Teoria e Sistemas Material Ava
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SISTEMAS
OS ATRAVESSAMENTOS FILOSÓFICOS NA PSICOLOGIA
OLÁ!
Você está na unidade Os atravessamentos Filosóficos na Psicologia.
Conheça aqui a história dos principais filósofos que influenciaram a
psicologia. Aprenda sobre os conceitos de inato e adquirido, identificando a
influência da filosofia nas concepções dicotômicas entre mente e corpo. Por
fim, entenda a natureza e os limites da ciência psicológica.
Bons estudos!
Tales de Mileto
De acordo com Casertano (2011), para Tales de Mileto (641-546 a.C.), “a observação e
o estudo da regularidade dos fenômenos naturais permitem que se extraia uma lei
geral” (CASERTANO, 2011, p. 40) que permite a explicação das coisas. Para ele,
observador dos fenômenos naturais, a água seria o fundamento e a origem do
cosmo. Ou seja, ela seria a arché. Isso porque a água “é o alimento das coisas e as
sementes de todas as coisas são úmidas” (CASERTANO, 2011, p. 43).
Parmênides
Parmênides (520-440 a.C.), ao contrário dos filósofos daquela época, não
acreditava que a arché fosse algum elemento da natureza. Para ele, os elementos
naturais são mutáveis, e a essência não poderia ser mutável. Logo, ele assegura
que o Ser seria o princípio, a essência. O Ser aqui não é visível na aparência.
Porque tudo que aparece é passível de mudanças. O Ser faz parte de um universo
que não pressupõe mutabilidade (CASERTANO, 2011).
Heráclito
Em contraposição a esse pensamento de imutabilidade, Heráclito (530/20 -470/60
a.C.) acreditava e defendia a mutabilidade da realidade. Para ele, tanto o ser
quanto as coisas são dinâmicas e passíveis de transformação. Sua frase mais
famosa é que “tudo flui, como as águas de um rio que nunca são as mesmas”
(CASERTANO, 2011, p. 100). Por esse motivo, ele indicava que o fogo seria
a arché (princípio) da physis (natureza/cosmo), pois a chama viva e eterna regeria
as mudanças do ser (CASERTANO, 2011).
Houve muitos outros pré-socráticos, vinte são mencionados por Osborne
(2012). Contudo, optamos por apresentar três do mais mencionados.
Apresentamo-los para que fosse possível você compreender como as
perguntas filosóficas sobre a natureza e o ser já estavam postas 600 anos
antes da era cristã.
Por falar em questões do Ser, Sócrates foi aquele que abandou as
questões sobre a natureza e se concentrou eminentemente nos problemas
do ser humano. Suas questões centrais eram: o que é o bem, a virtude e a
justiça. Sócrates, filho de mãe parteira, desenvolveu um método que ficou
conhecido como maiêutico (arte de trazer à luz, partejar). Esse método foi
utilizado por Sócrates nos encontros que ele realizava nas praças públicas.
Os diálogos críticos realizados por ele poderiam ser divididos em dois
momentos: refutação e ironia (etapa em que o filósofo enfatizava as
contradições na resposta dada pelos interlocutores às suas perguntas); a
maiêutica era a etapa em que Sócrates construía questões para que os
interlocutores pudessem reconstruir as ideias anteriormente refutadas
(COTRIM; FERNANDES, 2016).
No que concerne à ciência, ele indicou que esta deveria valorizar a pesquisa
experimental, e defendeu o método indutivo. No seu método, Bacon indica
que são necessárias as seguintes etapas:
Em contraposição ao método experimental de Bacon, René
Descartes construiu um método em que desconfia das percepções e
sensações, sendo radicalmente racionalista. A rigorosidade do seu método
indica que é necessário duvidar de tudo, até reconhecer como indubitável a
própria existência. Para o filósofo, a única verdade livre de qualquer dúvida
seria o fato da existência. Sua famosa frase “Penso, logo existo” assegura
que, pensando, ele constatou que sua existência é verdadeira (COTRIM;
FERNANDES, 2016).
O modo de pensar de Descartes também estabeleceu e reforçou a
perspectiva dualista iniciada em Platão. Após aplicar o seu método, da
dúvida metódica, René Descartes concluiu que existem duas substâncias
distintas: a substância pensante (res cogitans) e a substância extensa (res
extensa). A substância pensante corresponde à esfera da consciência, e a
substância extensa, ao mundo corpóreo e material (COTRIM; FERNANDES,
2016).
Sobre o método de Descartes, ele consiste em estabelecer uma dúvida
metódica. Nesse método, o questionamento rigoroso é o fundamento do
pensamento filosófico. Ele se constitui por quatro passos. Clique abaixo
para conhecê-los.
1
2
3
4
Assista aí
A Organização Mundial da Saúde, desde o ano de 1947 define que a saúde
é um estado que articula o bem-estar físico, mental e social. Hoje, muitos
pesquisadores acrescentam as dimensões espirituais e culturais, sendo
saúde, então, um bem estar biopsicossocial-espiritual e cultural, e não
apenas ausência de enfermidades biológicas.
Ambientalismo-empirismo
Nativismo
Assista aí
Essa concepção de que a ciência psicológica necessita dialogar com os
cenários sociais, políticos e econômicos do seu povo, no nosso caso, o povo
brasileiro, também é sustentada pelo Código de Ética do Psicólogo/a, que
em seus “Princípios fundamentais” indica: “III. O psicólogo atuará com
responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade
política, econômica, social e cultural” (CFP, 2005).
Assista aí
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
conhecer os pré-socráticos e o problema da “origem”;
estudar o dualismo que nasce com Platão;
aprender sobre o desenvolvimento dos primeiros métodos de
conhecimento;
entender as ressonâncias da filosofia nas discussões sobre corpo-
mente e saúde-doença;
compreender que a Ciência Psicológica é um Campo de
Dispersão.
REFERÊNCIAS
BOCK, A. M. B. A evolução da Psicologia. In: BOCK, A. M. B. Psicologias: uma
introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008.
CASERTANO, G. Os pré-socráticos. São Paulo: Loyola, 2011.
CASTRO, M. G.; ANDRADE, T. M. R.; MULLER, M. C. Conceito mente e corpo
através da história. Psicologia em Estudo [online], 2006, v. 11, n. 1, p.39-43.
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DANIELA, I. O velar como des-vela-dor da vida: a possibilidade da
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Recife: UNICAP, 2016.
FIGUEIREDO, L. C. Revisitando as psicologias: da epistemologia à ética das
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FREIRE, I. R. Raízes da Psicologia. Petrópolis: Vozes, 2008.
PINHEIRO, M. Comportamento Humano – interação entre genes e
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