Deuteronômio (Moody)
Deuteronômio (Moody)
Deuteronômio (Moody)
Introduo Esboo Captulo 1 Captulo 2 Captulo 3 Captulo 4 Captulo 5 Captulo 6 Captulo 7 Captulo 8 Captulo 9
INTRODUO Ttulo. O ttulo em portugus do livro de Deuteronmio parece basear-se na traduo errada que a LXX faz da frase, "um traslado desta lei" (17: 18), deuteronomion touto, "esta segunda lei". O ttulo judeu, deveirim, "palavras", vem do costume de usar as palavras introdutrias do livro por ttulo. Deuteronmio comea com a declarao, "So estas as palavras que Moiss falou" (1:1a). Considerando que os antigos tratados de suserania comeavam exatamente assim, o ttulo judeu chama a ateno para uma das pistas que identificam o carter literrio deste livro. Data e Autoria. A origem de Deuteronmio de significado crucial nos estudos que a alta crtica moderna faz do Pentateuco e, tambm, nos estudos da literatura e teologia do Velho Testamento em geral. De acordo com a antiga Hiptese Evolucionria, o Deuteronmio originou-se no Stimo Sculo A.C. e foi a base da reforma de Josias (cons. II Reis 22:3 23: 25), presumivelmente nos interesses de um culto centralizado (cons. comentrio sobre Dt. 12:4-14). Esta opinio continua entre os crticos negativos assumindo formas modificadas; mas h quem sugira uma data
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 2 ps-exlica, e outros ainda remontam a origem da legislao deuteronmica primeira monarquia e at ao perodo pr-monrquico. Significativo para a estipulao da data em diversos documentos alegados ao Pentateuco a tendncia de explicar-se o suposto conflito de seus preceitos, no recorrendo a uma longa evoluo cronolgica, mas estipulando-lhes diferentes fontes geogrficas e culturais. Deuteronmio, particularmente, ento, remonta a sua origem a um santurio siquemita. Em vez de associar Deuteronmio com os quatro primeiros livros do Pentateuco, a maneira moderna de encarar o assunto pensa em termos de um Tetrateuco e de uma tradio deuteronmica literrio-histrica compreendendo todos os livros desde Deuteronmio at II Reis. A cultura crist ortodoxa moderna alia-se tradio crist e judia mais antiga, que aceita as diretas reivindicaes do prprio Deuteronmio de constituir os exrdios cerimoniais e derradeiros de Moiss assemblia israelita nas plancies de Moabe. Deut. 31:9 e 24 declaram que Moiss escreveu e tambm falou "esta lei". Algum oficial teocrtico, com toda probabilidade, completou o documento registrando a morte de Moiss (cap. 34) e provavelmente o cntico do testemunho de Moiss (cap. 32) e o seu testemunho (cap. 33). Possivelmente ele tambm acrescentou certos outros elementos resumidos ao esboo deste documento legal. A unidade e autenticidade do Deuteronmio como produto mosaico confirma-se atravs da notvel identidade de sua estrutura com as do tipo susernico de aliana ou tratados em sua forma clssica dos meados do segundo milnio A.C. (Veja notas abaixo e consulte Comentrio para detalhes. Veja tambm M.G. Kline, "Dynastic Covenant", WTJ, XXIII (Nov. 1960),1, pgs. 1-15). Ocasio Histrica. Apenas dentro da estrutura da administrao da aliana redentora de Deus que o Deuteronmio pode ser adequadamente interpretado. As promessas concedidas aos patriarcas, final e inteiramente realizadas em Cristo, tiveram um cumprimento provisional e tpico nas alianas em que Moiss serviu de mediador para Israel. Na Aliana do Sinai estabeleceu-se a teocracia, com Moiss no papel de
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 3 representante terreno da realeza do Senhor sobre Israel. Ento, depois que a rebelde gerao do xodo pereceu no deserto e a morte do prprio Moiss era iminente, foi necessrio renovar a aliana com a segunda gerao. O ato central, decisivo da cerimnia foi a consagrao do povoservo por meio de um juramento ao seu divino Senhor. Particularmente, o reino de Deus simbolicamente representado na dinastia terrena e mediadora, tinha de ser confirmado levando Israel a declarar que obedeceria Josu na qualidade de sucessor de Moiss nesta dinastia. Parte do procedimento padro seguido no Oriente Prximo da antiguidade, quando os grandes reis faziam alianas com os povos vassalos, era a preparao de um texto da cerimnia, incluindo o tratado e a testemunha. O livro de Deuteronmio o documento preparado por Moiss na qualidade de testemunha na aliana dinstica que o Senhor fez com Israel nas plancies de Moabe (cons. 31:26). ESBOO I. Prembulo: Mediador da aliana. 1:1-5. II. Prlogo histrico: Histria da Aliana. 1:6 4:49. A. De Horebe a Horm. 1:6 2:1. B. Avanando para o Arnom. 2:2-23. C. Conquista da Transjordnia. 2:24 3:29. D. Resumo da Aliana. 4:1-49. III. Estipulaes: A vida segundo a aliana. 5:1 26:19. A. O Grande Mandamento. 5:1 11:32. 1. O senhorio da aliana divina. 5:1-33. 2. O princpio da consagrao. 6:1-25. 3. O programa da conquista. 7:1-26. 4. A lei do man. 8:1-20. 5. A advertncia das tbuas quebradas. 9:1 10:11. 6. Um chamado submisso. 10:12 11:32. B. Mandamentos subsidirios. 12:1 26:19. 1. Consagrao culto-cerimonial. 12:1 - 16:17.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) a. Fidelidade ao altar de Deus. 12:1-32. b. Resistncia apostasia. 13:1-18. c. Obrigaes filiais. 14:1 - 15:23. d. Peregrinaes tributrias. 16:1-1 7. 2. Justia judicirio-governamental. 16:18 21:23. a. Juzos e o altar de Deus. 16:18 17:13. b. Reis e a aliana de Deus. 17:14-20. c. Sacerdotes e profetas. 18:1-22. d. Garantias de justia. 19:1-21. e. Julgamento das naes. 20:1-20. f. Autoridade do santurio e do lar. 21:1-23. 3. Santidade da ordem divina. 22:1 25:19. a. As ordenanas do trabalho e do casamento. 22:1-30. b. A congregao do Senhor. 23:1-18. c. Proteo aos fracos. 23:19 24:22. d. Santidade individual. 25:1-19. 4. Confisso de Deus como Rei-Redentor. 26:1-19. IV. Sanes: Ratificao da aliana. 27:1 30:20. A. Cerimnia da ratificao em Cana. 27 1-26. B. Proclamao das sanes. 28:1-68. 1. Bnos. 28:1-14. 2. Maldies. 28:15-68. C. Convocao para o juramento da aliana. 29:1-29. D. Restaurao Final. 30:1-10. E. Deciso Radical. 30:11-20. V. Disposio dinstica: Continuidade da aliana. 31:1 34:12. A. Arranjos finais. 31:1-29. B. O Cntico do Testemunho. 31:30 32:47. C. O Testamento de Moiss. 32:48 33:29. D. Sucesso dinstica. 34:1-12.
Deuteronmio 1
I. Prembulo: Mediador da Aliana. 1:1-5. Os antigos tratados de suserania comeavam com um prembulo no qual aquele que falava, aquele que declarava o seu senhorio, exigindo a fidelidade dos vassalos, identificava-se. O prembulo deuteronmico identifica aquele que fala como sendo Moiss (v. 1a), mas como o representante terreno e mediatorial do Senhor (v. 3b), o Suserano celestial e Soberano mximo desta aliana. So estas as palavras (v. 1a). Com esta frmula introdutria comeavam os tratados extra-bblicos. O local da cerimnia da renovao da aliana da qual o Deuteronmio testifica foi a regio do Jordo na terra de Moabe (vs. 1a, 5a; cons. 4:44-46). A poca foi o ltimo ms do quadragsimo ano depois do xodo (v.3a), quando os homens de guerra daquela gerao j tinham perecido todos (2:16), a conquista da Transjordnia j fora realizada (v. 4; 2:24 e segs.), e aproximava-se o momento da morte de Moiss. Foi especialmente esta ltima circunstncia que ocasionou a renovao da aliana. Deus assegurava a continuidade da dinastia mediatorial exigindo de Israel um sinal de obedincia a Josu, seu novo homem de confiana (cons. 31:3; 34:9), e um novo voto de consagrao para com Ele mesmo. A cerimnia foi descrita como uma declarao ou exposio desta lei (v. 5), uma vez que as estipulaes ocupavam lugar to central e extenso nas alianas de suserania. O local desta assemblia, ao que parece, foi descrita mais adiante no versculo 2b. Embora a meno de localidades desconhecidas torna a interpretao incerta, o propsito da anotao nos versculos 1b, 2 parece ter sido o de orientar a assemblia de Moabe histrica e geograficamente, indicando que foi no final da viagem do Horebe, via deserto de Arab. Para Israel, a viagem a Cana atravs dessa rota foi de quarenta anos de durao (v.3), embora a rota
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 6 original pela qual seguiram a Par era normalmente uma viagem de apenas onze dias (v. 2). Em Par, na fronteira meridional de Cana, contudo, Israel rebelou-se, recusando-se a entrar na terra (Nm. 12:16 e segs.), ficando assim esta gerao condenada a morrer no deserto. Agora seus filhos chegaram, via o caminho de Arab, vindos de "Sufe" (presumivelmente o Golfo de caba), a leste de Cana, atravs da terra de Moabe. Ambos os lados de acesso a Cana e a extenso das peregrinaes falam de uma histria de violao da aliana e de herana adiada. Existe a um interessante contraste entre o ponto de vista de Moiss na introduo do livro, olhando de Moabe para o sul e vendo o passado de fracassos e maldies, e no fim do livro, Moiss olhando para o norte de Moabe, ao terminar sua obra, vendo um futuro de realizaes e bnos para Israel (Dt. 34:1.4). II. Prlogo Histrico: A Histria da Aliana. 1:6 4:49. O prembulo nos tratados internacionais de suserania era seguido por um resumo histrico do relacionamento entre senhor e vassalo. Era escrito em estilo primeira e segunda pessoa e procurava estabelecer a justificao histrica para o reinado contnuo do senhor. Citavam-se os benefcios alegadamente conferidos pelo Senhor ao vassalo, tendo em vista estabelecer a fidelidade do vassalo no sentido da gratido complementar e o medo que a identificao imponente do suserano no prembulo tinha a inteno de produzir. Quando os tratados eram renovados, o prlogo histrico era atualizado. Todos estes aspectos formais caracterizam Dt. 1:6 - 4:49. O prlogo histrico da Aliana do Sinai referia-se ao livramento do Egito (x. 20:2b). Deuteronmio comea com a cena da Aliana do Sinai e continua a histria at a assemblia da renovao da aliana em Moabe, enfatizando as recentes vitrias transjordanianas. Quando, mais tarde, Josu tornou a renovar a aliana de Israel, continuou com a narrativa em seu prlogo histrico atravs dos acontecimentos de sua
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 7 prpria liderana frente de Israel, a conquista e o estabelecimento em Cana (Js. 24: 2-13). A. De Horebe a Horm. 1:6 2:1. 6-8. Aps um ano de acampamento na regio do Sinai, onde a aliana foi ratificada e o Tabernculo confirmado como habitao de Deus em Israel, chegou o momento de dar o prximo passo decisivo na realizao das promessas feitas aos pan (vs. 6, 8b). A iniciativa no avano contra a terra da possesso prometida foi tomada por ordem do Senhor, Entrai e possu a terra (v. 8; cons. Nm. 10:11-13). No versculo 7b, veja Gn. 15:18 e segs. 9-18. Com a aproximao do momento de sua morte, Moiss estava preocupado em confirmar a autoridade daqueles que deviam ficar com a responsabilidade do governo depois dele. De importncia primria era a sucesso de Josu, qual ele logo se referiria (1:38; 3:21, 28), mas agora Moiss fazia Israel se lembrar da autoridade concedida a outros oficiais judicirios. veja em x. 18:13 e segs. a narrativa original, 10. Como as estrelas dos cus. A prpria circunstncia que deu origem necessidade desses ajudantes judicirios de Moiss, a multiplicao da semente de Abrao, era a evidncia propriamente dita da fidelidade do Senhor no cumprimento de Suas promessas (Gn. 12:2; 15:5; etc.), concedendo a Israel o estmulo de avanar pela f para tomar posse de Cana (cons. Dt. 1:7, 8). O mediador fiel de Deus, refletindo a bondade do Senhor, orou em favor da plena realizao de todas as promessas da Aliana Abramica (v. 11). 17. Porque o juzo de Deus. Este motivo para a justa administrao da justia era ao mesmo tempo um lembrete da natureza teocrtica do reino israelita, um lembrete de que Deus era o Senhor que renovava a aliana com eles naquele dia. 19-40. Opondo-se fidelidade do Senhor no cumprimento da aliana (cons. 6-18) tinha havido a infidelidade e desobedincia de Israel. O fato do Senhor estar renovando Sua aliana, apesar deste
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 8 aspecto passado da rebeldia do vassalo, magnificava ainda mais a Sua graa e bondade (ver comentrios introdutrios sobre Prlogo Histrico). O pecado particular do povo de Israel recordado na vspera de sua conquista de Cana foi a sua recusa em avanar, quando pela primeira vez recebeu tal ordem, uns trinta e oito anos atrs. Veja em Nmeros 13 e 14 a narrativa original. Desta vez a aproximao da terra foi feita pelo sul (Dt. 1:19). Moiss foi explcito ao avis-los que Cana era deles sem restries (vs. 20, 21; cons. 7, 8; Gn. 15:16); contudo, sob as ordens do Senhor (cons. Nm. 13:1 e segs.), ele consentia na estratgia do reconhecimento da terra antes do ataque (Dt. 1:22.25 ).
26, 27a. Fostes rebeldes . . . murmurastes. A resposta de Israel diante do relatrio dos espias foi de temor incrdulo e recusa em prosseguir.
27b. Por isso nos tirou . . . para. . . destruir-nos. A perversidade de Israel chegou ao extremo de interpretar sua eleio como uma expresso do dio divino contra eles; Deus os livrara dos egpcios apenas para que os cananeus pudessem mat-los! 29-33. No puderam ser dissuadidos nem por isso crestes (v. 32) de sua revolta declarada contra o programa da aliana do Senhor, apesar dos rogos e garantias que Moiss apresentou de ajuda paternal e sobrenatural de Deus, tais como experimentaram no Egito e no deserto. 34. Tendo, pois, ouvido o Senhor . . . indignou-se. Sua incredulidade provocou o veredito divino, selado por um juramento, sentenciando-os ao exlio da terra na qual recusaram-se a entrar (v. 35), exlio at a morte no deserto (v. 40). 36-38. Salvo Calebe . . . Josu. No aviso do julgamento havia uma manifestao da misericrdia da aliana divina, pois alm de Calebe e Josu, os bons espia, seria poupada para entrar em Cana mais tarde, toda a segunda gerao de Israel (v. 39). A houve uma promessa de um benvolo novo comeo agora se cumprindo na renovao deuteronmica da aliana. 37. Contra mim se indignou o Senhor. A rebeldia de Israel provocou um fracasso da parte de Moiss, que deixou de cumprir
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 9 devidamente a sua vocao de tipo de mediador messinico sempre submisso vontade do Pai (cons. 3:26; 4:21; 32:50 e segs.). Isto aconteceu no retorno a Cades, depois dos trinta e oito anos de peregrinao (cons. Nm. 20:1 e segs.), mas foi mencionado aqui porque suas conseqncias foram a excluso de Moiss junto com a gerao mais velha (cons. v. 35). Foi por isso que se tornou necessrio a designao de Josu como herdeiro da dinastia mediatorial Josu "ali entrar" (v. 38) para conduzir os vossos meninos (v. 39) que foram poupados e introduzi-los em Cana. 1:41 2:1 Depois que o povo de Israel revoltou-se contra a vontade do Senhor com um assalto presunoso e desastroso a Cana, na v esperana de escapar do veredito de Deus (1:41-44; cons. Nm. 14:40 e segs.), permaneceu um pouco em Cades (v. 46).
Deuteronmio 2
Depois, conforme Deus ordenou (1:40; cons. Nm. 14:25), peregrinaram na direo de suas sepulturas no deserto (2:1a). Assim o tempo se esgotou na regio ao sudoeste de Edom at o quadragsimo ano (2b; cons. 2:14-16). B. Avanando para Arnom. 2:2-23. 2-8. Cons. Nm. 20:14-21. 3b. Virai-vos para o norte. A ordem divina de avanar sobre Cana dada gerao anterior (cons. 2:14-16), agora foi repetida. A respeito do caminho, aparentemente contornando o norte de Edom e atravs do caminho de Arab que vai do Golfo de caba at o Mar Morto, veja Nm. 20: 21 e segs.; 21:1-12; 33:36-44. Incerteza quanto rota surge de nossa incapacidade de identificar muitos dos stios, mas no provvel que 2:8 ou Nm. 21:4 se refiram a um desvio para o sul to distante como o Golfo de caba, fazendo parte de um contorno do Monte Seir.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 10 4. Eles tero medo de vs. O temor que Esa tinha de Israel (contraste com Gn. 32:3 e segs.) foi demonstrado pelo bloqueio de Seir (Nm. 20:20). 5. No vos entremetais com eles. A luta pela primogenitura j fora h muito resolvida; Cana era de Jac. Contudo, Esa tambm tinha a sua possesso, no Monte Seir (cons. Gn. 36), e Israel ficou proibida de lutar por ela. (Veja Dt. 23:7,8 em relao posio relativamente privilegiada dos edomitas na assemblia de Israel.) Quando a poltica ditada pelo Senhor foi seguida, os edomitas recusaram-lhe passagem atravs de suas terras, compelindo assim Israel a contornar suas fronteiras (v. 8; cons. Nm. 20:14 e segs.). A passagem de Nmeros no diz que os edomitas recusaram-se a vender provises aos israelitas, uma vez que Israel concordou em contornar Edom. Alm disso, Dt. 2:6 e 29 no declaram explicitamente que Edom tenha vendido provises a Israel. Pois at mesmo 2:29a possivelmente se refere ltima clusula do versculo 28 (cons. 2:29b com 23:3, 4). Portanto no h contradio entre Nmeros e Deuteronmio neste assunto. 7. Coisa nenhuma te faltou. Este versculo mais um lembrete das benevolncias passadas concedidas por Deus a Israel, mesmo durante a execuo do seu julgamento do exlio (cons. 32:1 por exemplo). 9-23. Logo a seguir Israel entrou em contato com os descendentes de L, o sobrinho de Abrao, os moabitas e amonitas (Gn. 19:37, 38). 9. No molestes a Moabe. Embora estes grupos no desfrutassem do privilgio dos edomitas de participar da assemblia de Israel (23:3 e segs.), tambm tinham possesses pelas quais Israel no devia lutar (cons. 5, 19). Cada uma destas naes desapossara um povo de gigantes semelhantes aos enaquins, geralmente conhecidos por refains, mas chamados de emins pelos moabitas (vs. 10,11) e zanzumins pelos amonitas (vs. 20, 21; cons. Gn. 14:5). A tribo de Enaque est mencionada nos textos das maldies egpcias e os refains nos textos administrativos ugarticos.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 11 12. O horeus tambm habitavam outrora em Seir. Em conexo com as aquisies territoriais de cada nao, nota-se que semelhantemente o Senhor desapossou os primitivos horeus, habitantes de Seir, em favor dos edomitas (cons. 5b,22), Tambm, em cada caso faz-se uma comparao adicional ; respectivamente, a concesso de uma herana a Israel pelo Senhor (v.12b) e a desapropriao dos aveus pelos caftorins (v. 23). Se a observao relativa herana de Israel no foi anexada por algum oficial annimo, como aquela que evidentemente completou o documento deuteronmico aps a morte de Moiss, ento sem dvida se refere conquista da Transjordnia. Atravs de todas essas observaes histricas, Israel, o servo da aliana, foi avisado que o Senhor tinha uma hegemonia sobre o territrio da terra prometida. Em Sua providncia que tudo controla, Ele desapossara grandes naes repetidamente at mesmo os enaquins, cuja presena em Cana amedrontara Israel at rebelio contra o Senhor, uma gerao antes (cons. 1:28; 2:14,15). E o Senhor o fizera em benefcio de diversos povos que desfrutavam de tal status especial de vocao eletiva igual ao que Israel desfrutava. Com que confiana, portanto, Israel deveria obedecer s ordens do Senhor, levantando-se (v.13) e atravessando os ribeiros de Zerede e Arnom (v. 24), e logo mais o Jordo (cons. 1:28, 1:2). Veja Ams 9: 7, onde h outra lio extrada desta data histrica. O Zerede delineava os limites ao sul de Moabe, ao longo de cuja fronteira oriental Israel passou, aproximando-se assim das fronteiras de Amom, que ficavam a leste e norte de Moabe (Dt. 2:18,19; cons. 8b; Nm. 21:11 e segs.). C. Conquista da Transjordnia. 2:24 3:29. Atravessando o Arnom (2:24), a fronteira setentrional de Moabe, Israel encontraria os amorreus. Siom, o amorreu, governava desde o Arnom at o Jaboque (2:36; cons. Nm. 21:24), tendo a sua capital em Hesbom (2:26), e Ogue, o amorreu (cons. 3:8) governava desde o Jaboque no norte de Gileade e Bas at o Monte Hermom (3:4,8.10;
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 12 cons. 3:13; Is. 12:5). Os amorreus no estavam protegidos por tais inviolabilidades como os edomitas, moabitas e amonitas. O fato de se fazer uma oferta de paz a Siom (2:26) indica que a sua terra na Transjordnia (que antes pertencera aos moabitas e amonitas; cons. Js. 13:25; 21:26; Jz. 11:13) no fazia parte da terra particular prometida a Israel (cons. Dt. 20:10). Mas o seu povo, sendo povo de Cana, caiu sob o princpio do herem (veja 7:1-5 ; cons. 2:33-35; 3:6; 7:2, 16 ; 20:14-17). Era o momento no qual os amorreus estavam maduros para o julgamento, momento este estabelecido como a hora de Israel conquistar Cana (cons. Gn. 15:16). Com a expanso dos amorreus, alm do Jordo, havia uma correspondente extenso de territrio que se tornaria possesso de Israel pela conquista. Portanto, uma nova ordem divina estava a espera de Israel no Amom: Passa a possu-la, e contende (v. 24); e uma nova promessa divina: Hoje comearei a meter o terror e o medo de ti aos povos (v. 25). O processo da derrota de Siom foi muito semelhante ao de Amenofis II, o Fara do xodo. Ambos foram solicitados a prestar um favor aos israelitas (vs. 26-29), mas recusaramse porque o Senhor... endurecera o seu esprito (v. 30). Ambos tomaram atitude hostil contra Israel (v. 32) e sofreram a derrota, quando o Senhor lutou por Seu povo (vs. 31,33 e segs.), (Veja comentrio sobre 2: 29 em 2-8.) O curso superior do Jaboque a leste, corre do norte para o sul, separando o reino de Siom dos amonitas (2:37). 36. Tudo isto o Senhor nosso Deus nos entregou. Nesta vitria, o comeo da desapropriao dos amorreus, houve uma demonstrao do poder irresistvel e autoridade absoluta do domnio do Senhor sobre e em favor de Israel. Com referncia narrativa original da derrota de Siom, veja Nm. 21:21 e segs.; para a derrota de Ogue, veja Nm. 21:33 e segs.
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3:2. porque a ele .. . dei na tua mo. O avano contra Ogue tambm foi sob ordens divinas, acompanhadas da promessa de sucesso (cons. 2:24, 25); e novamente a vitria foi concedida pelo Senhor (3:3).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 13 5. Fortificadas com altos muros. A altura das fortificaes inimigas no devia despertar o medo no exrcito do Senhor, nem o tamanho do seu rei (v. 11; cons. 2:11, 20). 8-11. Aqui o autor resume os resultados das vitrias de Israel em Jaza (2:32) e Edrei (3:1). 12-20. Foi concedido a Moiss ver o comeo da conquista sob sua liderana e tambm a distribuio da terra entre as tribos. Veja. este acontecimento posterior em Nmeros 32. 12. Esta terra... dei aos rubenitas e gaditas. As tribos de Rben e Gade tomaram a iniciativa em pedir a terra recm-conquistada. Mas quando Moiss atendeu o pedido, levou em considerao os triunfos particularmente obtidos no norte pelas famlias manassitas de Maquir, Jair e Noba (v. 14; cons. Nm. 32:39-42). A esta meia tribo de Manasss foi concedido o territrio de Ogue, isto , Gileade ao norte de Jaboque e Bas (Dt. 3:13, 15 ; cons. Js. 13:29-31). A Rben e Gade foi concedida a terra de Siom desde o Jaboque ao sul de Gileade at o Arnom, ficando a tribo de Gade localizada ao norte de Rben, com suas fronteiras logo acima do Mar Morto. Gade tambm recebeu o Vale do Jordo at o Mar de Quinerete (veja Dt. 3:12, 16, 17; cons. Js. 13:15-28). 18. Passai, pois, amados. A condio estrita estipulada s duas tribos e meia que receberam terras fora de Cana, era que tinham primeiro de cumprir com sua responsabilidade de participar da conquista de Cana (Nm. 32: 6.32). A profunda preocupao de Moiss com este assunto aparece novamente aqui no tratado deuteronmico (vs. 18.20). 21-29. Exceto pela cerimnia da renovao da aliana propriamente dita, a conquista e a distribuio da terra leste do Jordo encerrou a obra de Moiss. 24. Passaste a mostrar. . . a tua grandeza. Nestas realizaes o servo de Deus testemunhou a diligente entrada de Israel na posse de sua herana. Mas por mais que ele desejasse ver o cumprimento das promessas de Deus em Cana rogo-te que me deixes passar (v. 25) ,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 14 no recebeu a permisso de atravessar o Jordo, mas de apenas olhar por cima dele (v. 27; cons. Nm. 27:12 e segs.; Dt. 34:1 e segs.). 26. A respeito deste texto, veja 1:37; 4:21, 22. A obrigao final de Moiss, portanto, foi estimular o povo a conquistar em nome do Senhor (v.22) e transmitir a Josu a liderana da conquista (vs. 21, 28; cons. Nm. 27: 18-23; Dt. 1:38; 31:7, 8, 14, 23). A referncia a Bete-Peor na identificao do stio destes atos finais de Moiss (Dt. 3:29; cons. 4:46) recordam outros acontecimentos que transpiraram durante o acampamento de Israel ali (cons. Nm. 22:25).
Deuteronmio 4
D. Resumo da Aliana. 4:1-49. O prlogo histrico termina com uma exortao. uma transio para a seo seguinte sobre as obrigaes do relacionamento convencional. A convocao obedincia aqui enunciada, repercutiu sucintamente nos pargrafos que introduzem significativas divises dentro das estipulaes (veja 5:1; 6:1; 12:1). Deuteronmio 4 notvel porque resume, numa certa extenso, todos os aspectos que constituem o padro documentrio dos antigos tratados de suserania. Assim, temos aqui: 1) a identificao do autor da aliana, falando (vs. 1, 2, 5, 10); 2) referncias ao passado relacionamento histrico; 3) a apresentao da exigncia central de pura devoo ao suserano; 4) apelo s sanes das bnos e maldies; 5) invocao de testemunhas (v. 26); 6) a exigncia de transmitir o conhecimento da aliana s geraes subseqentes (vs. 9,10); e 7) aluso questo dinstica (vs. 21, 22). Esta mistura de diversos aspectos de liderana na instituio da aliana encontrados aqui e em todo o livro, explicam-se pela origem do material no livre discurso de despedida de Moiss. Deuteronmio no um documento preparado em uma repartio pblica com desapaixonado apego forma legal. Os versculos 1-8 fazem uma convocao sabedoria. Os estatutos que Moiss ensinou a Israel foram uma revelao da vontade de Deus (v. 5).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 15 2. Nada acrescentareis. . . nem diminuireis. As leis de Deus no deviam sofrer emendas ou redues atravs de legislao humana (cons. 12: 32; Ap. 22:18 e segs.). Toda a obrigao do homem era obedecer, e os israelitas obedientes receberam a promessa de vida e rica herana para que vivais . . . e possuais a terra (v. 1). O fato de que, em ltima anlise, a piedade e a prosperidade no se separam fica prefigurado na histria da teocracia de Israel, pois simboliza o reino de Deus realizado. Ilustrao deste fato era o recente juzo divino sobre Israel por causa do seu envolvimento na idolatria de Baal-Peor (v.3; Nm. 25:1-9); pois aqueles que se comprovaram fiis naquela tentao foram poupados da praga da morte (Dt. 4: 4). De maneira compreensvel, ento, a obedincia s leis divinas identifica-se com a verdadeira sabedoria. 7,8. Deuses to chegados. . . estatutos e juzos to justos. Obedincia o caminho para o desfrute das supremas bnos da aliana a proximidade divina no poder salvador, e o conhecimento da verdadeira justia. Esta luz revelada em Israel tornou-se realmente a luz dos gentios (v. 6b). Nesta exposio do caminho da aliana como o caminho da sabedoria, estabeleceram-se os fundamentos na Tor para a literatura da Sabedoria, a qual veio mais tarde achar o seu lugar no cnon sagrado. Nos versculos 9-31 declara-se a insensatez da idolatria. Quando Moiss confrontou a nova gerao com o desafio de reafirmar a fidelidade que seus pais penhoraram no Sinai, ele mostrou-se vivamente cnscio do pecado do bezerro de ouro dos pais, com o qual transgrediram a aliana quase imediatamente depois dela ter sido selada (cons. 9: 7 e segs. ; x. 32). Por isso destacou a proibio contida no segundo mandamento, fazendo o contraste entre o caminho da sabedoria e vida (Dt. 4:1-8) com o caminho da loucura e destruio. 10. E os farei ouvir as minhas palavras. No Horebe, Deus revelou a Israel a maneira certa de adorar. Aquela revelao estava contida na aliana, a qual, foi primeiro comunicada oralmente e depois inscrita nas duas tbuas. A preparao dos documentos em duplicata, uma para o
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 16 suserano e outra para o vassalo, era o procedimento regular na ratificao dos tratados de suserania. O fato do contedo das tbuas ser chamado de "dez mandamentos" ou "aliana" aponta para a natureza da aliana como declarao do senhorio divino. 12. O Senhor vos parou do meio do fogo (veja tambm v. 15). A maneira da verdadeira adorao tambm foi revelada pela prpria natureza da teofania. Pois, embora a voz fosse ouvida declarando as palavras da aliana, nenhuma forma de Deus foi vista mas apenas o fogo devorador da glria de Deus. Os smbolos visveis da auto-revelao de Deus assim reforaram a proibio do segundo mandamento. Israel devia abster-se da idolatria e no devia adorar a obra de mos humanas imagem esculpida (vs. 16-18,23; com 5:8) mas tambm no devia adorar a obra das mos de Deus, o exrcito dos cus (v. 19). A adorao do que era visvel e criado era caracterstica das naes gentias as quais Deus abandonara sua prpria e louca perversidade (v. 19b; cons. 29:26 ; Rm. 1:21 e segs.). 20. Para que sejais povo de herana. Se Israel se voltasse para a idolatria, estaria escolhendo o destino da rejeio de sua eleio divina como possesso redimida e exclusiva do prprio Deus (veja tambm 7:6; 14:2); um privilgio exclusivo que exigia um servio e devoo exclusivos. 23. Guardai-vos. Profeticamente Moiss advertiu que o gozo prolongado das bnos de Cana, bnos que nem ele receberia (vs. 21,22a), poderia provocar o esquecimento do passado (v. 25; cons. v. 9). Que os israelitas, portanto, se lembrassem que o Deus ao qual tinham jurado fidelidade no Sinai, apareceu ali como fogo consumidor (v. 24). Se provocado ao cime pela idolatria, Ele desencadearia as maldies da aliana sobre tal loucura. E que maldio poderia ser maior que abandonar aqueles que repudiam a eleio divina futilidade da idolatria que escolheram e comunidade dos homens de mentes e destinos igualmente depravados? (vs. 27,28; 28: 64 e segs.)
