Texto Complementar 2
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FACULDADE DE TECNOLOGIA IBRATE
CURITIBA
2013
FACULDADE CIDADE VERDE
FACULDADE DE TECNOLOGIA IBRATE
CURITIBA
2013
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RESUMO
Contextualização: As úlceras varicosas são caracterizadas pela perda
circunscrita ou irregular da continuidade da pele, podendo atingir tecidos
subcutâneos e subjacentes, sendo desencadeadas por diversos fatores, como
alterações vasculares, metabólicas ou hematológicas. A cicatrização das úlceras
pode ser buscada através de um conjunto de medidas, a fisioterapia vem se
destacando nos últimos anos no tratamento desta patologia, utilizando de seus
recursos eletrotermofototerapeuticos que tem objetivos anti-inflamatório e
bactericida favorecendo assim a cicatrização. Objetivos: Verificar na literatura
pesquisada estudos sobre a influência da fisioterapia no tratamento de úlceras
varicosas. Métodos: Foi realizada uma busca por artigos nos bancos de dados
disponíveis, assim como em livros publicados por editoras nacionais e
internacionais. Resultados: A fisioterapia através da eletrotermofototerapia
contribuí positivamente no tratamento de ulcerações da pele. Conclusões: Há
escassez de pesquisas no Brasil que apresentem a aplicação de recursos
eletrotermofotoapêuticos no que se refere ao tratamento e evolução da úlcera
varicosa, porém as pesquisas iniciais se mostram alvissareiras, trazendo assim a
necessidade de maiores pesquisas dos recursos aplicados a úlceras varicosas.
INTRODUÇÃO
As úlceras varicosas acometem 0,06 a 3,6% da população adulta e pode
causar prejuízos físicos, sociais e psicológicos aos indivíduos, causando
significante impacto social e econômico devido ao longo tempo decorrido para a
sua cicatrização, diminuindo a qualidade de vida desses indivíduos e gerando
grande impacto financeiro ao sistema de saúde¹.
As úlceras varicosas são caracterizadas pela perda da continuidade da
pele, hiperpigmentação cutânea, edema, déficit cicatricial, dor,
lipodermatoesclerose, sua gênese ocorre devido a processos patológicos prévios
que já tenham lesado irreversivelmente o sistema venoso profundo, geralmente
estas são iniciadas por trauma². Uma das principais causas da úlcera varicosa é a
insuficiência venosa crônica, que acomete 2 a 7% da população adulta, sendo
esta causada por incompetência do sistema venoso superficial e/ou profundo
devido à incapacidade de manutenção do equilíbrio entre o fluxo de sangue
arterial que chega ao membro inferior e o fluxo venoso que retorna ao átrio
direito³,4,5..
A cicatrização das úlceras pode ser estimulada através de um conjunto de
medidas, dentre os quais utilizam-se os curativos simples (vaselina, óleo mineral,
sulfadiazina de prata e açúcar) e curativos mais complexos (hidrogel, filme
transparente, carvão ativado, bota de Unna, entre outros). A degravitação do
membro acometido, métodos farmacológicos, cirúrgicos e
eletrotermofototerapêuticos são utilizados para o tratamento desta população1,2,6.,
porem o uso da eletrotermofototerapia ainda é pouco difundido para esses fins,
trazendo assim a necessidade de mais estudos na área.
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica com o intuito de
verificar a atuação fisioterapêutica no tratamento de úlceras varicosas, diante da
dificuldade de cicatrização apenas com a utilização dos curativos convencionais.
Este estudo justifica-se pela necessidade de se compilar o conhecimento já
produzido sobre os métodos fisioterapêuticos utilizados em cicatrização de
feridas, avaliando a eficácia dos mesmos. Além de acrescentar o conhecimento
sobre o assunto no campo cientifico, estimulando o interesse de mais
profissionais para a área.
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METODOLOGIA
A revisão de artigos científicos consultados e analisados nesta pesquisa
obteve-se através das bases de dados Bireme, Medline, LiIacs e Scielo. Palavras
chave usadas: úlcera varicosa, cicatrização de feridas, eletrotermofototerapia.
A opção por esses bancos de dados justifica-se pelo reconhecimento na
área acadêmica e científica. Advindas do seu rigor na classificação de seus
periódicos.
A seleção buscou citações dos últimos trinta anos (1982-2012). Os
trabalhos citados, publicados nesse período, foram considerados devido ao
impacto na literatura científica, com relevância de tempo por se tratar de
literaturas clássicas. Com isso, foram discutidos os resultados das citações
bibliográficas e os aspectos convergentes e divergentes dos autores selecionados
nesta pesquisa.
