K % 吡 7 % 47B % A % 87KB4 % A8
USLUN
5
܊