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Conceito de conflito
Conforme Berg (2012), a palavra conflito vem do latim conflictus, que
significa choque entre duas coisas, embate de pessoas, ou grupos
opostos que lutam entre si, ou seja, é um embate entre duas forças
contrárias.
Aplicando à realidade, conflito é um estado antagônico de ideias,
pessoas ou interesses e não passa, basicamente, da existência de
opiniões e de situações divergentes ou incompatíveis. (BERG, 2012)
Berg (2012, p.18), afirma ainda que: “O conflito nos tempos atuais é
inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar
com ele, é fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional”.
Burbridge e Burbridge (2012) defendem que conflitos são naturais e
em muitos casos necessários. São o motor que impulsiona as
mudanças. No entanto muitos conflitos são desnecessários e destroem
valores, causando prejuízo para as empresas e pessoas que nela
trabalham. O principal desafio dos gestores é identificar os conflitos
produtivos e contra produtivos e gerenciá-los.
1. Conflito pessoal
É como a pessoa lida com si mesma, são inquietações, dissonâncias
pessoais do indivíduo, e reflete num abismo entre o que se diz e faz,
ou contraste entre o que se pensa e como age. Esse tipo de conflito
pode levar a determinados estados de estresse e atrito.
2. Conflito interpessoal
Já é aquele que ocorre entre indivíduos, quando duas ou mais pessoas
encaram uma situação de maneira diferente. Embora boa parte dos
conflitos sejam causados por processos organizacionais, a maioria dos
atritos e desavenças são, no entanto, de origem interpessoal, o que
torna-as mais difíceis de se lidar.
Podem existir ainda dentro dos conflitos interpessoais, o intragrupal
(divergência numa mesma área, setor, etc.), e intergrupal (dissensão
entre áreas, setores diferentes).
3. Conflito organizacional
Esse tipo de conflito não é fundamentado em sistema de princípios e
valores pessoais, e sim do resultado das dinâmicas organizacionais em
constante mudança, muitas delas externas à empresa.
Já para Burbridge e Burbridge (2012), existem dois tipos de conflitos,
o interno e externo.
3.1.Conflito interno
é o que pode ocorrer entre departamentos ou unidades de negócios,
mas sempre tem como raiz o conflito entre pessoas. Esse tipo é de
certa forma o mais complexo, pois as partes conflitantes estão
supostamente do mesmo lado da mesa e a maior parte dos custos é
oculta.
3.2. O conflito externo
Em geral é mais facilmente identificado, e tem o custo mais fácil de
ser medido. Nesse caso o conflito pode ocorrer com outra empresa,
com o governo, outra organização ou até com um individuo. Em todos
os casos onde há conflito há pessoas, onde há pessoas há emoções.
Para Chiavenato (2004), existem vários tipos de conflitos: o conflito
interno e o conflito externo. O interno, ou intrapessoal, envolve
dilemas de ordem pessoal; o externo envolve vários níveis, como:
interpessoal, intragrupal, intergrupal, intra-organizacional e
interorganizacional.
Chiavenato (2004) afirma ainda que o conflito pode ocorrer em vários
níveis de gravidade, conforme segue a seguir.
Conflito percebido
É quando as partes percebem e compreendem que o conflito existe,
pois sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos dos outros
e que existem oportunidades de interferência ou bloqueio. É chamado
de conflito latente.
Conflito experienciado
Quando o conflito provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo,
descrédito entre uma parte e outra. É chamado de conflito velado, pois
não é manifestado externamente com clareza.
Conflito manifestado
É quando o conflito é expresso por meio de comportamento de
interferência ativa ou passiva, por ao menos uma das partes. É
chamado conflito aberto.
“O conflito é inevitável, o administrador precisa conhecer a respeito
de suas possíveis soluções ou resoluções. A solução de um conflito
passa quase sempre pelo exame das condições que o provocaram”
(CHIAVENATO, 2004, p. 416).
Conhecendo a natureza e o tipo de conflito, o gestor poderá agir com
mais assertividade, aumentando suas chances de tomar uma decisão
que mantenha o bem estar entre as pessoas ou grupos, sem conivência
e injustiças.
Quanto mais maduro seu RH for, mais você será capaz de identificar
os conflitos entre colaboradores e favorecer a resolução deles. Se você
ainda não sabe por onde começar, comece com um diagnóstico para
descobrir quais são os pontos de melhoria e as prioridades. Entenda
mais sobre o assunto na aula gratuita e exclusiva.
Fatores causadores de gestão de conflitos
nas organizações
Conforme a evolução do tema, verificamos que o conflito é inevitável
e constante nas organizações, porém existem ambientes e situações
que potencializam a ocorrência do mesmo, sendo que uma boa forma
de entender e trabalhar um assunto é estudando suas causas. Por isso
abordaremos a seguir alguns fatores causadores de conflitos nas
organizações.
As principais causas de conflito organizacional, para Berg (2012), são:
mudanças. Elas ocorrem principalmente por pressão do mercado,
forçando a organização a adaptar-se às novas realidades.
Essas alterações são geralmente de caráter tecnológico, estrutural ou
comportamental, buscando com isso melhorar a eficácia na busca por
resultados, aumentar ou manter lucros, enxugar custos, atualizar a
organizações em todos os aspectos, crescer ou manter-se no mercado.
Mudanças organizacionais podem trazer demissões, reestruturações e
espalhar medo e resistência, por isso representam uma fértil fonte de
conflitos.
