Diversidade FCB

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Alto rendimento

esportivo em
ambientes 3.0
Gestão da diversidade e alto
rendimento esportivo

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Introdução

A globalização e o acesso à tecnologia geraram uma das mudanças


demográficas mais significativas no mundo das organizações nos últimos
anos. A incorporação de várias gerações operando sob diferentes
paradigmas; a competição entre diferentes faixas etárias enfrenta o desafio
de encontrar espaços de trabalho comuns.

O ambiente das comunidades esportivas, independentemente de onde elas


possam estar localizadas, o nível competitivo, os sexos e as idades dos
atletas, não estão isentos dessa realidade. E mais ainda: elas estão
completamente envolvidas nela.

O hiato temporal que separa uma geração da outra inegavelmente


diminuiu, e as diferenças de personalidades, interesses e objetivos ocupam
um papel mais que significativo em várias áreas de ação, incluindo o
esporte, tanto no treino como no nível competitivo.

Vale reconhecer que ao definir uma geração, estamos falando em um


sentido geral, pois todo ser humano tem sua própria composição
detalhada de características particulares; entretanto, estudos mostraram
que somos capazes de agrupar a maioria deles com base em um conjunto
de crenças, valores e atitudes (Gadow, 2010).

Da mesma forma, cada geração contribui com seus próprios atributos e


competências, alguns semelhantes aos das outras, enquanto outros
diferem fortemente, muitas vezes complementando-se, tornando-se assim
parte de uma das dimensões da diversidade que a sociedade em geral
apresenta, e os diferentes grupos sociais com suas funções individuais.

Uma dimensão não busca fechar lacunas; seu verdadeiro desafio reside em
gerar a coexistência de expectativas e valores em um espaço comum. Deve
ser abordada incorporando várias audiências, compreendendo os modelos
de pensamento e gestão das gerações mais velhas, e novas formas de
compreender as exigências, possibilidades e interesses dos jovens.

O desempenho atlético como um objetivo fundamental para todos os que


contribuem em seu papel para uma comunidade atlética (treinadores,
membros da equipe técnica, gerentes, pais, psicólogos, representantes,
etc.) só pode ser entendido hoje em dia através da compreensão das
peculiaridades de várias gerações existindo em paralelo através dos
processos de ensino-aprendizado e dos vários tipos de gestão de cada um

1
deles. Deve-se deixar os mais velhos trabalharem bem com os jovens. Isso
não se aplica apenas aos atletas em um time, mas a todas as interações no
mundo da atividade atlética.

Hoje em dia, a gestão eficaz da diversidade é a chave para garantir que os


públicos de várias gerações não apenas convivam num espaço
compartilhado, mas também convivam bem no mesmo processo.

Do mesmo modo, Contreras (2001) denomina a diversidade como um


conceito educacional pós-moderno que busca individualizar, compensar e
promover a igualdade de oportunidades, o que se torna relevante a partir
da perspectiva circunstancial de ser diferente. Uma abordagem com o
ponto de vista de "normalidade é diversidade; ser diverso ou diferente é
normal".

Cada geração tem características e comportamentos facilmente


observáveis ("o que" eles estão fazendo). Mas as crenças e as atitudes
geracionais subjacentes ("por que" eles estão fazendo isso) são invisíveis, e
é por isso que para gerenciar equipes multigeracionais de forma eficaz, o
líder deve aprender sobre as crenças e atitudes individuais de cada geração
e, assim, adaptar seu estilo gerencial.

Por estas razões, este módulo se concentrará em descrever as principais


características de cada geração. Atualmente, podemos vinculá-las em um
único corpo social e elas possuem traços que estão relacionados com a
atividade atlética como um dispositivo para ensinar e aprender
habilidades, e incentivos que podem existir para aumentar o desempenho
atlético em cada uma dessas gerações:

 Baby Boomers (nascidos entre 1944 e 1960).


 Geração X (nascidos entre 1961 e 1980).
 Geração Y (nascidos entre 1981 e 2000).
 Geração Z (nascidos entre 2001 e 2010).

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1.1 Traços psicossociais da
diversidade geracional na
comunidade esportiva
Tendo trabalhado com atletas na última década desde o advento da
psicologia esportiva, e tendo experiência anterior como atleta de basquete,
a pessoa que escreve essas linhas pode afirmar que a diversidade
geracional prevalecente representa um desafio para toda a comunidade
atlética produzir soluções conceituais, didáticas, pedagógicas e
metodológicas a uma velocidade que era desnecessária há 20 anos.

A era global, o advento das TICs, a reordenação do curto, médio e longo


prazo para todos e a reavaliação das prioridades criaram um novo
ambiente na atividade atlética. Um novo paradigma sobre como ensinar,
como aprender, como querer ser um atleta.