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 17 29-31. De l buscars . . .e o achars. Contudo, a aliana divina aliana de salvao, e seu cumprimento est garantido pelo juramento que Deus fez aos patriarcas. Portanto, depois da loucura de Israel e aps o juzo, Deus garantiria o arrependimento de modo que alm da maldio do exlio, haveria bnos da restaurao (cons. 30:1 e segs.). 32-40. Estes versculos apresentam as evidncias da verdadeira religio. A identidade do Senhor como Deus somente nenhum outro h seno ele (v. 35) Criador soberano dos cus e da terra, evidenciou-se por suas maravilhosas auto-revelaes em teofania e milagre redentor (vs. 35, 39 ; cons. x. 10:2). 32. Pergunta . . . se sucedeu jamais coisa tamanha como esta. Seus atos gloriosos no Horebe e no Egito foram sinais sem paralelo; nenhum dolo das naes jamais identificou-se assim. Se o propsito da vocao de Israel foi levar os povos ao temor reverente (v. 36), e conhecimento do Senhor como Deus (vs. 35, 39), a fonte dessa vocao encontrou-se na livre graa de Deus (cons. 9:5). 37, 38. Porquanto amou teus pais. Moiss remontou a origem do livramento do Egito e da herana do prometido repouso (penhor do qual era a ocupao da Transjordnia) ao amor soberano de Deus pelos patriarcas, principalmente Abrao. 39. O Senhor Deus. Moiss ainda apontou para a totalidade das misericrdias milagrosas do passado e para as sanes da esperana futura da aliana (v. 40) como motivos para o reconhecimento consciente das reivindicaes da divindade exclusiva do Senhor. 41-43. Como parte do prlogo histrico do tratado deuteronmico, o mais recente acontecimento significativo no benvolo governo de Deus sobre Israel foi citado aqui. Em obedincia orientao divina, (cons. Nm. 35:1,14), Moiss apontou trs cidades de refgio na regio conquistada por Israel na Transjordnia, uma em cada setor, ao norte, no centro e ao sul (cons. 19:1-13). 44-49. Esta passagem transicional. Como sumrio das conquistas da Transjordnia (vs. 46b-49; cons. 2:32-36; 3:1-17), serve de concluso
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 18 ao prlogo histrico. Mas tambm imediatamente introdutrio s estipulaes (vs. 44-46a). A cena da cerimnia da aliana e do adeus de Moiss foram apresentadas de maneira precisa (cons. 1:3.5; 3:29). 45. Quando saram do Egito assinala a transao, como se pertencesse era mosaica da prolongada viagem do Egito ao Jordo. A ratificao desta aliana devia ser finalmente concluda na nova era quando Israel entrasse em Cana sob a liderana de Josu (cons. 11:29 e segs.; 27). III. Estipulaes: A Vida sob a Aliana. 5:1 - 26:19. Quando os tratados de suserania eram renovados, as estipulaes, que constituam as partes longas e cruciais das alianas, eram repetidas mas com modificaes, especialmente as que eram necessrias para atender s mudanas situacionais. Por isso Moiss recitou e reformulou as exigncias promulgadas na Aliana do Sinai. Alm disso, tal como costumavam comear as estipulaes dos tratados com as exigncias fundamentais e gerais de absoluta fidelidade dos vassalos para com o suserano, prosseguindo ento nas vrias exigncias especficas, Moiss agora confrontou Israel com a exigncia primria de consagrao ao Senhor (vs. 5-11) e ento com as estipulaes subsidirias da vida sob a aliana (vs. 12-26). A. O Grande Mandamento. 5:1 11:32. O primeiro e grande mandamento da aliana, a exigncia de perfeita consagrao ao Senhor, est enunciado nos captulos 5-7, e reforado por reivindicaes e sanes divinas nos captulos 8-11. Esta diviso de assuntos, entretanto, no rgida; o fio da exortao penetrante. Analisado mais detalhadamente, esta seo desenvolve o tema do grande mandamento como se segue: as reivindicaes do Senhor sobre Israel (cap. 5); o desafio do exclusivo senhorio divino sobre Israel, expresso como um princpio (cap. 6) e um programa (cap. 7); advertncias contra
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 19 a tentao da autonomia, quer na forma do esprito de auto-suficincia (cap. 8) ou da justia prpria (9:1 10:11); um chamado verdadeira fidelidade (10:12 11:32).
Deuteronmio 5
1) O Senhorio da Aliana do Senhor. 5:1-33. 1. Ouvi . . . aprendais e cuideis em os cumprirdes. Este captulo comea e termina (vs. 32,33) com um encargo de seguir cuidadosamente as estipulaes divinas da aliana que estavam no processo da solenizao. 2-5. O compromisso ao qual Israel fora convocado tinha de ser uma renovao do relacionamento convencional com o Senhor, que j estava em vigor. Quarenta anos antes, no Sinai, Deus estabelecera a Israel por meio da cerimnia da aliana como Seu povo teocrtico (v. 2). Aquilo foi feito para cumprir as promessas anteriores feitas aos patriarcas. 3. No . . . com nossos pais . . . e, sim, conosco. Os "pais" patriarcais (cons. 4: 31, 37 ; 7 : 8, 12 ; 8 : 18) morreram sem receber as promessas. Mas a gerao atual, com a qual foi estabelecida a Aliana do Sinai, alm da gerao anterior que pereceu no deserto (cons. 11:2), teve o privilgio de ver o reino prometido realizado. 5. Eu estava em p entre o Senhor e vs. No Sinai, como agora, Moiss fora o mediador entre Deus e Israel, um cargo tanto mais necessrio quanto o temor que Israel tinha de se encontrar face face com a ardente teofania (cons. 4:12). Se o papel transmissor de Moiss descrito aqui no se refere s revelaes dados depois da promulgao do Declogo, ento as declaraes feitas em outras passagens, no sentido de que Israel ouviu Deus declarar o Declogo (por exemplo 4:12; x. 19:9; 20:19) significariam que a voz de Deus foi audvel, mas as Suas palavras eram indiscernveis a Israel. Contudo, o versculo 5 mais provavelmente antecipatrio, tal como o 22b. 6-22. (Bblia Heb. 6-18). Do fato da Aliana do Sinai, Moiss prossegue com seu contedo documentrio conforme inscrito nas tbuas
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 20 em duplicata (cons. comentrios sobre 4:13). Embora continuando com o pensamento de que Israel j estava convencionalmente ligada ao Senhor, atinge o propsito adicional de incorporar o compreensvel resumo da lei da aliana permanente dentro da seo das estipulaes do documento da renovao deuteronmica. O Declogo, no sendo simplesmente um cdigo moral, mas o texto de uma aliana, exibe o padro do tratado conforme segue: Prembulo (v. 6a), prlogo histrico (v. 6b) e estipulaes entremeadas com frmulas de maldies e bnos (vs. 7-21). 12. Guarda o dia do sbado, para o santificar. A mais significativa das variaes de forma do Declogo, conforme apresentada em x. 20:2-17, a nova formulao da quarta "palavra" ou mandamento. O ciclo sabtico de vida simboliza o princpio da consumao caracterstico da ao divina. Deus opera, matiza Seu propsito, e, regozijando-se, descansa. xodo 20:11 refere-se exibio do padro de consumao na criao para o modelo original do Sbado. Deut. 5:15 refere-se ao padro da consumao manifestado na redeno, onde o triunfo divino tal que leva os eleitos de Deus tambm para o seu repouso. Mais apropriadamente, portanto, o Sbado foi criado como sinal da aliana divina com o povo que Ele redimiu da escravido do Egito para herdar o repouso em Cana (cons. x. 31:13-17). A associao neo-testamentria do Sbado com o triunfo da ressurreio do Salvador, atravs da qual Seus redimidos, com Ele, alcanam o repouso eterno, corresponde interpretao deuteronmica do Sbado em termos de progresso do propsito redentor de Deus. Outras notveis variaes deuteronmicas no Declogo so o inverso da ordem das palavras mulher e casa no dcimo mandamento, e a adio aqui de seu campo (Dt. 5:21). Este ltimo foi acrescentado porque Israel estava para comear uma existncia assentada na terra, enquanto que durante as peregrinaes no deserto tal legislao teria sido irrelevante. Este um bom exemplo do tipo de modificaes legislativas encontradas nas antigas renovaes dos tratados seculares.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 21 22. Estas palavras falou o Senhor a toda a vossa congregao. A singularidade da revelao das dez "palavras" est sublinhada neste versculo. S esta revelao foi dita diretamente por Deus a todo Israel; s ela foi escrita por Deus. 23-27. (Bblia Heb. 20-24). Continuando a narrao do estabelecimento da aliana no Sinai, Moiss fez o povo de Israel se lembrar do seu voto anterior de obedecer voz de Deus (cons. x. 20:18-21). Realmente, tal fora seu temor de Deus na presena de Sua glria, que preferiram, que Moiss recebesse revelaes posteriores da voz divina para eles Chega-te, e ouve (Dt. 5:27). Tal relutncia em experimentar a presena de Deus um grito remoto do deleite original do homem em ter comunho com o seu Criador no Jardim. E aqui est exposta a excessiva malignidade da maldio sobre o pecado. claro que h limites definidos s qualificaes do homem para a viso de Deus (cons. x. 33:20). Mas mesmo que, dentro destes limites, a graa redentora torne possvel desfrutar a viso de Deus, o homem decado encara a experincia como uma ameaa para a sua vida (por exemplo, Gn. 32:30; Jz. 6:22, 23). Na santa presena de Deus no Sinai, os israelitas estavam to fortemente cnscios de sua corrupo, que temeram aventurar-se com seu raro privilgio (cons. Dt. 4:33). Contudo, seu temor era piedoso, pois eles reconheciam o Deus que lhes parecia to terrvel na montanha como o seu Deus, e submetiam-se a fazer a Sua vontade. 28-33. (Bblia Heb. 25-30). Que outras recordaes mais emocionantes Moiss poderia ter evocado em antecipaes sua concluso final para andarem nos caminhos do Senhor e da vida, (vs. 32, 33) a no ser estas; 1) A aprovao divina do voto anterior de Israel falaram eles bem (v.28); 2) seu anseio paternal de que, ao cessar a teofania do Sinai, a reverente devoo inspirada por ela continuasse para que bem lhes fosse a eles e a sem filhos para sempre! (v. 29) Esta reao do Senhor completa o registro do xodo 20.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 22 No captulo 6 enuncia-se o princpio da devoo exclusiva ao Senhor, e com ele a proibio corolria de fidelidade divindades estranhas. Ento no captulo 7 anuncia-se o programa da conquista para eliminao dos deuses estranhos e os seus povos que dominavam Cana, a terra escolhida pelo Senhor como tipo de seu reino eterno e universal.
Deuteronmio 6
2) O Princpio da Consagrao. 6:1-25. 1-3. Os mandamentos que iam ser dados constituam a lei divinamente ditada para o reino teocrtico que dentro em breve ia ser estabelecido no novo paraso do leite e mel. 3. Para que bem te suceda. O contnuo deleite de Israel habitando na terra de Deus, como Ado desfrutou continuamente do paraso original, dependia da contnua fidelidade ao Senhor. preciso estabelecer certas importantes distines ao fazer tal comparao. Obedincia impecvel era a condio da contnua permanncia de Ado no Jardim; mas a posse permanente de Cana nas mos de Israel condicionava-se manuteno de uma medida de lealdade religiosa, a qual no inclua todo o Israel nem exigia perfeio mesmo daqueles que constituam o verdadeiro Israel. Havia uma liberdade no exerccio do julgamento como tambm na restrio do mesmo, uma liberdade que se originava no princpio latente da graa soberana no seu governo sobre Israel. No obstante, Deus dispensou o seu julgamento de modo que os interesses da mensagem tpica e simblica da histria de Israel foram preservados. (Veja mais adiante os comentrios sobre os caps. 27.30.) 4. O Senhor nosso Deus o nico Senhor. Esta confisso (da qual diversas tradues so gramaticalmente possveis) parece ficar mais compreensvel quando equivalente s declaraes de monotesmo de 4:35 e 32: 39 (cons. I Cr. 29:1). "Porque, ainda que haja tambm alguns que se chamam deuses, quer no cu quer na terra (como h muitos deuses e muitos senhores), todavia para ns h um s Deus, o Pai . . . e um s Senhor, Jesus Cristo" (I Co. 8:5,6). Deus nico; a divindade
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 23 confina-se a Ele exclusivamente. S a Ele o povo de Israel devia se submeter em aliana religiosa, e a Ele deviam servir na totalidade do seu ser, com a intensidade do amor (Dt. 6:5). A exigncia divina desta devoo exclusiva e intensa, Jesus chamou de "o primeiro e grande mandamento" (Mt. 22:37, 38; Mc. 12:29, 30; cons. Lc. 10:25-28). o princpio central de todas as estipulaes da aliana. 6. Estas palavras . . . estaro no teu corao. As misericrdias divinas passadas, recordadas no prlogo histrico, deveriam despertar esse amor, e o amor deveria revelar-se em reverente obedincia a todos os mandamentos particulares de Deus (cons. 11:1, 22; 19:9; 30:16; Jo. 14:15). Estes versculos so assim o texto para tudo o que vem a seguir. 7a. Tu as inculcars a teus filhos. O carter familiar da administrao convencional exige que os filhos sejam educados sob o governo das estipulaes (cons. 20 e segs.). Dia e noite os crentes deviam meditar nas leis de Deus (vs. 7b-9; cons. Sl. 1:2). Moiss no estava aqui fazendo exigncias cerimoniais, mas elaborando com dados concretos a exigncia de uma constante focalizao de solicitude com a boa vontade do Senhor de Israel. 9. Umbrais . . . portas. Estas palavras refletem o costume arquitetural do mundo nos dias de Moiss. Para o uso figurado desta linguagem, veja x. 13:9,16. Uma prtica literal das injunes de Dt. 6:8, 9 entraram na moda entre os judeus posteriormente, na forma de filactrios usados pelas pessoas (cons. Mt. 23:5) e o mezuzah afixado nos umbrais. 10-19. O corolrio constante da exigncia de lealdade nos antigos tratados de suserania era a proibio de fidelidade a qualquer outro, e todos os outros senhores. Em Cana a tentao idolatria ia ser aguda, pois os deuses daquela regio reivindicaram ser os concessores da fertilidade e abundncia na terra. Tal a perversidade humana que Israel, satisfeita com a abundncia material e cultura espoliada, sentir-se-ia inclinada a homenagear as reivindicaes dos dolos de suas vitimas,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 24 esquecendo-se das reivindicaes do Senhor que a salvara do Egito e lhe dera vitria em Cana (vs. 10-12). 13. Pelo seu nome jurars. Esse juramento constitua uma renovao do voto de fidelidade que ratificava a aliana e invocava a Deus como divindade que vingava a perfdia. 14. No seguir outros deuses. Assim Deus proibiu explicitamente o enredamento com os deuses de Cana. Ele realmente guardaria com cimes a honra do Seu nome (v. 15). 16. No tentars o Senhor teu Deus. Israel no devia, portanto, ter a presuno de colocar Deus prova, como em Mass (cons. x. 11:7), buscando provas de Sua presena e o Seu poder de impor-lhes as sanes da aliana, fossem bnos ou maldies. Antes, Israel devia ser fiel e Deus cumpriria fielmente Suas boas promessas (vs. 17-19; cons. v. 10). 20-25. Vendo as geraes que passavam, a perspectiva de Moiss se alargou. Seus interesses no se confinavam presente assemblia de Israel, mas penetravam no futuro distante do urino de Deus (cons. v. 2). 20. Quando teu filho . . . te perguntar. Importantssimo ao bem-estar da teocracia seria a educao fiel dos filhos dentro da mensagem das aes e propsitos redentores de Deus para o Seu povo. 24. Para o nosso perptuo bem. Particularmente, a doao que Deus fez da Lei promoveu os propsitos de misericrdia, revelando o caminho da justia, o qual conduziria ao favor e bnos divinas. 25. Ser por ns justia. Este versculo no apresenta um princpio operante da salvao. A nfase recai sobre a funo da lei apresentando o padro de conduta que justia diante de Deus, o amor pelo qual prrequisito da beatitude, mas no fundamento meritrio de tal estado.
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3) O Programa da Conquista. 7:1-26. 1-5. No Livro da Aliana criado no Sinai promulgou-se um programa de conquista e exterminao dos habitantes e dos cultos cananitas (cons. x. 23:20-33; 34:11-16). Desse modo a antiga profecia
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 25 pela qual No amaldioou Cana e o servo de Sem (Gn. 9:25, 26 ; cons. Gn. 10:15-18; x. 23:23) viria a se cumprir (veja, tambm Gn. 15:16-21) Tendo chegado a hora do juzo divino, Moiss agora desafiou Israel com a execuo desse programa. Tudo e todos em Cana que fossem consagrados aos dolos e no ao servio de Deus tinham de ser consagrados ira de Deus. 1. Sete naes (cons. Js. 3:10; 24:11). Em listas iguais a esta o nmero varia de trs a dez. O "sete" especificado aqui possivelmente uma figura de totalidade. 2. A raiz hebraica hrm, traduzida para totalmente as destruirs nas principais tradues, significa em primeiro lugar devotar e ento "banir" e "extirpar". O princpio do herem vem a se manifestar inteira e finalmente nos juzos do inferno. H pessoas que se escandalizam com a ordem dada por Deus a Israel de exterminar os cananitas, como se representasse tica sub-crist. Na realidade, essas pessoas se escandalizam diante da teologia e religio da Bblia como um todo. O Novo Testamento, alm do Velho, adverte os homens quanto ao reino do banimento eterno, onde os rprobos, destinados ira, devem magnificar a justia do Deus a quem odiaram. Considerando que a teocracia do V.T. em Cana era um smbolo divinamente estabelecido do final reino de Deus, encontra-se em conexo com ele uma antecipao intrusiva do padro tico que entrar em vigor no juzo final e depois dele. Mais ainda, a exterminao dos cananitas e seus cultos habituais (derrubareis os seus altares. . . queimares . . . as suas imagens, v. 5) foi necessria para cumprimento da vocao de Israel consagrao positiva a Deus em servio vivo. Pois, por causa da fragilidade de Israel, a proximidade dos cananitas levada dissoluo da sua caracterstica espiritual (v. 3), fidelidade estranha e idlatra (v. 4a) e, conseqentemente, prpria destruio de Israel (4b). O programa da conquista (cap. 7) torna-se assim uma aplicao consistente do princpio da consagrao (cap. 6; esp. 6:12-15).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 26 6-16. Os propsitos da eleio de Israel, que tinha de ser protegida com a eliminao dos cananitas, esto aqui elaborados. 6. Escolheu, para que lhe fosses o seu povo prprio. Isto faz lembrar x. 19:5, 6, a clssica formulao do singular status teocrtico para o qual Israel foi escolhido. Uma vocao superior vem acompanhada da tentao jactncia (cons. a preocupao de Moiss com este problema nos caps. 8-10). Portanto, Israel foi lembrada de se gloriar apenas no nome de Deus. 8. Porque o Senhor vos amava. S em Seu amor soberano e em Sua fidelidade podia-se descobrir a explicao da eleio de Israel (4:37), certamente no no tamanho da nao. Pois Deus escolheu Abrao, o pai dela, que era um somente, e a famlia de Jac, que desceu ao Egito com apenas setenta almas (7:7; cons. 10:22). Conclui-se atravs da soberana graa divina que Israel no tinha reivindicaes que pudessem estimular a falta de cuidado no que se refere s exigncias e sanes da aliana. 9. Que guarda a aliana . . . at mil geraes. Aludindo frmula das sanes anexas ao segundo mandamento, Moiss declarou que embora a graa imerecida continuasse at a milsima gerao, os zombadores apstatas da graa e santidade descobririam que as maldies da aliana no eram ameaas infundadas (7:9-11). 12. O Senhor. . . guardar a aliana. Os fiis deviam confiar que as bnos da aliana no eram promessas vazias (vs. 12-15; cons. Gn. 12:2, 3; x. 23:22-31). O Deus de Israel, o Criador, no Baal, era o concessor da fertilidade no campo, nos rebanhos e na famlia (Dt. 7:13,14). 15. O Senhor afastar de ti toda enfermidade. Fora o Senhor que sujeitara o homem maldio da natureza por causa do seu pecado, e Ele podia por isso livrar os israelitas das notrias doenas dos egpcios (por exemplo, elefantase, disenteria e oftalmia) exatamente como Ele os libertara do infame Fara do Egito (v. 15; cons. v. 8; x. 15:26). O versculo 16 resume o assunto, repetindo a ordem e o seu propsito.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 27 17-26. Embora, no que se refere aos privilgios da eleio os israelitas fossem tentados vaidade, diante da responsabilidade de sua comisso eles se sentiriam tentados timidez (v. 17 ; cons. Nm. 13:31 e segs.). 18,19a. No tenhas temor. Em resposta a quaisquer temores que assim fossem despertados, Moiss f-los lembrar daquela maravilhosa experincia no Egito durante a sua mocidade, quando por meio de poderosos sinais o seu Deus os salvou. Ele lhes assegurou que este mesmo Deus terrvel ainda estava no meio deles para lutar em seu favor contra os reis cananitas (vs. 19b-24). A quem deviam ento temer? 20. Vespes (cons. x. 23:28; Js. 24:12) aqui no so um smbolo do poder de Fara, embora fosse usado pelos egpcios. , antes, uma figura do terror de Deus, que, descendo sobre os inimigos de Israel, produziriam pnico e debandada (cons. Dt. 7:23). O fato de certas espcies de vespes, na Palestina, construrem seus ninhos debaixo da terra e nas rachaduras das rochas, sugere a propriedade da figura que a destruio dos cananitas foi nos seus esconderijos. Alguns traduziriam sir para "desencorajamento" e no "vespes". 22. Lanar fora . . . pouco a pouco. Cons. x. 23:29,30; Jz. 2:2023; 3:1,2. O desapossamento gradual dos cananitas feito por Deus, para o bem de Israel, foi suspenso aps a apostasia de Israel depois de Josu, como castigo. 24. Apagues o nome deles. A promessa tranqilizadora transformase em imperativo renovado nos versculos 24b-26 (cons. v. 5). Apropriar-se daquilo que foi colocado sob o antema de Deus seria perder o direito ao status do favor convencional e colocar-se sob o antema divino (cons. Js. 7). Captulos 8-11 apresentam a verdade que revela que a fidelidade absoluta ao Senhor (6:4 e segs.) significava que os israelitas, alm de terem de se abster do culto simultneo a qualquer outro deus (6:11 e segs.; 7:1 e segs.), tambm no deviam declarar sua independncia religiosa. Por isso Moiss reforou a obrigao fundamental de uma
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 28 devoo de todo corao a Deus, advertindo dos perigos de uma atitude autnoma, quer manifesta em esprito de auto-suficincia (cap. 8) quer no esprito de justia prpria (9:1 10:11). Seguindo s advertncias negativas, esta seo conclui com um desafio positivo a que se submetam ao senhorio divino (10:12 11:32).
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4) A Lei do Man. 8:1-20. O ponto focal deste captulo o versculo 17, com o seu quadro de um Israel futuro repousando em Cana, e congratulando-se consigo mesmo. A lembrana da orientao providencial de Deus durante os quarenta anos no deserto (v. 2 e segs.) forneceria o corretivo para tal vaidade. 1-6. O versculo 1 outro resumo introdutrio das intimaes e sanes da aliana (veja tambm 4:1; 5:1; 6:1). 2. No que se referia gerao sobrevivente, a peregrinao do deserto fora planejada como um perodo de exame para te provar (v. 2b; cons. 13:3) e de instruo necessria (v. 3c). Fora uma disciplina paternal e contribura para suas bnos definitivas (v. 5 ; cons. 16c). 3. E te sustentou com o man. O significado da humilhao de Israel, por Deus (v. 2), ilustrado pela referncia Sua extraordinria proviso de cada necessidade durante os quarenta anos (vs. 3:4; cons. 29: 5,6), particularmente enviando o man (veja x. 16, esp. v.4). A humilhao consistiu da privao e ento da proviso do "o que isto?", o desconhecido, o sobrenatural po do cu, que compeliu o povo a reconhecer sua dependncia de Deus (cons. Dt. 8:16a,b). A moderna exegese naturalista identifica o man bblico com excrees de cochonilhas semelhantes ao mel encontradas em moitas de tamargueiras na regio do Sinai. Seja qual for o papel explcito que foi ou no foi representado por essas excrees, o po do cu era, nada mais nada menos que um produto claramente miraculoso em sua natureza e maneira de proviso. Mais ainda, uma simples mudana de um gnero de
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 29 alimento normal e apetitoso para outro, por mais extico que fosse, jamais teria humilhado Israel nem lhe teria ensinado a verdade que o man ensinou: no s de po viver o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viver o homem. Deus conduziu Israel a uma situao na qual a vida derivava e tinha de ser diariamente buscada no po celestial, o fruto de um exerccio criativo dirio da palavra de Deus. Este era um lembrete eficiente de que a criatura no existe como um ser auto-suficiente, sustentada pelos frutos de uma terra que tambm no existe e produz independentemente de Deus. Ele depende sempre e basicamente da palavra divina que deu vida a ele e ao seu mundo. Alm disso, Deus props a ensinar a Israel que a vida do homem, diferentemente da vida animal, no consiste em apenas uma vitalidade fsica que o po, quer terreno ou celestial, possa sustentar. Por isso ele providenciou o po do cu de tal maneira que fosse necessria uma resposta tico-religiosa diante de Sua palavra preceptiva. Esta resposta foi apropriadamente focalizada sobre a guarda do sbado, o sinal da fidelidade do homem aliana como tambm o lembrete do papel de Deus como Criador. Assim, o man ensinou Israel que s quando o homem permanece obediente sob a palavra soberana do Senhor, a fonte mxima da vida, que ele encontra vida verdadeira e duradoura (cons. 30: 20). 7a. Boa terra. A lembrana da lio do deserto foi necessria a esta altura, pois Deus estava conduzindo Israel para dentro de uma terra onde os produtos normais da natureza proporcionariam um padro de vida comparavelmente exuberante (vs. 7-10a). 9b. Cujas pedras so ferro. No substrato de arenito da Palestina existem veios de cobre e ferro, e descobriram-se antigas minas onde esse arenito emerge superfcie no Arab. 11. Guarda-te no te esqueas. Embora todos esses produtos naturais deviam ser gratamente aceitos como presentes de Deus, exatamente como o man sobrenatural (v.10b), a fartura e tranqilidade embotaria a percepo que Israel tinha de Deus (v. 12: 13).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 30 14. ... e eleve o teu corao. O orgulho suprimiria as lembranas de dias mais humildes de escravido, escorpies e sede; dias quando o livramento e a sobrevivncia exigiram a interveno divina atravs de meios desconhecidos at ento (vs. 15, 16). Eles deviam se precaver de negar assim o Senhor por causa da auto-bajulao. A mesma verdade que tivera de ser aprendida antigamente quando os estmagos estavam vazios, seria relevante no futuro quando os estmagos estariam cheios: a fonte da vida do homem a palavra de Deus ele o que te d fora (17,18a). A beatitude de Israel devia-se somente fidelidade divina ao seu juramento convencional (v.18b; cons. Gn. 15). Ao mesmo tempo o Senhor interviria na vida daqueles que violassem a aliana com as maldies que eles invocassem. 20. Assim perecereis. Repudiar a eleio de ser propriedade peculiar do Senhor e identificar-se com os cananitas anatematizados em sua iniqidade idlatra, resultaria na identificao de Israel com os pagos e o seu destino. 5) A Advertncia das Tbuas Quebradas. 9:1 10:11. Se Israel considerasse Cana como uma recompensa por sua prpria justia (9:4), seria uma contradio ainda maior das realidades do relacionamento convencional do que a sua presuno em considerar a possesso e prosperidade da terra uma faanha do seu prprio poder (8:17). O conceito de justia prpria uma tentativa do pecador, que anseia pela autonomia, de libertar-se de Deus exatamente naquele ponto onde a sua necessidade de Deus mais desesperada a necessidade do perdo e purificao. Moiss portanto apresentou apaixonadamente a verdade que revela que as promessas e bnos do relacionamento convencional pertenciam Israel por virtude da misericrdia, no por mrito.
