1. O documento estabelece diretrizes gerais para o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) com base na Constituição, legislação e planos estaduais de segurança pública.
2. As diretrizes abordam os princípios de atuação da PMMG como a primazia dos direitos humanos, legalidade, legitimidade, ênfase na prevenção, patrulhamento comunitário, planejamento e atuação integrada no sistema de segurança pública.
3.
1. O documento estabelece diretrizes gerais para o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) com base na Constituição, legislação e planos estaduais de segurança pública.
2. As diretrizes abordam os princípios de atuação da PMMG como a primazia dos direitos humanos, legalidade, legitimidade, ênfase na prevenção, patrulhamento comunitário, planejamento e atuação integrada no sistema de segurança pública.
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1. O documento estabelece diretrizes gerais para o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) com base na Constituição, legislação e planos estaduais de segurança pública.
2. As diretrizes abordam os princípios de atuação da PMMG como a primazia dos direitos humanos, legalidade, legitimidade, ênfase na prevenção, patrulhamento comunitário, planejamento e atuação integrada no sistema de segurança pública.
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1. O documento estabelece diretrizes gerais para o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) com base na Constituição, legislação e planos estaduais de segurança pública.
2. As diretrizes abordam os princípios de atuação da PMMG como a primazia dos direitos humanos, legalidade, legitimidade, ênfase na prevenção, patrulhamento comunitário, planejamento e atuação integrada no sistema de segurança pública.
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COMANDO-GERAL
DIRETRIZ PARA PRODUO DE SERVIOS DE
SEGURANA PBLICA N 3.01.01/2010
DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG (DGEOp)
Setembro/2010
REGULA O EMPREGO OPERACIONAL DA POLCIA MILITAR DE MINAS GERAIS 2 GOVERNADOR DO ESTADO ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA
SECRETRIO DO ESTADO DE DEFESA SOCIAL MOACYR LOBATO DE CAMPOS FILHO
COMANDANTE-GERAL DA PMMG CEL PM RENATO VIEIRA DE SOUZA
CHEFE DO ESTADO-MAIOR CEL PM MRCIO MARTINS SANT'ANA
SUPERVISO TCNICA Ten Cel PM ARMANDO LEONARDO L.A.F. DA SILVA Chefe da Seo de Emprego Operacional da PMMG
EQUIPE DE TRABALHO Cel PM Robson Alves Campos Ferreira Cel PM Jader Mendes Loureno Cel PM QOR Srgio Ricardo Bueno Ten Cel PM Armando Leonardo L. A. F. Silva Ten Cel PM Marco Antnio de Souza Rodrigues Ten Cel PM Sebastio Olmpio Emdio Filho Ten Cel PM Luis Rogrio de Assis Ten Cel PM Mrcio Antnio de Miranda Ten Cel PM Roberto Lemos Ten Cel PM QOR Antnio Rosa Nazareth Neto Ten Cel QOR Luiz Carlos Martins Maj PM Gilson Gonalves dos Santos Cap PM Arley Gomes de Lagos Ferreira Cap PM Valtanir Dias Vieira
EQUIPE REVISORA Maj PM Leonardo Filgueiras de Paula Maj PM Gilmar Soares Maj PM Silvano Pereira da Silva Maj PM Hlio Hiroshi Hamada Cap PM Edivaldo Onofre Salazar Cap PM Gedir Chistian Rocha Cap PM Simone Beatriz Santos Hoehne Cap PM Roberto Turbino Campolina Cap PM Marco Antnio Chein Elias
REVISO DOUTRINRIA Cap PM Edivaldo Onofre Salazar Cap PM Marcos Afonso Pereira 2 Sgt PM Luiz Henrique de Moraes Firmino 3 Sgt PM Elma Maria da Silva
3 Direitos exclusivos da Polcia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG). Reproduo condicionada autorizao expressa do Comandante-Geral da PMMG. Circulao restrita.
MINAS GERAIS. Polcia Militar. Comando-Geral. Diretriz Geral M663d para Emprego Operacional da Polcia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte: Comando-Geral, 3 a Seo do Estado-Maior da PMMG, 2010. 108p.
1. Emprego Operacional. 2. Gesto das Operaes. 3. Atuao Policial. 4. Estrutura Organizacional. I. Ttulo. CDD 352.2 CDU 351.751
ADMINISTRAO Estado-Maior da Polcia Militar Quartel do Comando-Geral da PMMG Endereo: Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifcio Minas, 6 andar Rodovia Prefeito Amrico Gianetti, SN - Serra Verde Belo Horizonte MG - Brasil CEP 31630-901
SUPORTE METODOLGICO E TCNICO Seo de Planejamento do Emprego Operacional (EMPM/3) Quartel do Comando-Geral da PMMG Endereo: Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifcio Minas, 6 andar Rodovia Prefeito Amrico Gianetti, SN - Serra Verde Belo Horizonte MG - Brasil CEP 31630-901 E-mail: [email protected] 4 DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG
Elaborada a partir:
Do princpio normativo da Constituio Federal contido no Art 144: Segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos [...];
Do princpio constitucional da eficincia na Administrao Pblica, contido no Art. 37, caput, da Constituio Federal;
Do Plano Estadual de Segurana Pblica de Minas Gerais;
Dos eixos essenciais da segurana pblica brasileira, definidos pela Secretaria Nacional de Segurana Pblica (SENASP/MJ) em especial o desenvolvimento de aes preventivas planejadas e focalizadas.
5 SUMRIO
CAPTULO I - INTRODUO .......................................................................................................................................... 11 1.1 CONTEXTO / SITUAO ............................................................................................................................................. 11 1.2 FINALIDADE .............................................................................................................................................................. 12 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................................................................ 12 CAPTULO II - ATUAO DA PMMG NA SEGURANA PBLICA ....................................................................... 13 2.1 EMBASAMENTO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................ 13 2.1.1 Constituio da Repblica .............................................................................................................................. 13 2.1.2 Constituio do Estado de Minas Gerais ........................................................................................................ 13 2.2 DECRETO-LEI N 667/69 E A COMPETNCIA DAS POLCIAS MILITARES ..................................................................... 14 2.3 O SISTEMA DE DEFESA SOCIAL EM MINAS GERAIS ................................................................................................... 15 2.4 SISTEMA NICO DE SEGURANA PBLICA (SUSP) ................................................................................................... 16 2.5 MISSO INSTITUCIONAL DA PMMG ......................................................................................................................... 16 2.5.1 Modelo gerencial da administrao pblica .................................................................................................. 16 2.5.2 Misso ............................................................................................................................................................. 17 2.5.3 Viso ............................................................................................................................................................... 17 2.5.4 Valores ............................................................................................................................................................ 18 2.5.5 Objetivos estratgicos ..................................................................................................................................... 20 CAPTULO III PRESSUPOSTOS E ORIENTAES PROCEDIMENTAIS BSICOS PARA EMPREGO DA POLCIA MILITAR ............................................................................................................................................................ 21 3.1 PRIMAZIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DA DIGNIDADE DA PESSOA ................................................................... 21 3.2 SENSO DE LEGALIDADE E LEGITIMIDADE .................................................................................................................. 21 3.3 MOBILIZAO E PARTICIPAO SOCIAL ................................................................................................................... 24 3.4 MANDATO POLICIAL ................................................................................................................................................. 25 3.5 NFASE NA AO PREVENTIVA ................................................................................................................................ 26 3.6 PATRULHAMENTO DIRIGIDO ..................................................................................................................................... 27 3.7 POLCIA COMUNITRIA ............................................................................................................................................. 27 3.8 COMPROMISSO COM OS RESULTADOS ....................................................................................................................... 28 3.9 AUTORIDADE POLICIAL MILITAR .............................................................................................................................. 28 3.10 RESPONSABILIDADE TERRITORIAL E MISSO INSTITUCIONAL.............................................................................. 29 3.11 PLANEJAMENTO DAS INTERVENES POLICIAIS ................................................................................................... 29 3.12 PLANEJAMENTO ESTRATGICO............................................................................................................................. 30 3.13 ATUAO INTEGRADA NO SISTEMA DE DEFESA SOCIAL ...................................................................................... 32 3.13.1 Colegiado de Integrao de Defesa Social ................................................................................................ 33 3.13.2 reas Integradas de Segurana Pblica (AISP) ........................................................................................ 33 3.13.3 IGESP Integrao da Gesto da Segurana Pblica .............................................................................. 34 3.13.4 Diretriz Integrada de Aes e Operaes (DIAO) ..................................................................................... 35 3.13.5 Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS) e o Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIAD) .. 35 3.13.6 Centro Integrado de Informaes de Defesa Social (CINDS) .................................................................. 36 3.13.7 Disque Denncia Unificado (DDU) ........................................................................................................... 37 3.14 ATUAO PAUTADA NAS DIFERENTES REALIDADES ............................................................................................ 38 3.15 CAPACIDADE TCNICA ......................................................................................................................................... 38 3.16 RACIONALIZAO DO EMPREGO .......................................................................................................................... 39 3.17 QUALIDADE DOS SERVIOS PRESTADOS ............................................................................................................... 40 3.18 COORDENAO E CONTROLE ............................................................................................................................... 41 3.18.1 Conceitos bsicos ....................................................................................................................................... 41 3.18.2 Variveis das atividades de Coordenao e Controle ............................................................................... 42 3.18.3 Tipos de coordenao ................................................................................................................................ 42 3.18.4 Coordenao de policiamento ................................................................................................................... 43 3.18.5 Coordenao da atividade de inteligncia ................................................................................................. 43 3.18.6 Atividades de coordenao e controle ....................................................................................................... 43 3.19 GESTO OPERACIONAL ORIENTADA POR RESULTADOS ....................................................................................... 45 3.20 ANLISE CRIMINAL .............................................................................................................................................. 46 3.20.1 Finalidades................................................................................................................................................. 46 3.20.2 A comunidade de estatstica e geoprocessamento ...................................................................................... 47 3.20.3 Geoprocessamento ..................................................................................................................................... 47 3.21 PREVENO ATIVA .............................................................................................................................................. 48 3.22 A PARTICIPAO DA INTELIGNCIA DE SEGURANA PBLICA NA PREVENO E REPRESSO QUALIFICADA ...... 49 6 3.23 AVALIAO DO DESEMPENHO OPERACIONAL ...................................................................................................... 50 3.23.1 Acordo de Resultados ................................................................................................................................. 50 3.23.2 Monitoramento de Metas ........................................................................................................................... 51 3.23.3 Indicadores de avaliao ........................................................................................................................... 51 3.23.4 ndices de segurana pblica ..................................................................................................................... 51 3.23.5 Reunies peridicas de avaliao .............................................................................................................. 52 3.24 RAPIDEZ NO ATENDIMENTO ................................................................................................................................. 53 3.25 RELACIONAMENTO EM NVEL MUNICIPAL/LOCAL ............................................................................................... 53 3.26 AO DE COMANDO E GESTO OPERACIONAL .................................................................................................... 54 3.27 POLICIAMENTO VELADO ...................................................................................................................................... 55 3.28 EMPREGO DE POLICIAL FEMININA ........................................................................................................................ 55 CAPTULO IV - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................... 56 4.1 ESTRUTURA ............................................................................................................................................................... 56 4.2 PROCESSO DECISRIO ............................................................................................................................................... 57 4.2.1 Tipos de decises ............................................................................................................................................ 57 4.2.2 Cadeia de comando e as autoridades organizacionais ................................................................................... 57 4.3 O SISTEMA OPERACIONAL DA PMMG ...................................................................................................................... 58 4.4 ARTICULAO OPERACIONAL ................................................................................................................................... 59 4.4.1 Critrios e procedimentos para alteraes na articulao operacional ........................................................ 59 4.4.2 Modelo territorial ........................................................................................................................................... 60 4.4.3 Modelo supra-territorial (recobrimento) ........................................................................................................ 63 4.5 VARIVEIS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO ............................................................................................................... 65 4.5.1 Quanto ao tipo ................................................................................................................................................ 65 4.5.2 Quanto modalidade ...................................................................................................................................... 66 4.5.3 Quanto circunstncia de emprego ............................................................................................................... 66 4.6 ESFOROS OPERACIONAIS - MALHA PROTETORA ..................................................................................................... 66 4.7 ATIVIDADES POLICIAIS ESPECIALIZADAS .................................................................................................................. 67 4.7.1 Meio Ambiente ................................................................................................................................................ 67 4.7.2 Trnsito ........................................................................................................................................................... 67 CAPTULO V - EMPREGO OPERACIONAL ................................................................................................................. 69 5.1 MISSO ESPECFICA DAS UNIDADES E FRAES ....................................................................................................... 69 5.1.1 Misso ............................................................................................................................................................. 69 5.1.2 Jornadas operacionais .................................................................................................................................... 69 5.2 REGIES DE POLCIA MILITAR (RPM) ...................................................................................................................... 69 5.3 COMANDO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO - CPE (RECOBRIMENTO) ................................................................. 70 5.4 UNIDADES DE EXECUO OPERACIONAL (UEOP) .................................................................................................... 71 5.5 FORAS DE REAO DO COMANDO-GERAL .............................................................................................................. 71 5.6 FORA-TAREFA ......................................................................................................................................................... 74 CAPTULO VI SERVIOS DE SEGURANA PBLICA .......................................................................................... 76 6.1 OS SERVIOS DE SEGURANA PBLICA .................................................................................................................... 76 6.2 O PORTIFLIO DE SERVIOS ................................................................................................................................. 76 6.2.1 A metodologia de institucionalizao do servio ............................................................................................ 76 6.2.2 O Portiflio de Servios Integrado ................................................................................................................. 77 6.3 MODELOS DE SERVIOS EXECUTADOS PELA PMMG ................................................................................................ 77 6.3.1 Base Comunitria (BC)................................................................................................................................... 77 6.3.2 Cinturo de Segurana do Estado .................................................................................................................. 78 6.3.3 Divisa Integrada ............................................................................................................................................. 78 6.3.4 Grupo Especial para Atendimento Criana e ao Adolescente de Rua (GEACAR) ...................................... 79 6.3.5 Grupo Especial para Policiamento de reas de Risco (GEPAR) ................................................................... 80 6.3.6 Grupo Especializado em Preveno Motorizada Ostensiva Rpida (GEPMOR) .......................................... 81 6.3.7 Patrulha de Atendimento Comunitrio (PAC) ................................................................................................ 82 6.3.8 Patrulha de Operaes (POp) ........................................................................................................................ 83 6.3.9 Patrulha de Preveno Violncia Domstica .............................................................................................. 83 6.3.10 Patrulha de Preveno s Drogas ............................................................................................................. 84 6.3.11 Patrulha de Preveno Ativa (PPA) .......................................................................................................... 84 6.3.12 Policiamento em Zona Rural (Patrulha Rural) .......................................................................................... 86 6.3.13 Policiamento Escolar ................................................................................................................................. 87 6.3.14 Programa Educacional de Resistncia s Drogas ..................................................................................... 88 6.3.15 Programa Jovens Construindo Cidadania (JCC) ...................................................................................... 89 6.3.16 Transitolndia ............................................................................................................................................ 89 6.3.17 Segurana Preventiva Orientada ao Turismo ............................................................................................ 91 7 CAPTULO VII - RECOMENDAES FINAIS ............................................................................................................. 93 ANEXO A (GLOSSRIO - CONCEITOS) DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG ................................................................................................................................................................................... 94 ANEXO B (ESCOPO TERICO DA ATIVIDADE POLICIAL) DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG .............................................................................................................................................. 99 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................................................................. 106 8 LISTA DE SIGLAS
ACISP - reas de Coordenao Integrada de Segurana Pblica AISP - reas Integradas de Segurana Pblica APM - Academia de Polcia Militar AT-SIDS - Assessoria Tcnica do Sistema Integrado de Defesa Social AVL - Automatic Vehicle Location (Localizao Automtica de Veculos) BC - Base Comunitria BPE - Batalho de Polcia de Eventos BPM - Batalho de Polcia Militar BPM Rv - Batalho de Polcia Militar Rodoviria BPTran - Batalho de Polcia de Trnsito BTL - Batalho CE - Constituio do Estado CEPOLC - Central de Operaes da Polcia Civil Cia MEsp - Companhia de Misses Especiais Cia PM - Companhia de Polcia Militar Cia PM Ind - Companhia de Polcia Militar Independente Cia PM Ind MAT - Companhia de Polcia Militar de Meio Ambiente e Trnsito Cia PM MAmb - Companhia de Polcia Militar de Meio Ambiente CIAD - Centro Integrado de Atendimento e Despacho CICOp - Centro Integrado de Comunicaes Operacionais CG - Comando-Geral da Polcia Militar CINDS - Centro Integrado de Informaes de Defesa Social Cmt - Comandante COBOM - Centro de Operaes de Bombeiros Militar COMAF - Comando de Operaes em Mananciais e reas de Florestas CONAD - Conselho Nacional de Antidrogas CONSEP - Conselhos Comunitrios de Segurana Pblica CPCia - Coordenador de Policiamento da Companhia CPE - Comando de Policiamento Especializado CPM - Corregedoria de Polcia Militar CPU - Coordenador de Policiamento da Unidade CTB - Cdigo de Trnsito Brasileiro CTPM - Colgio Tiradentes da Polcia Militar CTS - Centro de Tecnologia em Sistemas DAOp - Diretoria de Apoio Operacional DD/QOD - Detalhamento e Desdobramento do Quadro de Organizao e Distribuio 9 DDU - Disque Denncia Unificado DGEOp - Diretriz Geral para Emprego Operacional DIAO - Diretriz Integrada de Aes e Operaes do Sistema de Defesa Social DInt - Diretoria de Inteligncia DPSSP - Diretriz para a Produo de Servios de Segurana Pblica DTS - Diretoria de Tecnologia e Sistemas EMPM - Estado-Maior da Polcia Militar FIPE - Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas GATE - Grupamento de Aes Tticas Especiais GEACAR - Grupo Especializado no atendimento Criana e ao Adolescente de Rua GEPAR - Grupo Especializado em Policiamento de reas de Risco GEPTur - Grupos Especializados em Policiamento Turstico GPM - Grupo de Polcia Militar GPMont - Grupo de Policiamento Montado GPS - Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) Gu PM - Guarnio Policial-Militar IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IEF - Instituto Estadual de Florestas IGESP - Integrao da Gesto de Segurana Pblica ISP - Inteligncia de Segurana Pblica JCC - Jovens Construindo a Cidadania LOA - Lei Oramentria Anual OPM - Organizao Policial-Militar PB - Ponto Base Pel PM - Peloto de Polcia Militar PGd - Policiamento de Guardas PLEMOp - Plano de Emprego Operacional PMAmb - Policiamento de Meio Ambiente PMDI - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado PMMG - Polcia Militar de Minas Gerais PMont - Policiamento Montado POC - Policiamento Ostensivo com Ces POG - Policiamento Ostensivo Geral PPAG - Plano Plurianual de Ao Governamental PRF - Polcia Rodoviria Federal PROERD - Programa Educacional de Resistncia as Drogas PRv - Policiamento Rodovirio PTran - Policiamento de Trnsito 10 RCAT - Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes REDS - Registro de Eventos de Defesa Social RISP - Regio Integrada de Segurana Pblica RMBH - Regio Metropolitana de Belo Horizonte ROTAM - Rondas Tticas Metropolitana ou Municipais RpAer - Radiopatrulhamento Areo RPM - Regio de Polcia Militar RPMont - Regimento de Polcia Montada SCO - Sistema de Comando em Operaes SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais SENASP/MJ - Secretaria Nacional de Segurana Pblica / Ministrio da Justia SETUR - Secretaria de Estado de Turismo SIDS - Sistema Integrado de Defesa Social SIPOM - Sistema de Inteligncia da Polcia Militar SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente SISNAD - Sistema Nacional Antidrogas SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente SNT - Sistema Nacional de Trnsito SPOT - Segurana Preventiva Orientado ao Turismo SUAPI - Subsecretaria de Administrao Prisional SUASE - Subsecretaria de Atendimento s Medidas Scio-educativas SUSP - Sistema nico de Segurana Pblica TGC - Time de Gerenciamento de Crises TM - Ttico Mvel UDI - Unidade de Direo Intermediria UEAp - Unidade de Execuo de Apoio UEOp - Unidade de Execuo Operacional URL - Universal Resource Locator (Localizador Uniforme de Recursos) ZQC - Zona Quente de Criminalidade 11 DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG
Regula o Emprego Operacional da Polcia Militar de Minas Gerais.
Captulo I - INTRODUO 1.1 Contexto / Situao O processo de redemocratizao do Brasil a partir dos anos 80 exigiu e provocou nas instituies pblicas, em particular nas organizaes policiais, intensas transformaes, pautadas principalmente pela redefinio da misso que devem desempenhar, diante de um Estado Democrtico de Direito, inserto na Constituio Cidad de 1988. A partir da dcada de 1990, e em decorrncia das transformaes sociais, as corporaes policiais iniciaram o gradual e paulatino processo de rompimento com o modelo histrico at ento estruturado, passando a se adequar nova realidade social, s modernas prticas democrticas e ao exerccio pleno da cidadania. Iniciou-se uma etapa de transio, buscando a conformao de uma polcia de controle para polcia cidad. Por fora da sedimentao do Estado Democrtico de Direito na sociedade contempornea, verifica-se uma nova perspectiva conceitual de ao positiva dos entes estatais, destinada afirmao de direitos, integral proteo social e defesa da cidadania, bem como discusso e reordenamento das condies gerais observveis causadoras da desordem social e da violncia. Em Minas Gerais, as mais significativas aes governamentais verificadas para a temtica da segurana pblica ocorreram a partir do ano de 2003, visando consecuo e exequibilidade da noo de Defesa Social, conforme previsto no Art. 133 da Constituio Estadual. Tais aes, em seu conjunto, constituram-se em um marco na segurana pblica, objetivando afirmar-se um modelo mais adequado para a preveno da violncia e criminalidade. Nesta perspectiva contempornea, a concepo policial de matiz reducionista, corporativista e de competio institucional foi ultrapassada. A nova concepo calcada no pensamento sistmico, na sinergia entre os rgos pblicos, que passam a gerir de forma articulada as suas respectivas competncias. Trata-se de um arranjo institucional complexo, que implica na redefinio de processos produtivos e introduo de modernas ferramentas de gesto. luz desta nova realidade, apresentada a nova Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMMG, que ter fora normativa, genrica e principiolgica em relao s demais normas e diretrizes da Corporao. Pretende-se, com tal documento, comungar e condensar orientaes estratgicas, com o objetivo de proporcionar uma maior sustentao e modernizao das prticas operacionais enfocando a garantia da dignidade da pessoa humana, a promoo dos direitos e liberdades fundamentais e a preveno criminal. A Diretriz est estruturada em sete captulos. O captulo II especifica os fundamentos jurdicos da atuao policial e os sistemas de segurana pblica em Minas Gerais e no Brasil. O captulo III traz o referencial terico para os pressupostos da 12 atuao policial. O captulo IV aborda a estrutura organizacional da PMMG e os esforos operacionais a serem desenvolvidos. O captulo V detalha as formas de emprego operacional. O Captulo VI apresenta o portflio de servios a serem oferecidos pela Instituio. J no captulo VII, esto elencadas as recomendaes finais para a implementao das normas em tela. 1.2 Finalidade Estabelecer as diretrizes bsicas do Comando-Geral para o planejamento, execuo, coordenao, controle e otimizao das atividades operacionais de polcia ostensiva legalmente atribudas PMMG. 1.3 Objetivos a) adequar o comportamento operacional da PMMG s disposies constitucionais e legais vigentes, notadamente para a sedimentao e promoo do conceito de segurana cidad e democrtica, com clara valorizao dos direitos e liberdades fundamentais dos cidados; b) estabelecer orientaes administrativas com finalidade de alinhar os planejamentos e a estrutura operacional da PMMG nos esforos de integrao do Sistema de Defesa Social; c) aumentar a produtividade e a qualidade do servio operacional, gerando reflexos positivos para melhoria na sensao de segurana por parte da populao; d) estabelecer orientaes visando participao da comunidade nos esforos de segurana e proteo social; e) definir os parmetros operacionais para os diversos Comandos e Unidades da PMMG, assegurando uma ao combinada de todas as foras disponveis; f) normatizar as atividades das unidades e fraes operacionais, eliminando possveis conflitos de competncia interna, promovendo a articulao e integrao sistmica entre os diversos tipos e modalidades de policiamento ostensivo; g) estabelecer orientaes gerais para facilitar a integrao e cooperao entre as Unidades Operacionais da PMMG com rgos, entidades e autoridades, vinculadas, ou no, ao Sistema de Defesa Social. h) definir aes conjuntas com outros rgos do sistema de defesa social, objetivando estabelecer vnculos comunitrios, que garantam espao e o empoderamento da comunidade no planejamento operacional da PMMG. i) dimensionar e sedimentar a misso institucional da PMMG, conforme os dispositivos constitucionais vigentes; j) estabelecer parmetros para o planejamento e execuo das atividades de polcia ostensiva, por intermdio do servio pblico orientada por resultados; k) definir estratgias de emprego operacional na PMMG, pautadas na preveno e represso qualificada. 13 Captulo II - ATUAO DA PMMG NA SEGURANA PBLICA 2.1 Embasamento Constitucional 2.1.1 Constituio da Repblica Art. 144 - A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos: I - ... V- polcias militares e corpos de bombeiros militares. 1 - ... 5 - s polcias militares cabem a polcia ostensiva e a preservao da ordem pblica; aos corpos de bombeiros militares, alm (...) grifou-se A competncia reservada pelo texto constitucional s polcias militares o exerccio da polcia ostensiva e a preservao da ordem pblica. Importante observar que citado o termo polcia ostensiva em vez de policiamento ostensivo, ampliando desta forma o conceito, elevando-o alm do procedimento. Assegura-se que policiamento apenas uma fase da atividade de polcia. O policiamento corresponde apenas atividade de fiscalizao; por esse motivo, a expresso utilizada, polcia ostensiva, expande a atuao de polcia militar integridade do exerccio do poder de polcia. O adjetivo ostensivo refere-se ao de presena, caracterstica do policial fardado, que por intermdio da estrutura e esttica militar, com uso de uniformes, equipamentos e distintivos prprios, representa e evoca a fora da corporao policial. Quanto misso constitucional, em uma perspectiva contempornea, verifica-se que o novo Estado Democrtico de Direito, concebido pela Constituio da Repblica (CR/88), redimensiona a ordem social, apresentando a ampliao da misso constitucional reservada s instituies policiais para alm do policiamento ostensivo, direcionando seu foco de ateno ao bem estar das pessoas, garantia dos direitos fundamentais, ao livre exerccio da cidadania, enfim, valorizao da segurana cidad e humana. 2.1.2 Constituio do Estado de Minas Gerais A Constituio do Estado de Minas Gerais (CE/MG), ao tratar da defesa da sociedade, observou os limites estabelecidos pela Constituio Federal, mas definiu a amplitude da competncia da PMMG, conforme observa-se: Art. 142 - A Polcia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, foras pblicas estaduais, so rgos permanentes, organizados com base na hierarquia e na disciplina militares e comandados, preferencialmente, por oficial da ativa, do ltimo posto, competindo: I - Polcia Militar, a polcia ostensiva de preveno criminal, de segurana, de trnsito urbano e rodovirio, de florestas e de mananciais e as atividades relacionadas com a preservao e a restaurao da ordem pblica, alm da garantia do exerccio do poder de polcia dos rgos e entidades pblicos, especialmente das reas fazendria, sanitria, de proteo ambiental, de uso e ocupao do solo e de patrimnio cultural; Enumera-se algumas consideraes relevantes para o entendimento do que seja segurana pblica: 14 a) tem o sentido de proteo, garantia e estabilidade; b) exige organizao, por intermdio de estrutura prpria, com repartio de funes e responsabilidades; c) no h legitimidade de uma poltica de segurana dissociada de outras polticas pblicas abrangentes; d) no um privilgio de classe. regida pelo carter geral, universal, de proteo; e) no uma ao de combate, guerra, defesa nacional, mas sim, um servio pblico sistemtico e da mais alta relevncia, a ser desenvolvido dentro dos limites legais e em parceria com toda a sociedade. A Polcia Militar a fora pblica estadual, organizada com base na hierarquia e disciplina e, constitucionalmente, o rgo encarregado da garantia do exerccio do poder de polcia dos rgos e entidades pblicos, especialmente das reas fazendria, sanitria, de proteo ambiental, de uso e ocupao do solo e de patrimnio cultural. Esta sua condio mpar, no mbito estadual, requer um alto grau de treinamento e capacitao profissional de seus quadros, cuja mobilidade lhe permita ser acionada, de imediato, no mnimo intervalo de tempo possvel e no necessrio espao geogrfico a ser coberto. O emprego da Polcia Militar, em tais ocasies, deve revestir-se de cuidadoso planejamento, observando-se as orientaes e preceitos dos diversos documentos doutrinrios e de implementao especficos. 2.2 Decreto-Lei n 667/69 e a Competncia das Polcias Militares O Decreto-Lei 667, de 02 de julho de 1969, recepcionado pela Constituio Federal, menciona de forma inconteste a competncia das Polcias Militares. No Art. 3 afirma que as Polcias Militares so Institudas para a manuteno da ordem pblica e segurana interna nos Estados, nos Territrios e no Distrito Federal .... Outrossim, no mesmo Art. 3 consta a competncia das Polcias Militares: a) executar com exclusividade, ressalvas as misses peculiares das Foras Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manuteno da ordem pblica e o exerccio dos poderes constitudos; (Redao dada pelo Del n 2010, de 12.1.1983) b) atuar de maneira preventiva, como fora de dissuaso, em locais ou reas especficas, onde se presuma ser possvel a perturbao da ordem; (Redao dada pelo Del n 2010, de 12.1.1983) c) atuar de maneira repressiva, em caso de perturbao da ordem, precedendo o eventual emprego das Foras Armadas; (Redao dada pelo Del n 2010, de 12.1.1983) d) atender convocao, inclusive mobilizao, do Governo Federal em caso de guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave perturbao da ordem ou ameaa de sua irrupo, subordinando-se Fora Terrestre para emprego em suas atribuies especficas de polcia militar e como participante da Defesa Interna e da Defesa Territorial; (Redao dada pelo Del n 2010, de 12.1.1983) e) alm dos casos previstos na letra anterior, a Polcia Militar poder ser convocada, em seu conjunto, a fim de assegurar Corporao o nvel necessrio 15 de adestramento e disciplina ou ainda para garantir o cumprimento das disposies deste Decreto-lei, na forma que dispuser o regulamento especfico. (Includa pelo Del n 2010, de 12.1.1983) V-se, portanto, que a misso constitucionalmente prevista para a Polcia Militar, de executar com exclusividade o policiamento ostensivo, fardado, j era prevista em Lei. H questionamentos em torno de uma possvel derrogao do mecanismo que estabelece a exclusividade do policiamento ostensivo pela Polcia Militar. Entretanto, fato que a Lei estabelece dessa forma, e ainda vigora plenamente. O exerccio da atividade de polcia ostensiva por outros rgos, em qualquer nvel, Federal, Estadual ou Municipal, configura usurpao de funo legalmente delimitada. 