AlfaCon Arts 5 A 7 CP Lei Penal No Espaco Parte 2
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Sumário
DA LEI PENAL NO ESPAÇO – CONTINUAÇÃO ........................................................................................................... 2
LUGAR DO CRIME ................................................................................................................................................................................. 2
EXTRATERRITORIALIDADE ....................................................................................................................................................................... 3
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA .............................................................................................................................................. 4
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA ................................................................................................................................................. 6
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA PREVISTA NO §3º DO ARTIGO 7º ..................................................................................................... 8
PRINCÍPIOS APLICADOS À EXTRATERRITORIALIDADE ..................................................................................................................................... 8
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO ........................................................................................................................................................ 10
EFICÁCIA DA SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA............................................................................................................................................ 11
CONTAGEM DO PRAZO E FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA................................................................................................................... 12
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................................................... 14
GABARITOS .................................................................................................................................................................................... 14
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação
com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos
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Lembre-se de que as regras relativas ao lugar do crime não são as mesmas para a Lei Penal
e a Lei Processual Penal
Há certos crimes que afetam os interesses de mais de um Estado soberano, isto é, mais de
um país. A fim de dirimir os conflitos de jurisdição internacional aos crimes a distância (crimes
que percorrem dois Estados soberanos), o Código Penal adotou a teoria da ubiquidade (ou
mista) para definir o lugar do crime.
Existem três teorias mais citadas em prova:
I. Teoria da Atividade;
II. Teoria do Resultado;
III. Teoria da Ubiquidade.
De acordo com a teoria da atividade (ou da ação), lugar do crime é somente aquele no
qual os atos executórios (ação ou omissão) ocorreram, isto é, o local onde o agente desenvolveu
a atividade criminosa (no todo ou em parte). Imaginemos que uma pessoa seja ferida no
Equador e venha a falecer no Brasil. Portanto, para essa teoria, apenas o Equador seria
competente para julgar o crime, pois é onde os atos executórios (ação ou omissão) se deram,
pouco importando o lugar do resultado.
Já para a teoria do resultado, lugar do crime é somente aquele onde se produziu o
resultado (a sua consumação). Assim, a competência para julgar o crime, no exemplo acima,
seria apenas do Brasil, porque é o lugar da ocorrência do resultado.
A teoria da ubiquidade (ou mista) é o hibridismo entre as duas teorias, sendo considerado
lugar do crime tanto o país em que se praticaram os atos executórios (ação ou omissão), no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado Analisando o
fato hipotético acima, os dois países seriam competentes para julgar o crime.
Quando falamos do lugar do crime (Art. 6º) e do tempo do crime (Art. 4º), o Código Penal
adotou, respectivamente, a teoria da ubiquidade e da atividade: LUTA!
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Questões comentadas!
Extraterritorialidade
É a aplicação da legislação penal brasileira aos crimes cometidos no exterior. Justifica-se
pelo fato de o Brasil ter adotado, relativamente à lei penal no espaço, o princípio da
territorialidade temperada ou mitigada (CP, Art. 5º), o que autoriza, excepcionalmente, a
incidência da lei penal brasileira a crimes praticados fora do território nacional. A
extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. Não se admite a aplicação da lei
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Questão comentada!
Extraterritorialidade Incondicionada
Art. 7º – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I – Os crimes:
contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público;
contra a Administração Pública, por quem está a seu serviço;
de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
(...)
§1º – Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.
São aqueles crimes que não estão sujeitos a nenhuma condição. A mera prática do crime
em território estrangeiro autoriza a incidência da lei penal brasileira, independentemente de
qualquer outro requisito. Suas hipóteses estão previstas no inciso I, do Art. 7º, CP. No tocante a
esses crimes, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro (Art. 7º, §1º).
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente de República: aqui se aplica o princípio
real (da defesa ou da proteção), isto é, será utilizada a lei brasileira ao crime
cometido fora do Brasil, que afete o interesse nacional (Art. 7º, I, “a”, “b”, “c”). São
os casos das infrações cometidas contra o Presidente da República, contra o
patrimônio de qualquer das entidades da Administração direta, indireta ou
fundacional etc. Se o interesse nacional foi afetado de algum modo, justifica-se a
incidência da legislação pátria. Dizemos que a lei penal está protegendo o bem
jurídico nacional, que é a vida ou liberdade do Chefe do Executivo;
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ATENÇÃO: Não são todos os crimes contra o presidente da república que recebem essa regra,
somente aqueles que versarem CONTRA A VIDA (ARTS. 121 AO 127, CP) ou A
LIBERDADE (ARTS. 146 AO 149, CP) do Chefe do Executivo Federal. Segundo Damásio de
Jesus, esses crimes constituem delitos contra a Segurança Nacional (Lei nº 7170/83).
c) contra a Administração Pública, por quem está a seu serviço: da mesma forma
que os anteriores, utiliza-se o princípio real (da defesa ou da proteção);
ATENÇÃO: Aqui, exige-se que o crime seja funcional, ou seja, tem que ser praticado por quem
esteja a serviço da Administração pública. Assim, se um funcionário público cometer crime de
peculato no exterior, a lei penal brasileira será aplicada de forma incondicionada.