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1-5. A ocasio para esta admoestao foi a perspectiva de Israel desapossar um povo reconhecidamente invencvel em um ataque e defendido por fortificaes aparentemente inexpugnveis cidades grandes e amuralhadas at aos cus (v. 1). Sobre os enaquins e outros povos impressionantes, veja 1:28; 4:38; 7:1; Nm. 13:28. A ponta de lana de Israel era, contudo, Aquele que habita nos cus e que faz das mais altas montanhas da terra o estrado dos Seus ps, e que , alm do mais, um fogo devorador (cons. Dt. 4:24; 7:17 e segs.). 4c. Minha justia. Este o trgico equvoco sobre os acontecimentos relacionados conquista, ao qual Israel estaria sujeito a despeito de todos os bvios fatos histricos e advertncias explcitas de Deus ao contrrio. A explicao do triunfo de Israel s poderia jazer na maldade dos cananitas de um lado (vs. 4c, 5) e na graa perdoadora de Deus para com Israel do outro (9:6 10:11). Veja Gn. 15:16 quanto ao relacionamento entre a iniqidade dos habitantes de Cana e o cumprimento das promessas da Aliana Abramica. Investigaes arqueolgicas tm revelado as profundidades abissais da degenerao moral na sociedade e da religio cananita dentro da era mosaica. A maneira pela qual a aquisio da terra prometida a Israel foi sujeita eliminao dos cananitas exemplifica o princpio do julgamento redentor. A salvao dos amigos de Deus, necessariamente envolve o triunfo deles sobre os amigos de Satans. Do ponto de vista dos eleitos, o juzo destes ltimos um juzo redentor (por exemplo, Ap. 19:11 e segs.; 20:9, onde a redeno dos eleitos foi consumada atravs da runa das hordas satnicas). 6. A interpretao baseada na auto-justia que Israel poderia dar conquista, j fora contestada de antemo por toda a experincia que Moiss tinha com a nao durante os quarenta anos passados (vs. 7, 24). Os israelitas j tinham repetidas vezes demonstrado que eram um povo rebelde, violador da aliana (vs. 6-17, 21-24). Haviam sido poupados e preservados no relacionamento convencional com Deus apenas por causa
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 32 da misericordiosa renovao da aliana violada (10:1-11) em ateno importuna intercesso mediatorial de Moiss (9:18-20, 25-29). 8. Em Horebe tanto provocastes ira do Senhor. O exemplo clssico da infidelidade de Israel aconteceu no exato momento em que a aliana estava sendo solenizada no Horebe (9:8 e segs.; cons. x. 32). Israel acabara de jurar fidelidade a Deus e votar obedincia aos Seus mandamentos (x. 24). Realmente, foi enquanto o Senhor estava no prprio processo da inscrio do tratado nos documentos de pedra em duplicata, durante a primeira estada de Moiss de quarenta dias e quarenta noites no monte, que Israel violou a aliana comprometendo-se com a idolatria. Naquela hora a ira de Deus acendeu-se e Israel chegou a ponto de ser aniquilada Deixa-me que os destrua (v. 14; cons. 19a). At onde o mrito estava envolvido, Israel no merecia herdar o fruto de Cana, mas cair sob o antema junto com os cananitas desapossados. A maneira como Moiss lidou com as tbuas do tratado e as quebrei ante os vossos olhos (v. 17) e com o bezerro de ouro (v. 21) era smbolo da destruio da aliana. Tal procedimento ritual se evidencia nos antigos tratados pblicos em relao violao do juramento feito pelo vassalo. 22. Tambm em Taber, em Mass e em Quibrote-Hataav. Outros exemplos de Israel provocando a ira de Deus precederam e seguiram-se ao dia da assemblia no Sinai (x. 17:2-7; Nm. 1) at que a sua perversidade em Cades-Barnia (Dt. 9:23; cons. 1:26 e segs.; Nm. 13; 14) desencadeou o veredito do exlio at a morte para a gerao mais velha. Mais de uma vez o juzo foi desviado pela intercesso de Moiss. Neste aspecto do ministrio de Moiss, mais notvel do que qualquer outro, sua mediao prefigurava a mediao antitpica de Cristo, que tambm "intercedeu pelos transgressores" (Is. 53:12). Quando no Sinai Deus ameaou riscar o nome de Israel e ofereceu-se para exaltar os descendentes de Moiss fazendo deles uma nao da nova aliana (Dt. 9:14; com. x. 32:10), Moiss cumpriu fielmente com o seu papel de mediador em benefcio de Israel e no agarrou a oportunidade de se tornar um segundo
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 33 Abrao. Na verdade, ele se ofereceu como um segundo Isaque sobre o altar. Moiss rogou que, se devia haver um riscar de nomes, em vez de se fazer uma exceo no julgamento, ele poderia ser o riscado para que o perdo fosse concedido aos outros (x. 32:32). "T-los-ia exterminado... se Moiss, seu escolhido, no se houvesse interposto, impedindo que sua clera os destrusse" (Sl. 106:23). A intercesso qual se refere Dt. 9:18,19, 25-29 (cons. 10:10) foi feita durante o segundo perodo de quarenta dias que Moiss esteve na montanha. Tem-se encontrado dificuldades no fato do contedo da orao de Moiss, em 9:26-29, corresponder que foi registrada em x. 32:11-13, pois tem-se presumido que esta ltima se refere aos primeiros quarenta dias de Moiss diante de Deus. Na verdade, x. 32:11-14 um sumrio introdutrio da narrativa que vem a seguir, a qual abrange o segundo perodo de quarenta dias. A seqncia cronolgica imediata de x. 32:10 a 32:15, conforme se reflete em Dt. 9:14, 15. A narrativa do xodo de 32:30 34:29 possivelmente se refere ao segundo perodo de quarenta dias e sua seqncia, e no aos acontecimentos precedentes; o arranjo, conforme acontece com freqncia na narrativa hebraica (cons. Dt. 9 mesmo), subordina a estrita seqncia cronolgica aos tpicos. Pois ainda esta vez (9:19; 10:10) a melhor traduo, dando a gam seu mais freqente sentido enftico. A ira particular de Deus contra Aro (v. 20), no mencionada na narrativa do xodo, foi citada aqui para demonstrar como Israel era completamente destitudo de mrito e como dependia da misericrdia at o seu sumo sacerdote era um tio arrancado do fogo. A mesma verdade revela-se nas razes da intercesso de Moiss (vs. 26-29). 27. Lembra-te . . . Abrao, Isaque e Jac. Ele rogou por uma suspenso do juzo apesar da maldade e teimosia de Israel (v. 27b) e com base apenas no interesse de Deus preservar seu prprio nome entre as naes da terra. Deus j h muito tinha declarado seus soberanos propsitos de juzo redentor e identificara este programa com Sua maneira de tratar Israel e o Egito.
34 28b. No tendo podido . . . introduzi-los na terra. Se agora destrua Israel, mesmo se no violasse assim Sua aliana e cumprisse fielmente Suas promessas feitas aos patriarcas (cons. 9:14), tal procedimento estaria sujeito a m interpretao. O significado da poderosa revelao do nome de Deus no juzo e na salvao durante o xodo ficaria obscurecido e o temor dEle sena diminudo por desrespeito, o que seda mal interpretado como fraqueza.
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10:1-11. A renovao da aliana depois da idolatria de Israel no Sinai foi, portanto, devida somente graa divina. Parte da cerimnia da renovao foi a preparao das duas novas tbuas do tratado. Veja x. 34:1-4a, que possivelmente pertence cronologicamente entre 32:29 e 32:30. Do mesmo modo, Dt. 10:1a precede em tempo 9:18 e segs. e 9:25 e segs. H uma negligncia posterior de distino cronolgica dentro de 10:1-5, pois a meno da construo da arca como depsito das tbuas de pedra est interligada com a narrativa do talhamento e gravao deste segundo jogo do texto do tratado. Foi realmente depois do segundo perodo de quarenta dias que Moiss mandou Bezalel construir a arca (x. 35:30 e segs.; 36:2; 37:1) e foi, claro, algum tempo depois que Moiss colocou o testemunho dentro da arca (x. 40:20) e ento ps a arca no Tabernculo (x. 40:21). A maneira condensada e resumida de Dt. 10:1-5 reflete a exigncia encontrada nos tratados internacionais de suserania que os textos da aliana em duplicata fossem depositados no santurio de ambas as partes convencionais, a fim de que assim ficasse sob a vigilncia das divindades do juramento. No caso da aliana de Deus com Israel, s havia um santurio envolvido, uma vez que Deus, o Suserano da aliana, tambm era o Deus que tinha o Seu santurio em Israel. Sendo o propsito de 10:1-5 declarar de maneira compreensiva e geral que Deus tinha misericordiosamente reafirmado a aliana com os vassalos
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 35 rebeldes, Moiss incluiu a questo da arca como um elemento familiar e integral no processo padro da ratificao. Os versculos 6 e 7, aos quais os versculos 8 e 9 pertencem materialmente, constituem uma quebra de estilo. No temos certeza 1) se esta dissertao originou-se como uma citao lida de um itinerrio no decorrer do discurso de Moiss, 2) se ele o inseriu parenteticamente quando escreveu o Livro da Lei, ou 3) se algum como o autor de Deuteronmio 34 acrescentou-o. 6. Partiram os filhos de Israel. A viagem em vista aquela na direo sul partindo de Cades que foi registrada em Nm. 33:37 (para as devidas paradas, veja Nm. 33:30-33). Seu filho, oficiou como sacerdote em seu lugar (v. 6c). Os versculos 6, 7 so relevantes ao contexto; pois intensificam mais a graa renovadora da aliana de Deus, fazendo lembrar que o Senhor reinstituiu o sacerdcio de Aro, da tribo de Levi, e continuou-a em Eleazar, filho de Aro, apesar de Sua ha contra o pai (9: 20). 8. O Senhor separou . . . Levi. Cons. xodo 28; 29; Nm. 1:49 e segs.; 3:9 e segs.; 4:17 e segs.; 8:6 e segs.; 18:20-24. Esta seo tambm pode ser considerada como uma elaborao do assunto das tbuas da aliana (Dt. 10:8; cons. v. 5). O tema da intercesso foi concludo em 10:10, 11. 10. O Senhor me ouviu. Cons. 9:18, 19. A viagem terra prometida, a qual Israel desmerecia tanto, tinha de ser retomada por causa do respeito que Deus tinha pelo Seu prprio nome, o nome que Ele usara no juramento, pois no poderia ter jurado por algum superior (10:11; cons. x. 33: 1 e segs.). 6) Convocao Submisso. 10: 12 11:32. Israel agora confrontava-se com a grande deciso, a escolha entre a bno e a maldio, (11:26-32). Moiss reforou o chamado obedincia (10:12 e segs.; 11:1, 8, 13, 18 e segs., 32) focalizando os olhos do povo nAquele que lhe concedia a Sua aliana, o justo Juiz dos
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 36 cus e da terra (10:12-22), cujo imparcial julgamento Israel vira no passado, irresistivelmente executado no Egito e no deserto (11:1-7) e que no trituro veria soberanamente exercido sobre a terra e os habitantes de Cana (11:8-25). 12. Agora introduz a concluso de uma diviso mais importante do discurso (cons. 4:1). E o ames, e sirvas ao Senhor. A exigncia bsica e inclusiva da aliana est sendo aqui repetida (vs. 12, 13, 20; cons. 6:5, 13, 24; Mq. 6:8). Verdadeiro temor e verdadeiro amor so complementares e inseparveis. So a resposta de um corao sincero diante da majestade e bondade de Deus, respectivamente, e juntos produzem servio dedicado e obedincia a toda a boa vontade de Deus. 16. Circuncidai . . . o vosso corao. Tal devoo genuna s pode brotar de um corao que tenha experimentado a realidade desta qualificao, que estava simbolizada no sinal iniciatrio da aliana (cons. 30: 6; x. 6:12,30; Lv. 26:41; Jr. 6:10; 9:25, 26). Para inspirar o temor do Senhor, Moiss intimou Israel a consider-Lo como o Senhor do cosmos (Dt. 10:14), como Deus acima de todos os que eram chamados de deuses (v.17a), como justo Juiz (v. 17b), e como o Soberano da histria e da natureza (v. 21). Para despertar o amor para com Ele, Moiss relembrou como Deus concedera aos ancestrais de Israel o status da aliana (v. 15a), cumprira as promessas feitas aos patriarcas (vs. 15b, 21, 22) e mostrara-se o Ajudador dos desamparados (vs. 18, 19).
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11:1-7. A obrigao de amar o Senhor (v. 1) um refro conexivo em 10:12 11:32. Depois de "considerai hoje" (v. 2), vem uma observao em parntesis, que faz ver que a intimao para a deciso convencional no era para os filhos nascidos no deserto. Era, antes, para aqueles que tinham nascido no Egito e viram os grandes atos divinos de julgamento no passado (v. 7). 2. O objeto de considerar a disciplina do Senhor vosso Deus, a grandeza, etc. Israel fora disciplinado para reverenciar o Senhor como o
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 37 Juiz, com o qual tinha de travar conhecimento atravs da experincia do julgamento dos seus inimigos (vs. 2-4) e de si mesmo (vs. 5, 6). Os israelitas sabiam, portanto, que Seu juzo era todo-poderoso, de modo que os mais poderosos na terra no podiam evit-lo; e era imparcialmente justo, de modo que at o povo de Sua aliana no se atrevia a tomar liberdades com a sua eleio. 6. O que fez a Dat e a Abiro. Veja Nmeros 16, especialmente os versculos 31-33. O silncio de Moiss a respeito do rebelde Cor foi possivelmente em deferncia dos sobreviventes levitas da famlia de Cor (Nm. 26; 11). 8-17. Relativamente ao futuro de Israel, Moiss tambm aduziu motivos para a obedincia. 8,9. Para que . . . possuais a terra . . . prolongueis os dias. Em relao posse de Israel na terra de acordo com sua fidelidade aliana, veja comentrios sobre 6:1-3. Ao contrrio do Egito, com sua agricultura irrigada, Cana dependia claramente das bnos diretas de Deus para produzir fruto (vs. 11, 12; cons. 8:7 e segs.); e nesta esfera o justo juzo de Deus em relao conduta de Israel seria registrado (vs. 13-17). 13,14. Se diligentemente obedecerdes . . . darei as chuvas. A prosperidade dependeria das devidas condies ambientais pelo ano afora (cons. 12b), tendo especial importncia o incio da estao chuvosa no outono e a devida extenso das ltimas chuvas na primavera. O prprio estado da natureza serviria assim de constante e sensvel barmetro do comportamento de Israel diante do Senhor. Portanto, Israel devia se prevenir contra os perigos espirituais da abundncia material (vs, 14b,15). 16.Guardai-vos. Pois a abundncia pode se transformar em seca, fome e morte com uma simples palavra do Senhor, o Juiz imparcial e todo-poderoso sob cujo comando at a terra se abrira para engolir os israelitas Dat e Abiro (vs. 15-17 ; cons. 11:6; 6:11-15 ; 8:11-20). 18-25. Considerando que as naes, e tambm a natureza, esto sob o controle absoluto do Senhor, elas constituam outro agente no controle dos Seus vassalos israelitas.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 38 18. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso corao. Cons. 6:6-9. A fidelidade de gerao em gerao resultaria na perpetuao da posse que Israel tinha da terra prometida como os dias do cu acima da terra (v.21); isto , enquanto os cus durassem sobre a terra, ou, resumindo, para todo o sempre (cons. Sl. 72:5, 7, 17; 89:29). Atravs do mesmo sinal, a infidelidade levaria ao fim da posse. 22,23. Se . . . O sucesso no estipulado programa de conquista (vs. 23-25; cons. 7:1,2,17 e segs.; 9:1 e segs.) dependeria primeira e finalmente no da percia militar mas da submisso religiosa. O cumprimento do grande mandamento seria abenoado com a herana da terra da promessa at suas fronteiras mais distantes: do deserto da pennsula do Sinai ao sul at as montanhas do Lbano ao norte, e do Eufrates a leste at o Mediterrneo ao oeste (v.24; cons. 1:7; Gn. 15:18). 26. A bno e a maldio. Eis a a essncia e a concluso de todo o assunto (vs. 26-28). A soberania do Senhor, declarada na aliana agora renovada com Israel, podia se manifestar em bnos ou maldio (cons. caps. 28; 30:15-20). Israel devia decidir qual delas preferia. Este duplo aspecto e desafio, que Moiss colocou diante de Israel naquele dia em Moabe, ser-lhes-ia novamente apresentado por Josu do outro lado do Jordo em Cana, para que a nao tivesse o cuidado de obedecer a Deus e viver (11:29-32). A transio da liderana mosaica para a de Josu assim marcada por um ritual de renovao em dois estgios, o que exibiria a continuidade da liderana divina definitiva. Este arranjo era o equivalente das medidas tomadas nos tratados feitos com vassalos pelos suseranos humanos, a fim de garantir sucesso dinstica nos seus tronos. Vaia em Deuteronmio 27 orientao mais detalhada em relao ao segundo estgio da cerimnia a ser realizada no Monte Gerizim e no Monte Ebal (cons. Js. 8:30-35). B. Mandamentos Subsidirios. 12:1 26:19. Tendo delineado o esprito ntimo da vida teocrtica (caps. 5-11), Moiss continuou apresentando os detalhes das ordenanas e instituies
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 39 da forma externa da teocracia (caps. 12-26). Os captulos 12:1 16:17 preocupam-se primeiramente com as exigncias de consagrao cultocerimonial. A autoridade governamental e judicial o assunto em 16:18 21:23. A esfera do relacionamento mtuo dos cidados teocrticos est encampada na legislao de 22:1 25:19. As estipulaes concluem com confisses rituais do domnio do Senhor e uma declarao final da ratificao da aliana (cap. 26). 1) Consagrao Culto-Cerimonial. 12:1 16:17. O interesse central das leis desta seo era de garantir a consagrao total ao Senhor. Governando todas as exigncias do culto tributrio no dzimo (v. 14), primcias (v. 15) e ofertas de sacrifcios (v. 16), estava a lei do altar central, com a qual esta seo comea (v.12). Sinceridade na devoo ao Senhor era salvaguardada pela imposio das mais severas penalidades sobre todos os que fossem seduzidos ou se tomassem culpados de apostasia (v. 13).
Deuteronmio 12
a) Fidelidade ao Altar de Deus. 12:1-32. 1-3. Sobre a terra (v. 1; cons. 6:1) Na perspectiva proftica das estipulaes seguintes Israel j est sendo vista como de posse de sua herana. Destruireis por completo . . . e despedaareis. Esta seo se relaciona com a precedente, retomando aquela parte do mandato de conquista que exigia a obliterao das instalaes e centros de culto dos cananitas (cons. 7:5, 25; x. 23:24; 34:13). A execuo do programa de conquista como um todo poria as tribos no controle de santurios idlatras atravs de toda a terra (cons. Is. 1; 29; 57; 5; 65:7; Jr. 2:20; 3:6; 17:2; Ez. 6:13; 18:6 e segs.; Os. 4:13; 1 Reis 14:23; II Reis 16:4; 17:10); e estes apresentariam uma tentao para o sincretismo religioso (Dt. 12:29,30). Os israelitas estariam em perigo de adotarem abominaes tais como a oferta votiva dos filhos ao fogo (v. 31; cons. 18:10; Lv. 18:21; II Reis 16:3; 17:17; 21:6; 23:10; Jr. 7:31; 19:5; 32:35). Em
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 40 aditamento ao propsito punitivo da destruio dos stios de culto cananita, havia, contudo, o desgnio preventivo de proteger Israel contra o engodamento nos rituais dos cultos cananitas. O fato da lei do santurio central (Dt. 12:4 e segs. ) ser assim introduzido (vs. 2,3) e concludo (cons. vs. 29-31) com tais referncias aos cultos cananitas, mostra que um dos propsitos da centralizao do culto israelita, era tambm o de evitar a contaminao da adorao pura do Senhor com as prticas idlatras. A exigncia da centralizao tambm deve ser entendida em termos da natureza do Deuteronmio como um tratado de suserania. Tais tratados proibiam que os vassalos se ocupassem de qualquer diplomacia independente com um poder estrangeiro, outro que o do suserano da aliana. Particularmente, o vassalo no devia pagar tributo a nenhum outro senhor. Semelhantemente, todas as exigncias e proibies de Deuteronmio 13 foram calculadas para assegurarem ao Senhor todas as ofertas e sacrifcios tributados de Israel. Israel no devia pagar nenhum tributo sacrificial a outros deuses, pois tal tentativa impossvel de servir a dois senhores seria rebeldia contra o grande mandamento da aliana de Deus. Na terra prometida, a lei do altar central envolveria tanto a centralizao dos festivais de sacrifcios especiais (vs. 4-14) quanto a descentralizao das festas familiares comuns (vs. 15-28). 4-14. Em contraste com a multiplicidade de altares dos cananitas (v.4), que sacrificavam onde lhes agradasse (cons. v. 13), Israel devia ter um altar, no lugar que o Senhor vosso Deus escolher (v. 5). Esta uniformidade do santurio correspondia uniformidade do senhorio divino sobre Israel (cons. 6:4, 5). A alta crtica moderna tem erradamente defendido que o conceito do altar central ensinado em Deuteronmio (ou de acordo com alguns, apenas em Dt. 12:1-7, que considerado portanto uma interpolao posterior) contradiz outra legislao bblica (veja esp., no Livro da Aliana, x. 20:24). A exigncia deuteronmica tem sido, portanto, considerada como modificao posterior da prtica anterior,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 41 supostamente mais frouxa. O livro como um todo tem sido datado do sculo stimo A.C. e identificado como o livro da lei encontrado nos dias de Josias. Uma tentativa mais recente dos crticos tem sido a de resolver o suposto conflito de cdigos, no os colocando em seqncia cronolgica atravs dos sculos, mas designando para cada um, uma diferente fonte culto-geogrfica. Pensa-se que Deuteronmio representa o aspecto levtico, setentrional, com o santurio central em vista, localizado em Siqum. Alguns crticos tm chegado a admitir que a lei da centralizao em Deuteronmio possa representar um retorno a um ideal mais antigo, pr-monrquico, de anfictionia. Na realidade, at onde a prtica religiosa normativa est envolvida, nada h de essencialmente novo nesta lei mesmo no tempo de Moiss. Nos tempos patriarcais, quando uma sucesso de altares foi feita no decorrer das viagens dos patriarcas, havia ao que parece, apenas um altar, por famlia, um em cada dado perodo. Semelhantemente, na legislao do Sinai (x. 20:24), o lugar dos sacrifcios de Israel identifica-se com o lugar central onde Deus registrou o Seu nome (isto , revelou Sua natureza gloriosa) por meio de teofania sobrenatural especial, o lugar da habitao simblica visvel de Deus no meio do Seu povo. O Tabernculo teve sucessivamente diferentes localizaes durante as peregrinaes de Israel no deserto, mas permaneceu apenas um santurio. O que h de novo na formulao deuteronmica apenas a perspectiva de um local estacionrio para o santurio. Deuteronmio contempla uma habitao permanente de Deus em Israel. 10. E vos dar descanso. Mesmo esta nova circunstncia devia aguardar a consecuo da paz e do descanso (cons. Hb. 4:1 e segs.), uma condio que s foi inteiramente alcanada dentro do nvel tpico do V.T. nos dias de Davi e Salomo (II Sm. 7:1; I Reis 5:4). S ento Deus escolheu dentre todas as tribos a cidade de Jerusalm como o local de Sua casa (I Reis 8:16, 44, 48; 11:13, 32, 36; 14:21; II Reis 21:7; 23:27), embora primeiro tivesse registrado Seu Nome temporariamente em Sil
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 42 (Jr. 7:12; Jz. 21:19). Alm disso, a lei mosaica do altar central, embora regulando o culto sacrificial prescrito e ordinrio de Israel (Dt. 12:6,7, 11 e segs.) conforme teria de ser periodicamente realizado nos trs festivais principais, tambm reconhecia a possibilidade da ao revelatria de Deus sem o altar central e dava lugar ao culto e ao altar especialmente indicado (cons. 27:5 e segs.). A nfase recai com mais fora sobre a pureza do que sobre a unidade dos cultos. Tambm destaca-se no pensamento mosaico da comunho convencional com o Senhor a nota de alegria e vos alegrareis perante o Senhor (v. 12; cons. v. 7). Amor a Deus expresso em adorao feliz tambm encontrava o seu corolrio no amor aos irmos, especialmente em bondade para com aqueles que, como os levitas (v. 12; cons. v. 19), dependiam da generosidade, at mesmo da piedade, da congregao (cons. Nm. 18:21; 35:1 e segs.). Contrastando os arranjos do futuro com a prtica presente, Moiss declarou que mesmo sob a sua liderana os israelitas estavam fazendo o que era certo aos seus prprios olhos (Dt. 12: 8; cons. Jz. 17:6; 21:25). Aqui pelo menos esta expresso no derrogatria, mas indica simplesmente, ao que parece, que no havia necessidade ainda de fazer distino entre as festas sacrificiais (Dt. 12:4-14) e as festas familiares (vs. 15-28). 15-28. Alm de colocar as tribos israelitas em contato com os santurios pagos, a posse de Cana localizaria as tribos a uma distncia considervel do santurio central de Israel (v. 21). Se as estipulaes de 12: 4-14 deviam ser atendidas nessa nova situao, devia-se fazer uma distino entre o matar e o comer de animais apropriados para a festa sacrificial e aqueles que eram apropriados para uma refeio comum; e devia haver uma permisso para a descentralizao desta ltima. Esta nova proviso constitua urna modificao das exigncias de Lv. 17:1 e segs., que regulamentavam o consumo israelita de carne enquanto eles ainda eram um acampamento compacto volta do Tabernculo no deserto.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 43 15b. O imundo e o limpo dela comer; assim como se come o coro e o veado (cons. v. 22). Participao na festa da famlia no dependia de condio cerimonial (cons. Lv. 7:19 e segs.), e o tipo de carne permissvel inclua aquela que servia para o sacrifcio e para comer, como a carne da caa (cons. Dt. 14:5) que no era sacrificialmente aceitvel. Junto com esta permisso vinham algumas restries. Uma a familiar proibio do sangue o sangue no comers (vs. 16, 23 e segs.; cons. Lv. 17:10 e segs.; Gn. 9:4). Derramar o sangue sobre a terra Seria uma salvaguarda contra o seu derramamento como sacrifcio sobre algum altar cananita prximo, ilegalmente preservado. A centralizao, durante as peregrinaes no deserto, do sacrifcio de todos os animais passveis de serem oferecidos a Deus foi explicitamente idealizada para evitar tal tentao (cons. Lv. 17:7). 17. No poders comer o dzimo, etc. Outra clusula, ou melhor, esclarecimento da permisso do versculo 15, foi o lembrete de que todas as sagradas ofertas feitas ao Senhor deviam ser levadas ao santurio central que Deus escolhesse (veja tambm vs. 26, 27). Isto , a permisso operava dentro das exigncias positivas dos versculos 4-14 (cons. esp. vs. 6, 11). A interpolao de exortaes entre as estipulaes (por exemplo, vs. 25, 28) um dos sinais identificadores da legislao deuteronmica na qualidade de estipulaes pactuais e no um cdigo legal. 29-32. Com referncia aos versculos 29-31, veja comentrios dos versculos 1-3. 32. Nada lhe acrescentars nem diminuirs (13:1 na Bblia Heb.). Repetindo 4:2 em essncia, Moiss tornou a declarar que o nico padro verdadeiro de tica e culto divino aquele que a vontade de Deus revelou - nem mais, nem menos.
Deuteronmio 13
b) Resistncia Apostasia. 13:1-18.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 44 Nos antigos tratados de suserania requeria-se do vassalo que ele no tivesse conivncia com quem falasse mal do suserano, quer se tratasse de uma afronta ou uma conspirao. O vassalo devia transmitir o insulto ou a fomentao da revolta. Em caso de rebelio ativa, devia tomar medidas militares contra os ofensores. Mais ainda, devia manifestar fidelidade ao seu senhor em tais casos, fosse quem fosse o rebelde, um prncipe ou parente prximo. Tudo isto encontra seu correlativo formal em Deuteronmio 13. Quanto ao estilo o captulo foi moldado na forma casustica, caracterstica dos antigos cdigos legais, mas tambm de algumas estipulaes pactuais. Trs casos de rebelio contra o Senhor so examinados. Os dois primeiros se relacionam com a instigao, as partes culpadas sendo reivindicantes de terem recebido revelao com sinais (vs. 1-5) e o parente mais prximo ou amigo do vassalo (vs. 6-11). O terceiro caso se relaciona com uma cidade que foi engodada a rebelar-se contra o Senhor e culpada de estar servindo a dolos (vs. 12-18). 1-5. (Bblia Heb., vs. 2-6). 1. Profeta ou sonhador. Insinuao da instituio proftica a ser estabelecida em Israel j fora dada. A auto-revelao de Deus aos profetas seria por meio de viso e sonho (Nm. 12:5; cons. Dt. 18:15 e segs.). Mesmo se algum com impressionantes credenciais comprovando que era um canal da revelao (1b, 2a) incitasse Israel a declarar fidelidade e tributo a outros deuses (2b; cons. 3b, 5b), seu conselho devia ser desprezado (3a; cons. Gl. 1:8, 9). 2. E suceder o tal sinal ou prodgio. Ambos os termos podem se referir a um acontecimento que , em si mesmo, normal ou extraordinrio. Aqui eles se referem, ao que parece, a um acontecimento predito, no necessariamente milagroso, que se realizou. O cumprimento da predio ento proclamado como um sinal de genuna vocao e autoridade proftica. E disser (v. 2) deve ser tomado junto com quando . . . se levantar (v. 1). O padro de vida e culto de Israel era revelao de Deus atravs de Moiss, escrita ou falada; a exigncia fundamental, portanto,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 45 era fidelidade exclusiva ao senhor andareis aps o Senhor (v. 4). A fim de testar a obedincia de Israel com referncia a esta estipulao suprema, Deus permitiria que o friso profeta se apresentasse (v. 3b). E j que este ltimo aconselhada Israel a repudiar aquela exigncia, a prpria essncia da aliana (cons. 6:4, 5; x. 20:3), a penalidade mxima lhe era prescrita esse profeta . . . ser morto (v. 5). Observe as citaes do prembulo de prlogo histrico das tbuas da aliana (cons. x. 20:2). A execuo do instigador traio "eliminaria" o mal do meio de Israel, o qual, se permanecesse e se alastrasse, resultaria na eliminao de muitos em Israel (cons. Dt. 13:12 e segs. esp. v. 16; 17:12; 19:11-13; 21:18-21; 22:21-24; 24:7). 6-11. (Bblia Heb. 7-12). To eficiente como o maravilhoso sinal da serpente falante, com suas declaraes oraculares, no caso da seduo de Eva foi a coao pela qual Eva subseqentemente tentou Ado por causa do seu afeto por ela, a esposa do seu amor, a amada de sua alma. 6. Se teu irmo. . . te incitar em segredo. A sutilidade da tentao neste caso contrasta com o convite pblico do falso profeta (cons. v. l e segs.) e tornaria fcil esconder o pecado da pessoa amada fugindo responsabilidade judicial sem revelao. Mas, como no caso dos tratados internacionais, qualquer omisso em denunciar "as ms palavras" e as conspiraes rebeldes seda uma brecha na aliana de Deus. 8. No o olhars com piedade. A reivindicao da aliana amar o Senhor nosso Deus, embora rito signifique odiar os pais e os irmos, a esposa e os filhos, e at a prpria vida (cons. Lc. 14:26). Portanto, aquele que mais querido fosse ao servo da aliana, devia ser to severamente julgado quanto o falso profeta, se ele ou ela pretendesse ser desleal ao Senhor. 9. Certamente o matars. Para o procedimento judicial em vista, veja 17:7. Um benefcio importante na execuo da sentena divina seda o impacto admoestativo sobre Israel, impedindo futura apostasia (v. 11; cons. 17:13; 19: 20; 21:21).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 46 12-18. (Bblia Heb., 13-19). Se as estipulaes dos versculos precedentes no fossem vigorosamente executadas, a rebelio se espalharia do indivduo para a comunidade, uma situao que exigiria uma deciso e ao judicial ainda mais difcil do que a prescrita aqui. 13. Homens malignos (E.R.A.) e filhos de Belial (E.R.C.) so tradues de uma expresso diversamente entendida como filhos da inutilidade, ou desordem, ou maldade, ou Sheol. assim que Deus v aqueles sedutores idolatria que se colocam diante dos homens como profetas impressionantes ou parentes mais queridos. Caso houvesse o veredito de culpa (v.14), a sentena seda a aplicao do antema (v. 15 e segs.; cons. comentrios sobre 7:1-5). 15. Ferirs. . . os moradores daquela cidade. Aceitando a abominao de Cana, a cidade israelita se tomaria uma abominao; ficaria igual Jeric cananita e devia partilhar de seu destino maldito pelo fogo e pela espada. O divino Suserano, como os senhores humanos em seus tratados antigos, imps regulamentos relativamente ao despojo que viria cair nas mos dos seus vassalos em uma campanha punitiva. No presente exemplo, foi feita a incomum exigncia de que todo o despojo fosse acrescentado ao holocausto atravs do qual a cidade amaldioada se tornaria uma perfeita oferta queimada para louvor da justia e ira de Deus. 16. Monto perptuo. O hebraico tel indica um monte abandonado produzido pela acumulao de entulhos em sucessivas ocupaes de um stio. A experincia de Israel no caso de Ac (Js. 7; 8) exemplificou ambos, o perigo de violar a lei dos despojos em Dt. 13:16,17 e a fidelidade do Senhor na promessa dos versculos 17b, 18. c) Obrigaes Filiais, 14:1 15:23. Como povo do Senhor, sujeito ao seu servio e encarregado de remover do seu meio todos os devotos e santurios de dolos (caps. 12; 13), Israel era uma nao diferente. Isto devia se manifestar atravs de toda dimenso cerimonial da vida da nao. Em conexo com a morte
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 47 (14:1, 2) ou vida (vs. 3-21), a prtica cerimonial dos israelitas devia refletir sua santidade peculiar. Sua santa consagrao tambm devia ser exibida na consagrao do fruto do trabalho de suas vidas ao Senhor seu Deus (vs. 22-29 ).
