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Ibaiti
2023
CURSO DE DIREITO
Ibaiti
2023
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................
2. FEMINICÍDIO – LEGISLAÇÃO BRASILEIRA...................................................
2.1. Código Penal.............................................................................................
2.1.1. Artigo 121 – Do Feminicídio...............................................................
2.2. Conceito de feminicídio...........................................................................
2.3. Homicídio e Feminicídio – Suas diferenças..........................................
2.4. Requisitos para a aplicação do agravante............................................
3. COMO A VÍTIMA É TRATADA NO BRASIL.....................................................
4. A LEGISLAÇÃO EM PROL DA MULHER........................................................
4.1. Dignidade da mulher...............................................................................
4.2. Proteção da mulher.................................................................................
5. FEMINICÍDIO EM PRÁTICA – CASOS QUE MARCARAM O PAÍS................
5.1. Daniella Perez..........................................................................................
5.2. Tatiana Luz da Costa..............................................................................
6. COMO O FEMINICÍDIO É TRATADO NO EXTERIOR.....................................
6.1. Feminicídio em Argentina......................................................................
6.2. Feminicídio na Estados Unidos.............................................................
6.3. Feminicídio nos Portugal.......................................................................
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................
FEMINICÍDIO: UMA ANALISE JURÍDICA A RESPEITO DO TEMA, DOS CASOS E
DAS POLITICAS DE COMBATE.
A judicialização do feminicídio no Brasil, como é tratado no exterior e uma
análise de fatos e casos a respeito do tema.
RESUMO.
Essa pesquisa tem como objetivo geral analisar e discutir o feminicídio como
crime de gênero, as leis criadas a respeito do tema, como a violência contra a
mulher é tratada em outros países bem como em nossa legislação e conhecer os
casos de feminicídio que marcaram nosso país. Devemos entender o feminicídio e
apresentar os fatores de risco preexistentes, tomar conhecimento do direito e
normas jurídicas ligadas aos casos. Tem por objetivo investigar um tema relevante,
defender direitos humanos, contribuir para a prevenção e intervenção e promover
mudanças sociais e culturais necessárias para combater a violência de gênero. A
metodologia usada é a pesquisa de dados, analises de leis e casos jurídicos a
respeito do tema, em conjunto com a elaboração de artigo científico. Tendo como
resultado compreender a violência doméstica, os riscos e as leis que abrangem a
violência de gênero para que se identifique possíveis vítimas.
1. INTRODUÇÃO.
Em média 66 mil mulheres são mortas por ano segundo a Organização das
Nações Unidas (ONU), inúmeras tem a sua imagem denegrida, violada e
desvalorizada por pessoas em que elas confiaram, diversas mulheres têm que
esconder todos os dias as marcas que seus maridos, irmão, pais ou amigos
Em suma, o parágrafo 2º, inciso IV, do Decreto-Lei nº 2.848, incluído pela Lei
nº 13.104/2015, estabelece a qualificadora do feminicídio no Código Penal Brasileiro.
Essa violação legal reconhece o feminicídio como um crime específico e agravado,
fornecendo uma resposta mais adequada à violência de gênero e buscando a
proteção e justiça para as mulheres vítimas de feminicídio.
O gênero feminino ainda é visto com certa subjeção, como algo intuitivo a ser
tratado como um objeto, agredindo violentamente mulheres por seu gênero ou raça,
em casos mais comuns as vítimas são jovens e mulheres. As leis se modificam aos
poucos para que se tenha justiça e proteção para as mulheres que foram e são
vítimas de assassinato e agressão por razão da condição ao sexo feminino.
Sendo assim, as leis de proteção foram criadas, mas as vezes são mal
utilizadas, em vista que muitos casos de feminicídio poderiam ser evitados.
DANIELLA PEREZ.
Logo depois das gravações de uma novela, Daniella e Guilherme, saíram dos
estúdios. Guilherme saiu na frente no seu carro, acompanhado de sua esposa, e
logo atrás Daniella vinha em seu carro. No meio do caminho, Guilherme parou no
acostamento, esperando ver o carro de Daniella. Após alguns minutos avistou o
carro de Daniella, ela estava parando em um posto de gasolina para abastecer.
