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AULA 5 NUTRIÇÃO

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O que será
tratado
nesta aula
Esta aula aborda o humor
na mulher, particularmente,
a síndrome pré-menstrual,
também conhecida como
tensão pré-menstrual ou TPM.

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Origem e
sintomas
A síndrome pré-menstrual tem origem
multifatorial pouco elucidada. As
teorias indicam que sua principal causa
consiste em uma alteração na produção
de neurotransmissores, ocasionada por
desequilíbrios hormonais.

Os sintomas são de ordem afetiva, física


e comportamental; repetem-se a cada
mês, na segunda fase do ciclo menstrual,
desaparecendo poucos dias após a
menstruação. Sintomas leves não são
considerados parte da síndrome; algumas
mulheres possuem um transtorno pré-

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menstrual mais grave; e 3% a 8% possuem


transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM),
que requer tratamento adequado.

Tanto para TPM quanto para TDPM,


há poucas opções de tratamentos
farmacológicos: contraceptivos orais,
que somente adiam os sintomas, e
antidepressivos. Ambos são eficazes até
certo ponto, mas apresentam efeitos
adversos. O anticoncepcional, por exemplo,
aumenta o risco de depressão. Por isso,
alternativas de tratamento são muito bem-
vindas.

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Opções de
tratamento
Vitaminas do complexo B

A s vitaminas do complexo B são o


primeiro grupo de suplementos, pois
podem ajudar no controle dos sintomas
e também na causa desse transtorno.
Na primeira fase do ciclo menstrual, o
estrogênio deve predominar no organismo;
na segunda fase, após a ovulação, deve
predominar a progesterona. Porém, em
certas condições, a produção de estrogênio
não diminui. Pelo contrário, aumenta,
ocasionando um desequilíbrio, que
tem impacto negativo na produção de
neurotransmissores.

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A vitamina B6 participa da produção


de diversos neurotransmissores, como a
serotonina. O excesso de estrogênio pode
interagir com essa vitamina, impedindo-a
de ser um cofator enzimático na síntese
de serotonina. Portanto, mesmo com um
nível adequado de B6, pode haver uma
deficiência relativa, em que a vitamina não
funciona adequadamente. Para combater
essa deficiência relativa, saturamos
a concentração de B6. A dose de que
necessitamos habitualmente é entre 1 e 2
mg. Para saturar o sistema, a dose indicada
é de 50 mg. Essa é uma dose bastante
segura. Acima de 100 mg, aumenta o risco
de toxicidade e neuropatias.

As vitaminas B12 e B9 (ácido fólico)


também são particularmente importantes
porque atuam como cofatores enzimáticos
no processo de detoxificação hepática
do estrogênio, que é uma das formas de
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nosso corpo se livrar do excesso hormonal,


quebrando as moléculas de estrogênio e
eliminando-as pela bile. Anteriormente,
já discutimos como avaliar clinicamente
a vitamina B12. No caso da vitamina B9,
pode-se dosar o ácido fólico, mas também é
recomendada a dosagem de homocisteína.
Caso esteja acima de oito, pode-se suspeita
da deficiência quantitativa ou relativa dessas
três vitaminas do complexo B (B6, B9 e B12).
Se houver alteração de humor na TPM,
pode-se suplementar a vitamina B6, mas
a dosagem de homocisteína dá segurança
para suplementar as outras. As vitaminas B9
e B12 devem ser suplementadas na forma
metilada (metilfolato ou metilcobalamina).

A vitamina B1 (tiamina), pode regular as


cólicas do período pré-menstrual, tendo em
vista seus efeitos no sistema nervoso e na
regulação do tônus da musculatura do útero.
Sua dose é de 100 mg por dia.
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Outros
suplementos
E m outra oportunidade, vimos como o
magnésio tem efeito na regulação do
humor por meio dos neurotransmissores.
A flutuação dos hormônios no
organismo feminino induz à alteração na
biodisponibilidade de magnésio e cálcio no
sangue, o que causa fadiga. O magnésio,
portanto, melhora o humor, alivia a fadiga
e atua diretamente na causa da TPM; o
cálcio auxilia nas cólicas menstruais porque
participa do processo de contração do
útero. As doses de magnésio são de 300 mg
de magnésio elementar. Quanto ao cálcio,
estudos indicam 500 a 1.500 mg, sendo que
as doses menores são preferíveis.

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A vitamina E é outro nutriente importante


no processo de detoxificação hepática
do estrogênio. Sua suplementação está
associada a melhoras no humor e nas
cólicas, por conta de sua ação anti-
inflamatória e antioxidante. Estudos
indicam que a dose adequada vai de
100 a 400 UI. O combo de suplementos
recomendado é vitamina B6, magnésio e
vitamina E.

O omêga 3 (óleo de peixe) tem intensa ação


anti-inflamatória, por isso, é usado de modo
efetivo para melhora da cólica menstrual.
Para fazer efeito, precisa ser consumido por
alguns meses, e essa é sua desvantagem. A
dose recomendada varia de 1.000 a 1.500
mg de EPA mais DHA. Outro campeão na
suplementação para a cólica é o gengibre,
que pode ser utilizado em chá, em pó (meia
colher de sobremesa) e extrato (100 mg);

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ajuda também na redução da enxaqueca.


O óleo de prímula é rico em um tipo de
ômega 6 que tem ação anti-inflamatória.
Parece promover melhora no desequilíbrio
emocional e no humor, e pode ser usado
de modo intermitente, pontual, de sete a
quinze dias antes do ciclo, com uma dose de
500 mg.

O Vitex agnus-castus é um fitoterápico


recomendado para cólicas graves. É o
principal suplemento no combate à TPM,
pois age nos sintomas e na regulação
do desequilíbrio hormonal. Possui ação
dopaminérgica, melhorando o humor, e é
anti-inflamatório. As doses variam de 30 a
300 mg, a depender do caso.

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Alterações na
dieta
O excesso de carboidratos pode favorecer
o desequilíbrio hormonal. O aumento
da insulina estimula a expressão da
aromatase, que converte testosterona em
estrógeno. Se essa conversão é excessiva,
ocorre o desequilíbrio, que também gera
um ciclo vicioso: o açúcar que a princípio
ameniza a alteração de humor pela
produção de serotonina, na verdade, piora
o desequilíbrio hormonal. É importante,
portanto, ajustar a ingestão de carboidrato.
Não necessariamente retirar de todo, mas
adequar de acordo com a rotina, atividade
física, etc.

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As fibras diminuem o pico de glicemia,


induzida pelo consumo de carboidrato.
Também atuam sobre a diminuição do
estrogênio circulante, evitando a reabsorção
da bile originária da detoxificação hepática,
a qual contém metabólitos de estrogênio.
Principalmente as fibras do tipo psyllium
conseguem otimizar a detoxificação. Os
vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor,
couve-manteiga, rabanete, aspargos) e as
frutas cítricas (limão, laranja, tangerina,
abacaxi) também contribuem para o
processo de desintoxicação hepática
do estrogênio, por meio de compostos
bioativos.

Essas pequenas alterações dietéticas podem


contribuir para o equilíbrio emocional,
principalmente se associadas a um estilo de
vida mais saudável.

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