Deuteronmio 14
1,2. Filhos sois do Senhor vosso Deus . . . sois povo santo. Aqui novamente a definio de x. 19:5,6 da nao teocrtica faz eco (cons. Dt. 7: 6), enriquecida agora com o conceito da filiao (cons. x. 4:22). No perodo do V.T. a nfase estava sobre Israel como servo e no filho, porque embora a nao de Israel fosse o filho e o herdeiro, ela devia ficar sob governadores at o tempo designado pelo Pai (cons. Gl. 4:1 e segs.). No vos dareis golpes. Os israelitas no deviam se mutilar como os pagos costumavam faz-lo nos rituais de luto (v, 1b; cons. Lv. 19:28; 21:5). A razo especificada que, na qualidade de povo eleito e adotado por Deus, tinham um status de santidade. E por baixo desta razo estava o fato de seu Deus ser o Senhor da vida e o Criador do homem Sua imagem. 3. Abominvel. As distines cerimoniais podem s vezes parecer arbitrrias. Tal o caso da classificao das carnes limpas e imundas nestes regulamentos dietticos. Porque, embora as explicaes higinicas sejam visveis em alguns exemplos, no o so em todos. Mas a prpria arbitrariedade dessas estipulaes fazia delas o melhor dos testes de submisso palavra soberana do Senhor e um smbolo mais distintivo da consagrao a Ele. Lembrava Israel que o homem deve viver de acordo com cada palavra que sai da boca de Deus (cons. 8:3). a palavra criativa de Deus que d a todas as coisas a sua definio e significado, e o homem deve interpretar todas as coisas na imitao da interpretao que Deus lhes d. Sob este aspecto as regras dietticas mosaicas assemelhavam-se proibio probatria do fruto da rvore do conhecimento no den ou aos arranjos para a proviso do man no deserto.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 48 4. So estes os animais que comereis. A seo repete quase verbalmente Lv. 11:2-23. Deuteronmio 14:4b, 5 suplementa a formulao levtica e desse modo reflete a origem que Deuteronmio teve no deserto. Pois o habitat dos animais de caa comestveis especificados era a regio das viagens de Israel desde o Egito at Cana, no o territrio montanhoso coberto de bosques de Cana propriamente dita. 21. Nenhum animal que morreu por si. Isto envolve uma modificao de Lv. 17:15. A prtica mencionada aqui no versculo 21b (cons. x. 23:19; 34:26) foi proibida porque era costume cerimonial dos cananitas. 22. Os dzimo de todo o fruto das tuas sementes. Um dzimo anual do produto da terra devia ser oferecido ao Senhor em reconhecimento ao fato de que a terra era dEle e porque Ele era o doador da vida e da fertilidade. Por causa de variantes entre as estipulaes deuteronmica e a anterior referentes aos dzimos (Lv. 27:30-33; Nm. 18:21-32), desenvolveu-se uma opinio entre os judeus (e tem sido aceita por muitos cristos exegetas) que Deuteronmio prescreve um segundo dzimo e, alguns diriam, at mesmo um terceiro (cons. Deut. 14:28 e segs.; 26:12-15). Deuteronmio 14 no envolve contudo, necessariamente qualquer modificao drstica na primitiva lei do dzimo. Apenas especifica um dizimo sobre a agricultura, embora mencione as primcias dos rebanhos (v. 23; cons. 12:17; 15:19 e segs.). Mas at mesmo Nmeros 18 no menciona explicitamente um dzimo animal. S Levtico 27 o faz (cons. II Cr. 31: 6). Pode-se, contudo, deduzi-lo de ambos. Nmeros 18 e Deuteronmio 14. De acordo com Nm. 18:21, "todo dzimo" era dado aos levitas. Deuteronmio 14 especifica que com exceo do terceiro e sexto anos (e do ano sabtico sem cultura tambm, claro; cons. x. 23:11), o ofertante deve usar o dzimo presumivelmente, contudo, uma pequena parte dele apenas para uma festa fraternal no santurio.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 49 23. Para que aprendas a temer ao Senhor. O propsito desta seo no tanto fazer uma declarao compreensiva da lei do dzimo para proteger o processo relativo ao dzimo de ser prostitudo com fins idlatras; isto , evitar que Israel homenageasse as divindades cananitas da fertilidade por causa de suas colheitas. A insistncia, portanto, era no sentido de que toda cerimnia religiosa associada aos dzimos fosse realizada no santurio central (12:6,11). necessrio que se leve em considerao este propsito particular destes versculos quando fizermos comparaes com os regulamentos relativos ao dzimo em outras passagens. (Sobre a razo da permisso dos vs. 24 e segs. veja 12:21.) 28. Ao fim de cada trs anos. A associao disto com a legislao sabtica de 15:1 e segs., indica que tais anos trienais (chamados em 26:12 de "ano dos dzimos") eram o terceiro e o sexto anos dentro do ciclo sabtico do Jubileu. 29. O estrangeiro, o rfo, e a viva. Uma modificao menos importante do dzimo imposto agricultura, de acordo com os interesses da caridade familiar do Senhor na classe pobre, a qual poderia surgir na estratificao social da vida em Cana, est nesta incluso de outros dependentes, alm dos levitas, para o uso do dzimo do terceiro e sexto anos. Veja Nm. 18:26-32 para a disposio desses dzimos a ser feita pelos levitas.
Deuteronmio 15
15:1-23. O fio principal da legislao precedente foi novamente retomado na lei dos primognitos em 15:19-23 (cons. 14:23). Enquanto isto, os versculos 1-18 desenvolvem o assunto do amor para com os irmos necessitados, que veio baila na exposio da maneira como dar o dzimo (14: 27 e segs.). Especificamente, estas estipulaes tratam da remisso das dvidas (vs. 1-11) e da manumisso dos escravos (vs. 1218). Um elemento adicional de continuidade encontra-se na estrutura sabtica deste programa de misericrdia (cons. 14:28).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 50 1. Ao fim de cada sete anos. Isto se refere ao ano sabtico que arrematava cada perodo de sete anos dentro do ciclo do Jubileu (cons. 14:28). A instituio do ano da remisso foi estabelecida no Livro da Aliana (x. 23:10,11) e exposta nas instrues levticas (Lv. 25:2 e segs.). 2. A remisso do Senhor. O hebraico shemitta, "remisso", vem de uma raiz significando deixar cair. Em x. 23:11 aplica-se terra no sentido de permanecer inculta. Por isso o ano da remisso "sbado de descanso solene para a terra" (Lv. 25:4). Aqui se aplica s dvidas no sentido do perdo. Muitos tm interpretado isto como uma moratria de um ano sobre a cobrana dos dbitos do credor. Contudo, o fato do stimo ano da remisso e do ano do Jubileu da liberdade pertencerem a uma s unidade simblica indica que se refere a um cancelamento permanente de dvidas. O descanso solene do Jubileu que fechava o ciclo simplesmente prosseguia com o princpio da restaurao da liberdade pessoal e o retorno imobilirio. Em cada nvel a remisso sabtica era uma renovao do livramento original que o Senhor realizou em benefcio do povo da aliana, quando este se encontrava escravizado e a reintegrao das famlias em suas heranas originais. De maneira agradvel, o sbado propriamente dito estava associado com a libertao dos necessitados realizada pelo Senhor, do povo que chorava em grilhes (cons. Dt. 5:14, 15). O livramento do stimo ano era do Senhor, embora Sua misericrdia se manifestasse pela filantropia dos Seus servos. Tinha a finalidade de renovar o smbolo teocrtico do reino de Deus periodicamente por meio de uma nova realizao da graa salvadora e restauradora do Senhor que fora to abundantemente experimentada no comeo da vida teocrtica de Israel. Ao mesmo tempo, apontava profeticamente para a ao redentora futura de Deus, antecipando o reino de misericrdia messinico em prol dos pobres e desamparados (cons. Sl. 72). Este projeto de consumao est sempre presente no simbolismo sabtico. 4. Para que entre ti no haja pobre. A necessidade de tal caridade, como se observa parenteticamente (vs. 4 -6), seria prevenida
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 51 pela ausncia de pobres em Israel, se tal fidelidade sempre fosse manifestada no que diz respeito repartio das bnos da aliana na mais rica medida. Na realidade, contudo, por causa da falta de fidelidade em Israel, os pobres sempre estiveram presentes (v. 11; cons. Mc. 14:7). 9. De sorte que os teus olhos (no) sejam malignos para com teu irmo pobre. Tais, na realidade, eram as perversas propenses do prprio povo da aliana, a ponto de precisar sei advertido pala que esta proviso septenial de misericrdia para com os pobres no se transformasse em oportunidade de opresso dos mesmos nos perodos intermedirios. A prtica da comemorao de um ano de remisso, parece a alguns, financeiramente impraticvel (um dos motivos porque alguns comentadores interpretam a remisso como uma suspenso temporria da dvida). Mas o povo da f foi convocado a reconhecer que dentro dos arranjos convencionais peculiares de Deus com a nao teocrtica, a obedincia a esta estipulao eia uma garantia de prosperidade pois por isso te abenoar o Senhor teu Deus (v. 10; cons. Lv. 25:20, 21). Que as Escrituras no recomendam este procedimento como poltica normativa fora da comunidade teocrtica de Israel no V-T- est evidente at pela clusula exclusiva em Dt. 15: 3a. O estranho (v. 3a) no , como o "forasteiro" ou "o estranho dentro das portas", um membro permanente da comunidade, mas algum que visita a comunidade temporariamente com propsitos comerciais ou coisa parecida. 12. . . . o despedirs forro. Embora dentro da estrutura dos sete anos, esta lei, divergindo de 14:28, 29 e 15:1-11, no se refere s unidades sabticas regulares dentro do ciclo do Jubileu, mas a um perodo de sete anos, comeando sempre que um individuo hebreu passasse a ser servo contratado. Esta proviso de manumisso tambm estava contida no Livro da Aliana (x. 21:2-6), e encontra um correlativo dentro da legislao levtica referente ao ano do Jubileu (Lv. 25:39-55; cons. Jr. 34: 14). Ou hebria. A incluso da mulher hebria, possivelmente implcita em x. 21:2-6 (cons. x. 21:7-11, que trata do
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 52 caso especial da serva-concubina) torna-se aqui explcita. Como no caso da remisso da dvida, tambm na remisso do escravo, os limites da aplicao aplicavam-se irmandade israelita. vista do contraste institudo entre o "irmo" e o "estrangeiro" neste contexto e da identificao do servo hebreu como irmo (Dt. 15:12), a teoria que considera o "servo hebreu" como "servo estrangeiro" deve ser considerada falsa. De acordo com esta teoria, o que x. 21:6 e Dt. 15:17 permite para o servo hebreu, Lv. 25:44-46 probe para um israelita. Mas Levtico 25 refere-se escravido compulsria e rigorosa, enquanto que a passagem que fala do servo hebreu refere-se ao servio voluntrio e concorde. A estipulao de uma manumisso do Jubileu em Lv. 25:40, 41 suplementa o direito do servo hebreu da remisso aps os sete anos como favor especial quando o Jubileu chegava antes dos seus sete anos de servios prestados. 16. Se . . . disser: No sairei. Este direito suplementar, tal como o da remisso no stimo ano, estava sujeito ao direito adicional do servo de permanecer voluntariamente por toda a vida a servio do seu amado senhor (cons. x. 21:5, 6). Na reformulao deuteronmica desta proviso, ela se torna mais liberal (15:13, 14) e citam-se vrios induzimentos obedincia (vs. 15, 18). 19-23. O assunto dos primognitos mencionado em 14:23 (cons. 12:6,17) foi retomado agora. Legislao anterior sobre o assunto encontra-se em x. 13:2, 11.16; 22:29,30; 34:19, 20; Lv. 27:26, 27; Nm. 18:15-18. O tratamento deuteronmico no exaustivo, pois tem apenas a inteno de esclarecer a importncia da lei do altar central (Dt. 12) em relao lei dos primognitos dentro das circunstncias antecipadas das tribos dispersas e expostas s perigosas influncias dos santurios cananitas locais. Assim, a nova formulao refere-se a um fato no notado na legislao anterior, isto , que o ofertante e sua famlia deviam participar da refeio sacrificial que acompanhava a apresentao dos primognitos.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 53 20. Com-lo-s, perante o Senhor. Isto foi aqui mencionado de maneira explcita a fim de destacar a exigncia de que toda festa sagrada tinha de se realizar no santurio central (12:6, 17), embora em Cana as festas comuns seriam permitidas em outros lugares (12:15 e segs.). No h uma contradio inexplicvel entre a concesso dos primognitos aos sacerdotes e suas famlias (Nm. 18:15-18) e este participar da famlia do ofertante na refeio cerimonial. Veja 14:23-27 onde h uma situao semelhante relacionada com a disposio dos dzimos. De ano em ano. A oferta anual era substituda pela oferta do oitavo dia (cons. x. 22:30) exatamente porque o comei da carne em casa eia doravante permitido (Dt. 12:21). Veja em Lv. 22:19 e segs. coment. sobre o versculo 21a; tambm Dt. 17:11. Observe novamente a preocupao em mostrai a importncia da legislao fundamental de Deuteronmio 12 quanto a este assunto particular dos primognitos (15:22, 23;cons. 12: 15, 16, 22 e segs.).
Deuteronmio 16
d) Peregrinaes Tributrias. 16:1-17. A seo que comeou em 12:1 termina com os mandamentos referentes s trs peregrinaes anuais ao santurio central: as festas da Pscoa e dos Pes Asmos (16:1.8), das Semanas (vs. 9.12) e dos Tabernculos (vs. 13-15). Relativamente legislao anterior, veja principalmente xodo 12; Levtico 23; Nmeros 28 e 29. Nossos comentrios aqui so principalmente devotados aos aspectos peculiares da formulao deuteronmica e os problemas relacionados. O esquema sabtico volta a ser apresentado (cons. Deut. 14:28 15:18), pois todo o calendrio das festas religiosas tinha um padro sabtico. Foi ainda destacada a preocupao com a maneira pela qual a projetada escolha divina de um local permanente para o santurio no meio de uma terra extensa deveria modificar a prtica cerimonial anterior. Observe o uso repetido da frmula referente ao altar central (16:2, 3, 7, 11, 15, 16).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 54 Sendo Deuteronmio um documento de renovao de aliana, pressupondo que as estipulaes anteriores ainda so vlidas, com exceo das que foram expressamente modificadas, ele condensa e omite muita coisa enquanto d uma nova nfase aos aspectos afetados pela introduo do "lugar que o Senhor teu Deus escolher". O reconhecimento disto deveria evitar muitas das alegaes da alta crtica de que h contradio entre o Deuteronmio e a restante legislao do Pentateuco. Considerado como um tratado de suserania, Dt. 16:1-17 corresponde s exigncias costumeiras de que o vassalo devia comparecer anualmente diante do suserano com o tributo estipulado. Comeando com o versculo 18 surge uma nova seo, principalmente preocupada com a administrao da justia. A Pscoa. 16:1-8. O ms de Abibe. Veja x. 12:1, 6; 34:18. A pscoa. Este termo foi usado nestes versculos dando a entender a Pscoa propriamente dita e a Festa que se lhe seguia dos Pes Asmos com a durao de sete dias (cons. v. 3. observando que o antecedente de "nela" pscoa). Conseqentemente, este sacrifcio da Pscoa devia ser tomado de ambos, o gado grande e o gado mido (v. 2), enquanto que para a Pscoa propriamente dita, indicava-se um cordeiro (x. 12:3 e segs.). Para os sacrifcios mencionados em Dt. 16:2, veja a narrativa da celebrao em II Cr. 30:22 e segs. e 35: 7 e segs., e observe aqui o uso do termo "oferta de pscoa", literalmente pscoas, com referncia ao sacrifcio de animais. 3. O po de aflio fazia lembrar as circunstncias opressivas na casa da escravido, especialmente a oposio de Fara partida de Israel, o que competiu os israelitas a tomarem providncias apressadas para a fuga. Sobre os versculos 3, 4a, veja coment. em x. 12:15, 18-20; 13:3, 6, 7; 23:15; 34:18; Lv. 23:6. Sobre o versculo 4b, veja x. 12:10; 23:18b; 34: 25b; Nm. 9:12. Sobre o versculo 8, veja x. 12:16; Lv. 23:7, 8; Nm. 28:18, 25.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 55 4. A fim de indicar a Pscoa de maneira mais especfica, Moiss a chama de a carne que sacrificares tarde. As referncias "pscoa" imediatamente depois dessa designao (vs. 5, 6) tambm devem ser tomadas evidentemente nesse sentido restrito. 7a. Cozers, e comers (E.R.A., E.R.C.). As E.R.A. e E.R.C. criam, sem necessidade, um conflito com x. 12:9, traduzindo o verbo beishal por "cozer". S a adio especfica de "com gua" ou "em panelas" que d a este verbo hebraico o significado definido de "cozer" (cons. x. 12:9; II Cr. 35:13b). Quando definido mais extensamente com "no fogo", beishal significa claramente "assar" (veja II Cr. 35: 13a). Em si mesmo ele ambguo. Esta ambigidade em Dt. 16:7 deve-se ao fato que a maneira de se preparar o sacrifcio para a refeio j fora estabelecida e no era a atual preocupao de Moiss. Ele estava, antes, procurando enfatizar que esta festa devia sei realizada no santurio central. S depois da comemorao de toda a festa, preparao e participao, que os crentes podiam se afastar do santurio para seus alojamentos. 7b. s tuas tendas. A ambigidade desta expresso (que poderia aqui se referir aos alojamentos temporrios dos peregrinos na cidade santa) tambm se atribui ao fato de Moiss estar enfatizando a idia do altar central. A preparao do sacrifcio no santurio era uma modificao da observncia da primeira Pscoa no Egito, quando o sangue foi aplicado s casas na ausncia de um culto e altar centralizados. A Festa das Semanas. 16:9-12. Sobre o assunto desta seo, veja prescries anteriores em x. 23:16; 34:22; Lv. 23:15 e segs.; Nm. 28: 26 e segs. 10a. A festa das semanas (cons. x. 34:22) tambm se chamava de "a festa da colheita" (x. 23:16) e "o dia das primcias" (Nm. 28:26). Mais tarde recebeu o nome grego de Pentecoste por causa da maneira como a sua data era calculada, isto , cinqenta dias a partir de um ponto determinado (Lv.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 56 23:16). Este ponto foi descrito aqui em termos gerais como o comeo da colheita dos cereais (Deut. 16:9). No havia necessidade de maior preciso porque a data exata j fora apresentada em Lv. 23:10 e segs. Era o segundo dia da Festa dos Pes Asmos, o dia da oferta do feixe das primcias da colheita dos cereais. Era "o dia imediato ao sbado" (Lv. 23:15), pois o primeiro dia dos Pes Asmos era um dia de descanso. Seguindo esta contagem, o Pentecoste do N.T. aconteceu em um sbado. As sete semanas entre as peregrinaes da Pscoa e da Colheita davam tempo para se terminar a colheita dos cereais. 10b. Ofertas voluntrias (cons. Nm. 29:39; Lv. 23: 38). Esta festa era cheia de alegria alegria no Senhor, que trouxera o Seu povo ao Seu fecundo paraso (Dt. 16:10c, 11; cons. 12:7, 12, 18; 16:14, 15) alegria no Senhor que os livrara da escravido (v.1 2) e assim era uma alegria que devia ser partilhada com todos os pobres dentro da famlia convencional (v. 116). A Festa dos Tabernculos ou das Cabanas. 16:13-15. Legislao paralela est em x. 23:16; 34:22; Lv. 23:33 e segs.; Nm. 29:12 e segs. 13. A festa dos tabernculos ou das cabanas tambm chamada de "festa da colheita" (no xodo). Tal como a Festa dos Pes Asmos, durava uma semana, isto , do dia quinze ao vinte e um do stimo ms. Era seguida por um oitavo dia de descanso (Lv. 23:36,39). O nome Tabernculos reflete o costume de habitarem em cabanas durante o festival, o que servia de lembrete da vida no deserto (cons. o uso dos pes asmos). O nome "colheita" indica que esta festa era o ponto alto do ano da agricultura, quando as uvas e os cereais j tinham sido colhidos. No ano da remisso, quando no havia colheita, esta festa era ocasio para significativas leituras pblicas do texto da aliana (Dt. 31:9-13). Novamente, o ponto principal aqui era o de reforar a lei do santurio central o lugar que o Senhor escolher (v.15). Aqui tambm, a alegria e o amor so os sinais da vida e culto convencional (v. 14).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 57 16,17. Cons. x. 23:17; 34: 23. Este resumo conclui com a volta de todos os olhares novamente para o santurio central (v. 16a) e coloca em destaque o carter das peregrinaes como viagens tributrias ao trono de Deus-Rei (v,16b).
17. Segundo a bno que o Senhor seu Deus lhe houver concedido.
Cons. I Co. 16: 2. 2) Justia Judicial Governamental. 16:18 21:23. Esta seo contm uma srie de estipulaes relativas ao governo teocrtico, com nfase destacada sobre o poder judicirio. Israel devia acrescentar santidade de culto, a justia poltico-judicial. Entre o governamental e o relativo ao culto havia uma unidade de autoridade mxima, desde que o Senhor era ambos, Deus e Rei, em Israel. Conseqentemente, todas as instituies teocrticas, diferentemente daquelas no estado comum, eram declaradamente religiosas, e havia uma extenso de prtica cultual, alm do santurio, dentro da administrao do governo. Alm disso, por causa de todas as leis teocrticas, morais e civis, como tambm as relativas aos cultos, estarem includas nas estipulaes da aliana do Senhor, registradas no documento da aliana, e porque o Livro da Lei era confiado aos sacerdotes no santurio central para ser guardado e explicado por eles, o sacerdcio possua a dominante voz judicial (cons. 21:5), pelo menos at o comeo da monarquia (cons. 17:9, 10). Em aditamento ao seu conhecimento da lei escrita, os sacerdotes tinham acesso, por meio do Urim e Tumim, aos vereditos divinos diretos. Isto conferia aos sacerdotes um papel mais definitivo, mesmo embora os reis viessem a ser mais importantes no processo judicial. Por toda a terra a voz oracular do Rei divino entronizado no santurio era revelada progressivamente ao profeta e por meio dele. Mas, enquanto os profetas registravam os juzos divinos no solicitados pelos vassalos e pela liderana, o sacerdote no seu desempenho judicial relacionava-se com os litgios que surgiam entre um vassalo israelita e
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 58 outro, ou com investigaes legais iniciadas dentro da comunidade israelita. a) Os Juzes e o Altar de Deus. 16:18 -17:13. 18-20. Durante as viagens no deserto, Moiss, o mediador, foi o principal juiz de Israel, enquanto os juzes auxiliares escolhidos dentre as tribos resolviam os casos de menos importncia (cons. 1:12 e segs.; x. 18:13 e segs.). Este arranjo fora agora modificado para atender s novas condies de vida em Cana. 18. Em todas as tuas cidades. Os distritos judiciais seriam, ali, as cidades e no as divises tribais e genealgicas. Os lderes naturais do concilio local de ancios provavelmente seriam os juzes e os oficiais auxiliares aqui mencionados (cons. 19:12). Nesta introduo ao assunto, a nfase recai, contudo, no na estrutura organizacional das judicaturas, mas na busca da justia na administrao da lei do Senhor no torcers a justia (vs. 19, 20; cons. x. 23:3, 6, 8). Mesmo nos cdigos e poemas picos dos vizinhos pagos de Israel, a virtude da justia nos lideres era um ideal muitas vezes reiterado. 16:21 17:1. O entrelaar-se dos processos do culto e do governo (cons. comentrios introdutrios em 16:18 21:23 acima) explica o aparecimento das proscries relativas ao culto entre os regulamentos judiciais. Estes versculos expem de maneira concreta os princpios religiosos reguladores encontrados nas trs primeiras leis do Declogo, as quais deveriam caracterizar o procedimento judicial. Primeiro, somente a autoridade do Senhor devia ser consultada (vs. 21, 22; cons. 17:8-10). Isto se expressa negativamente na proibio do recurso idlatra das decises oraculares (18:9-14). 21. Poste-dolo (Asher, RSV; bosque, E.R.C.), Asher, a deusa cananita, tinha por epteto significativo, o ttulo "Asher dos penhores, deusa dos orculos" (Keret, 201, 202). Asher e os postes-dolos eram ao que parece, smbolos associados com o procedimento judicial,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 59 especificamente no que se relacionava com o veredito oracular (cons. Pv. 16:10). Tal papel era desempenhado pelas imagens dos deuses no Egito, especialmente no Novo Reino.
Deuteronmio 17
17:1. No sacrificars . . . novilho ou ovelha em que haja imperfeio
(cons. 15:21; 21:1 e segs.; Lv. 22:17 e segs.). Segundo, o aspecto religioso do procedimento judicial devia ser caracterizado pela mesma reverncia para com o santo nome do Senhor que se exigia em todos os cultos de Israel. 17:2-7. Comeando aqui, apresentam-se regras de depoimento e julgamento. O caso particular de apostasia que foi citado (vs. 2, 3) simplesmente ilustrativo dos casos que exigiam o veredito da pena capital. Formulaes de princpios mais concretos do que abstratos um dos aspectos da legislao deuteronmica. Com referncia s estipulaes relacionadas com a apostasia propriamente dita, veja Dt. 13 (cons. x. 22:20). A escolha desta ilustrao em particular apropriada, pois sublinha a nfase contextual do senhorio exclusivo de Deus no processo judicial. 2. Transgredindo a sua aliana. A proibio de fidelidade a estranhos a proibio bsica e peridica da aliana. 3. O que eu no ordenei. A primeira pessoa nos faz lembrar que Moiss falava como porta-voz do Senhor (cons. 1:3; 7:4). O ponto central a exigncia de que a justia fosse salvaguardada atravs de uma investigao conscienciosamente perfeita (v.4; cons. 13:14) e com insistncia nas devidas evidncias (vs. 6,7; cons. 19:15). Um mnimo de duas testemunhas era exigido (veja tambm Nm. 25:30), e sua confiana em seu prprio testemunho devia se evidenciar pela responsabilidade que assumiam de desferir os primeiros golpes, certamente mortais, na execuo do condenado (cons. 13:9). Esta medida tambm evitava acusaes secretas no decorrer de contendas particulares.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 60 5. Levars . . . s tuas portas. A execuo era feita fora do acampamento (cons. Lv. 24:14; Nm. 15:36; Hb. 13:12). 8-13. Moiss perpetuou em forma modificada o sistema das judicaturas inferior e superior que havia sido institudo no Sinai (x. 18:13 e segs.). Durante as peregrinaes, ambos, Moiss, o rbitro final, e o corpo de juzes auxiliares reuniam-se nas vizinhanas do santurio para tratar de assuntos de menor importncia. Apesar de que as cortes inferiores podiam ser descentralizadas e localizadas pelas cidades de Israel (Dt. 16:18), ficou agora especificado que o tribunal superior tinha de continuar no santurio central o lugar que o Senhor teu Deus escolher (v. 8), um lembrete de que aquele que habitava no santurio era o Juiz supremo de Israel. Este arranjo foi plantado especialmente para o perodo pr-monrquico, mas poderia continuar em vigor depois que um rei subisse ao trono de Israel (cons. 14 e segs.; II Cr. 19:8 e segs.). 8a. Quando alguma coisa te for difcil demais. Qualquer tipo de caso que se comprovasse demasiadamente difcil (lit. maravilhoso demais; cons. J 42:3) para a corte local, podia ser colocado sob a jurisdio da corte no santurio central (cons. 19:16-18). Esta ltima, contudo, no era uma corte de apelao. 9. Aos . . . sacerdotes, e ao juiz. A judicatura central consistia de uma pluralidade de ambos, sacerdotes e juzes (19:17), mas cada um destes grupos tinha um chefe individual, a saber, o sumo sacerdote (cons. 17:12) e o "juiz principal". A formulao no bastante especfica para determinar desta ordenana a diviso exata de responsabilidades entre o sacerdote e o juiz (cons. II Cr. 19:11). Aparentemente, os vereditos tinham de ser anunciados ou pelo sacerdote ou pelo juiz (Dt. 17:12). 12. O homem . . . que . . . no dando ouvidos. . . morrer. Uma vez que a deciso era em qualquer dos casos transmitida pelo representante do Senhor, qualquer negligncia em obedecer era rebeldia contra ele e tornava o ofensor sujeito pena de morte. Na verdade, esses representantes do Senhor, na qualidade de agentes oficiais da Sua justia, eram denominados elohim. "deuses" em x. 21: 6; 22: 8,28 (nesta
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 61 ltima, observe o paralelismo com "prncipe do teu povo"). Sobre Dt. 17:13, veja 13:11. b) Os Reis e a Aliana de Deus. 17:14-20. Tal como a lei do santurio fixo, esta lei no considera o futuro imediato mas um outro bem mais distante. Embora o estabelecimento de uma monarquia fosse apresentada no como um imperativo, mas como uma permisso, o que basta para provar que numa monarquia como esta no era obrigatrio que fosse antittica ao princpio do governo teocrtico (cons. Gn. 17: 6, 16; 35:11; 49:10). Tudo dependia do tipo de monarquia que emergisse. Se o rei se conformasse ao esprito da presente proviso, governando sob a liderana do Senhor e atravs das leis da aliana, ele na verdade enriqueceria a prefigurao simblica do V.T. do reino messinico. Foi a indiferena de Israel, quanto aos requisitos religiosos de um rei teocrtico, a responsvel pela oposio de Samuel diante do pedido de um rei (cons. I Sm. 8:4 e segs.). digno de nota que nos tratados de suserania secular, exercia-se uma semelhante superviso sobre a escolha de um rei por parte dos vassalos. O ponto principal desta passagem, a qual estabelece os fundamentos legal-convencionais para a posterior monarquia, que mesmo quando o reino dinstico tivesse substitudo o juizado carismtico, os reis tambm teriam de sujeitar suas vidas e reinos, e particularmente suas atividades judiciais, aliana de Deus (vs. 18-20). A supremacia judicial pertencia ao Senhor, cuja lei estava sob a guarda dos sacerdotes (v. 18; cons. 11). 15. Aquele que o Senhor teu Deus escolher. A escolha divina de um rei que se assentasse no trono do Senhor (cons. I Cr. 29:23) era revelada atravs de um profeta (cons. l Sm. 10:24; 16:12 e segs.). De entre os teus irmos. Tinha de ser um servo da aliana como todos. Em relao a isto o rei seria como o seu anti-tipo messinico. As restries dos versculos 16, 17 refletem as condies das cortes reais das naes volta de Israel. Em algumas delas, o rei era um deus; em Israel, Deus era Rei (cons. x. 15:18;19:5,6; Dt. 33:5; Jz. 8:23).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 62 16b. Sobre isso, veja x. 13:17; 14:13; Dt. 28:68. No deserto, os israelitas sentiam saudades dos produtos da agricultura egpcia (Nm. 11:5, 18, 20; 14:4). Confrontados com imprios nos quais os cavalos eram uma fonte de poder econmico e militar, eles desejariam, ardentemente os famosos cavalos e carruagens de Fara (cons. Is. 30:2; I Reis 10:28,29), esquecendo-se da importncia de sua eleio e seu livramento da escravido do Egito. Com referncia violao salomnica destas restries, veja I Reis 10:26 e segs.; 11:1 e segs. 18. Um traslado desta lei. Uma cpia do tratado de suserania era entregue a cada rei vassalo. A cpia do Senhor, aqui considerada o original e padro, ficou depositada no santurio central (31:9). Com referncia aos versculos 19, 20, cons. 31:12, 13. Davi manifestou sua conformidade de esprito com esta lei convencional do reino atravs de seus salmos (veja Sl. 1) e colocando o seu trono perto do santurio central, no lugar que Deus tinha escolhido.