Microcorrente
As correntes elétricas endógenas encontram-se na faixa dos
microampéres, sendo esta a mesma faixa em que as microcorrentes se
encontram, tornando explicita a idéia de que a microcorrente pode ser definida
como uma eletroestimulação fisiológica, homeostática e normalizadora12,13..
Em um trabalho pioneiro, in vitro, em cultura de fibroblastos, mostrou que
correntes de baixa amperagem (menor que 1 mA) induz o aumento da produção
de ATP, portanto consequentemente aumenta a síntese de colágeno,
comprovando esta hipótese em tecido tegumentar de ratos 14.. Quando analisada a
neoformação de colágeno em cicatrização cutânea pós-operatória de ratos,
autores obtiveram resultado significante do colágeno total entre a região central e
profunda para os grupos tratados, e para região superficial não houve diferença
estatística15..
Em um estudo onde o objetivo era verificar a influencia da estimulação
elétrica de baixa intensidade na cicatrização de úlceras varicosas, foram
selecionados 4 sujeitos portadores de úlcera varicosa e então foi realizada a
terapia 2 vezes na semana fechando 10 aplicações, obtiveram resultados
satisfatórios em relação a diminuição da área das úlceras 16., autores ainda
completam que o uso da microcorrente auxilia na diminuição da dor de pacientes
portadores de úlceras varicosas. Realizaram um ensaio clínico controlado
simples-cego, com 14 pacientes portadores de úlceras varicosas, com o objetivo
de verificar a diminuição da dor, através da Escala Visual Analógica de Dor (EVA)
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Alta voltagem
Existem evidências de que a estimulação elétrica de alta voltagem pode
diminuir a dor e facilitar o reparo tecidual17..
A corrente alta voltagem é uma corrente pulsada monofásica, sua
aplicação em úlceras consiste no posicionamento de um eletrodo sobre a úlcera,
sendo este o eletrodo ativo e o outro posicionado próximo a borda da úlceras
sendo este o dispersivo. Alguns autores sugerem que a aplicação de alta
voltagem em úlceras cutâneas sejam realizadas com inversão de polaridade a
cada 3 ou 7 dias18., já em estudos mais atualizados sugerem que a estimulação
elétrica por alta voltagem em tratamento de úlceras cutâneas seja realizada
apenas com o polo negativo sobre a úlcera, justificando-se pela reação catódica
bactericida do polo negativo19,20..
Em uma revisão sistemática que aborda o uso da alta voltagem com opção
de tratamento conclui que é unânime a opinião de que o tratamento de úlceras
cutâneas crônicas deve ser iniciado com o eletrodo ativo posicionado sobre a
úlcera com a polaridade negativa21..
Em um estudo controlado composto por uma amostra de 17 pacientes
portadores de úlcera de pressão, utilizaram inicialmente a polaridade negativa
sobre a lesão e a inverteram a polaridade posteriormente, com este protocolo
obtiveram resultado satisfatório com redução de 88,9% da área das úlceras
estimuladas20.. Utilizando a mesma metodologia que o estudo anterior citado,
foram tratadas 19 feridas de etiologias diferentes até a cicatrização completa que
ocorreu em 7,3 semanas22..
Em uma dissertação de mestrado, foi testada a eficácia da aplicação de
alta voltagem em 13 pacientes, com úlceras varicosas de etiologia venosa, seu
estudo foram realizadas 3 sessões semanais totalizando 3 meses de tratamento,
o resultado foi dado a partir de curvas individuais de cada paciente tendo como
conclusão que a estimulação elétrica por alta voltagem diminui a dor e estimula a
cicatrização das úlceras23., já em outro estudo o uso da estimulação elétrica de
alta voltagem não obteve resultado comprovado estatisticamente na diminuição
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A estimulação elétrica de alta voltagem é uma corrente terapêutica vastamente utilizada em alguns
países da Europa, assim como nos Estados Unidos, sendo que as primeiras publicações
científicas que utilizaram a alta voltagem datam da década de 1970. A literatura aponta vasto uso
clínico desses estimuladores, contudo a sua comercialização e utilização no nosso país ainda são
incipientes, em decorrência da pequena oferta de equipamentos, bem como do atual nível de
21.
conhecimento dos profissionais .
Alta frequência
O ozônio foi descoberto pelo químico alemão Cristian Friedrick Schonbein
em 1834, ele o descreveu com uma substância oxidante e também
desinfetante25., em 1857 o químico Dr. Werner Von Siemens desenvolveu o
gerador de alta frequência que é hoje um recurso que vem sendo utilizado na
fisioterapia como auxilio no tratamento de feridas cutâneas26,27..
