Estudo de Caso 2 - E.C.III
Estudo de Caso 2 - E.C.III
Estudo de Caso 2 - E.C.III
ESTUDO DE CASO
Autor:
Oliveira de Azeméis
maio, 2023
A PESSOA COM TROMBOSE VENOSA CEREBRAL, ANEMIA E MENINGITE
ESTUDO DE CASO
Orientador do Trabalho:
Mário Branco
Oliveira de Azeméis
maio, 2023
"A transferência é inevitável. Todo ser humano causa impacto nos outros”.
Patch Adams
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 8
2. REVISÃO DE LITERATURA 10
2.1 TROMBOSE VENOSA CEREBRAL 10
2.2 ANEMIA FERROPÉNICA 11
2.3 MENINGITE 14
3. AVALIAÇÃO 23
4. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS 25
5. PROCESSO DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO 30
6. PENSAMENTO REFLEXIVO/CRÍTICO 38
7. CONCLUSÃO 40
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
LISTA DE FIGURAS
O presente trabalho foi realizado no âmbito da Unidade Curricular de “ Ensino Clínico III -
Enfermagem Médica e Cirúrgica”, prevista no plano de estudos do 4º semestre, 2º ano do 1º
Ciclo de Estudos do 21º Curso de Licenciatura em Enfermagem, da Escola Superior de Saúde
Norte da Cruz Vermelha Portuguesa, sob a orientação do Prof. Mário Branco .
Segundo Dias (2014, p.03) a natureza do estudo de caso:
(...)É um dos mais antigos métodos utilizados no ensino de enfermagem e pode ser utilizado
em educação continuada. Florence Nightingale já utilizava com seus estudantes uma variação
deste método de ensino, com a exigência de que os estudantes levassem um caderno para
registar os casos excecionalmente interessantes, sobre os quais seriam interrogados mais tarde
para avaliar o que tinham aprendido.
O presente estudo de caso foi desenvolvido segundo o caso da MV, mulher de 38 anos,
previamente autónoma. Deu entrada no dia 03/04/2023, no serviço UCIM (Unidade de
cuidados intermédios). Desde há 3 dias (31/03/2023), com queixas de cefaléias e vómitos
recorrentes. No dia 03/04 ao acordar, os familiares notaram-na mais confusa e com défice
motor direito. Na chegada à UCIM (Unidade de cuidados intermédios), veio acompanhada
por uma amiga, encontrava-se vigil, colaborante e minimamente orientada, embora
lentificada, confusa e fala desarticulada.
A cliente apresenta como antecedentes clínicos Anemia crónica e excesso ponderal. E
antecedentes familiares, diagnóstico recente de doença oncológica na filha de 11 anos e mãe
entre a membrana
8
através da promoção do autocuidado, da prevenção de complicações e da maximização das
capacidades. Esta intervenção visa reduzir o risco de complicações, desenvolver todo o
potencial da pessoa, a reaprendizagem das novas capacidades e consequentemente uma maior
autonomia nas atividades de vida diária, preservando a sua autoestima.
Este documento tem por finalidade estudar profundamente o plano de cuidados da D. M,
assim levando a uma tomada de decisão. Analisando a patologia, focos, diagnósticos,
intervenções, medicação e cuidados necessários para o regresso a casa alcancei um plano de
cuidados ajustado ao cliente D. M posteriormente apresentado.
O estudo de caso está estruturalmente dividido em partes distintas. A primeira parte
constituída pela componente científica, na qual consta a pesquisa das patologias presente na
D. M, esta parte do trabalho permite o desenvolvimento do meu conhecimento. Assim sendo,
com a informação colhida, conseguirei identificar e alcançar melhores resultados para a
segunda parte do trabalho que corresponde à implementação do plano de cuidados do caso
clínico com os seguintes tópicos: a descrição, análise, reflexão do caso clínico, processos
corporais, processo psicologico, ação do cliente, transição de cuidados que o cliente
necessita, desenvolvimento de diagnósticos de enfermagem e por fim processos de
diagnóstico e terapêutica. Conclui-se com uma reflexão e conclusão, onde é realizado um
balanço do percurso efetuado.