Deuteronmio 18
c) Sacerdotes e Profetas. 18:1-22. Israel recebeu a responsabilidade de sustentar os ministros do sacerdcio de Deus cujas obrigaes administrativas foram citadas nos contextos precedente e seguinte (vs. 1-8). Depois Moiss ordenou a eliminao de todos os falsos pretendentes oraculares, incluindo o falso profeta (vs. 9-22). Com relao a isto, ele apresentou a instituio dos verdadeiros profetas (v.15 e segs.), relevando o tratamento que se devia aos lderes teocrticos (juiz, 16:8; rei, 17:14 e segs.; sacerdote e levita, 18:1 e segs.), o que foi apropriadamente incorporado a esta seo sobre a legislao que trata da administrao oficial da justia na vida teocrtica. 1. Os sacerdotes levitas. Deuteronmio usa esta designao sete vezes, e sete vezes simplesmente "sacerdote(s)". E toda a tribo de Levi. O e interpretativo, uma vez que no hebraico a construo de simples aposio. Esta interpretao gramaticalmente aceitvel (cons. 17:1) e consistente com o restante das Escrituras, pois de acordo com ela todos
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 63 os sacerdotes eram descendentes de Levi, mas apenas os levitas araonitas eram sacerdotes. A traduo da E.R.C., insinua em Deuteronmio a opinio de que todos os levitas eram sacerdotes, criando conseqentemente um conflito entre ele e outra legislao bblica. Deuteronmio mesmo transmite uma imagem inteiramente diferente de cada grupo: os sacerdotes so os ministros do altar no santurio central, que desfrutam de uma posio de honra e autoridade supremas; os levitas so em toda parte subordinados funcionais e socialmente dependentes. Sacerdotes e levitas partilhavam da comisso de instruir Israel na Lei (33:1a; Lv. 10:11; II Cr. 15:3; 17:8, 9; 30:22; 35:3). 1a. No tero parte nem herana. Isto , eles no teriam um territrio tubal unificado (cons, 10:9; 12:12; 14:27, 29), Na qualidade de formulaes compactas servindo aos propsitos da renovao do tratado, as estipulaes deuteronmicas assumem a validade dos regulamentos mais minuciosos dados anteriormente, a no ser que, claro, elas os modifiquem expressamente. Desse modo, aqui, os versculos 1b,2 fazem aluso legislao igual de Nm. 18:20 e segs.; Lv. 2:3; 7:6-10, 28 e segs. 2. O Senhor a sua herana. O Senhor escolheu os levitas na qualidade de oferta de consagrao dos primognitos de Israel (v. 5; cons. Nm. 3:5-13) e ento deu-se a Si mesmo como poro deles. Este ltimo fato foi expresso em sua participao nas ofertas de Israel para Ele. O arranjo era simblico da grande verdade testamentria de que o Senhor era o Deus de Israel e Israel era o povo do Senhor. 3. O direito devido aos sacerdotes. H uma dvida se este versculo define melhor as ofertas queimadas e a herana (por exemplo, primcias, dzimos) dos versculos 1, 2, ou se indica certas pores adicionais. No primeiro caso, h uma modificao de lei anterior, pois as partes especficas designadas para os sacerdotes no so aquelas detalhadas em Lv. 7:29 e segs. Se isto for correto, uma explicao da modificao da primitiva exigncia da espdua direita pode muito bem ser esta: a espdua direita era a poro dada aos sacerdotes cananitas
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 64 conforme ficou comprovado pelo descobrimento de um poo ligado a um templo cananita e cheio com ossos da espdua direita. Aceitando que o versculo 3 seja uma adio legislao anterior, alguns tm defendido que a referncia no foi feita ao sacrifcio, mas aos animais mortos em casa (cons, a terminologia em Dt. 12:15, 21). Tal proviso prevenida a seria diminuio dos rendimentos dos sacerdotes, que de outro modo resultaria se esta considervel parte do animal fosse removida da categoria do sacrifcio. Outra e mais sustentvel explicao de 18:3 interpretada como proviso adicional que ela se refere no s ofertas pacificas propriamente ditas, mas a certas outras refeies sagradas comidas no santurio; generalizadamente festivas, ou, como o presente contexto poderia sugerir, associadas com processos judiciais. No versculo 4, o velo suplementa as exigncias anteriores (cons. Nm. 18:12). 6. Quando vier um levita de alguma das tuas cidades. As cidades dos sacerdotes ficavam perto de Jerusalm, mas as dos levitas ficavam muito longe (via Js, 21). Os versculos 6-8 garantiam os direitos de todos os levitas contra qualquer tendncia restritiva de interesses sacerdotais de direito no santurio central. A caridade para com os levitas exigida de Israel em geral era tambm exigida dos sacerdotes. 9-22. Se Israel quisesse mais detalhadas revelaes da vontade do Senhor, alm daquela expressamente registrada na Lei de Moiss, o recurso do Urim e do Tumim estava disposio dos seus sacerdotes. Alm disso, a iniciativa da revelao ficava com Deus, que levantaria profetas e falaria atravs deles (v. 18). Os israelitas deviam se satisfazer com essa revelao e submeter-se a ela (vs. 15-19), Se eles tratassem Moiss e os profetas de maneira inadequada, ento nem a voz dos mortos valeria. Segundo se dedara, as fontes oraculares, tais como as que floresciam entre os cananitas, deviam ser evitadas (w.9-14). E um profeta presunoso, falando como se falasse do Senhor, alis, todo falso profeta tinir de ser exterminado (vs. 20-22 ). 9. No aprenders a fazer conforme as abominaes. Todas as supersties ocultas adivinhao, feitiaria, espiritismo (vs. 10,11)
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 65 eram abominaes (vs. 9, 12) diante do Senhor e merecedoras de antema (cons. comentrios sobre 7:1 e segs.). A magia pag identificava-se com a religio pag, e portanto a sua prtica seria rebelio contra as exigncias da aliana do Senhor no tocante lealdade de Israel perfeito sers (v. 13). 15. Um profeta do meio de ti . . . semelhante a mim. Esta figura de profeta, como certas outras no V.T. (por exemplo, a semente da mulher, o filho de Davi, o servo do Senhor, o filho do homem) tem dois significados, um associativo e outro individual. O sentido coletivo (isto , toda a instituio das profecias do V.T.) est claramente condicionado, pois o problema de distinguir o verdadeiro e o falso profeta est indicado nesta conexo (vs. 20-22), e este "profeta" est apresentado como o correlativo legtimo da instituio oracular em Cana (vs. 9-14). Alm disso, dentro da estrutura do Deuteronmio, esta a seo que trata com os diversos ofcios teocrticos, e o oficio proftico no est em qualquer outra parte formalmente institudo (cons. Lc. 11:50, 51). Ao mesmo tempo, esta passagem foi interpretada por Jesus e os apstolos como indicativa do Messias (veja especialmente Atos 3:22, 23; cons. Jo. 5:43; 12:48,49; Mt. 17:5). Jesus era o profeta antitpico do qual a instituio proftica do V.T. foi uma sombra. O ofcio de profeta foi uma funo mediadora e como tal, numa certa extenso, o prolongamento do oficio mediatorial de Moiss semelhante a mim (cons. Nm. 12:6,7). Foi dado a Israel em resposta ao pedido feito no Horebe, quando pediram um mediador da revelao divina (Dt. 18:16 e segs/ cons. 5:23 e segs.).
20a.O profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome.
Esse tal seria uma ameaa mais sutil do que o adivinho cananita ou o israelita sonhador de sonhos, comprovados com sinais, que atraam a outros deuses (v. 20b; 13:1 e segs.). E ele devia receber o mesmo tratamento dos outros (v. 20c; cons. v.12; 13: 5). Identific-lo era mais difcil (v. 21), mas ele devia ser denunciado pelo fracasso de suas predies averiguveis (v. 22).
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Deuteronmio 19
d) Garantias da Justia. 19:1-21. O tema da justia judicial continua com estipulaes calculadas para garantir um julgamento justo e um veredito verdadeiro. Fornecia-se asilo para o homicida para que a ira do vingador no impossibilitasse um julgamento sbrio (vs. 1-13). Falsificar evidncias era proibido (v. 14). Exigia-se testemunho adequado e honesto (vs. 15-21). Estas medidas serviam justia protegendo o inocente, mas a justia tambm devia ser satisfeita com o castigo incompassvel do culpado (vs. 11-13, 19-21) Asilo Judicial. 19:1-13. 2, 3. Trs cidades separars . . . para que nelas se acolha todo homicida. Aqui est se falando da terra a oeste do Jordo, pois, conforme ficou declarado na concluso do prlogo histrico (4:41-43), Moiss j tinha designado as trs cidades de refgio a leste do Jordo. O papel de Josu ao completar esta nomeao das cidades de refgio um sinal da unidade funcional e dinstica de Josu com Moiss (cons. Js. 20). 6. Uma das funes do parente-remidor era a de ser o vingador do sangue (Gn. 4:10 e segs.). Esta instituio no era necessariamente o sinal de uma sociedade eticamente primitiva; antes, era um sinal de uma forma de governo menos complexa e menos centralizada. Teoricamente, o vingador devia agir sem paixo, em nome da justia. Contudo, por causa da possibilidade dele agir por mera paixo, sua tarefa, embora continuasse em vigor, era sabiamente controlada no novo governo de Israel mais centralizado, estabelecido em Deuteronmio. O controle foi feito por meio do uso e da expanso da instituio do asilo primitivamente associado com o altar (cons. Gn. 4:15; x. 21:14b). A origem disso se encontra no livro da Aliana do Sinai (x. 21:1214), e foi mais claramente exposto em Nm. 35:9-34. Certas mincias foram acrescentadas em Deuteronmio 19 (cons. 3a, 8, 9 e 12), particularmente com referncia ao futuro desenvolvimento de Israel em
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 67 Cana. Em Nmeros, o termo "cidades de refgio" se aplica a estas cidades, que forneciam proteo ao homicida fugitivo que no fosse acusado de homicdio premeditado (vs. 4, 5). Exatamente como a separao geogrfica das tribos em relao ao altar central em Cana exigia uma descentralizao do sacrifcio de animais (12, 15 e segs.), tambm exigiu uma descentralizao do asilo. O fato das cidades de refgio serem cidades dos levitas (cons. Js. 20: 7 e segs. e 21:1 e segs.) indica, contudo, que, diferindo do sacrifcio de animais realizado parte do altar central, a descentralizao do asilo no perdeu seu carter cerimonialmente sagrado. Observe, tambm, a integrao desta proviso na vida do sumo sacerdote (Nm. 35:25). As cidades de refgio eram, ento, extenses do altar como lugar de asilo. Tudo isto contribui ainda mais para enfatizar esta parte das leis sobre a importncia judicial do sacerdcio e do altar central. Considerando que o altar era o lugar da habitao do Senhor, pode-se ver nestas leis do asilo o equivalente deuteronmico das estipulaes de extradio que se destacam preeminentemente nos tratados internacionais de suserania. 9. Ento acrescentars outras trs cidades. Moiss olhava alm para o futuro prximo e para a seleo das trs cidades ocidentais em um futuro ms remoto, quando a expanso de Israel - de acordo com a promessa divina (1:7; 11:24; 12:20) daria lugar necessidade de nove, em lugar de seis cidades de refgio. No temos notcia histrica da obedincia a esta ordem. 12a. Os ancios da sua cidade. Estes representantes da autoridade local tinham a responsabilidade do sangue inocente derramado em sua vizinhana (veja tambm 21:3 e segs.), e receberam por isso uma tarefa na satisfao do clamor desse sangue a fim de que a justia fosse feita (cons. v. 13), mas sem revogao do antigo direito do vingador individual (12b). O julgamento propriamente dito era realizado diante da "congregao" (Nm. 35:12, 24), isto , publicamente, mas se na localidade do homicdio ou na cidade de refgio, no ficou esclarecido.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 68 Josu 20:4 (cons. v. 6) menciona um julgamento, pelo menos provisrio, que seria realizado na cidade de refgio. A Lei dos Limites. 19:14. Este versculo trata daquilo que efetivamente, era a violao do nono mandamento, como tambm os versculos 16-21. Os marcos do teu prximo. O valor dos marcos delimitatrios como provas nos litgios envolvendo propriedade visvel. Sua inviolabilidade era protegida por severas sanes nos diversos antigos cdigos legais, e por meio de maldies contra os molestadores inscritos nos prprios marcos (cons. 27:17). Pedras de diversos ps de altura (kudurru, em acadiano) marcavam os limites das propriedades reais. O fato da herana de Israel e de cada israelita individualmente constituir uma garantia real do seu divino Rei, aumentaria a culpa de qualquer um que alterasse os limites, que seriam estabelecidos pelas primeiras geraes depois da conquista que os antigos fixaram. A Lei das Testemunhas. 19:15-21. 15. Pelo depoimento de duas ou trs testemunhas. Este versculo estipula como princpio geral de administrao, nos casos criminais, a lei das testemunhas que j fora anteriormente enunciada com referncia aos casos capitais (17:6; Nm. 35:30). Deuteronmio 19:16-21 trata do testemunho perjuro, isto , da violao do nono mandamento na corte (veja 5:20; x. 20:16; 23:1). 16. Testemunha falsa. Assim foi designada em vista do resultado; mas do ponto de vista dos juzes locais no est claro quem o mentiroso, se ela ou a defesa. Exatamente por causa desta dificuldade o caso devia ser submetido corte central (cons. 17: 8-13). 18. Indagaro bem (cons. 13: 14; 17: 4). No devia se recorrer a provas penosas, conforme usava-se fazer em tais casos, como na prtica legal entre os vizinhos de Israel.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 69 21. Vida por vida. A penalidade do perjrio, contudo, devia ser estabelecida de acordo com a lex talionis (x. 21:23 e segs.; Lv. 24:17 e segs.), que era quase universalmente seguida. Este principio no era licena para a vingana mas uma garantia de justia. Observe novamente o destaque do julgamento do sacerdote (Dt. 19:17).
Deuteronmio 20
e) Julgamento das Naes. 20:1-20. Justia teocrtica devia ser exercida na realizao da guerra alm das fronteiras de Israel como tambm na administrao da lei criminal dentro da terra. Aqui, novamente, aparece uma hegemonia do sacerdote e do culto no processo judicial (v. 2 e segs.). Exatamente como as cidades de refgio eram uma extenso do aspecto protetor do altar atravs de toda a terra (cons. 19:1 e segs.), assim tambm uma campanha militar consagrada contra o inimigo estrangeiro era o juzo justo e santo do santurio ou melhor, do Senhor em toda a terra (vs. 1b, 4,13a). Enquanto todas as operaes militares dos israelitas sancionadas pelo Senhor eram juzos teocrticos, e o adversrio sempre assumia o carter de adversrio do reino de Deus, fazia-se uma distino entre as guerras travadas contra as naes cananitas e aquelas contra naes muito distantes (v. 15 e segs.). O mandato prospectivo de Deut. 7 concentrava-se no primeiro caso; as presentes estipulaes centralizavam-se no ltimo. Nos tratados de suserania extra-bblicos, tambm, as atividades militares dos vassalos e sua participao nos despi os eram cuidadosamente regulados e o suserano prometia apoio se necessrio. 1. Pois o Senhor teu Deus . . . est contigo. A lembrana das faanhas todo-poderosas de Deus no estabelecimento da teocracia e a reafirmao da Sua presena no meio do Seu povo, mesmo quando se tratava das guerras do Senhor, deviam confirmar a f dos israelitas quando enfrentassem exrcitos maiores e tecnologia militar. Quanto aos cavalos e aos carros, que Israel cantasse novamente a Cano do Mar:
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 70 "O Senhor homem de guerra . . . Lanou no mar os carros de Fara e o seu exrcito . . . precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro ... O Senhor reinar por todo o sempre" (x. 15: 3a, 4a, 216, 18). 2. O sacerdote se adiantar, e falar. No mundo antigo, sacerdotes e intrpretes de augrios eram membros regulares da equipe militar (cons. Nm. 10:8, 9; 31:6; 1 Sm. 7:9 e segs.). A funo do sacerdote israelita no era anloga a de um capelo militar moderno. Ele antes representava o santurio em cujo nome o exrcito israelita avanava; ele consagrava a batalha glria do Senhor dos exrcitos e ao Seu reino convencional. Com referncia ao versculo 4, veja 23:14; I Sm. 14:18; II Sm. 11:11. A situao analisada nos versculos 5-9 aquela dos primeiros tempos em Cana, antes que houvesse um exrcito regular com mercenrios estrangeiros fazendo o papel de um corpo de elite. 5. Os oficiais. A milcia das tribos devia ser recrutada pelos oficiais das tribos (cons. 1:15). Shamshi-Adade, o assrio, em sua correspondncia milita, ordenou queles que estavam encarregados do recrutamento: "O comandante cujas tropas no se apresentarem na ntegra e que deixar um homem para trs incorrer no desfavor do rei" (Mari,1, 6:18 e segs.). Considerando, contudo, que nas guerras do Senhor, a vitria vinha no pelo poder do exrcito israelita, o recrutamento era feito to livre de compulso que apenas a conscincia fortalecida pela f no Senhor como o Doador da vitria (v. 4) competia ao alistamento. (Para averiguar exemplo histrico surpreendente deste princpio, veja Jz. 7:2, 3). 8. Para que o corao de seus irmos se no derreta. Os poemas picos homricos descrevem tropas desmoralizadas chorando como bezerros e gritando como crianas com saudades de casa. Tal comportamento no exrcito israelita desgraaria o nome do Senhor diante dos pagos. Os tipos que deviam ficar de fora evidentemente no eram inslitos em Israel (cons. o poema sumeriano, "Gilgamesh and the Land of the Living", 49 e segs.; O Poema Ugarita, Keret, 101 e segs.).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 71 Jesus insistia (Lc. 14 18 e segs.) que tais desculpas usadas para iseno do servio militar no deviam afastar um homem da pronta aceitao do Seu convite salvao. (A respeito do v.6, cons. Lv. 19:23 e segs.; sobre o v. 7, cons. 24: 5). 10. Oferecer-lhe-s a paz. Tal oferta foi expressamente proibida no conflito com as cidades de Cana (7: 2 e segs.). A identificao do reino de Deus com o reino terrestre de Israel produziu, no V.T., uma antecipao do juzo final que sobrevir queles que permanecerem de fora do reino redentor de Cristo. Este juzo do V.T., contudo, no podia ser executado universalmente. Pois ento a dispensao da graa para os gentios teria terminado prematuramente, e a promessa de que Israel seria uma bno a todas as naes atravs do Messias (Gn. 12: 3) teria sido nulificada. Por isso, a tipologia do juzo final foi estritamente aplicada, unicamente, nas guerras contra as naes dentro das fronteiras reclamadas por Deus para o Seu reino tpico (Dt. 20:16-18; cons. 7:2 e segs.). 15. As cidades . . . mui longe de ti. Alm dessas fronteiras a tipologia do juzo era abrandada pelos princpios que governam o relacionamento costumeiro das naes em geral (vs. 10-15), ainda que no de modo a se perder o significado religioso do encontro de uma nao antiga com o Reino do Israel de Deus. Conseqentemente, na oferta de paz de Israel (v. 10) e na submisso da cidade gentia como tributrio convencional do Senhor (v. 11) est gravada a imagem da misso salvadora do povo de Deus neste mundo (cons. Zc. 9: 7b, 10b). O julgamento daqueles que se recusam a fazer a paz com Deus atravs de Cristo era exibido no cerco, na conquista e no castigo da cidade insubmissa (Dt. 20:13), ainda que, conforme observado acima, isto no importava em estrita aplicao do herem (interdito), nem era tambm to severo quanto o tratamento costumeiro nas guerras da antiguidade (vs. 14, 19, 20).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 72 19b. O arvoredo a vida do homem. Estas palavras, colocadas em parntesis na E.R.C., so obscuras; mas a E.R.C. parece traduzir o final do versculo de maneira mais acertada do que a E.R.A.
Deuteronmio 21
f) Autoridade do Santurio e do Lar. 21:1-23. Este capitulo conclui os mandamentos relacionados com a autoridade governamental. Considerando que toda esta autoridade uma extenso da autoridade do chefe da famlia individual (veja o quinto mandamento), estas estipulaes finais sobre este assunto preocupam-se apropriadamente do exerccio da autoridade dentro do lar. H sanes impostas para reforo desta autoridade (vs, 18-21), e h regulamentos para garantir um justo exerccio dela (vs. 10-17). Os versculos introdutrios prescrevem procedimento judicial nos casos em que a justia penal no possa ser satisfeita, tendo em vista que a identidade do ofensor no conhecida (w. 1-9). As provises so tais que demonstram alm disso a orientao de todo o governo teocrtico do santurio. Semelhantemente, a estipulao final insiste que seja respeitada a lei culto-cerimonial na administrao da lei criminal (vs. 22, 23). O altar teocrtico e a corte teocrtica eram duas manifestaes da justia do Rei teocrtico, o Santo que escolheu um lugar de habitao em Israel. Responsabilidade Comunitria Conjunta 21:1-9. Os membros das judicaturas locais (veja 16:18) deviam determinar qual a cidade que devia assumir a responsabilidade. 3. Da cidade mais prxima. Este princpio da responsabilidade comunitria conjunta no caso de criminosos no identificados tambm aparece no Cdigo de Hamurabi. As leis 23 e 24 desse Cdigo exigem que a cidade mais prxima faa a restituio no caso de roubo e que compense com uma mina de prata a famlia da pessoa assassinada. Os ancios da cidade (cons. 19:12), como os representantes de toda a
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 73 populao, deviam orientar a execuo cerimonial (3b, 4). Este ritual devia ser executado sob a jurisdio dos sacerdotes (5a). 5b. Por sua palavra, decidirem toda demanda e todo caso de violncia (cons, 17: 8, 10). Aqui est uma afirmao clara da autoridade judicial mxima de que estava investido o sacerdcio. A funo dos sacerdotes no caso sob exame era puramente judicial, pois o sacrifcio da novilha (v. 4b) no seria um sacrifcio cultural, mas uma execuo judicial. Que no era um sacrifcio no altar est evidente pelo medo da execuo (cons. x. 13:13). Considerando que era apenas uma execuo cerimonial, ficando a novilha como substituto do homicida desconhecido, no havia verdadeira satisfao de justia. 9. Assim eliminars a culpa . . . do meio de ti. O atual servia para preservar o status cerimonial daqueles que estavam envolvidos na qualidade de membros convencionais sacramentalmente qualificados (vs. 8, 9). Fazendo assim, prefigurava profeticamente (como um sacrifcio no altar) a execuo vicria do Messinico Servo do Senhor pela culpa de sangue do Seu povo. No s os homens, mas tambm a terra manchada de sangue participava dessa profanao simblica; e sua profanao tambm era, figuradamente, purificada atravs do ritual judicial (cons. Nm. 35:33). Nisto havia um lembrete de que a perfeita justia devia finalmente permear todo o reino de Deus. Outro subproduto dessa exigncia ritual seria a preservao da paz atravs da eliminao de possveis mal-entendidos que pudessem inflamar uma luta entre as cidades, se o parente vingador do morto sasse precipitadamente no cumprimento de seu papel de vingador. Limites da Autoridade de um Marido. 21:10-14. Esta primeira das trs estipulaes relacionadas com a autoridade do chefe da casa (cons. vs. 15-21) trata dos limites da autoridade do marido sobre a esposa. O caso de uma mulher cativa (vs. 10, 11; cons. 20:14; contraste com 7:3) foi usado como exemplo para o estabelecimento dos direitos da esposa, talvez porque o princpio poderia
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 74 obviamente se aplicar a fortiori ao caso de uma esposa israelita. Sobre os atos de purificao dos versculos 12b, 13a, os quais significavam a remoo do status de escravo, compare com Lv. 14:8 ; Nm. 8:7. Sobre o luto de um ms, veja Nm. 20:29 e Dt. 34:8. Este perodo daria lugar serenidade interior necessria para o comeo de uma nova vida, como tambm para a expresso apropriada da piedade filial. 14. De nenhuma sorte a venders. Uma esposa no devia ser reduzida condio de escrava, nem mesmo a esposa que foi tirada da condio de escrava. Embora esta ilustrao da esposa prisioneira seja peculiar ao Deuteronmio, o mesmo princpio est expresso no Livro da Aliana, onde o caso da serva israelita foi apresentado (x. 21:7-11). Deix-la-s ir sua prpria vontade. A interrupo do relacionamento conjugal, s foi mencionado aqui, em relao declarao do principio mais importante de que a autoridade do homem no se estendia ao direito de reduzir sua esposa condio de escrava. A dissoluo do casamento teria de ser realizada de acordo com as leis do divrcio da teocracia (cons. Dt. 24:1-4). O divrcio no era obrigatrio, mas concedia-se a liberdade no caso do homem tomar a deciso de se divorciar de sua esposa, de acordo com a permisso dada por Moiss, por causa da dureza dos seus coraes (cons. Mt. 19:8). Limites da Autoridade Paterna. 21:15-17. Esta estipulao circunscrevia a autoridade do pai sobre seus filhos, especificamente no que dizia respeito aos direitos de primogenitura. Esta ilustrao particular envolve outra situao da economia mosaica que era simplesmente tolerada, isto , a poligamia. Onde a poligamia era praticada, o problema citado (v. 15) teria sido comum (cons. Gn. 29:20 e segs.; I Sm. 1:4 e segs.). 17c. O direito da primogenitura dele. O direito da primogenitura inclua uma herana de propriedades em dobro do que era concedido aos outros filhos. O princpio aqui reforado que a autoridade paterna no absoluta. A mera preferncia pessoal do pai no
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 75 justifica desprezo dos direitos costumeiros, divinamente sancionados, daqueles que se encontravam sob sua autoridade paterna. Julgamento do Filho Rebelde. 21:18-21. Se o abuso da autoridade produzia tirania, o desrespeito pela devida autoridade produziria anarquia, a prpria contradio da ordem da aliana como uma manifestao do senhorio divino. A autoridade paterna, em particular, fora ordenada por Deus para representar a autoridade divina e para sei a pedia de esquina de todo o governo humano e ordem social. Portanto, enquanto era necessrio proteger-se aqueles que se encontravam sob a autoridade do chefe da casa para que no houvesse abuso arbitrrio de sua autoridade (vs. 10-17), tambm era necessrio fortalecer essa autoridade contra o esprito da anarquia em uma gerao de Belial (v. 20). Est reforado aqui atravs das sanes mximas da lei teocrtica (v. 21; x. 21:15, 17; Lv. 20:9; Dt. 27:16). 18. Ainda castigado. O castigo devia ser o limite da aplicao das sanes judiciais pelos prprios pais. Alm disso, o processo judicial devia sei dirigido pelos ancios porta da cidade (v. 19), isto , pela judicatura teocrtica local (cons. 16:18 e segs.). Disposio do Cadver de um Criminoso. 21:22, 23. A lei precedente provinha da autoridade paterna para a autoridade oficial judicial e prescrevia a pena de morte. O presente caso avana no processo judicial um passo alm da execuo, para a exposio do corpo como uma advertncia, proclamao pblica da satisfao da justia. O principio exemplificado que toda administrao da lei teocrtica devia operar servio da religio da aliana. 23. O que foi pendurado no maleiro maldito de Deus. O condenado teria sido culpado de ofensas declaradas malditas pelas sanes da aliana. Tendo sido executado, visivelmente estaria personificando a ira de Deus que foi derramada. Como carcaa humana exposta s aves e s feras (cons. II Sm. 21:10), o homem pendurado no
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 76 madeiro seria uma expresso da consumao da maldio divina sobre a raa decada (cons. por exemplo, Ap. 19:17 e segs.). Nesta concluso da srie de estipulaes em que Deus exige uma justia judicial perfeita e a satisfao de cada reivindicao da justia, se necessrio atravs de um sofredor vicrio, o crente do Novo Testamento lembra-se dAquele que foi maldito de Deus para redimir o Seu povo da maldio inexorvel da lei (Gl. 3:13). 3) Santidade da Ordem Divina. 22:1 25:19. O amor a Deus exige reverncia pelas ordenanas divinas nos diversos nveis da criao e nas diversas esferas das atividades humanas. O servo da aliana devia respeitar a santidade da ordem da natureza (22: 5-12), do casamento (22:13-30; Bblia Heb. 23:1) e do reino teocrtico (23:1; [Bblia Heb. 23:2]; 25:12). Com exceo parcial da ordem natural, o setor em vista do relacionamento mtuo dos servos da aliana. Toda esta parte, portanto, est sujeita a leis que claramente expressam o princpio bsico de que a mesma preocupao amorosa que algum demonstraria pelos seus interesses pessoais deve sei demonstrada tambm pelos interesses do prximo (22:1-4; 25:13-16). Os tratados de suserania extra-bblicos tambm regulavam o relacionamento dos vassalos do senhor entre si.