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Questões comentadas!
4. (CESPE) Não ficarão sujeitos à lei brasileira, quando cometidos no estrangeiro, os delitos
praticados contra a administração pública por quem está a seu serviço.
Gabarito: Errado
Comentário: Trata-se do princípio da extraterritorialidade incondicionada prevista no art. 7º
inciso I alínia “C”. Dessa forma, os crimes cometidos contra a Administração pública, por
quem está a seu serviço serão sempre julgados pela legislação penal brasileira.
5. (ALFACON) Dado o princípio da extraterritorialidade incondicionada, estará sujeito à
jurisdição brasileira aquele que praticar, a bordo de navio a serviço do governo brasileiro em
águas territoriais argentinas, crime contra o patrimônio da União.
Gabarito: Errado
Comentário: Nesse caso ocorreu o princípio da TERRITORIALIDADE da lei penal, uma vez que
no bojo da assertiva está escrito que o navio está a serviço do governo brasileiro. Sendo
assim, na situação narrada, o navio é considerado como uma extensão do território
brasileiro por assimilação. Além disso, é importante ressaltar que a questão confunde os
princípios ao trazer tanto princípios provenientes da Territorialidade (navio a serviço do
governo brasileiro – Art. 5º § 1º) quanto provenientes da Extraterritorialidade (crime contra
o patrimônio da União - Art. 7º, I, b).
Extraterritorialidade Condicionada
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
(...)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
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Neste caso, fala-se dos crimes cometidos no estrangeiro, mas é preciso preencher alguns
requisitos para que sejam julgados no Brasil. Estas hipóteses estão elencadas no Art. 7º, inc. II,
do Código Penal, e deve haver o concurso de condições previstas no Art. 7º, §2º. Dessa forma,
aplica-se de forma condicionada à Lei Penal brasileira aos crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir: alguns crimes o
Brasil, por meio de trados e convenções obrigou-se a reprimir, como é o caso do
crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Assim, apesar de cometido no exterior
será aplicada a Lei Penal brasileira. Porém, é fundamental que concorram as
condições definidas em lei. Aplica-se aqui o princípio da justiça universal ou
cosmopolita, também conhecido como o princípio da repressão universal ou da
universalidade do direito de punir (Art. 70, I, “d”, II, “a”);
b) praticados por brasileiros: temos aqui o princípio da nacionalidade ou
personalidade ativa, sendo aplicada a lei brasileira aos crimes cometidos por
brasileiro fora do Brasil (Art. 7º, II, “b”). Não importa se o sujeito passivo é
brasileiro ou se o bem jurídico afeta interesse nacional, pois o único critério levado
em conta é o da nacionalidade do sujeito ativo. Justifica-se pela impossibilidade
Constitucional de extradição de brasileiro previsto no Art. 5º, LI, da Constituição
Federal de 1988;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não venham a ser
julgados: utiliza-se aqui o princípio da representação, do pavilhão, da substituição
ou da bandeira, a Lei Penal nacional será aplicada aos crimes cometidos em
aeronaves e embarcações privadas, quando praticados no estrangeiro e aí não
sejam julgados Convém notar que o fato não constituiu hipóteses de território por
extensão ou assimilação, pois as embarcações não são públicas, tampouco estão a
serviço do Brasil
ATENÇÃO: Observe que o texto de lei diz: “se lá no exterior não sejam julgados”.
Caso forem julgados no exterior, mesmo que tenha sido absolvido, ou mesmo
condenado, ou não tenha cumprido a pena, NÃO se aplicará a lei brasileira.
Somente deve ser aplicada nos casos em que a o país estrangeiro não julgou,
acrescidos dos requisitos previstos no Art. 7º, §2º, CP.
Além destas hipóteses, é necessário o concurso das seguintes condições (Art. 7º, §2º, CP),
que devem incidir todas ao mesmo tempo:
a) entrar o agente no território nacional: o ingresso pode ser voluntário ou não,
temporário ou prolongado;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado: também chamado de dupla
tipicidade;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição:
há uma perfeita coincidência entre os crimes pelos quais o Brasil autoriza a extradição e
os crimes pelos quais o Brasil aplica a lei brasileira (de forma genérica e exemplificativa:
os crimes devem ser punidos com reclusão e pena mínima de 1 ano, conforme o Art. 77,
do Estatuto do Estrangeiro);
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena: se o
agente foi absolvido ou cumpriu a pena no estrangeiro, ocorre uma causa de extinção da
punibilidade. Se a sanção foi cumprida parcialmente, novo processo pode ser instaurado
no Brasil, com atendimento à regra do Art. 8º, CP;
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e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável: como é evidente, cuida-se de causas de
extinção da punibilidade.
