Tde - D. Const e D. Adm
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RESUMO
O presente artigo científico discorre sobre o intuito de manter a ordem na vida social,
onde se cria normas com a finalidade de assegurar o equilíbrio das relações interpessoais,
essas relações abrangem todos os meios de direitos, deveres, garantias e obrigações, cujo
salientamos, como campo de estudo, a questão da ética no serviço público. A contar do
momento em que os agentes públicos deixam de portar-se perante a segurança e a perspectiva
da moral, caracteriza a improbidade administrativa. O ato ímprobo causa prejuízo à ordem
pública e social, sendo a curto ou longo prazo. Esse artigo versa o assunto da ética e moral, da
qual, ampara o Estado democrático de direito e como efeito, os princípios da Administração
Pública. Ademais, implementamos uma sucinta análise a respeito de sujeitos e dos atos de
improbidade, assim como as sanções aplicáveis, previstas na Lei nº 8.429/92 e 14.230/21.
SUMÁRIO
1
Camila Caroline Castro Bastos da Silva, RGM: 4778-22-1 graduando em Direito pela Faculdade Piaget, em
Suzano – SP. Email: [email protected]
2
Maria Eduarda Padua Santos, RGM: 5075-22-1 graduando em Direito pela Faculdade Piaget, em Suzano – SP.
Email: [email protected]
3
Samanta Palma Mendes, RGM: 5065-22-1 graduando em Direito pela Faculdade Piaget, em Suzano – SP
Email: [email protected]
4
Solange Tomiyama. Doutora e mestre em direito pela PUCSP. Professora e Coordenadora do Curso de Direito
da Faculdade Piaget. Advogada. Email: [email protected]
1
1. INTRODUÇÃO
A Lei 8.429/92 que regulamenta o art. 37, § 4º, da Constituição Federal é uma das leis mais
polêmicas e herméticas, existindo uma relação de amor e ódio. De um ângulo os membros do
Ministério Público (MP), que a manuseiam como considerável artefato de combate à
corrupção e desvio do patrimônio público, já de outro resta as críticas de parte dos advogados,
dos gestores e administradores de bens públicos que retratam ásperas críticas, justificando
haver uma aplicação incongruente. Desde o princípio sucedem problemas. O projeto primitivo
aprovado na Câmara dos Deputados, acabou sendo totalmente substituído, que enviando
novamente o projeto para a Câmara, viu seu substitutivo desconsiderado com o refazimento,
ponderando as pequenas modificações, do projeto original, que seguiu imediatamente para a
sanção presidencial.
2
Qualquer ser capaz de atuar é forçosamente levado a distinguir o bem do mal. Ser
atuante, a Administração pública não foge a esta regra. Para atuar, tem de tomar
decisões; mas, para decidir, tem de escolher; e não só entre o legal e o ilegal, o
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas também entre o honesto e
desonesto. O seu comportamento deve, sem dúvida, conformar-se à lei jurídica.
Não há relutâncias que a moral administrativa esteve e ainda está sob influência da
moral comum subordinada aos valores que a sociedade tem desde épocas anteriores que
serviram de base até mesmo para criação da Constituição Federal atual, fazendo então com
que se torne uma norma jurídica.
Com isso podemos entender que a conduta do agente público será avaliada, não
somente, sob os princípios da legalidade que conhecemos como certo ou errado, mas sim
suas intenções, valores, crenças e etc. ao atuar dentro da máquina administrativa do país.
3. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Toda ação da Administração Pública tem a obrigação de levar em conta a finalidade
da lei de seus atos que está relacionada ao princípio constitucional da impessoalidade.
3
O ato do agente público ao utilizar meios lícitos para uma finalidade diversa da
supremacia do interesse público, com intuito de beneficiar a si próprio ou a outrem é
considerada um desvio de finalidade de modo que o torna ilegal e imoral. Os princípios da
finalidade, que decorre intimamente da impessoalidade, e da moralidade administrativa não
estão longe um do outro, pelo contrário, o ato violador é acometido concomitantemente aos
dois princípios.
Em vista que nenhum cidadão se escusa de não cumprir a lei, indagando não ter
conhecimento, fica o questionamento da importância moral perante o ordenamento jurídico.
De acordo com o princípio da autonomia da vontade permite que os indivíduos particulares
façam tudo o que a lei não os proíbe, já dentro da Administração Pública está relacionada
diretamente ao que a lei permite que possa ser feito para atingir os interesses da população
como um todo, sem margem para interpretação corrompida.
financeiro ao erário.
Os principais exemplos de improbidade no Brasil são: aplicação irregular de verba
pública; a falta de prestação de contas; frustração de concurso de processo licitatório e
superfaturamento de obra pública. Esses são os mais frequentes atos classificados como
improbidade administrativa cometidos diariamente pelos agentes públicos Brasileiros.