Deuteronmio 22
a) As Ordenanas Relativas ao Trabalho e Casamento. 22:1-30. 1-4. Legislao semelhante encontra-se no livro da Aliana (x. 23:4 e segs.). L, est no meio das leis cujo alvo assegurar uma administrao honesta da justia. A lei de Deus deveria ser obedecida por um homem, mesmo em suas atividades secretas, que esto alm do controle dos agentes humanos escolhidos por Deus para garantia da execuo da lei. Deuteronmio 22:1-4 poderia assim servir bem como um apndice seo precedente sobre a vigncia da lei teocrtica. Chama-se a ateno para o fato de que as exigncias divinas quanto ao
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 77 nosso relacionamento com o nosso prximo s sero inteiramente cumpridas, quando agirmos em um esprito de amor que vai alm da mera guarda da lei para fugir ao castigo, e busca positivamente o bemestar dos outros como se fosse o nosso prprio. Esta lei do amor o princpio essencial que as estipulaes seguintes aplicam s situaes particulares da vida do povo da aliana. 5-12. O homem deve estar cnscio do que, em todo o uso que ele fizer deste mundo, um mordomo de Deus. Vrios regulamentos foram portanto prescritos para os israelitas, a fim de que os lembrassem continuamente, conforme buscassem realizar o programa cultural do reino de Deus (cons. Gn. 1:28), que o mundo do Senhor, pois Ele o seu Criador. O homem foi realmente colocado como o rei da natureza, com toda a ordem da natureza sob o seu domnio; mas o papel do homem o de vice-rei no nome do Criador. A autoridade humana deve, portanto, ser exercida de acordo com o padro que Deus estipula. este um princpio fundamental, que sublinha a exigncia introdutria desta seo, que a distino entre o homem e a mulher no deveria ser toldada pela apropriao dos artigos caractersticos um do outro (Dt. 22:5). Deus os criou macho e fmea, com naturezas e funes distintas; especificamente, na ordem da autoridade divinamente estabelecida, o homem a cabea da mulher quando juntos reinam sobre a terra. O Senhor criou as diversas "espcies" nos reinos vegetal e animal (Gn. 1:11 e segs.). Israel devia tratar essas "espcies" de modo que fossem preservadas suas naturezas distintas (Dt. 22:6, 7, 9.11; cons. Lv. 19:19). 8. Para que nela no ponhas culpa de sangue. O sangue que a vida do homem, de significado especial na ordem natural da criao. Falta de cuidado com ele demonstra falta de amor ao prximo e respeito a Deus. Portanto, incorre-se em culpa diante do Criador, mesmo quando acidentes resultantes dessa falta de cuidado no receberem compensao humana. 12. Fars borlas. Como outras estipulaes desta seo, o regulamento final, que exigia o acrscimo de borlas s vestes externas,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 78 servia para fornecer um lembrete especial da suserania de Deus sobre Israel (cons. Nm. 15:37-41). 13-30. As leis dos versculos precedentes eram para regular a ordenana do trabalho; as leis desta seo serviam para governar a instituio da ordenana do casamento. A santidade da divina instituio da famlia portanto o alvo destas provises. 13, 14. Se um homem casar com uma mulher . . . e lhe atribuir atos vergonhosos. O caso um marido que acusa a sua esposa de falta de castidade, quer falsamente (vs. 13-19), quer justificadamente (vs. 20, 21). No primeiro exemplo, o maldoso acusador deveria sofrer castigo corporal (v, 18; cons. 25:1-3), pagar uma compensao ao seu sogro por difamar a sua casa (v. 19a) e reter sua esposa, sem mesmo ter a permisso de se divorciar dela (v.19b). No segundo caso, a esposa culpada que "fez loucura" devia sofrer a morte por apedrejamento diante da desgraa da casa de seu pai. Em sociedades onde tais evidncias eram legalmente decisivas, costumava-se depois da consumao do casamento guardar os sinais da virgindade da esposa (v. 17). (Sobre a responsabilidade judicial dos ancios, veja 19:12; 21: 2-6, 19, 20; 25:7-9. Sobre o adultrio, punvel com a morte, veja 5:18; Lv. 18:20, 29; 20:10). Os versculos 23-29 referem-se seduo de moas solteiras, ou comprometidas (vs. 23-27), ou livres (vs. 28, 29). Se a moa fosse comprometida, o homem devia ser apedrejado at a morte. A mesma penalidade era imposta moa, se a relao sexual ocorresse na cidade (vs. 23, 24); mas no se as circunstncias permitissem a razovel suposio de que fora forada ela no tem culpa de morte (vs. 25-27). O sedutor de uma virgem livre era obrigado a tom-la por esposa, pagando o devido preo pela noiva e perdendo o direito ao divrcio (vs. 28, 29). Provavelmente os direitos paternos mencionados em x. 22:17 continuavam tendo precedncia. Com referncia a Dt. 22:30; veja Lv. 18:6 e segs.; 20:11 e segs.; Dt. 27:20 e segs. Esta simples proibio representa, como lembrete, toda a lista de vaus de afinidade que se encaixam nesta mesma proibio.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 79 O tema dos captulos 23-25 a santificao do reino teocrtico. Israel devia respeitar a santidade da congregao do Senhor (23:1-18; Bblia Heb. 2-19); a santidade das classes especiais de servos de Deus, particularmente os necessitados (23:19 [Bblia Heb. 20] 24:22); e a santidade de cada cidado da teocracia como portador individual da imagem de Deus (25:1-12).
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b) A Congregao do Senhor. 23:1-18. 1-8. A santidade da congregao do Senhor destacava-se pela excluso da participao nas assemblias teocrticas oficiais daqueles que eram desqualificados de diversas maneiras. A desqualificao podia ser fsica (vs, 1, 2) ou tnica e histrica (vs. 3-8). Excludos estavam os eunucos (v. 1) e os bastardos (v. 2) com os seus descendentes at a sua dcima gerao, isto , indefinidamente (cons. v. 3). A condio do eunuco era de mutilao da natureza dada por Deus (cons. 14:1). O bastardo era o produto de um repdio ordenana divinamente estabelecida. Possivelmente, o mamzeir, traduzido para bastardo, era, mais acuradamente, aquele que nascia de uma unio incestuosa (cons. 22:30). Tais excluses do privilgio apontavam para a importncia da administrao convencional do casamento, cuja finalidade era assegurar uma descendncia piedosa. Contudo, mesmo nos dias do V.T. tal incapacidade fsica era obstculo apenas para o privilgio externo, no para as realidades espirituais da salvao. Nos dias do N.T. tais incapacidades j no entram mais em considerao, mesmo na administrao dos privilgios visveis da igreja (cons. Is. 56:4, 5; Atos 8:27, 28). O mesmo acontece com os casos de desqualificao mencionados em Dt. 23:3-8. 4a. Porquanto no foram ao vosso encontro com po e gua. Embora os amonitas e moabitas fossem concebidos em incesto (cons. v. 2; Gn. 19:30 e segs.), a razo assinalada para o seu impedimento que no tiveram boa vontade em demonstrar hospitalidade ao povo de Deus,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 80 na sua viagem pelo deserto, quando vinha do Egito para a sua terra (cons. Dt. 2:18 e segs., 29) e at tentaram atacar Israel e porque alugaram contra ti a Balao (4b; cons. Nm. 22-25). A maldio divina a poro daqueles que amaldioam o povo da aliana, de acordo com a promessa divina feita a Abrao (Gn. 12:3). Por isso, o Israel teocrtico no devia fazer uma aliana de concerto com os amaldioados que tinham pretenses a amaldioadores (Dt. 23: 6). 7. No aborrecers o idumeu . . . nem . . . o egpcio. No caso dos edomitas e egpcios, a excluso era regra por causa da inimizade passada (cons. a opresso egpcia, x. 1:8 e segs., e oposio edomita, Nm. 20:18 e segs.), mas foi modificada (Dt. 23:8; x. 20:5), em um caso, por causa dos laos de parentesco com Abrao (cons. Gn. 36:1 e segs.) e, no outro, por causa da hospitalidade demonstrada para com Abrao e a famlia de Jac quando foram assolados pela fome (Gn. 12:42- 47). 9. Ento te guardars de toda coisa m. O acampamento militar dos israelitas, ocupados em guerras do Senhor, era uma extenso do reino teocrtico e devia se caracterizar por aquela mesma santidade que destacava a comunidade. 14. Porquanto o Senhor teu Deus anda no meio do teu acampamento. Na guerra, como na paz, Deus estava presente no meio do Seu povo, e Seu nome tinha de ser santificado. Limpeza fsica era o smbolo apropriado da santidade no relacionamento da aliana. (Sobre os vs. 10, 11, cons. Lv. 15:16). 15-18. Estes versculos apresentam exemplos adicionais do que poderia e no poderia ser considerado compatvel com a posio sagrada de membro da congregao do Senhor. 15. O escravo que, tendo fugido. Esta lei se relaciona aos escravos estrangeiros fugitivos. Sobre o asilo concedido aos refugiados, compare as leis de extradio nos tratados seculares. 17. Das filha de Israel . . . quem se prostitua . . . nem dos filhos. Eram prostitutas e prostitutos, conforme indicado pelos termos hebraicos, que so as formas feminina e masculina da raiz que significa
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 81 "sagrado". A lei se relaciona com os israelitas nativos devotados a prostituio cultual. Os abominveis rituais dos cultos pagos da fertilidade so os que esto sendo examinados. 18. Preo do co. Sobre a palavra co, outro termo usado para o prostituto, veja Ap. 22:15. Ningum pode satisfazer as santas exigncias da aliana divina, escondendo pecados sob a hipocrisia da religio. Para que as regras dadas em Dt. 23:3-8 no deixem a falsa impresso de que consideraes tnicas eram de suma importncia, torna-se claro por estas duas regras adicionais, uma acolhendo o estrangeiro e outra excluindo certos israelitas, que a misericrdia e moralidade eram os princpios vitais da administrao da aliana. c) Proteo aos Fracos. 23:19 24:22. Devia-se respeitar todos aqueles que tinham a digna posio de servos da aliana do Senhor. Esta seo de estipulaes tem a inteno de garantir esta santidade do cidado teocrtico atravs de regulamentos que asseguravam a paz, a prosperidade e a liberdade dentro do compromisso da aliana de todo o povo de Deus, mas especialmente daquelas classes sociais, cujo bem-estar era prejudicado por diversas circunstncias. Parece que a legislao foi arrumada em grupos correspondendo s leis de seis a dez no Declogo, mas em uma ordem um pouco diferente, conforme se segue: leis de propriedade (23:19-25), de famlia (24:1-5), de vida (24: 6-15), de justia (24:16-18) e de caridade ( 24:19-22). Leis de propriedade. 23:19-25.
19. A teu irmo no emprestars com juros. Israelitas empobrecidos
eram protegidos da explorao de seus irmos mais ricos pela proibio da cobrana de juros nos emprstimos que lhes eram concedidos (cons. x. 22:25; Lv. 25:35 e segs.; Deut. 15:1 e segs.). Juros podiam ser cobrados do estrangeiro (v. 20), no entanto, porque o emprstimo feito a
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 82 este, no era para aliviar a pobreza, mas com interesses comerciais para sei usado por esses mercadores ambulantes para obteno de lucro. 22. Abstendo-te de fazer o voto. Fora as exigncias tributadas especificadas pelo Senhor da aliana, a propriedade do vassalo estava a sua inteira disposio. Este direito no devia, contudo, desencorajar a livre expresso do amor e gratido religiosa, nem devia fornecer fuga para a obrigao assumida com um voto voluntrio, uma vez feito. Reverenciando o seu prprio Santo Nome, Deus no encorajaria um sentimento de desleixo ou impunidade naqueles que faziam solenes votos diante dEle (vs. 21,23; cons. Lv. 27; Nm. 30:2 e segs.). 24. A lei das colheitas (vs. 24,25) proporcionava liberdade para satisfazei o princpio da hospitalidade fraternal, mas proibia que se transformas a liberdade em licena que resultasse na violao dos direitos de propriedade dos cidados teocrticos.
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Leis da Famlia. 24:1-5. O divrcio conforme permitido na Lei Mosaica (cons. Lv. 21:7, 14; 22:13 ; Nm. 30:9), por causa da dureza do corao dos israelitas Mat. 19:8; Mc. 10:5), punha em perigo a dignidade das mulheres dentro da teocracia. Por isso, o abuso da permisso foi prevenido, cercando o divrcio de regias tcnicas e restries (Dt. 24:1-4). A E.R.A. est certa em considerar os versculos 1-4 como uma s sentena, sendo que 1-3 constituem a condio e o 4 a concluso. A E.R.C. d a impresso de que o divrcio era obrigatrio na situao descrita. Na realidade, o que era obrigatrio no era o divrcio, mas (se algum recorresse ao divrcio) um processo legal que inclua quatro elementos: a) Devia haver motivo srio para o divrcio. O significado exato das palavras coisa indecente (v. 1; cons. 23:14) incerto. No se trata de adultrio, pois a lei prescrevia para isto a pena de morte (22:13 e segs.; Lv. 20:10; cons. Nm. 5:11 e segs.). b) Uma certido da separao devia ser colocada na mo da mulher para sua subseqente proteo. O preparo deste instrumento
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 83 legal implica no envolvimento de c) um oficio pblico que tambm deveria julgar a suficincia da base alegada para o divrcio. d) O homem devia fazer uma despedida formal despedir de casa (v. 1). O ponto principal desta lei, contudo, era que um homem no poderia tornar a se casar com sua esposa depois do divrcio, caso ela viesse a se casar novamente, mesmo se o seu segundo marido se divorciasse dela ou morresse. Em relao ao primeiro marido, a divorciada casada de novo era considerada contaminada (v. 4). Tal era a anormalidade desta situao, tolerada nos tempos do V.T., mas revogada por nosso Senhor no interesse do padro original (Mt. 19:9; Mc. 10: 6-9; cons. Gn. 2:23, 24). 5. Por um ano ficar livre em sua casa. Consideraes adicionais foram feitas em relao santidade do relacionamento familiar e especialmente quanto ao bem-estar da mulher dentro dele, garantindo um ano de iseno do servio pblico para o homem recm-casado, para que sua esposa se alegrasse com a sua presena. Leis da Vida. 24:6-15. A preocupao destas estipulaes era a vida do povo de Deus e coisas essenciais preservao de sua vida. Salvaguardava-se a dignidade e paz dos necessitados em particular, pois o Senhor se deleita em ser o Ajudador dos desamparados, e queda que o Seu povo tambm fosse assim. 7. Ou o vende. O trfico da vida humana era proibido sob pena de morte (cons. x. 21:16). Respeito por toda questo relacionada com a vida ou sade dentro da comunidade exigia ateno cuidadosa s divinas prescries relacionadas com a doena da lepra (Dt. 24:8; cons. Lv. 13; 14), cuja seriedade comprovou-se pela experincia de Miri (Dt. 24:9; cons. Nm. 12:10 e segs.). 10. Se emprestares alguma coisa ao teu prximo. Embora os juros fossem proibidos nos emprstimos feitos ao prximo israelita (23:19, 20), um penhor podia ser tomado por medida de segurana; mas
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 84 mesmo este no devia ser tomado de maneira a afetar a dignidade do devedor, interferindo com a sua vida. Os homens no deviam ficar privados dos artigos indispensveis vida e sade. Nesta categoria se enquadrava as ms (v. 6), o manto quadrangular usado como cobertor para dormir (vs. 10-13; cons. x. 22:26, 27) e o ganho dirio do trabalhador (Dt. 24: 14, 15 ; cons. Lv, 19:13). 15. Para que no clame contra ti ao Senhor. Tambm nos tratados de suserania seculares, queixas de algum vassalo contra outro tinham de ser julgadas pelo prprio suserano. Leis da Justia. 24:16-18. A justia devia ser dispensada a todo israelita de acordo com a verdade. 16. Cada qual . . . pelo seu pecado. S o indivduo culpado devia ser punido, e no os membros inocentes de sua famlia (cons. II Reis 14:6). No h nenhuma contradio entre isto e o juzo divino conforme descrito no Declogo (Dt. 5:9; x. 20:5), pois este ltimo no diz que Deus aflige o inocente. Aqueles que participam da visitao do juzo sobre as iniqidades dos pais so aqueles que tambm participam do dio dos pais contra Deus. Por outro lado, no h repdio do princpio da responsabilidade conjunta que prevalece em certas circunstncias de grupo. 17. Estrangeiro . . . rfo . . . viva. At as classes sociais mais desamparadas deviam desfrutar da justia e ter a garantia de todos os seus direitos legais. Sobre a relao que h entre o assunto da famlia com o xodo (v. 18 ), veja 22; 15:15. Leis da Caridade. 24:19-22. O esprito de caridade, negativamente declarado no dcimo mandamento, devia ser o esprito governante na vida teocrtica. Novamente o pobre devia ser beneficiado. Cons. Lv. 19:9, 10; 23:22.
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d) Santidade do Indivduo. 25:1-19. Os versculos de 1 a 12, as leis finais sobre a santidade do reino (23:1 25:12), resguardavam a santidade do homem como portador individual da imagem de Deus. Os versculos 13-19 concluem as leis do respeito pelas ordens da natureza, da famlia e da teocracia (vs. 22-25), tal como foram comeadas (cons. 22:1-4), com o princpio da regra de ouro. 1-12. O justo castigo dos culpados devia sei dispensado de maneira a preservar a dignidade humana individual (vs. 1-3). O princpio da santidade da criatura individual semelhana divina foi assim reforado nos pontos onde esse respeito poderia mais plausivelmente ser prejudicado. Contrariando a diviso de sentenas da E.R.A. e E.R.C., a concluso no comea antes do versculo 2. Degradao pblica inconveniente devia sei evitada atravs de medidas severas de precauo. O castigo do criminoso devia ser precedido por um julgamento e sentena, e devia sei pessoalmente supervisionado pelo juiz. 3. Quarenta aoites lhe far dar, no ms. Os aoites deviam ser escrupulosamente contados e no deviam ser aplicados ao acaso, como se fora em um animal, ou sob o descontrole da ira, esquecido de que o juzo pertencia ao Senhor. A severidade dos aoites deviam ser proporcionados de acordo com a gravidade da ofensa, mas nunca exceder a quarenta golpes. 4. No atars a boca do boi. . . O complemento positivo da proibio de se desonrar um homem apesar de seus erros a exigncia de que ele devia receber toda a honra devida por suas boas obras. Este versculo, provavelmente, uma expresso proverbial, parece mesmo aqui ter a fora que lhe deu Paulo em I Co. 9:9 e I Tm. 5:18. O servo da aliana um ser imortal com uma participao, mesmo depois da morte e sepultura, na bem-aventurana futura do reino de Deus que foi prometido na Aliana da Redeno aos crentes e seus descendentes depois deles (vs. 5-10).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 86 6. Para que o nome deste no se apague em Israel. Devia-se suscitai testemunha da dignidade do filho-servo de Deus por intermdio de um descendente da aliana que habitava em sua herana, dentro do reino tpico do V.T. Como aplicao disso, a Aliana Deuteronmica adotou uma forma de prtica muito difundida do casamento em levirato, por meio do qual tocava ao irmo do homem que morrera sem lhes a responsabilidade de suscitar-lhe um herdeiro atravs da viva o primognito . . . ser sucessor do nome do seu irmo. Esta exigncia constitua uma exceo proibio de Lv. 18:16; 20:21. Para ver exemplos bblicos desta ou semelhante prtica, veja Gnesis 38 e o Livro de Rute. A obrigao do levirato limitava-se em Deuteronmio s situaes nas quais os irmos partilhavam da mesma propriedade (25:5a) e mesmo ento no era compulsria Meu cunhado recusa (v. 7). Deixar de agir de acordo, contudo, traa falta de afeio fraternal e era publicamente estigmatizada (vs. 8-10). Sobre o uso da sandlia para confirmar transferncia legal de propriedade, veja Rute 4:7. vista da proviso de Nm. 27:4 e segs., no havia necessidade do casamento em levirato se o falecido tivesse filhas. Por isso a E.R.A. parece prefervel E.R.C. na traduo de Dt. 25:5 sem filhos em lugar de sem filho. Os versculos 11, 12, tambm se relacionam com a dignidade do indivduo e precisamente com sua dignidade de servo da aliana de Deus, que atravs da circunciso trazia no seu corpo o sinal da aliana. A referncia ao rgo da reproduo poderia ser explicada pela imediata associao desta proibio com a lei do casamento em levirato. Que o ato proibido inclua desprezo pelo sinal da aliana e no simples indecncia fica sugerido pela aparente semelhana na natureza do castigo e do sinal, ambos envolvendo mutilao do corpo. Esta interpretao reforada pelo fato de que, fora deste caso, s a lex talionis (19:21) exigia tal mutilao penal. 15. Ters peso integral e justo. O prximo devia ser amado como a pessoa a si mesmo se ama (vs. 13-16); portanto, os negcios com o prximo no deviam sei feitos com dois padres de medidas, o grande
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 87 para receber, o pequeno para pagar (cons. Ams 8:5). Esta lei desenvolve um pouco Lv. 19:35, 36, especialmente pelas bnos e maldies adicional da aliana. Enquanto esta lei do amor resume as exigncias para o relacionamento inter-teocrtico que foram tratadas nas sees de estipulaes precedentes, no se tem a inteno de repudiar o mandato da conquista (cons. Dt. 7; 20:16, 17; 25:17-19). Nem h alguma contradio entre os dois. Pois embora Deus exija amor ao prximo, aqueles que se dispem a destruir o povo do tpico reino teocrtico do V.T., excluam-se da categoria de prximos, exatamente como aqueles que, juntamente com Satans, esto destinados eterna perdio no so os prximos dos habitantes da teocracia celestial. Sobre a ordem de exterminar Amaleque, veja x. 17:8-16. Tomadas juntas, as leis do amor e dio resumem-se na nica exigncia de amar a Deus, e conseqentemente amar a quem Ele ama e odiar a quem Ele odeia.
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4) Confisso de Deus como Rei-Redentor. 26:1-19. As longas divises de estipulaes (caps. 5-26) chegam ao fim com a liturgia de duas confisses cultuais (vs. 1-11; 12-15) e uma declarao de ratificao da aliana (vs. 16-19). 2. Tomars das primcias de todos os frutos do solo. Se "todos os frutos do solo" indicam o fim da estao da colheita, ento a Festa dos Tabernculos deveria ser a ocasio da apresentao deste cesto com as primcias no altar central. Gramaticalmente este versculo pode ser compreendido como se descrevesse todas as primcias do solo ou apenas um cesto-smbolo delas. No caso das primcias da agricultura, a quantidade no foi especificada em nenhum lugar. Considerando que as primcias destinavam-se aos sacerdotes (Nm. 18:13,14), a referncia festa sagrada que o ofertante devia realizar depois deste ritual Alegrarte-s por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti (v. 11; cons. 12:6, 7, 11,12, 17, 18;16: 11, 14) indica que a cesta representava apenas um penhor das primcias (veja comentrios sobre 14:22 e segs.;
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 88 15:20), se esta festa era realizada com as mesmas. O israelita devia confessar que a vocao teocrtica do seu povo no podia ser atribuda ao seu prprio poder (v. 5 e segs.; cons. 7:7, 8; 8:17,18). 3. A terra que o Senhor sob juramento prometeu dar. Os servos israelitas do Senhor deviam fazer contnua confisso, cheia de gratido, de que sua herana divina em Cana era presente da graa redentora de Deus no cumprimento do juramento feito aos patriarcas. Deviam confessar seu contnuo senhorio e expressar sua consagrao por meio da oferta tributaria das primcias. Sobre a lei das primcias, veja 18:4, x. 23:19; 34:26; Nm. 18:12 e segs. Elementos da oferta das primcias encontram-se em conexo com cada uma das festas anuais (Dt. 16). Por exemplo, na Festa dos Pes Asmos movia-se um feixe das primcias (Lv. 23:10 e segs.). Tambm, a Festa das Semanas era chamada de "o dia das primcias" (Nm. 28:26; cons. x. 23:16; 34: 22) e oferecia-se neste dia dois pes feitos com as primcias (Lv. 23:17), e as primcias das uvas no podiam ser oferecidas antes da Festa dos Tabernculos, quando amadureciam. 5b. Arameu (E.R.C., siro) ... foi meu pai. O hebraico obed d a idia de "perdido" e "em perigo" (prestes a perecer). A referncia a Jac. Ele o chamado de arameu por causa das origens patriarcais que eram, geograficamente, embora no racialmente, aramias, e porque Jac peregrinou por Aram-naharaim durante o perodo do nascimento de seus filhos, os futuros pais das tribos de Israel. 7,8. Ele ouviu . . . e nos tirou. O recital comemorativo dos atos redentores de Deus no xodo e na conquista era o Amm confessional de Israel ao recital do prprio Deus sobre o favor que dispensou nao, no prlogo histrico da aliana. 10b. Este versculo no descreve um novo passo no ritual da oferta das primcias (em contradio do v. 4); ele , antes, um resumo conclusivo. 12-15. A dependncia que Israel devia ao Senhor pela contnua prosperidade devia ser expressa em um culto trienal especial invocando
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 89 o favor da Sua ateno e bno. (Sobre os regulamentos do dzimo, veja comentrios sobre 14: 22 e segs.). 13. Perante o Senhor teu Deus. Esta orientao provavelmente se refere ao santurio central. Neste caso, a nfase dada realizao do processo dizimista (vs. 12, 13) sugere que a Festa dos Tabernculos era a ocasio referida. Esta liturgia podia seguir-se imediatamente aps a da apresentao do cesto com as primcias (vs. 1-11). 15. Olha . . . e abenoa . . . a Israel. A declarao de obedincia a todas as prescries dizimistas (vs. 13, 14), como preliminar desta invocao das bnos divinas, relembra o fato de que Deus declarou estas ltimas dependentes das primeiras (14:28, 29). O adorador devia afirmar que o seu dzimo no estivera exposto profanao cerimonial, particularmente impureza associada com o luto pelos mortos (v.14; cons. Lv. 22: 3 e segs.; Nm. 19:11 e segs.; Os. 9:4). 16-19. O ato central na cerimnia da ratificao da aliana era o juramento de fidelidade que o vassalo fazia ao seu senhor em resposta declarao das estipulaes e sanes da aliana. Israel fizera tal voto depois da leitura do Livro da Afiana no Sinai (x. 24:7) e agora Israel devia fazer o mesmo nas plancies de Moabe, conforme se subentende nestes versculos (veja tambm Dt. 29:10-15). 16. Cumpre-os de todo o teu corao. O Senhor exigia consagrao convencional. O povo de Israel declarou que se submetia ao Senhor como seu Deus, que devia ser obedecido de acordo com toda a Sua santa vontade que andars nos seus caminhos (v. 17). O Senhor graciosamente o reconheceu como Seu povo (v. 18a) e garantiu as bnos da aliana para os fiis (vs. 18b, 19; cons. 7:6; 14:2; x. 19:5, 6). IV. Sanes: Ratificao da Aliana. 27:1 30:20. A quarta diviso padro dos antigos tratados de suserania compunha-se de maldies e bnos, as sanes da aliana referentes s penas. Em Deuteronmio esta seo se encontra nos captulos 27-30.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 90 Enquanto 26:16-19 forma a concluso das estipulaes, tambm introduz o elemento da ratificao da aliana, o ncleo volta do qual se agrupam as maldies e bnos destes captulos. A ratificao da nova aliana que Moiss estabelecia com a segunda gerao foi apresentada em dois estgios. Isto se costumava fazer para assegurar a sucesso do trono ao herdeiro real designado. Quando a morte era iminente, o suserano requeria dos seus vassalos um penhor de obedincia ao seu filho; ento, logo aps a ascenso do filho, o voto da fidelidade dos vassalos era repetido. Do mesmo modo, Moiss e Josu formavam uma dinastia de representantes mediadores da suserania do Senhor sobre Israel. Por isso a sucesso de Josu, que simbolizava a continuao do senhorio do Deus de Israel, foi assegurada pelo voto de Israel, antes que Moiss morresse, e mais tarde novamente atravs de uma cerimnia de ratificao, depois da ascenso de Josu. O pronunciamento de maldies e bnos destaca-se em cada um desses rituais de ratificao. A seo das sanes de Deuteronmio comea com as bnos e maldies a serem usadas no segundo estgio da ratificao (cap. 27), depois retorna situao imediata e s solenes sanes do estgio inicial de ratificao (caps. 28-30). Quando se considera o Deuteronmio como a concluda testemunha documentria legal da aliana, no h necessidade de se sentir alguma dificuldade com a posio dada s orientaes do captulo 27. Por outro lado, a conexo entre o fira do captulo 26 e o comeo do captulo 28 to suave que sugere a possibilidade de que o captulo 27 poderia no estar situado neste ponto exato do desenrolar da cerimnia em Moabe. Do mesmo modo, no fluxo original da orao de Moiss, Deuteronmio 30 poderia ter seguido imediatamente aps o final do captulo 28.
Deuteronmio 27
A. Cerimnia de Ratificao em Cana. 27:1-26. Moiss prescreveu a cerimnia para o segundo estgio da renovao da aliana, a ser realizada em Cana (vs. 1-8). O
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 91 restabelecimento da aliana foi proclamada (vs. 9, 10). Fez-se um aviso em relao ao recital de bnos e maldies a ser realizado em cerimnia posterior (vs. 11-26). Para a realizao histrica do que aqui ficou prescrito, veja Js. 8:30-35. Para uma antecipao dessas instrues entre as estipulaes deuteronmicas, veja Dt. 11:26-30. 1. Para promover o respeito s autoridades designadas, Moiss associou a si mesmo, nesta hora solene, os ancies de Israel e os sacerdotes (cons. v. 9). 2. Levantar-te-s pedras grandes, e as caiars. A consagrao da aliana devia ser um ato de f e devoo inteligente. Portanto o contedo da aliana devia ser publicado de antemo para que o povo a ratificasse. Esse foi um dos motivos da aliana precisar ficar registrada nas pedras caiadas, uma tcnica egpcia, conforme est confirmado pelo fato de Josu ter lido esta lei ao povo no seu cumprimento histrico (Js. 8:34). Foi comparvel leitura que Moiss fez do Livro da Aliana diante de Israel na ratificao da Aliana do Sinai e na proclamao da Aliana Deuteronmica nas plancies de Moabe. O fato de se escolher pedras durveis d lugar a comparao com as duas tbuas de pedra da lei escritas pelo dedo de Deus e sugere que havia um propsito adicional de fornecer um testemunho simblico da permanncia da aliana (cons. Dt. 31:26; Js. 24:26, 27). 3. Todas as palavras desta lei. Isto se refere Aliana Deuteronmio, uma parte da "lei", tomara pala representar o todo. A festa da cerimnia eia outro mtodo simblico reconhecido, atravs do qual os povos ratificavam os tratados. Este o significado das ofertas pacficas e da alegre refeio associada S mesmas (v. 7; cons. x. 24:11). A ratificao final seria realizada depois da morte de Moiss, quando Israel estaria em Cana sob a liderana de Josu (v. 2a). O cenrio seria o impressionante lugar perto das montanhas, Ebal e Gerizim, entre as quais ficava Siqum (v. 4; cons. vs. 12, 13). No h registro de um esforo militar necessrio para tomar esta regio de Cana. O elemento essencial da cerimnia seria a auto-consagrao de
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 92 Israel aliana do Senhor. As ofertas queimadas (v. 6) simbolizavam essa consagrao. Efeito semelhante tinham as sries de juramentos auto-maldizentes (cons. v. 15 e segs.). 5. Ali edificars um altar. Para as ofertas sacrificiais, levantou-se um altar especial em Ebal. possvel que o monte da maldio fosse escolhido por causa da economia mosaica que, em sua nfase caracterstica, foi uma ministrao de morte e condenao (cons. II Co. 3:7-9), embora, tal como um mestre-escola, conduzisse os homens graa de Cristo. Ou possivelmente o altar devia ser erigido no Ebal porque a paz da aliana viria atravs da imposio das maldies sobre o Servo-Remidor, sacrificado pelos pecados do povo de Deus. O altar devia ser feito de pedras no trabalhadas, de acordo com a exigncia do Livro da Aliana (x. 20:25). Claramente a lei deuteronmica do altar central permanente no tinha a inteno de repudiar a lei do altar do Livro da Aliana. Nem o princpio da centralizao do altar era to absolutamente restritivo que no se pudesse levantar um altar especial para ocasies extraordinrias (veja coment. sobre 12:4-14). 9,10. No meio das instrues relativas ao estgio posterior do processo de renovao, foi feito um solene lembrete de que o controlo convencional j entrava em vigor no dia da proclamao deuteronmica. 11-26. Seis tribos descendentes de Lia e Raquel, as esposas de Jac, deviam subir as encostas da montanha da bno e duas de semelhante origem a tribo de Rben, que perdeu o direito primogenitura por causa do pecado do incesto (Gn. 49:4; cons. Dt. 27:20), e a tribo de Zebulom, o filho mais jovem de Lia deviam se juntar s quatro tribos que desciam da encosta do monte da maldio (vs. 12,13). No ficou declarado se os dois grupos de tribos deviam desempenhar seus respectivos papis de maldio e bno simplesmente recebendo a frmula da bno ou da maldio que se lhes dirigia, ou recitando-as, ou pelo menos concordando com elas. No captulo 28 surgem grupos combinados de seis bnos (vs. 3.6) e seis maldies (vs. 16-19); parece difcil dissoci-las destes dois grupos de seis tribos. Ao que parece, Josu
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 93 leu Deuteronmio 28 diante de toda a assemblia de Israel como parte de toda a renovao do tratado (cons. Js. 8: 34, 35). A arca da aliana e os sacerdotes levitas deviam ficar entre o Ebal e o Gerizim (Dt. 27:14; cons. Js. 8:33). Deviam orientar Israel no juramento de ratificao, consistindo em uma srie de doze automaldies (Dt. 27:15-26). A repetio do Maldito identifica o destino daquele que violasse a aliana com o da serpente (cons. Gn. 3:14). O amm da resposta era a frmula costumeira de aquiescncia (cons. Nm. 5:22; I Reis 1:36; Ne. 5:13; 8:6; Sl. 72:19). O fato de que, nesta passagem, s se do maldies e no bnos, indica que este no um registro detalhado da proclamao de bnos e maldies pelos dois pares de seis tribos mencionados em Dt. 27:12, 13. Uma indicao semelhante encontramos no fato dos versculos 15.26 serem dirigidos a todos os israelitas e receberem deles a resposta (v. 14). Esta seo descreve, antes, um aspecto separado da cerimnia da aliana, o juramento propriamente dito, que caracteristicamente tomava a forma de auto-maldio condicionais, mas no bnos. Em contraste com as maldies do captulo 28, os diversos membros desta srie diferem no na variedade da maldio mas na espcie do pecado. A rea da transgresso includa a dos pecados secretos provveis de escaparem percepo e castigo humanos (observe espec. 27:15, 24; cons. J 31:24 e segs.) e, portanto, dentro da esfera judicial de Deus como Testemunha divina do juramento. So amaldioados aqueles que secretamente violam as exigncias divinas do respeito a Deus (v. 15), s autoridades de direito (v.16), vida humana (vs. 24,25) e, em resumo, aliana de Deus (v. 26).