O alto desempenho atlético deve ter as diferentes gerações


permanentemente no mapa de gestão. Elas podem querer as mesmas
coisas, mas em diferentes graus, extensões e formatos. O dilema resulta da
compreensão do que cada grupo quer e como fornecê-lo de forma
significativa, mantendo a harmonia e a equidade para tirar o máximo
proveito da motivação de cada indivíduo, aumentando assim as chances de
se obter um melhor desempenho atlético.

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Figura 1

Fonte: [Imagem sem título sobre as gerações] 2014, recuperada de https://goo.gl/ZHfKTW

1.1.1 Baby Boom (nascidos entre 1944-1960)

 Características distintas: Uma geração que procura competir, ser


otimista, "tudo é possível". Energética. Lema "ser produtivo". Buscam
o empoderamento e a participação. Nunca planejam se aposentar;
querem continuar trabalhando.
 Valores e crenças: Oposição aos valores tradicionais. Paz (hippies).
Sucesso: quantidade de rendimento material. Status com o consumo
de bens. A educação como um meio para progredir. Ter uma carreira.
Buscar poder. Competição para chegar ao topo. Problemas de
equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
 Contexto sociocultural: A economia pós-guerra proporciona condições de
otimismo, construção, abundância. Boom de consumo. Alto nível de
educação. Desejo de mudança, energia. Uma geração de idealismo,
movimentos sociais, ruptura de paradigmas. A mulher entra para a
força de trabalho.
 Comunicação interpessoal: Essa geração valoriza ser tratada com
respeito pelo que sabem, por sua trajetória e experiência, não
apenas pelo que fazem. Eles se sentem mais confortáveis com
insinuações e eufemismos.

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 Conflito: Desenvolvem uma má atitude se confrontados com críticas
concretas, certas ordens ou as mesmas insinuações. O feedback é
necessário uma vez por ano e só deve existir se houver muita
informação e reconhecimento no processo de feedback.
 Política de reforço: Eles devem sobrevalorizar privilégios,
reconhecimento constante e referir-se a um status específico, ou
subir acima de sua posição. Para que eles continuem contribuindo
com sua sabedoria e experiência, o resultado é se destacar, mostrar-
se e brilhar.

Aspectos do ambiente atlético a se considerar nessa geração


(Baby Boomers)

A característica mais destacada dessa geração nas comunidades atléticas


atuais é o papel que elas desempenham predominantemente, e não é
precisamente ser atletas, se falarmos de praticar formalmente esportes e
competições de alto desempenho. Exceto por disciplinas como golfe ou
esportes equestres (apenas para citar algumas, essas duas não são as
únicas), não existem muitas outras que permitam o desempenho ativo de
alto nível ao atingir a faixa etária correspondente a essa geração.

Vamos levar em conta o fato de que, no ano de 2017, uma pessoa nascida
em uma das pontas dessa faixa etária geracional (1944) está atualmente
com 72 anos de idade. Na outra extremidade, os mais novos dessa geração
estão fazendo 56 este ano.

Assim, eles ocupam principalmente os papéis de:

 Administradores.
 Técnicos.
 Membros da equipe técnica.
 Pais dos atletas.

Os denominadores comuns entre essas audiências estão relacionados à


liderança sobre os outros atletas e seu papel educativo e influencial sobre
eles. Outro aspecto importante: muitos deles já se aposentaram desses
papéis, permanecendo como mentores informais devido à sua longa
trajetória em suas longas carreiras.

Para aqueles que estão atualmente em qualquer um dos papéis


mencionados anteriormente, é um desafio constante para preencher a
lacuna entre eles e os atletas.

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Talvez o encontro intergeracional mais problemático em termos de
paradigmas relacionados à gestão/ensino/aprendizado nos esportes seja
persistentemente aquele entre essa geração e as mais jovens, ou seja, "Y"
e "Z". Se tivéssemos que listar as variáveis centrais em relação às quais os
Baby Boomers precisam se concentrar para otimizar o desempenho
atlético dos atletas mais jovens, do ponto de vista psicossocial, a seguinte
lista pode ser apropriada:

1) Estratégias de comunicação: Atletas e membros de comunidades


esportivas de menos de 35 anos de idade atualmente usam menos
a linguagem falada e escrita, e mais símbolos e suporte audiovisual
como os meios de comunicação que consomem e emitem.
2) Uso de novas tecnologias: O smartphone como um instrumento de
conectividade permanente às mídias sociais e aos mecanismos de
busca on-line faz parte da existência diária dos membros de cada
comunidade, com membros de gerações "Y" e "Z" usando-os mais
intensamente. Incluir estes dispositivos (não apenas smartphones,
mas também tablets, laptops, Smart TVs, computadores de mesa,
entre outros) é fundamental na coordenação dos mesmos canais de
comunicação através dos quais são enviadas muitas mensagens
relacionadas à gestão e à atividade atlética.
3) Adaptação de curto, médio e longo prazo: os tempos de
interpretação e gestão do Baby Boomer em sua idade, como
receptores de suas funções predominantes, têm pouco a ver com a
liquidez ou o imediatismo com que tudo é percebido hoje em dia.
Ter objetivos de curto, médio e longo prazo com os membros das
gerações mais jovens é fundamental para determinar não só a
possibilidade de sucesso de um processo atlético, mas também a
viabilidade de sua existência.
4) Equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional: A cultura de
esforço e sacrifício constante dos Baby Boomers influencia sua
percepção geral da vida. O mesmo não acontece com as gerações
"Y" e/ou "Z". Sem tentar julgar o que é certo ou errado (o que não é
o objetivo deste curso), a descrição diz que o estabelecimento de
prioridades para navegar em processos não é o mesmo para
Boomers e para as gerações mais jovens. O equilíbrio entre o desejo
de realização pessoal e profissional hoje é instilado na juventude
como uma premissa de vida, o que significa que geralmente não
estarão dispostos a desistir de muitos aspectos de sua vida além do
atletismo. Os esportes podem ser um aspecto central, mas não são
tudo.

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5) Critérios de empatia para a tomada de decisão: Para um Boomer,
colocar-se no lugar dos outros não significa fazer o que a geração
mais jovem quer. Mas isso implica manter em mente os critérios
reais a partir dos quais os jovens tomam suas decisões, pois,
independentemente da preferência, entender seu processamento
de informações e seu comportamento subsequente é uma parte
fundamental de influenciar positivamente quem tem entre seus
itens favoritos: a satisfação de curto prazo, os fundamentos
necessários para entender por que as coisas deveriam ser feitas da
maneira estabelecida, o imediatismo na obtenção de resultados e a
exaltação de experiências de confirmação além do atletismo.

1.1.2 Geração X (nascidos entre 1961-1980)

Características distintas: Individualistas, cínicos, incompreendidos,


rebeldes. Ceticismo. Acreditam em si mesmos, não nos outros. São
conhecidos como uma geração apática, independente, focada em
realizações pessoais.

 Valores e crenças: Decepcionados com os valores de seus pais.


Solidariedade de grupo. Cultura do imediatismo. Não há projetos de
longo prazo. Projetos profissionais. Lema "o futuro não era atraente".
Falam vários idiomas. São cidadãos do mundo. Criados em lares com
dois pais que trabalham. Trabalham e estudam ou treinam. Nada
garante o progresso. Reafirmam um equilíbrio entre vida e trabalho.
Gostam de trabalho e equilíbrio com suas atividades pessoais. Dão
prioridade à família e aos vínculos.
 Contexto sociocultural: "TV" e "PCs" aparecem, assim como
videogames. Pós-feminismo: divórcios triplicam. Maternidade
postergada.
 Comunicação interpessoal: Sobre resultados alcançados e pendentes.
Priorizam o que é prático e direto, sem enrolar. Isso aparece com
precisão em um ambiente adequado para conversas,
compartilhamento de opiniões, facilitação observações e
autoavaliação.
 Conflito: Surgirá quando forem incapazes de alcançar o equilíbrio
entre uma vida produtiva e uma vida agradável. São capazes de
priorizar esse equilíbrio porque são independentes e autônomos.
 Política de feedback e reforço: Será bem sucedida quando o seu
resultado provocar um aumento em seu aprendizado, e a sua
aplicação pode gerar mudanças no campo de ação pertinente. Caso

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contrário, será em vão. Procuram atingir seus objetivos pessoais. São
individualistas.

Aspectos do ambiente atlético a se considerar com essa


geração (Geração X).

Essa geração serve como a "ponte" entre os Boomers e o surgimento das


gerações "Y" e "Z". Última geração na história em que a Internet não
desempenhou um papel na infância ou adolescência. Estão atualmente (no
ano de 2016) entre 51 e 36 anos de idade. Foram atletas profissionais nos
anos 80, 90 e na primeira década dos anos 2000 (no momento, os mais
jovens dessa geração estão se aposentando se estiverem em um esporte
profissional de alto desempenho).

Temos uma massa de recentes ex-atletas e atletas em atividade (hoje,


atletas mais velhos em esportes profissionais são os últimos
representantes em campo de uma geração que cresceu sem telas on-line...
A última na história da humanidade).

Outra grande parcela dessa geração são atualmente treinadores atléticos


ativos, membros da equipe técnica e gerentes. Pode-se dizer que o
fenômeno esportivo em escala global nos dias de hoje é "liderado" pela
Geração X.

Assim, o alto desempenho atlético atualmente tem líderes fora do campo e


atletas maduros em campo que fazem parte dessa geração.

Individualistas, com uma certa apatia para com o ambiente, nascidos do


mundo permanentemente turbulento em que foram criados (Guerra Fria,
queda dos regimes socialistas e desenvolvimento a todo custo da lógica
capitalista), souberam (e sabem) como se adaptar aos métodos dos
Boomers e entendem-se mais facilmente com as gerações "Y" e "Z" (já que
seus próprios filhos são dessa geração).