Nesse momento, Guilherme parou seu carro, impossibilitando-a de sair com o
veículo do local. E então, reconhecendo quem era, Daniella foi tentar entender o que
estava acontecendo, foi quando Guilherme deu um soco em seu rosto, o que lhe
causou um desmaio.
Ao chegarem no local que lhes foi dito, a polícia viu que havia apenas um
carro, o de Daniella. Então um dos policiais resolveu entrar no matagal, onde acabou
tropeçando no corpo da vítima. O motivo do crime nunca foi descoberto. A suspeita
que foi desenvolvida no julgamento foi a de que Guilherme estava irritado com o fato
de seu personagem Ter sido cortado de dois capítulos da novela e acreditava que
Daniella poderia ter influenciado nessa decisão de sua mãe (escritora da novela).
Tatiana Luz da Costa, 35 anos, morreu queimada. Seu caso foi o primeiro
feminicídio no Brasil cometido por uma mulher relatado.
Tati tinha passado a noite fora. Ela trabalhava como motorista de aplicativo e
fazia doces para complementar a renda. Era perto da hora do almoço e os vizinhos
ouviram gritos. De repente fogo, e os bombeiros foram acionados. Tati teve 90% do
corpo queimado. Chegou a ser dada como morta na emergência, mas resistiu aos
ferimentos por seis dias. Wanessa também teve parte do corpo queimado. Apesar
de ter contado que tinha sido um acidente, ela disse que levou um galão de uma
substância inflamável para lavar o carro, o cachorro teria derrubado o produto e o
cigarro que ela fumava ateou fogo nas duas. A polícia desconfiou e, depois de ver as
mensagens com ameaças, resolveu prendê-la em flagrante.
Ameaças podem se tornar reais. Toda mulher conhece pelo menos uma que
tenha sofrido algum tipo de agressão ou violência dentro de um relacionamento. Que
possamos nos lembrar disso e que suas histórias não sejam silenciadas.
6.1 ARGENTINA.
Em 2009 a argentina foi um dos primeiros a adotar a lei 26.485 (lei da proteção
integral) que foi recomendada pela ONU, ela diz que qualquer ato, ação ou omissão,
direta ou indiretamente, na esfera pública ou privada, com base em relações de
poder desiguais que afetem a vida, a liberdade, a dignidade, a integridade física,
psicológica, sexual, econômica ou patrimonial e a segurança das mulheres, que tem
o objetivo de implementar medidas concretas para prevenir, punir e erradicar a
violência contra as mulheres em todas as suas formas e em todas as áreas em que
desenvolvem suas relações.
Segundo os estudos de Fiorella Rojo, atualmente no país não há leis
específicas para a violência doméstica contra a mulher, quando ocorre algum crime
de violência são penalizados como crime comum.
Em 2006 foi criado o departamento “ oficina de violência doméstica “onde o objetivo
é ajudar as vítimas que estão em vulnerabilidade. Desde a sua criação os números
de denúncias só crescem a cada dia, em média a cada 30 horas uma mulher é
vítima de feminicídio no país, entre os anos de 2008 e 2015 mais de 2000 mulheres
foram mortas.
6.3. PORTUGAL.
Segundo pesquisas realizadas por Isabela Sá Dias, em Portugal a violência
doméstica se tornou um problema social a partir da década de 80, na década de 90
foram feitas as primeiras medidas e artigos de proteção não só para mulheres mas
para idosos, crianças, homens e pessoas com deficiência, como está escrito no art.
152 do código penal de Portugal. Medidas como atendimento especializado para
atender as vítimas, formações específicas para os oficiais que trabalham nesses
casos, cooperação com instituto médico legal e o amparo no processo penal. No
ano de 98 foram denunciados 1.507 crimes, na época a maioria das denúncias eram
contra a integridade física e em sua maioria os crimes cometidos por cônjuges.
Lisboa foi a cidade com mais ocorrência, contabilizando mais de 800 casos em um
ano.
No ano de 2022 foram registradas 7.631 ocorrências e foram aplicadas 961
medidas afastamento entre os meses de abril e junho, 17 homicídios ocorreram,
entre eles 1 (uma) vítima era criança.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
O feminicídio é um problema grave que afeta a sociedade contemporânea e
exige a adoção de medidas efetivas para combatê-lo. Este estudo buscou
compreender as causas e consequências do feminicídio, bem como as soluções que
podem auxiliar no tratamento desses casos.
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