Recursos limitados: a escassez de recursos, devido a enxugamentos
promovidos pelas organizações para tornarem-se competitivas, são
motivo de muitos atritos, pois podem limitar o desempenho de
colaboradores e departamentos.
As limitações vão desde dinheiro até às pessoas, o que gera muitas
vezes grandes jornadas de trabalho objetivando o alcance de metas em
detrimento à interação entre gestores e subordinados, podendo
ocasionar cansaço, estresse e descontentamento geral.
Choque entre metas e objetivos: impasses entre departamentos ou
diretorias são comuns atualmente nas organizações, em função
principalmente das metas e objetivos que se chocam, por falta de
comunicação e sintonia entre as áreas.
A causa desse fator é geralmente o planejamento deficiente, que
compartimentado, prioriza muitas vezes ações emergenciais e isoladas
de setores distintos, sem dedicar-se a integração de objetivos e metas
da organização como um todo.
Chiavenato (2004) defende que, existem nas organizações certas
condições inerentes à mesma, que tendem a criar percepções entre
pessoas e grupos, predispondo ambientes de conflito. Esse cenário
constitui as condições antecedentes dos conflitos, que conforme o
autor dividem-se em quatro tipos, conforme a seguir: ambiguidade de
papel: quando as expectativas são pouco claras e confusas
Administração de conflitos
Uma vez que conhecidos e identificados os conflitos precisam ser
administrados ou geridos, para que se resolvam da forma mais
eficiente e eficaz.
Quando se estiver administrando um conflito, de acordo com Neto
(2005), é de suma importância que antes de tomar qualquer decisão
investiguem-se os fatos ocorridos, assim como as pessoas envolvidas,
suas condutas, desempenho, entre outros. Tudo para que injustiças não
sejam cometidas e o conflito tenha um final satisfatório para todos.
A respeito da administração e gestão de conflitos, Chiavenato (2004,
p. 418) afirma que: “uma qualidade importante no administrador é sua
qualidade de administrar conflitos”.
Para isso, o gestor tem à sua disposição três abordagens para
administrar conflitos, sendo elas, conforme Chiavenato (2004):
Abordagem estrutural: o conflito se forma das percepções criadas
pelas condições de diferenciação, recursos limitados e escassos e de
interdependência. Se o gestor agir sobre algum desses elementos
geradores, a situação conflitante poderá ser controlada mais
facilmente.
Berg (2012) afirma ainda que não existe estilo certo ou errado para
gerir conflitos, e que cada um pode ser apropriado e efetivo
dependendo da situação, do assunto a ser resolvido e dos personagens
envolvidos. O importante é conhecer e servir-se das várias opções a
nossa disposição para manejar conflitos e aprender a utilizar suas
técnicas.
Nem todo conflito é igual e nem todo conflito deve ser abordado da
mesma forma, conforme Burbridge e Burbridge (2012), por esta razão
o gestor precisa saber como e quando usar cada ferramenta a sua
disposição, como: negociação, poder, litígio, arbitragem, ouvidoria,
conciliação, e diversas ouras ferramentas disponíveis.
Portanto o desafio está em saber o que aplicar em cada ocasião,
procurando escolher e aplicar as técnicas de forma inteligente.
Embora os estudos sobre conflitos convirjam para ideia de que estes
são diferentes e devem ser analisados caso a caso, é importante que
seja do conhecimento do gestor as diferentes formas de abordagem
dos desentendimentos, para que ao identificar sua tipicidade, possa
aplicar a ferramenta mais adequada para conclusão da situação
conflitante
Gestão de conflitos e os efeitos
Os conflitos podem ter resultados positivos ou negativos, esse
resultado depende de diversos fatores, desde o motivo do conflito até
mesmo a forma como foi tratado.
Chiavenato (2004) destaca alguns efeitos positivos e negativos dos
conflitos, conforme a seguir:
Efeitos positivos: o conflito desperta sentimentos e energia no grupo,
fazendo com que muitas vezes busquem meios mais eficazes de
realizar tarefas e soluções criativas e inovadoras. Também é
estimulada a coesão intragrupal, e por vezes é chamada atenção para
problemas existentes, que sendo tratados de forma eficaz evitam
problemas maiores no futuro.
Efeitos negativos: o conflito pode provocar consequências
indesejáveis para o bom funcionamento da organização, como
sentimentos de frustação, hostilidade e tensão nas pessoas, que
prejudica tanto o desempenho das tarefas como o bem-estar das
pessoas. Geralmente é desperdiçada muita energia na resolução de
conflitos, o que poderia ser direcionado para o trabalho, e podem
surgir comportamentos que prejudiquem a cooperação e
relacionamentos entre as pessoas do grupo.
De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), os conflitos auxiliam
no processo de mudanças necessárias e crescimento das organizações,
mas em contrapartida, geram custos que passam despercebidos, mas
que influenciam no funcionamento da empresa, como a alta taxa de
rotatividade, absenteísmo, motivação reduzida, baixa produtividade,
etc.
“O que vai determinar se o conflito é construtivo ou negativo será a
motivação das pessoas envolvidas, sendo que, em qualquer
organização, é de responsabilidade do gestor ou gerente facilitar a
gestão desse conflito.” (McINTYRE, 2007, p. 303)
Evidencia-se que os conflitos interferem sim no funcionamento das
organizações, resta então identificar se essa interferência é favorável
ou não às atividades, estimulando as situações onde as discordâncias
geram novas ideias e soluções diferenciadas, e mitigando aquelas onde
as consequências serão restritas aos custos e perdas, tanto na
produtividade quanto na qualidade de relacionamento entre as
pessoas.