Proponentes de modelos de treino e competição onde as mídias sociais e


os fenômenos transmídia não existiam, a informação era suficiente, mas
não livre nem excessiva como é atualmente. Esses atletas que são
atualmente treinadores e gestores tendem a ter como objetivos:

1) Adaptação a um mundo esportivo 3.0 que não tem nada a ver com
as receitas "locais" com as quais cresceram como atletas.

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2) Aplicar um estilo de liderança completamente diferente ao que eles
aderiram quando cresceram, que se baseava muito mais nas ordens
autoritárias dadas por um chefe (liderança conceitual) do que a
capacidade de influência positiva que se espera atualmente de um
líder, tornar-se um facilitador para as tarefas daqueles que são
liderados, trabalhar para um consenso junto com eles (liderança
comportamental-situacional).
3) Decodificar o legado dos Boomers, a quem eles mesmos se referem
como mentores, e transmitir essas mensagens aos membros das
gerações "Y" e "Z", que nada têm a ver com eles, vivendo juntos em
lógica vertical dupla (com "X" como líder e "Y"/"Z" como
seguidores) e lógica horizontal (colegas das equipes técnica, de
gerenciamento e do establishment esportivo).
4) Deixar para trás os processos de treino e competição de um mundo
físico, analógico e local em que se desenvolveram em favor de um
mundo líquido, digital-virtual e global em que eles
predominantemente interagem com pessoas mais jovens que estão
"definidas" no paradigma on-line.

1.1.3 Geração Y (nascidos entre 1981-2000)


Características distintas: Orientados para o campo virtual. Cidadãos do
mundo. Desafiadores, autônomos, com atenção dispersa. Multitarefas.
Compromisso voltado para resultados e o efeito de sua tarefa. Estilo
empreendedor.

 Valores e crenças: Respeito pela diversidade, justiça e solidariedade.


"Tudo AGORA". Lema "o que há para mim hoje?" Enfrentar desafios.
Adquirir novas habilidades e conhecimentos. Buscam ser valorizados,
reconhecidos, desafiados, ter suas necessidades e contribuições
ouvidas. Estarem conectados. Preocupam-se menos com dinheiro.
Obcecados pela estética. Vivem em uma bolha de conforto.
Procuram sua independência econômica e poupar dinheiro para
desfrutar de suas vidas privadas. Baixo compromisso com as
organizações. Procuram trabalhar e criar ambientes amigáveis,
tratamento respeitoso com pessoas positivas. Dar prioridade à
família e aos vínculos. Sensíveis aos problemas sociais e ambientais.
 Contexto sociocultural: Internet, telefones celulares, MP3,
PlayStations. Mídias sociais. Seu recurso favorito é o multimídia.
Produtivos enquanto se sentem desafiados, entretidos e
entusiasmados. Economia de consumo. Cultura de jogos e gadgets.
Cultura audiovisual, interativa, "surfar em canais". Videogames como

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um importante hobby ou passatempo. Rede de conexões e
conhecimento. Alta conectividade. Acesso contínuo à informação.
Aprendizado experimental e virtual (como algo natural)
 Comunicação interpessoal: Eles irão destacar continuamente a
necessidade de se sentirem ouvidos e respeitados e que suas
necessidades pessoais sejam contempladas; exigem quanta ajuda for
possível para equilibrar seu trabalho e suas vidas pessoais.
Consideram fundamentalmente importante criar um ambiente de
trabalho agradável, aberto e livre de estresse. Visam estimular e
reconhecer o trabalho em equipe colaborativo, o networking e a
diversidade cultural, tornando-o produtivo e atraente a cada dia.
 Conflito: Fazem-se ouvir quando percebem situações de injustiça,
falta de solidariedade ou alguém quebrando o ambiente flexível e
agradável, gerando hostilidade e desconfiança em espaços
compartilhados.
 Políticas de feedback e reforço: É uma geração que favorece
plataformas tecnológicas avançadas de trabalho, comunicação e
treino. Estimular entretenimento permanente e oportunidades de
treino. Propor experiências que lhes permitam desenvolver outro
conjunto de habilidades. É por isso que eles esperam feedback de
uma forma positiva e altamente construtiva. Em sintonia com isso,
eles procuram relacionamentos de tutoria, mentoria ou "coaching".
O líder deve equilibrar o papel de técnico, além de professor e guia.
Esse conceito de liderança procura desenvolver um ambiente de
reconhecimento e recompensa por esforço adicional (política de
reforço), promovendo espaços de comunicação interpessoal, tais
como reuniões, encontros pós-trabalho, cafés da manhã, etc.

Aspectos do ambiente atlético a se considerar com essa


geração (Geração Y):

Atualmente, em 2017, têm entre 35 e 16 anos de idade. Eles formam o


maior grupo de atletas ativos em todas as disciplinas de alto desempenho
atlético no nível global. Além disso, alguns dos jovens treinadores e
gerentes que começam a trabalhar em um mundo cheio de abundância de
informações, nascidos do fenômeno transmídia e do império on-line.