9
2. REVISÃO DE LITERATURA
Trombose venosa cerebral é uma doença cerebrovascular, causada pela obstrução dos seios
venosos e/ou das veias cerebrais por trombos. Mesmo apresentando diagnóstico e tratamento
difíceis, é caracterizada por seu alto potencial de recuperação, principalmente se o tratamento
for realizado precocemente. Se comparada a outros tipos de acidentes cerebrais, é
considerada rara, sendo comum em indivíduos jovens com idade média entre 25 a 40 anos,
com predomínio no sexo Feminino, provavelmente associado aos fatores característicos deste
grupo (Araujo et al., 2020).
Trombose venosa cerebral possui cura, especialmente quando o tratamento é iniciado a partir
dos primeiros sintomas. O tratamento é resumido em controlar crises epilépticas, a
hipertensão intracraniana e aplicar terapia antitrombótica. Para controle da trombose venosa
cerebral aguda (entre 0 e 1 mês após o primeiro episódio) e sub aguda (entre 2 e 3 meses após
o início do episódio da dor), é aplicado o tratamento de anticoagulação. No tratamento
antitrombótico é utilizado medicamentos destinados a evitar que coágulos sanguíneos se
formem, com o objetivo de fornecer melhoria ao paciente. São utilizados procedimentos de
anticoagulação para prevenir coágulos no vaso sanguíneo e tratar o estado pró-fibrinolítico,
evitando que sintomas características da doença voltem a manifestar-se após sua completa
remoção (Araujo et al., 2020).
As manifestações clínicas estão diretamente relacionadas com a localização do trombo, da
duração da doença e das alterações do parênquima cerebral associadas à Trombose
venosa cerebral. De maneira geral, podem ser categorizadas em: hipertensão
intracraniana, disfunção cerebral focal, encefalopatia e convulsões com ou sem déficits
10
neurológicos focais. Diante de um quadro de Trombose venosa cerebral, os sintomas podem
variar de acordo com a extensão e local da doença, estes podem ser evidenciados na forma de
síndromes, sendo as mais frequentes a síndrome de hipertensão intracraniana isolada,
síndrome focal e encefalopatia. Pacientes que desenvolvem a síndrome de hipertensão
intracraniana isolada apresentam cefaléia, diminuição da acuidade visual e papiledema, para
os que desenvolvem a síndrome focal, convulsões e déficits neurológicos podem estar
presentes (Ferro et al. 2015).
Dentre os sinais e sintomas descritos, a cefaleia é o sintoma mais comum, afetando cerca de
70% a 90% dos pacientes que pode ser fisiopatologicamente esclarecida pelo alongamento
das fibras nervosas na parede do vaso, sucedido pela dilatação das veias do seio nasal e
cortical espinhal, levando ao aumento da pressão intracraniana seguido de liberação de
mediadores pró-inflamatórios podendo desencadear, por fim, uma hemorragia
subaracnóidea (Mehta A., et al., 2019).
O prognóstico da Trombose venosa cerebral é bastante variável e difícil de prever caso a
caso. Antes de 1960, devido à dificuldade em identificar a Trombose venosa cerebral pela
clínica e pela falta de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, esta patologia era
praticamente considerada uma doença mortal. Hoje em dia, sendo diagnosticada e tratada
atempada e adequadamente, o prognóstico é geralmente muito bom.
A maioria dos doentes tem uma recuperação completa, sendo descritas taxas desde cerca de
60% até 88%. A recuperação total ocorre mais frequentemente nos doentes que, à
apresentação, tinham apenas sintomas de hipertensão intracraniana, enquanto os doentes que
ficam com défices permanentes são maioritariamente aqueles que à apresentação
apresentavam défices neurológicos focais ou encefalopatia difusa (Fernandes, 2019).
11
do adulto vem da dieta. É um nutriente de difícil absorção e as quantidades que são repostas
diariamente o fazem exclusivamente à custa da absorção do ferro da dieta no duodeno
proximal, por mecanismo regulado pela hepcidina. A expressão da hepcidina depende das
reservas de ferro, da biodisponibilidade do ferro contido na dieta, da presença de processos
inflamatórios ou do índice de eritropoiese. Em uma situação de estoques esgotados, anemia
ou hipoxemia, a hepcidina é diminuída para permitir o transporte pela ferroportina e, assim,
aumentar a captação de ferro. Ao contrário, em situações normais, a hepcidina aumenta e,
portanto, há menor absorção de ferro. Em processos inflamatórios e infecciosos também tem
sido verificado aumento da produção de hepcidina, diminuindo assim a disponibilidade de
ferro para patógenos (Fernández-Plaza & Viver, 2021).