Deuteronmio 28
B. Proclamao das Sanes. 28:1-68. Retornando ao primeiro estgio da cerimnia da renovao da aliana, Moiss pronunciou as sanes. Na seo correspondente no livro da Aliana do Sinai (x. 23:20-33), as bnos predominaram. Agora, depois de passados os quarenta anos da histria da apostasia israelita,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 94 Moiss enfatiza fortemente as maldies; assim, as bnos (Dt. 28:114) e as maldies (vs. 15-68). Esta nfase foi antecipada nas promessas e ameaas de seo semelhante em Levtico (cap. 26), escritas depois da primeira rebelio de Israel contra a Aliana do Sinai. A notvel prestria, em Deuteronmio 28-30, da histria de Israel, especialmente sobre o longnquo exlio, tem sido a principal pedra de tropeo ao reconhecimento da origem mosaica deste documento para a alta crtica naturalista. 1) Bnos. 28:1-14 (cons. 7:12 e segs. ;11:13 e segs.; 22 e segs.). 1. Se atentamente ouvirdes. Embora a herana de Israel e continuado desfrute das promessas no fosse uma questo de mrito legal, havia uma ligao entre a piedade da nao conjunta e sua prosperidade. Pois o teocrtico reino do V.T. prefigurava o reino de Deus consumado, no qual a justia e a glria estariam unidas. De acordo com isto, para tornar clara a mensagem do quadro tpico-proftico, Deus permitiu que os israelitas desfrutassem de bnos do reino tpico apenas quando ela, e especialmente seus representantes oficiais, exibiam uma medida apropriada da justia do reino. Uma vez que toda a justia que Israel possusse era um dom da graa do Deus da sua salvao, o princpio que informa Deuteronmio 28 no tem afinidades com a religio da salvao pelas obras (veja coment. sobre 6:1-3). Os versculos 3-6 apresentam seis bnos que so paralelas s seis maldies de 16-19. (Sobre o aparente uso destas na posterior cerimnia em Cana, veja comentado sobre 27:12,13), As bnos descrevem uma plenitude inclusiva da bem-aventurana. Os opostos emparelhados, por exemplo, expressam a totalidade (cons. vs. 3, 6). O que foi concisamente apresentado em frmula litrgica nas seis beatitudes est desenvolvido nos versculos 7-14. O arranjo das bnos , assim, um relacionamento com estrangeiros (vs. 7 e 12b, 13); negcios domsticos (vs. 8 e 11, 12a); e na posio central, relacionamento com o Senhor (vs. 9, 10).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 95 Se Israel obedecesse ao Senhor, ela sobressairia em todos os encontros militares e comerciais com outras naes. Dentro do reino haveria abundncia de produo. Cana seria verdadeiramente um paraso onde fluiria o leite e o mel. E, principalmente, Israel prosperaria no relacionamento com o Senhor da aliana. Esse era o segredo de toda a bem-aventurana, pois o Seu favor a vida. Dos penhores visveis que o favor de Deus concederia a Israel, toda a terra reconheceria que s chamado pelo nome do Senhor (v. 10). Isto , ficaria claro que a aliana de Deus fora estabelecida com Israel e que Ele, o Suserano, era o Senhor e Defensor de Israel (cons. Is. 63:19; Jr. 7:10, 11; 15: 16). Novamente faz-se lembrar o pr-requisito da lealdade aliana (Dt. 28; 9b, 13b, 14). 2) Maldies. 28:15-68. Banimento da herana prometida era a maldio extrema. Significava a perda da presena e favor especiais de Deus, perda do estabelecido acesso sacramental a ela em sua santa colina de Sio, e a perda da condio de povo do reino de Deus. Nesta prolongada seo de maldies, portanto, o cerco e o exlio aparecem repetidamente como o clmax do infortnio. H uma srie de quadros paralelos do desastroso futuro avultando diante desta nao to inclinada infidelidade (vs. 20.26, 27-37, 38-48, 49-57, 58-68). As trs primeiras e a ltima destas figuras culminam com a desgraa da vitria do inimigo, e suas terrveis conseqncias (vs. 25, 26; 36, 37; 48; 63-68); a quarta inteiramente devotada a este maldito acontecimento (vs. 49-57). Esta extensa descrio de males particulares segue-se a uma formulao introdutria e ritualista das sanes da maldio da aliana (vs. 15-19). 15-19. O versculo 15 corresponde aos versculos 1, 2, e 16-19 so o correlativo de 3-6. A vingana da aliana (cons. Lv. 26: 25) poderia sobrevir ao povo, se violasse a aliana mesmo dentro do asilo de seu herdado paraso terrestre. Sem santidade, nenhum homem pode habitar onde Deus revela Sua gloriosa presena, e ali no h acepo de pessoas.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 96 20. Que me abandonaste. Tal era a essncia do pecado de Israel violao do primeiro mandamento da aliana. O Senhor mandar. Era direito e dever do prprio Senhor abandonado, Aquele a quem e por quem Israel fizera o juramento da aliana, vingar o juramento. Fosse qual fosse a origem humana ou terrena das diversas maldies, o Senhor era o seu Autor final. At que sejas destrudo (cons. vs. 24, 45, 51, 61). Aqui se declara repetidas vezes que o resultado final dos diversos tipos de maldies epidemias (vs. 21, 22a), seca (vs. 22b-24) e guerra (vs. 25, 26) nada seria em comparao com a destruio de Israel (vs. 2022, 24, 26). 24. Por chuva da tua terra. . . p e cinza. O siroco [Vento quente do sueste, sobre o Mediterrneo Aurlio] encheria o ar com areia e p. O versculo 25 o inverso do versculo 7 (cons. Lv. 26: 17). 26. O teu cadver servir de pasto a todas as aves do cu, e aos animais. O princpio da maldio essencialmente a prostrao do homem debaixo dos reinos sub-humanos, acima dos quais foi designado por Deus, no princpio, como rei. Por isso, as Escrituras descrevem o destino final da humanidade rebelde como uma festa escatolgica na qual os homens mortos so devorados por aves e bestas (cons. Sl. 79:2; Ez. 39:4, 17 e segs.; Ap. 19:17, 18). 27-37. Vexame e frustrao caracterizam as maldies desta seo. Observe as referncias em quase todos os versculos ou completa impotncia dos israelitas para suportar suas aflies ou ao seu desamparo em face da opresso. Deus criou o homem como algum que, dentro do programa do Seu reino, podia regozijar-se em seguir o divino padro sabtico de trabalho coroado de alegria e satisfao da realizao. Mas os empreendimentos malditos de Israel no setor do casamento e do trabalho seriam recompensados sempre e apenas com o fracasso. Em vez de lograr o gozo sabtico da realizao, o povo de Israel ficaria louco com a vaidade e frustrao de seus esforos (vs. 28, 34). O contedo dos versculos 27-35 esto arrumados em forma de "x": a) doena incurvel (v. 27); b) loucura (v. 28); c) opresso continua (v. 29); d) frustrao (vs.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 97 30-32); c) contnua opresso (v. 33); b) loucura (v. 34); a) doena incurvel (v. 35). A semelhana das calamidades que sobrevieram a J digna de nota. A seo termina (vs. 36, 37) com a maldio da vitria de uma nao estrangeira que no conheceste, nem tu nem teus pais que foi antecipado nos versculos 32, 33. Deus afligiria os apstatas abandonando-os ao seu prprio esprito depravado e adorao de dolos (v. 36; cons. v. 64; 4:27 ). Na idolatria o homem substitui a autoconsagrao ao Suserano acima dele, pela subservincia s criaturas abaixo dEle. Fazendo assim, o homem confirma sua prpria incapacidade para lidar com o pecado; pois, separando-se do Senhor-Protetor, a Rocha que se deleita em libertar os desamparados, busca em vo um senhor da aliana mais fraco do que ele prprio. A natureza essencial do princpio da maldio encontra novamente expresso nesta adorao prestada pelo homem ao sub-humano, acima do qual o Criador o fez rei. 37. Virs a ser. . . provrbio. Israel, herdeira da promessa de que todas as naes seriam benditas nela, tornar-se-ia proverbialmente identificada com a maldio por todos os povos. 38-48. As maldies de 28:38-42 so o oposto das bnos dos versculos 8, 11 e segs. 38, 39. O gafanhoto . . . o verme. As pestes que atacam os cereais, outro setor do total domnio anterior do homem (cons. Gn. 1:26), transformariam os israelitas em seus servos, que teriam de trabalhar para aliment-los. 41. Veja o versculo 32. 43. Mais e mais descers. Aqui a bem-aventurana dos versculos 12b, 13 est invertida. Nos versculos 45-48 h um resumo das precedentes ameaas de maldio, tanto a causa (cons. v. 20) como o resultado. A causa seria o fato de Israel violar o juramento da aliana; o resultado seria que Israel sofreria a total vingana da aliana at o extremo da devastao do exlio.
98 46b. Entre a tua descendncia para sempre. Se esta ameaa significa mais do que o apogeu do juzo do exlio de Israel no V.T. como um sinal perptuo da vingana da aliana de Deus, se uma maldio divina perptua para Israel que est predita, ento Moiss aqui est advertindo daquilo que Paulo declara que viria a se tornar um decreto permanente (I Ts. 2:16). O castigo (Dt. 28:48) devia ser de acordo com o crime (v. 47). O jugo maldito de Israel (v. 48) chegada ao ponto do retomo condio da qual Deus a chamou para o amor da aliana (cons. Lv. 26:13). Embora Moiss no deprecie, a esta altura, a impressionabilidade destas maldies por meio de quaisquer qualificaes, em outra passagem ele proclama o triunfo da graa da aliana atravs da restaurao de um remanescente eleito e arrependido (Dt . 4:29 e segs.; 30: 1 e segs.). 49-57. O que constituiu o clmax em cada uma das sries precedentes o assunto exclusivo deste quarto quadro proftico de Israel, acometido pela maldio da aliana. Com vivacidade inclemente Moiss declara o desespero e degradao estarrecedores a que ficaria este povo, antes a cabea das naes, quando fosse apanhado na maldio do cerco. 49. Uma nao de longe . . . vir como o vo impetuoso da guia. O brbaro invasor de longe, vindo sobre Israel como um abutre sobre a sua presa, seria impiedoso em sua rapacidade (vs. 50, 51). Mas a desumanidade do guerreiro inimigo empalideceria ao lado da desumanidade da mais meiga me israelita, transformada em canibal por causa do horror do cerco (vs. 52-57 ; cons. Lv. 26: 29; Lm. 4: 1-10). 51-53. O fruto da tua terra . . . o fruto do teu ventre. A passagem faz o contraste entre o apetite natural do brbaro e a voracidade desumana dos israelitas. No haveria refgio em toda a terra para se escapar ao cerco (vs. 52a, c, 55, 57) para aqueles que confiaram nas defesas humanas mais do que em Deus, seu verdadeiro Refgio. A histria do Velho Testamento testemunha sucessivas execues desta maldio, e foi finalmente exaurida na Queda de Jerusalm em 70 A.D. 58. Se no tiveres cuidado de guardar . . . esta lei. Neste pargrafo de concluso, Moiss retorna forma condicional com a qual o
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 99 pronunciamento das maldies comeou (cons. v. 15), pois no dia da assemblia em Moabe, a deciso entre as maldies e bnos ainda tinha de ser tomada por Israel. Para fugir s maldies, o povo de Israel devia obedecer s estipulaes deste documento convencional em sinal de verdadeira reverncia para com o Senhor que revelou a Sua glria e terrveis obras quando os salvou do Egito.
62, 63. Ficareis poucos em nmero . . . sereis desarraigados da terra.
A desobedincia provocaria a perda das bnos prometidas na Aliana Abramica, isto , a multiplicao do povo e a posse de uma terra prpria. Em lugar das bnos haveria toda a possibilidade extraordinria e persistente de aflio (vs. 5 9-61). 64. O Senhor vos espalhar entre todos os povos. Profeticamente, aps o povo sitiado, derrotado e levado para o exlio (vs. 64-67), Moiss descortina com algumas poucas pinceladas todo o sentimento do Israel incrdulo e errante atravs dos sculos uma vez o povo de Deus, mas agora em seu exlio igual aos pagos, sem Cristo, sem esperana, sem Deus no mundo (Ef. 2:12). Repudiando sua eleio e vocao contratual, em virtude da qual foi libertado da escravido do Egito para tornar-se o filho teocrtico de Deus, o povo de Israel teve o destino de recair em uma escravido ainda pior do que a do Egito (v. 68), na escravido de Satans e do pecado, da morte e do Inferno.
Deuteronmio 29
C. Intimao ao Juramento da Aliana. 29:1-29. Com um apelo direto e pessoal gerao em p diante dele, Moiss confrontou os israelitas com o propsito central da cerimnia deste grande dia (vs. 10-15). Esta exigncia central do juramento de fidelidade, que reflete o padro total do tratado de suserania, est precedida por um lembrete dos passados atos de salvao do Senhor (vs. 2-9) e seguida de uma advertncia de que as maldies da aliana seriam realizadas sobre uma nao infiel atravs de suas geraes (vs. 16-29).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 100 1. (Bblia Heb. 28:69). Embora alguns, seguindo o arranjo hebraico, considerem esta parte como uma subscrio, e ela poderia realmente ser uma descrio exata do que a precede, provavelmente melhor entendla como um sobrescrito. Em relao aos versculos 1 e 2, compare a seqncia semelhante de 4:45 a 5:1. H uma continuidade essencial da divina Aliana da Redeno desde o Gnesis at o Apocalipse. Contudo, as sucessivas administraes dessa Aliana devem ser notadas em sua repetida renovao da divina graa. A aliana feita em Moabe renovou a que foi feita no Sinai, e esta renovou a aliana feita por Deus com Abrao, a qual renovou a aliana que Ele fez com Ado (cons. Gn. 3:15 Deut.. 5:2, 3). 2-9. A misericrdia e o milagre do livramento no Egito e a passagem pelo deserto deveriam ter aberto os olhos desta gerao para a suprema sabedoria de se entregarem com amor sincero a um Senhor to grande e to cheio de graa. (Com referncia aos vs. 5, 6 veja 8: 2 e segs.; sobre os vs. 7, 8, veja 2:30 e segs.; 3:1 e segs.). 4. No vos deu corao para entender. Mas a mais simples percepo espiritual est alm do entendimento do homem pecador, a no ser que o Esprito de Deus conceda-lhe compreenso como presente soberano da graa. Este povo, to favorecido com sinais, como por exemplo os quarenta anos vividos em atmosfera de providncia sobrenatural, no possua este dom to necessrio (cons. 9:7, 24). 9. Guardai . . . as palavras desta aliana. A responsabilidade deste embotamento espiritual era de Israel e atravs desta reprovao o povo foi incitado a reagir melhor para com o seu Senhor. O meio imperceptvel pelo qual este apelo de Moiss se transformou em apelo direto do Senhor (v. 5 e segs.; cons. 7:4; 11:15; 17:3; 28:20) evidencia a realidade da revelao sobrenatural que vinha por intermdio de Moiss, o mediador de Deus. 10-15. O ato central da ratificao da aliana e o seu significado esto aqui declarados. Os termos dos versculos 10, 11 indicam a natureza solenemente formal da assemblia e destacam o fato que toda a
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 101 comunidade da aliana estava presente para participar do juramento. Mulheres e crianas, aqueles que no eram israelitas (cons. x. 12:38; Nm. 10:29; 11:4) e servos (Dt. 29:11c; cons. Js. 9: 21) foram includos. 12. Para que entres na aliana do Senhor. A frase hebraica, encontrada somente aqui, significa literalmente passar para ou passar atravs de. De acordo com esta ltima traduo, a expresso pode ter derivado de uma cerimnia de juramento igual a de Gn. 15:17,18. O equiparar da aliana do Senhor com o Seu juramento (Dt. 29:12) um ndice significativo da natureza da aliana como um instrumento do governo de Deus, por meio do qual Ele garante a fidelidade de um povo no Seu servio. 13. Para que . . . te estabelea. Este versculo tem o mesmo efeito, mas ele demonstra tambm que o estabelecimento divino do relacionamento da aliana com o homem, no um subjulgamento humilhante mas um ato de favor redentor. Ele cumpre a promessa e o juramento pelos quais os filhos de Deus tm encontrado esperana e consolao (cons. Hb. 6:17, 18). 15b. Tambm com aquele que no est aqui hoje conosco. Isto significa que haveria continuidade genealgica na aliana. Isto acontece no porque a salvao seja uma herana familiar inalienvel, mas porque Deus fiel Sua promessa de estender as misericrdias de Sua aliana at a milsima gerao (vs. 14, 15). De acordo com isso, administra-se a aliana da ordenana com o Seu sinal de consagrao aos crentes, juntamente com seus filhos. 16-29. Porque (v. 16) e para que . . . no (v.18), ambos adotam um pensamento anterior. A idia que se deve suprir provavelmente a da convocao para a fidelidade apresentada na seo precedente. Assim teramos: (Lembra-te, Israel, de que o Senhor o teu Deus), porque, conforme j o sabes muito bem, a tentao idolatria surge a tua volta de todas as naes vizinhas vistes as suas abominaes (vs. 16, 17). (Lembra-te), para que a idolatria no se enraze entre ti e tu venhas a fazer uma colheita amarga e venenosa (v. 18; cons. Hb. 12:15). O perigo
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 102 figurativamente descrito no versculo 18b foi desenvolvido nos versculos 19-28 a raiz nos versculos 19-21 e o fruto amargo nos versculos 22-28. 19b. Para acrescentar sede a bebedice. Levando de roldo a humildade e a secura igualmente. Esta frase proverbial refere-se s plantas; plantas aguadas e secas so todas as plantas. Prossegue com a figura do versculo 18b, advertindo novamente que se a idolatria tomasse conta de Israel, seu resultado final seria mortal, a ponto de arruinar todo o povo. Este pensamento novamente retomado em 29:22 e segs. Quanto ao indivduo que enunciasse hipocritamente o juramento automaldizente da aliana (v. 19b), o Senhor no o consideraria inocente por tomar o Seu nome em vo. Embora o indivduo pudesse pensar que estava encoberto pela multido de israelitas reunidos, supondo que sua hipocrisia estava escondida em seu prprio corao, o Senhor, a divina Testemunha vingadora do juramento, haveria de destac-lo e derramar sobre ele, sem misericrdia, todas as maldies que despreocupadamente invocou com referncia ao versculo 20b, veja Ap. 22:18, 19. Mudando abruptamente seu ponto de vista em relao ao futuro (Dt. 29:22), alm da teocracia e do Exlio (v. 28), que ele j tinha exposto nas maldies da aliana, Moiss toma a buscar a causa do fracasso de Israel no abandono da aliana e na transferncia de sua fidelidade a dolos de reisdeuses (vs. 25-28). 24. Por que fez o Senhor assim. . . ? Ele usou o expediente de um dilogo dramtico entre os israelitas e os estrangeiros no meio das runas carbonizadas da terra teocrtica, aquela que era um paraso, transformada agora, como as cidades da plancie, em um ermo estril pela fria do juzo divino (v. 23). 29. As (coisas) reveladas nos pertencem a ns e a nossos filhos para sempre. Ateno revelada exigncia de consagrao do Senhor o interesse de toda a vida dos seus servos (cons. 30:11 e segs.), sem preocupao pelos mistrios divinos (cons. Gn. 3:5).
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D. Restaurao Final. 30:1-10. Alm da maldio do exlio descortinava-se a perspectiva da restaurao (vs. 1-10; cons. 4:29-31; Lv. 26:40-45). O programa redentor no seria frustrado pelo fracasso daqueles que, pertencendo a Israel, no eram israelitas fiis. Um remanescente obediente junto com um remanescente dos gentios ser restaurado diante do Senhor da aliana no Seu glorioso reino. Esta restaurao final foi tipificada no V.T. pelo retomo do exlio da Babilnia. O vasto complexo da restaurao tpica e antitpica est contido nesta bno proftica de Moiss. A seo do tratado que se refere ratificao do mesmo (Dt. 27-30) termina com o chamado deciso, no qual Moiss faz o povo de Israel lembrar que no poderia alegar ignorncia das exigncias divinas (vs. 11-14) e o adverte que as alternativas de escolha entre as bnos e as maldies da aliana era de vida e morte (vs. 15.20). 1-10. Em 28:64 e segs. Moiss descreveu a impotncia dos israelitas incrdulos na disperso entre as naes. 1. Quando ... todas estas coisas vierem sobre ti. Aqui ele via alm do Exlio, na verdade alm de todas as bnos e maldies descritas at este ponto nestas sanes da aliana, estendendo ao seu povo a esperana da restaurao, a esperana de uma nova aliana. 2. E tornares ao Senhor teu Deus. O caminho para esta nova bemaventurana seria o caminho de uma consagrao renovada e sincera para com o Senhor, contra quem Israel se rebelara (cons. v. 10). 6-8. A origem deste arrependimento e sincero amor pelo Senhor estaria em uma divina operao de qualificao o Senhor. . . circuncidar o teu corao. O que fora externamente simbolizado pela circunciso, a ordenana da consagrao do V.T., seria espiritualmente efetivado pelo poder de Deus (cons. 10:16; Jr. 31:33 e segs.; 32:39 e segs.; Ez. 11:19; 36:26, 27). Conforme demonstra o desenvolvimento deste tema nos profetas, a renovao e restaurao profetizada por Moiss a que foi realizada por
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 104 Cristo na Nova Aliana. A profecia no est estreitamente relacionada com os judeus segundo a carne, mas com a comunidade da aliana, aqui concretamente simbolizada por Israel em sua identidade velhotestamentria. Dentro da esfera da Nova Aliana, contudo, desaparece o muro das diferenas tnicas. Do mesmo modo, a figura do Velho Testamento usada aqui dos israelitas exilados sendo reunidos ao Senhor em Jerusalm (Dt. 30:3b, 4; cons. 28:64), encontra o seu cumprimento principalmente na reunio universal neotestamentria dos pecadores de toda a raa humana, exilada do Paraso, de volta ao Senhor Jesus Cristo entronizado na Jerusalm celestial. 3a. Mudar a tua sorte. Te far voltar do teu cativeiro (E.R.C.) refere-se a uma mudana radical de condio. 9. O Senhor teu Deus te dar abundncia em toda obra. Junto com os dons da regenerao, converso e santificao atravs dos quais os rebeldes so transformados em servos fiis, o Messias lhes dar um mundo novo de prosperidade e paz por herana (vs. 3a, 5, 9; cons. 28:4, 62). O restaurado reino teocrtico de Cana est sendo usado como figura tpica para a realidade antitpica, o eterno reino de Deus no universo renovado. Isto ser garantido pelo juzo divino, pois enquanto o povo de Deus est destinado a herdar a terra, Seus inimigos sero atormentados com todas as maldies (v. 7). A salvao messinica , portanto, um novo xodo e uma nova conquista, uma renovao da aliana como mediador foi Moiss e Josu, primeiro no Sinai e depois em Moabe e no Ebal e Gerizim. E. Deciso Radical. 30:11-20. 11-14. O Senhor no exigiu de Israel algo incompreensvel ou inatingvel (v. 11). O dever de Israel no estava escondido em algum lugar alto e inacessvel (v. 12) ou alm de alguma barreira insupervel (v. 13). Observe o uso semelhante que Paulo fez dessas questes proverbiais em Rm. 10:5, 6.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 105 14. Esta palavra est mui perto de ti. Existem coisas secretas e incompreensveis que pertencem a Deus (cons. 29: 29a; Sl. 131:1), mas a exigncia da aliana refere-se s coisas reveladas e dadas ao povo de Deus para serem obedecidas (cons. 29:29b; 6:6,7; 11:18, 19; 31:19). Conforme J afirmou, conhecimento ilimitado pertence a Deus somente, mas ao homem Deus designa, por sua poro de sabedoria, o temor do Senhor, que o aspecto principal da aliana (J 28, espec. v. 28). 15-20. Moiss concluiu a apresentao das bnos e maldies da aliana com um apelo de memorvel simplicidade e sublimidade. Ele fez Israel se lembrar de que em sua experincia como um reino, bnos e obedincia seriam inseparveis, como tambm a rebelio e a maldio (vs. 16-18). 15. A vida e o bem, a morte e o mal. O resultado era to simples e radical como a vida e a morte (cons. 19b). Amar o Senhor, obedec-Lo e permanecer-Lhe fiel essa devia ser a sua vida (v. 20; cons. 6: 1-5). 19. Os cus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti. Uma das divises padro nos tratados seculares de suserania era a que continha a invocao dos deuses do Senhor e do vassalo como testemunhas sagradas do juramento da aliana. significativo que o tratado deuteronmico contenha pelo menos este paralelo retrico do aspecto (cons. 4:26; 31:28; 32:1). O Senhor era, claro, a Testemunha divina como tambm o Suserano desta aliana. Repetidas vezes Moiss traou a origem da obra da salvao que Deus realizava atravs dele, s promessas feitas sob juramento a Abrao (v. 20c).
V. Disposio Dinstica: Continuidade da Aliana. 31:1 - 34:12.
Esta seo final do documento da aliana tem por tema unificante a perpetuao do relacionamento da aliana. De importncia especial o assunto da sucesso real, que tambm se destaca nos tratados extrabblicos de suserania (cons. acima, a introduo IV. Sanes). Esta sucesso foi estabelecida pela designao e comissionamento de Josu
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 106 como herdeiro dinstico de Moiss na posio de representante mediador do Senhor (cap. 31). A escritura testamentria da herana do reino para as diversas tribos de Israel (cap. 33) concede a todo o povo de Deus a posio de herdeiro real. Includos tambm esto dois outros elementos padres nos tratados internacional. Um deles a invocao das testemunhas da aliana, aqui representadas principalmente pelo Cntico do Testemunho (cap. 32). A outra, so as instrues para a disposio do documento do tratado aps a cerimnia (31:9-13). A ttulo de autentificao do documento, afixou-se-lhe na concluso uma narrativa da morte de Moiss (cap. 34).