As características de seus processos de ensino e aprendizado estão


intimamente relacionadas com os traços da geração acima listados, bem
como com as contribuições ligadas à seção dedicada aos Baby Boomers.

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O grande desafio enfrentado pela Geração "Y" é ser liderado por gerações
anteriores que estão acostumadas a uma ligação vertical que tem pouco a
ver com o mundo em que a Geração "Y" se desenvolveu. Tornar-se
intérpretes dos métodos da Geração "X" e adaptá-los à linguagem "Y", é
algo que vemos diariamente em comunidades atléticas. A Geração "Y" de
atletas é a última a ser uma parte ativa nos processos de treino e
competição conduzidos por pessoas off-line, de alguma forma sintetizando
as enormes diferenças entre a vida cotidiana de 30/40 anos atrás e os dias
atuais.

A Geração "Y" certamente será lembrada como a primeira a exigir estilos


de liderança e tipos de treino diário e gestão de competição de acordo com
seus dispositivos, seus termos e o mundo em que cresceram, e a última a
receber suas próprias necessidades de gerações que pertenceram a um
mundo pré-Internet, fazendo esforços para tentar entender uma nova
linguagem e uma nova forma de viver dentro da atividade esportiva.

1.1.4 Geração Z (nascidos entre 2001 e 2010)

 Características distintas: Nativos digitais. Superestimulados. Menos


reflexivos e impacientes. Consumidores ávidos. Espírito
empreendedor. Independentes. Colaborativos e criativos.
 Valores e crenças: Versatilidade e flexibilidade. Têm a necessidade
de serem vistos e reconhecidos, e nenhum ambiente é deixado fora
disso. Lidam instintivamente com a linguagem digital. Buscam ser
levados a sério, que suas ideias e contribuições sejam ouvidas.
Consideram a honestidade a qualidade mais importante para ser um
bom líder. Valorizam a oportunidade de crescimento no lugar de um
salário alto.
 Contexto sociocultural: Cultura do imediatismo. Cultura da
abundância e do consumismo: produtos, marcas, estímulos, tudo
está a um clique de distância. Os videogames e as mídias sociais
oferecem refúgio.
 Comunicação interpessoal: "Ligados através de redes". Nativos
digitais. Não há nenhuma espera para que algo aconteça. É a cultura
do imediatismo, onde tudo está a um clique de distância.
 Conflito: pode ser causado pela impaciência ou pela (quase
inexistente) autorreflexão. O mesmo ocorre quando não recebem o
espaço de reconhecimento e atenção que procuram (por suas ideias),
mas não devido ao status ou poder, mas para obter oportunidades

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para o desenvolvimento do crescimento. A remuneração econômica
não tem o status importante que costumava ter.
 Políticas de feedback e reforço: Valorizam o feedback se permitirem
um tratamento honesto e transparente pelo líder ou mentor. Caso
contrário, virarão as costas para ele. Concordam que uma política de
reforço deve vir junto com oportunidades de crescimento,
incentivando seu espírito empreendedor e promovendo um
ambiente colaborativo e criativo. Mas são principalmente flexíveis.

Aspectos do ambiente atlético a se considerar com essa


geração (Geração Z):

Em 2016, têm entre 6 e 15 anos. A única geração que, no atual contexto


esportivo, é representada apenas por atletas nos estágios formativos de
desenvolvimento. A principal característica distintiva que os membros da
geração "Z" apresentam é o ponto de interrogação que a comunidade
atlética tem em torno do produto final que resultará dos métodos atuais
de ensino e aprendizado, em que por um lado pais, treinadores e gestores
tentam compreender uma experiência de infância e de adolescência que
nada tem a ver com a deles, um mundo tangencialmente diferente do
deles na mesma idade, uma cultura esportiva que nem sequer se
assemelha ao que as crianças e adolescentes de hoje passam: o
imediatismo mais absoluto, a hiperestimulação, multitarefa, tudo ao redor
do virtual: o que não está disponível na Web através de um dispositivo
digital não existe.

Pela primeira vez na história da humanidade, vemos o efeito da dupla


realidade para os adultos e única realidade para os membros da geração
"Z": a coexistência de um mundo físico e um mundo virtual.

Os esportes, novamente, não estão alheios a isso: o fenômeno do "e-sport"


é um tremendo desafio ao qual os educadores, pais e mentores dessa
geração devem estar dispostos a fornecer respostas didáticas, pedagógicas,
metodológicas e de liderança, para que trabalhem a favor, e não contra, o
desenvolvimento integral dos mais jovens. Pela primeira vez, um único
sujeito pode jogar futebol, basquetebol, tênis ou qualquer esporte, com
uma bola "real", em um campo "real", com parceiros "reais", e no mesmo
dia, fazer isso através de plataformas on-line onde "fingem" ser quem
quiserem ser em uma dimensão virtual. Para o leitor deste curso,
certamente há ainda uma distinção entre essas duas esferas. Para os
membros da geração "Z", não há: a fusão dos dois é a sua realidade. Sua
única realidade.