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ferropénica (anemia por deficiência de ferro) existe uma plaquetose ou trombocitose, porém,
na prática existem poucos trabalhos sobre o assunto, bem como estudos mais aprofundados.
Devido à escassez de pesquisas sobre a plaquetometria relacionada a anemia ferropénica, e as
poucas existentes utilizarem diferentes metodologias, fica difícil fazer uma correlação com
outros estudos. Porém, pode-se observar que, em um estado de deficiência de ferro, as
plaquetas se comportam de forma instável, tendo uma grande variação com tendência tanto
para elevação como diminuição na contagem, ou seja, ela pode se apresentar tanto para
plaquetose/trombocitose quanto para uma plaquetopenia (Silva, 2018).
O tratamento pode ser farmacológico ou não farmacológico, de acordo com o quadro
clínico do paciente. Os alimentos fontes de ferro devem ser recomendados,
principalmente as carnes vermelhas, vísceras (fígado e miúdos), carnes de aves, peixes e
hortaliças verde-escuras, entre outros. Para melhorar a absorção do ferro, recomenda-se
a ingestão de alimentos ricos em vitamina C, encontrado em abundância em frutas
cítricas, como laranja, acerola e limão, evitando-se excessos de chá ou café, que
dificultam esta absorção. O tratamento farmacológico pode ser oral, parentérica e em
casos graves por transfusão de hemácias. A escolha da preparação de ferro vai depender da
gravidade da doença e da tolerância do paciente ao ferro oral que, por ser eficaz e
barato, é considerado a primeira linha de tratamento. No entanto, existem indicações
para o uso parentérico de ferro atualmente, cujas preparações se tornaram mais
eficazes e seguras. O ferro é mais bem absorvido no duodeno e no jejuno proximal,
onde as proteínas carreadoras do ferro expressam-se mais fortemente. As preparações
que liberam ferro adiante destas porções intestinais são, pois, ineficazes. Os sais de ferro não
devem ser administrados com as refeições, porque os fosfatos da dieta se ligam ao ferro e
dificultam a sua absorção. Assim como não devem ser ingeridos com antiácidos,
bloqueadores da bomba de protões, bebidas e suplementos com cálcio, antibióticos,
café, chá, leite ou ovos. Deve ser administrado 2 horas antes dos antiácidos ou 4 horas após
(Brito et al., 2021).
Acerca do impacte de condição de saúde para a pessoa os principais sinais e sintomas da
anemia ferropriva mais constantemente observados são cansaço, fadiga, fraqueza
generalizada, anorexia, apatia, dispneia no exercício, palpitações, vertigem, cefaleia,
perversão do apetite, palidez cutânea e das mucosas dos olhos, unhas fracas e quebradiças,
síndrome das pernas inquietas, atrofia das papilas da língua, fissuras no canto da boca, queda
de cabelo e pele seca. Nos adultos está associada principalmente à falta de produtividade no
13
trabalho, como resultado do transporte reduzido de oxigênio. O ferro desempenha um papel
importante na estrutura e funcionamento do sistema nervoso central, sendo essencial para a
neurotransmissão. Evidências sugerem que o metabolismo do ferro pode ter um papel
importante na fisiopatologia do transtorno do défice de Atenção e Hiperatividade (TDAH),
pois as reservas de ferro no cérebro podem influenciar a função dependente da dopamina.
Considerando o grande problema nutricional e os prejuízos causados pela anemia ferropriva,
torna-se importante implementar medidas preventivas visando a orientação da população e de
profissionais da área de saúde, e buscando o consumo adequado dos alimentos fontes de
nutrientes que minimizem a deficiência de ferro. A anemia ferropénica ainda apresenta
elevada prevalência. Para mudar esse cenário os países devem aumentar as informações e
conscientizar a sociedade que a anemia por deficiência de ferro é um problema grave e está
presente em boa parte da população. Os profissionais de saúde também têm um grande papel
na divulgação da informação e nesse papel cooperador podem promover uma maior
qualidade de vida para as pessoas (Nunes, 2018).
2.3 MENINGITE
Meningite é uma inflamação das meninges causada por infeção viral ou bacteriana. Os
sintomas incluem rigidez na nuca, dores de cabeça e febre, em casos graves, pode causar
paralisia, coma ou morte (VanPutte et al., 2016).
