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FACULDADE CIDADE VERDE

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FACULDADE DE TECNOLOGIA IBRATE

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS


VARICOSAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

LETÍCIA FERNANDES ANDRES

CURITIBA
2013
FACULDADE CIDADE VERDE
FACULDADE DE TECNOLOGIA IBRATE

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS


VARICOSAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

Trabalho elaborado como requisito parcial à


Conclusão do Curso de Pós-graduação em
Fisioterapia Dermato-Funcional, sob a orientação
da(o) Professor(a): Naudimar Di Pietro Simões

CURITIBA
2013
1

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS


VARICOSAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

LETÍCIA FERNANDES ANDRES¹

RESUMO
Contextualização: As úlceras varicosas são caracterizadas pela perda
circunscrita ou irregular da continuidade da pele, podendo atingir tecidos
subcutâneos e subjacentes, sendo desencadeadas por diversos fatores, como
alterações vasculares, metabólicas ou hematológicas. A cicatrização das úlceras
pode ser buscada através de um conjunto de medidas, a fisioterapia vem se
destacando nos últimos anos no tratamento desta patologia, utilizando de seus
recursos eletrotermofototerapeuticos que tem objetivos anti-inflamatório e
bactericida favorecendo assim a cicatrização. Objetivos: Verificar na literatura
pesquisada estudos sobre a influência da fisioterapia no tratamento de úlceras
varicosas. Métodos: Foi realizada uma busca por artigos nos bancos de dados
disponíveis, assim como em livros publicados por editoras nacionais e
internacionais. Resultados: A fisioterapia através da eletrotermofototerapia
contribuí positivamente no tratamento de ulcerações da pele. Conclusões: Há
escassez de pesquisas no Brasil que apresentem a aplicação de recursos
eletrotermofotoapêuticos no que se refere ao tratamento e evolução da úlcera
varicosa, porém as pesquisas iniciais se mostram alvissareiras, trazendo assim a
necessidade de maiores pesquisas dos recursos aplicados a úlceras varicosas.

Palavras-chave: Úlcera varicosa, cicatrização de feridas, tratamento


fisioterapêutico.
2

INTRODUÇÃO
As úlceras varicosas acometem 0,06 a 3,6% da população adulta e pode
causar prejuízos físicos, sociais e psicológicos aos indivíduos, causando
significante impacto social e econômico devido ao longo tempo decorrido para a
sua cicatrização, diminuindo a qualidade de vida desses indivíduos e gerando
grande impacto financeiro ao sistema de saúde¹.
As úlceras varicosas são caracterizadas pela perda da continuidade da
pele, hiperpigmentação cutânea, edema, déficit cicatricial, dor,
lipodermatoesclerose, sua gênese ocorre devido a processos patológicos prévios
que já tenham lesado irreversivelmente o sistema venoso profundo, geralmente
estas são iniciadas por trauma². Uma das principais causas da úlcera varicosa é a
insuficiência venosa crônica, que acomete 2 a 7% da população adulta, sendo
esta causada por incompetência do sistema venoso superficial e/ou profundo
devido à incapacidade de manutenção do equilíbrio entre o fluxo de sangue
arterial que chega ao membro inferior e o fluxo venoso que retorna ao átrio
direito³,4,5..
A cicatrização das úlceras pode ser estimulada através de um conjunto de
medidas, dentre os quais utilizam-se os curativos simples (vaselina, óleo mineral,
sulfadiazina de prata e açúcar) e curativos mais complexos (hidrogel, filme
transparente, carvão ativado, bota de Unna, entre outros). A degravitação do
membro acometido, métodos farmacológicos, cirúrgicos e
eletrotermofototerapêuticos são utilizados para o tratamento desta população1,2,6.,
porem o uso da eletrotermofototerapia ainda é pouco difundido para esses fins,
trazendo assim a necessidade de mais estudos na área.
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica com o intuito de
verificar a atuação fisioterapêutica no tratamento de úlceras varicosas, diante da
dificuldade de cicatrização apenas com a utilização dos curativos convencionais.
Este estudo justifica-se pela necessidade de se compilar o conhecimento já
produzido sobre os métodos fisioterapêuticos utilizados em cicatrização de
feridas, avaliando a eficácia dos mesmos. Além de acrescentar o conhecimento
sobre o assunto no campo cientifico, estimulando o interesse de mais
profissionais para a área.
3