2.3 O Sistema de Defesa Social em Minas Gerais A CE/MG inovou significativamente ao tratar da segurana do cidado e da sociedade, quando trouxe o conceito e organizao da defesa social, como nota-se no texto do art. 133: Art 133 - A defesa social, dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, organiza-se de forma sistmica visando a: I garantir a segurana pblica, mediante a manuteno da ordem pblica, com a finalidade de proteger o cidado, a sociedade e os bens pblicos e privados, coibindo os ilcitos penais e as infraes administrativas; II prestar a defesa civil, por meio de atividades de socorro e assistncia, em casos de calamidade pblica, sinistros e outros flagelos; III promover a integrao social, com a finalidade de prevenir a violncia e a criminalidade. (grifou-se) A anlise do texto do art. 133 da CE/MG aponta consideraes relevantes para a compreenso da sistemtica da defesa social em Minas Gerais: a) trata a defesa social como dever do estado, mas direito e responsabilidade de todos; b) determina a organizao de forma sistmica, ou seja, com a participao de todos os rgos e entidades relacionados matria, como partes de um sistema em que h necessidade de interao com o ambiente externo; c) alm de envolver a segurana pblica e a defesa civil, relaciona como um dos objetivos da defesa social a promoo da integrao social com finalidade de atuar para a preveno da violncia e criminalidade. Para a materializao deste conceito constitucional foi criada no incio do ano de 2003, a Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS), tendo por finalidade a gesto das polticas pblicas e a coordenao operacional do sistema. O Art 6 da Lei Delegada n 56/03, apresenta de forma inequvoca a integrao operacional dos rgos de defesa social, por intermdio do seguinte dispositivo: Art. 6 - A Polcia Militar, a Polcia Civil, o Corpo de Bombeiros Militar subordinam-se ao Governador de Estado, integrando, para fins operacionais, Secretaria de Estado de Defesa Social. A integrao das instituies de defesa social decorre da construo de bases paradigmticas do ponto de vista doutrinrio e tcnico-cientfico, formando uma plataforma de ao interinstitucional, capaz de racionalizar sistematicamente os esforos 16 operacionais da ao ostensiva e da ao investigativa, observadas as devidas competncias legais. 2.4 Sistema nico de Segurana Pblica (SUSP) o sistema criado para articular as aes federais, estaduais e municipais na rea da segurana pblica e da Justia Criminal. Essa articulao no fere a autonomia dos Estados, visto que o sistema nico, mas as instituies que fazem parte dele so diversas e autnomas, cada uma cumprindo suas responsabilidades. Tal estilo de participao na segurana pretende que as aes sejam pautadas por planejamento estratgico. O objetivo do SUSP prevenir, criar meios para que seja possvel analisar a realidade de cada episdio, planejar estratgias, identificar quais os mtodos e mecanismos a serem utilizados, baseando-se em 06 (seis) eixos: a) gesto unificada da informao; b) gesto do sistema de segurana; c) Formao e aperfeioamento de policiais; d) Valorizao das percias; e) Preveno; f) Ouvidorias independentes e corregedorias unificadas. 2.5 Misso Institucional da PMMG 2.5.1 Modelo gerencial da administrao pblica O modelo gerencial da administrao pblica requer modificao das antigas estruturas administrativas, por intermdio de modelos de avaliao de desempenho, novas formas de controlar o oramento e servios pblicos direcionados s demandas da sociedade. Ainda, exige um processo de modernizao, com aplicao de conceitos como busca contnua da qualidade, monitoramento e avaliao dos servios pblicos, tanto pela Organizao quanto pela sociedade. Em Minas Gerais, a partir do ano de 2003, efetivou-se a atual gesto governamental do Estado, com foco nos resultados, alinhada avaliao de desempenho institucional e individual, qualidade, inovao e transparncia na administrao pblica. Ainda, trouxe com o gerenciamento estratgico, grandes avanos no desenvolvimento de importantes arranjos institucionais, como o Acordo de Resultados e reunies de comits das reas de resultado e o gerenciamento por projetos. Percebe-se, ainda, que o Estado Mineiro fez da tecnologia de planejamento uma ferramenta de gesto que rompe com a lgica da improvisao. Este modelo veio a se consolidar com a publicao de planejamentos de longo prazo - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007-2023 (PMDI), de mdio prazo - Plano Plurianual de Ao Governamental (PPAG) e de curto prazo Lei Oramentria Anual (LOA). Na rea de resultado da Defesa Social, o Governo de Minas delineou projetos estruturadores, podendo citar como exemplo: Avaliao e Qualidade da atuao da Polcia Militar, Preveno Social da Criminalidade e a Gesto Integrada de Aes e Informaes do Sistema de Defesa Social, este ltimo instrumentalizado a partir da implantao de unidades prediais integradas - RISP, do Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIAD) e o Centro Integrado de Informaes de Defesa Social (CINDS), alm da metodologia de Integrao da Gesto de Segurana Pblica (IGESP). 17 Cabe polcia a proteo da vida e da dignidade humana, promover sensao de segurana, garantir o direito de ir e vir, direito a propriedade, resolver conflitos e assegurar os mais importantes processos e direitos - como eleies livres, liberdade de expresso e liberdade de associao - em cujas bases repousam uma sociedade livre, justa e fraterna. O vigor da democracia e a qualidade de vida desejada por seus cidados so dependentes da habilidade da polcia em cumprir suas obrigaes. Relativo Paz Social, o alcance da noo e da experincia de paz tem percorrido uma trajetria longa que passou de um entendimento minimalista de suspenso do conflito a uma representao muito mais exigente, feita no de absteno, mas de interao deliberada, que acentua o carter indissociavelmente multidimensional da experincia social da paz. Galtung (1999) classifica a paz em: negativa-ausncia de violncia direta, e positiva-estrutural e cultural (que busca a justia social). Para ele, na paz estrutural, seria substituda a represso pela liberdade; explorao pela equidade; imposio pelo dilogo, segmentao pela integrao; fragmentao pela solidariedade; marginalizao pela participao. A paz positiva substituiria a legitimao da violncia pela legitimao da paz. 2.5.2 Misso A misso a declarao da razo da existncia da organizao e fornece uma indicao sucinta e clara daquilo a que ela se prope. Cabe PMMG promover e assegurar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e os direitos fundamentais, contribuindo para a paz social e para tornar Minas o melhor Estado para se viver. Assim, a misso da Polcia Militar consiste em executar em todo o territrio do Estado de Minas Gerais a polcia ostensiva de preservao da ordem pblica e de preveno criminal, conforme os preceitos constitucionais, atuando de forma articulada com o Sistema de Defesa Social, visando assegurar o livre exerccio da cidadania, a garantia das liberdades e dos direitos fundamentais, promover a dignidade da pessoa humana, a proteo das pessoas e do patrimnio, a preservao do meio ambiente, contribuindo para a promoo da paz social. 2.5.3 Viso A viso define o que a organizao pretende ser no futuro, incorporando as suas ambies, seus objetivos e como quer ser vista pela sociedade. Ela propicia a criao de um clima de envolvimento e comprometimento dos colaboradores com o futuro da organizao, o planejamento volta-se para o sucesso no futuro e para os resultados no presente. A viso da PMMG est assim definida: Sermos excelentes na promoo das liberdades e dos direitos fundamentais, motivo de orgulho do povo mineiro. Excelncia: No um ato isolado, mas a arte conquistada pelo treinamento e hbito. Remete-nos ao esforo, ao esmero, at o nvel de internalizao natural. No um estado absoluto, segundo a Fundao Nacional de Qualidade, mas uma disposio intensa e abrangente de fazer bem, em esprito e em verdade, sendo um horizonte com busca e atitudes constantes. Direitos fundamentais: So os direitos mais primrios do homem, sendo referentes prpria pessoa, pelo fato de ser humano. Abarcam os direitos de cidadania, os direitos vida, integridade fsica e moral, direito privacidade, direitos distintivos da personalidade (direito informao); direitos cujo o objeto imediato a segurana (direitos subjetivos em geral, a um ambiente saudvel e sustentvel) e em matria penal (direito a presuno de inocncia), inviolabilidade do domiclio, propriedade em geral 18 (material, artstica, literria e cientfica) e muitos dos direitos de liberdade. Liberdade: Direito a liberdade de expresso, de locomoo, de pensamento, de reunio, de associao, de profisso, de ao, liberdade sindical, direito de greve. 2.5.4 Valores Os valores so virtudes desejveis ou caractersticas bsicas positivas que a instituio quer preservar, adquirir e/ou incentivar. Constituem uma fonte de inspirao no ambiente de trabalho. Os valores servem para dar significado direo buscada pelos integrantes da Corporao. Os valores definidos para a PMMG so: a) Respeito aos Direitos Fundamentais e Valorizao das Pessoas Estes so deveres que temos em relao a quem serve na PMMG e a quem servimos: o cidado e a sociedade. A PMMG esfora-se para dar aos seus servidores condies (estabilidade, benefcios, sade, recursos, formao, capacitao) para que expressem o seu potencial de inteligncia e as suas capacidades na garantia dos direitos fundamentais das pessoas. Tais valores so norteadores permanentes das aes com foco na preservao da vida e da dignidade, observncia aos direitos humanos e s liberdades, dentro dos ditames institudos na Constituio Federal. Na PMMG, os comportamentos devem ser marcados pelo pleno respeito dignidade humana. A Instituio no permite discriminao de qualquer natureza e busca uma gesto igualitria, e reconhece no mrito, na prestao de servio e nas potencialidades profissionais os critrios determinantes para as recompensas e para as promoes de carreira. b) tica e Transparncia Valores basilares que norteiam as prticas de conduta visando ao interesse da coletividade e promoo do bem comum. tica gerir os recursos com integridade e idoneidade. Respeito pelas pessoas, seus valores e sua individualidade. Respeito pelo ambiente em que vivemos. Avaliao das consequncias dos atos praticados. Agir com honestidade em todas as aes e relaes. Transparncia acompanhar e informar toda a sociedade sobre as aes executadas e os resultados obtidos pela PM, permitindo um amplo controle social. Esta prtica fortalece a credibilidade, a legitimidade institucional e a confiana na PMMG. A honra, o sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe impem, a cada um dos integrantes da Polcia Militar, conduta moral e profissional irrepreensveis, com a observncia dos preceitos e tica policial-militar. "tica policial-militar" o conjunto de valores morais e de princpios ideais que regem a conduta do militar. Esses valores e princpios, que fazem parte das normas e manuais de procedimentos, conduzem a Corporao a uma plenitude profissional, cujo produto final consiste em "Proteger e socorrer com qualidade e objetividade". A tica policial-militar pode ser considerada o exerccio da discrio. Por outro lado, moralmente, o exerccio da lealdade. Lealdade famlia, ao cidado, ao superior, ao subordinado. Enfim, lealdade Polcia Militar. 19 Cada militar deve exercer sua profisso estando bem ciente de que o prestgio e o valor de sua corporao esto intimamente vinculados sua preparao moral e profissional. Deve o profissional de segurana pblica se preocupar com o "SER" e no com o "TER". O militar de bem tem como dimenso de carter e personalidade a prpria reserva moral e no o contedo econmico. Busca um patrimnio gradual ao invs do enriquecimento rpido. Adere ao crescimento moral. As instituies so respeitadas a partir do compromisso moral e tico de seus dirigentes. A Polcia Militar zela pelos mais altos valores morais para ter o reconhecimento do povo mineiro. Seus atos tm a perenidade da transparncia absoluta, tornando pblicas suas atividades administrativas e operacionais. A Polcia Militar no acoberta nem coaduna com seus integrantes que abdicam de seus compromissos morais e profissionais e partem para destinos obscuros. Para estes maus exemplos so reservados a dureza da legislao penal militar e a severidade das normas disciplinares, sendo extirpados exemplarmente do convvio da caserna. A preservao da instituio se faz com esta postura. este o corporativismo cultuado. c) Excelncia e Representatividade Institucional Ser excelente no desempenho melhorar continuamente os processos, os resultados e a satisfao das necessidades das comunidades, inovando para superar expectativas. A atitude de excelncia trabalhar de forma gil, persistente, responsvel, entusiasmada e comprometida, garantindo que as aes da PMMG tenham o mximo de efetividade possvel, gerando maiores benefcios para a sociedade mineira. Os fundamentos da excelncia so aqueles adotados pela Fundao Nacional da Qualidade: pensamento sistmico, aprendizagem organizacional, constncia dos propsitos, orientao por processos e informaes, viso de futuro, gerao de valor, conhecimento sobre o cidado e a sociedade, desenvolvimento de parcerias e responsabilidade social. A representatividade institucional valor demonstrado pela capacidade de ser exemplo perante o pblico interno, a comunidade, a outros rgos e autoridades; externada por intermdio da internalizao e prtica dos Valores Institucionais. d) Disciplina e Inovao Disciplina o hbito interno que correlaciona o cumprimento das atribuies, regras e deveres. Inclui a disciplina ttica entendida por observncia de regramento de atitudes e aes num contexto determinado, observada a misso institucional. um valor intrnseco do ambiente policial militar, admirado e pretendido por muitas instituies. Inovar analisar permanentemente os ambientes interno e externo, buscando solues criativas nos processos e servios para melhorar o atendimento das demandas da sociedade. Contemporaneidade, quebra de paradigmas e criatividade so as palavras de ordem. e) Liderana e Participao Liderana para conduzir as pessoas de forma harmnica em torno dos objetivos institucionais na prtica da gesto compartilhada e da mobilizao comunitria para a construo da cultura de paz. Liderana para guiar a fora de trabalho no cumprimento da misso e para envolver a comunidade no alcance da viso. Participao significa, internamente, que cada policial deve ser um colaborador, 20 contribuindo para o alcance dos objetivos institucionais e, externamente, aplicando a mesma metodologia participativa com a comunidade, por intermdio da Polcia Comunitria, estimulando a soluo de problemas diagnosticados no mbito local. f) Coragem e Justia a coragem que d nossa vontade a energia necessria para vencer os obstculos. Ter coragem manifestar esprito de firmeza e iniciativa, alegria na realizao do dever, controle da violncia. Leva-nos a perseverar nos momentos difceis e rduos, a resistir mediocridade, a evitar rotinas e omisses. Pela coragem, vencemos a apatia, a acomodao e abraamos os desafios. da coragem que emana nosso compromisso de sacrifcio da prpria vida na defesa da sociedade, do annimo, do necessitado, daquele que pede socorro e amparo. A justia regula nossa convivncia, possibilita o bem comum, defende a dignidade humana, respeita os direitos humanos. da justia que brota a paz. a virtude da vida comunitria e social que se rege pelo respeito igualdade das pessoas perante a lei. Da justia, vem a gratido, a veracidade. A justia imortal, trata de nossos direitos e nossos deveres e diz respeito ao outro, comunidade e sociedade. 2.5.5 Objetivos estratgicos Os objetivos estratgicos funcionam como sinalizadores dos pontos de atuao onde o xito fundamental para o cumprimento da misso e o alcance da viso de futuro. A escolha estratgica influenciada por uma srie de fatores internos e externos. Diante desta perspectiva, a Polcia Militar pretende ser uma organizao pblica voltada para o cidado como foco principal, desenvolvendo aes que geram valor para o usurio dos servios, como a funcionalidade, qualidade, tempo de resposta, satisfao do usurio e imagem positiva da Instituio. Os objetivos estratgicos da Polcia Militar sero desenvolvidos em consonncia com seguintes perspectivas: a) cidado e sociedade: ser uma organizao pblica voltada para o cidado como foco principal, desenvolvendo aes que geram valor para o usurio dos nossos servios, como a funcionalidade, qualidade, tempo de resposta, satisfao do usurio e imagem positiva da Polcia Militar. b) processos internos: processos crticos relacionados gesto operacional, gesto de usurios dos servios, melhor utilizao dos recursos oramentrios, processos de inovao, regulatrios e sociais, em que se deve buscar a excelncia para atendimento das demandas do cidado. c) aprendizado e crescimento: medidas para orientar questes referentes s habilidades das pessoas e ao conhecimento organizacional para gerar novos servios. Nesse sentido, periodicamente o Comando da Corporao estabelecer os Planos Estratgicos, para orientar as aes em todos os nveis (estratgico, ttico e operacional), permitindo a solidificao do processo de modernizao e inovao institucional. 21 Captulo III PRESSUPOSTOS E ORIENTAES PROCEDIMENTAIS BSICOS PARA EMPREGO DA POLCIA MILITAR 3.1 Primazia dos Direitos Fundamentais e da Dignidade da Pessoa A dignidade da pessoa humana um valor espiritual e moral e se manifesta por intermdio da capacidade de autodeterminao consciente da prpria vida. Constitui-se em um mnimo invulnervel juridicamente protegido que so os direitos de personalidade. Estes direitos integram um ncleo de valores intrnsecos intimamente relacionados, como o direito vida, integridade fsica e moral, autodeterminao, educao, honra, intimidade, prpria imagem, e s liberdades de circulao, de reunio, de associao, de propriedade, de trabalho, de manifestao do pensamento, de crena e direitos e, por fim, a uma existncia materialmente digna. O estado democrtico de direito, por sua vez, tem por fundamento maior o princpio da dignidade da pessoa humana. Da elevarem-se todos os direitos diretamente relacionados a prover o indivduo das condies necessrias plena satisfao deste princpio. A dignidade da pessoa humana pode ser entendida como um valor supremo, intrnseco, conferido ao ser humano pelo simples condio de ser humano, independentemente da raa, cor, sexo, religio, origem social ou econmica, o que o distingue das demais criaturas. A dignidade irrenuncivel, inalienvel, inerente prpria natureza do ser humano, apenas se perdendo com a extino da prpria vida. Por se tratar de um valor inerente pessoa, a dignidade impe a todos, at mesmo e principalmente ao Estado, o respeito aos direitos fundamentais, tais como a vida, a liberdade, a honra, a imagem, a intimidade, a segurana, dentre outros que dela decorrem. A Polcia Militar, no exerccio da policia ostensiva em todas as suas variveis, deve primar pela garantia dos direitos fundamentais e promoo dos direitos humanos. 3.2 Senso de Legalidade e Legitimidade A ao dos policiais militares, no exerccio de polcia ostensiva em suas diversas configuraes, servios e oportunidades, devem desenvolver-se dentro dos estritos limites legais. Conforme enumeram as teorias do direito administrativo, o exerccio do Poder de Polcia discricionrio, mas no arbitrrio. Seus parmetros so definidos pela prpria lei. A estrita observncia aos limites legais, associada observncia das necessidades e aspiraes da populao, asseguram a legitimidade das aes policiais, propiciando assim, um clima de convivncia harmoniosa, pacfica, de respeito e credibilidade. O senso de legalidade no pode estar dissociado do senso comum da ordem pblica, isto , dos valores cultuados pela comunidade como essenciais sua harmonia, do desejo coletivo de preservar certos costumes, certas condies de convivncia ou situaes ou fatos que, se modificados por algum, possam afetar a moral e a tica social. O cidado, indistintamente, tem assegurados os seus direitos e garantias fundamentais, sendo inviolveis o direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos constitucionais. O agente pblico, policial militar, que tem a misso de garantir o exerccio desses direitos, no pode, consequentemente, ignor-los ou viol-los. 22 Mesmo para aquele cidado que, sendo acusado ou apanhado no cometimento de ilcitos, deve ser assegurado o respeito sua dignidade e integridade fsica, em respeito sua condio humana. O uso da fora na atividade policial, quando necessrio, deve ser legtimo e proporcional condio apresentada pela pessoa abordada, observando-se ainda os demais princpios essenciais do uso da fora. O senso de legalidade um juzo de valor que deve orientar a conduta de todo e qualquer profissional de segurana pblica. Deve presidir todos os seus atos, deve inspirar suas aes, qualquer que seja a atividade a desempenhar. A Polcia Militar de Minas Gerais, em sua pujante trajetria de servios prestados comunidade mineira, atuando sempre com a observncia da legalidade e legitimidade, estabeleceu uma nova concepo em seu arcabouo operativo - doutrinrio, procurando extirpar prticas violentas e arbitrrias. O esquema a seguir ilustra a diferenciao que deve ocorrer entre o uso da violncia (atitude incorreta) com o uso legtimo da fora:
Figura 1: diferenciao que deve ocorrer entre o uso da violncia (atitude incorreta) com o uso legtimo da fora.
O esquema acima ilustra a lgica que norteia o correto direcionamento e dimensionamento da atividade policial, que passa do uso da violncia ao uso legtimo da fora. Esta nova postura se consolida com a irradiao da doutrina de Direitos Humanos, de forma transversal e sem excees, em todas as atividades de formao, treinamento e prticas operacionais da Polcia Militar. Assim, deve estar sempre claro para todos os policiais militares que o uso da fora um instrumento de trabalho da polcia. Conhecer as leis que balizam o seu uso, bem como as vrias circunstncias e intensidades disponveis do uso da fora, uma necessidade. Observar-se- o uso diferenciado da fora. Entende-se por uso diferenciado de fora, o resultado escalonado das possibilidades da ao policial, diante de uma potencial ameaa a ser controlada. Essas variaes de nveis podem ser entendidas desde a simples presena e postura correta do policial militar (devidamente fardado, armado e equipado) em uma interveno, bem como
USO DA FORA 23 o emprego de recurso de menor potencial ofensivo e, em casos extremos, o disparo de armas de fogo. O emprego de todos os nveis de fora nem sempre ser necessrio em uma interveno. Na maioria das vezes, bastar uma verbalizao adequada para que o policial controle a situao. Por outro lado, haver situaes em que devido gravidade da ameaa, o uso de fora potencialmente letal dever ser imediato. fundamental que o policial mantenha-se atento quanto s mudanas dos nveis de resistncia do abordado para que selecione corretamente o nvel de fora a ser empregado. A deciso entre as alternativas de fora se basear na avaliao de riscos e importante considerar a relevncia da formao e do treinamento de cada policial. Dessa maneira, o policial observar uma classificao dos nveis para o uso diferenciado de fora. Essa classificao ser tratada pormenorizadamente em documento especfico relativo ao tema. O modelo do uso de fora um recurso visual, destinado a auxiliar na conceituao, no planejamento, treinamento e na comunicao dos critrios sobre o uso de fora. A sua utilizao aumenta a confiana e a competncia do policial, na organizao e na avaliao das respostas prticas adequadas.
Figura 2: Modelo do uso da fora.
O modelo apresentado um quadro dividido em quatro nveis que representam os possveis comportamentos do abordado. Do lado esquerdo, tem-se a percepo do policial em relao atitude do abordado, e, do lado direito, encontram-se os correspondentes nveis diferenciados de resposta. Cada nvel representa uma intensidade de fora que possibilitar um controle adequado. A seta dupla centralizada (sobe e desce) indica o processo dinmico de avaliao e seleo das alternativas bem como refora o conceito de que o emprego da verbalizao deve ocorrer em todos os nveis. De acordo com a atitude do abordado haver uma ao do policial, no respectivo degrau. 24 O uso de fora depende da compreenso das relaes de causa e efeito entre as atitudes do abordado e as respostas do policial. Isto possibilitar uma avaliao prtica e tomada de deciso pelo nvel mais adequado de fora. Questes pormenorizadas acerca do uso da fora sero tratadas em doutrina operacional parte. 3.3 Mobilizao e Participao Social A Mobilizao Social um processo educativo que promove a participao (empoderamento) de muitas e diferentes pessoas (irradiao) em torno de um propsito comum (convergncia). a participao conjunta da comunidade, empresas, governos e organizaes sociais para a erradicao ou reduo de um problema social: a fome, a pobreza, o dano ao meio ambiente, o desperdcio de energia, a segurana pblica etc. Mobilizar pessoas no uma tarefa fcil. Entretanto, mais difcil fazer com que mudem de hbitos. Um exemplo claro a campanha do disque denncia, em que a propaganda veiculada pede que o cidado denuncie qualquer ao criminosa. A eficcia dessa campanha que os nmeros mostram a fora da mobilizao social e apontam para uma crescente utilizao do servio. Ou seja, o processo de mobilizao para uma causa de longo prazo constante, o que se perfila com as caractersticas da segurana pblica. O princpio guia para iniciar-se a mobilizao a conscientizao. Conscientizar a comunidade de que aquela atividade desenvolvida pela Polcia Militar contribui para a segurana e proteo do cidado, para preservar a ordem pblica, para garantir os seus direitos e para melhorar sua qualidade de vida. Mostrando, assim, que aes conjuntas, provocam maiores, melhores e eficazes resultados. Todo processo de mobilizao deve ser pautado pelo alcance de objetivos de longo prazo e pela construo de um projeto de futuro. A moderna concepo de defesa social assevera que no tarefa apenas das instituies do poder pblico discutir os problemas de criminalidade e de segurana pblica. Assim, no tocante participao social, fica evidenciada a necessidade da definio de novas formas de gesto, mediante a criao de mecanismos e instrumentos que viabilizem a cooperao, a negociao e a busca do consenso. Propugna-se uma mudana de enfoque capaz de ampliar as condies de eficcia da Polcia. Cabe tambm sociedade civil organizada a participao nas discusses e na busca das solues atinentes ao controle da criminalidade e reduo dos ndices de violncia. Trata-se, inclusive, de um dos princpios estabelecidos no Plano Estadual de Segurana Pblica (MINAS GERAIS, 2003). A prtica tem demonstrado que a participao social na segurana pblica uma das experincias mais inovadoras, e condio para o sucesso das aes, superando o perverso e histrico distanciamento entre as organizaes de defesa social e a comunidade. A implementao dos Conselhos Comunitrios de Segurana Pblica (CONSEP) refora o pressuposto da mobilizao e da participao social. O CONSEP tem por objetivo desenvolver programas de preveno da criminalidade com a participao da comunidade, cumprindo a funo de planejar junto com a polcia as estratgias de policiamento, enfatizando-se a preveno e reforando a importncia de se aproveitar a potencialidade de todos os atores sociais que convivem nos municpios e bairros integrantes das circunscries atribudas responsabilidade territorial das Fraes da Polcia Militar. 25 3.4 Mandato Policial A similaridade de problemas que a polcia enfrenta talvez seja o resultado de que, embora contextos scio-culturais sejam muito distintos nas diversas localidades, a funo das polcias essencialmente a mesma. Dirige-se dois aspectos centrais no sistema de segurana pblica: o primeiro diz respeito s atividades de ordem, e o segundo ao aspecto simblico da justia. A manuteno da ordem se d mediante a presena visvel do estado e no se dedica, necessariamente, represso aos delitos criminais, o que constitui pequena parcela do que efetivamente realizado pela polcia ostensiva, mais as atividades de pacificao, mediaes de conflitos, inclusive em mbitos domsticos, patrulhamento e atividades assistenciais, de proteo e socorro comunitrios. A presena simblica da justia, por outro lado, refere-se atividade repressiva imediata, com vistas aplicao da lei, e certeza de punio quando normas sociais so feridas. Trata-se de atividade que requer grande apego legislao e aos procedimentos da legislao penal, ao passo que o policiamento ostensivo refere-se mais ao universo da ordem social difusamente e vagamente concebido pelas pessoas em seu dia a dia. O mandato autorizativo da polcia o uso da fora. O conceito de polcia corresponde proposio de que a polcia, e apenas a polcia, est equipada (armada e treinada), autorizada (respaldo legal e consentimento social) e necessria para lidar com toda exigncia (qualquer situao de perturbao da paz social) em que possa ter que ser usada a fora para enfrent-la. Ele reconstitui a integralidade do trabalho policial dando conta de duas dimenses empricas: o que se espera que a polcia faa e o que ela de fato faz. Identifica o uso da fora como o atributo comum que articula as expectativas sociais em tudo que a polcia chamada a fazer e o contedo substantivo de tudo que a polcia faz. Estabelece, desta forma, a plenitude do mandato policial, delimitando conceitualmente o que a polcia . Isso revela porque a polcia pode atender a emergncias, respaldar a lei, sustentar a ordem pblica, preservar a paz social, ou desempenhar quaisquer outras funes sociais. Esclarece porque as polcias executam as mais diversas formas ou padres de policiamento. Enfim, explica que a polcia seja chamada a atuar, e atue, em todas as situaes em que a fora possa ser til. Para Muniz e Proena Jr (2006), a soluo policial se dirige a situaes, conflitos, atos e atitudes. Seria uma resposta sua existncia e aos seus efeitos, posto que os processos sociais que os produzem esto aqum do lugar de polcia e alm do alcance de sua instrumentalidade. A soluo policial estaria constrangida pela legalidade e legitimidade que conformam o lugar de polcia. Isso, ao seu turno, determina as alternativas admissveis quando a polcia usa de fora, exigindo, moderando, modificando ou proibindo determinadas escolhas ou possibilidades tticas, de maneira que as alternativas de obedincia que a polcia pode impor sejam pacficas. A polcia atua com estas regras de enfrentamento, estabelecidas para assegurar que os meios no atentem contra os fins, espelhando o pacto social de uma comunidade poltica, sob o Imprio da Lei. Porque a soluo policial resulta de uma alternativa pacfica de obedincia sob consentimento social, ela admite reviso, emenda ou reverso poltica, legal ou judiciria. Prosseguem, afirmando que as instncias e dinmicas de discricionariedade permitem compreender como o mandato policial, potencialmente amplo e to disperso, reduz-se a termos concretos mais limitados e restritos. 26 3.5 nfase na Ao Preventiva O emprego das fraes deve obedecer a um criterioso planejamento, elaborado em bases realsticas, que atente para as informaes pertinentes defesa pblica e que propicie a alocao de recursos humanos e materiais com base nas informaes gerenciais da segurana pblica, produzidos em conformidade com o esquema a seguir:
Figura 3: Modelo bsico de geoprocessamento da criminalidade e violncia. O patrulhamento preventivo, decorrente de planejamento cuidadoso, com escolha de itinerrios e locais de ponto base (PB) estabelecidos com critrios cientficos, por intermdio da anlise das informaes espaciais e temporais, inibe a oportunidade de delinquir, interrompendo o ciclo da violncia. Note o grfico abaixo:
Figura 4: Distribuio espacial e contextos de oportunidades para a ao criminosa - teoria das oportunidades ou das atividades rotineiras. POLCIA POR RESULTADOS INFORMAES GERENCIAIS - MODELO BSICO DE GEOPROCESSAMENTO DA CRIMINALIDADE E VIOLNCIA FATORES OBJETIVOS COMO? A QUE HORAS? EM QUE MS? EM QUE DIA DA SEMANA? EXISTE UM PADRO? MAPA DIGITALIZADO COM VISUALIZAO DAS ZONAS QUENTES DE CRIMINALIDADE ONDE? OPORTUNIDADE E CRIME OFENSOR MOTIVADO TEORIA DAS ATIVIDADES ROTINEIRAS OU DA OPORTUNIDADE ALVOS DISPONVEIS AMBIENTE IMEDIATO DE AO ORIENTAO PARA TIPOS ESPECFICOS ECONOMICO AUSNCIA DE VIGILNCIA EFETIVA CULTURAL POLTICO SOCIAL 27 Note que se no for possvel agir diretamente sobre a vontade do agente, a Polcia Militar deve obstaculizar a oportunidade de ao do delinquente, dando nfase ao preventiva. Para tanto, os policiais militares procuraro utilizar o modelo que lida com a distribuio espacial e com contextos de oportunidades para a ao criminosa - teoria das oportunidades ou das atividades rotineiras, inserida no esquema mostrado na pgina anterior. A motivao para o crime pode ser vista como resultado de um ambiente imediato de ao, e estar orientada para tipos especficos de atos criminais. Os fatos sociais, econmicos, polticos e culturais podem predispor alguns indivduos ao crime. Tais fatores tornam-se apenas um dos elementos na definio do contexto da atividade criminosa. Os outros fatores tm a ver com a disponibilidade de alvos para ao criminosa, bem como a ausncia de mecanismos de controle e vigilncia. Nessa perspectiva, crimes requerem um ofensor motivado, ausncia de vigilncia eficiente e alvos disponveis. Portanto, se um desses elementos for alijado, pode-se evitar a ao criminosa pelo simples desequilbrio da situao ideal, nos temos do Princpio do Menor Esforo, cujo cerne postula que qualquer indivduo em sua rotina ir procurar o caminho mais curto, o menor tempo possvel, pela forma mais simples, para se alcanar determinado objetivo. Ou seja, o cidado infrator, disposto a cometer um crime, ir selecionar a sua vtima de forma que estes pr-requisitos sejam preenchidos, o que seria a seleo do alvo bvio. Assim, o contexto scio-econmico macro-estrutural torna possvel a disponibilidade de alvos, como o enfraquecimento de mecanismos de controle e vigilncia, alm de ser determinante importante das motivaes e predisposies delinquncia em determinados contingentes de uma populao. Desse modo, uma abordagem sociolgica do crime dever levar em conta esses traos de lugares e grupos, ao invs de focar apenas nas caractersticas individuais ou de grupos sociais. A presena ostensiva, correta e vigilante do militar nas zonas quentes de criminalidade inibe a ao do delinquente. A ao de presena da PM reduz os riscos e estabelece um clima de confiana no seio da comunidade. 3.6 Patrulhamento Dirigido No se trata aqui de orientar procedimentos, mas de traar orientaes estratgicas em nvel amplo. O patrulhamento dirigido desenvolve-se antes da ecloso do delito, consistindo na ao dinmica de observao, vigilncia, reconhecimento de pontos crticos, proteo aos ambientes passveis de atuao criminosa, combate a prticas contravencionais e incurso em antros de criminosos de alta periculosidade, antecipando- os. Far-se- o patrulhamento em velocidade compatvel e com o giroflex ligado, a partir dos mapas criminais geoprocessados, ou quando em patrulhamento preventivo, observando-se o binmio do patrulhamento motorizado que so, baixa velocidade e atitude expectante dos patrulheiros da Guarnio. 3.7 Polcia Comunitria A filosofia de polcia comunitria estimula a participao do cidado em decises sobre preveno criminalidade e ao policiamento, bem como, a integrao de outras agncias de servio para prover maior impacto nos problemas de segurana. Poder de 28 deciso, criatividade e inovao so atitudes que devem ser encorajadas em todos os nveis da agncia policial. uma estratgia que ressuscita a abordagem do policiamento pela soluo de problemas. A meta da soluo de problemas realar a participao da comunidade por intermdio de abordagens, discusses e atitudes para reduzir as taxas de ocorrncias e o medo do crime . O policiamento comunitrio encoraja a prestao de contas, pesquisas e estratgias entre as lideranas e os executores, a comunidade e outras agncias pblicas e privadas. Isso requer tcnicas inovadoras de soluo de problemas de modo a lidar com as variadas necessidades do cidado. Estabelecer e manter confiana mtua o ncleo da parceria com a comunidade. A polcia necessita da cooperao das pessoas na luta contra o crime; os cidados necessitam comunicar com a polcia para transmitir informaes relevantes. Enquanto filosofia e estratgia organizacional, conforme definido e sedimentado em diretriz prpria, a Polcia Comunitria deve permear todos os nveis decisrios e atividades operacionais da PMMG, no sentido de permitir e criar condies para que haja maior aproximao com a comunidade, obtendo assim, legitimidade, cooperao, parceria e reconhecimento. 3.8 Compromisso com os Resultados A misso institucional da Polcia Militar tambm responsabilidade individual de cada integrante da Corporao. Todo policial militar, em qualquer nvel, precisa ter compromisso com os resultados. Mais do que uma responsabilidade, tal compromisso deve ser assumido por todos, qualquer que seja o seu grau hierrquico. Significa que a misso s estar cumprida se os resultados propostos forem alcanados. Este compromisso individual deve ser forjado pelo senso do dever cumprido, cujo xito da misso depender da abnegao e participao solidria de cada membro da equipe. O senso da misso compartilhada nortear os caminhos da corporao na busca da perenidade institucional, partindo do princpio de que todos, do soldado ao coronel, so responsveis pelo sucesso das atividades operacionais. O que conta a existncia de um procedimento contratual definindo os direitos e as obrigaes de resultados. A prioridade a capacidade de responder rapidamente aos usurios. Trata-se de um centro de responsabilidade coerente e centrado em torno da misso institucional e de um profissionalismo homogneo, mais relacionado prestao de servios. 