O ozônio é descrito como um potente oxidante, o qual influência reações
bioquímicas do metabolismo celular, proporcionando assim benefícios a
reparação tecidual, além do seu efeito bactericida, anti-microbiano e fungicida28..
No tratamento de úlceras crônicas o ozônio induz a formação de tecido de
granulação e a neoangiogênese devido as suas propriedades antissépticas 29..
Em uma revisão sistemática de literatura sobre o uso de ozônioterapia em
feridas, foi constatado que o ozônio pode ser uma importante e promissora opção
para o tratamento de feridas, pois como desfecho obteve resultados significativos
para cicatrização total ou parcial das feridas, diminuição da dor e do sintoma dos
pacientes e melhora no aspecto da ferida, este estudo ainda relata que existe um
grande número de estudos em relação ao ozônio, porém muitos deles estão
ligados ao meio odontológico e ao meio ambiente, se tornando escassas
pesquisas sobre a aplicação de ozônio sobre feridas30..
Estudos de aplicação do gerador de alta frequência sobre úlceras varicosas
não foram encontrados.
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Ultra-som
O Ultra-som é uma modalidade de energia sonora longitudinal, de
penetração profunda ou superficial, que, ao ser transmitida aos tecidos biológicos,
é capaz de produzir alterações celulares por efeitos térmicos ou mecânicos. O
Uso do ultra-som terapêutico tem se mostrado eficiente na resolução de muitas
formas de lesão31., hoje em dia o seu uso não se extingue apenas as lesões
musculo-esqueléticas, tradicionalmente empregadas, sua aplicabilidade esta
presente em diversas disfunções, estando em evidência no sistema cutâneo. O
tratamento com o objetivo de cicatrização de ulcerações se faz com o modo
pulsado a 10-20% de taxa de repetição e com doses abaixo de 0,5 W/cm2. O
modo pulsado, com os seus efeitos mecânicos, parece acelerar a produção de
fibroblasto no tecido, aumentando, com isto, o processo de cicatrização 31,32..
Foi realizada uma analise sobre os efeitos mecânicos do UST pulsátil, na
freqüência 3MHz e intensidade de 0,1W cm-2, por cinco dias, em lesões
experimentais de pele em ratos. No grupo estimulado, foi encontrada maior
quantidade de tecido de granulação, leucócitos, macrófagos e fibroblastos,
sugerindo que o UST pode ser usado para acelerar o processo inflamatório e a
proliferação celular durante a cicatrização33.. Outros autores também O
investigaram os efeitos da terapia por ultra-som na cicatrização, eles realizaram
um estudo controlado, onde compararam o modo pulsátil ao contínuo na
cicatrização de feridas cirúrgicas em ratos após celiotomia. Os resultados obtidos
com a aplicação de ultra-som no modo pulsado às 48 horas mostraram maior
proporção volumétrica de células polimorfonucleares e fibroblastos quando
comparados com o grupo controle e com o grupo que recebeu aplicação de ultra-
som no modo contínuo (P≤0,05). Esses resultados mostram que a aplicação de
US no modo pulsado auxilia na cicatrização de feridas cirúrgicas produzidas após
celiotomia34..
Em uma revisão sistemática sobre o uso do ultra-som terapêutico em
ulceras venosas, foram selecionados oito estudos e segundo os autores ao
verificar os estudos em conjunto a aplicação do ultra-som para estimular a
cicatrização de úlceras venosas obtiveram resultados significativos35..
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Carboxiterapia
A carboxiterapia é um recurso novo e promissor na área de dermato-
funcioonal, sendo uma técnica onde o gás carbônico medicinal é injetado no
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na presente revisão pode-se observar que o fisioterapeuta pode ser um
grande aliado no tratamento de pacientes com úlceras crônicas através de
diversos recursos utilizados no ramo da fisioterapia.
Úlceras varicosas apresentam alto índice de prevalência seguido de grande
dificuldade de cicatrização, foi possível observar escassez de pesquisas no Brasil
que apresentem a aplicação de recursos eletrotermofotoapêuticos no que se
refere ao tratamento e evolução da úlcera varicosa. Apesar disto os trabalhos
pesquisados demonstram que estes recursos se mostram eficientes na indução
de cicatrização de úlceras crônicas de diversas etiologias, tornando viável a sua
utilização neste processo.
São necessárias novas pesquisas que experimentais, para fundamentação
destes recursos e também pesquisas comparativas para que se tenha um
parâmetro de qual recurso pode vir a ser mais eficiente no tratamento desta
patologia. Estudos controlados, randomizados, duplo-cegos, com número de
amostra grande, são necessários para que haja resultados significativos,
comprovando assim a verdadeira eficácia destes recursos e assim ampliando a
área de atuação do Fisioterapeuta.
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