Na obra de Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves os agentes públicos são citados
na seguinte ordem: agentes políticos, agentes particulares colaboradores, servidores públicos
e agentes meramente particulares. Quanto aos agentes políticos:
Os servidores públicos são aqueles que, não importa qual seja o regime jurídico a
que estejam adstritos, dispõe de uma conexão duradoura com os elementos estatais da
administração direta ou indireta, interpretam atribuições próprias destes, ou outras
pertinentes ao seu alcance, e são remunerados em razão de seus serviços, mantendo-se aqui
incluídos os membros do Ministério Público (MP), do Poder Judiciário (PJ) e do Tribunal
de Contas (TC).
Em contrapartida, Marino Pazzaglini Filho, também identifica os agentes públicos
em quatro categorias: dos agentes políticos, dos agentes autônomos, dos servidores públicos
e dos particulares em colaboração com o Poder Público.
No que concerne aos agentes políticos, expõe o conceito parecido ao precedente
exposto, complementando que estes: "São os titulares dos cargos estruturais à organização
política do País, ou seja, ocupantes dos que integram o arcabouço constitucional do Estado,
o esquema fundamental do Poder".
A segunda categoria, intitulada pelo autor como agentes autônomos, contêm "Os
membros do Poder Judiciário, dos Ministérios Públicos, dos Tribunais de Contas Chefes da
Advocacia Geral da União que, regidos por legislação própria, exerce funções superiores e
essenciais, mas não participam diretamente de decisões políticas".
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
Atuar de forma negligente na arrecadação de renda ou tributo, tal como no que diz
respeito à preservação do patrimônio público é um dos atos de improbidade administrativa
substanciado como prejuízo erário.
Sob outra perspectiva, institui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou
omissão para oferecer, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que ocasione
carga tributária menor que a derivada da aplicação da alíquota mínima (2%) do ISS
Administração Pública:
passando a prevalecer com modificações também no que tange à Seção III que trata
6. SANÇÕES APLICÁVEIS
bens como sanção, afinal, considera-se que tal medida tem caráter preventivo, cautelar,
servindo para impossibilitar a dissipação dos bens do agente público ímprobo ou do terceiro
sanção ou pena.
candidatos para o então cargo, conseguimos observar que muito se discute a candidatura do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2018 foi condenado por corrupção passiva
prevista no Art. 317º do Código Penal, e lavagem de dinheiro prevista no Art. 1º da Lei nº
administrativa.
margem para interpretação discordante quanto ao que está fixado e previsto em Lei. O que
está expressamente escrito, deve ser obrigatoriamente respeitado e levado ao seu mérito.
esses fundamentos previsto em nossa Constituição Federal no referido CAPUT do art. 37º
CF/88.
O que muito se comenta é o fato da anulação dos casos em 2021 pelo STF, tornar o
Constituição.
O art. 14, parágrafo 3º, CF/88 dispõe as condições de elegibilidade para concorrer
aos cargos públicos.
I – Nacionalidade brasileira;
II - Pleno exercício dos direitos políticos;
III – Alistamento eleitoral;
IV – Domicílio eleitoral na circunscrição;
V – Filiação partidária;
VI – Idade mínima variando de acordo com o cargo.
Dessa forma, podemos afirmar então que Lula, dentro desses requisitos está apto para
em julgado.
Art. 1º Esta Lei Complementar altera a Lei Complementar n o 64, de 18 de maio
de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9 o do art.14 da Constituição Federal,
casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências.
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça
Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em
processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na
qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem
nos 8 (oito) anos seguintes;
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por
órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito)
anos após o cumprimento
da pena, pelos crimes:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio
público;
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os
previstos na lei que regula a falência;
[...]
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
[...]
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada
em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito,
desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito)
anos após o cumprimento da pena;
Ora, Lula foi condenado em 2 instâncias e também na instância especial pelos crimes
Ainda que haja contenda ao ex-presidente avaliamos então os incisos I ao V do art. 15º
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art.5º;
VIII - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,§4º.
alegação de que a Justiça Federal do estado do Paraná não era o colegiado competente para
essa operação, torna o Lula alguém elegível para o referido cargo. Diante disso, segue um
dilema que perpetua uma parte dos brasileiros: alguém que foi condenado, descartando
10
Posto isso, a boa-fé dos agentes públicos em seus respectivos cargos, vai deveras
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Lei no. 8.429, de 02 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8429.htm>. Acesso em: 27 de setembro de
2022.
LEI Nº 4.717/65 - Dispõe sobre a Lei de Ação Popular para fins da sociedade pleitear a
anulação dos atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios e entre outros.