3.9 Autoridade Policial Militar O militar, no exerccio de suas funes constitucionais, isoladamente ou no, Autoridade Policial Militar. Essa autoridade decorre do poder/dever do exerccio das atividades da polcia ostensiva. Assim, a autoridade de um policial militar, em qualquer nvel, implica direitos e responsabilidades. Conforme afiana Lazzarini (2009), o policial militar um agente pblico, ou seja, a pessoa fsica incumbida de concretizar o dever do Estado de dar segurana pblica, para preservar a ordem pblica, a incolumidade das pessoas e do patrimnio, como previsto no artigo 144, caput, da Constituio da Repblica. Assim, o militar que relatar uma ocorrncia, realizar uma busca pessoal, desviar o trnsito de uma via, autuar um infrator do trnsito ou efetuar uma priso, estar no exerccio de uma competncia que lhe atribuda por lei. 29 A autoridade do militar, que legitima a sua ao, decorre de sua investidura no cargo ou funo para o qual foi designado. O poder pblico do qual o militar investido deve ser usado como atributo do cargo e no como privilgio de quem o exerce. esse poder que empresta AUTORIDADE ao agente pblico. Ainda conforme Lazzarini (2009), O policial militar [...] encarna a autoridade do Estado, conforme temos sustentado, com base na doutrina e na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal. O policial militar, com efeito, enquadrando-se na espcie de agente administrativo do gnero agente pblico, dentro da sua investidura legal de oficial ou praa, tem a correspondente autoridade pblica para fazer o Estado vencer as resistncias daquelas pessoas, fsicas ou jurdicas, que no atendam os atos de Governo ou da Administrao Pblica, lembrando-se que tais atos sempre se presumem legtimos e, portanto, so de atendimento imperativo aos seus destinatrios. O policial militar, exercendo o Poder de Polcia, concretiza em ato o verdadeiro Poder Pblico, removendo, com medidas quase sempre coercitivas, os obstculos impostos pelos destinatrios dos atos do Governo ou da Administrao Pblica. 3.10 Responsabilidade Territorial e Misso Institucional Em determinadas localidades pode haver dificuldade para a atuao plena quanto responsabilidade territorial. Entretanto, importante ressaltar que por esse princpio de responsabilidade territorial, conjugado com o da universalidade, os Comandantes, em todos os nveis, so responsveis por todo e qualquer tipo de ocorrncia da competncia da Polcia Militar, em sua circunscrio, competindo-lhes a iniciativa de todas providncias legais e regulamentares para ajustar os meios que a Corporao aloca ao cumprimento de suas atribuies constitucionais. Assim, nas localidades em que no houver fraes especficas para as atividades de polcia de proteo e conservao do meio ambiente ou de trnsito rodovirio, os Comandantes devero proporcionar ao seu pessoal treinamento peculiar e ter planejamento e medidas prprias para fazer face a ocorrncias dessa natureza. O importante que o princpio da universalidade no seja apenas utilizado aleatria e improvisadamente, mas seja previsto em planejamento de cada Unidade. Portanto, necessrio que o Comandante da Guarnio Policial Militar de cada localidade esteja permanentemente informado sobre eventos especficos das atividades da Polcia Militar. 3.11 Planejamento das Intervenes Policiais No se admite a ao de uma frao da Polcia Militar ou de um militar isolado que no obedea a um planejamento oportuno e, via de regra, escrito. Nos casos simples ou de urgncia, poder ser verbal ou mental. No planejamento para o emprego da tropa sero levados em conta os fatores intervenientes bsicos, quais sejam: a) fatores determinantes: tipicidade, gravidade e incidncia de ocorrncias policiais militares, presumveis ou existentes; b) fatores componentes: custos; espaos a serem cobertos; mobilidade, possibilidade de contato direto, objetivando o conhecimento do local de atuao e relacionamento; autonomia; facilidade de superviso e coordenao; flexibilidade; proteo ao PM; 30 c) fatores condicionantes: local de atuao; caractersticas fsicas e psicossociais; clima; dia da semana; horrio; disponibilidade de recursos. Os Comandantes dos diversos nveis (inclusive Subdestacamento PM) devero ter sempre um acompanhamento continuado da situao de segurana pblica das respectivas circunscries, analisando-a devidamente e planejando medidas tticas (como lanar o efetivo) e tcnicas (formas de agir), que atendam, com qualidade e oportunidade, s necessidades locais. Em qualquer ao policial militar, o homem dever estar bem instrudo, utilizar adequadamente os meios disponveis, em especial no tocante a armamento e equipamento, e receber ordens claras que devem ser resumidas em documentos pertinentes. Competir a cada Comandante exigir que os comandos subordinados ajam de forma organizada, obedecendo a planejamento prvio que vise, de forma inteligente, antecipar-se aos problemas locais e permitir solues adequadas, aceitas e exequveis, evitando desgastes desnecessrios de recursos humanos ou materiais. Quando o militar age individualmente, em casos supervenientes ou emergentes, exige-se-lhe o planejamento mental, nunca prevalecendo o instinto. O planejamento mental deve ser exercitado constantemente, com criatividade, capacitando o militar a solucionar, com presteza e acerto, qualquer ocorrncia, face s suas reiteradas atuaes, em casos variados, ao longo de sua carreira. Os nveis e as etapas de uma interveno policial sero definidos em manual tcnico especfico. 3.12 Planejamento Estratgico A estratgia organizacional representa a maneira pela qual a empresa se comporta frente ao ambiente que a circunda, procurando aproveitar as oportunidades potenciais do ambiente e neutralizar as ameaas potenciais que rondam os seus negcios. uma questo de saber ajustar-se s situaes. Geralmente, ela envolve os seguintes aspectos fundamentais: a) definida pelo nvel institucional da organizao, quase sempre por intermdio da ampla participao de todos os demais nveis e negociao quanto aos interesses e objetivos envolvidos; b) projetada a longo prazo e define o futuro e o destino da organizao. Neste sentido, ela atende misso, focaliza a viso organizacional e enfatiza os objetivos organizacionais a longo prazo; c) envolve a empresa como uma totalidade para obteno de efeitos sinergsticos. Isto significa que a estratgia um mutiro de esforos convergentes, coordenados e integrados para proporcionar resultados alavancados; d) um mecanismo de aprendizagem organizacional por intermdio do qual a empresa aprende com a retroao decorrente dos erros e acertos nas suas decises e aes globais. Obviamente, no a organizao que aprende, mas as pessoas que dela participam e que utilizam sua bagagem de conhecimentos. O planejamento estratgico pode focalizar a estabilidade no sentido de assegurar a continuidade do comportamento atual em um ambiente previsvel e estvel. Tambm 31 pode focalizar a melhoria do comportamento para assegurar a reao adequada a frequentes mudanas em um ambiente mais dinmico e incerto. Pode ainda focalizar as contingncias no sentido de antecipar-se a eventos que podem ocorrer no futuro e identificar as aes apropriadas para quando eles eventualmente ocorrerem. Esse ltimo, chamado Planejamento Prospectivo ou Ofensivo, o que mais se adequa realidade da Polcia Militar, por estar voltado para as contingncias e para o futuro da organizao. As decises so tomadas visando compatibilizar os diferentes interesses envolvidos por intermdio de uma composio capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da instituio e ajust-la s contingncias que surgem no meio do caminho. O planejamento prospectivo o contrrio do planejamento retrospectivo, que procura a eliminao das deficincias localizadas no passado da organizao. Sua base a adeso ao futuro, no sentido de ajustar-se s novas demandas ambientais e preparar- se para as futuras contingncias. Em todos os casos, o planejamento consiste na tomada antecipada de decises. Trata-se de decidir agora o que fazer, antes que ocorra a ao necessria. No se trata da previso das decises que devero ser tomadas no futuro, mas da tomada de decises que produziro efeitos e consequncias futuras. A gesto pblica dos novos tempos impe alguns desafios, que somente sero vencidos a partir da adoo de um planejamento prospectivo que contemple: a) a capacidade de conquistar e fidelizar clientes; b) a necessidade de diferenciar produtos e servios; c) a necessidade de fixar objetivos e atingir resultados. Para bem cumprir as suas atribuies legais, os responsveis pelo planejamento devem primar pela observncia dos princpios bsicos a seguir: a) integralidade - conjunto de aes que devem ser desenvolvidas em quatro mbitos: policial-operativo, scio-comunitrio, legislativo-judicial e informaes. Os quatro mbitos emergem da necessidade de harmonizao e aprofundamento nos efeitos dos diversos fatores que intervm no fenmeno da insegurana das pessoas; b) coerncia - consistncia e adequao s exigncias de administrar os recursos pblicos de forma efetiva; c) sistematicidade - as aes devem ser permanentes e sujeitas avaliao constante; d) simultaneidade - a complexidade do problema e suas manifestaes exigem uma ao coordenada e ao mesmo tempo em diversos planos e setores; e) focalizao - fundamental a concentrao de esforos preventivos, atendendo a variveis scio-espaciais, em curto e mdio prazos; f) participao social - promover o envolvimento dos cidados a fim de que assumam, responsavelmente, a necessria quota de contribuio a esta tarefa comum; g) nfase scio-preventiva - a preservao da segurana coletiva no se esgota com medidas tendentes represso, mas pelo contrrio, deve haver concentrao de 32 esforos para evitar o cometimento dos delitos - preveno como investimento social. O esquema a seguir ilustra os princpios descritos: Figura 5: Princpios bsicos do planejamento.
De essencial importncia para o alcance da eficincia na atividade fim o uso do planejamento estratgico tambm na atividade meio, principalmente na execuo oramentria e financeira. Considerando que os recursos, oriundos de fontes diversas, so alocados dentro do prazo de execuo (anual, prazo de execuo de plano de trabalho de convnios etc), evitando perdas e desperdcios, as Unidades Executoras do oramento devem fazer um planejamento estratgico padro, para o emprego dos crditos oramentrios e recursos financeiros disponibilizados anualmente. O referido planejamento contemplaria informaes bsicas que as Unidades deveriam fornecer a respeito da estimativa de gasto com custeio e investimentos. Tal medida serviria como termmetro para indicadores de desempenho, alm de contribuir, sistematicamente com a eficincia da atividade finalstica do rgo PMMG. 3.13 Atuao Integrada no Sistema de Defesa Social O modelo de defesa social vigente em nosso Estado calcado no pensamento sistmico, abandonando-se a premissa de que exista um nico rgo ou indivduo responsvel pelas respostas frente ao fenmeno da criminalidade. A essncia do pensamento sistmico de que todos compartilham a responsabilidade pela soluo dos problemas. Isso no significa necessariamente que todos os envolvidos possam exercer o mesmo poder de alavancagem para mudar a situao atual. Conforme j apresentado no item 2.3 a integrao operacional da PMMG ao sistema de defesa social decorre de uma norma legal, constituindo-se em um dos princpios da poltica de estado para a segurana pblica em Minas Gerais. Para possibilitar esta integrao, foram e esto sendo adotadas diversas medidas e criadas ferramentas, para permitir que haja uniformidade e compartilhamento de 33 informaes e dados estatsticos, integrao territorial, co-responsabilidade no planejamento e execuo das atividades de defesa social. So apontadas as seguintes ferramentas prprias do processo de integrao de defesa social: a) reunio do Colegiado de Defesa Social; b) integrao territorial em reas Integradas de Segurana Pblica (AISP); c) emprego da metodologia IGESP; d) diretriz Integrada de Aes e Operaes (DIAO); e) SIDS, CIAD e o CINDS; f) Disque Denncia Unificado (DDU). A atuao integrada da PMMG no sistema de Defesa Social, por intermdio das ferramentas apontadas acima e outras que venham a serem implementadas, impe aos policiais militares, em especial aos dirigentes nos nveis ttico e operacional, uma postura de credibilidade e envolvimento nas mudanas e projetos em curso, atuando como lideranas indutoras deste complexo processo. 3.13.1 Colegiado de Integrao de Defesa Social rgos colegiados so aqueles em que h representaes diversas e as decises so tomadas em grupos, com o aproveitamento de experincias diferenciadas. O termo colegiado diz respeito forma de gesto na qual a direo compartilhada por um conjunto de pessoas com igual autoridade, que reunidas, decidem. As aes integradas das organizaes que compem o sistema de defesa social do Estado so articuladas e geridas pelo Colegiado de Integrao da Defesa Social. O Colegiado presidido pelo Secretrio de Defesa Social e composto pelos titulares dos rgos do Sistema Integrado de Defesa Social. So eles: o secretrio adjunto de Defesa Social, o subsecretrio de Administrao Penitenciria, o Chefe da Polcia Civil, o Comandante-Geral da Polcia Militar, o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar e o procurador-chefe da Defensoria Pblica. Alm destes, fazem parte do Colegiado representantes de outros rgos do poder pblico das esferas municipal, estadual e federal. O Colegiado responsvel pela formulao e aprovao de diretrizes e estratgias para a integrao do sistema de defesa social, assim como pelo acompanhamento da gesto operacional de integrao dos diversos rgos que compem este sistema. o colegiado quem formula, aprova e avalia o cumprimento de planos, programas e metas integradas. E, tambm, quem define e aprova os grupos de trabalho para o tratamento de assuntos especficos. 3.13.2 reas Integradas de Segurana Pblica (AISP) As reas integradas de segurana pblica, lato sensu, so circunscries territoriais que agregam agncias prestadoras de servios pblicos essenciais, com a responsabilidade compartilhada e direta de uma Unidade /frao da Polcia Militar e uma Delegacia de Polcia Civil, operando como unidades de planejamento, execuo, controle, superviso, monitoramento corretivo e avaliao das aes locais de segurana. 34 No contexto da vigente poltica de integrao da Defesa Social em MG, as reas integradas esto delineadas em 03 nveis: - Em nvel de Regio Integrada (RISP) composta por uma RPM e por um Departamento de Polcia Civil; - rea de Coordenao Integrada (ACISP), por uma UEOp (BPM ou Cia PM Ind) e uma Delegacia Regional de PC; - rea Integrada (AISP) integrada por uma Frao PM (Cia ou Pel) e uma Delegacia de Polcia Civil. A formatao das AISP decorre da compatibilizao das reas de competncia das foras policiais, procurando respeitar as divises administrativas adotadas pelas prefeituras, a partir da referncia dos indicadores demogrficos, scio-econmicos e de infra-estrutura, bem como, a partir da base estrutural da qual se assenta o planejamento e a oferta de servios pblicos essenciais. Esse pressuposto deve ser perseguido por todas as RPM. As reas integradas de segurana pblica preservam, sempre que possvel, a antiga localizao das sedes de Unidades Operacionais das policiais Militar e Civil, ajustando, porm, suas circunscries aos limites de municpios no Estado e, na Capital, aos contornos de bairros e regies administrativas. Elas visam a: a) integrar as polcias, as comunidades, e as agncias pblicas e civis prestadoras de servios essenciais populao; b) melhorar a qualidade dos servios de segurana pblica luz de diagnsticos tecnicamente orientados sobre a criminalidade, a violncia e a desordem, adequando essa oferta s demandas comunitrias locais; c) integrar as foras de segurana estadual e municipal, possibilitando o planejamento e a execuo de polticas locais de policiamento em sintonia com a realidade de cada regio do Estado e da Capital; d) adequar as foras policiais ao seu ambiente de atuao e s necessidades especficas de sua clientela: as comunidades; e) racionalizar e otimizar os recursos de segurana pblica, incorporando os servios pblicos essenciais ao planejamento estratgico das organizaes policiais; f) possibilitar a participao consultiva da comunidade na gesto local da segurana pblica, por intermdio da criao de um Conselho Comunitrio de Segurana em cada rea integrada; g) viabilizar a prestao de contas regular e transparente dos servios de segurana pblica ofertados. 3.13.3 IGESP Integrao da Gesto da Segurana Pblica A metodologia IGESP constitui-se em um cenrio de resoluo de problemas alicerado nos seguintes princpios bsicos : a) diagnstico tcnico-cientfico da criminalidade, b) troca de informaes de Segurana Pblica entre os rgos, c) definio de reas Integradas - AISP como unidade de observao, d) envolvimento de diversos atores do Sistema de Defesa Social e da comunidade; 35 e) definio de medidas de interveno compartilhada entre os diversos atores; f) estabelecimento de metas trimestrais; g) prestao de contas. Desta forma, a utilizao desse cenrio integrado constitui-se uma importante ferramenta de planejamento operacional, mobilizao e compartilhamento da responsabilidade e avaliao de desempenho. Os Comandos Regionais devem coordenar a execuo dessas atividades no tocante participao da PMMG nas reunies locais, cuidando ainda para a designao de membros para comporem as Secretarias Executivas Regionais, que tem como papel facilitar o planejamento das reunies de comit e garantir o fluxo da informao gerada nessas reunies de forma a possibilitar as decises estratgicas. 3.13.4 Diretriz Integrada de Aes e Operaes (DIAO) A Resoluo Conjunta n 55/08, de 30Jun09, instituiu a Diretriz Integrada de Aes e Operaes no mbito do Sistema de Defesa Social do Estado de Minas Gerais, criou a Cmara Permanente de Atualizao e Reviso da DIAO com a atribuio de sistematizar e estudar as necessidades de atualizao da Diretriz, preparando-as para apreciao do Colegiado de Integrao do Sistema de Defesa Social. A necessidade de maior integrao profissional entre as foras de Segurana Pblica do Estado fez com que se implantasse essa nova Diretriz Integrada de Aes e Operaes do Sistema de Defesa Social do Estado de Minas Gerais (DIAO 2009), estabelecendo um documento integrado envolvendo primeiramente Polcia Militar, Polcia Civil e Corpo de Bombeiros Militar, que inicialmente aprofundaram estudos sobre as inmeras figuras tpicas (crimes, contravenes penais e infraes administrativas, previstas nos diversos cdigos e leis especiais, bem como nas atividades de Coordenao e Controle, Operaes Integradas e Aes de Defesa Civil). A DIAO ser atualizada e modificada conforme alteraes e inovaes no ordenamento jurdico, bem como, em decorrncia de demandas apresentadas pelos rgos que compem o Sistema Integrado de Defesa Social, mediante aprovao conjunta. 3.13.5 Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS) e o Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIAD) O SIDS foi institudo no mbito do Sistema de Defesa Social do Estado pelo Decreto Estadual n 43.778/2004 e definido no Art. 1, 1 desta norma como sistema modular, integrado, que permite a gesto das informaes de defesa social relacionadas s ocorrncias policiais e de bombeiros, investigao policial, ao processo judicial e execuo penal, respeitadas as atribuies legais dos rgos que o compem, sendo estruturado operacionalmente pelo Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIAD) e pelo Centro Integrado de Informaes de Defesa Social (CINDS). O Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIAD) constitui-se de uma central nica de atendimento de chamadas de emergncias policiais (civil/militar) e de bombeiro e despacho integrado de recursos operacionais, resultante do funcionamento conjunto, em um mesmo espao fsico e organizacional, do Centro Integrado de Comunicaes Operacionais - o CICOp da Polcia Militar, da Diviso de Operaes de Telecomunicaes - a CEPOLC da Polcia Civil e do Centro de Operaes de Bombeiros Militar - COBOM, do Corpo de Bombeiros Militar. 36 O CIAD para atender a RMBH (1, 2 e 3 RISP) est instalado no atual Quartel do Comando-Geral da PMMG Rua da Bahia 2115, , sendo que h previso de instalao de CIADs regionais nos demais municpios sede de RISP. O CIAD tem por finalidade coordenar e gerenciar as aes operacionais das polcias civil e militar e de bombeiros, gerindo mtodos de captao, organizao e difuso de ocorrncias processadas segundo as competncias legais dos respectivos rgos. Dentre os mdulos que integram o Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS), destacam-se os seguintes: a) Mdulo de Base Cartogrfica GEOSITE: este mdulo destina-se a gesto do Mapeamento Urbano Bsico dos municpios do Estado de Minas Gerais. Fornece os endereos para o registro das ocorrncias e a base para a realizao da estatstica espacial (Geo-Estatstica) e para o monitoramento das viaturas que dispuserem de AVL/GPS. A validao dos dados do Geosite constitui medida preliminar e pr-requisito para a implantao do REDS em qualquer municpio, pois garante a correo e confiabilidade dos endereos lanados nas ocorrncias policiais; b) Mdulo de consulta a Inteligncia de Segurana Pblica (ISP): esta aplicao foi desenvolvida e est disponvel para permitir a consulta, por intermdio de computadores ligados a Internet, de informaes de veculos, condutores e indivduos, incluindo informaes de inquritos e processos, dentre outras. O cadastramento dos usurios de responsabilidade do Centro de Tecnologia em Sistemas (CTS) da Diretoria de Tecnologia e Sistemas (DTS). O endereo eletrnico (URL) de acesso a esta aplicao : www.isp.mg.gov.br; c) Mdulos de Atendimento e Despacho de Viaturas: destinam-se ao registro e atendimento de chamadas de emergncias policiais e de bombeiro e o despacho de recursos operacionais para atendimento das ocorrncias; d) Mdulo de Registro de Eventos de Defesa Social REDS: este mdulo destina-se ao registro informatizado das ocorrncias policiais e de sinistros, levadas ao conhecimento da Polcia Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais; e) Armazm de Informaes do SIDS: tem por finalidade prover facilidades no tocante a extrao de dados e gerao de relatrios e anlises estatsticas. Esta aplicao disponibilizada para as Unidades sediadas em municpios onde o REDS estiver implantado, mediante treinamento dos usurios. 3.13.6 Centro Integrado de Informaes de Defesa Social (CINDS) A Resoluo Conjunta n 54/08, de 18Jun08, estabeleceu a estrutura organizacional e atribuies do Centro Integrado de Informaes de Defesa Social CINDS, institudo nos termos da legislao vigente, em especial a Lei n. 13.772, de 11Dez00, e Decreto n 43.778, de 12Abr04, e que se fundamenta na anlise, qualitativa e quantitativa, no tempo e no espao, das informaes produzidas no mbito do Sistema Integrado de Defesa Social. O Centro Integrado de Informaes de Defesa Social - CINDS a Unidade do SIDS responsvel pela anlise criminal e de sinistro de todo o ciclo de informaes, desde o registro do fato at a execuo da pena ou soluo do sinistro. Destina-se a anlise, qualitativa e quantitativa, no tempo e no espao, das informaes produzidas no mbito do Sistema Integrado de Defesa Social. 37 O CINDS abrange todas as bases de dados, de forma a permitir o cruzamento das diversas variveis que possam, de alguma forma, facilitar os trabalhos de: a) preveno e investigao criminal; b) natureza processual; c) cumprimento de medidas socioeducativas; d) execuo penal; e) preveno de sinistros; e f) proteo, socorro e salvamento. De acordo com a Resoluo 54/2008, compete ao CINDS planejar, organizar, coordenar, supervisionar e executar estudos, pesquisas e trabalhos de natureza estatstica com vistas a retratar de forma fiel os eventos de segurana pblica e de defesa social no Estado de Minas Gerais por meio do exerccio das seguintes atribuies: a) elaborar estatstica e anlise qualitativa e quantitativa das informaes armazenadas nas bases de dados do Sistema Integrado de Defesa Social e de outros sistemas de interesse da Segurana Pblica, observada a competncia e autonomia dos rgos envolvidos; b) definir e estimular a utilizao apropriada de mtodos estatsticos e indicadores para avaliao da Segurana Pblica no Estado; c) gerenciar o Armazm de Informaes do Sistema de Defesa Social; d) propor e realizar treinamento de usurios na rea de estatstica e anlise criminal e de sinistros; e) estabelecer diretrizes e apoiar os CINDS Regionais; f) assessorar e colaborar com os setores de estatstica das instituies que compem o Sistema Integrado de Defesa Social; g) subsidiar os rgos e unidades de planejamento do Governo do Estado, com vistas ao estabelecimento, manuteno, potencializao e priorizao de polticas pblicas, programas e projetos na rea de Segurana Pblica e Defesa Social; h) atender as demandas estatsticas dos rgos de defesa social e dos gestores estratgicos do Sistema de Defesa Social; i) realizar auditoria nos registros de informao e adotar medidas para garantia da qualidade dos dados; e j) realizar a gesto de todo o fluxo de informaes do Sistema Integrado de Defesa Social desde o registro de ocorrncias policiais e de bombeiro at o processo e execuo penal, identificando eventuais pontos de estrangulamento que comprometam a eficcia e a eficincia dos rgos de Defesa Social. 3.13.7 Disque Denncia Unificado (DDU) Criado por intermdio do Decreto 44633 de 10/10/07, o DDU constitui-se de uma central nica, cujas finalidades so a recepo, o processamento e a resposta a denncias annimas de crimes e sinistros. As denncias so feitas por intermdio do telefone 181, preservando-se o integral anonimato do denunciante. 38 Os princpios que regem o Disque Denncia Unificado so: a) resguardo absoluto e incondicional do anonimato do cidado que oferecer denncia de crime ou sinistro; b) sigilo das informaes referentes ao contedo das denncias annimas e dos procedimentos decorrentes; c) preservao da imagem e honra dos servidores, funcionrios, denunciantes e denunciados; e d) integrao de aes e informaes de defesa social. Constituem objetivos do DDU: a) captar e integrar o fluxo de informaes oriundas de denncias annimas; b) disponibilizao do nmero telefnico 181 comunidade para realizao de denncias annimas em todo o Estado; c) possibilitar o intercmbio de informaes, experincias, sistemas e ferramentas entre rgos responsveis por servios semelhantes em outros Estados; d) emitir periodicamente relatrios sobre os resultados alcanados pela utilizao do servio; e e) viabilizar o acompanhamento das aes decorrentes das denncias por parte do denunciante e a participao da sociedade civil no controle social. As informaes coletadas a partir do DDU so processadas e encaminhadas s Instituies do Sistema de Defesa Social para cumprimento de aes decorrentes. Na PMMG, o SIPOM o responsvel pela gesto das informaes recebidas, procedendo a anlise prvia, controle das averiguaes e insero dos resultados alcanados no sistema DDU. Esse sistema tambm concebido como uma ferramenta de apoio atividade de Inteligncia possibilitando a ampliao da captao de informaes em subsdio s aes policiais. 3.14 Atuao Pautada nas Diferentes Realidades O Estado de Minas Gerais apresenta realidades bastante heterogneas quanto ao desenvolvimento social, econmico e estrutural das regies e municpios, configurando-se um desafio a prestao de servios de polcia ostensiva de forma eficiente e que atenda s demandas e realidades locais. Como a misso da Corporao preservar a ordem pblica, e esta pode ser conceituada como "a situao de convivncia pacfica e harmoniosa da populao, fundada nos princpios ticos vigentes na sociedade", cabe aos gestores da PMMG procurar respeitar os costumes e o modo de vida de cada comunidade, adequando a eles suas atividades operacionais, sem ultrapassar, entretanto, os parmetros legais e as diretrizes emanadas pelo Comando-Geral. 3.15 Capacidade Tcnica Capacidade tcnica a capacidade de conhecer e praticar bem os segredos da profisso. Ressalta-se, preliminarmente, que a Educao de Polcia Militar um processo formativo, de essncia especfica e profissionalizante, desenvolvido de forma integrada pelo ensino, treinamento, pesquisa e extenso, que permitem ao militar adquirir 39 competncias que o habilitem para as atividades de polcia ostensiva, preservao da ordem pblica e defesa territorial, aliceradas na lei e nos valores institucionais, com foco na preservao da vida e na garantia da paz social. As especificaes relativas educao devem ser firmemente delineadas nas Diretrizes de Educao da Polcia Militar. O treinamento deve estar integrado vida diria do militar como sustentao dos conhecimentos e das habilidades prprias da especialidade, adquiridos no perodo de formao, complementando conhecimentos, por intermdio da prtica de novas tcnicas, e mantendo o estado fsico dos militares em nvel adequado ao trabalho. Deve-se ter sempre em mente que, ao mesmo tempo em que o progresso e a tecnologia inovam e contribuem para a evoluo de novas prticas anti-sociais, necessrio que o militar se mantenha sempre atualizado e receptivo a novos ensinamentos e tcnicas, pilares da evoluo e eficincia de qualquer profissional. O treinamento efetivo e a obteno de equipamentos modernos constituem a base fundamental da atuao do militar, devendo as Regies da Polcia Militar empreender os esforos necessrios para que o militar tenha capacitao tcnica suficiente para desempenhar, com eficincia e eficcia, as aes e operaes tpicas de sua atividade. O militar no deve descuidar-se do seu preparo fsico, empenhando-se com denodo nos treinamentos da Unidade e principalmente nas atividades de defesa pessoal, tiro de preservao da vida, ocorrncias de alta complexidade, dentre outras. O treinamento do militar no pode prescindir de uma boa carga horria de ensinamentos jurdicos, sociolgicos, administrativos, humansticos, pragmticos e finalsticos, abordando os temas mais usuais e mais requeridos na sua atuao diuturna. Tais conhecimentos proporcionam ao militar convico e segurana para agir. 3.16 Racionalizao do Emprego A racionalizao do emprego de recursos humanos e materiais no policiamento fundamental para a eficincia e eficcia das atividades, e deve ter por base as informaes gerenciais de segurana pblica, que indiquem as zonas quentes de criminalidade, as horas de maior incidncia, locais de maior concentrao demogrfica e outras, conforme o indicado anteriormente. O emprego dos recursos s obter pleno rendimento operacional por intermdio de minucioso planejamento, estribado na associao de variveis que atentem para a intervenincia dos fatores determinantes, componentes e condicionantes do policiamento ostensivo. Deve ser uma tarefa incessante dos Comandantes, em todos os nveis, a promoo do enxugamento da mquina administrativa, com prioridade absoluta para a atividade-fim. A meta a ser perseguida o limite mximo de 5% do efetivo disponvel das respectivas UEOp. Mecanismos modernos de gerenciamento das atividades operacionais merecem estudos contnuos e cientficos, objetivando a alocao do maior nmero possvel de militares nas operaes, bem como o melhor aproveitamento dos recursos materiais disponveis. O papel da superviso importantssimo para detectar vulnerabilidades em determinados pontos e a saturao de meios e efetivo em outros, indicando a necessidade de remanejamentos no momento oportuno, ainda dentro do mesmo turno de servio. 40 3.17 Qualidade dos Servios Prestados Uma das grandes preocupaes do Comando da Polcia Militar com o aprimoramento tcnico-profissional dos servidores. Assim, a busca do aperfeioamento das tcnicas de policiamento e da racionalizao do emprego dos recursos deve traduzir- se na melhoria da qualidade do atendimento sociedade. de fundamental importncia avaliar junto ao pblico externo a qualidade do servio prestado pela Polcia Militar. A satisfao da populao em relao PM condiciona sua sobrevivncia a longo prazo. por intermdio desse trabalho podem-se alcanar os seguintes objetivos: a) melhorar, por intermdio do conhecimento de possveis falhas, a qualidade do servio prestado; b) alcanar os resultados propostos por intermdio da qualificao profissional; c) oferecer um ambiente de tranquilidade pblica pelo aperfeioamento do desempenho operacional. A qualidade do servio no deve ser aferida imaginando o que a populao deseja da instituio. preciso perguntar ao cidado. Portanto, pesquisas "antes" e "ps" atendimento devem ser implementadas, visando aferir o nvel de satisfao do cidado. Pesquisas de vitimizao so instrumentos teis real aferio da situao da segurana pblica junto s comunidades. Elas permitem verificar a face oculta das anlises estatsticas de criminalidade. A Instituio prestadora dos servios exclusivos e especiais de segurana pblica, denominada PMMG, deve se preocupar com o "produto" oferecido sociedade e precisa cada dia mais, enxergar-se sob a tica do cliente, pensando da mesma forma que ele e oferecendo a este cliente mais do que o simples registro de ocorrncias em delegacias. Mais do que registrar fatos e combater o crime, a polcia comunitria orientada por resultados zela pela qualidade de vida da populao. Aqui reside uma viso moderna do conceito de segurana pblica: entende-se por segurana pblica a preocupao por qualidade de vida e dignidade humana em termos de liberdade, acesso ao mercado e oportunidades sociais para os indivduos que compartilham um entorno social delimitado pelo territrio de um pas, estado ou municpio. Desse modo, esse estado antidelitual configura o marco conceitual de segurana pblica, que permitir ao povo proteger-se contra os riscos da vida societria. preciso um esforo dos Comandos para identificar, dentre os vrios indicadores de qualidade na prestao do servio policial-militar, aqueles que, por serem prioritrios, devem ser praticados diuturnamente, em especial pelo patrulheiro a p e motorizado: a) o atendimento imediato, que impe ao militar o dever inadivel de atender, com presteza, no momento da necessidade do cidado que recorre Polcia Militar; no se pode adiar um atendimento, nem repass-lo a outrem. O militar que primeiro tomar conhecimento de uma ocorrncia dever encaminh-la convenientemente; b) o erro zero, que preconiza que o militar deve agir sempre com acerto desde o incio de seu empenho numa ocorrncia; que deve acertar "de primeira", pois no haver uma segunda vez para redimir-se do erro; a certeza da infalibilidade do militar. Outros parmetros devem ser concebidos pelo Comando, para balizar a atuao do militar. 41 3.18 Coordenao e Controle Coordenao e controle so atividades realizadas pelos nveis estratgico, ttico e operacional da PMMG, com o objetivo de permitir aos comandos, em todos os escales, avaliar, orientar, colher subsdios para o aperfeioamento, identificar e corrigir desvios, verificar o desenvolvimento de atividades relacionadas a recursos humanos, emprego operacional, inteligncia, logstica e comunicao organizacional. A coordenao e o controle possuem um significado importante para as organizaes policiais militares, em trs aspectos. Primeiramente quanto hierarquia e disciplina, cujo instrumento utilizado para manter e restabelecer a cadeia de comando, quando de sua ruptura, e para gerar o contato direto do comandante ou chefe com seus colaboradores diretos. Em segundo lugar, esto os aspectos da atividade policial, que incluem os princpios da participao da comunidade e do respeito aos direitos fundamentais, onde a coordenao da PM e o controle social proporcionam o direcionamento correto da atividade de policiamento. Por fim, a atividade de coordenao e controle fortalece os princpios da administrao pblica, entre eles a publicidade e a eficincia. 3.18.1 Conceitos bsicos 3.18.1.1 Coordenao o ato ou efeito de harmonizar as atividades da Corporao, conjugando-se os esforos necessrios na realizao dos seus objetivos e da misso institucional. realizada vertical e horizontalmente em todos os nveis da estrutura organizacional da Corporao. 3.18.1.2 Controle o acompanhamento das atividades da Corporao, por todos os que exercem comando, chefia ou direo, de forma a assegurar o recebimento, a compreenso e o cumprimento das decises do escalo superior, pelo rgo considerado, possibilitando, ainda, identificar e corrigir desvios. 3.18.1.3 Atividade-fim o conjunto de esforos de execuo, que visam a alcanar os objetivos da Corporao, decorrentes de sua misso institucional. a) atividade de linha o emprego diretamente relacionado ao pblico; b) atividade auxiliar o emprego em apoio imediato atividade de linha (como, por exemplo, coordenadores e equipes dos Centros e Salas de Operaes, e plantes de Salas de Operaes das Fraes Destacadas). 3.18.1.4 Atividade-meio o conjunto de esforos de planejamento e de apoio, que permitam ou facilitem a realizao da atividade-fim da Corporao. 42
3.18.2 Variveis das atividades de Coordenao e Controle 3.18.2.1 Formas de controle a) controle direto (imediato) realizado por intermdio do acompanhamento concomitante com a execuo das atividades. b) controle indireto (mediato) realizado por intermdio da anlise de relatrios, mapas, rotinas dos sistemas informatizados, planos e ordens e outros documentos produzidos. Considerando que a administrao pblica deve se pautar pelos princpios da economicidade, celeridade e da eficincia, o controle indireto dever ser exercido cada vez mais por intermdio dos sistemas informatizados disponveis, entre eles a Intranet PM. 3.18.2.2 Tipos de controle a) controle interno exercido pela prpria Instituio, por intermdio da fiscalizao ou acompanhamento sistemtico das atividades que executa. Visa estabelecer, melhorar e assegurar a qualidade da prestao de servios. O controle interno, alm de acompanhar a execuo dos planos e ordens, bem como avaliar os resultados alcanados, visa criar condies indispensveis para assegurar a eficcia do controle externo. b) controle externo Previsto nas constituies Federal e Estadual, dentre outras normas e legislaes especficas dos diversos rgos encarregados do controle externo das atividades administrativas e operacionais da Corporao. 3.18.3 Tipos de coordenao As atividades de coordenao podem ser divididas em: coordenao de Comando, de Estado Maior, de Centros e Salas de Operaes. 3.18.3.1 Coordenao de Comando (ou vertical) o conjunto de atividades decorrentes da autoridade de linha e do comandante, as quais, fluindo do topo da organizao e incidindo sobre os elementos subordinados, possibilitam ajustar planos e normas e assegurar a harmonia nas intervenes decorrentes. 3.18.3.2 Coordenao de Estado-Maior (ou horizontal) o conjunto de esforos harmnicos de Policiais Militares que integram Sees do EM, Diretorias, Auditoria Setorial, Corregedoria, Ensino e Assessoria Institucional sem vinculao hierrquica - embora possam estar em nveis diferentes visando alcanar objetivos comuns e evitar a disperso de esforos, por intermdio de cooperao, entrosamento e senso do dever comum, manifestados em reunies e ligaes formais ou informais.