A meningite envolve as duas membranas cerebrais (pia-máter e aracnoide) e o líquido
cefalorraquidiano (LCR), podendo ser causado por diversos fatores, infecciosos ou não. O
processo inflamatório não infeccioso pode ser desencadeado por substâncias químicas ou
tumores. As de origem infeciosa, causada por bactérias e vírus, são as mais importantes do
ponto de vista da saúde pública, devido à sua maior ocorrência. Existem três principais
agentes etiológicos causadores da meningite bacteriana: Neisseria meningitidis,
Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.
A fisiopatologia da meningite bacteriana aguda inicia-se na nasofaringe após a colonização.
Ocorre a replicação bacteriana no espaço subaracnoideo e a uma libertação de componentes
bacterianos que atingem o endotélio cerebral, que vão desencadear um processo inflamatório
com liberação de citocinas. Com o aumento da permeabilidade vascular há um edema
vasogênico, inflamação do espaço subaracnoideo e um aumento da resistência ao fluxo
liquórico. Esses eventos causam aumento da pressão intracraniana, redução do fluxo cerebral
14
e perda da autorregulação cerebrovascular. Há conhecimento de três formas de se adquirir
meningite: fúngica, viral e bacteriana. Mesmo sendo desconhecida a real causa, deve-se
iniciar o tratamento com antibioticoterapia. Nos adultos é utilizado ceftriaxona, vancomicina
e ampicilina (Teixeira et al., 2018).
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3. AVALIAÇÃO
Antecedentes clínicos:
- Anemia Crónica;
- Excesso ponderal;
História familiar:
- Diagnóstico recente de doença oncológica na filha de 11 anos;
- Mãe com história de HSA (hemorragia subaracnóidea), TVP
(Tromboses venosas profundas) e TEP (Tromboembolismo
Pulmonar), estudada no CHUP (Centro Hospitalar Universitário
de Santo António), mas não sabe especificar diagnóstico.
16
Medicação Habitual:
- Desconhecida
Processos Corporais
17
Abertura dos olhos: Espontaneamente (4)
Resposta Verbal: Confusa (4)
Resposta Motora: Obedece às ordens (6)
SCORE: 14
• Características:
18
● Amplitude do pulso: Forte
● Ritmo do Pulso: Rítmico
• Características:
● Peso: 92,5kg
● Altura: 1,69cm
● Sonda Nasogástrica: NA
● Dentição Completa: Incompleta
● Prótese superior: NA
● Prótese Inferior: NA
● Tipo de dieta hospitalar: Dieta Hipocalórica
● Tipo de dieta domiciliar: Dieta Hipocalórica
● Padrão alimentar: 5 refeições
● Consumo de álcool: NA
● Deglutição: Não comprometida
● Padrão de eliminação intestinal:
● Continência Intestinal: NA
● Obs: Data de última dejeção 21/04
19
● Vómito: ( )Sim (x)Não
● Força muscular:
○ MSD: Comprometida
○ MSE: Não comprometida
○ MID: Não comprometida
○ MIE: Comprometida
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Processo do Sistema Regulador:
Processo Psicológico:
21
expressão motora lentificada e baixa autoestima. Apresenta discurso
repetitivo. Humor deprimido.
Ação:
Autocuidado:
Avaliação de dependência nos diferentes autocuidados (Escala de
Hernâni Duque):
Tomar Banho:
- Auxiliada nos cuidados de higiene no WC, pouco colaborante.
Vestir-se e despir-se:
- A cliente é cognitivamente capaz de escolher as suas roupas,
ajuda parcial de pessoas para vestir-se e despir-se.
Alimentar-se:
- Cliente é capaz de utilizar os utensílios, pegar no copo e levar à
boca, capacitado a colocar alimentos à boca. MV necessita de
algum incentivo para alimentar-se por mão própria.
Usos do sanitário:
- Micções no WC. Dejeções no WC, é capaz de posicionar-se na
cadeira e ajustar as roupas após higiene íntima com ajuda
parcial.
Elevar-se:
- É capaz de se elevar, autonomamente.
Virar-se:
- Autoposiciona-se sozinha, com incentivo.
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Transferir-se:
- Alterna do cadeirão para a cama e vice-versa sozinha.
Andar:
- Deambula com apoio unilateral.
Tomar medicação:
- A D. M necessita de ajuda de pessoas para providenciar, preparar
e tomar medicação.