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No entanto, citando Gadow (2010), quando se trata de estabelecer o que
os representantes de diferentes gerações valorizam, podemos observar
fatores comuns que incentivam o desenvolvimento da Diversidade; Alguns
desses fatores são: ser ouvido, compreendido e respeitado, ter
oportunidades de crescimento, ser reconhecido, ter líderes críveis, sentir-
se parte de algo, manter-se atualizado (usando as ferramentas disponíveis
em cada período).

O desafio é uma coexistência enriquecedora e complementar de todos eles


em um espaço produtivo compartilhado, para obter melhores resultados e
níveis de satisfação.

Em suma, o respeito, a oportunidade permanente de


diálogo, escuta, abertura e flexibilidade são competências
que contribuem para ajustar as expectativas de todos de
modo a minimizar as frustrações e maximizar a motivação e
os benefícios.

A conquista de uma coexistência harmoniosa e de um espaço de trabalho


compartilhado requer esforço das gerações mais velhas para ajudar os
jovens a amadurecer, e esforço das gerações mais jovens para
compreender as regras do mundo do trabalho e aprender com a
experiência e com os outros para identificar e explorar interesses em
comum.

As estratégias de diversidade são uma excelente ferramenta para trabalhar


no desenvolvimento de competências geracionais que permitam o
reconhecimento, a valorização e o encorajamento de diferentes visões,
conhecimentos e metodologias de uma força de trabalho multigeracional,
a serem colocados a serviço da competitividade e da sociedade.

As instituições atléticas que são hábeis ou visionárias o suficiente para


entender e tirar proveito das diferenças geracionais terá uma vantagem
insuperável nos próximos anos.

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2.2 Diversidade geracional em
processos de treinamento e
competição
Gestão da diversidade é o "desenvolvimento ativo e consciente de um
processo de aceitação e utilização de certas diferenças e semelhanças
como potencial em uma grande organização, um processo que criou valor
agregado, um processo de gestão comunicacional, baseado em valores
estratégicos e voltado para o futuro" (Keil, Amershi, Holmes et al. 2007).

Gerenciar a diversidade implica garantir ambientes de trabalho inclusivos,


que percebem a diferença como uma fonte de contribuição tanto para as
equipes como para a organização em geral.

Da mesma forma, não devemos esquecer que conhecer um time é um


processo contínuo que exige tempo e dedicação. Assim, um dos principais
desafios do líder de um time esportivo é encontrar a maneira de conciliar
os interesses e expectativas derivados das diferenças entre as pessoas em
todo o time.

Em outras palavras: o sucesso definitivo de um time multigeracional


depende do quanto ele é bem conduzido e inspirado, não apenas para
reconhecer, mas para reconciliar as diferenças. Com uma abordagem
proativa, a equipe será capaz de encontrar semelhanças e aproveitar os
diferentes pontos de vista.

O respeito, a oportunidade permanente de diálogo, a abertura e a


flexibilidade são regras básicas para alcançar uma coabitação harmoniosa e
criar um espaço compartilhado para todas as pessoas.

É importante reiterar que trabalhar cooperativamente com


pessoas de uma geração diferente é um fator chave para o
aprendizado: a cooperação em vários lugares onde antes havia a
competição, com o tempo, torna-se uma estratégia de grande
relevância para tirar o máximo proveito de cada membro de um
time esportivo específico, e da organização em geral.

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Vale ressaltar que, durante a unidade atual do curso, estaremos falando
predominantemente do ponto de vista do líder do time, para que o leitor
tenha a visão mais clara possível das estratégias que podem ser usadas por
quem está no comando da gestão dos processos de treino e de
competição.

1.2.1 Mapa de comunicação interpessoal em


diversidade geracional, adaptado a processos de treino
e competição esportiva

O sucesso das organizações depende em grande parte do desempenho de


suas equipes de trabalho. Criar equipes de alto desempenho é uma
necessidade. As mesmas regras aplicam-se no ambiente do atletismo.

As instituições atléticas operam em ambientes em rápida mutação, e isso


exige a habilidade de se adaptar e responder com eficiência, o que requer a
integração de diferentes práticas e processos. A comunicação interpessoal
é uma variável central na tentativa de alcançar esse objetivo.

A seguir, apresenta-se um quadro descritivo com algumas recomendações


sobre métodos comunicacionais por geração, válidas tanto no treino
quanto na competição.

Figura 2

Baby Eufemismos, e não informações diretas.


Boomers.
"Politicamente corretos", e assim é preferível suavizar
más notícias e/ou críticas.
Ser conciliatório e chegar a acordos.