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A. Arranjos Finais. 31:1-29. Moiss apresentou uma srie de responsabilidades, todas relacionadas com a execuo da aliana e seu programa: a todo o povo (vs. 1-6), a Josu (vs. 7, 8) e aos sacerdotes (vs. 9-13). Depois, numa revelao teofnica no santurio (vs. 14, 15 ), o Senhor instruiu Moiss em relao a um trino de Testemunho para o futuro Israel (vs. 16-22), e tambm instruiu Josu quanto ao seu iminente comando (v. 23). Finalmente, Moiss tomou a dar ordens aos sacerdotes em relao disposio do testemunho documentrio da aliana e em relao assemblia do povo para ouvir o trino do Testemunho (vs. 24-29). 1-6. Sobre a idade de Moiss (v. 2a), veja x. 7:7 ; Dt. 29:5. 2b. J no posso sair e entrar. Embora Moiss ainda fosse competente em termos de vida quotidiana individual (cons. 34:7), j perdera o vigor necessrio para pastorear todo o rebanho de Israel e em particular para conduzir a campanha da conquista diante da nao (cons. Nm. 27:16 e segs.). Em relao a Dt. 31:2c, veja 3:23 e segs., 4:21, 22; Nm. 20:12. O Senhor, tendo Josu como Seu novo representante mediador, continuaria e completaria em Cana a conquista j iniciada com sucesso por Moiss na Transjordnia (vs. 3-6). Com tal liderana
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 107 assegurada, Israel executaria o mandato da conquista (cons. 7:1 e segs.) com poder e coragem (v. 6; com. vs. 7, 23; 20:3, 4; 31:7, 23; Js. 1:6 e segs.). 7,8. Sob as ordens de Deus, Josu j fora ordenado por Moiss diante de Eleazar e a congregao como o novo lder de Israel (Nm. 27:18-23 ; Dt. 1:38). 8. O Senhor quem vai adiante de ti. Repetindo a promessa da presena divina (com. Js. 5:13 e segs.) que acabara de ser feita a todo o povo (Dt. 31:3-6), Moiss investiu Josu publicamente da tarefa de completar a misso de introduzir Israel em sua herana. 9-13. Moiss atribuiu aos sacerdotes a obrigao de regularmente tomar a ler em pblico a lei da aliana. O efeito almejado era associar os sacerdotes e os ancios com Josu na responsabilidade do governo e na estima de Israel. Mais importante ainda, todo o povo da aliana, ao lado de todas as autoridades humanas da comunidade foram colocados sob o senhorio do Doador da lei. 9a. Esta lei escreveu-a Moiss. Esta uma declarao explcita de importncia bvia para investigaes da alta crtica (cons. v. 24). Embora o fato seja mencionado a esta altura, provvel que o documento da aliana oficial, ou pelo menos a sua parte principal, tenha sido preparado anteriormente. A entrega da lei aos profetas e ancios aqui mencionada (9b), se for outra que a mencionada nos versculos 24 e segs., pode ser simplesmente uma transferncia simblica de responsabilidade de aplicao da lei da aliana, conforme descrita nos versculos 10-13. Nos tratados de suserania das naes, inclua-se orientao para a sua leitura ao povo vassalo, a intervalos regulares, de uma a trs vezes ao ano. 11. Lers esta lei diante de todo Israel. Em Israel teria de haver uma constante proclamao da vontade do Senhor mediante a prestao do culto e eventualmente atravs do ministrio dos profetas. Os pais tambm foram orientados no sentido de instrurem fielmente os filhos da aliana nos mandamentos do Senhor (veja, por exemplo, 6:7, 20 e segs.).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 108 Por isso a leitura septenial da lei Israel (v. 10) na Festa dos Tabernculos (cons. 16:13 e segs.), no ano da remisso (cf. 15:1 e segs.), no tinha apenas a inteno de ensinar ao povo de Israel suas obrigaes em face da aliana, mas de ser especialmente um impressionante lembrete, por ocasio dessa renovao e consumao sabtica, da necessidade de uma consagrao sempre renovada dos servos do Senhor, se quisessem desfrutar plenamente das bnos da aliana. 14-23. Josu, tal como Moiss (cons. x. 3:1 4:17), foi pessoalmente comissionado pelo Senhor mesmo. Este foi o propsito principal e declarado da intimao de Moiss e Josu presena do Suserano celestial, que ento lhes falou face face como um homem fala ao seu amigo (Dt. 31:14, 15 ; cons. x. 33:9,11; Nm. 12:5). As palavras da divina revelao (Dt. 31:23) foram simplesmente uma declarao direta das responsabilidades S forte e a promessa ele ser contigo transmitidas por intermdio de Moiss (vs. 7, 8) e uma confirmao da ordenao pblica de Josu (Nm. 27:18-23). Nesta ocasio o Senhor tambm confirmou as negras profecias da futura infidelidade de Israel e a ira de Deus contra ela este povo . . . me deixar, e anular a aliana que fiz com ele (vs. 16 e segs.). Particularmente, o Senhor mandou que Moiss ensinasse a Israel o hino que seria um testemunho do Senhor contra os israelitas quando transgredissem a aliana (v. 19 e segs.). O desejo desenfreado de Israel de adorar dolos, sua prostituio espiritual (v. 16; cons. x. 34:15, 16), por causa dos rituais abominveis do culto fertilidade dos cananitas que a apanharia em sua armadilha, tambm envolveria a prostituio carnal. A inclinao de ignorar o Senhor seria mais evidente quando o povo de Israel alcanasse a segurana e a prosperidade em sua terra (Dt. 31:20; cons. 6:10 e segs.; 8:12 e segs.; 32: 15). 17. Desampar-los-ei. Esta seria a inevitvel conseqncia quando Israel abandonasse o Senhor. Sem a proteo de Deus a nao viria a se tomar vitima de muitos males e assim dolorosamente tomaria conscincia de no estar o nosso Deus no mo de ns (v. 17b). Para que
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 109 os israelitas, ento, pudessem se lembrar da promessa divina de no abandon-los (cons. v. 6), imputando-Lhe injustia, Deus estabeleceulhes o Hino do Testemunho, que coloca as prometidas bnos e maldies em sua devida perspectiva dentro da aliana. Este hino proclamada a justia perfeita de Deus e convenceria os israelitas da justia de suas aflies (cons. 32:4, 5). Apenas por causa da pura graa de Deus que Israel pde at mesmo entrar na terra prometida, pois o Senhor estava perfeitamente cnscio do orgulho e da rebeldia dos seus coraes, antes de conduzi-los atravs do Jordo, 31:21b. O versculo 22 antecipa 31:30 32:47. 24-29. Como testemunho complementar da aliana, junto com o hino, o documento do tratado devia ser preservado ao lado da arca da aliana (v. 26; cons. 9 e segs.). Esta exigncia e a disposio semelhante das duas tbuas do Sinai estavam de acordo com a prtica contempornea (veja comentrio sobre 10:1-11). Possivelmente era um dos sacerdotes em cujas mos o tratado deuteronmico estava sendo agora depositado (v. 25), que acrescentou o registro da morte de Moiss, ou at mesmo tudo a partir deste ponto at o fim. Este oficial pode ter desempenhado uma parte adicional, ainda que menos importante no completamento deste documento em sua forma final. 27. Sois rebeldes . .. quanto mais depois da minha morte? A prescincia de Deus que acabou de ser revelada a Moiss (cons. v. 21) era agora a prescincia de Moiss. Nestas instrues aos sacerdotes, todas as testemunhas do tratado foram reunidas. O Hino do Testemunho que ia ser recitado diante da assemblia de Israel, inclua ao mesmo tempo uma invocao do cu e da terra como testemunhas (v. 28). A fora do testemunho, era primeiramente contra o povo de Israel vista de suas provocaes prognosticadas (v. 29). B. O Hino do Testemunho. 31:30 32:47. 30. De acordo com a orientao de Moiss (v. 28), Israel se encontrava reunido, e Moiss, junto com Josu (32:34), o antigo e o
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 110 novo representante do Senhor, proclamaram o hino (Dt. 32). Em sua estrutura geral este hino potico segue o padro do tratado deuteronmico. Depois da invocao das testemunhas (vs. 1-3), o Suserano passa a ser identificado, guisa de prembulo, como o Deus da verdade e o Pai de Israel (vs. 4-6). Ento o prlogo histrico do tratado encontra seu correlativo em um recital do favor especial demonstrado para com Israel pelo Senhor, at este ponto (vs. 7-14). A seguir, as estipulaes do tratado so ponderadas na condenao da rebelio de Israel contra o Senhor a favor dos novos deuses (vs. 15-18). A conseqncia desta violao da aliana o acumulamento das maldies sobre eles, os israelitas (vs,19-25). Contudo, conforme tambm est declarado na seo das bnos e maldies do tratado, alm da maldio final est a perspectiva da renovao da aliana acompanhada de um juzo redentor no qual Deus vingar Seus servos diante dos seus inimigos; esse o tema final do hino (vs. 26.43).
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a) Invocao. 32:1-3. 1. A invocao dos cus e terra deve ser entendida como uma intimao a que sejam testemunhas da aliana, uma vez que Moiss acabou de declarar que esse foi exatamente o propsito da assemblia de Israel para ouvir o hino (cons. 31: 28). 2. A aliana e a sabedoria esto aqui reunidas quando Moiss identifica este hino como a minha doutrina, ou, meus ensinamentos, uma palavra comum na literatura da Sabedoria. O hino apresenta verdadeira sabedoria porque o seu tema o temor do Senhor, o grande Deus de Israel (v. 3). b) Prembulo. 32: 4-6. O hino uma teodicia (cons, comentrios a respeito de 31:19 e segs.). 4. Com isto em vista, a identificao do Senhor est em termos de Sua perfeita justia. A Rocha. Este epteto contempla a Deus como o
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 111 refgio digno de confiana do Seu povo (cons. vs. 15, 18, 30). O hebraico sur, usado assim para com Deus, pode derivar da raiz que significa "montanha" (cons. gwr ugarita). Em contraste com a justia de Deus fica a perversidade dos israelitas, esses "filhos de Deus" (cons. Dt. 32:6, 18 e segs.; 14:1; x. 4:22 e segs.) que eram na realidade seus nofilhos (32: 5a, lit.; cons. "no-deuses", v.21, e "no-povo", v.21). Isto introduz a responsabilidade principal do hino, isto , que o pecado de Israel fornecia uma explicao inteiramente adequada para todo o mal que lhe poderia sobrevir. 6. Povo louco e ignorante. De acordo com o motivo da sabedoria, o pecado considerado loucura (cons. vs. 28, 29). No ele teu pai, que te adquiriu? (Criou). A referncia ao fato do Senhor ter feito de Israel um povo teocrtico pela eleio e redeno no Egito. c) Prlogo Histrico. 32:7-14. 7a. Lembra-te dos dias da antiguidade. Assim comea a seo do prlogo histrico do hino. O fato do versculo 8 se referir providncia divina, voltando aos acontecimentos de Gnesis 10 e 11, explica a perspectiva histrica de Dt. 32:7a. 8. Fixou os termos . . . segundo o nmero . . . de Israel. Assim como Paulo ensina que Cristo governa sobre todas as coisas em benefcio de Sua igreja, Moiss afirma que o Senhor interessava-se de maneira especial pelas necessidades geogrficas da numerosa descendncia de Abrao, no Seu providencial governo de todas as naes (cons. Gn. 10:32), puis Israel era Seu povo eleito (Dt. 32:9; cons. 7:6; 10:15). De acordo com uma traduo apoiada pela LXX e fragmentos do Qumran, "filhos de Deus" poderia substituir filhos de Israel. Aqueles que preferem esta traduo defendem a tradio mtica de que El, cabea do panteo cananita, tinha setenta filhos, alegando o fato de que Gn. 10 menciona setenta naes; e eles concluem dizendo que esta correspondncia numrica a que foi mencionada em Dt. 32:8. Do mesmo modo, os comentaristas judeus, seguindo o texto massortico,
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 112 vem uma correspondncia entre as setenta naes de Gnesis 10 com os setenta israelitas de Gn. 46:27. Tendo estabelecido a herana de Israel em Cana desde os dias da antiguidade, o Senhor os levou, nos dias de Moiss, posse de suas riquezas (Dt. 32:10-14). 10. Achou-o. O Senhor, vindo buscar e salvar aquilo que estava perdido, encontrou Israel sem lar e desamparado no deserto. Como a menina dos seus olhos. Ele cuidou do Seu povo to zelosamente quanto um homem cuida daquilo que lhe mais precioso, ou como uma guia cuida de sua ninhada (v. 11). A figura poderia ser interpretada em relao ao livramento do Egito como tambm relativamente orientao dada em Cana. 12b. No havia com ele deus estranho. Considerando que o Senhor era o nico benfeitor de Israel, sua subseqente transferncia de fidelidade a outros deuSes (v. 15 e segs,) era manifestamente indesculpvel. 13a. Ele o fez cavalgar sobre os altos da terra. Israel avanou na fora do Senhor em majestoso triunfo atravs da Transjordnia (cons. 2:31 e segs.) e por sobre a montanhosa Cana, para que festejasse por causa de todas as melhores ofertas de campos e rebanhos (vs. 13b, 14). d) Registro da Rebeldia. 32:15-18. Na qualidade de seu Suserano, o Senhor exigiu, primeiramente, lealdade perfeita e exclusiva. Como um animal indomvel, Israel engordou nas ricas pastagens, recusando-se a submeter-se. 15. Jeshurum, o justo, foi aqui usado recriminadoramente. Em seu arrogante desprezo pela Rocha de sua salvao, o povo de Israel pagou seu tributo sacrificial aos antideuses fantsticos. 17a. Santificam a demnios que no eram deuses (RSV), dos quais nada receberam e dos quais at esse momento jamais ouviram falar. To execrvel foi sua ingratido, que preferiam esses novos reis-deuses Rocha que lhes demonstrara o amor de pai (v.18a) e me (v. 18b).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 113 e) Maldies Contra os Violadores da Aliana. 32:19-2 5. Na Aliana do Sinai, anexa estipulao que proibia deuses-dolo rivais, havia a advertncia: "Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso" (Dt. 5:9; x. 20: 5). Deus responde infidelidade no relacionamento da aliana com algo parecido ao ardente zelo conjugal de um homem cuja esposa foi infiel (Dt. 32:21, cons. v. 16). A lei prescrevia a morte para a adltera. As maldies da aliana ameaavam Israel com a extino se ela fizesse o papel de prostituta com os falsos deuses de Cana (cons. 31:16 e segs.). Do fogo do cime divino no se escapa; Ele queima at ao mais profundo do inferno (32: 22), o lugar dos mortos. 19,20. (Ele) os desprezou. . . e disse: Esconderei . . . o meu rosto. Aplicando o princpio da lex talionis, Deus rejeitaria Israel e retiraria Sua proteo. Ele despertaria o cime de Israel atravs de um povo que no povo (v. 21; cons. Ef. 2:12). Isto , Ele garantiria a um povo que desconhecia o favor da Sua aliana, a vitria sobre os filhos em quem no h lealdade (v. 20b). 23. Amontoarei males sobre eles. Nos versculos 23-25 as maldies da aliana, especialmente a pestilncia, a fome e a espada, os terrores que vinham junto com o clmax do cerco e do exlio, esto sendo postos em destaque (cons. cap. 28). Nisso residiria o triunfo daquele que no povo. Como resultado do cerco, Israel seria removida do reino de Deus, vindo a se tomar ela mesma, aquela que no povo (cons. Os. 1:9). No desvendamento adicional da revelao redentiva, Deus ia prometer uma renovao de Sua misericrdia por meio da qual aquele que no povo viria a ser novamente o "meu povo" (cons. Os. 1:10; 2:23). E Paulo interpretou-a, j realizada na entrada dos gentios como tambm dos judeus na Nova Aliana em Cristo Jesus (Rm. 9:25, 26). Dentro desse aspecto, Paulo tambm d uma interpretao idia do cime de Israel por causa do favor que Deus demonstrou para com os gentios (Rm. 11:11 e segs.; cons. 10:19). O Hino do Testemunho de Moiss, j por si mesmo, antecipa a misericrdia redentora e as bnos que esto alm das preditas maldies de Israel (veja Dt. 32:26-43 ).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 114 f) Bnos Atravs do Juzo Redentor. 32:26-43. Agora chama-se a ateno para a nao inimiga que golpearia sem misericrdia tanto a cabea das crianas como a dos velhos. 27. A nossa mo tem prevalecido. Para que o inimigo no viesse a interpretar a vitria sobre Israel erradamente, negando ao Senhor a honra que Lhe devida (cons. Is. 10:5 e segs.). Ele imitaria a matana a Israel (Dt. 32:26). Do ponto de vista das maldies da aliana, isto seria um adiamento da vingana divina contra Israel. A preservao de um remanescente para que no seja aniquilado, est assim enraizado no zelo divino por Sua prpria glria. Ao mesmo tempo, a vindicao final do Seu povo, que seria feita atravs da preservao de um remanescente, brota da compaixo de Deus por ela (v. 36). 29a. Oxal fossem eles sbios! ento entenderiam isto. O tolo inimigo deveria saber que sua fcil vitria sobre Israel, o protetorado convencional do Suserano dos cus e da terra, devia-se ao aborrecimento dEste para com Israel (vs. 19 e segs., 30). O versculo 31 uma interjeio parenttica de Moiss, reforando a irrefutabilidade de 32:30 com a eliminao da possibilidade de que o deus do inimigo fosse o responsvel pela vitria. Sobre o versculo 31b, veja x. 14:25 ; Nm. 23 e 24; Js. 2:9, 10; I Sm. 4:8; 5: 7 e segs.; Dn. 4:34 e segs.
29b. Alm disso, se o inimigo fosse sbio, atentariam para o seu fim.
Este tema continua no versculo 32 e segs. Sua arrogncia se transformaria em tremor, se entendessem que o Deus de Israel, que julgou at o Seu prprio povo com ira abrasadora, certamente os julgaria tambm com justia estrita (v. 34) por causa de sua depravao e crueldade (vs. 32, 33). O maior dos males da nao inimiga seria o de estar em inimizade com o povo de Deus. Porque, embora isto representasse a vara da ira de Deus contra Israel, seus prprios motivos e propsitos seriam bastante diferentes (cons. 27b; Is. 10:7 e segs.). 35,36a. Considerando isto, o juzo divirto sobre o inimigo seria um ato de vingana e vindicao do seu povo, e . . . seus servos. Assim o hino retorna habilmente ao seu tema principal de Israel e as sanes da
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 115 aliana, e d a entender que as bnos finais se seguiro penltima maldio. Com relao citao que o N.T. faz de 32: 35, 36, veja Rm. 12:19 e Hb. 10:30. 36b. O seu poder se foi. S quando o Seu povo se encontrasse to desamparado como quando pela primeira vez Ele o encontrou (v. 10), s ento Deus interviria no julgamento redentor. O perdo, contudo, s seria concedido quando fossem confrontados com os seus pecados (vs. 37, 38) e fossem assim levados tristeza e ao arrependimento piedoso, confiando no Senhor, a sua verdadeira e nica Rocha. 39. Eu mato, e eu fao viver. Prometendo vir em juzo como o Salvador dos Seus servos, o Senhor se identifica como Deus nico e Soberano absoluto (cons. v. 12; 4: 35, 39; 5:6a; Is. 43:1-13). 40. Levanto a minha mo aos cus. Assim como o Senhor acrescentou um juramento promessa na Aliana Abramica, jurando por Si mesmo, pois nau h nenhum outro (cons. Is. 45:22, 23; Hb. 6:13), de que o Seu juzo seria terrvel contra aqueles que O odiassem (Dt. 32:41,42; cons. v.35; Is. 63:1 e segs.). No versculo 42, a terceira clusula completa a primeira; a quarta, a segunda. 43. O hino termina com a perspectiva do jbilo sobre o juzo de Deus que envolve ambos, a retribuio ao inimigo e a expiao de toda a culpa dentro do reino de Deus. Uma vez que as naes so universalmente chamadas para participarem da alegria da salvao de Deus, o horizonte desta esperana claramente a era messinica, quando todas as naes da terra encontraro bnos na semente de Abrao. 44-47. O comissionamento de Josu e as instrues referentes ao trino do Testemunho foram dados juntamente com a revelao especial no santurio (31:14-23), e significativamente Josu foi associado com Moiss na proclamao do hino a Israel (32:44). Moiss selou o recital com o apelo final comunidade da aliana a que cultivasse em suas sucessivas geraes a fidelidade aliana, que em seu resumo dentro do hino foi uma testemunha de Deus para Israel (v. 46). A concluso das
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 116 sanes (30:15 e segs.) faz eco na advertncia de que isto era uma questo da prpria vida de Israel (32:47). C. Testamento de Moiss. 32:48 33:29. 48-52. Cons. 3: 27; Nm. 27; 12-14. 48. Naquele mesmo dia. Foi ao aproximar-se o fim do dia da cerimnia da renovao (cons. 1:3-5; 27:11; 31:22) que Moiss subiu a este monte de Abarim, ao monte Nebo (49a), para ali morrer. Sobre a morte de Aro no Monte Hor, veja 10:6 ; Nm. 20:22 e segs.; 33:37, 38. 51. Porquanto prevaricastes. Sobre o pecado que desqualificou Moiss de entrar em Cana, veja 1:37; 3;26; 4:21; Nm. 20:10 e segs.; 27:14. O cumprimento desta ordem est descrito em Dt. 34:1e segs. No antigo Oriente Prximo, as bnos finais pronunciadas por um pai moribundo aos seus filhos era um testamento legal irrevogvel, aceito como prova decisiva em disputas nos tribunais. No caso dos patriarcas bblicos, a autoridade e potncia de suas bnos finais derivava do Esprito de profecia que havia neles, falando em forma testamentria (cons. os casos de Isaque, Gn. 27, e Jac, Gn. 49). Como pai espiritual e teocrtico das doze tribos, Moiss pronunciou suas bnos para eles, exatamente antes de subir ao monte para morrer (Dt. 33:1), e assim suas palavras constituram o seu testamento. At onde o Deuteronmio constitua uma garantia dinstica, Josu na qualidade de sucessor de Moiss era o herdeiro da aliana. Tambm era verdade, no entanto, que todos os israelitas eram filhos adotivos de Deus, e portanto herdeiros das bnos do Seu reino que estava sendo dispensado atravs do Seu servo Moiss. Torna-se impossvel simplesmente equiparar as formas da aliana e do testamento sem um drstico empobrecimento e distoro do conceito da aliana. Mas na medida em que as bnos prometidas na aliana redentora de Deus no podem ser herdadas parte da morte de quem faz a promessa, essa aliana inclui como um dos seus aspectos o principio testamentrio.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 117 O testamento potico de Moiss contm trs partes: a) uma introduo, descrevendo a glria do Senhor ao declarar a Sua realeza na doao de Sua aliana teocrtica a Jeshurum (vs. 2-5); b) a beno das tribos, na forma de oraes, doxologias, imperativos e predies (vs. 625); e c) uma concluso, louvando a Deus, o majestoso Protetor de Jeshurum (vs. 26-29). [Para um estudo til dos problemas textuais neste captulo e uma nova traduo, veja F.M. Cross e D.N. Freedman, 'The Blessing of Moses", JBL 67 (1948), 191-210.]
Deuteronmio 33
1) Introduo. 33:2-5. O aparecimento do Senhor como Rei dos Reis para proclamar Sua aliana foi feita em glria radiante, como o nascer do sol, sobre as montanhas orientais da pennsula do Sinai (v. 2a; cons. a semelhante descrio potica da teofania do deserto em Jz. 5:4 e segs.; Sl. 68:7 e segs.; Hb. 3:2 e segs.). 2b. Servindo o Rei em Seu advento havia um exrcito celestial de santos (cons. Sl. 68:17; Zc. 14:5; Atos 7:35; Gl. 3:19; Hb. 2:2). 2d, 3. Provavelmente uma traduo mais aproximada ao verdadeiro sentido destes versculos a traduo de Cross e Freedman: " sua direita seguiam os poderosos, sim, os guardies dos povos. Todos os santos estavam ao seu lado, prostrando-se a seus ps, executavam as suas decises". Como representante terrestre do Senhor, Moiss transmitiu a Israel a aliana divina com suas promessas do reino (v. 4), e atravs da cerimnia da aliana foi ratificada a realeza teocrtica do Senhor sobre Israel (v. 5). 2) As Bnos das Tribos. 33:6-25. Primeiro Moiss abenoou os filhos das esposas de Jac, depois os filhos das servas. Embora Jac anunciasse que o primognito Rben perdera seus direitos primogenitura, tanto ele quanto Moiss comearam seu testamento com ele (cons. Gn. 49 : 3, 4).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 118 6. Viva Rben. Moiss orou para que Rben no sofresse extino tribal. 7. Introduze-o no seu povo. A bno para o Jud real (o quarto filho de Lia) , com efeito, uma orao para que a bno proftica de Jac para ele fosse cumprida (cons. Gn. 49:9-12), para que Jud fosse capacitado a desempenhar a tarefa real de derrotar os adversrios, retomando ento ao seu povo a fim de merecer sua obedincia. No testamento de Jac, Simeo e Levi (o segundo e terceiro frios de Lia) foram repreendidos e dispersos em Israel (Gn. 49: 5-7). Historicamente, Simeo foi logo absorvido por Jud (cons. Js. 19-2 e segs.). Moiss omitiu Simeo nas bnos individuais (o nmero doze sendo atingido pela diviso da tribo de Jos). Mas ele distribuiu Levi por todo Israel (cons. Js. 21:1-40), dando-lhe um novo significado. 9b. Observou a tua aliana. Levi exibiu a devoo necessria ao Senhor para o oficio sacerdotal na prova do Sinai (x. 32:26.29). Sobre os acontecimentos de Mass e Merib (Dt. 33: 8b), o comeo e o fim da prova divina por que passou Israel (cons. 8: 2 e segs.), veja x. 17: 1-7; Nm. 20:1-13; Dt. 6:16; 9:22; 32:51. Esta tribo recebeu a honra do sacerdcio na famlia de Aro, com o privilgio de receber revelaes divinas especiais (33:8a), ensinar as leis da aliana(v. 10a), e oficiar diante do altar (v. 10b). A bno de Levi termina adequadamente com a orao no sentido de que o seu ministrio em beneficio do povo da aliana Se comprovasse eficaz (v. 11). Tendo lidado com as tribos real e sacerdotal, Moiss voltou-se para Benjamim (o filho mais jovem de Raquel). 12c. Ele descansar nos seus braos. Benjamim recebeu a poro de Jerusalm na fronteira de Jud, lugar do santurio e trono do Senhor (cons. Gn. 49: 27; Js. 15:8; 18:16). O uso do termo "ombros" nesta passagem (E.R.C.) para indicar a posio elevada de Jerusalm, sustenta a idia de que o Senhor o sujeito de habitar. Sobre o amado do Senhor, veja Jr. 11:15 ; Sl. 60:5. Junto com Benjamim na bno (Dt. 33:13-17) e na herana territorial estava Jos (o filho mais velho de Raquel). A
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 119 poro dupla, o direito de primogenitura perdido por Rben, foi dada a Jos (Gn. 48:22), pois seus dois filhos desfrutaram de status tribal separado. Agora Moiss confirmou a preeminncia que Jac concedeu a Efraim sobre Manasss (Dt. 33:17; cons. Gn. 48:14 e segs.). Novamente, como Jac, Moiss abenoou Jos com puder militar e abundncia dos melhores produtos da terra (cons. Gn. 49:22-26). 16. A fonte de toda a bravura e prosperidade de Jos estava na benevolncia daquele que apareceu na sara (cons. x. 3:2 e segs.). Uma ligeira mudana no texto poderia substituir sara por "Sinai". Zebulom e Issacar (sexto e quinto filhos de Lia, respectivamente) esto aqui unidos nas suas bnos (Dt. 33:18,19; cons. Gn. 49:13-15). Sua poro especial seriam os tesouros do mar, garantidos ao que parece pelo comrcio com aqueles que operavam no mar Mediterrneo, ao longo de suas custas e no Mar de Quinerete. Suas heranas ficavam perto, mas no sobre essas guas (cons., contudo, Gn. 49:13 ). 19a. Chamaro os povos ao monte. Isto parece indicar que seu sucesso comercial seria gratamente reconhecido na verdadeira adorao. A tribo de Gade (primeiro filho de Zilpa, a serva de Lia) escolheu a poro do chefe (v.21a) por sua herana na Transjordnia, os primeiros frutos da conquista (vs. 20, 21a). Depois juntou-se fielmente aos seus irmos no conflito da conquista de suas respectivas pores em Cana (v. 21b). Como a bno de Sem (Gn. 9: 26), a de Gade est expressa em forma de doxologia (cons. Gn. 49:19). Com fora enrgica a tribo de D (o filho mais velho de Bila, a serva de Raquel) seria igual aos lees de Bas (Dt. 33:22; cons. Gn. 49:17). Foi para a regio de Bas que uma expedio de danitas emigrou do seu primitivo territrio no litoral meridional (Jz. 18). O favor do Senhor concedido a Naftali (o filho mais jovem de Bila) seria demonstrado na notvel fertilidade e beleza de sua herana, especialmente na parte sul das praias de Genesar (Dt. 33:23; cons. Gn. 49:21). 24a. Bendito seja Aser entre os filhos. Esta tribo do filho mais jovem de Zilpa ficou localizada na fronteira setentrional de Israel, uma terra frtil que se limitava com Naftali (v. 24b; cons. Gn. 49:20).
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 120 25. Como os teus dias . . . a tua paz. A orao de Moiss foi no sentido da proteo de Aser ser constantemente forte 3 ) Concluso 33:26-29. 26a. No h outro, amado, semelhante a Deus. Como uma introduo (vs. 2-5), aqui Moiss louva o verdadeiro Doador das bnos deste testamento. O estabelecimento da aliana foi celebrado na introduo, mas aqui o Senhor est sendo louvado como o Defensor e benfeitor de Israel na subseqente conquista (v. 27) e colonizao da terra paradisaca (v. 28). 26b. Veja Sl. 18:10; 68:33. 27a. Veja o Salmo mosaico 90:1, 2. 29. Quem como tu? Povo salvo pelo Senhor. A singularidade da bem-aventurana de Israel brotava da singularidade do Senhor-Salvador de Israel (cons. v. 26a). Teus inimigos te sero sujeitos. Todos tinham de reconhecer a supremacia de Israel.
Deuteronmio 34
D. Sucesso Dinstica. 34:1-12. Um testamento s entra em vigor, apenas depois da morte do testador. Por isso a Aliana Deuteronmica, dentro do seu aspecto testamentrio (cons. comentrios na introd. do cap. 33) no entraria em vigor at a morte de Moiss. S ento Josu o sucederia no papel de vice-rei de Deus sobre Israel, e s ento sob a liderana de Josu as tribos poderiam, de acordo com as declaraes do Senhor, entrar na posse da herana de Cana. Era, portanto, apropriado que o tratado deuteronmico terminasse com o registro da morte de Moiss, que na realidade autentica o tratado. A ateno adicional dada terra da herana de Israel e a ascenso de Josu como mediador real da aliana, evidencia que se tem em vista o significado testamentrio da morte de Moiss. Os versculos 1-8 registram a morte de Moiss e os versculos 9-12 a sucesso de Josu. A narrativa retoma com a histria de 32:48-52.
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 121 1a. Ento subiu Moiss . . . ao monte Nebo. Moiss subiu sozinho pela estrada que no tinha retorno, afastando-se da terra prometida at o topo da cadeia de montanhas a oeste das plancies de Moabe, do lado oposto a Jeric at o monte Nebo. O panorama da herana jurada a Israel est descrita conforme ela se descortinava quando olhada primeiro para o nordeste, depois para o oeste e sul, e de volta para plancie que se estendia entre Jeric e Moiss. 2. O mar ocidental, isto , o Mediterrneo, por trs das colinas de Jud, no naturalmente visvel do monte Nebo. 4b. No irs para l. Cons. 1:37; 3:26; 4:21, 22; 32:52. Embora no tivesse permisso para entrar na terra, Moiss observou e viu os picos de suas montanhas ao norte, do alto de um, no qual ele, com Elias, mais tarde ficaria e falaria com o Mediador da Nova Aliana sobre o xodo que Ele teria de fazer at Jerusalm, antes que fizesse a travessia para a herana celestial (cons. Mt. 17:3; Mc. 9:4; Lc. 9:30, 31). Foi necessrio que Jesus morresse antes de penetrar no Seu descanso, porque Ele era o verdadeiro Mediador que veio para reconciliar o povo pecador com o seu Deus; Moiss tinha de morrei sem entrar no descanso tpico, porque na qualidade de mediador do V.T. ele ficou, por causa da transgresso oficial, desqualificado para completar a misso que prefigurava a do Filho de Deus sem pecado. Diferentemente de Moiss, que aps sua morte foi substitudo por Josu (Dt. 33:9), o Mediador Messinico seria o Seu prprio sucessor depois da morte, porque no seria possvel a morte ret-lo. 7. Nem se lhe abateu o vigor. Moiss, embora com 120 anos de idade (cons. 31:2; x. 7:7), no morreu por causa da idade avanada, mas por ordem de Deus, o qual cria e destri com Sua palavra soberana (Dt. 34:5). Sobre a localizao do sepulcro de Moiss (v. 6), veja 3:29; 4:46. Sobre seu resultado, veja Judas 9. 9a. Cheio do esprito de sabedoria. Josu fora estabelecido como o herdeiro dinstico atravs da concesso dos dons carismticos desta
Deuteronmio (Comentrio Bblico Moody) 122 dinastia, destacadamente o dom do governo sbio (cons. Nm. 27:18 e segs.; Dt. 31). 9b. Os filhos de Israel lhe deram ouvidos. Fiel ao seu juramento de fidelidade vontade do Senhor, feito na cerimnia deuteronmica (cons. 26:17; 29:12), Israel concordou com a ascenso de Josu. 10. Com quem o Senhor houvesse tratado face a face. Embora fosse sucessor de Moiss, Josu no se lhe igualava. A Moiss Deus respondia diretamente (x. 33:11; Nm. 12:8), mas Josu tinha de descobrir a vontade de Deus pela mediao sacerdotal (Nm. 27:21). Josu foi reconhecido sucessor de Moiss pelos sinais da vitria na travessia do Jordo e contra as hostes de Cana, semelhantes aos de Moiss que triunfou sobre as hostes de Fara e as guas do mar. Mas ningum foi como Moiss na plenitude de sua revelao do poder redentor do Senhor (Dt. 34:11, 12).