Transição saúde/doença:
Natureza da transição:
MV encontra-se numa transição do tipo saúde/doença (Diagnóstico de
Trombose Venosa cerebral, Anemia ferropénica e meningite), encarada
como uma transição simples.
Propriedades:
A D. M ao longo do internamento teve uma grande evolução sendo
classificada nos primeiros dias de internamentos como cliente
lentificada, ligeiramente confusa, com humor deprimido e pouco
colaborante. Ao longo do internamento a cliente ganhou consciência da
sua situação clínica, mostrando-se envolvida no processo de transição
que está a passar. A recuperação pode durar semanas/meses.
Para MV o evento crítico foi o seu diagnóstico e os défices neurológicos
que apresentou: ligeiramente confusa, humor depressivo, Paresia facial à
direita, Hemiparesia à direita de Grau 2, Hemiparesia à esquerda de
Grau 1 e Disartria ligeira.
Fatores Facilitadores:
A Cliente terá o apoio da mãe e de uma amiga, viverá com a mãe. Está
social/economicamente estável. A preparação e conhecimento são
facilitadores da transição, estes que MV foi adquirindo.
Fatores Inibidores:
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A filha de 11 anos está diagnosticada com uma doença oncológica.
Terapêuticas de enfermagem:
Planeamento individualizado de educação para o autocuidado
Padrões de resposta:
Identifiquei como indicadores de processo do meu doente: a grande
evolução e coragem da cliente, nos últimos dias de internamento
sentia-se ligada, interagia, estava situada e apresentava confiança e
coping. MV está envolvida activamente no plano de ensino para a
marcha, como no uso da pedaleira.
Em relação aos indicadores de resultado consegue marcha de longas
distâncias com apoio unilateral.
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4. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
Dados iniciais: Cliente comunicativa apenas quando solicitada, expressão motora lentificada e baixa
autoestima. Humor depressivo.
Data início: Objetivos: Promover autocuidado; Promover autoestima; Promover Data termo:
05/04/2023 capacidade para socializar; Promover coping efetivo;
Intervenções de Enfermagem:
- Avaliar humor depressivo
- Encorajar a expressão de sentimentos sobre as limitações.
Data início: Data termo:
- Auxiliar o paciente a assumir cada vez mais responsabilidades
05/04/2023
pelo autocuidado, na medida de suas possibilidades.
- Usar linguagem simples, concreta e adequada durante as
interações com o paciente com comprometimento cognitivo.
Dados de evolução: Ao longo do internamento a cliente demonstrou
Data início: uma grande evolução no seu humor, mostrando-se envolvida no Data termo:
05/04/2023 processo de transição que está a passar, revelando-se mais comunicativa
e colaborante.
25
Intervenções de Enfermagem:
Data início: - Monitorizar dor; Data termo:
05/04/2023 - Avaliar evolução da resposta à gestão da dor; 19/04/2023
- Gerir analgesia;
Dados iniciais: A cliente, de acordo com o protocolo do hospital, teve que ficar em repouso no leito,
influenciando nos cuidados de higiene. Dessa forma é necessário executar o banho na cama com ajuda
parcial.
Data início: Diagnóstico de enfermagem: Capacidade para executar higiene Data termo:
05/04/2023 comprometida . 12/05/2023
Data início: Objetivos: Cuidar da Higiene individual; Vigiar alterações da pele/sinais Data termo:
05/04/2023 inflamátorios; Providenciar conforto e bem-estar; Promover o autocuidado; 12/05/2023
Intervenções de Enfermagem:
- Preparar material;
- Assistir o banho na cama;
- Assistir doente a posicionar-se;
- Vigiar pele;
Data início: - Vigiar unhas; Data termo:
05/04/2023 - Otimizar ambiente físico; 12/05/2023
- Promover privacidade à utente;
- Mudar de roupa da cama;
- Assistir doente a vestir-se;
- Encorajar a cliente a ser independente;
- Instruir para o autocuidado de higiene pessoal;
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Dados iniciais: Perceção sensorial muito limitada. Apresenta Score 16, através da escala de Braden, que
equivale a um alto risco de desenvolvimento de úlcera de pressão
Data início:
Diagnóstico de enfermagem: Alto risco de Úlcera de pressão. Data termo:
05/04/2023
Data início:
Objetivos: Prevenir Úlcera de pressão. Data termo:
05/04/2023
Intervenções de Enfermagem:
- Avaliar risco de úlcera de pressão através da escala de Braden;
Data início: - Avaliar zona de pressão;
Data termo:
05/04/2023 - Aplicar creme;
- Vigiar utente a posicionar-se;
- Vigiar sinais de úlcera de pressão;
Dados iniciais: A utente apresenta alto risco de queda, de acordo com a escala de Morse.