METODOLOGIA
A revisão de artigos científicos consultados e analisados nesta pesquisa
obteve-se através das bases de dados Bireme, Medline, LiIacs e Scielo. Palavras
chave usadas: úlcera varicosa, cicatrização de feridas, eletrotermofototerapia.
A opção por esses bancos de dados justifica-se pelo reconhecimento na
área acadêmica e científica. Advindas do seu rigor na classificação de seus
periódicos.
A seleção buscou citações dos últimos trinta anos (1982-2012). Os
trabalhos citados, publicados nesse período, foram considerados devido ao
impacto na literatura científica, com relevância de tempo por se tratar de
literaturas clássicas. Com isso, foram discutidos os resultados das citações
bibliográficas e os aspectos convergentes e divergentes dos autores selecionados
nesta pesquisa.

ATUAÇÃO FISIOTERAPEUTICA EM CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

Úlceras em membros inferiores são caracterizadas por perda circunscrita


ou irregular da continuidade da pele, podendo atingir tecidos subcutâneos e
subjacentes7. As úlceras venosas são as mais comuns, representando 80% das
úlceras de perna, com prevalência global que varia de 0,06 a 3,6% 8, estas podem
ser desencadeadas por diversos fatores, como alterações vasculares,
metabólicas ou hematológicas4,9. Como características as úlceras apresentam
edema, exsudato, lipodermatoesclerose, hiperpigmentação, prurido e em alguns
casos odor e tecido necrótico1.
O diagnóstico clínico baseia-se na anamnese e no exame físico, os
pacientes costumam referir presença de varizes e episódio pregresso de
trombose venosa profunda1, porem apenas com um exame clínico realizado de
maneira sistemática e detalhado, pode-se chegar a uma conclusão, já que
sintomas e sinais claros e evidentes acompanham esta doença 2.
As úlceras de membros inferiores são muito frequentes em todo o mundo e
tem grande importância social, pois interferem na qualidade de vida do paciente
causando faltas ao trabalho, perda de emprego e diminuição do prazer no
4

cotidiano, sendo extremamente incapacitantes, causando importante ônus aos


sistemas de saúde e previdenciário1,8.
O objetivo principal da fisioterapia em relação ao tratamento de úlceras é a
diminuição da área da ferida, acelerando seu processo de cicatrização10..Estudos
novos ainda mostram que o trabalho fisioterapêutico também influencia na
diminuição da dor de pacientes portadores de úlceras11..
Dentre os recursos eletrotermofototerapêuticos demonstrados em
pesquisas que auxiliam no processo de cicatrização de feridas podemos citar a
microcorrente, a alta voltagem, a alta frequência, o ultra-som, a laserterapia de
baixa-intensidade e a carboxiterapia.

Microcorrente
As correntes elétricas endógenas encontram-se na faixa dos
microampéres, sendo esta a mesma faixa em que as microcorrentes se
encontram, tornando explicita a idéia de que a microcorrente pode ser definida
como uma eletroestimulação fisiológica, homeostática e normalizadora12,13..
Em um trabalho pioneiro, in vitro, em cultura de fibroblastos, mostrou que
correntes de baixa amperagem (menor que 1 mA) induz o aumento da produção
de ATP, portanto consequentemente aumenta a síntese de colágeno,
comprovando esta hipótese em tecido tegumentar de ratos 14.. Quando analisada a
neoformação de colágeno em cicatrização cutânea pós-operatória de ratos,
autores obtiveram resultado significante do colágeno total entre a região central e
profunda para os grupos tratados, e para região superficial não houve diferença
estatística15..
Em um estudo onde o objetivo era verificar a influencia da estimulação
elétrica de baixa intensidade na cicatrização de úlceras varicosas, foram
selecionados 4 sujeitos portadores de úlcera varicosa e então foi realizada a
terapia 2 vezes na semana fechando 10 aplicações, obtiveram resultados
satisfatórios em relação a diminuição da área das úlceras 16., autores ainda
completam que o uso da microcorrente auxilia na diminuição da dor de pacientes
portadores de úlceras varicosas. Realizaram um ensaio clínico controlado
simples-cego, com 14 pacientes portadores de úlceras varicosas, com o objetivo
de verificar a diminuição da dor, através da Escala Visual Analógica de Dor (EVA)
5

após a terapia por microcorrente. Como resultados obtiveram diminuição


significativa no quadro álgico dos indivíduos11..

