Constitucional Vitoria
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FORTALEZA – DOROTEIAS
DIREITO - 5º SEMESTRE NOITE
•– DOS FATOS
Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o mesmo segmento
profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente constituído e em funcionamento há
vinte anos, que representava os interesses da categoria, em assembleia geral convocada
especialmente para deliberar a respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados. Ao
fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que causaria grande prejuízo à
população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças da capital do Estado Alfa, com o
objetivo de debater publicamente os interesses da categoria de forma organizada e ordeira, e
ainda fariam passeatas semanais pelas principais ruas da capital. Em situações dessa natureza, a
lei dispõe que seria necessária a prévia comunicação ao comandante da Polícia
Militar.
No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas semanais, que
teriam início em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em decisão formalmente comunicada
ao Sindicato W, decidiu indeferi-los, sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas
praças e a tranquilidade das pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica
A legitimidade ativa do Sindicato W decorre do fato de ser uma organização sindical legalmente
constituída e em funcionalmente há mais de um ano, estando em defesa de direitos líquidos e
certos de parte dos trabalhadores da categoria, conforme é da essência dos sindicatos
profissionais, tal qual autorizado pelo Art. 21 da Lei nº 12.016/09 e pelo Art. 5º, inciso LXX,
alínea b, da CRFB/88.
A legitimidade passiva do comandante da Polícia Militar decorre do fato de ter exarado decisão
impedindo a realização das reuniões e das passeatas, o que violaria direito líquido e certo dos
trabalhadores sindicalizados, daí a incidência do Art. 1º da Lei nº 12.016/12.
A Constituição da República ampara os direitos fundamentais à livre manifestação do
pensamento, à liberdade de expressão e à reunião pacífica, nos termos do Art. 5º, incisos IV, IX e
XVI, da CRFB, respectivamente. Neste último caso, a comunicação ao Comandante da Polícia
Militar visava apenas a evitar a frustração de reunião anteriormente convocada para o mesmo
local.
Os trabalhadores têm o direito fundamental à liberdade de expressão, conforme Art. 5º, inciso
IX, da CRFB/88 e têm o direito fundamental à reunião pacífica, conforme Art. 5º, inciso XVI, da
CRFB/88
A comunicação ao comandante da Polícia Militar visava apenas a evitar a
frustração de reunião anteriormente convocada para o mesmo local, o que não era o caso. Como
a reunião independe de autorização, o indeferimento violou os direitos de parte dos associados
do Sindicato W, sendo cabível a medida nos termos do Art. 1º da Lei nº 12.016/09
• - DA TUTELA DE URGÊNCIA
• – DOS PEDIDOS
• a notificação do comandante da Polícia Militar para que preste as informações que entender
pertinentes do caso, nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09;
• a ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, nos termos
do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/09;
• - DO VALOR DA CAUSA
Pede deferimento.
22.872 OAB/ALFA.