Aplicar mais dicas do que ordens.

Mostrar vantagens e benefícios ao receber feedback.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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Figura 3
Descrever os objetivos alcançados e ainda não
Geração alcançados.
X
Comunicar-se com precisão.

Permitir que outros conversem, deem opiniões, proponham


ideias. Facilitar a observação e a autoavaliação.

Discutir carreiras e planos futuros.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Figura 4

Gerações Oferecer feedback constante.


"Y"/"Z" Ser claro, não hesitar em dizer o que é bom ou ruim.

Ter argumentos prontos para seus pedidos e exigências.

Ser positivo, próximo, direto.

Estabelecer um espaço de conversa e troca. Sem monólogos.

Reconhecer e oferecer diretrizes concretas para a melhoria.

Ouvir as suas opiniões.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

1.2.2 Mapa para gestão de conflitos em diversidade


geracional, adaptado a processos de treino e
competição esportiva

Como as estratégias que integram a diversidade podem ser efetivamente


implementadas como um ativo dentro de uma equipe? Antes de se
adaptarem a certas diferenças em uma equipe, elas devem ser
reconhecidas e respeitadas. Inevitavelmente, haverá tensões que devem
ser respeitadas e resolvidas de forma positiva e que podem resultar em
uma mudança de direção. Gestão de conflitos.

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Nesse sentido, é importante ressaltar que o conflito é inerente à natureza
humana; portanto, faz parte da dinâmica de grupo em geral e do esporte
em particular. Mencionamos esse elemento para derrubar o conceito de
que "apenas equipes ruins têm conflito". Esse não é o caso. Diferenciar as
equipes normais daquelas que procuram alto desempenho é dizer que
ambas têm conflitos, mas só nestas há um método de gestão eficaz para
eles. Possuir estratégias de gestão concretas é um fator crítico de sucesso
no desenvolvimento de equipes de alto desempenho.

Tendo dito tudo isso, por que a diversidade deve ser uma preocupação? A
maioria dos especialistas no assunto concorda que uma maior diversidade
pode aumentar a eficácia de trabalho de uma equipe ao atingir seus
objetivos, bem como aumentar a produtividade. Como afirma Chelladurai
(2001): "aproveitar as diferenças entre os membros e coordená-los para
obter maior eficácia é um dos pilares da gestão" (apud Hall, 2004, p.2).
Gestão atlética neste caso, tentativas concretas do líder para obter o maior
desempenho em matéria de treino e transferência para a competição.

Nesse sentido, independentemente de quais gerações o treinador tem de


lidar, existe um preceito do campo de gestão que se aplica perfeitamente
ao esporte: "Não se pode melhorar o que não é gerenciado". Assim, a regra
de ouro quando confrontado com o conflito é precisamente isso: gerenciá-
lo. E gerenciá-lo significa fazê-lo sob as seguintes diretrizes:

 Sem atrasos de tempo.


 Sem interlocutores desnecessários além dos envolvidos.
 Sem julgamentos de valor que mancham o conflito de subjetividade.
 Sem quaisquer soluções mágicas oferecidas com antecedência.

Lembremo-nos dos principais ativos de liderança propostos no curso


correspondente: identificar, abordar, reforçar.
Especificamente, gerenciar conflitos significa enfrentá-los. Para isso, os
líderes têm várias ferramentas de comunicação específicas à sua
disposição, uma delas sendo o feedback descritivo, que iremos explorar na
próxima seção.

Finalmente, reforçar novos comportamentos propostos como resultado da


gestão de conflitos é implementar uma política de reforço apropriada,
abordada na seção final da unidade.

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Um líder de atletismo que trabalhe de acordo com esse critério é capaz de
gerenciar a diversidade a partir da seguinte perspectiva, completamente
alinhado com os atuais requisitos de treino e competição.

Figura 5
LÍDER de diversidade

Responder às demandas, motivações e


Novas habilidades de resposta
características de cada geração

Modificar práticas e culturas Alinhado a diversos interesses

Permitir o reconhecimento, apreciação e


valorização de diferentes visões
Novas ferramentas e estratégias
multigeracionais, bases de conhecimento
e metodologias.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

1.2.3 Retorno descritivo sobre desempenho em


diversidade geracional, adaptado a processos de treino
e competição esportiva

Valorizar a diversidade envolve uma importante fonte de novas ideias,


atitudes, visões, perspectivas, desafios e oportunidades para qualquer
organização. Nas palavras de Lenihan (2000), "desenvolver uma cultura
que valorize a diversidade exige dedicação e participação ativa de todos os
membros da organização, [e] a valorização da diversidade deve ser
observada como algo mais do que um tópico gerido por especialistas.
Trata-se de uma prática, uma maneira de envolver pessoas, assuntos e
tarefas de uma extremidade da organização para a outra". (apud Hall,
2004, p.6). Isso é realidade no mundo do atletismo.