43 3.18.3.3 Coordenao tcnica das Diretorias Acompanhamento por parte do gestor quanto a fiel execuo oramentria, financeira e controle patrimonial em consonncia com a legislao estadual, federal e normas tcnicas vigentes na Corporao, referente aos procedimentos e processos levados a efeito pelas Unidades executoras apoiadas e apoiadoras. A Diretoria de Inteligncia (DInt), como Agncia Central do Sistema de Inteligncia da Polcia Militar (SIPOM), tem como atribuio a coordenao de operaes de Inteligncia que envolvam Comandos Regionais distintos ou em grandes eventos que afetem a Segurana Pblica, bem como realizar a coordenao ttica das aes e operaes de Inteligncia, a princpio na RMBH, por intermdio do controle dos recursos humanos e materiais. 3.18.3.4 Coordenao correcional A Corregedoria da Polcia Militar tem por competncia alm de outras atribuies definidas por normas e legislao especfica, coordenar os processos e procedimentos administrativos e de polcia judiciria militar, na esfera de sua competncia, mormente os que tenham maior gravidade, com considervel repercusso para a imagem da Instituio. 3.18.3.5 Coordenao de Auditoria Setorial As atividades inerentes Auditoria Setorial, alm das previstas em leis e normas especficas, sero desenvolvidas no sentido de Assessorar o Comandante-Geral, quanto pertinncia e consonncia das atividades de Gesto e Controle Interno na PMMG, com foco no desenvolvimento de aes eficazes, visando a aplicao adequada dos recursos pblicos. 3.18.3.6 Coordenao de Centros e Salas de Operaes o conjunto de aes harmonizadoras, desenvolvidas pelos coordenadores dos Centros e Salas de Operaes, em nome dos Comandantes dos respectivos nveis, que incidem sobre as fraes empenhadas na segurana pblica no espao sob sua responsabilidade, de forma a exercer limitado grau de coordenao e controle, acompanhar-lhes a atuao, orientar, conjugar, convergir e integrar esforos. 3.18.4 Coordenao de policiamento o conjunto de aes harmonizadoras exercidas pelo Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU), Coordenador de Policiamento da Companhia (CPCia), ROTAM e Ttico Comando e outros afins, que incide sobre a Unidade ou as fraes da Unidade, empenhadas turno a turno, de forma a controlar-lhes diretamente a atuao. 3.18.5 Coordenao da atividade de inteligncia o conjunto de aes relacionadas Inteligncia de Segurana Pblica, sob a responsabilidade dos chefes de Agncias de Inteligncia em seus respectivos nveis, e compreende a misso e o emprego de efetivo e meios para uma atividade especfica, em fiel observncia s normas tcnicas e orientaes doutrinrias. 3.18.6 Atividades de coordenao e controle 3.18.6.1 Superviso o ato da autoridade de linha ou autoridade tcnica de verificar a execuo das atividades, orientar e colher informaes para realimentao do planejamento na 44 Corporao. Ocorre por intermdio de contatos locais ou pelos meios de comunicao disponveis para a anlise de relatrios, mapas e outros documentos. As supervises so dos seguintes tipos: a) Superviso de Estado Maior; b) Superviso das UDI da atividade-meio ou superviso tcnica; c) Superviso da UDI da atividade-fim; d) Superviso da Unidade e Subunidade Independente de Execuo Operacional; e) Superviso operacional Superviso por PM a qualquer subordinado sobre o qual exerce autoridade de linha; f) Superviso pedaggica; g) Visita; h) Superviso indireta. 3.18.6.2 Reunies As Reunies sero programadas a partir de proposta dos Chefes de Seo de Estado-Maior nos nveis estratgico, ttico e operacional, ou dos oficiais chefes de seo das Diretorias, Auditoria Setorial, Corregedoria e APM, com a aprovao e convocao do respectivo Comandante/Chefe/Diretor/Corregedor, por intermdio de ordem de servio ou memorando que detalhe as atividades a serem desenvolvidas. As reunies so dos seguintes tipos: a) Reunio do Alto Comando; b) Reunies para Acordo de Resultados; c) Reunies Regionais do IGESP (RISP e CIODS); d) Reunio preparatria de ACISP e AISP; e) Reunio de Avaliao do IGESP (ACISP e AISP); f) Reunio de Avaliao PMMG. 3.18.6.3 Seminrios Os seminrios so atividades de coordenao e controle, com a finalidade de harmonizao de aes, conjugao de esforos, discusso e anlise de problemas de interesse da segurana pblica, onde so abordados assuntos ligados doutrina da PMMG, nas diversas reas. Os seminrios podem ser de dois tipos: Coordenao Setorial e Encontro da Comunidade Operacional (ECO). So os seguintes os tipos de seminrios a) Coordenao setorial; b) Encontro da Comunidade Operacional ECO. 3.18.6.4 Coordenao e controle dos turnos operacionais A atividade exercida pelo Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU), Coordenador de Policiamento da Cia (CPCia) ou da frao, ROTAM Comando, Ttico Comando e outros afins, para enfatizar a presena diria de oficiais frente das aes/operaes das UEOp. Pode ser exercida por Subtenentes e 1 Sargentos, desde que no haja oficiais para execut-las. 45 O coordenador de policiamento, seja ele oficial ou graduado, no exerccio dessa funo, o principal propulsor da atividade operacional de uma frao. O seu grau de iniciativa, dedicao e empenho, influenciar de forma decisiva no desempenho e comportamento dos militares sob o seu comando. 3.19 Gesto Operacional Orientada por Resultados A modernizao do conceito da Gesto na PMMG passa pelo novo modelo que privilegia uma administrao operacional fundamentada na definio de resultados a alcanar - mtodo indutivo que parte do conhecimento cientfico dos problemas locais de segurana pblica e dos seus efeitos sociais para atingir os objetivos esperados. Com o objetivo de produzir servios de qualidade que atendam aos anseios da comunidade, cada Comandante, nos diversos nveis, tem grande autonomia para desenvolver estratgias gerenciais de emprego operacional. Entretanto, por outro lado, tem a necessidade de planejar estratgias e tticas de interveno sob um enfoque eminentemente tcnico-cientfico pautado em uma gama de indicadores de desempenho e produtividade, com vistas ao alcance de metas. Torna-se necessrio o desenvolvimento de estratgias diferenciadas, adequadas variao do ambiente em que cada unidade de policiamento se encontra inserida. Desse modo, estudo da evoluo da criminalidade e da violncia nas respectivas reas integradas de policiamento, o envolvimento da comunidade na discusso de problemas, a verificao de falhas e bices e a concretizao de planejamentos focados em intervenes qualificadas devem ser a tnica para direcionar o trabalho policial de maneira clara, objetiva e prtica. O modelo de gesto operacional por resultados na PMMG ser norteado pelos seguintes objetivos desejveis para a atividade-fim: a) regionalizao ou setorizao das atividades de polcia ostensiva, e valorizao das unidades bsicas de policiamento, nas UEOp que possuem responsabilidade territorial; b) emprego das Unidades de Recobrimento e Especializadas como potencializadores das UEOp de rea da capital e do interior do Estado; c) acompanhamento da evoluo da violncia, criminalidade e caractersticas scio-econmicas dos municpios, com o uso do geoprocessamento e indicadores estatsticos de segurana pblica; d) avaliao frequente de resultados e estabelecimento de metas a serem atingidas; e) otimizao da administrao operacional nas fraes e unidades bsicas de policiamento; f) nfase preventiva e rapidez no atendimento; g) planejamento e execuo das atividades de polcia ostensiva com maior especificidade, oferecendo servios adequados de acordo com as demandas locais; h) modelo gerencial que favorea aes/operaes descentralizadas; i) adequada distribuio de recursos e o ordenamento dos processos de trabalho, por intermdio do patrulhamento produtivo direcionado, e portanto, no-aleatrio; 46 j) autonomia aos comandantes de UEOp, de Companhia e de setores de policiamento, para planejar e buscar solues para os problemas de segurana pblica afetos localidade, respeitadas as diretrizes e normas estratgicas e do nvel ttico; k) modernizao das tcnicas de gesto visando diminuio das atividades burocrticas, dando prioridade aos resultados e ao atendimento ao pblico, l) adequada coleta e utilizao das informaes gerenciais de segurana pblica, em especial aquelas relacionadas geoestatstica; m) produo de aes/operaes de polcia ostensiva preventiva, de acordo com caractersticas e tipologia criminais predominantes em seus espaos geogrficos especficos; n) esforos especficos e articulados com outros atores do sistema de defesa social, procurando agir sobre as causas, fatores, locais, horrios, condies e circunstncias vinculadas ao cometimento de crimes e desordens; o) policiamento orientado para a soluo de problemas; p) sistemas de incentivo direcionados valorizao dos policiais que atuem em atividades de polcia ostensiva de preveno criminal e atendimento de ocorrncias junto comunidade; q) direcionamento dos recursos logsticos para as sedes de Companhias e Pelotes, de forma a aprimorar a efetividade dessas Fraes; r) foco nos resultados, isto , a qualidade deve prevalecer sobre a quantidade; s) transparncia e divulgao dos resultados positivos comunidade, utilizando-se a rede de contatos via CONSEP, mdia local, peridicos, informativos diversos etc; t) intensificao da atividade de Inteligncia de Segurana Pblica (ISP) para orientao do policiamento ostensivo nos esforos de preveno e represso qualificada. 3.20 Anlise Criminal A atividade de anlise criminal deve ser desenvolvida nos diversos nveis operacionais, com o objetivo de identificar os fatores que envolvem a criminalidade, em termos qualitativos e quantitativos, bem como, identificar as variveis que se relacionam com esses fatores, apresentando correlaes entre si, ou no. No contexto da moderna gesto policial orientada por
resultados, a atividade de anlise criminal apresenta preponderante papel, e aliada s tcnicas de planejamento, inteligncia e resoluo de problemas, configura-se em importante instrumento gerencial para a efetividade das aes. 3.20.1 Finalidades a) facilitar a identificao e localizao de problemas de segurana pblica; b) proporcionar um acompanhamento geral e especfico dos servios e da produo da Organizao, alm de identificar as possveis deficincias no policiamento; c) possibilitar o emprego racional dos meios; d) proporcionar segurana para o pblico interno; e) possibilitar a produo de melhores resultados operacionais; 47 f) dar confiabilidade s informaes produzidas pela Corporao. Torna-se importante ressalvar que as variveis estudadas pelo processo de Anlise Criminal devem ser observadas sob a tica sistmica, em um contexto social, cultural, histrico e geogrfico. No podem ser consideradas de forma isolada. A nfase do estudo deve estar com o foco na ao preventiva a ser desenvolvida pelo policiamento. 3.20.2 A comunidade de estatstica e geoprocessamento A atividade de anlise criminal possui procedimentos bastante especficos que demandam conhecimento tcnico. Visando favorecer a difuso de conhecimento tecnolgico no campo dessa atividade, bem como proporcionar o desenvolvimento profissional por intermdio da troca de experincias dos policiais militares que desempenham essa atividade, constituda uma rede (equipe) denominada comunidade de estatstica e geoprocessamento, composta pelos analistas de criminalidade nos diversos nveis da Instituio. Essa comunidade caracteriza-se pelo interesse comum no estudo e desenvolvimento das tcnicas de anlise. Para integrar esta rede (comunidade) dever haver um profissional habilitado analista criminal, por RPM, UEOp e Cia PM. A formatao desta rede, critrios e metodologia, alm das atribuies especficas de cada nvel, devero ser publicados em instruo especfica. 3.20.3 Geoprocessamento Geoprocessamento , de forma geral, o conjunto de tcnicas computacionais relacionadas com a coleta, o armazenamento e o tratamento de informaes espaciais ou georreferenciadas, para serem utilizadas em vrias aplicaes nas quais o espao fsico geogrfico represente relevncia. Constitui-se em uma das principais ferramentas do processo de anlise da criminalidade. O geoprocessamento oferece como produto mapas temticos resultantes das operaes de correlao espacial entre diversas variveis colocadas sob anlise, indicando regies de probabilidade de ocorrncia dos fatores esperados no estudo. Dessa forma, o geoprocessamento permite identificar: a) o mapeamento e caracterizao das reas integradas: b) tendncias e padres de evoluo do fenmeno criminal; c) padro de comportamento dos agressores; d) possveis alvos; e) regies de vulnerabilidade; f) pontos geogrficos estratgicos; g) distncia entre fatores, elementos e fenmenos; h) a relao entre percepes sociais do medo (sensao de insegurana) e taxas reais de criminalidade. A construo de mapas digitais procura incorporar a dimenso espacial dimenso temporal da criminalidade, alm da aplicao das diversas teorias sociolgicas do crime na busca da localizao dos fatores causadores dos fenmenos, buscando servir de orientao ao planejamento operacional. 48 Desta forma, construo de geo-arquivos consiste na montagem de bases georreferenciadas de informao de diversas fontes administrativas, da justia criminal e de dados censitrios. A base espacial torna-se o denominador comum de todas essas bases de informao oriundas de diferentes fontes, com distintas unidades de contagem, tornando-se possvel a construo de uma base de dados que agregue os mais diversos tipos de informao. Os arquivos de base devem conter dados estruturais da rea integrada como: eixos de ruas, quarteires, bairros, centros comerciais, reas verdes, favelas, divises administrativas dos diversos rgos, subreas das Companhias, reas dos Batalhes, alm de informaes georreferenciadas sobre pontos comerciais e aparelhos pblicos, como bancos, supermercados, mercearias, padarias, casas lotricas, escolas, linhas de nibus, prdios pblicos, feiras, etc. As informaes de segurana pblica a serem plotadas e analisadas no mapa devem ser produzidas por meio dos registros de ocorrncias policiais, pesquisas, e por intermdio de atividades de inteligncia como o caso da identificao de infratores contumazes e gangues. uma das metas do Comando-Geral a extenso desta ferramenta de trabalho a todo territrio mineiro, e desta forma, os Comandantes Regionais e de UEOp devem envidar esforos no sentido de implantar o geoprocessamento, inicialmente nos municpios-sede, estendendo posteriormente s sedes de Companhia PM. A atualizao das informaes geogrficas no sistema informatizado Geosite deve ser uma constante, de forma a permitir a utilizao das bases desse sistema na atividade de anlise criminal por intermdio do geoprocessamento. 3.21 Preveno Ativa O Ncleo de Preveno Ativa (NPA) o setor integrante da estrutura administrativa das Unidades de Execuo Operacional da Polcia Militar, at nvel Cia PM Ind, incumbido de centralizar esforos destinados ao desenvolvimento das diretrizes da PMMG, em Polcia Comunitria, Direitos Humanos e Preveno ao Uso e Trfico de Drogas. A preveno ativa consiste no desenvolvimento de aes e operaes visando ao provimento de servios pblicos de segurana populao, destinadas preveno da criminalidade, planejadas com a participao dos representantes do Municpio, do Estado ou da Federao, ou com lideranas e representante das comunidades, realizadas segundo uma poltica pbica especfica, sob a coordenao direta de policiais militares, especialmente profissionalizados em Polcia Comunitria, Direitos Humanos ou Preveno ao Uso e Trfico de Drogas. So caractersticas essenciais de preveno ativa na PMMG: a) proteo integral: o ideal de garantia de direitos e a satisfao de todas as necessidades das crianas e adolescentes, no s no que se refere ao aspecto penal do ato praticado pelo menor ou contra o menor, mas, tambm, em relao a seus direitos vida; educao; sade; convivncia; lazer e liberdade. 1
b) fundamentao metodolgica (objetividade intrnseca): toda ao realizada pelo NPA deve possuir um propsito definido, que contenha, de forma explcita, objetivo, estratgia(s), meta(s) e responsvel(eis). c) vinculao a uma poltica pblica especfica (objetividade extrnseca): cada ao de Preveno Ativa deve ser decorrente de uma poltica pblica de alcance, federal,
1 CUSTDIO, Andr Viana. Teoria da proteo integral: pressuposto para compreenso do direito da criana e do adolescente. 49 estadual ou municipal, preferencialmente focada no mbito local, a fim de que atinja seu pblico-alvo dentro de uma perspectiva maior, que extrapole a Polcia Militar e pressuponha o envolvimento com outros rgos e entidades ligados ao problema detectado ou a ser prevenido pelo Ncleo. d) transversalidade: todas as aes dos NPA voltadas para o pblico externo devem consistir em estratgias que objetivem a preveno do delito pelo maior nmero possvel de enfoques, como o educacional, o operacional e o sociolgico. Nesse sentido, os planejamentos dos NPA devem possibilitar a interao entre suas pastas, o uso compartilhado das informaes respectivas e a realizao de eventos que perpassem as temticas de Direitos Humanos e Polcia Comunitria. e) profissionalizao: os integrantes do NPA devem possuir pendor para a atividade de relacionamento interpessoal e sero alvo de polticas especficas de capacitao pelo Comando-Geral, voltadas ao aprimoramento de habilidades nesse sentido. f) cientificidade: as aes do NPA devem basear-se em dados cientficos, como o ndice de Criminalidade, o ndice de Criminalidade Violenta, o ndice de Desenvolvimento Humano, bem como outros dados disponibilizados por instituies de pesquisa (IBGE, Fundao Joo Pinheiro, CRISP/UFMG, IPEA etc.) ou em diagnsticos sobre o status da criminalidade no espao de aplicao da ao/estratgia, obtidos por meio da estatstica e, ou do geoprocessamento. g) mobilizao social: todo o trabalho de Preveno Ativa deve ter como essncia a participao comunitria, assim compreendido o envolvimento de CONSEP, clubes de servio, escolas, lideranas religiosas e outros parceiros. h) continuidade: a Preveno Ativa trabalho de construo gradativa de um ambiente de tranquilidade pblica, no universo de sua aplicao (aglomerado urbano, grupo de cidados selecionado de acordo com propenso vitimizao etc.) e difere de aes pontuais, de represso imediata, tradicionalmente realizadas por meio de operaes policiais-militares. Pressupe, por isso, uma contnua observncia da relao causa-efeito e a sequncia dos programas preventivos, ainda que diante de mudanas de Comando, em todos os nveis. As orientaes para a execuo e otimizao da preveno ativa em todas as UEOp, bem como a estrutura e funcionamento do NPA, sero detalhadas em norma complementar. 3.22 A Participao da Inteligncia de Segurana Pblica na Preveno e Represso Qualificada Dentro do escopo institucional, a PMMG realiza a investigao da criminalidade (investigao policial preventiva), funo tpica da polcia preventiva, destinada ao levantamento de informaes para subsidiar o lanamento do efetivo policial no teatro de operaes. Nesse raciocnio, a ISP tem por finalidade coletar e buscar dados, produzindo conhecimentos estratgicos, tticos e operacionais com vistas a antecipar a ecloso do delito e permitir polcia planejar o emprego e lanamento de seu efetivo e meios com cientificidade, possibilitando a preveno e represso qualificada. Define-se a preveno e represso qualificada como um conjunto de medidas adotadas por rgos policiais com o objetivo de prevenir e/ou reprimir crimes de forma 50 focalizada, mediante utilizao da anlise criminal e da inteligncia de Segurana Pblica na produo de conhecimentos, visando resultados pontuais de reduo da criminalidade. Dessa forma, a represso qualificada dos delitos deve ser precedida por aes integradas da anlise criminal e da anlise de inteligncia. A primeira, prioritariamente, tem por objetivo avaliar as informaes espaciais e temporais, normalmente decorrentes das consequncias do ato delitivo. A anlise de inteligncia busca agregar qualidade aos dados quantitativos com vistas a identificar as causas, atores, vinculaes criminais e fatores conexos, complementando a anlise criminal, e possibilitar a produo de conhecimentos prospectivos. Nesse entendimento, a investigao da criminalidade ou investigao policial- preventiva, por meio da anlise criminal e da Inteligncia da Segurana Pblica, move-se na direo de produzir conhecimentos que permita Instituio planejar o emprego de seu efetivo e meios com cientificidade, realizando aes e operaes com vistas a prever, prevenir e reprimir o delito, alcanando maiores nveis de eficincia e eficcia. Ressalta- se que ela no deve ser confundida com a investigao criminal, prpria da polcia judiciria e voltada para apurao dos delitos. 3.23 Avaliao do Desempenho Operacional O princpio constitucional da eficincia no servio pblico, exige que a administrao, em todos os seus servios, busque formas de alcanar eficincia na prestao de servios. A avaliao de resultados citada como mecanismo para mensurao da eficincia. Para a segurana pblica no diferente. imperativo que haja avaliao do trabalho policial, tanto dos resultados numricos, como de sua efetividade para a melhoria da sensao de segurana por parte da populao. Em consequncia da poltica estadual para avaliao de desempenho, o Comando- Geral da PMMG est implementando medidas para aferio do desempenho por Comandos Regionais, e por estes, a avaliao do desempenho das Unidades de Execuo. Na Polcia Militar, o uso de processos de avaliao de desempenho uma demanda resultante do prprio fortalecimento da cultura mundial de prestao de contas (accountability). Dessa forma, alguns instrumentos so desenvolvidos com a finalidade de garantir uma avaliao de desempenho sistemtica e a possibilidade da correo dos procedimentos dentro de um perodo de tempo que possibilite a influencia positiva nos resultados. Ressalta-se que a busca por melhores resultados no pode e nem deve implicar desrespeito aos princpios legais que norteiam a atividade de polcia ostensiva. Os instrumentos descritos a seguir representam prticas de sucesso utilizadas sobretudo na administrao gerencial e que so importantes mecanismos de planejamento e avaliao que devem ser desdobrados pelos Comandos Regionais de forma a adapt-los com propriedade para todos os escales subordinados. 3.23.1 Acordo de Resultados o instrumento de contratualizao de resultados institudo pelo Governo Estadual, j celebrado pelo Comando da PMMG, de forma vinculada ao sistema de defesa social. Baseia-se na projeo de metas a serem atingidas periodicamente, tanto de produtividade quanto de reduo da incidncia da criminalidade. A fim de que seja alcanado o resultado global pactuado pela PMMG, as metas acordadas sero 51 desdobradas aos Comandos Regionais, e destes com todas as Unidades Operacionais, nos mesmos percentuais estipulados. 3.23.2 Monitoramento de Metas Uma vez que existam metas definidas e acordadas para as diversas Unidades Operacionais, deve haver a fragmentao dessas em metas parciais dispostas em um perodo de tempo que permitam a observao de distores em menor proporo temporal. O monitoramento das metas permitir a correo das medidas de interveno focalizadas no problema, garantindo o cumprimento da meta geral ao final do perodo. Diretrizes gerais para o procedimento de monitoramento de metas devem ser produzidas pelo EMPM e desdobradas para os diversos nveis. 3.23.3 Indicadores de avaliao Indicadores so instrumentos quantitativos de avaliao de aspectos e variveis que fazem parte de um processo de produo ou servio. Os indicadores so unidades de mensurao referencial que permitem a rpida visualizao de parmetros-chave para a produo de servios, possibilitando ao gestor a identificao imediata de problemas ou de queda no desempenho. A construo de indicadores para mensurao deve ser pautada em Mtodo cientfico, metodologia adequada de mensurao e padro referencial comparativo que permita agregar significado a esse indicador. O processo de gesto do conhecimento permite o refinamento da construo de indicadores uma vez que possibilita um aprendizado institucional, ou seja, know-how. Na PMMG os indicadores devem ser projetados de forma a auxiliar os gestores na verificao de parmetros de resultado como o caso da criminalidade incidente em uma unidade territorial, mensurao da produtividade alcanada pelos diversos servios, bem como mensurao de parmetros de processo, como o caso por exemplo do tempo de resposta ou atendimento. Existem ainda os indicadores de parmetros administrativos ou de apoio. A fim de possibilitar um painel ou mapa gerencial de apoio a deciso, os comandos regionais devem produzir Instrues normativas para a construo definio dos indicadores tcnicos em cada regio de subordinao, observando-se os parmetros cientficos de criao desses indicadores. 3.23.4 ndices de segurana pblica Os ndices e taxas de segurana pblica correspondem relao das ocorrncias em cada municpio com dados fornecidos pelos indicadores de segurana pblica. Os totais de ocorrncias especficas, relacionadas com a populao, resultam nos seguintes ndices de segurana pblica: - ndice de Criminalidade - ndice de Criminalidade Violenta - ndice de Contravenes - ndice de Assistncia Conforme norma internacional, os ndices so calculados por intermdio da frmula: n de ocorrncias x 100.000 / populao. 52 Tendo em vista que vrias cidades do Estado possuem populaes com menos de 10.000 habitantes, devem ser utilizados para o clculo do ndice os valores : n de ocorrncias x 1.000 / populao. Esta medida objetiva corrigir a discrepncia que causaria em cidades com menos de 10.000 habitantes o emprego da frmula padro. Os ndices de segurana pblica so construdos de forma padronizada, permitindo uma comparao entre as diversas localidades de responsabilidade de um determinado comando e tambm um acompanhamento da evoluo da criminalidade ao longo do tempo (srie histrica). A definio das naturezas relacionadas aos ndices so as seguintes: - ndice de Criminalidade: relacionadas conforme artigos do Cdigo Penal e legislao especial (Cdigo de Trnsito Brasileiro, Crimes ambientais, dentre outras); - ndice de Criminalidade Violenta: Memorando expedido pelo EMPM Classificao de Crimes Violentos; - ndices de Contravenes: relacionadas conforme artigos da Lei das Contravenes Penais e legislao especial (Cdigo de Trnsito Brasileiro, Cdigo Florestal); - ndice de Assistncia: selecionadas as classes voltadas diretamente assistncia. A relao entre o nmero de bancos, veculos, escolas, bem como outros, agregados quantidade de ocorrncia respectiva, resultam em taxas. As taxas devem ser separadas nos seguintes grupos: - Taxas de Crimes contra o Patrimnio - Furtos; - Taxas de Crimes contra o Patrimnio - Roubos. Informaes aprofundadas e relevantes acerca da avaliao de desempenho operacional esto inseridas no Manual de Banco de Dados, Estatstica e Geoprocessamento. 3.23.5 Reunies peridicas de avaliao A fim de garantir a eficcia da gesto policial, devem ocorrer, em todos os nveis de comando operacional (RPM/UEOp), reunies peridicas de avaliao . Ocasio em que toda atividade de produo de diagnsticos estatsticos, o monitoramento de metas e os indicadores de desempenho, por intermdio da anlise criminal e da Inteligncia de Segurana Pblica, devem convergir como suporte para um processo de tomada de deciso que privilegie a experincia dos gestores com responsabilidade pelas diversas reas. As reunies de avaliao devem ter uma periodicidade e definio prvia de pauta, permitindo a avaliao dos resultados operacionais, planejamento de novas aes e, como feed back, a formulao diretrizes tticas de atuao. Devem ser observados, para tal atividade, os pressupostos da Diretriz de Coordenao e Controle, objetivando suprimir sobreposio de esforos. 53 3.24 Rapidez no Atendimento A rapidez na resposta fator primordial para a eficincia e eficcia das aes e operaes a cargo da Polcia Militar, cujo objetivo maior prestar um atendimento ao pblico com excelncia. O tempo decorrido entre o recebimento de uma solicitao e a transmisso da ocorrncia a uma Unidade ou Frao deve ser o mnimo necessrio. O procedimento de primeiro confirmar a solicitao para depois acionar uma guarnio deve ser eliminado. A confirmao dos pedidos uma medida importante e adequada, mas deve ser tomada aps o acionamento da guarnio, concomitantemente com seu deslocamento. A agilidade no atendimento no deve significar o desprezo dos necessrios cuidados por parte do militar, quanto a sua segurana e a de terceiros; a rapidez deve ser compatvel com a urgncia de sua interveno. 3.25 Relacionamento em Nvel Municipal/Local Atendendo-se aos preceitos de viso sistmica para os esforos de defesa social, fundamental para o trabalho de polcia ostensiva que ocorra a integrao em nvel local entre a Unidade/Frao PM e os demais rgos e entidades relacionados segurana pblica e defesa social, principalmente as guardas municipais. Atuaes de forma compartilhada, operaes conjuntas, realizao de reunies e visitas peridicas, respeito e convivncia institucional so prticas recomendadas no relacionamento do militar e das Fraes com as organizaes pblicas locais, mormente as integrantes do Sistema de Defesa Social. oportuno ressaltar que o poder de polcia inerente administrao pblica, em qualquer esfera de governo, est presente nos diversos rgos que a integram, e seu exerccio, observada a legalidade do ato, deve ser garantido pela Polcia Militar, conforme sua misso constitucional. A sociedade ter maiores benefcios com a perfeita integrao entre a Polcia Militar e as demais entidades a servio do pblico local, pois evita-se a disperso de esforos. No interessa a competio, e sim, a convergncia dos esforos para o bem estar pblico, com agilidade e excelncia, por intermdio de parceria e cooperao. Os Comandantes, nos diversos nveis, como autnticos representantes da Instituio em cada localidade, devem se conscientizar disso e procurar estabelecer relaes profissionais com as inmeras autoridades locais com atuao na defesa social. Este relacionamento, contudo, no deve tolher-lhes a liberdade de ao, nem lev- los a algum tipo de subordinao ou servilismo, envolvimento em atividades estranhas nossa misso ou contrrios aos interesses coletivos. O emprego do policiamento ostensivo no pode estar subordinado a rgos estranhos estrutura da Polcia Militar e nem deve atuar de acordo com as vontades pessoais de seus representantes, se contrrios ao interesse pblico. A impessoalidade e a moralidade so importantes postulados inerentes atividade policial. Especificamente quanto s Guardas Municipais, estas foram concebidas na CR/88, sendo-lhes atribudas as seguintes atividades: a) promover a vigilncia dos logradouros pblicos municipais, realizando segurana preventiva diurna e noturna; b) promover a vigilncia dos prdios pblicos do Municpio; 54 c) promover a fiscalizao da utilizao adequada dos parques, jardins, praas e outros bens de domnio pblico, pertencentes ao municpio, evitando sua depredao; d) promover a vigilncia das reas de preservao do patrimnio natural e cultural do Municpio, bem como preservar mananciais e a defesa da fauna e da flora; f) colaborar com a fiscalizao da Prefeitura na aplicao da legislao relativa ao exerccio do poder de polcia administrativa do Municpio; g) coordenar suas atividades com as aes do Estado, no sentido de oferecer e obter colaborao na segurana pblica e outras de interesse comum, mediante convnio. As Guardas Municipais so corpos de segurana vinculados funcional e juridicamente ao Poder Executivo Municipal, a quem cabe cogitar de sua criao e doutrina de emprego. Em Minas Gerais, alguns municpios optaram por implant-las, o que deve ser visto com naturalidade pela PMMG. Em que pese as Guardas Municipais no terem subordinao ou vinculao PMMG, pode a Corporao, a ttulo de colaborao, participar do processo de seleo, treinamento e coordenao de emprego do pessoal das Guardas nas atividades a elas afetas, conforme preceitua o pargrafo 4 do artigo 183 da Constituio Estadual vigente. No h que se considerar a Guarda Municipal como um rgo concorrente, mas sim, como um aliado da PMMG no trabalho de preveno criminal e preservao da ordem pblica. necessrio destacar que a PMMG no abrir mo de suas atribuies constitucionais e, portanto, no terceirizar suas competncias s guardas municipais. 3.26 Ao de Comando e Gesto Operacional A ao de Comando/Chefia, em todos os nveis, deve pautar-se pela moderna gesto orientada por resultados finalsticos. Para a efetividade da ao de Comando evidencia-se a necessidade de conjugao e integrao sistmica das variveis de policiamento. Alm disso, a cooperao entre militares que executam diferentes tipos de policiamento ostensivo deve ser completa, ainda que os executores estejam vinculados a diferentes comandos. As Unidades de Execuo Operacional com responsabilidade territorial, de recobrimento, de meio ambiente e trnsito so obrigadas a engajarem-se em quaisquer ocorrncias emergentes em suas reas de atuao, mesmo que no constituam sua misso principal, adotando as medidas preliminares cabveis at a soluo definitiva pela UEOp prpria. Quando a situao exigir o emprego de integrantes de mais de uma UEOp para o cumprimento da misso, o militar de maior posto/graduao, ou o mais antigo, assumir o comando das aes. Salienta-se que a metodologia referente ao Sistema de Comando em Operaes (SCO) ser adotada harmonicamente com a doutrina organizacional da PMMG. O SCO uma ferramenta gerencial para planejar, organizar, dirigir e controlar as operaes de resposta em situaes crticas, fornecendo um meio de articular os esforos de agncias individuais quando elas atuam com o objetivo comum de estabilizar uma situao crtica e proteger vidas, propriedades e o meio ambiente. 55 3.27 Policiamento Velado O policiamento velado uma atividade executada em apoio ao policiamento ostensivo, com o emprego de militares em trajes civis, possuindo caractersticas, princpios e variveis prprios. As orientaes para a execuo do policiamento velado, vinculao tcnica- operacional, formas de controle etc, sero detalhadas em norma especfica. 3.28 Emprego de Policial Feminina Na ocasio em que as primeiras policiais femininas foram empregadas na Polcia Militar de Minas Gerais, no princpio dos anos 80, o seu leque de atividades era bem limitado: atuava no trato com crianas, idosos e mulheres, no policiamento ostensivo em lugares de muito movimento e grande visibilidade e na atividade-meio da Instituio, dentre algumas outras poucas possibilidades de emprego. Havia uma percepo tcita e equivocada de que a condio biolgica da mulher era um impedimento ao pleno exerccio da profisso. As mulheres provaram, com o passar do tempo, ser capazes de executar as mais variadas misses, em todos os rinces do Estado de Minas Gerais. Portanto, as policiais femininas podero atuar at o nvel de destacamento e subdestacamento PM, desde que o efetivo existente na frao seja, sob anlise do comandante da UEOp, adequado ao bom desempenho das atividades nas respectivas fraes. Quanto s atividades de policiamento a serem desempenhadas, no h restrio quanto ao tipo, processo, modalidade, circunstncia, lugar, desempenho e durao, desde que obedecida a legislao em vigor que trata das peculiaridades de trabalho da mulher. Quanto possibilidade de efetivo misto em GuPM, no h restries com relao a quantitativo de cada gnero, devendo o Comandante, caso a caso, avaliar os aspectos que porventura interfiram, administrativa ou operacionalmente, na formao das equipes policiais de sua Frao. No se restringe a participao de policiais femininas em atividades relativas a diligncias do servio pblico. Entretanto, em face de sua compleio fsica natural, a escala de policial do gnero feminino como motorista, especialmente em viagens demasiadamente longas, deve ser precedida de avaliao dos riscos advindos de tal deciso. Por fim, no h restries quanto designao de policiais femininas para comandamento de Fraes PM, sendo obedecida avaliao de efetivo supramencionada. 56 Captulo IV - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 4.1 Estrutura A PMMG estrutura-se em trs nveis decisrios: direo geral, direo intermediria, e nvel de execuo. Quanto natureza das atividades, estrutura-se em atividade meio e atividade fim. Tal estruturao pode ser observada conforme a figura abaixo:
Figura 6 Estrutura Organizacional da PMMG. O nvel de DIREO GERAL, ou estratgico, composto pelo Comando-Geral, Estado-Maior e Assessorias. O nvel de direo intermediria (UDI), ou ttico, composto, na rea da atividade- fim, pelas RPM e pelo Comando de Policiamento Especializado (CPE); na atividade-meio pelas Diretorias, Corregedoria (CPM), Academia de Polcia Militar (APM) e Auditoria Setorial. Quanto ao NVEL DE EXECUO ou operacional composto na rea da atividade-fim, pelas UEOp que podem ser Batalhes (BPM), Regimento de Cavalaria, Companhias Independentes (Cia PM Ind), Companhia de Misses Especiais (Cia MEsp). Os Batalhes/Regimento sero articuladas em Companhias/ esquadres (especiais ou orgnicas), Grupamentos, Pelotes, Grupos e Subgrupos, e recebero misses especficas, a serem definidas nos respectivos Planos de Emprego Operacional. Para a atividade-meio, as unidades de execuo podero ser Centros, Hospitais, e mesmo, unidades escolares (Colgios Tiradentes), conforme a misso que lhes confiada. A estruturao das unidades da PMMG por rea geogrfica, em ateno ao princpio da responsabilidade territorial, ocorre nos nveis ttico e operacional, exceo feita ao Comando de Policiamento Especializado e suas unidades subordinadas. Esta 57 diviso geogrfica, em face da poltica de integrao, dever estar vinculada criao de reas integradas . O CPE e unidades subordinadas, apesar de terem sede na RMBH, no possuem responsabilidade territorial, e podero ser empregados em todo o territrio do Estado, em apoio ou recobrimento s demais UEOp. Somente o BPTran, BPMRv, e Cia PM MAmb possuem definio de espao geogrfico de responsabilidade, podendo eventualmente apoiar outras UEOp. As Unidades que tm como atribuio a atividade-meio so responsveis pelo apoio e assessoramento tcnico para que os servios destinados sociedade sejam desenvolvidos com efetividade; seus usurios so os policiais militares e as UEOp. 4.2 Processo Decisrio 4.2.1 Tipos de decises a) decises de nvel estratgico: so aquelas geralmente executadas com uma viso mais mediata, isto , mais a longo prazo e, dada sua natureza e seu grau de importncia para a organizao, representa um impacto mais amplo, profundo e duradouro. Na PMMG, em nvel de direo geral (estratgico), so formuladas as polticas e diretrizes gerais do emprego da PMMG, no que se refere aos recursos humanos, logsticos, atividade de inteligncia, emprego operacional, comunicao organizacional, controle oramentrio, articulao e gesto. So decises que geram reflexos a longo prazo; b) decises de nvel ttico: esse nvel tem como funo bsica traduzir as decises estratgicas em aes efetivas a serem implementadas pelos mais diversos setores da organizao Neste caso, o nvel de direo intermediria ou ttico apresenta decises relacionadas ao processo de como executar as ordens emanadas pelo nvel estratgico. Seus reflexos so geralmente observados a mdio prazo; c) decises de nvel operacional: nesse nvel, os esforos so direcionados para cada processo ou projeto da organizao. So aplicadas em setores especficos e apresentam impactos limitados. Na PMMG, as decises do nvel de execuo ou operacional esto diretamente relacionadas execuo e desenvolvimento dos servios. Tais decises, via de regra, geram reflexos a curto prazo. 4.2.2 Cadeia de comando e as autoridades organizacionais A hierarquia e disciplina, pilares da organizao policial militar, so exercidas por meio da observncia dos postos e graduaes, da cadeia de comando e das autoridades organizacionais. A cadeia de comando o conjunto de escales e canais de comando, por intermdio dos quais as aes de comando so exercidas verticalmente, no sentido ascendente e descendente. Os escales de comando so os diferentes nveis de comando em estrutura escalar (vertical ou hierrquica) que compem a organizao. Os canais de comando so os caminhos por onde fluem as ordens e orientaes do comando superior, no sentido descendente, e as respostas e informaes no sentido ascendente. 58 A no observao da cadeia de comando traz graves prejuzos ao processo decisrio gerando, em ltima instncia, a ineficincia e ineficcia da prestao do servio de segurana pblica. Na PMMG existem trs tipos de autoridade: a) a primeira a autoridade de linha ou hierrquica, que possui o poder de comandamento e disciplinar sobre os rgos subordinados; b) a segunda a autoridade tcnica ou funcional que emite orientaes normativas em seu campo de atividade especfica; e c) a autoridade de estado-maior ou assessoria, que por intermdio de estudos pertinentes, prope solues s autoridades de linha e tcnica, nas reas de planejamento e gesto estratgica. A Figura abaixo apresenta a cadeia de comando e as autoridades organizacionais.
Figura 6 - Cadeia de Comando e Autoridades Organizacionais. 4.3 O Sistema Operacional da PMMG Para atender com eficincia as inmeras demandas de servio, necessrio que toda a estrutura interna da PMMG atue de forma coordenada e alinhada aos objetivos institucionais. A PMMG deve ser vista como um sistema global, composto por nveis e estruturas de comando e de responsabilidade tcnica, que devem se articular de forma harmnica, respeitando-se a estrutura de comando e autoridades organizacionais (de linha, tcnica e de assessoria). Cada setor deve ajustar seus planejamentos e metas, com o mximo aproveitamento da estrutura, dos processos e sistemas internos, convergindo para a melhor prestao de servios. O sistema operacional da PMMG compreendido desde as Sees do EMPM que prestam assessoria, passando pelas UDI que exercem comandamento ou autoridade tcnica, chegando s UEOp e demais fraes, envolvendo ainda todos militares que estejam na ponta da linha em plena atividade operacional. 59 O funcionamento harmnico deste sistema permite a fluidez das informaes e ordens, a agilidade dos processos, a preciso dos planejamentos e estratgias, e consequentemente, a eficincia da instituio. 4.4 Articulao Operacional Observar-se- sempre o pressuposto da responsabilidade territorial, que o princpio pelo qual os Comandos Regionais, Unidades e fraes de execuo operacional, a partir de uma delimitao geogrfica definida, so responsveis pela execuo das atividades de polcia ostensiva em seus esforos iniciais. Este princpio impe aos comandantes territoriais constante acompanhamento do fenmeno criminal, atribuindo-lhes, em grau sucessivo, a responsabilidade perante o escalo imediatamente superior, de prestar informaes, anncios e, em caso de rompimento da malha protetora, solicitar apoio ou recobrimento. Na atual poltica de integrao de reas geogrficas (AISP), o princpio da responsabilidade territorial est atrelado a uma correspondncia com outros atores de defesa social. No se descura, entretanto, que a funo policial comporta trs dimenses: social, jurdica e sistema de ao, cujo recurso essencial a utilizao da fora. Da decorre que a atividade policial se recubra de uma complexidade natural quanto a sua execuo. Estas trs dimenses conduzem a uma fragmentao das atividades policiais em atividades de preservao da ordem, de preveno e represso criminal e de polcia ostensiva. As atividades de preveno e represso criminal sugerem uma diviso em policiamento preventivo e policiamento complexo, conducente a uma remodelao das estratgias e da organizao das respostas ao fenmeno criminal e violncia. Com a finalidade de configurar uma resposta especificamente adaptada ao contedo das demandas, contemplam-se dois modelos operacionais diferenciados: o Territorial, com foco na preveno criminal, baseado na proximidade e interao comunitria, atendendo aos pressupostos e filosofia da Polcia Comunitria e o Recobrimento, sustentado na especializao, nas respostas a fenmenos criminais ou violentos ou potencialmente violentos que exijam respostas estratgicas e altamente qualificadas, quer por sua dimenso, quer por sua repercusso, quer por sua complexidade. Tanto um quanto outro pode levar a cabo atividades nas trs dimenses, e nos dois modelos, assim como desenvolver aes no campo da preveno e represso. A materializao destes conceitos revela-se nestes modelos convencionados, cujos limites, mbitos e contornos so a seguir explicitados. 4.4.1 Critrios e procedimentos para alteraes na articulao operacional Qualquer alterao na articulao operacional da PMMG (criao, elevao ou extino de Unidades ou Fraes), privativa do Comandante-Geral, sendo formalizada por meio de Resolues. Excetua-se somente a criao/desativao de Subgrupos PM em distritos e povoados, o que pode ser implementado pelos Comandos Regionais (RPM) aps o respectivo estudo de situao, exigindo-se somente a comunicao formal ao EMPM. Em face da vigente poltica de integrao de reas de responsabilidade (AISP), o processo para tais alteraes na articulao operacional deve considerar a participao de outras instituies. 60 O EMPM manter constante monitoramento para detectar necessidades de alteraes na estrutura operacional da PMMG. Caso haja, por parte das UDI e UEOp, a percepo da necessidade quanto a alteraes na estrutura organizacional, devero reportar-se ao EMPM, encaminhando Estudo de Situao com a motivao, desdobramentos e o respectivo parecer. 4.4.2 Modelo territorial Consiste na diviso do Estado de Minas Gerais em espaos geogrficos denominados regies, reas, subreas, setores e subsetores, de responsabilidade de RPM, batalhes, companhias, pelotes e grupos PM, podendo estes desdobrar-se em subgrupos. O modelo de articulao territorial tem como princpios inspiradores uma maior proximidade aos cidados, a descentralizao dos servios policiais, e a modernizao dos servios relacionados com a ateno ao pblico. Articulado em respostas auto- suficientes e multifuncionais, dever permitir, utilizando critrios de descentralizao, a adequao entre o servio policial e as necessidades de segurana que surgem nos respectivos espaos geogrficos. 4.4.2.1 Contornos do modelo territorial Caracteriza-se por desenvolver atividades de preveno e represso imediata em matria de delinquncia sobre um espao territorial concreto, cuidando das respostas s demandas da comunidade, sejam elas de que ordem for, mormente as que causarem insistentes clamores populares e estiverem relacionadas a infraes penais; desenvolve ainda tarefas operacionais que excedem o mbito das atividades ordinrias, tais como o policiamento propriamente dito de zonas quentes de criminalidade, de eventos, de locais de risco, dentre outros, cuidando das tarefas convencionais, no campo da dissuaso, executando o policiamento ostensivo geral, mas em perfeita consonncia e de forma complementar. Todas as fraes devero promover a diviso de seu efetivo, seja de que valor for. As informaes analticas para guiar as duas formas de atuao devero ser originadas nas Unidades de Execuo Operacional, que obrigatoriamente tero em sua estrutura um setor de anlise criminal. Este modelo responder pelas atividades de segurana preventiva, sem, contudo, se descurar da represso sistemtica ao crime organizado. As atuaes no campo da represso qualificada por unidades territoriais sero calcadas na preparao, conteno, isolamento, estabilizao, verbalizao, atuando como primeiras interventoras em ocorrncias tpicas de Unidades Especializadas. O policiamento ostensivo ordinrio (segurana preventiva) a atividade de maior expresso na PMMG, pois proporciona um contato diuturno com as comunidades. o responsvel pela preveno criminal e pela interveno rpida, oportuna e de qualidade nos pequenos conflitos sociais, em razo da sua presena real e potencial em toda parte do territrio mineiro, percebida e visualizada de relance pelo uniforme, apetrechos e armamentos utilizados pelos policiais militares empregados nos diversos tipos e, principalmente, pelos processos de policiamento, sejam eles a p, em bicicletas, em veculos motorizados de duas rodas (motocicletas) ou de quatro rodas. Ele ainda pode ser visto montado ou helitransportado, haja vista que o policiamento montado e o areo atuam, como misso secundria, no patrulhamento em zonas quentes de criminalidade, ou em locais de risco com empenhos rotineiros, ou em grandes 61 corredores de trnsito, ou em eventos de grande porte, ou ainda em aes de cunho humanitrio ou assistencial. No modelo territorial so levadas a efeito as atividades de polcia ostensiva e de segurana, de policia de preservao da ordem e de preveno criminal. Dentro da atividade de preveno criminal responsvel pelo policiamento preventivo, com aes e medidas tendentes a evitar ou a interromper a possibilidade ou a deciso de cometer um delito e impedir a realizao de fatos ou atos que impliquem num delito, bem como a reprimir, de forma imediata, um ato delitivo em desenvolvimento, evitando a produo de consequncias posteriores e garantindo, eventualmente, a responsabilizao dos supostos delinquentes. Poder executar atividades de represso ordinria ao crime organizado. Na atividade de preservao da ordem, responsvel por garantir os movimentos sociais e pelo controle de distrbios civis. A dimenso e durao dos eventos podem ensejar o acionamento das Unidades Especializadas. Na atividade de polcia ostensiva e de segurana, responsvel pelo policiamento de pontos sensveis, de zonas quentes, de reas comerciais, de patrulhamento zonificado e direcionado, de rdio-atendimento, enfim, de todas aquelas atividades que no se enquadrem nas demais modalidades. Por fim, ressalta-se que a interveno policial classificada em trs nveis, quais sejam: a) interveno de nvel 1: adotada nas situaes de assistncia e orientao; b) interveno de nvel 2: adotada nas situaes em que haja a necessidade de verificao preventiva; c) interveno de nvel 3: adotada nas situaes de fundada suspeita ou certeza do cometimento de delito, caracterizando aes repressivas. A pormenorizao dos procedimentos relativos interveno policial ser estabelecida em manual tcnico especfico. 4.4.2.2 Estrutura bsica das unidades do modelo territorial Conforme citado anteriormente, no modelo territorial a PMMG se estrutura em Regies, Batalhes, Companhias Independentes (em nvel de Unidade), e Companhias orgnicas (Cia PM ou Cia PM Especial) , Pelotes, Grupos e Subgrupos, que representam o esforo ordinrio de policiamento ostensivo, de acordo com as caractersticas do territrio sob sua responsabilidade, conforme quadro abaixo: Unidade/Frao Responsabilidade Territorial Regio de Polcia Militar Regio Batalho ou Companhia Independente rea Companhia Subrea Peloto Setor Grupo (Destacamento) Subsetor Subgrupo (Subdestacamento) Subsetor
62 Alm do esforo ordinrio, as Unidades de rea possuiro, em sua estrutura bsica, um primeiro esforo de recobrimento, representado, no caso dos Batalhes, por Companhias Ttico-Mvel, compostas basicamente por 02 (dois) Pelotes Ttico- Mvel Motorizados, 01 (um) Peloto de Operaes e 01 (um) Peloto de Trnsito. No caso das Companhias Independentes, o primeiro esforo ser composta por 01 (um) Peloto Ttico-Mvel, composto por 02 (dois) Grupos Tticos Motorizados, 01 (um) Grupo de Operaes e 01 (um) Grupo de Trnsito. A estrutura de primeiro esforo de recobrimento poder ser adequada de acordo com a realidade das UEOp. Nas Unidades sediadas em Belo Horizonte, as Companhias Ttico-Mvel no possuiro Pelotes de Trnsito, em face da existncia do Batalho de Polcia de Trnsito (BPTran). As Companhias Ttico-Mvel atuaro nas atividades de recobrimento em toda a rea do Batalho ao qual estiverem subordinadas e, da mesma forma, os Pelotes Ttico- Mvel exercero tais atividades nas reas das Companhias Independentes. Desta forma, a estrutura bsica das Unidades com responsabilidade territorial pode ser ilustrada pelos organogramas abaixo: a) Batalho de Polcia Militar
Figura 7: estrutura de um Batalho de Polcia Militar
b) Companhia Independente de Polcia Militar (Cia PM Ind) A estrutura anterior se replica s Companhias Independentes, guardadas as devidas propores. Batalho de Polcia Militar BPM Companhia Ttico Mvel Cia TM Grupo de Polcia Militar (Detacamento) Gp PM(Dest PM) Peloto Ttico-Mvel Pel TM Subgrupo de Polcia Militar (Subdetacamento) SGp PM(Dest PM) Companhia de Polcia Militar Cia PM Peloto de Choque Pel Chq Peloto de Trnsito Pel Tran Grupo Ttico GT Peloto de Polcia Militar Pel PM 63 4.4.3 Modelo supra-territorial (recobrimento) Este modelo visa a atuao em ocorrncias complexas, ou potencialmente violentas, ou que por sua dimenso ou repercusso extrapolem a capacidade de atuao do policiamento ordinrio. Sustenta-se nos princpios da qualificao especial como condio necessria para a realizao das tarefas. A organizao operacional neste modelo configura-se em trs nveis de recobrimento: a) o primeiro esforo de recobrimento, que se situa nos Batalhes e Cias PM Ind, representado pelas Companhias e Pelotes Ttico-Mvel; b) o segundo esforo de recobrimento, que se situa nas RPM, representado pelas Companhias de Misses Especiais. Caso a RPM no disponha de Cia MEsp em uma determinada rea sob responsabilidade de um Batalho, poder mobilizar a Cia MEsp situada na rea de um batalho em apoio a outra rea dentro da respectiva RPM; c) o terceiro esforo de recobrimento, num mbito territorial mais amplo, abrigando ainda as atividades de policiamento complexo, representado pelas Unidades do Comando de Policiamento Especializado; NVEL COORDENAO UNIDADES / FRAES DE RECOBRIMENTO 1 Nvel - 1 Esforo de Recobrimento BPM, Cia PM Ind Cia TM, Pel TM 2 Nvel - 2 Esforo de Recobrimento (Exceto 1 RPM) RPM Cia MEsp 2 Nvel - 2 Esforo de Recobrimento (1 RPM) CPE BTL ROTAM, BPE, BTL RpAer, RCAT e GATE 3 Nvel - Esforo Especial de recobrimento CPE BTL ROTAM, BPE, BTL RpAer, RCAT e GATE
4.4.3.1 Contornos do modelo A conformao e desdobramento das UEOp de recobrimento, relativas s aludidas modalidades criminais, derivaro do conjunto de problemticas delitivas especficas existentes nas regies. 4.4.3.2 Estrutura bsica das UEOp de recobrimento a) 1 esforo de recobrimento: O primeiro esforo de recobrimento, conforme tratado anteriormente, ser realizado pelas Companhias e Pelotes TM, j integrados estrutura organizacional das Unidades de rea. b) 2 esforo de recobrimento: nas Regies da Polcia Militar, em que todos os esforos de policiamento ordinrio (policiamento a p, ciclopatrulha e policiamento motorizado em viaturas de duas e quatro rodas) e o primeiro esforo de recobrimento (peloto ttico-mvel, peloto de operaes, peloto de trnsito) de todas as UEOp estiverem efetivamente consolidados, poder ser criada a Companhia de Misses Especiais (Cia MEsp), cuja finalidade ser a realizao do segundo esforo de 64 recobrimento. Exceo feita 1 RPM, que recebe recobrimento pelas UEOp do CPE.
A criao da Cia MEsp depender da aprovao do EMPM, aps anlise de estudo de situao elaborado pela RPM interessada, e somente ser efetivada se forem obedecidos todos os nveis de escalonamento de emprego dos esforos ordinrios e de recobrimento. A Cia MEsp ser diretamente subordinada RPM e ter sua atuao direcionada para toda a Regio, constituindo-se em fora de manobra do Comandante Regional, possuindo a seguinte estrutura bsica: - 01 (um) Peloto ROTAM (Rondas Tticas Municipais); - 01(um) Peloto de Eventos e Choque, ao qual estaro subordinados um Grupo de Policiamento Montado (GPMont) e um Grupo de Policiamento Ostensivo com Ces (POC); - 01 (um) Grupo de Gerenciamento de Crises, composto por 01 (um) Oficial Negociador, 01 (um) Sniper e 08 (oito) militares integrantes do Time de Invases Tticas. Tais grupamentos somente sero ativados aps treinamentos tcnico e ttico especfico devidamente reconhecido pela Instituio, ocasio em que podero utilizar os armamentos, equipamentos e demais apetrechos, bem como vestir os fardamentos previstos no RUIPM para a atividade Para tanto, as fraes que realizarem Rondas Tticas Municipais (ROTAM), Policiamento Montado (PMont), Policiamento Ostensivo com Ces (POC) e queiram manter Grupo de Gerenciamento de Crises, possuiro vinculao tcnica ao CPE, para fins de padronizao da doutrina de emprego e plantel de semoventes. Nas RPM da Regio Metropolitana de BH (2 e 3 RPM), atendidos os mesmos critrios anteriormente citados, envidar-se- esforo para que sejam criadas Companhias de Misses Especiais. Em face de questes geogrficas, referentes ao conceito e complexidade de Regio Metropolitana, o Comandante do CPE poder ajustar com os Comandos da 2 e 3 RPM o apoio de 2 esforo nos municpios da RMBH, em suplementao s atividades das Cia Mesp, completamente consolidadas. As Cia MEsp das 2 e 3 contaro com a seguinte estrutura: - 01 (um) Peloto Motorizado; - 01 (um) Peloto de Choque; - 01 (um) Peloto de Trnsito. Em Belo Horizonte (1 RPM) no haver Companhia de Misses Especiais subordinada Regio, em virtude da existncia, na Capital, do Comando de Policiamento Especializado que realizar, nesse caso, os segundo e terceiro esforos de recobrimento. c) 3 esforo de recobrimento: o terceiro esforo de recobrimento, para atuao em todo o territrio Mineiro, ser realizado pelas seguintes Unidades subordinadas ao Comando de Policiamento Especializado: - Batalho ROTAM; - Batalho de Polcia de Eventos; - Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes; 65 - Batalho de Radiopatrulhamento Areo; - Grupamento de Aes Tticas Especiais GATE. 4.5 Variveis de Policiamento Ostensivo So critrios pr-definidos, que permitem a identificao e padronizao terminolgica das principais variaes do policiamento ostensivo a cargo da PMMG. A correta identificao das variveis do policiamento, bem como, a conjugao por intermdio de esforos operacionais, favorece a sistematizao para o planejamento de aes e operaes, e assim, a criao e oferta de servios de segurana pblica populao. Permite ainda a construo de indicadores de criminalidade ou de gesto policial, facilitando o controle e acompanhamento quanto ao atendimento s demandas impostas pela dinmica do fenmeno criminal s unidades da PMMG. Aponta-se as seguintes variveis: 4.5.1 Quanto ao tipo So qualificadoras relacionadas ao escopo das aes e operaes policiais; a legislao especfica a ser empregada, o ambiente de atuao e, os principais bens jurdicos tutelados. Podem ser : a) Policiamento Ostensivo Geral (POG): tipo de policiamento que visa satisfazer as necessidades basilares de segurana de uma determinada comunidade e/ou localidade, por intermdio da presena real e potencial do policial militar em contnuo contato com a comunidade; b) Policiamento Ostensivo de Trnsito (POT): policiamento ostensivo executado em vias urbanas abertas livre circulao, visando a disciplinar o pblico no cumprimento e respeito s regras e normas de trnsito, estabelecidas por rgo competente, de acordo com o Cdigo de Trnsito Brasileiro (Lei n 9.503/97) e demais documentos legais pertinentes; c) Policiamento de Trnsito Rodovirio (PRv): tipo especfico de policiamento ostensivo executado mediante convnio em rodovias estaduais e em rodovias federais delegadas, visando a disciplinar o pblico no cumprimento e no respeito s regras e normas de trnsito, estabelecidas por rgo competente, de acordo com o Cdigo de Trnsito Brasileiro (Lei n 9.503/97 ) e demais documentos legais pertinentes. d) Policiamento de Meio Ambiente (PMAmb): tipo especfico de policiamento ostensivo que visa a preservao da fauna, dos recursos florestais, as extenses da gua e mananciais contra a caa e a pesca ilegais, a derrubada indevida ou a poluio. realizado em cooperao com rgos competentes, federais ou estaduais, mediante convnio. No se descura, entretanto, o crescente incentivo para que o nvel de administrao municipal participe do processo de preservao do meio ambiente, por intermdio de conselhos municipais, instando a aproximao das instituies; e) Policiamento de Guardas (PGd): tipo especfico de policiamento ostensivo que visa a guarda dos aquartelamentos, segurana externa de estabelecimentos prisionais (at a assuno total da atividade pela SUAPI/SEDS e conforme recomendaes do Comando-Geral) e das sedes dos poderes estaduais; f) Policiamento de Eventos: tipo especfico de policiamento ostensivo que visa a segurana de espetculos artsticos, desportivos, culturais, religiosos e similares; 66 Conforme a localizao e destinao, as UEOp podero executar mais de um tipo de policiamento, mas deve-se buscar a especificidade das aes na produo de servios, delineando-se tais atribuies na misso principal/secundria. Entretanto, essa busca de especificidade no desarreda a Polcia Militar do princpio da universalidade. 4.5.2 Quanto modalidade a) patrulhamento: atividade mvel de observao, fiscalizao, reconhecimento, proteo ou mesmo de emprego de fora, desempenhada pelo PM no posto; b) permanncia: atividade predominantemente esttica de observao, fiscalizao, reconhecimento, proteo, emprego de fora ou custdia desempenhada pelo PM no posto; c) escolta: atividade destinada custdia de pessoas e/ou bens em deslocamento; d) Diligncia: atividade que compreende busca, captura ou apreenso de pessoas, animais ou coisas e resgate de vtimas. 4.5.3 Quanto circunstncia de emprego a) ordinria: emprego rotineiro dos meios operacionais, em obedincia a um plano sistemtico, que contm as escalas de prioridade; b) extraordinria: emprego eventual e temporrio de meios operacionais, em face de acontecimento imprevisto, que exige remanejamento de recursos; c) especial: emprego temporrio de meios operacionais, em eventos previsveis que exijam esforo especfico. 4.6 Esforos Operacionais - Malha Protetora O conceito de malha protetora, institudo na PMMG na dcada de 1980, ainda bastante atual e aplicvel, sendo baseado na ocupao de espaos vazios para preveno ao delito. Consiste na definio de esforos de policiamento de forma escalonada e sucessiva, a partir da clula bsica do policiamento preventivo, como 1 esforo, obedecendo ao princpio da responsabilidade territorial, at utilizao de unidades e esforos em recobrimento, para fazer face a eventuais situaes de crise ou elevao demasiada da criminalidade em determinados locais. So apontados 05 (cinco) nveis de atuao: a) esforo ordinrio ocupao preventiva ou de represso imediata dos espaos de responsabilidade territorial pelos esforos da clula bsica (Setor, GPM, Cia PM), por meio de seu efetivo a p, em bicicletas e motorizado, com vistas a criar um clima de segurana objetiva e subjetiva nas comunidades ou restabelecer a ordem pblica; b) 1 esforo de recobrimento verificando-se as vulnerabilidades aps o esforo ordinrio, a UEOp emprega a fora ttica disponvel (Pel Presena, Cia TM ) como forma de recobrir e intensificar o policiamento lanado, realizando operaes setorizadas; c) 2 esforo de recobrimento persistindo as vulnerabilidades, a UEOp passa a contar com o apoio de outras UEOp de recobrimento do nvel ttico ( Cia MEsp); d) 3 esforo de recobrimento trata-se do penltimo recobrimento, sendo realizado por meio do emprego de UEOp do CPE ( ROTAM, BPE, GATE, Btl RPAer e RCAT), conforme a natureza, a intensidade dos fatos e as necessidades do Comando com responsabilidade territorial (RPM), para enfrentamento da criminalidade organizada; 67 e) 4 esforo de recobrimento emprego de Fora-Tarefa, para fazer frente a situaes de grave perturbao da ordem, ou eventos de grande repercusso (nacional ou internacional) em que h necessidade do envolvimento direto do Comando-Geral. A Fora-Tarefa ter uma estrutura de comando prpria, subordinada diretamente ao Comandante-Geral. 4.7 Atividades Policiais Especializadas A diversidade de tarefas desempenhadas pela polcia nos dias atuais, no mundo, no uma especializao, e sim o resultado de sua prpria adaptao aos requisitos de manuteno da ordem. Constata-se que, embora a especializao seja uma caracterstica do policiamento moderno, no peculiar a este. Assim, a especializao da polcia est mais relacionada atuao sob leis e normas especficas, com aes diferenciadas, do que com a qualificao na utilizao de tticas e tcnicas voltadas para a legislao penal comum e demais leis agregadas. Na estrutura atual da PMMG, so consideradas atividades especializadas os policiamentos ambiental e de transito, pois lidam com tcnicas, tticas e normas especficas. Claro que tais atividades no se tratam de recobrimento. Mas, apesar das Unidades Especializadas compartilharem a mesma base territorial das Unidades possuidoras de responsabilidade territorial, no h que se falar em conflitos, visto que atuam sob um mesmo Comando Regional, e suas atribuies so estabelecidas em normas especificas. 4.7.1 Meio Ambiente O policiamento de meio ambiente tem por atribuio o policiamento ostensivo, em reas urbanas e rurais, com finalidade de prevenir delitos, detectar e reprimir infraes administrativas e crimes contra o meio ambiente, a fim de diminuir ndices de degradao da natureza, em busca da melhoria da qualidade de vida da populao. A atuao administrativa depender da celebrao de convnios com rgos do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA). Na RMBH, o policiamento de meio ambiente ser executado por Cia PM MAmb ou BPMAmb, subordinados ao CPE e, nas RPM do interior, pelas Cias PM Ind MAT, subordinadas diretamente aos respectivos Comandos Regionais. O detalhamento das atribuies do policiamento de meio ambiente sero definidas em Diretriz especfica. 4.7.2 Trnsito O Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB) institudo pela Lei n 9.503/97, estabelece as normas alusivas sistemtica de fiscalizao de trnsito, principalmente por intermdio da definio dos artigos 23 (das Polcias Militares dos Estados e do Distrito Federal) e 24 (dos rgos e entidades executivos de trnsito dos Municpios). Pelas normas do CTB, tem-se que compete aos rgos e entidades executivos de trnsito dos Municpios, no mbito de sua circunscrio, dentre outras atribuies, executar a fiscalizao de trnsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabveis, por infraes de circulao, estacionamento e parada previstas no CTB, no exerccio regular do Poder de Polcia de Trnsito. Alm disso, compete ainda aos municpios e aos 68 rgos e entidades executivos rodovirios dos Estados fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabveis relativas a infraes por excesso de peso, dimenses e lotao dos veculos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar. Verifica-se a tendncia do legislador municipalizao do trnsito, sendo que o exerccio das atribuies executivas do Municpio, previsto no CTB, depender de sua integrao ao Sistema Nacional de Trnsito. A competncia da Polcia Militar relativa ao trnsito consiste em executar o policiamento ostensivo de trnsito, visando a fiscalizao quando e conforme convnio firmado, como agente do rgo ou entidade executivos de trnsito ou executivos rodovirios, concomitantemente com os demais agentes credenciados. Tem por finalidade prevenir e reprimir infraes administrativas e crimes de trnsito, evitar acidentes, assegurar a fluidez e a livre circulao de veculos e pedestres, propiciando segurana e conforto aos usurios das vias urbanas e rurais. A atuao administrativa no policiamento de trnsito, nos diversos logradouros pblicos, rodovias estaduais e federais delegadas, se d mediante a celebrao de convnios com os rgos do Sistema Nacional de Trnsito SNT. Podero ser criadas/estruturadas UEOp articuladas em fraes especficas para o policiamento de trnsito urbano ou rodovirio, ou de forma articulada com fraes de policiamento de meio ambiente ou do POG. Na RMBH o Policiamento de Trnsito Rodovirio ser executado pelo BPMRv e, nas demais RPM, pelas respectivas Cias PM Ind MAT. Na 1 RPM, o Policiamento de Trnsito Urbano ser realizado pelo BPTran, prioritariamente no centro e grandes corredores de Belo Horizonte, conforme capacidade operacional e demandas apresentadas. Nas demais sedes de RPM, pelas Cia TM ou Cia MEsp, conforme o caso. Podero ser criados pelas UEOp Postos de Registro de Ocorrncia de Trnsito (PROT) nos locais de grande demanda de ocorrncia, para atender com eficincia e rapidez o pblico, devendo ser observados os dados estatsticos e as condies para instalao. Podero ser lanadas Patrulhas Itinerantes para atendimento de ocorrncias de trnsito, nas quais os militares so encaminhados aos locais de ocorrncias. To logo encerrem o registro, seriam recolhidos, dando continuidade em suas atividades. O detalhamento das atribuies do policiamento de trnsito, urbano ou rodovirio, so definidos em Diretriz especfica.