Alta voltagem
Existem evidências de que a estimulação elétrica de alta voltagem pode
diminuir a dor e facilitar o reparo tecidual17..
A corrente alta voltagem é uma corrente pulsada monofásica, sua
aplicação em úlceras consiste no posicionamento de um eletrodo sobre a úlcera,
sendo este o eletrodo ativo e o outro posicionado próximo a borda da úlceras
sendo este o dispersivo. Alguns autores sugerem que a aplicação de alta
voltagem em úlceras cutâneas sejam realizadas com inversão de polaridade a
cada 3 ou 7 dias18., já em estudos mais atualizados sugerem que a estimulação
elétrica por alta voltagem em tratamento de úlceras cutâneas seja realizada
apenas com o polo negativo sobre a úlcera, justificando-se pela reação catódica
bactericida do polo negativo19,20..
Em uma revisão sistemática que aborda o uso da alta voltagem com opção
de tratamento conclui que é unânime a opinião de que o tratamento de úlceras
cutâneas crônicas deve ser iniciado com o eletrodo ativo posicionado sobre a
úlcera com a polaridade negativa21..
Em um estudo controlado composto por uma amostra de 17 pacientes
portadores de úlcera de pressão, utilizaram inicialmente a polaridade negativa
sobre a lesão e a inverteram a polaridade posteriormente, com este protocolo
obtiveram resultado satisfatório com redução de 88,9% da área das úlceras
estimuladas20.. Utilizando a mesma metodologia que o estudo anterior citado,
foram tratadas 19 feridas de etiologias diferentes até a cicatrização completa que
ocorreu em 7,3 semanas22..
Em uma dissertação de mestrado, foi testada a eficácia da aplicação de
alta voltagem em 13 pacientes, com úlceras varicosas de etiologia venosa, seu
estudo foram realizadas 3 sessões semanais totalizando 3 meses de tratamento,
o resultado foi dado a partir de curvas individuais de cada paciente tendo como
conclusão que a estimulação elétrica por alta voltagem diminui a dor e estimula a
cicatrização das úlceras23., já em outro estudo o uso da estimulação elétrica de
alta voltagem não obteve resultado comprovado estatisticamente na diminuição
6

de úlceras venosas24., este fato pode justificar-se pelo número da amostra,


apenas 6 pacientes sendo 1 grupo controle e outro grupo aplicação.

A estimulação elétrica de alta voltagem é uma corrente terapêutica vastamente utilizada em alguns
países da Europa, assim como nos Estados Unidos, sendo que as primeiras publicações
científicas que utilizaram a alta voltagem datam da década de 1970. A literatura aponta vasto uso
clínico desses estimuladores, contudo a sua comercialização e utilização no nosso país ainda são
incipientes, em decorrência da pequena oferta de equipamentos, bem como do atual nível de
21.
conhecimento dos profissionais .

Alta frequência
O ozônio foi descoberto pelo químico alemão Cristian Friedrick Schonbein
em 1834, ele o descreveu com uma substância oxidante e também
desinfetante25., em 1857 o químico Dr. Werner Von Siemens desenvolveu o
gerador de alta frequência que é hoje um recurso que vem sendo utilizado na
fisioterapia como auxilio no tratamento de feridas cutâneas26,27..
O ozônio é descrito como um potente oxidante, o qual influência reações
bioquímicas do metabolismo celular, proporcionando assim benefícios a
reparação tecidual, além do seu efeito bactericida, anti-microbiano e fungicida28..
No tratamento de úlceras crônicas o ozônio induz a formação de tecido de
granulação e a neoangiogênese devido as suas propriedades antissépticas 29..
Em uma revisão sistemática de literatura sobre o uso de ozônioterapia em
feridas, foi constatado que o ozônio pode ser uma importante e promissora opção
para o tratamento de feridas, pois como desfecho obteve resultados significativos
para cicatrização total ou parcial das feridas, diminuição da dor e do sintoma dos
pacientes e melhora no aspecto da ferida, este estudo ainda relata que existe um
grande número de estudos em relação ao ozônio, porém muitos deles estão
ligados ao meio odontológico e ao meio ambiente, se tornando escassas
pesquisas sobre a aplicação de ozônio sobre feridas30..
Estudos de aplicação do gerador de alta frequência sobre úlceras varicosas
não foram encontrados.
7

