História Da Pavimentação
História Da Pavimentação
História Da Pavimentação
Apresentação
Dados extraídos em 2020 do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP),
que é o órgão rodoviário encarregado de administrar o sistema rodoviário, se integrando com as rodovias
federais e municipais, indicam quase 200.000 quilômetros de extensão da malha rodoviária brasileira.
A distribuição nos entes federativos dessa extensão, que contempla estradas de terra, pista simples, pista
dupla, acessos, interligações e dispositivos, pode ser interpretada conforme nos mostra as figuras.
Podemos notar que, embora apresente uma malha viária extensa, o Brasil tem uma extensão significativa
a ser pavimentada.
Esses resultados demonstram a importância do estudo de pavimentos em nosso país, dada a vasta extensão
Evidentemente é razoável entender que a implantação de novas estradas, bem suas conservações, trazem
benefícios, entre eles o desenvolvimento das regiões a que elas estão inseridas, promovendo um transporte
Com base nos breves relatos, é compreensível que a infraestrutura rodoviária promove a movimentação de
Pretende-se com esta disciplina fornecer as principais informações técnicas sobre pavimentação em
conteúdos pertinentes ao assunto. Essa apostila reúne textos de diversos autores, podendo, em alguns
casos conter a reprodução na íntegra de frases, sendo apresentado com a intenção de retratar o melhor
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Conhecer a história da implantação das primeiras rodovias nos permite percorrer a linha do tempo e
A expansão dos povos pela ocupação territorial, conquistas, trocas de experiências culturais e religiosas
e a necessidade das atividades comerciais, fez surgir a abertura de novos caminhos que dessem acesso a
diversas regiões.
Foi na antiguidade, com o surgimento da roda de madeira e a busca pelo transporte com mais rapidez e
com maior facilidade, que se originou a ideia de superfícies do piso revestidas, daí o surgindo o pavimento.
Em tempos primórdios o que se via eram caminhos bastante precários, providos de estrada de chão batido
O projeto de uma estrada melhorada veio com o projeto da Estrada União e Indústria, fazendo acontecer
a primeira rodovia macadamizada da América Latina, em 1861, ligando Petrópolis a Juiz de Fora.
O feito rumo ao desenvolvimento só foi possível porque o empreendedor e fundador da Companhia União
Indústria, Comendador Mariano Procópio Ferreira Lage, viabilizou a referida obra, obtendo o retorno
financeiro por meio da cobrança de pedágios por mercadorias dos usuários que a utilizavam.
Em destaque a Ponte Americana, construída em madeira na Estrada União e Indústria (figura 3).
Na década de 20, mais precisamente no ano de 1920, é que se noticia a primeira lei que concedeu
investimento federal para construção de uma estrada, surgindo a partir daí um órgão público que passava
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São Paulo largou na frente, criando em 1926 o primeiro órgão rodoviário brasileiro, o DER - Departamento
de Estradas de Rodagem, que atualmente administra o sistema rodoviário do Estado de São Paulo.
Em destaque a técnica de troncos de árvore utilizada para abertura de estradas em 1934 (figura 4).
Posteriormente o governo federal criou a Comissão de Estradas de Rodagem Federais, que foi o precursor
Resultado da política rodoviária implementada no Brasil, foram 423 km de rodovias pavimentadas na década
Por força do Decreto-Lei nº 8.463 de 1945, considerada a Lei Áurea do rodoviarismo brasileiro, o DNER
recebeu autonomia técnica e financeira, passando a implementar mais rodovias no Brasil. Ao final dos anos
60 o que se via era todas as capitais interligadas por estradas federais, exceção feita a Manaus e Belém.
Com a extinção do Fundo Nacional Rodoviário, os recursos de investimentos no setor rodoviário começaram
a diminuir, iniciando-se práticas de novas alternativas, como por exemplo o Programa de Concessão de
história, sendo interrompido pela crise financeira e a falta de investimentos públicos, tornando os serviços
aquém do planejamento necessário, mas que se espera uma retomada para a médio e longo prazo voltar a
retomada.
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ABDER – Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas de Rodagem. Gestão das faixas
Órgãos de controle
A primeira lei a conceder auxílio federal para construção de estradas foi aprovada em 1905. Mas só a
partir de 1920 foi que um órgão público, a Inspetoria Federal de Obras contra as Secas, passou a cuidar
da implementação de rodovias. Ainda assim, apenas no Nordeste, e sem ter uma finalidade especificamente
rodoviária. São Paulo saiu na frente, criando em 1926, a Diretoria de Estradas de Rodagem, que resultaria,
em 1934, no Departamento de Estradas de Rodagem: o primeiro órgão rodoviário brasileiro com autonomia
técnica e administrativa.
Um ano depois de São Paulo criar a sua Inspetoria, em 1927, o governo federal fundou a Comissão de
Estradas de Rodagem Federais, uma espécie de ancestral do DNER. Com um “fundo especial” de
financiamento, obtido a partir de sobretaxas nos impostos sobre gasolina, veículos e acessórios, a Comissão
chegou a construir importantes obras para a época, como a Rio-Petrópolis e a parte fluminense da primeira
Em 1931, foi extinta a Comissão e, em 1932, o Fundo Especial passa a ser incorporado ao Orçamento da
União. Em 1933, um grupo de trabalho passa a elaborar o Projeto de Lei que criaria o Departamento
Nacional de Estradas de Rodagem. Criaria porque, quando realmente foi fundado, em 1937, o DNER não
possuía as características preconizadas pelo grupo de trabalho: não era uma autarquia, não possuía
recursos próprios e suas atividades eram desvinculadas dos sistemas rodoviários estadual e municipal.