69 Captulo V - EMPREGO OPERACIONAL 5.1 Misso Especfica das Unidades e Fraes 5.1.1 Misso A atividade de polcia ostensiva comporta variveis diversas, e conforme a realidade local das comunidades, o servio a ser prestado pode sofrer conformaes, sem contudo desviar-se da misso institucional da PMMG. As UEOp e suas fraes, devem ter claramente identificada a sua misso no contexto do sistema operacional da PMMG, o que constar nos respectivos Planos de Emprego Operacional (PLEMOP). Os Comandos Regionais e o CPE devero exercer a coordenao do planejamento para a definio da misso de cada UEOp subordinada, atentando para o princpio da responsabilidade territorial e para as necessidades e possibilidades de recobrimento. No detalhamento do PLEMOP dever constar de forma expressa e inequvoca a misso principal, ou seja, aquela para qual a unidade foi concebida e preparada, em termos de recursos e treinamento. Tambm deve ser definida a misso secundria, em que, eventual ou excepcionalmente, tal unidade possa ser empregada, de forma suplementar ou em apoio. Para as UEOp de recobrimento, consideradas foras de reao do Comando- Geral, a misso principal ser sempre vinculada possibilidade de atendimento a demandas especficas em todo o territrio do Estado. 5.1.2 Jornadas operacionais As jornadas operacionais na PMMG sero definidas de forma a atender as demandas de servio (preventivo ou repressivo), correspondendo a carga horria, jornadas e turnos definidos em documento prprio estabelecido pelo Comando da Corporao. Qualquer exceo para atendimento de peculiaridades regionais deve ser implementada to somente com ordem do Comandante-Geral e, no seu impedimento, por delegao, pelo Chefe do Estado-Maior. 5.2 Regies de Polcia Militar (RPM) So as UDI responsveis pelas atividades de polcia ostensiva e pela implementao das polticas e diretrizes operacionais do Comando-Geral nos respectivos espaos territoriais de responsabilidade. O municpio-sede, o espao geogrfico de responsabilidade e a articulao operacional das RPM sero constantes no Plano de Articulao da PMMG. A competncia operacional e administrativa das RPM no exclui a das Diretorias, para superviso tcnica e orientao normativa das demais atividades de planejamento, direo, coordenao e controle inerentes a seu campo de atuao. Compete ao Comandante de RPM: a) implementar as diretrizes de polcia ostensiva nas respectivas regies contemplando, com as adaptaes necessrias, os pressupostos da polcia por resultados; b) elaborar o planejamento regional para emprego operacional, a ser atualizado anualmente, remetendo-o Chefia do EMPM para apreciao; 70 c) estabelecer as diretrizes e coordenar a elaborao do PLEMOP das Unidades subordinadas; c) exercer a coordenao e controle da atividade- fim, conforme diretrizes; d) incentivar e apoiar a iniciativa e a criatividade no exerccio da atividade de policia ostensiva dos comandos subordinados; e) normatizar os procedimentos operacionais, de forma a obter aes padronizadas e otimizadas, por intermdio de planejamento constante, treinamento, reunies peridicas e outros congneres disposio; f) por intermdio de seus Estados-Maiores, devero realizar, permanentemente, pesquisas sobre assuntos profissionais de interesse, por iniciativa ou por solicitao das OPM subordinadas, visando a apoiar e aliviar os escales subordinados, bem como dar- lhes maiores condies de operacionalidade; As sees do Estado-Maior das RPM devero manter estreita ligao com as sees correlatas dos escales subordinados e superiores, atuando em sinergia no sistema operacional da PMMG, visando constante troca de informaes, ao controle, orientao, padronizao de aes e ao detalhamento, em nvel regional e local, da doutrina de pessoal, inteligncia, operaes, ensino, treinamento, logstica e comunicao organizacional. 5.3 Comando de Policiamento Especializado - CPE (Recobrimento) a UDI responsvel pela coordenao, controle e emprego das UEOp de recobrimento especial em todo o Estado de Minas Gerais, bem como pela seleo de militares que serviro no Grupamento de Aes Tticas Especiais (GATE) com base no perfil necessrio para o profissional da rea; acompanhamento e treinamentos especficos em operaes especiais, negociao, gerenciamento de crise, controle de distrbios civis; formao de comandantes de aeronaves e operaes areas, tripulantes operacionais de aeronaves e controle dos vos das aeronaves de asas rotativas e asas fixas da PMMG. A UDI ainda responsvel pelas Unidades especializadas com sede na capital, bem como as Fraes PM desconcentradas do Btl RpAer. Ao CPE esto diretamente subordinadas as seguintes Unidades de Execuo Operacional: a) Batalho de Rondas Tticas Metropolitanas (Btl ROTAM) b) Batalho de Polcia de Eventos (BPE); c) Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT); d) Batalho de Radiopatrulhamento Areo (Btl RpAer); e) Batalho de Polcia de Guardas (BPGd) f) Batalho de Polcia de Trnsito (BPTran) g) Batalho de Polcia Militar Rodoviria (BPMRv) e) Grupamento de Aes Tticas Especiais (GATE) f) Companhia de Policia Militar de Meio Ambiente (Cia PM MAmb) 71 5.4 Unidades de Execuo Operacional (UEOp) As UEOp so diretamente responsveis pelo planejamento e execuo dos servios de polcia ostensiva oferecidos pela PMMG coletividade no seu espao territorial, em observncia ao princpio da responsabilidade territorial, ou de sua competncia tcnica especfica. Deve, ainda, exercer a coordenao e controle das atividades, respondendo ao Comando imediatamente superior (nvel intermedirio). As Unidades de Execuo Operacional podero ser: a) Batalhes: Batalhes de Polcia Militar (BPM), Regimento de Cavalaria, ou Batalhes especializados em virtude da misso (transito, meio ambiente, guardas, choque, eventos, patrulhamento areo, aes tticas especiais, etc); b) Companhias Independentes: Cia PM Ind, Cia de Misses Especiais (Cia M Esp), Cia de Polcia Militar de Meio Ambiente (Cia PM Mamb), e outras que vierem a ser criadas em virtude de misso especfica. 5.5 Foras de Reao do Comando-Geral So Unidades especiais subordinadas ao Comando de Policiamento Especializado (CPE) destinadas a atuar em casos de graves perturbaes da ordem, em ocorrncias que extrapolem a capacidade de atendimento pelas UEOp/RPM, ou exijam o emprego de tcnicas especiais. Tais unidades so dotadas com recursos materiais especficos (viaturas, armamento, equipamentos, semoventes e apetrechos) compatveis com a misso, alm de efetivo com treinamento especializado. Desenvolvem aes/operaes tticas e de recobrimento nas situaes emergentes no campo da segurana pblica em todo o territrio mineiro, mediante acionamento do Comandante-Geral ou Chefe do EMPM. O emprego ordinrio das citadas Unidades ser definido pelo Comandante do CPE. So consideradas foras de reao do Comando-Geral as seguintes Unidades: a) Batalho ROTAM (Btl ROTAM); b) Batalho de Polcia de Eventos (BPE); c) Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT); d) Batalho de Radiopatrulhamento Areo (Btl RpAer); e) Grupamento de Aes Tticas Especiais (GATE). Para o emprego operacional destas Unidades, sero observados os seguintes parmetros: a) Btl ROTAM O Btl ROTAM, em sua misso principal, visa ao enfrentamento da criminalidade organizada e violenta e, de forma suplementar a atuao das UEOp de rea da RMBH, de modo a cobrir zonas quentes de criminalidade no ocupadas ou a reforar locais crticos, com utilizao de viaturas de 02 (duas) e 04 (quatro) rodas. Dever estar em condies de emprego em todo o Estado. Tem por objetivo o cumprimento de misses especficas, visando a represso qualificada: - captura de presos de alta periculosidade; - operaes de choque e controle de distrbio civil; 72 - cobertura aos oficiais de justia em reintegrao de posse; - combate ao crime organizado e criminalidade violenta. - realizao de escoltas especiais. b) Batalho de Polcia de Eventos (BPE) Trata-se de unidade especial para execuo de atividades de restaurao da ordem pblica. Dever estar ECD emprego em todo o Estado, promovendo constante treinamento de sua tropa com vistas atuao preventiva e/ou repressiva, nos locais e reas onde ocorra ou haja incidncia de perturbao da ordem, cabendo-lhe, como misso principal a atuao nas operaes de: - controle de distrbios civis; - ocupao, defesa e retomada de pontos sensveis; - interveno em conflitos relativos posse e ao uso da terras e imveis rurais e urbanos; - represso rebelio e motins em presdios; - operaes com emprego de ces. Como misso secundria, realizar o policiamento ostensivo geral em shows artsticos, eventos desportivos, festas religiosas e similares, de grande porte, e o emprego, em 2 e 3 esforos, no recobrimento de ZQC e locais crticos na RMBH. c) Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT) O emprego ordinrio dos recursos do RCAT ser por intermdio da atuao preventiva em reas comerciais e no acompanhamento de atividades que exijam a presena objetiva de tal processo de policiamento Poder ser empregado em misses especficas, na capital ou interior, que indiquem a convenincia de utilizao do policiamento montado, em situaes especiais/extraordinrias. Sua misso principal atuar como tropa de choque em atividades de restaurao da ordem publica. Secundariamente, atuar em misses especficas que indiquem a convenincia da utilizao do policiamento montado, especialmente nos locais onde haja grande concentrao de pblico em geral, causando o impacto de segurana objetiva e subjetiva, devido ao efeito psicolgico causado pelo porte e mobilidade do animal. No policiamento em campo de futebol, eventos em local aberto, zona rural, shows, outros eventos de grande concentrao popular. d) Batalho de Radiopatrulhamento Areo (Btl RPAer) Unidade responsvel pelo emprego de aeronaves de asas fixas (avies) e rotativas (helicpteros) da PMMG. Executa o radiopatrulhamento areo rotineiro na RMBH e nas cidades do interior onde haja frao desconcentrada e aes e operaes programadas pelo EMPM e coordenadas pelo CPE em todo o interior do Estado. A unidade responsvel, ainda, por atuar em ocorrncias de alta complexidade, salvamento e socorro e calamidades, em apoio s outras UEOp. O Btl RpAer possui sua sede em Belo Horizonte e, de acordo com a necessidade devidamente comprovada em Estudo de Situao, podero ser criadas Companhias de 73 Radiopatrulhamento Areo (CORPAer) em cidades-plo no interior do Estado, permanecendo contudo, subordinadas administrativa e tecnicamente ao Btl RpAer, com vinculao operacional ao Comando Regional onde estar sediada. O emprego operacional do Btl RpAer e a desconcentrao de suas subunidades devero seguir o critrio de atendimento s macrorregies do Estado, da seguinte forma: - Macrorregio Central: capital, RMBH e demais cidades do interior do Estado que no estiverem agregadas a outras macrorregies. - Macrorregio do Vale do Ao, Rio Doce, Alto So Francisco e Vale do Mucuri. - Macrorregio do Tringulo Mineiro e Noroeste. - Macrorregio da Zona da Mata. - Macrorregio do Sul de Minas. - Macrorregio do Norte de Minas. Em caso de necessidade de emprego de aeronave fora da RPM de atuao, a alocao ocorrer mediante autorizao do EMPM e coordenao do CPE. O emprego de aeronaves em vos diurnos e noturnos ser objeto de planejamento especfico que dever ser submetido apreciao do CPE, com observncia das normas, regulamentos e outras instrues da Agncia Nacional de Aviao Civil (ANAC) ou correspondente. Em situaes de emergncia, o acionamento do Btl RpAer para atuao em qualquer parte do Estado poder ser feito por meio de contato direto do Comandante da Frao PM com o CICOp, sendo o empenho precedido de anlise da situao e verificao da necessidade pelo Comandante do CPE. Logo que possvel o responsvel pelo acionamento dever restabelecer a cadeia de comando, comunicando a necessidade do acionamento a seu comando imediato. Dever ser editada norma especfica tratando do emprego do radiopatrulhamento areo, notadamente quanto questo de emprego e vinculao operacional das Companhias (CORPAer) instaladas no interior do Estado. e) Grupamento de Aes Tticas Especiais (GATE) O GATE atua em operaes especficas que extrapolem a capacidade de atendimento rotineiro do policiamento ordinrio, em apoio s UEOp. Tambm poder atuar nas aes/operaes de carter repressivo, em todo o Estado de Minas Gerais, aps terem sido esgotados todos os meios disponveis para a soluo do fato delituoso ou na Gesto de Eventos de Defesa Social de Alto Risco, tais como: - resgate de pessoas que se encontrem como refns ou "vtimas" de perpetradores de incidentes crticos; - salvamento de cidados que esto a portar armas e se encontrem em tentativa de auto-extermnio; - priso de cidados-infratores armados que se encontrem barricados; - localizao e priso de cidados-infratores que se encontrem em locais de difcil acesso tais como matas e florestas; 74 - resgate de guarnies policiais que se encontrem em confrontos com infratores fortemente armados no interior de aglomerados urbanos; - desativao de artefatos explosivos improvisados e convencionais; - gesto de incidentes crticos que envolvam ameaas de bombas; - realizao de vistorias antibombas em estdios de futebol e locais de grandes eventos; - retomada de estabelecimentos prisionais em situaes de rebelio; - proteo de autoridades e pessoas ameaadas, conforme normas e legislao vigente; - Outras, aps anlise do CPE. A Unidade dever estar em condies de acionamento, diuturnamente, mantendo efetivo em regime de prontido no quartel. A tropa dever estar treinada e preparada para ser reunida em curto espao de tempo, utilizando-se os recursos disponveis. Havendo necessidade de atuao em qualquer localidade do Estado, o acionamento poder ser feito diretamente pelo Cmt da Frao PM, via CICOp, aps o devido crivo do CPE. O GATE composto por cinco equipes comandadas por Oficiais: - Time de Gerenciamento de Crises (TGC) - Equipe de Sniper - Esquadro Antibombas - Time de Invases Tticas - Comando de Operaes em Mananciais e reas de Florestas (COMAF) A qualificao dos Grupos de Gerenciamento de Crises subordinados s Companhias Misses Especiais possuiro vinculao tcnica ao CPE, para fins de padronizao da doutrina de emprego. 5.6 Fora-Tarefa A fora-tarefa uma estrutura organizacional elaborada exatamente para atender a situaes que indiquem haver ponto(s) fraco(s) em uma estrutura rgida, tornando-a inapta a oferecer respostas adequadas em ocorrncias de maior complexidade, ou que haja necessidade de envolvimento simultneo de diversos esforos de defesa social. flexvel, adaptvel, dinmica e participativa. Em organizaes de negcios, fora- tarefa uma forma institucionalizada de equipe ou grupo que rene representantes de inmeras unidades diferentes em uma base intensiva e flexvel, em muitos casos para lidar com um problema temporrio. As pessoas que participam de uma fora-tarefa trabalham dentro de um prazo determinado e concentram sua energia e seu esforo na concretizao de uma meta especfica. Dessa forma, a organizao de fora-tarefa quase sempre bem-sucedida ao dar saltos qunticos em reas como o desenvolvimento de novos produtos. Entretanto, o modelo de fora-tarefa tambm tem seus limites. Devido sua natureza temporria, o novo conhecimento ou know-how criado em equipes de fora- tarefa no transferido com facilidade a outros membros da organizao aps a 75 concluso do projeto. Portanto, a fora-tarefa no adequada explorao e transferncia do conhecimento de uma forma ampla e contnua em toda a organizao. Considerando tal deficincia, quando da atuao da fora-tarefa envolvendo integrantes da PMMG, estes devero documentar as decises tomadas nas situaes fticas enfrentadas, bem como o modus operandi utilizado nos processos decisrios e os resultados obtidos, visando subsidiar no estabelecimento e consolidao de doutrina pertinente pelo Comando Geral. 76 CAPTULO VI SERVIOS DE SEGURANA PBLICA 6.1 Os Servios de Segurana Pblica Os servios de segurana pblica, para a PMMG, priorizam a preveno ao delito e desordem; possibilitam informaes para incio da persecuo criminal em casos de cometimento de ilcitos penais; utilizam a fora quando necessria, de forma gradual e moderada; permitem e valorizam a participao social, com respeito aos direitos humanos. A criao de servios de segurana na PMMG se d por intermdio da conjugao das variveis e esforos de policiamento, agregando-lhes novos valores e conceitos, tendo por finalidade oferecer populao aes e operaes proativas e reativas de ponta, que atendam as necessidades locais de forma customizada conforme a realidade e os problemas de segurana pblica. So exemplos de servios prestados pela PMMG, conforme as caractersticas e a demanda local: Patrulha Rural, GEPAR, GEACAR, Patrulha Escolar, Base Comunitria Mvel, etc. Para a criao de novos servios deve haver a elaborao de estudos e experimentaes, sob superviso e acompanhamento do EMPM. Caso sejam validados, os servios sero aprovados e publicados por meio de normas (instrues), permitindo assim a padronizao. A Academia de Polcia Militar, por intermdio dos seus centros, dever ser envolvida no processo no que tange a capacitao da tropa, visando eficincia e adequao do servio s normas da PMMG. O somatrio dos servios j implementados e as experincias de sucesso na execuo do policiamento devero compor o Portflio de Servios, sob coordenao do EMPM. 6.2 O Portiflio de Servios O desenvolvimento de servios um processo que corresponde a um conjunto de etapas e atividades, amparadas por tcnicas e mtodos, da ideia at o lanamento, transformando o conhecimento humano e proporcionando a sobrevivncia de uma organizao. Com o enfoque na administrao pblica, a Polcia Militar de Minas Gerais possui um portiflio variado de servios, adaptvel s diversas circunstncias relacionadas segurana pblica. Os problemas sociais so dinmicos e complexos dependendo da interveno dos diversos rgos do Sistema de Defesa Social, para sua efetiva soluo, por intermdio da integrao e interao. A Polcia Militar isoladamente no soluciona esses problemas. Suas tcnicas, tticas e tecnologias esto voltadas para uma parte do problema. As aes so realizadas de modo integrado com outros rgos e entidades. Essas aes so caracterizadas pela interdependncia organizacional de resultados e pela necessidade de uma sistematizao na atuao. 6.2.1 A metodologia de institucionalizao do servio A metodologia da PMMG para a aprovao e institucionalizao dos servios produzidos obedecero fluxograma constante em Instruo especfica e ser controlada 77 pelo portiflio informatizado de servios integrados (PSI), em implementao na Instituio. 6.2.2 O Portiflio de Servios Integrado O Portiflio de Servios Integrados, PSI, um ambiente de colaborao via Internet onde os membros das instituies de Defesa Social podem inserir sugestes, casos de sucesso, ideias etc de servios preventivos, repressivos, investigativos, de salvamento, dentre outros. Como instituies de Defesa Social entendem-se: Polcia Militar de Minas Gerais, Polcia Civil de Minas e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Uma vez inserida uma nova proposta, ela passar por um detalhado processo de avaliao por uma ou mais comisses dos rgos envolvidos at que, caso aprovada pelas instituies a mesma se torne um servio oficial de Defesa Social. O banco de servios aprovados estar disponvel para ser consultado por qualquer usurio da PMMG, PCMG e CBMMG em todo o Estado de Minas Gerais, se tornando uma ferramenta centralizada e muito til na disseminao de conhecimento e boas prticas policiais e de bombeiros entre as instituies. Alm disso, esse sistema ser democrtico: o envio de propostas de servios liberado a todos os membros dos rgos citados, de qualquer regio do Estado. O PSI Portiflio de Servios Integrados faz parte do conjunto de sistemas desenvolvidos e gerenciados pelo SIDS, Sistema Integrado de Defesa Social. Por isso os requisitos de acesso a ele so praticamente os mesmos de qualquer outra aplicao hospedada pelo SIDS e se encontram listados no endereo: www.sids.mg.gov.br. A forma de acesso e o detalhamento da utilizao sero especificadas em documento prprio. O gerenciamento da PSI na PMMG ocorrer por intermdio do AT-SIDS/DAOp 6.3 Modelos de Servios Executados pela PMMG 6.3.1 Base Comunitria (BC) um servio preventivo prestado por uma equipe de policiais militares para aplicao do policiamento orientado para problema com o apoio da comunidade, que utiliza como referncia uma edificao policial militar e outros processos, tais como: a p, de ciclopatrulha, de motocicleta e motorizado. Possui rea de responsabilidade definida e delimitada. Sua instalao ocorre segundo critrios de acessibilidade e visibilidade, para uma comunidade que necessite de atendimento diuturno, tendo como misso executar o policiamento ostensivo geral personalizado, conforme necessidade de cada comunidade, utilizando a Base Comunitria (BC) para identificar, analisar e responder aos problemas contemporneos de segurana pblica e melhorar a qualidade de vida da comunidade local. Baseia-se especificamente nas seguintes premissas: a) edificao policial militar, instalada segundo critrios de acessibilidade, visibilidade em comunidade que necessite de atendimento diuturno, vinte e quatro horas por dia, servindo como cone de referncia da Polcia Militar para prestao do policiamento comunitrio; b) a BC ter em sua primeira linha de atuao dois objetivos: criar procedimentos de operacionalizao para implantao da filosofia de polcia comunitria e assessorar o Cmt de Cia PM para procedimentos de sedimentao da filosofia de Polcia Comunitria; 78 c) a rea de atuao em que a BC desenvolver seus servios deve ser bem definida em virtude dos problemas apresentados pela comunidade, preferencialmente de forma a no extrapolar o territrio um bairro (aproximadamente dois quilmetros quadrados). A rea delimitada deve favorecer o desenvolvimento das atividades comunitrias e possibilitar a atribuio de responsabilidades a seus integrantes e comunidade local. A especificao das atividades da Base Comunitria normatizada em documento prprio. 6.3.2 Cinturo de Segurana do Estado O Cinturo de Segurana do Estado de Minas Gerais tem o conceito operacional estabelecido em Plano de Emprego Operacional especfico. Trata-se de um plano que visa, sobretudo, fortalecer a capacidade de resposta operacional das fraes localizadas nos municpios limtrofes do Estado, com implantao de estratgias especficas de atuao preventiva e repressiva nessas localidades, suportada pela aquisio e distribuio de armamentos, equipamentos e materiais, bem como a capacitao profissional dos policiais militares que atuaro nas localidades discriminadas no presente plano, objetivando o efetivo controle da criminalidade e da violncia e a reverso da tendncia de crescimento das taxas observadas. Para o alcance do objetivo proposto, buscar-se- a atuao efetiva nas fraes da Polcia Militar localizadas na divisa de Minas Gerais com os demais Estados da Federao, pela combinao de atividades de Polcia, em que prevenir-se- a incidncia de crimes e outros delitos, obstacularizando oportunidades ou dissuadindo vontades de delinquir, numa diuturna ao de presena. De acordo com esta concepo, as Fraes PM em municpios limtrofes devero: a) estabelecer e manter, junto populao em geral, a sensao de segurana, pela presena ostensiva do Policial Militar; b) manter junto comunidade a confiana na capacidade da Corporao de dar resposta rpida e eficaz aos problemas de segurana pblica aflorados; c) garantir a ideia-fora da efetividade (proteger e socorrer com qualidade e objetividade), permitindo a prestao de servios policiais militares aos integrantes das comunidades nos nveis correspondentes s suas necessidades. 6.3.3 Divisa Integrada A Operao Divisa Integrada est voltada para a proteo das comunidades localizadas em reas prximas e/ou contguas s divisas de estados. Visa antecipar estratgias especficas de atuao preventiva e repressiva nas localidades limtrofes com o Estado de Minas Gerais, objetivando reduzir a entrada e a formao de bases de faces criminosas. Para o alcance dos objetivos, buscar-se- a atuao efetiva das fraes da Polcia Militar localizadas na divisa de Minas Gerais com os estados do Rio de Janeiro, So Paulo, Esprito Santo, Gois, Bahia e Mato Grosso do Sul, alm do Distrito Federal, pela combinao de atividades de Polcia, em que prevenir-se- a incidncia de crimes e outros delitos, obstacularizando oportunidades ou dissuadindo vontades de delinquir, numa diuturna ao de presena. As operaes sero realizadas simultaneamente, nos respectivos estados, em locais previamente estabelecidos (PBI), preferencialmente com presena e participao 79 de integrantes das Instituies Militares Estaduais dos estados limtrofes. A Operao Divisa Integrada no se limita realizao de operaes conjuntas, devendo tambm serem enfatizadas outras atividades de efetiva integrao com as corporaes policiais dos estados de divisa, como o compartilhamento de informaes de segurana pblica pelos respectivos rgos de inteligncia, e a realizao de reunies peridicas de avaliao (no mnimo semestrais) envolvendo os Comandantes das Unidades limtrofes, visando otimizar os resultados. Em Minas Gerais as atividades podero ser realizadas em rodovias federais, delegadas ou no (mediante prvio entendimento com a PRF), em rodovias estaduais, em postos de fiscalizao, e mesmo, em estradas vicinais que do acesso aos estados vizinhos, conforme os respectivos Comandantes avaliem e ajustem os planejamentos. O detalhamento do conceito de operaes deve estar contido em Plano de Operaes das RPM, adequado realidade de cada espao cultural, e dever ser consultado pelos gestores que integram as Unidades referenciadas. Os Comandantes Regionais devero providenciar o planejamento respectivo e remeter ao EMPM, para anlise e aprovao prvia, para ento ocorrer a implementao das aes e operaes previstas. 6.3.4 Grupo Especial para Atendimento Criana e ao Adolescente de Rua (GEACAR) A misso do GEACAR baseia-se no desenvolvimento de aes/operaes em conjunto com rgos e entidades, com a finalidade de prevenir ou impedir a prtica de atos infracionais, bem como prestar assistncia e encaminhamento s crianas e adolescentes que se encontram em situao de abandono, criando assim, um clima de segurana objetiva e junto populao, observando-se as seguintes prescries: a) identificao de crianas e adolescentes infratores, prevenindo e reprimindo as aes que caracterizem ato infracional; b) mapeamento dos locais onde h crianas e adolescentes em situao de risco ou de abandono; c) atuao conjunta com rgos ou entidades, na execuo de medidas assistenciais ou educativas, destinadas a crianas e adolescentes; d) desenvolver aes especficas destinadas preveno e/ou represso ao uso de drogas por parte das crianas e adolescentes, com nfase para a identificao dos fornecedores ou traficantes que utilizam crianas/adolescentes como distribuidores de droga; e) desarticulao e desarmamento de grupos de crianas e adolescentes cuja atuao indique a iminncia de ato infracional; f) encaminhamento das crianas e adolescentes encontrados em situao de risco ou abandono ao Conselho Tutelar/Juizado da Infncia e da Juventude visando a implementao de medidas de proteo, previstas no Estatuto da Criana e do Adolescente; g) efetuar prises/apreenses em flagrante delito; h) execuo de busca pessoal em casos de suspeio; i) Identificao de adultos que lideram ou exploram crianas ou adolescentes, induzindo os mesmos prtica de atos infracionais, normalmente os crimes contra o patrimnio; 80 j) Identificao e represso de receptadores de produtos de ilcitos praticados por crianas e adolescentes; k) promoo de instruo itinerante aos demais militares da OPM a respeito de atuao na soluo de ocorrncias envolvendo crianas e adolescentes. Instruo especfica trata do delineamento do servio na Polcia Militar. 6.3.5 Grupo Especial para Policiamento de reas de Risco (GEPAR) O GEPAR constitui-se na filosofia de trabalhar o contexto social dos aglomerados, visando resgatar a credibilidade da comunidade local para com a Polcia Militar e demais rgos do Sistema de Defesa Social, por intermdio das aes sociais de polcia preventiva e repressiva qualificada dentro dos aglomerados/vilas. Atua nos aglomerados/vilas com o intuito de trazer segurana aos moradores, evitando que as quadrilhas envolvidas com o trfico de drogas ditem as regras no local. Os policiais militares pertencentes ao GEPAR executaro suas atividades dentro de trs pilares: a preveno, a represso qualificada e a promoo social, quais sejam: a) preveno: - O GEPAR realizar visitas tranquilizadoras em comrcios, casas, escolas e postos de sade objetivando conhecer a realidade daquela comunidade, alm de colher informaes relativas ao local de atuao e que possam subsidiar na melhoria da segurana, quer seja levantando informaes sobre os cidados infratores atuantes naquele local, quer seja de cunho social ou outro aspecto que vise o bem estar daquela comunidade, trabalhando, preferencialmente, com tcnicas de policiamento voltado para a resoluo de problemas, - dever, sob todos os aspectos, trabalhar para angariar a confiana da comunidade local, por intermdio de aes de aproximao para com os cidados de bem, fazendo contatos com os moradores, principalmente aqueles que foram vtimas de violncia, objetivando restaurar o clima de tranquilidade, - far ponto base e batidas policiais frequentes nas chamadas bocas de fumo com o intuito de reprimir a prtica do comrcio ilcito de entorpecentes nesses locais, - efetuar abordagem em todas as pessoas estranhas ao local e que no morem no respectivo aglomerado, mas que estejam ali de passagem, procurando evitar que pessoas de outras reas pratiquem atividades ilcitas naquela rea/local de atuao, - um dos policiais que compem o GEPAR dever ser formado pelo Programa Educacional de Resistncia as Drogas e a Violncia - PROERD - e lecionar nas escolas das respectivas reas/aglomerados, com o intuito de implementar a doutrina do programa, - pautar suas aes/operaes de forma a antecipar a ecloso do crime retirando de atuao os cidados infratores contumazes, trabalhando em conjunto com os outros rgos que compem o Sistema de Defesa Social. b) represso qualificada - O GEPAR mapear sua rea de atuao no que se refere s modalidades de crimes existentes, bem como correlaciona-las com os grupos de cidados infratores que as pratica, alm de mapear tambm os pontos de trfico de drogas e seus lderes, modus operandi e as gangues existentes, mantendo banco de dados atualizado com 81 fotos e endereos de todos que forem presos. Desta forma o GEPAR manter um monitoramento constante dos cidados infratores, tomando todas as medidas de represso contra eles, causando o mnimo de transtorno para os cidados de bem, fazendo uma represso qualificada e trabalhando no foco do problema. c) promoo social - O GEPAR promover aes de cunho social com objetivo de reduzir o impacto dos problemas sociais e melhorar a qualidade de vida da comunidade das reas/aglomerados. Dessa forma o GEPAR conquistar a simpatia e a confiana dos moradores, alm de trabalhar na raiz da questo social, que hoje afeta sobremaneira a questo de segurana pblica. Para tal o GEPAR ser responsvel por promover aes que aproximem crianas e moradores da respectiva rea/aglomerado Polcia Militar em promoes como entretenimento, prticas esportivas, palestras, programas preventivos educacionais e outros, dentro do enfoque de participao e interao com a comunidade, - Os policiais do GEPAR trabalharo motorizados em viaturas policiais adaptadas s caractersticas fsicas dos locais/aglomerados urbanos ou vilas e cumpriro as escalas de servio conforme preconizada pela Instituio, respeitando-se as necessidades e caractersticas de cada rea de risco, bem como observando a presena constante da PMMG e proporcionando o aumento da segurana subjetiva, - em cada viatura policial trabalhar uma guarnio de trs policiais que permanecer nos aglomerados, no podendo haver remanejamento para outro setor, exceto em casos eventuais e de extrema gravidade. Em cada UEOp atingida pelo projeto Fica Vivo, o GEPAR ser coordenado/comandado por um Tenente ou Aspirante a Oficial, com previso no DD/QOD, devendo haver tambm um Sargento auxiliar, - O GEPAR cumprir a escala de servio de acordo com as normas internas da PMMG, observando a presena constante nos locais de atuao, principalmente nos horrios de maior clamor pblico e identificados, pelas sees de operaes das Unidades a que pertencem, como os horrios de maior incidncia de crimes violentos e trfico de drogas. As escalas de servio devero ser adequadas ao reajuste constante no que se refere a evoluo da criminalidade e sensao de segurana da populao local. Instruo especfica trata do delineamento do servio na Polcia Militar. 