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Território nacional: é o espaço onde certo Estado exerce sua soberania Em termos
jurídicos, é a soma do espaço físico e do espaço jurídico
Território próprio: é o próprio espaço físico (geográfico): terrestre, marítimo ou aéreo
correspondente (solos, rios, lagos, baías e faixa do mar territorial, 12 milhas náuticas de
largura)
Território por extensão: embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do Estado, onde quer que se encontrem, bem como as embarcações e aeronaves
brasileiras, mercantes ou de propriedade privadas, que se encontrem em alto-mar ou sobre o
espaço aéreo correspondente ao do alto-mar
Territorialidade: aplicação da Lei Penal do local do crime, pouco importando a
nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico
Territorialidade absoluta: só a Lei Penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos no
território nacional
Territorialidade mitigada (temperada): em regra, aplica-se a legislação brasileira aos
crimes cometidos no território nacional. Excepcionalmente, admite-se a aplicação da
legislação estrangeira aos crimes cometidos no território nacional, total ou parcialmente,
sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional. É, portanto, a
regra utilizada no Brasil (Art. 5º, CP).
Imunidades diplomáticas: a Lei Penal é aplicada, igualmente, a todos, nacionais ou
estrangeiros, sem privilégios pessoais. Contudo, pelo fato de o Brasil ter adotado a
territorialidade mitigada (ou temperada), que existem as imunidades diplomáticas – em
decorrência de convenções, tratados e regras de Direito Internacional (Art. 5º, CP). Assim,
os agentes diplomáticos e os chefes de governos estrangeiros gozam de imunidades por
prerrogativa funcional, em respeito aos Estados que representam, aplicando-se a lei do
seu país.
Imunidades parlamentares: são garantias Constitucionais relativas ao desempenho das
funções parlamentares, pelo mandato eletivo, dos representantes eleitos das Casas do
Congresso Nacional (Deputados Federais e Senadores) Assim, extrai-se a regra geral de
que os parlamentares não poderão ser presos A regra abrange tanto a prisão provisória,
de cunho penal, em qualquer de suas modalidades, salvo no caso de flagrante de crime
inafiançável, assim como a prisão civil, uma vez que o texto constitucional não faz
qualquer distinção
Direito de passagem inocente: existe a possibilidade da passagem inocente de
embarcação estrangeira no mar territorial brasileiro (12 milhas náuticas do continente),
que significa a rápida e contínua travessia de barcos estrangeiros por águas nacionais, sem
a necessidade de pedir autorização para o governo. Perceba que falamos em
“embarcação” e não aeronaves. A regulamentação legislativa, acerca desse assunto, está
prevista no Art. 3º, da Lei n.º 8.617/93: “É reconhecido aos navios de todas as
nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. §1º A
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passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou
à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. §2º A passagem inocente poderá
compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos
constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou
por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves
em perigo ou em dificuldade grave.”
ESQUEMA DIDÁTICO
Atenção:
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A redação do artigo permite concluir que dois fatores devem ser considerados: a
quantidade e a qualidade das penas. Se da mesma qualidade (duas penas privativas de
liberdade, por exemplo), da sanção aplicada no Brasil será abatida a pena cumprida no exterior;
se de qualidade diversa (privativa de liberdade e pecuniária), o julgador deverá atenuar a pena
aqui imposta considerando a pena lá cumprida.
Exemplo: Um indivíduo é condenado a pena de 8 (oito) anos na França por ter atentado
contra a vida do nosso Presidente da República. No Brasil, é também processado e condenado,
mas a pena imposta na sentença foi de 20 (vinte) anos. Neste caso, serão abatidos os 8 (oito)
anos cumpridos na França, cumprindo o agente, no Brasil, somente 12 (doze) anos.
Trata-se de exceção ao princípio do non bis in idem1.
“Por força do princípio do ne bis in idem penal (material) ninguém pode ser condenado
duas vezes pelo mesmo crime. Essa regra, entretanto, não é absoluta. É relativa. A exceção está
precisamente na hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira: nesse caso, pode o país
onde se deu o crime condenar o agente e o Brasil também. São duas condenações pelo mesmo
fato. Por força do Art. 8º do CP, a pena cumprida no estrangeiro deve ser compensada na pena
fixada no Brasil” (Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina, 2007) apud Cunha2, 2016.