Ultra-som
O Ultra-som é uma modalidade de energia sonora longitudinal, de
penetração profunda ou superficial, que, ao ser transmitida aos tecidos biológicos,
é capaz de produzir alterações celulares por efeitos térmicos ou mecânicos. O
Uso do ultra-som terapêutico tem se mostrado eficiente na resolução de muitas
formas de lesão31., hoje em dia o seu uso não se extingue apenas as lesões
musculo-esqueléticas, tradicionalmente empregadas, sua aplicabilidade esta
presente em diversas disfunções, estando em evidência no sistema cutâneo. O
tratamento com o objetivo de cicatrização de ulcerações se faz com o modo
pulsado a 10-20% de taxa de repetição e com doses abaixo de 0,5 W/cm2. O
modo pulsado, com os seus efeitos mecânicos, parece acelerar a produção de
fibroblasto no tecido, aumentando, com isto, o processo de cicatrização 31,32..
Foi realizada uma analise sobre os efeitos mecânicos do UST pulsátil, na
freqüência 3MHz e intensidade de 0,1W cm-2, por cinco dias, em lesões
experimentais de pele em ratos. No grupo estimulado, foi encontrada maior
quantidade de tecido de granulação, leucócitos, macrófagos e fibroblastos,
sugerindo que o UST pode ser usado para acelerar o processo inflamatório e a
proliferação celular durante a cicatrização33.. Outros autores também O
investigaram os efeitos da terapia por ultra-som na cicatrização, eles realizaram
um estudo controlado, onde compararam o modo pulsátil ao contínuo na
cicatrização de feridas cirúrgicas em ratos após celiotomia. Os resultados obtidos
com a aplicação de ultra-som no modo pulsado às 48 horas mostraram maior
proporção volumétrica de células polimorfonucleares e fibroblastos quando
comparados com o grupo controle e com o grupo que recebeu aplicação de ultra-
som no modo contínuo (P≤0,05). Esses resultados mostram que a aplicação de
US no modo pulsado auxilia na cicatrização de feridas cirúrgicas produzidas após
celiotomia34..
Em uma revisão sistemática sobre o uso do ultra-som terapêutico em
ulceras venosas, foram selecionados oito estudos e segundo os autores ao
verificar os estudos em conjunto a aplicação do ultra-som para estimular a
cicatrização de úlceras venosas obtiveram resultados significativos35..
8

Laserterapia de baixa intensidade


Laser é a abreviação da expressão inglesa Ligth Amplification by
Stimulated Emission of Radiation, que significa amplificação da luz por emissão
estimulada da radiação, esta emissão de luz é coerente, monocromática e, com
grande concentração de energia31..
Para o tratamento de feridas crônicas a fisioterapia atua com lasers de
baixa intensidade, HeNe hélio-neon) e AsGa (Arsenêto de gálio), estes são
capazes de provocar alterações físicas e biológicas nos tecidos, que levam a
efeitos terapêuticos como a analgesia local, redução do edema, ação anti-
inflamatória e estimulação da cicatrização de feridas de difícil evolução31,32..
Em 198336,, já supunha que a estimulação através do laser de baixa
potência estimula alterações químicas nos tecidos que potencializam a
cicatrização. Estudos recentes demostram esta mesma ideia, que a estimulação
através de laser de baixa intensidade estimula a atividade antioxidante
protegendo as células contra danos oxidativos durante o processo de
cicatrização, tornando este mais acelerado37..
Autores avaliaram a eficácia do laser HeNe (632,8 nm), em 2 pacientes
diabéticos portadores de úlceras varicosas, onde 1 foi controle e o outro recebeu
a estimulação através do laser, com dose de 6 J/cm2, tempo de 4 minutos, de
forma pontual. Como resultados eles concluíram que no paciente que recebeu
estimulação pelo laser ficou evidenciado o progresso do processo de reparação
tecidual em aproximadamente 50% da área quando comparado ao paciente que
não recebeu a terapia laser, mostrando a ação cicatrizante do tratamento laser no
processo de cura da ferida38..
Existem muitos estudos comprovando a eficácia da terapia por laser de
baixa intensidade na indução do processo de cicatrização de diversas patologias,
porem os parâmetros de aplicação ainda trazem muitas dúvidas, é importante
estabelecer a dose e o tempo de aplicação de acordo com o nível da lesão,31,32..