6.3.6 Grupo Especializado em Preveno Motorizada Ostensiva Rpida (GEPMOR) 6.3.6.1 Conceito de Atuao do GEPMOR a) o Policiamento denominado Grupo Especializada em Preveno Motorizada Ostensiva Rpida - GEPMOR consiste no lanamento de Guarnies de Motopatrulhamento compostas por 04 (quatro) policiais militares, previamente selecionados e capacitados sobre a lgica da Preveno Ativa e atuao no GEPMOR, empregados em todo o espao territorial de responsabilidade das Regies da Polcia Militar (RPM). b) a finalidade precpua desse policiamento dar recobrimento ao policiamento ordinrio, notadamente nos aspectos de antecipao, presena e visibilidade dos pontos considerados, bem como a realizao de Operaes Ostensivas que possibilitem um trabalho preventivo de controle de pessoas, armas, veculos e materiais que se configurem elementos potenciais para a prtica de delitos, em especial, o combate ao delito onde a motocicleta utilizada para auxlio no cometimento do ilcito; c) para a execuo do policiamento, os Grupos devero deslocar para a subrea, por meio de saturao dentro do turno especificado, as quais devero cumprir o carto- 82 programa alternadamente em relao ao PB e deslocamento de cobrir os itinerrios definidos pelo geoprocessamento criminal; d) os Grupos cumpriro rigorosamente o planejamento especificado atravs do Carto-Programa, devendo percorrer durante 45 (quarenta e cinco) minutos nos logradouros pr-estabelecidos e posteriormente permanecer em Pontos-bases especificados e durante 15 (quinze) minutos; e) os cartes programas e a sistemtica de ocupao dos Grupos devero ser planejados pela Seo de Estatstica da respectiva UEOp com base no seguinte: - anlise atravs do geoprocessamento, - localizao de centros comerciais, - proximidade de aglomerados, - visibilidade para os transeuntes etc; f) as guarnies GEPMOR devero ter restrio de empenho pelo CICOp e somente no caso de depararem com ocorrncias ou fatos que demandem a priso ou apreenso de objetos/armas, ou a interveno das guarnies sero apoiadas por uma viatura de 04 (quatro) rodas que far o encaminhamento da ocorrncia, sob ordem da coordenao do policiamento (do Comando Ttico, CICOp, dentre outros). 6.3.6.2 A especificao do servio do GEPMOR, ou motopatrulhamento similar, ser tratada em Instruo especfica expedida pelo Comando da Instituio. 6.3.7 Patrulha de Atendimento Comunitrio (PAC) 6.3.7.1 Conceito de Atuao da PAC Estruturada para realizar o atendimento a pedidos formulados pela comunidade, principalmente aqueles oriundos do sistema CICOp. A Patrulha de Atendimento Comunitrio estruturada tendo como estratgia bsica atuar de forma efetiva quando acionada, via 190, com vistas a responder ao maior nmero possvel de acionamentos, tendentes sua totalidade. Neste contexto, a rapidez na resposta fator primordial para a eficincia e eficcia das aes de atendimento comunidade. A responsabilidade central das PAC proporcionar uma srie de servios diretos aos cidados que os requeiram: resoluo de conflitos, assistncia emergencial e proteo. Ao atender com presteza os cidados, as PAC buscam gerar, como subproduto, o controle do crime para a comunidade em geral. 6.3.7.2 Objetivos da PAC As aes das PAC cumpriro, em ordem de prioridade, os objetivos seguintes: a) controle do crime: atendimento de solicitaes relacionadas ao crime; b) manuteno da ordem: atendimento de solicitaes de resoluo de conflitos; c) servio de emergncia: atendimento de solicitaes no relacionadas a crimes (assistncia de um modo em geral); d) regulamentao do trnsito: atendimento de solicitaes relacionadas ao trnsito. 83 6.3.7.3 A especificao do servio da PAC ser tratada em Instruo especfica expedida pelo Comando da Instituio. 6.3.8 Patrulha de Operaes (POp) 6.3.8.1 Conceito de Atuao da POp As Patrulhas de Operaes so formadas por guarnies especializadas para atuar diretamente no desenvolvimento das diversas operaes policiais nas reas integradas de segurana pblica. A atuao destas patrulhas deve consistir na presena constante de policiamento ostensivo motorizado em locais estrategicamente definidos e apontados pelo geoprocessamento. Para tanto, sero destinadas viaturas especficas, com um efetivo treinado para realizar as diversas abordagens, principalmente nas principais vias da cidade, liberando as demais viaturas para o atendimento comunitrio. A ostensividade, visibilidade e a segurana, nos corredores ostensivos, tornam-se fatores determinantes para a efetiva atuao das patrulhas no processo de reduo da criminalidade e melhoria da sensao de segurana em Belo Horizonte. 6.3.8.2 A especificao do servio da POp ser tratada em Instruo especfica expedida pelo Comando da Instituio. 6.3.9 Patrulha de Preveno Violncia Domstica 6.3.9.1 Contextualizao Ao lidar com a violncia domstica, principalmente a ocorrida contra mulheres, no se est tratando de casos isolados, haja vista que, na maioria das vezes se trata de casos de vitimizao contnua e repetitiva. Esses episdios de violncia domstica diferem dos demais casos de violncia, em primeiro lugar, em razo do relacionamento ntimo atual ou passado existente entre vtima e agressor e, em segundo lugar, pelo fato de que os crimes acontecem quase que exclusivamente em locais privados, o que dificulta a interveno dos rgos estatais que trabalham com Segurana Pblica. 6.3.9.2 Conceito do servio O Servio de Preveno Violncia Domstica tem como objetivo mobilizar e treinar os policiais militares para inibir essas aes criminosas e proteger a vtima, contribuindo para a quebra do ciclo da violncia. O servio apresenta dois ciclos de atendimento que so denominados de Primeira Resposta e Segunda Resposta. a) A Primeira Resposta constituda por todos os militares componentes das Patrulhas de Atendimento Comunitrio (PAC), e so responsveis pelo atendimento das ocorrncias de violncia domstica no momento em que elas estiverem acontecendo, de acordo com o protocolo de atendimento; b) A Segunda Resposta ser composta por militares devidamente capacitados para fazerem o ps-atendimento, atuando no monitoramento de casos de violncia repetida, escolhendo, dentre um repertrio de encaminhamentos da vtima (ministrio pblico, delegacia de mulheres, servio psicolgico, centros de apoio etc.) o mais adequado gravidade do caso. Alm disso, sero os responsveis pela capacitao dos militares integrantes da equipe de primeira resposta. 84 6.3.9.3 A especificao do servio de Preveno Violncia Domestica da ser tratada em Instruo especfica expedida pelo Comando da Instituio. 6.3.10 Patrulha de Preveno s Drogas Atividade de preveno de primria e secundria de drogas, realizada por intermdio de uma interveno universal e seletiva, a Patrulha de Preveno s Drogas visa minimizar a questo do uso de Drogas no Estado, por intermdio da interao entre Polcia Militar e Comunidade, formatada segundo os seguintes estgios: a) 1 estgio: conscientizao em mbito do municpio, acerca dos males provocados pelas drogas, por intermdio de parcerias locais; b) 2 estgio: criao de uma equipe multidisciplinar para a implementao de atividades preventivas em estabelecimentos de ensino, com foco no esclarecimento estudantil, dos familiares e do corpo docente; c) 3 estgio: ateno e encaminhamento dos dependentes qumicos a entidades que trabalham na recuperao e reinsero social destes dependentes devidamente cadastradas e reconhecidas pela Subsecretaria de Polticas sobre Drogas do Estado de Minas Gerais. O objetivo da Patrulha inclui, ainda, o desencadeamento de aes preventivas de reduo da oferta de drogas, por intermdio de aes de combate nas suas causas, minimizando a intensidade nas suas consequncias. Devidamente qualificada sobre as diversas facetas da questo drogas, a Patrulha atuar visitando escolas, associaes de bairros, igrejas, grupos de jovens e empresas, levando orientao e conhecimento populao em geral, mostrando a realidade cruel do mundo das drogas e da dependncia qumica, sob um trabalho diferenciado e observando-se as especificidades do pblico a ser atendido. 6.3.11 Patrulha de Preveno Ativa (PPA) 6.3.11.1 Conceito e misso Considera-se Patrulha de Preveno (PPA) a Guarnio PM integrada por trs policiais-militares, destinada a atuar de forma preventiva, como misso principal, sob os princpios e fundamentos descritos nesta seo. Compete s PPA: a) executar o policiamento preventivo nas respectivas subreas, mantendo contato estreito com a comunidade, principalmente comerciantes ou lojistas, no sentido de estabelecer vnculos confiana e proteo nos referidos locais; b) identificar pessoas estranhas aos locais de atuao de forma a prevenir delitos; c) efetuar prises/apreenses, quando necessrio, nos casos previstos em lei; d) adotar medidas repressivas imediatas nos casos de rompimento da ordem pblica; e) ter sob controle cadastramento de delinqentes atuantes na respectiva subrea (espao territorial de responsabilidade de uma Companhia de Polcia Militar), de modo a planejar e executar aes objetivando a imediata identificao como medida preventiva, com vistas a coibir a incidncia de delitos nos comrcios, residncias ou outros bens pblicos ou particulares. 6.3.1.2 Princpios 85 Constituem princpios de atuao das PPA os mesmos que orientam o funcionamento dos Ncleos de Preveno Ativa da PMMG, a saber: a) fundamentao metodolgica: as patrulhas sero empregadas sob uma metodologia especfica de trabalho, caracterizada pelo uso de cartes-programa, elaborados pelos respectivos Comandantes de Cia PM; b) poltica pblica especfica: Investimentos governamentais no Programa de Polcia Comunitria, no de Direitos Humanos e no Programa Educacional de Resistncia s Drogas e violncia (PROERD); a metodologia de trabalho, cristalizada nos recursos destinados aos respectivos programas, aquisio de viaturas e ao SIDS; c) transversalidade: as aes das patrulhas sero desenvolvidas conjuntamente entre os titulares das pastas dos NPA de sua UEOp e os comandantes de Cia, num processo participativo que espelhe coerncia entre os objetivos operacionais da UEOp e as necessidades de atualizao colocadas pela realidade trazida pelos integrantes das patrulhas. Para tanto, cada UEOp organizar cronograma de reunies entre os Cmt de Cia PM, os policiais das patrulhas e os componentes dos NPA, de forma conjunta e interdisciplinar, para troca de experincias; d) profissionalizao: a capacitao dos policiais-militares, Cmt de Cia PM e integrantes das patrulhas contemplar conhecimentos tericos sobre Preveno Ativa e ser desenvolvida com periodicidade, em parceria com o Centro de Treinamento Policial da Academia de Polcia Militar (CTP/APM); e) cientificidade: o emprego das patrulhas ocorrer sempre mediante dados do geoprocessamento e de outros julgados oportunos pelo Comando da Unidade ou da Regio, bem como pelo acompanhamento estatstico do impacto desse emprego, sobre a criminalidade, nos locais, dias, horrios e modalidades delituosas previamente priorizadas pelos respectivos Cmt Cia; f) mobilizao social: as patrulhas atuaro sob o objetivo principal de buscar resgatar na populao laos de reciprocidade, solidariedade, participao em Conselho Comunitrio de Segurana Pblica (CONSEP), realizao de denncias annimas e vida comunitria. Esse resultado ser buscado mediante visitas contnuas dos integrantes das guarnies rua/bairro a ser visitado. Para isto, os policiais devero estar de posse de informaes especficas do local ou envolvido em ocorrncia como vtima, a ser visitado(a); g) continuidade: as aes das patrulhas ocorrer como estratgia de todas as UEOp, em complementao ao policiamento ordinrio. Os Comandantes de Cia PM sero permanentemente orientados sobre as vedaes a promover mudanas nas equipes das patrulhas. 6.3.11.3 Fundamentos especficos s patrulhas de preveno a) disciplina ttica: as patrulhas atuaro estritamente dentro do programado, s atendendo ocorrncias de iniciativa e, quando acionadas, prestaro o primeiro apoio; b) sistematizao: o emprego acontecer com base em dados do geoprocessamento e informaes comunitrias chegadas ao Cmt de Cia PM; c) visibilidade: quando em permanncia, as patrulhas ocuparo os locais de maior visibilidade possvel, com giroflex ligado, ficando na viatura o motorista enquanto os dois outros integrantes da guarnio realizam contatos com a comunidade nas proximidades, estando de posse de informaes atuais e especficas da situao da segurana pblica local; 86 d) ao de comando: Os comandantes das respectivas patrulhas tero ascendncia hierrquica sobre os dois outros, obrigatoriamente, no se podendo empregar naquela funo de comando militares que possuam pares na mesma guarnio. A Coordenao e Controle do policiamento fica a cargo do CPCia. 6.3.11.4 A especificao do servio da PPA, principalmente quanto s normas para a preveno criminalidade, desenvolvimento de aes preventivas, roteiro para confeco de escalas e metodologia para confeco dos cartes-programa, ser tratada em Instruo especfica expedida pelo Comando da Instituio. 6.3.12 Policiamento em Zona Rural (Patrulha Rural) O policiamento em zona rural uma atividade sistemtica de preservao da ordem pblica executada pela Polcia Militar, exclusivamente no meio rural, utilizando-se da modalidade Patrulhamento e do processo Motorizado, com o suporte de veculos apropriados, objetivando prevenir e reprimir delitos no campo. A operacionalizao do policiamento em zona rural desenvolvida mediante o lanamento, no respectivo setor, de uma guarnio denominada Patrulha Rural,dotada de equipamentos, treinamento e destinao especfica, adotando-se as seguintes estratgias de atuao: a) nfase na ao preventiva; b) carto programa especfico; c) visitas tranquilizadoras; d) turnos de servio adequados realidade do meio rural; e) aes e operaes: - patrulhamento ordinrio da zona rural no respectivo setor de atuao, - abordagens a pessoas suspeitas, - Realizao de blitz, em conjunto com as Unidade que realizam policiamento de trnsito rodovirio, nas estradas vicinais, rodovias estaduais e federais delegadas, com o objetivo de interceptar o transporte de produtos furtados/roubados da zona rural e, por conseguinte, prevenir/reprimir o porte ilegal de arma de fogo, trfico de drogas e furto/roubo de veculos. - visitas tranquilizadoras comunidade rural; - cadastramento das propriedades e dos produtores rurais, registrando-se em livro prprio as particularidades de cada propriedade, de forma a facilitar uma posterior identificao de produtos furtados, com nfase para o gado, veculos e mquinas agrcolas; - realizao de atividades conjuntas com a Vigilncia Sanitria do municpio para a deteco de receptadores de gado furtado, que abatido clandestinamente e comercializado nos aougues da cidade; - realizao de atividades conjuntas com a Receita Estadual na fiscalizao do transporte de produtos furtados/roubados da zona rural, por intermdio da conferncia da documentao fiscal; 87 - intensificao de Operaes Desmanche em conjunto com a Polcia Civil e com as Unidade que realizam policiamento de trnsito urbano e rodovirio com a finalidade de identificar veculos furtados/roubados na zona rural; - em caso de necessidade de operaes repressivas, notadamente aquelas para localizao/abordagem de delinquentes foragidos, assaltantes, sequestradores, etc, deve ser prevista a atuao junto com equipes especializadas que tenham treinamento e meios para adentramento em locais de matas e/ou florestas ( Atividades Especiais, Policiamento de Meio Ambiente, Cavalaria, Canil); - o efetivo do Policiamento Rural poder participar de Operaes em conjunto com o PMAmb, ou em apoio ao IEF/IBAMA. f) atuao da Patrulha Rural em Conflitos Agrrios (intensificao da ostensividade); g) atuao da patrulha rural no combate ao trfico de drogas; h) atuao em caso de crimes e/ou infraes ambientais; i) destaque para as atividades de polcia comunitria, buscando todas as informaes necessrias junto aos moradores das zonas rurais; j) mapeamento das vias de acesso, podendo ser feito por meio de ferramenta tecnolgica GPS. A especificao das atividades da Patrulha Rural tem sua normatizao estabelecida em documento especfico. No obstante tais recomendaes, as diversas fraes, especialmente os destacamentos, devem realizar patrulhamento ordinrio na zona rural dos municpios, como forma de levar segurana ao homem do campo. Em igual medida, as viaturas empregadas em policiamento ambiental devem atuar dentro da doutrina do policiamento rural e no apenas em fiscalizaes ambientais. 6.3.13 Policiamento Escolar Trata-se do servio que prioriza a instalao de policiamento ostensivo junto s escolas e colgios, onde os problemas de segurana pblica tm-se avolumado, com incidncia crescente de reclamaes e ocorrncias diversas, fonte geradora de insegurana e apreenso para os pais, alunos e professores. Ateno especial deve ser dada ao trfico e uso de drogas ilcitas nas proximidades das escolas. Devem ser estabelecidas normas no sentido de incentivar o relacionamento entre os educandrios e unidades de rea, proporcionando maior conscientizao dos alunos por intermdio de palestras ou debates coordenados pela Polcia Militar, para o fornecimento de informaes que possibilitem detectar e extinguir os fatores que causam risco segurana do corpo docente e discente. Para tanto, deve-se treinar Policiais Militares especificamente para atuarem no ambiente escolar, bem como buscar a dotao de viaturas caracterizadas para a atuao na modalidade proposta, aumentando-se assim o grau de confiabilidade de educadores, familiares, educandos, enfim, da comunidade de forma geral. As atividades curriculares dos cursos destinados aos integrantes do Policiamento Escolar ser alvo de estudo, para padronizao e aperfeioamento, pelo Estado-Maior e pela Academia de Polcia Militar. 88 6.3.14 Programa Educacional de Resistncia s Drogas A principal estratgia contra a dependncia qumica de adultos a preveno por meio do dilogo com as pessoas, na sua infncia e adolescncia, fases de suas vidas em que se encontram mais naturalmente aptas a receber orientaes e assimilar valores. A diminuio dos ndices da violncia passa por medidas preventivas de longo prazo, voltadas a intervir nas suas origens. Investir no PROERD interferir positivamente no processo desencadeador do fortalecimento individual dos futuros condutores da sociedade, assim considerados os cidados brasileiros, contra as investidas de criminosos e de outras formas de chamamento ao uso de drogas e prtica de aes anti-sociais. O Governo Federal elegeu o PROERD como uma das estratgias para diminuir os nmeros da violncia no pas e para bloquear a dinmica de recrutamento de crianas e adolescentes pelo trfico de drogas. Nesses termos, o Conselho Nacional de Antidrogas (CONAD), por intermdio da Resoluo Ministerial n 025/2002, considera o PROERD um parceiro estratgico para o desenvolvimento de aes primrias de preveno ao uso e ao trfico de drogas, no mbito do Sistema Nacional Antidrogas SISNAD. Assim, o PROERD o meio escolhido pela PMMG para alcanar esse fim. Mtodos pedaggicos educacionais e emprego de pessoal treinado representam os suportes para o convencimento dos alunos alcanados pelo Programa. Consiste num esforo cooperativo entre a Polcia Militar, a Escola e a Famlia, e se destina a evitar que crianas e adolescentes em fase escolar iniciem o uso abusivo das diversas drogas existentes em nosso meio, despertando-lhes a conscincia para este problema e tambm para a questo da violncia. O programa aplicado por policiais voluntrios, devidamente treinados para esta atividade, recebidos nas escolas de forma muito carinhosa, fazendo do PROERD uma das mais importantes atividades junto s instituies de ensino. A aplicao do programa visa dotar jovens estudantes de informaes e habilidades necessrias para viver de maneira saudvel, sem drogas e violncia. Em questes especficas, o Proerd se destina a: a) empoderar jovens estudantes com ferramentas que lhe permitam evitar influncias negativas em questo afetas a drogas e violncia, promovendo os fatores de proteo e sua habilidades de resistncia; b) estabelecer relaes positivas entre alunos e policiais-militares, professores, pais e outros lderes da comunidade; c) permitir aos estudantes enxergarem os policiais como servidores, extrapolando a atividade de policiamento tradicional e estabelecendo um relacionamento fundamentado na confiana e humanizao; d) estabelecer uma linha de comunicao entre a Polcia Militar e a Juventude; e) replicar informaes e Polticas Pblicas relacionados a preveno de drogas e violncia; f) abrir um dilogo permanente entre a Escola, a Polcia e a Famlia, para discutir sobre questes correlatas no eixo droga; 89 g) estabelecer uma maior proximidade entre a Polcia Militar e sociedade, fazendo com que a instituio exera um dos seus pressupostos fundamentais, que a preveno. Os procedimentos para potencializao e aplicao do Programa so estabelecidos em norma especfica. 6.3.15 Programa Jovens Construindo Cidadania (JCC) O Programa Jovens Construindo Cidadania (JCC) tem como meta principal criar um ambiente escolar mais saudvel livre das drogas e da violncia, por intermdio de aes e mudanas comportamentais que so desencadeadas por um grupo de alunos que atuam dentro da escola, sempre com a superviso dos professores e a orientao de um policial militar ou colaborador. O JCC atrai jovens de todas as classes sociais com a finalidade de identificar e corrigir problemas em comum s suas escolas e comunidades. O programa JCC cria dispositivos que incentivam a participao dos prprios jovens na resoluo dos problemas que os cercam. Os jovens assumem a posio de fundadores dos seus prprios programas JCC para suas escolas, vizinhana ou parque. Os objetivos so: a) criar um ambiente livre de crimes e drogas, por intermdio de um movimento liderado pelos prprios jovens.; b) ressaltar a importncia de boas atitudes, promover o valor cvico e estimular autoconfiana nos jovens; c) fazer com que os prprios jovens sejam os instrumentos de preveno de crimes, uso de drogas e violncia nas escolas e comunidades. A especificao das atividades da JCC normatizada em documento prprio. 6.3.16 Transitolndia Em junho de 1984, a PMMG por intermdio do Batalho de Polcia de Trnsito inaugurou a TRANSITOLNDIA INSPETOR PIMENTEL, voltada para o ensinamento prtico das normas de trnsito. O projeto recebeu este nome em homenagem ao cidado Joo Batista Pimentel, que dedicou grande parte de sua vida em prol da educao do trnsito nas escolas em todo Estado de Minas Gerais. Tambm conhecida como Cidade Mirim do Trnsito, a TRANSITOLNDIA estruturada para atender crianas e adolescentes, e visitantes de modo geral, contando com diversos meios e ferramentas de educao para o trnsito, tais como: a) telefone pblico; b) hidrante; c) sinalizao semafrica, idntica existente nos centros urbanos, com funcionamento real; d) conjunto de vias devidamente asfaltadas e sinalizadas horizontal e verticalmente; e) pontos de nibus e placas de respeito natureza; 90 g) mini-nibus para a simulao de comportamento das crianas no interior do coletivo; h) um anfiteatro com capacidade para 120 pessoas, equipado com recursos audiovisuais; i) uma frota de bicicletas e velocpedes para circulao das crianas nas vias;
Quanto ao funcionamento da Transitolndia, nos dias teis as atividades educativas so voltadas para escolas, por intermdio de visitas agendadas. Nos finais de semana, feriados e frias escolares, aberta a visitao do pblico em geral. So duas sesses dirias, cada uma com a durao de duas horas, sendo uma de manh e uma tarde. As sesses so apresentadas por uma equipe composta por militares do Batalho de Polcia de Trnsito. Ao chegarem, as crianas so conduzidas para um anfiteatro, onde a equipe de monitores inicia uma exposio terica com a utilizao de recursos audiovisuais. Nessa exposio, so apresentados os conceitos bsicos de trnsito e regras de circulao, como: mo direcional, travessia de vias, comportamento no interior do veculo e utilizao de transporte de bicicletas. Complementando a exposio terica so exibidos filmes educativos. Aps a instruo no anfiteatro as crianas so conduzidas para a arquibancada, onde num clima de descontrao, aprendem a conviver em comunidade, respeitar ao patrimnio pblico e natureza, e ainda a recebem orientaes de como transitarem nas vias pblicas e no interior de veculos com segurana. A equipe de instrutores demonstra na prtica como devem ser utilizadas corretamente as vias, valendo-se da encenao teatral, onde os personagens executam de forma incorreta e so corrigidos pelo instrutor. Neste momento, dado destaque ao procedimento correto de utilizao com segurana das vias tais como: a) utilizao das faixas de segurana; b) andar pelo lado direito; c) aguardar sobre a calada o momento da travessia; d) olhar para ambos os lados antes de atravessar uma via; e) ver e deixar ser visto, evitando atropelamentos; f) no atravessar por trs nem pela frente de coletivos parados; g) no pegar carona nos coletivos. Alm destes, muitos outros comportamentos so ensinados, inclusive sobre como proceder com relao pessoa estranhas nas portas de escolas, evitando sequestros e trfico de drogas. Finalmente, as crianas colocam em prtica os ensinamentos adquiridos vivendo a experincia de serem motoristas e pedestres, transitando pelas vias em grupos a p, em bicicletas e velocpedes. A equipe de instrutores da TRANSITOLNDIA e os pais ou professores observam as crianas e a cada infrao cometida as mesmas so multadas simbolicamente, tendo 91 que cumprir uma tarefa em forma de gincana. Ao trmino cada criana recebe uma mini Carteira Nacional de Habilitao, que a autoriza a chamar a ateno de seus pais quando estes infringirem as normas de trnsito. 6.3.17 Segurana Preventiva Orientada ao Turismo O segmento do turismo atualmente um dos grandes indutores da macroeconomia mundial, com as consequncias diretas e indiretas para a economia local, em regies ou pases. O chamado trade turstico 2 envolve diversos segmentos e estruturas pblicas ou privadas que se mobilizam e interligam visando captao e atendimento clientela usuria do sistema. Registra-se hoje, segundo a Organizao Mundial do Turismo (2007), que cerca de 30% (trinta por cento) de todos os postos de trabalho e gerao de renda em todo o mundo, esto vinculados ao setor turstico. Trata-se de atividade econmica com uma grande dependncia e demanda de segurana em variados nveis, tanto em termos pessoais quanto coletivos abrangendo todas as atividades econmicas, diretas ou indiretamente ligadas (hotelaria, transporte terrestre, areo, fluvial, urbano, operadoras, museus, restaurantes, desportos, parques temticos). por intermdio de pesquisa realizada em 2006 pela Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas da Universidade de So Paulo (FIPE), intitulada Caracterizao e Dimensionamento do Turismo Domstico no Brasil, foi diagnosticado que o Estado de Minas Gerais o segundo Estado da Federao que mais recebe turistas nacionais. Este resultado fruto das recentes polticas pblicas voltadas para o impulso e desenvolvimento do turismo no Estado, principalmente com a criao de uma Secretaria de Estado exclusiva para o desenvolvimento do turismo. A criao da Secretaria de Estado de Turismo (SETUR), por intermdio da Lei 13.341, em 1999, foi um marco do desenvolvimento turstico no Estado. Com sua criao, o turismo em Minas Gerais ganhou polticas pblicas bem definidas e deu um salto importante para a consolidao da atividade como uma das principais do pas. Minas Gerais hoje um dos Estados mais promissores para o desenvolvimento do turismo, por seu acervo histrico e cultural, seus parques e reservas ecolgicas, sua forte vocao para o turismo de negcios e de eventos, e pela tradicional hospitalidade do povo mineiro. Tem diversificado campo artstico: literatura, msica, artesanato, artes plsticas, dana e teatro. Com o desenvolvimento do turismo, h a tendncia natural do aumento do fluxo de turistas e consequentemente problemas de infra-estrutura. A infra-estrutura de apoio turstico consiste em condies bsicas necessrias que garantam uma boa qualidade de vida para a comunidade e prtica do turismo, dentre elas a de segurana. Neste contexto, vrios autores e pesquisadores da rea, afirmam que o aspecto segurana exerce papel decisivo ou fator determinante na escolha do produto e do destino turstico e que uma imagem negativa gerada pelos elevados ndices de violncia e instabilidade costuma influenciar diretamente na escolha de um destino turstico. Diversas polcias do Brasil, dentre elas as dos Estados da Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe, Par e o Distrito Federal, cientes do potencial turstico dos seus estados e da influncia da segurana pblica na atividade turstica, implementaram um modelo de policiamento voltado para o turista.