O Art. 9º do Código Penal trata da eficácia da sentença penal estrangeira, porém a sua
competência para homologação está presente no Art. 105, I, “i”, da CF: “Compete ao Superior
Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças
estrangeiras (...)”.
As bancas para concurso adoram citar esta competência, porque era do STF, mas, por
força da EC nº 45/04, passou para o STJ. Ademais, o trânsito em julgado da sentença é
necessário!!
Súmula 420, STF: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do
trânsito em julgado”.
Em regra, a sentença estrangeira não precisa ser homologada no Brasil para gerar efeitos,
contudo o Art. 9º do CP prevê duas exceções, quais sejam, para gerar:
a) Efeitos civis (reparação de danos, restituições, etc.): Depende de pedido da
parte interessada.
1
Non bis in idem: proibição de dupla punição pelo mesmo fato.
2
CUNHA, R. S. Manual de Direito Penal: Parte Geral. 4. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p.126.
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Decore os requisitos!!
Depende:
Requisitos externos ao CP
Homologação da sentença penal
Compete ao STJ
estrangeira. [CF/88]
Obrigatório!!
Sentença transitada em julgado
[Súmula 420, STF]
Fique ligado!!
Em regra, a sentença estrangeira não precisa ser homologada no Brasil para gerar efeitos!!
Contudo, o Art. 9º do CP prevê duas exceções.
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Para o estudo deste artigo é necessário saber que em se tratando de matéria penal, os
prazos processuais devem ser diferenciados dos prazos penais, seguindo o estudo de Fernando
Capez3:
Inclusão do dia do começo: não interessa a que horas do dia o prazo começou a correr;
considera-se o dia todo para efeito de contagem de prazo. Assim, se a pena começou a ser
cumprida às 23h50min, os 10 minutos são contados como um dia inteiro. Do mesmo modo, não
importa se o prazo começou em domingo ou feriado, computando-se um ou outro como
primeiro dia.
Prescrição e decadência: os prazos são contados de acordo com a regra do Art. 10 do
Código Penal.
Prazos processuais: contam-se de acordo com a regra do Art. 798, §1º, do CPP. Exclui-
se o dia do começo. De acordo com a Súmula 310 do STF, se o dia do começo for domingo ou
feriado, o início do prazo será o dia útil imediatamente subsequente.
Contagem de mês e ano: são contados como períodos que compreendem um número
determinado de dias, pouco importando quantos sejam os dias de cada mês. Exemplo: 6 meses
a partir de 20 de abril; terminará o prazo em 20 de setembro, não importando se o mês tem 30
ou 31 dias.
Os anos são contados da mesma forma, sendo irrelevante se bissextos ou com 365 dias.
Cinco anos depois de janeiro de 2010 será janeiro de 2015. Exemplo: 10/01/2010
10/01/2015.
Questão: o agente começa a cumprir pena às 19h27min do dia 5 de agosto de 2003.
Tem 6 anos, 9 meses e 23 dias de pena a cumprir. Calcular a data do término.
Resposta: dividir em três colunas ano, mês e dia. Em seguida, adicionar o quantum a ser
cumprido.
Quando
ANO DE INÍCIO MÊS DE INÍCIO DIA DE INÍCIO
eu saio?
2003 08 05
6 9 23
2009 17 28
Veja que os meses ultrapassaram um ano (12 meses), então deve-se diminuir 12 meses e somar 1 ano a
soma total, ficando:
2010 05 28
3
CAPEZ, F. Curso de Direito Penal: Parte Geral (arts. 1º a 120). 19. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, 2015.
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Não se esqueça, porém, que depois da operação deve-se diminuir sempre um dia, já que,
pela regra, o dia do começo deve ser computado.
A pena, assim, estará cumprida em 27 de maio de 2010.
Prazos fatais e improrrogáveis: os prazos de natureza penal são considerados
improrrogáveis, mesmo que terminem em domingos e feriados. Isto significa que, encerrando-
se em um sábado (considerado feriado forense), domingo ou outro dia em que, por motivo de
feriado ou férias, não houver expediente, não existirá possibilidade de prorrogação para o
primeiro dia útil subsequente. O prazo "morre" ali mesmo, no domingo ou feriado, sendo, por
esse motivo, considerado fatal.
Interrupção e suspensão: apesar de improrrogável, o prazo penal é passível de
interrupção (o prazo é "zerado" e começa novamente do primeiro dia) e de suspensão
(recomeça pelo tempo que faltava), como, por exemplo, é o caso do prazo prescricional.
EXERCÍCIOS
1. Os crimes praticados no exterior ficarão sujeitos à lei brasileira quando forem cometidos
contra a fé pública municipal.
2. A lei penal brasileira será aplicada a crime cometido contra a administração pública por
servidor público em serviço, ainda que seja praticado no estrangeiro.
GABARITOS
1- CERTO
2- CERTO
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