SCORE: 70 (Alto risco (≥ 51 pontos)).
Data início:
Diagnóstico de enfermagem: Alto risco de queda. Data termo:
05/04/2023
Data início:
Objetivos: Prevenir queda. Data termo:
05/04/2023
Intervenções de Enfermagem:
- Vigiar ação do utente;
Data início:
- Altura da cama adequada; Data termo:
05/04/2023
- Monitorizar risco de queda;
- Vigiar medidas de segurança.
Dados de evolução:
Data início: Realizado o primeiro levante sem intercorrências. Capaz de marcha com apoio
Data termo:
05/04/2023 unilateral devido Hemiparesia à direita de Grau 2, Hemiparesia à esquerda de
Grau 1. Utilizadas as medidas de segurança.
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Dados iniciais: Encaminhamento para o plano da alta e transição de cuidados.
Data início:
Objetivos: Promover conhecimento sobre medicação. Data termo:
05/04/2023
Intervenções de Enfermagem:
- Ensinar sobre medicação;
Data início: - Providenciar horário da medicação;
Data termo:
05/04/2023 - Providenciar lista de medicação;
- Ensinar sobre efeitos secundários da medicação;
- Avaliar atitude face à gestão da medicação;
Intervenções de Enfermagem:
- Incentivar à adesão de precauções de segurança;
Data início:
- Incentivar a movimentar-se e manter-se na postura correta; Data termo:
05/04/2023
- Avaliar adesão ao regime de segurança;
- Incentivar a atividade física;
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Dados de evolução: A cliente e cuidadores mostram disponibilidade,
Data início:
interesse procurando informações aos profissionais de saúde fazendo Data termo:
05/04/2023
perguntas. A D. M desenvolve coping.
Intervenções de Enfermagem:
- Ensinar sobre dieta;
- Ensinar sobre nutrição;
Data início:
- Ensinar o modo de preparação da dieta; Data termo:
05/04/2023
- Ensinar a interação dos fármacos com a dieta;
- Avaliar adesão à dieta;
- Avaliar tolerância à dieta;
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5. PROCESSO DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
Relevância da prescrição no quadro clínico: Estes medicamentos ajudam os rins a eliminar a água em
excesso do organismo.
Grupo farmacológico: diurético de ansa.
Efeitos secundários: erupções cutâneas, prurido, choque anafiláctico, inflamação dos rins, formação de
coágulos sanguíneos, febre, fraqueza muscular, dor nas articulações, vômitos e edemas.
Início Intervenções interdependentes/atitude terapêutica Horário Término Dados iniciais/evolução
03/04 Verificar cliente, medicamento, via de administração, Antes Adm.
dose, hora compatibilidade medicamentosa. Orientar Dados verificados
cliente, direito de recusa e registos corretos.
03/04 Administração. 07h/19h Medicação administrada
03/04 Vigiar efeitos secundários Após Adm. Sem alterações
30
Prescrição: Tramadol 100 mg IV SOS
31
Prescrição: Pantoprazol 40 mg IV SOS
32
Prescrição: Ceftriaxona 2000mg IV 12/12h
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medicamentosa. Orientar cliente, direito de recusa
e registos corretos.
19/04 Administrar medicação. 07h/15h 26/04 Medicação administrada
19/04 Vigiar Efeitos secundários Após adm. 26/04 Sem complicações
34
medicamentosa. Orientar cliente, direito de
recusa e registos corretos.
19/04 Administrar medicação. 09h/21h Medicação administrada
19/04 Vigiar efeitos adversos Após adm. Sem alterações
Relevância da prescrição no quadro clínico: É indicado no tratamento de doenças que envolvam dor e
inflamação.
Grupo farmacológico: antiinflamatorio
Efeitos secundários: inchaço da língua e/ou garganta, dificuldade ao engolir, erupção da pele com
comichão, dificuldade em respirar, inchaço alérgico da face (edema de Quincke/angioedema),
tonturas/vertigens graves com batimento cardíaco extremamente rápido e suores intensos.
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21/04 Verificar cliente, medicamento, via de administração, Antes Adm. 24/04 Dados verificados
dose, hora compatibilidade medicamentosa. Orientar
cliente, direito de recusa e registos corretos.