2 Segundo Crisstono (2004), trade turstico significa entidades e empresas que tenham atividades diretas ou indiretas referentes ao turismo. 92 Neste contexto as UEOp podero implementar o policiamento orientado ao turismo, observando as normas internas especficas para este modelo de policiamento. O policiamento, seguindo recomendaes da Organizao Mundial de Turismo OMT e normas internas, deve pautar nas seguintes caractersticas e orientaes bsicas: a) a segurana turstica deve se fundamentar na noo tradicional da hospitalidade; b) dever ser priorizado o policiamento nos pontos tursticos com maior fluxo; c) os policiais militares empregados no policiamento devero primar pela visibilidade e priorizar o policiamento p; d) os policiais militares empregados no policiamento devero ser capacitados por intermdio do Curso de Segurana Preventiva Orientada ao Turismo SPOT e serem aplicadores da filosofia de Polcia Comunitria e Direitos Humanos; e) tem que haver o envolvimento da Unidade com os rgos locais ligados ao turismo para a realizao de planejamentos conjuntos de aes preventivas contra crimes envolvendo turistas; f) as Unidades devero especificar os potenciais riscos tursticos das localidades; g) devero ser estabelecidas prticas de segurana para os estabelecimentos e pontos tursticos e observar o cumprimento, notadamente para os casos de atos ilcitos contra segurana pessoal e as instalaes; h) verificar se as pessoas que trabalham em estabelecimentos tursticos e servios afins esto devidamente instrudas para repassar orientaes aos turistas quanto segurana; i) proporcionar ao pblico, informaes adequadas sobre a segurana no turismo, principalmente no que concerne aos seguintes aspectos: - advertncia sobre possveis pontos tursticos de risco; - os possveis riscos para a sade e medidas de auto-proteo; - os servios disponveis para o turista no caso de necessidade de assistncia. Podero ser implementados Grupos Especiais para em Policiamento Turstico GEPTur, nas cidades e regies de maior fluxo turstico do Estado. A implantao do GEPTur, dever ser baseado em Estudo de Situao a ser encaminhado e analisado pelo EMPM, conforme previsto na Instruo que regula este tipo de policiamento.
93 CAPTULO VII - RECOMENDAES FINAIS 7.1 O EMPM adotar, a partir da publicao, providncias para editar instruo que regule a criao e regulamentao de novos servios na PMMG, conforme previsto no tem 6.2, contemplando orientaes para regulamentar os servios em execuo. 7.2 As UDI desdobraro esta DGEOp por meio dos planos regionais de emprego operacional; 7.3 Esta Diretriz-Geral ser difundida todas as Unidades e Fraes da PMMG. 7.4 O EMPM adotar providncias para incluir os assuntos desta DGEOp nos diversos concursos internos, e na malha curricular dos cursos de formao/especializao. 7.5 Revogam-se as disposies em contrrio, em especial a DPSSP n 01/2002-CG.
Publique-se, registre-se e cumpra-se.
QCG em Belo Horizonte, 15 de setembro de 2010.
(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM Comandante-Geral
Anexo A - Glossrio (Conceitos). Anexo B - Escopo terico da atividade policial.
Distribuio: TODA PMMG. 94 ANEXO A (Glossrio - Conceitos) DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG Ao pblica Caracterstica inerente atividade de polcia ostensiva, sendo exercida visando a preservar o interesse geral da segurana pblica nas comunidades, resguardando o bem comum em sua maior amplitude. No se confunde com zeladoria, atividade de vigilncia particular de bens ou reas privadas e pblicas, nem com a segurana pessoal de indivduos sob ameaa. A atuao eventual nessas duas situaes ocorre por conta das excepcionalidades e no como regra de observncia imperativa. Atividade tcnica especializada Atuao sob leis e normas especficas, com aes diferenciadas, e que, embora seja uma caracterstica do policiamento moderno, no peculiar a este. Na estrutura atual da PMMG, so consideradas atividades especializadas o policiamento ambiental e de transito, pois lidam com tcnicas, tticas e normas especficas. Atividade de recobrimento de polcia Atuao em ocorrncias complexas, ou potencialmente violentas, ou que por sua dimenso ou repercusso extrapolem a capacidade de atuao do policiamento ordinrio. Sustenta-se nos princpios da qualificao especial como condio necessria para a realizao das tarefas. Autoridade toda pessoa que exerce cargo, emprego ou funo pblica, de natureza civil ou militar, investida em consonncia com as normas legais. a forma de superioridade constituda por uma investidura e pelo direito de se fazer obedecer. , tambm, a denominao dada a pessoa de grande conhecimento sobre um assunto. Cadeia de Comando o conjunto de escales e canais de comando, por intermdio dos quais as aes de comando so exercidas verticalmente, nos sentidos ascendente e descendente. caracterstica das instituies que tm por base institucional a hierarquia e a disciplina e uma organizao escalar (vertical), desdobrando-se, a partir do pice, em escales sucessivos de responsabilidade para o cumprimento da misso. A cada escalo corresponde um comandante, que o responsvel, perante o comandante superior, pelo planejamento e emprego de suas foras, sob todos os aspectos. O bom resultado das aes e operaes policiais-militares depende da obedincia Cadeia de Comando, que em princpio no deve ser violada. A violao da Cadeia de Comando usurpa as prerrogativas do Comandante intermedirio no considerado e anula sua autoridade, sem uma correspondente eliminao de sua responsabilidade. Se a violao necessria, imediatamente aps, na primeira 95 oportunidade, a cadeia de comando dever ser recomposta por aquele que a violou, seja no sentido ascendente ou descendente. Canal de Comando o caminho por onde fluem, no sentido descendente, as ordens e orientaes do comandante superior e, no sentido ascendente, as respostas e informaes dos subordinados. Comando o conjunto de aes desenvolvidas pelo Comandante e seus assessores (Estado-Maior ou Staff), visando a atingir os objetivos da organizao. Comandante Comandante o militar que planeja, organiza, dirige, coordena e controla o emprego de suas foras, em razo de seu posto ou funo, ou em decorrncia de lei ou regulamento e, como tal, o nico responsvel pelas decises. O Comandante de uma Guarnio Policial-Militar ser sempre o de maior posto ou graduao ou o mais antigo, em exerccio permanente de funo na regio conurbada, localidade ou municpio. O Comandante de Gu PM tem atribuies especficas, devido ao carter particular de sua responsabilidade, gerindo interesses do Comando da Polcia Militar, assumindo o compromisso com o resultado da atividade de vrias pessoas que trabalham em conjunto, sendo responsvel direto sobre os objetivos da Corporao. O Comandante da Gu PM exercer o comando operacional nas operaes policiais- militares, conjuntas ou emergenciais, evitando a interferncia direta na execuo das atividades tcnicas ou especializadas das Unidades ou fraes que comanda. Comando operacional Grau de autoridade que compreende atribuies para compor foras subordinadas, designar misses e objetivos e exercer a direo necessria conduo das operaes policiais-militares. Controle o acompanhamento das atividades da Corporao por todos os que exercem comando, chefia ou direo, de forma a assegurar o recebimento, a compreenso e o cumprimento das decises do escalo superior, pelo rgo considerado, possibilitando, ainda, identificar e corrigir desvios. Pode ser : Controle direto e o Controle indireto. O Controle direto (imediato) realizado por intermdio do acompanhamento concomitante com a execuo das atividades. O Controle indireto (mediato) realizado por intermdio da anlise de relatrios, mapas, estatsticas de incidncia criminal, rotinas dos sistemas informatizados, planos e ordens e outros documentos produzidos pela Unidade. 96 Tambm pode ocorrer o Controle interno e o Controle externo. O Controle interno aquele que se desenvolve no interior de uma organizao, por intermdio da fiscalizao ou acompanhamento organizado das atividades que executa, por meio de rgos ou pessoas pertencentes classe ou categoria. Ele tem em vista estabelecer, melhorar e assegurar a qualidade da prestao de servios da empresa, colocando-a em nveis reconhecidamente satisfatrios perante seu cliente. O Controle interno, alm de ter por finalidade acompanhar a execuo dos planos e ordens, bem como avaliar os resultados alcanados, visa ainda a criar condies indispensveis para assegurar a eficcia do controle externo. Como se v, o controle interno est intimamente ligado ao controle externo. Controle Cientfico da Polcia a conjugao de elementos estticos indicadores a elementos dinmicos (reunies de avaliao), caracterizando uma gesto policial e permitindo o desenvolvimento de gesto do conhecimento policial. Defesa Social o conjunto de aes desenvolvidas por rgos, autoridades e agentes pblicos, cuja finalidade exclusiva ou parcial seja a proteo e o socorro pblicos, por intermdio de preveno, ou represso de ilcitos penais ou infraes administrativas. A Defesa Social visa, antes de tudo, a atingir um elenco de solues que levem harmonia social. A Defesa Social consiste, ento, num conjunto de aes adotadas para proteger os cidados contra os riscos decorrentes da prpria sociedade. A Defesa Social exercida pelos poderes constitudos, instituies, rgos e entidades pblicos ou privados, que tenham por fim proteger o cidado e a sociedade, por intermdio de mecanismos que assegurem a ordem pblica. Escalo de Comando So os diferentes nveis de comando que compem a Corporao, organizados em estrutura escalar (vertical ou hierrquica). Fiscalizao a atividade dinmica de observao, exame, verificao e inspeo exercida, na Corporao, por todos que desempenhem funes de direo ou comando. Gesto policial Gesto policial o ato de coordenar e controlar a realizao de uma atividade de policiamento, mediante a utilizao de informaes provenientes de anlise sobre o comportamento operacional de uma ou mais Unidades de Execuo Operacional, e a tomada de deciso no sentido de manter ou aprimorar a combinao de recursos logsticos e de pessoal, para a atividade-fim da Polcia Militar.
97 Guarnio Policial-Militar (Gu PM) Constituem uma Gu PM as unidades operacionais e administrativas situadas na mesma sede, municpio ou regio conurbada, subordinadas ou no ao mesmo Comando Intermedirio e executando atividades peculiares, de policiamento ostensivo geral, rodovirio, de trnsito e ambiental, ou administrativas. Os Destacamentos e Subdestacamentos PM, isolados, constituem a guarnio policial- militar dos respectivos municpios onde esto sediados. Infrao administrativa Consiste na violao de um preceito legal, que sujeita o infrator a uma sano pela prpria administrao, dentro do seu poder de polcia administrativa, independentemente de apreciao judicial. Infrao de trnsito uma infrao de natureza administrativa, que consiste na inobservncia de qualquer preceito da legislao de trnsito ou de resoluo do Conselho Nacional de Trnsito. A infrao de trnsito sujeita o infrator s sanes administrativas, que lhe sero aplicadas pelas autoridades detentoras do Poder de Polcia de Trnsito, independentemente da responsabilidade penal e cvel cabveis. Infrao penal a violao das regras do Direito Penal Material (crime ou contraveno), contidas no Cdigo Penal, Lei das Contravenes Penais ou outras normas penais vigentes. Ligao horizontal o entendimento entre militares, independentemente dos nveis hierrquicos a que pertenam, a fim de solucionar problemas que no dependem de interferncia do escalo superior. Est bastante associada noo de sistema operacional. uma relao interpessoal, normalmente informal, objetivando evitar a disperso de esforos, por intermdio de cooperao e entrosamento. Operao policial-militar a conjugao de aes, executada por um grupo ordenado de policiais, que exige planejamento e misso especfica. Pode ter carter estratgico, ttico ou operacional, administrativo ou de treinamento a ser desenvolvida por Comandos Intermedirios, Unidades, Subunidades ou outras fraes isoladas ou em conjunto. Pode envolver ainda aes conjugadas de fora policial-militar, combinadas com outras foras policiais ou militares, para o cumprimento de misses especficas, com a participao eventual de rgos de apoio da Corporao e de rgos integrantes do sistema de Defesa Social. 98 Exige alto grau de coordenao e de controle. O escalo superior deve ser informado frequentemente do andamento das operaes. Os Comandos Intermedirios e Unidades, vizinhos rea de operaes, devem ser orientados no sentido de permanecerem atentos e alertas para emprego at o final da operao. Meta o produto da delimitao no tempo, de um objetivo que se pretende alcanar, relacionado ao desempenho do policiamento, desde que tal delimitao esteja fundada em informaes baseadas em um conhecimento demonstrvel, ou que resulte de clculo matemtico realizado com uso de sistema de gerenciamento de informaes. Orientao operacional Conjunto de diretrizes baixadas pelos Comandos Operacionais, visando a assegurar a coordenao do planejamento e da execuo do policiamento ostensivo e da atividade tcnica, pelas UEOp subordinadas. Pode se dar sob a forma de memorando, planos, ofcios, etc. Pesquisa antes e ps atendimento Instrumento de aferio do grau de satisfao da comunidade no campo da segurana pblica, bem como a verificao da qualidade dos servios prestados pela Corporao, segundo a tica do cliente. Visa, alm dos objetivos institucionais, ao fornecimento de subsdios necessrios melhoria da qualidade de vida do cidado.
(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM Comandante-Geral
Distribuio: a mesma da presente Diretriz. 99 ANEXO B (Escopo terico da atividade policial) DIRETRIZ GERAL PARA EMPREGO OPERACIONAL DA PMMG 1 Teorias relacionadas Preveno criminal A heterogeneidade de eventos e fenmenos encobertos sob o conceito de violncia e criminalidade acarreta dificuldades para a formulao de polticas pblicas e estratgias policiais, pois significa identificar fatores de risco distintos a cada situao. Somos levados a buscar solues para problemas to distintos como o crime das ruas, delinquncia juvenil, trfico de drogas, roubos a mo armada, crime organizado, estupros, violncia domstica, desordens, etc. O conceito de violncia impreciso e polmico. A violncia no se restringe ao crime, ela muito mais ampla. No h violncia, mas violncias que devem ser entendidas em seus contextos e situaes particulares. A falta de vagas em escolas, o nmero escasso de leitos em hospitais, a brutal desigualdade na distribuio de rendas, enfim, a violao de direitos so algumas outras manifestaes de violncia. Ela no to evidente como o crime. H, at mesmo, formas de violncia que so to sutis que acabam passando por condies normais do viver em sociedade. O roubo e o furto no so suportados pela populao, mas a poluio ambiental produzida pelas indstrias, tambm uma forma de violncia, porque priva o cidado de uma vida saudvel, suportada e muitas vezes associada noo de progresso. Sob o termo violncia escondem-se diversas formas de ao. Tratar a violncia apenas como crime observ-la de forma superficial e excludente. Pode-se dizer que violncia diz respeito a toda violao de direitos e, por isso, deve ser entendida como privao. Um ato de violncia tira do indivduo no apenas um bem material ou a sua vida, mas tambm os seus direitos como pessoa e como cidado. As diversas abordagens sobre o fenmeno da violncia e da criminalidade podem ser agrupadas em cinco: a) teorias que tentam explicar o crime em termos de patologia individual; b) teorias centradas no homo economicus, isto , no crime como uma atividade racional de maximizao do lucro; c) teorias que consideram o crime como subproduto de um sistema social perverso ou deficiente; d) teorias que entendem o crime como uma consequncia da perda de controle e da desorganizao social na sociedade moderna; e e) correntes que defendem explicaes do crime em funo de fatores situacionais ou de oportunidades. At o momento, a teoria das atividades rotineiras (ou teoria das oportunidades) vem sendo largamente utilizada pelos rgos policiais, contudo tem seu alcance limitado a crimes contra o patrimnio. Mais recentemente, alguns autores deram incio ao estudo de seu impacto nos demais crimes. As demais teorias, apesar de presentes nas formulaes das estratgias de resposta ao fenmeno criminal, no so consideradas formalmente. Um exame mais atento, entretanto, mostra que tais modelos e teorias no so necessariamente excludentes, mas complementares. O que tem sido eficaz so programas e estratgias de segurana baseados numa articulao multi-institucional entre estado e sociedade. O crime envolve dimenses que 100 exigem a combinao de vrias instncias sob o encargo do Estado e, sobretudo, a mobilizao de foras importantes na sociedade. Assim, a cada problema, ou conjunto de problemas criminais, corresponder uma ou mais teorias, que indicar o melhor caminho para seu devido equacionamento. Cabe salientar que a resposta ser mais consistente na medida em que permita a articulao de duas ou mais teorias, bem como o envolvimento de todos aqueles com responsabilidade sobre o problema. As experincias consagradas tm mostrado que exequvel, vivel e oportuna a implementao de alternativas que tenham como suporte a prpria comunidade e que se adequem s dinmicas social, cultural e poltica locais. 2 Programas de preveno do delito 2.1 Programa de preveno sobre reas geogrficas Este programa opera sobre o fator espacial e apresenta uma inequvoca inspirao ecolgica. Seu pressuposto doutrinrio consiste na existncia de um determinado espao, geogrfica e socialmente delimitado, em todos os ncleos urbanos industrializados, que concentra os mais elevados ndices de criminalidade: so reas muito deterioradas, com pssimas condies de vida, pobre infra-estrutura, significativos nveis de desorganizao social e residncia compulsria dos grupos humanos mais conflitivos (imigrantes, minorias raciais, marginalizados etc.) e necessitados. Alguns tericos reformistas sugerem uma atitude social de compromisso e de interveno por parte dos poderes pblicos nestas reas marginalizadas, por intermdio da implementao de programas de reordenao e equipamento urbano, melhorias infra-estruturais, dotao de servios pblicos bsicos. Esses tericos acreditam que deste modo se alivia os problemas sociais das grandes cidades, com reforo dos mecanismos e instncias de controle social, diminuindo os ndices de delinquncia. Certamente que o meio atrai, possibilita, porm no cria o delito. Por outro lado, o vago conceito de desorganizao social oculta um perigoso desconhecimento dos fatores que atuam no marco espacial de referncia, podendo se constituir num autntico pretexto. Sem uma anlise situacional mais slida sobre tais variveis, tal poltica criminal, na verdade, pode no favorecer a preveno do delito. Na sua efetivao deve ser evitado o risco de que estes programas de base espacial, de rea, sejam eminentemente repressivos, anti-sociais e discriminatrios. Primeiro porque o lgico esforo preventivo costuma perder todo o contedo social (prestaes em favor de certas reas), adotando uma natureza puramente repressiva. Prevenir significaria, ento, controlar, vigiar, reprimir. Em segundo lugar, porque muitas vezes se controla, se vigia e se reprime sempre os mesmos grupos humanos que habitam bairros conflitivos e perigosos, acentuando-se deste modo o impacto seletivo e discriminatrio do controle social, sob o pretexto de uma nova ao preventiva . 2.2 Preveno do delito por meio do desenho arquitetnico e urbanstico Com as publicaes de Newman, na dcada de 70, as investigaes ecolgicas substituram a anlise de rea por um enfoque microscpico, que detecta especficas correlaes estatsticas entre espaos concretos das grandes cidades e determinadas manifestaes delitivas. Partindo de tal premissa, adotada pelos gegrafos do crime, de orientao sociolgica, ou da chamada Psicologia Comunitria, os programas de preveno orientam-se reestruturao urbana. O desenho arquitetnico utilizado para influenciar positivamente no habitat fsico e ambiental, procurando neutralizar o elevado risco crimingeno ou vitimrio que ostentam certos espaos, assim como modificar, tambm de forma satisfatria, a estrutura comportamental e motivacional do vizinho ou habitante destes lugares. 101 Tendo em vista, assim, a significativa incidncia dos fatores arquitetnicos e ambientais na delinquncia ocasional, sugere-se uma nova concepo prevencionista que pretende intervir nos cenrios crimingenos, nas edificaes, remodelando sob outros parmetros a convivncia urbana. De um lado, pretende-se dificultar o cometimento do delito mediante a interposio de barreiras reais ou simblicas que incrementam o risco para o infrator potencial (medidas dirigidas ao melhoramento das vias de acesso aos recintos, pontos de observao ativa e passiva na comunidade, iluminao, etc). De outro, fomentam-se atitudes positivas na comunidade, de responsabilidade e solidariedade, atitudes imprescindveis para melhorar o rendimento do controle social informal j que, conforme todos os ndices, as elevadas taxas de delinquncia no se explicam s e exclusivamente em razo das caractersticas fsicas e arquitetnicas de certos lugares, mas tambm devido a ausncia de sentimento de comunidade de seus habitantes. Em suma, trata-se de uma arquitetura preventiva que aproveita a seletividade espao-ambiental do crime urbano. Os programas de preveno menos ambiciosos perseguem, simplesmente, a neutralizao da periculosidade de certos lugares (postos de gasolina, bancos, supermercados, estacionamentos, condomnios etc.) incrementando as medidas de controle e de vigilncia. Distribuio ou diviso dos recursos econmicos de um determinado espao urbano, ativa e passiva, so os fatores mais relevantes cuja remodelao pretendem aqueles programas. Outros, sem embargo, associam os objetivos prevencionistas a uma efetiva reestruturao do habitat urbano. Reclamam melhorias de infra-estrutura, servios e equipamentos, assim como a adequada diviso e reordenao do territrio e zonas conexas, alm de precisas barreiras simblicas ou reais, que definam um espao como pblico, comum ou privado, delimitando suas respectivas fronteiras. Vo muito mais alm de uma estratgia puramente defensiva: desejam conseguir uma mudana qualitativa nas atitudes individuais e no prprio modelo de convivncia urbana, mais significativas e solidrias, reclamando um ativo compromisso comunitrio na preveno do crime. Para Garcia (1997), no cabe superdimensionar a capacidade preventiva destes programas geo-ambientais. Um conceito de espao, baseado em dados exclusivamente fsicos com menosprezo da dimenso social do meio apresenta resultado insatisfatrio. preciso ponderar, tambm, variveis sociais (estabilidade, composio e organizao do bairro). As investigaes sobre a defesa do espao parecem pouco contundentes porque se ocupam de dimenses muito isoladas: muitas das variveis contempladas por Newman, por exemplo, raramente incidem significativamente nas oscilaes da delinquncia. - Programas de preveno vitimria. A poltica criminal clssica cuida da preveno do delito, dirigindo a mensagem dissuasria da pena ao infrator potencial (preveno criminal) ou procurando ressocializar o condenado para que no volte a delinquir (preveno da reincidncia). A poltica criminal moderna consiste no papel ativo e dinmico da vtima na gnese do fato delitivo, conta ademais com ela e sugere uma interveno seletiva naqueles grupos ou subgrupos de vtimas potenciais que ostentam, por diversas circunstncias conhecidas, maiores riscos de vitimizao (preveno vitimria). O risco de vitimizao no se reparte de forma igual e uniforme na populao nem produto do azar ou da fatalidade; trata-se de um risco diferenciado, calculvel, cuja maior ou menor probabilidade depende de diversas variveis pessoais, situacionais e sociais. 102 As estatsticas de risco demonstram que existem alguns grupos de pessoas especialmente propensas a se converterem em vtimas de delito (crianas e adolescentes, ancios, marginalizados, estrangeiros) e situaes nas quais os cidados, nem sempre de forma consciente, contribuem para sua prpria vitimizao (o ato de uma pessoa, mesmo tendo conhecimento do risco, preferir enfrent-lo a preveni-lo). Os programas de preveno vitimria pretendem informar e conscientizar as vtimas potenciais de risco, no sentido de fomentar atitudes maduras, mais responsveis, em defesa de seus prprios interesses. E perseguem tambm uma mudana de mentalidade da sociedade em relao vtima do delito, buscando-se uma maior sensibilidade e solidariedade com quem padece as consequncias dele. A estratgia mais eficaz para conseguir tais objetivos articula-se por meio de campanhas tcnicas e organizao de atividades comunitrias. As primeiras esperam mudanas de atitudes, hbitos, estilo de vida e de comportamento na populao em geral. As de carter tcnico orientam-se em relao a determinados grupos de risco, particularmente vulnerveis, para alert-los, sugerindo medidas de preveno elementares. As campanhas de orientao comunitria, por ltimo, so dirigidas s pessoas de um bairro ou de uma determinada zona territorial. O propsito alcanar uma maior vigilncia da rea, uma maior implicao na ativa preveno do delito, que incremente os riscos para o delinquente. As campanhas de preveno, sem dvida, podem melhorar as atitudes sociais vinculadas ao problema criminal. Mas contribuem menos do que se poderia supor para a mudana de hbitos e de estilos de vidas, para a segurana. Isso se deve, em parte, ao fato de que as vtimas potenciais consideram como remota a possibilidade de serem vitimizadas. Chegam inclusive a considerar inteis ou incmodas as medidas de segurana a elas recomendadas, percebendo-se a uma insuficiente motivao. Por isso alguns especialistas sugerem implementar procedimentos que conscientizem a vtima potencial (vtimas potenciais de risco so todas aquelas pessoas que devido sua condio financeira ou profissional tornam-se alvo frequente de aes de marginais): taxistas, policiais, gerentes de bancos, gerentes de casas lotricas, donos e empregados de postos de gasolina, empresrios em geral), motivando-a a dar sua colaborao ativa para a preveno do delito. Assim, por exemplo, deve-se divulgar programas de preveno em pequena escala (bairro, condomnio, comunidade local) e de forma clara, objetiva e facilmente compreensveis. fundamental que sejam estabelecidos procedimentos que propiciem o contato direto com a vtima em potencial, a identificao dos obstculos que dificultam a efetiva preveno do delito e a busca de solues, conjuntamente. 2.3 Programas de preveno do delito de inspirao poltico-social Boa parte dos crimes que uma sociedade padece, ocorre em razo de suas razes se apresentarem em conflitos profundos na prpria sociedade: situaes de carncias bsicas, desigualdades irritantes, conflitos no resolvidos etc. Uma ambiciosa e progressiva poltica social se converte, ento, no melhor instrumento preventivo da criminalidade, j que pode intervir positivamente nas causas ltimas dos problemas, do qual o crime um mero sintoma. Os programas que acompanham essa orientao so, na verdade, de preveno primria (so considerados como primria por se tratar de necessidades bsicas de sobrevivncia e levam em considerao que alguns dos delitos so cometidos em razo da carncia de meios mnimos para a sobrevivncia) e buscam uma genuna e autntica sociedade, mais justa, propiciando a seus membros um acesso efetivo s cotas satisfatrias de bem-estar e qualidade de vida, em seus diversos mbitos (sade, educao, cultura, moradia etc). Esses programas tendem a reduzir correlativamente a conflitividade existente no seio da comunidade, assim como as taxas 103 de delinquncia. E os reduz, ademais, de modo mais justo e racional, contribuindo para a mxima efetividade com o menor custo social. Para Garcia (1997), prevenir mais que dissuadir, mais que criar obstculos ao cometimento de delitos, intimidando o infrator potencial ou indeciso. Prevenir significa intervir na etiologia do problema criminal, neutralizando suas causas. A preveno deve ser contemplada, antes de tudo, com preveno social e comunitria, pois o crime um problema social e comunitrio. Trata-se de um compromisso solidrio da comunidade. A preveno de delito implica em contribuies e esforos solidrios que neutralizem situaes carenciais, conflitos, desequilbrios, necessidades bsicas. S reestruturando a convivncia, redefinindo positivamente a relao entre seus membros que se pode esperar um resultado satisfatrio no tocante preveno do delito. A preveno mediante reincidncia pode tambm evitar o delito, mas melhor que prevenir mais delitos seria produzir ou gerar menos criminalidade. Para ele, considerando que cada sociedade tem o crime que ela mesma produz e merece, uma poltica sria e honesta de preveno deve comear com um sincero esforo de autocrtica, revisando os valores que a sociedade oficialmente proclama e pratica. Ento, determinados comportamentos criminais, com frequncia, correspondem a certos valores da sociedade cuja ambivalncia e essencial equivocidade ampara leituras e realizaes delitivas.
3 Preveno situacional 3.1 A crise do modelo tradicional A partir da segunda metade do sculo passado, a par da rpida mudana das sociedades, tem-se assistido a uma progresso constante da delinquncia tradicional e no surgimento de novas formas de crime: o fenmeno criminal banalizou-se e, em certos casos, tornou- se invisvel. Do afastamento entre as diversas preocupaes no seio do aparelho repressivo, quaisquer que sejam os sistemas policiais, jurdicos e judicirios, por um lado, e da evoluo da criminalidade, por outro, nasce um movimento paradoxal que conjuga as correntes contrrias de uma procura de Estado protetor e de uma exigncia de autonomia dos indivduos. O Estado contemporneo confronta com este dilema: por um lado, a necessidade de reafirmar a segurana como um direito fundamental de todos os cidados e o seu papel de garantidor desse valor; e, por outro lado, a constatao de que a segurana um assunto que deve mobilizar todos os quadrantes, poderes pblicos, coletividades e cidados. 3.2 A resposta da criminologia Como no poderia deixar de ser, a criminologia tem acompanhado a evoluo criminal, procurando encontrar vias alternativas que venham minimizar esse problema. Contudo, a crescente dificuldade do Estado na inverso das tendncias do crime, associada falta de criatividade da criminologia tradicional, quase sempre refugiada na ideia do tratamento do criminoso, levaram a que, a partir dos anos 50, ganhasse expresso o ramo preventivo da criminologia. Surgem, assim, diversas correntes empricas que alargam o seu objeto de estudo da figura do delinquente para a anlise das causas profundas da criminalidade, que so de natureza ambiental e social. Segundo Garcia (1997), das diferentes tipologias da preveno que foram sendo construdas, destaca-se uma classificao binria, que 104 ope a preveno social, que age sobre as motivaes criminais (do pr-delinquente e do delinquente) e que se desenvolveu principalmente na Frana; e a preveno situacional eleita pelos anglo-saxnicos, que centra seu estudo na gesto, concepo e manipulao do ambiente fsico-social, visando reduzir a oportunidade de passagem ao ato (constitui- se na deciso do potencial delinquente em cometer a ao delituosa) e aumentar o risco de deteco, caso a dissuaso falhe. 3.3 A evoluo da preveno situacional A preveno situacional (tambm designada, preveno da insegurana) acaba por informar um dos mais importantes paradigmas da moderna criminologia, a Criminologia Administrativa. Esta corrente surge nos anos 60, como reao ao boom da pequena e mdia criminalidade nas sociedades de consumo. Nos Estados Unidos, nesse perodo, segundo vrios estudiosos, o aumento dos assaltos a residncias fica a dever-se ao concurso de dois eventos: a miniaturizao dos aparelhos de uso domstico (logo, alvos apropriados) e o aumento da taxa de atividade feminina (logo, dissuaso insuficiente nos lares). A preveno situacional pe o acento tnico na reduo das oportunidades. Parte-se do pressuposto que o crime resulta tanto da emergncia de uma ocasio como da motivao do autor. Nesta teoria, distinguem-se duas perspectivas. A primeira a da atividade rotineira, segundo a qual o ambiente fsico e social cria, num mesmo espao e ao mesmo tempo, trs condies de base: um delinquente provvel, um alvo apropriado e a ausncia de dissuaso suficiente. A segunda perspectiva a da escolha racional, segundo a qual o indivduo decide cometer um crime para obter o que deseja. A passagem ao ato seria ento o resultado de uma balana entre o esforo e o risco necessrio ao ilcito e o benefcio estimado. A preveno situacional vem inverter a relao das partes no sistema tradicional de gesto da segurana, em que o cidado esperava passivamente que o Estado lhe garantisse proteo. A preveno situacional, ao invs, assenta-se na importncia da responsabilidade individual: a sociedade civil e no mais exclusivamente ao Estado que caber refletir sobre os dispositivos de segurana de que pode necessitar. O papel dos poderes pblicos o de ajudar, de controlar a sua coerncia com leis e regulamentos, de verificar a sua adequao aos meios de que a sociedade dispe e; enfim, de sancionar em caso de risco demasiado importante ou de medidas insuficientes. 3.4 As tcnicas da preveno situacional Segundo Clarke (1997), a metodologia da preveno situacional dever comportar trs etapas: de incio, procede-se a uma anlise detalhada da forma como, em certas zonas, certos crimes so cometidos; a partir dessa anlise, define-se o modo de agir sobre as condies ligadas ao ambiente e situao, a fim de reduzir as oportunidades de passagem ao ato; enfim, determinam-se as entidades que podem implementar essas medidas de reduo. Classificao das tcnicas de preveno situacional, comportando doze categorias, arrumadas nos trs grupos seguintes: a) 1 grupo: aumentar a dificuldade do crime, que comporta quatro tcnicas de preveno: proteger os alvos (criar um obstculo ao delinquente utilizando meios de proteo do alvo); dificultar os acessos (visa-se restringir o acesso de indivduos indesejveis); orientar o pblico (trata-se de desarmar os crimes ou incivilidades; o exemplo tpico a instalao de painis para grafite, para evitar danos em edifcios e 105 monumentos); e restrio do acesso aos instrumentos do crime (armas de fogo, substncias explosivas, sprays de pintura, etc.); b) 2 grupo: aumentar os riscos para o delinquente, que compreende quatro tcnicas de preveno: controle das entradas e sadas (pretende-se detectar as pessoas que entram com instrumentos do crime e as que tentam subtrair artigos nas lojas); vigilncia formal (exercida por pessoas com uma funo clara e precisa polcia, vigilante); vigilncia por empregados (como os vendedores nas lojas); vigilncia natural (que fazemos todos os dias nossa volta: por exemplo, a segurana de vizinhana); c) 3 grupo: reduo dos ganhos: eliminao dos alvos (visa-se suprimir o objeto do crime: por exemplo, a introduo de tocas CD portteis); identificao, marcao dos bens (pretende-se reduzir as possibilidades de uso ou revenda do objeto furtado, e, a posteriori, permitir a sua identificao); reduo das tentaes (por exemplo, evitar deixar valores vista de estranhos); fixao de regras claras (a sua ambiguidade pode levar os cidados habitualmente respeitadores das leis a cometerem certos crimes ou incivilidades). Naturalmente, possvel conjugar estas tcnicas para aumentar a eficcia. o caso das instituies bancrias, que combinam a proteo dos alvos (retardadores de abertura dos cofres), a dificuldade de acesso (antecmaras), a vigilncia formal, a eliminao dos alvos (limitao das somas de dinheiro nos bancos) e a identificao dos bens (maos de notas marcados).
(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM Comandante-Geral
Distribuio: a mesma da presente Diretriz.
106 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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