Carboxiterapia
A carboxiterapia é um recurso novo e promissor na área de dermato-
funcioonal, sendo uma técnica onde o gás carbônico medicinal é injetado no
9

tecido subcutâneo, estimulando efeitos fisiológicos como melhora da circulação e


oxigenação tecidual39.
O gás carbônico (CO2) é um gás endógeno natural do metabolismo,
produzido diariamente no organismo e em grande quantidades, sendo assim um
gás atóxico40..
A carboxiterapia apresenta bons resultados em patologias que dependem
da melhora da circulação, sendo que para cicatrização de úlceras varicosas o
incremento da circulação é indispensável, tornando a técnica viável. O aumento
do fluxo sanguíneo local se dá devido à hipercapnia do local, pois a hemoglobina
tem maior afinidade com o CO2, o que faz com que ela deixa a molécula de
oxigênio (O2) no local (Efeito Bohor)41,42..
Em uma pesquisa realizada com 70 portadores de úlceras crônicas,
divididos em dois grupos, onde comparava a aplicação de carboxiterapia +
curativos e somente curativos, como resultados o grupo tratado apenas com
curativos apresentou cicatrização em 51% das úlceras e o grupo tratado com
curativos + carboxiterapia apresentou cicatrização em 71% das úlceras,
mostrando ser uma opção válida para o tratamento das úlceras41..
Uma revisão sistemática publicada pela Cochrane, que tinha por objetivo
avaliar a eficácia dos curativos para o tratamento de úlceras venosas da perna,
mostrou que não houve diferença entre a maioria dos curativos na cura das
úlceras de perna43.. Já em estudos avaliando a evolução de úlceras vasculares
sob a ação da carboxiterapia, os resultados se mostram significativos na melhora
da área das úlceras e também na diminuição da intensidade da dor desses
pacientes44..
Em Revisão bibliográfica sobre carboxiterapia os autores concluem que
esta se trata de um método seguro e com evidencias cientificas sobre seus
benefícios e aplicações dentro varias áreas da fisioterapia dermato-funcional42.
10

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na presente revisão pode-se observar que o fisioterapeuta pode ser um
grande aliado no tratamento de pacientes com úlceras crônicas através de
diversos recursos utilizados no ramo da fisioterapia.
Úlceras varicosas apresentam alto índice de prevalência seguido de grande
dificuldade de cicatrização, foi possível observar escassez de pesquisas no Brasil
que apresentem a aplicação de recursos eletrotermofotoapêuticos no que se
refere ao tratamento e evolução da úlcera varicosa. Apesar disto os trabalhos
pesquisados demonstram que estes recursos se mostram eficientes na indução
de cicatrização de úlceras crônicas de diversas etiologias, tornando viável a sua
utilização neste processo.
São necessárias novas pesquisas que experimentais, para fundamentação
destes recursos e também pesquisas comparativas para que se tenha um
parâmetro de qual recurso pode vir a ser mais eficiente no tratamento desta
patologia. Estudos controlados, randomizados, duplo-cegos, com número de
amostra grande, são necessários para que haja resultados significativos,
comprovando assim a verdadeira eficácia destes recursos e assim ampliando a
área de atuação do Fisioterapeuta.
11

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