21/04 Administrar medicação 9h 24/04 Medicação administrada
21/04 Vigiar efeitos secundários Após Adm. 24/04 Sem alterações
03/04 Executar tratamento ao local de inserção do 24/24h; 9h Tratamento realizado com Soro
cateter venoso periférico Fisiológico
36
6. PENSAMENTO REFLEXIVO/CRÍTICO
37
ocasionalmente húmida devido ao uso da fralda e mobilidade reduzida por causa do défices
neurologicos. Já o Alto risco de Queda é devido à presença de terapia endovenosa em
perfusão e o défice de marcha. Por fim, promover conhecimento acerca da medicação,
precauções de segurança e tipo de dieta, para gerar o encaminhamento do plano da alta e
transição de cuidados.
As diferentes experiências vivenciadas no local de estágio e a respetiva reflexão crítica, em
complementaridade com a procura constante da melhor evidência constituíram a base para o
desenvolvimento das competências a nível de conhecimento e a nível pessoal. A elaboração
deste trabalho obviamente também influenciou nessa aprendizagem. A componente de
investigação e pesquisa acarretou um desenvolvimento enorme em termos de conhecimento e
operacionalização das várias etapas do processo de investigação.
Atualmente, os profissionais e as instituições de saúde são alvo de desafios de crescente
complexidade e exigência, que requerem intervenções com um nível elevado de qualidade,
eficiência, segurança e evidência científica (Pina, 2020).
Foi possível aprofundar conhecimentos e adquirir novas habilidades, a partir da obtenção de
informação relevante e fidedigna das principais necessidades da pessoa com diagnóstico
Trombose Venosa cerebral, Anemia ferropénica e Meningite, bem como de estratégias para
prevenir complicações e estimular a recuperação.
38
7. CONCLUSÃO
Neste estudo abordei de maneira mais profunda, os temas: Trombose Venosa cerebral,
Anemia ferropénica e Meningite, os seus tratamentos e o impacto de condição de saúde na
pessoa. Para essa finalidade, procedi a uma avaliação intrínseca da MV, tendo em conta
antecedentes clínicos e familiares, história de doença atual, estilo de vida, entre outros. Com
o propósito de recolher o máximo de dados acerca do cliente em questão, para obter um plano
de dados, o mais rigoroso possível.
Para qualquer ganho de saúde em relação ao cuidado de enfermagem, é necessário que todas
as intervenções sejam planeadas e executadas de modo a que no estado e comportamento da
utente sejam verificadas as melhorias projetadas anteriormente.
A Ordem dos Enfermeiros (OE) afirma que os enfermeiros devem “exercer a profissão com
os adequados conhecimentos científicos e técnicos, com o respeito pela vida, pela dignidade
humana e pela saúde e bem-estar da população, adotando todas as medidas que visem
melhorar a qualidade dos cuidados e serviços de enfermagem” (OE, 2015b, p. 78).
Neste caso particular foi possível observar a evolução exuberante da MV pois a mesma irá
para casa fisicamente e cognitivamente capaz de executar o autocuidado, capaz de marcha
com autonomia.
De acordo com a minha prestação há uma necessidade de demonstrar os meus conhecimentos
perante a enfermeira/orientadora e até ao doente, com isto também devo aprofundar os meus
conhecimentos, em relação à minha atitude considero que demonstrei positivismo,
autonomia, responsabilidade, vontade de aprender pela qual procuro sempre o "porquê”, e
faço o melhor pelo doente. Foi seguida pelas enfermeiras Andreia Pereira e Mariana Pais, que
tenho aprendido muito e corrigida sempre que necessário.
A enfermagem é reconhecida mundialmente como uma profissão crucial para os serviços de
saúde, com um papel preponderante na melhoria dos resultados em saúde e do binómio
custo-eficácia dos cuidados (WHO, 2021). Cerca de 50% do número total de profissionais de
saúde existentes a nível mundial são enfermeiros (WHO, 2021), pelo que, é relevante o
investimento na atualização constante dos conhecimentos no sentido do aperfeiçoamento
profissional e desenvolvimento de competências de enfermagem (OE, 2015).
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Araujo, A., Zedes, G., Rodrigues, G., & Monteiro, E. (2020). Trombose Venosa Cerebral:
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http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/49
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Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da anemia ferropriva: Uma revisão de literatura |
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https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/23523
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