Como resultado da política rodoviária adotada até então, o Brasil chegava aos meados da década de 40
Em 27 de dezembro de 1945, o então ministro da Viação e Obras Públicas, Maurício Joppert da Silva,
levava à sanção do presidente José Linhares o Decreto-Lei no 8.463, que conferia autonomia técnica e
financeira ao DNER. Era a Lei Joppert, a Lei Áurea do rodoviarismo brasileiro, que criava também o Fundo
Rodoviário Nacional.
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O país começa então a ver explodir o rodoviarismo nas 18 décadas seguintes e, ao final dos anos 60, com
exceção de Manaus e Belém, todas as capitais estavam interligadas por estradas federais.
Na década de 70, o DNER continuou com as grandes obras rodoviárias, para garantir a unidade e soberania
Assim, nasceram a Transamazônica, a Belém-Brasília, a construção da ponte Presidente Costa e Silva (Rio-
Niterói), entre tantas outras obras, chegando em 1980 com 47 mil km de rodovias federais pavimentadas.
Nos anos 80, a atuação do DNER continuaria marcante, com a pavimentação da ligação entre Porto Velho
e Rio Branco, mas com a extinção do Fundo Nacional Rodoviário no final da década, em 1988, caíram os
incentivos no setor, chegando em 1998 com metade dos valores de investimentos no setor rodoviário.
Com a escassez de recursos, novas alternativas foram colocadas em prática na década de 90, como
Com a constante evolução dos povos, conquistas, comercialização de produtos, troca de experiências
culturais e religiosas, a urbanização do espaço, seu desenvolvimento, e o desejo de expandir sua área ou
O que se sabe é que na antiguidade, os veículos com rodas de madeira necessitavam de superfícies
revestidas, daí o surgimento do pavimento, para tornar o transporte mais rápido e fácil.
A História do Brasil colonial conta com a implantação da primeira estrada construída, ligando Minas Gerais
e o Rio de Janeiro.
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A expedição que seria o passo inicial para povoamento do território mineiro se iniciou, em 1674 com Fernão
Dias, com um caminho provisório para os bandeirantes, o que seria o “embrião” da União Indústria.
Passados sete anos, e com a finalidade de diminuir o tempo de viagem entre Minas Gerais de Cataguás e
Rio de Janeiro (levava cerca de 100 dias para o percurso), o governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá
Menezes, incumbiu Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias, da construção de um caminho permanente.
Por problemas de saúde de Fernão Dias, o objetivo foi alcançado somente em 1709, diminuindo o tempo de
Em 1725, Bernardo Soares Proença traçou uma variante, encurtando a jornada em 4 dias, facilitando ainda
mais o eixo Rio/Minas, permitindo maior rapidez no trânsito das riquezas extraídas na província mineira.
Problemas surgiram no deslocamento das pessoas pela jornada Rio-Minas, entre eles os assaltantes que
roubavam seus pertences, entrando em cena Tiradentes (Joaquim da Silva Xavier), por meio do
O traçado e a manutenção se tornavam obstáculos a serem superados, sendo no Século XIX melhorada e
ampliada a rota com a criação da Estrada Nova do Paraibuna, futura União Indústria. A construção desta
nova estrada veio a ser a maior obra de engenharia na América Latina daquele tempo.
Iniciada em 1856, houve um esforço notável de operários e engenheiros, haja vista ter que vencer diversos
cursos d’água.
A primeira estrada macadamizada do continente pôde ser concluída a 23 de julho de 1861, nascendo a
rodovia União Indústria, com 144 km de extensão, sendo 96 km no estado do Rio de Janeiro e 48 km em
Minas Gerais.
Em 1867, com a chegada da estrada de ferro, começa o início da decadência da União Indústria.
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Aprofundando o conhecimento!
Memória do DER/SP
Link:
http://www.der.sp.gov.br/WebSite/Institucional/MemoriaTransporte.aspx
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABDER – Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas de Rodagem. Gestão das faixas
de domínio rodoviárias estaduais e do DF. Brasília: ABDER, 2019.
FOTOGRAFIA DE REVERT HENRY KLUMB. Prefeitura de Juiz de Fora. Fundação Museu Mariano Procópio.
União e Indústria: Uma Estrada para o futuro. Palácio do Congresso Nacional – Câmara dos Deputados.
DF: 2016.
ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: quadro natural e humano. Coleção Objetivo. São
Paulo: CERED, 2019.
ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: quadro natural e humano. Coleção Objetivo. São
Paulo: CERED, 2019.
FILHO, J. C. S.; BALTAZAR, A. P.; PERONTI, R.; LAGES, W. Princípios Teóricos da Estereoscopia.
Disponível em
http://www.arq.ufmg.br/eva/aivits/Princ%EDpios%20Te%F3ricos%20da%20Estereoscopia.pdf. Acesso
em 11/07/2017 as 20:55 hrs.
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