De outro ponto de vista, Thomas (1991) define a diversidade ao incluir


todos, ao invés de defini-la classificando grupos baseados em raça ou
gênero. A diversidade, portanto, estende-se a todos os tipos de

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características pessoais e organizacionais, incluindo, entre outros, idade,
educação, habilidade física, personalidade, estilo de vida, orientação
sexual, origem geográfica, gestão, etc. Ele afirma que "a gestão de
diversidade é um processo de gestão completo cuja finalidade consiste em
desenvolver uma estrutura que seja eficaz para todos os empregados"
(apud Hall, 2004, p.2).

Compreender a gestão da diversidade num ambiente atlético a partir desta


perspectiva envolveria a inclusão de cada membro do processo de treino e
competição como um agente ativo no seu próprio crescimento como
atleta. Isto é conseguido com base em instrumentos comunicacionais: um
deles é o feedback descritivo.

Feedback no sentido de fornecer feedback sobre os comportamentos de


cada atleta, proporcionando-lhes uma perspectiva externa sobre o que eles
fizeram e como eles fizeram.

Descritivo no sentido de que estas afirmações são embasadas em dados


concretos e objetivos, que afasta os comentários da perspectiva subjetiva
do treinador.

Esta ferramenta de comunicação é especialmente importante para as


novas gerações, uma vez que elas estão ansiosas para receber feedback
constante sobre suas ações (o curto prazo é tudo para os membros das
gerações "Y" e "Z"; o imediatismo e supremacia do "agora"). Assim, a
frequência de feedback com essas duas gerações deve ser quase
constante, sendo frequente com membros da Geração "X" e infrequente
com Baby Boomers.

O traço descritivo objetivo é essencial com as gerações mais jovens, uma


vez que não foram criadas para obedecer ordens ou responder "sim,
senhor", mas sim questionar. Ganhar credibilidade com eles implica nada
mais do que ser capaz de sustentar cada alegação no feedback com
argumentos concretos. Com os membros das gerações "Y" e "Z", o
feedback descritivo deve ser direto, sem demora, cobrindo as condutas
que eles devem promover e reforçar, bem como comportamentos para
incorporar ou suprimir. Com os membros da geração "X", o modo de
comunicação deve ser equilibrado em termos de combinar ações positivas
no início com feedback construtivo, incluindo estratégias que poderiam
beneficiá-los. E com os Baby Boomers, a linguagem "politicamente correta"
e o discurso controlado são aconselháveis, deixando críticas diretas de
lado, criando comportamentos a serem mantidos e procurando as

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melhores maneiras de introduzir gradualmente comportamentos para
reforçar, adicionar e suprimir.

Finalmente, recomenda-se que a reunião para entregar feedback descritivo


deve ser sempre individual, e não em um grupo, uma vez que, dependendo
da geração que cada membro pertence, bem como dos traços individuais
de personalidade, abordá-los como um grupo pode gerar constrangimento
e desconforto. A entrevista individual é o instrumento mais poderoso que
um líder possui para compartilhar informações confidenciais com cada
membro da equipe.

1.2.4 Políticas de reforço em diversidade geracional,


adaptadas a processos de treino e competição
esportiva

De acordo com um estudo da Comissão Europeia (2003), The Cost and


Benefit of Diversity, as cinco vantagens mais significativas que as
"empresas com a diversidade mais politicamente ativa" atribuem à
diversidade (adaptadas aos conceitos pertinentes) são:

 Fortalecimento dos valores culturais dentro da equipe.


 Melhorar a reputação da equipe.
 Ajudar a atrair e reter pessoas altamente talentosas.
 Aumentar a motivação e da eficácia.
 Aumentar a inovação e a criatividade entre os jogadores.

Vantagens que envolvem todos os níveis de uma organização ou equipe de


esportes, especialmente a gestão. Assim, vale a pena concentrar-se no
terceiro ativo do modelo de liderança proposto no curso correspondente:
reforçar.

Vale lembrar aos alunos que uma política de reforço é aplicada para
"aumentar a probabilidade do aparecimento dos comportamentos
necessários, ou o desaparecimento de comportamentos indesejados".

É composta de 4 possibilidades de ação para o líder:

 Recompensa positiva: É aplicado estímulo positivo.


 Recompensa negativa: É removido um estímulo negativo.
 Punição positiva: É aplicado um incentivo.

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 Punição negativa: É removido um estímulo positivo.

Agora, a chave para essas estratégias serem eficazes é saber o que


efetivamente constitui uma recompensa ou um castigo para cada membro
da equipe. Pode-se pensar que alguém está sendo recompensado quando
na realidade está sendo punido e vice-versa. Seja qual for o erro, o
resultado final é o oposto do que se procura.

Tendo em mente as diferenças geracionais, recomenda-se que sejam


favorecidas recompensas, e não punições com os Baby Boomers, e ao
aplicar punições, fazê-lo com a maior delicadeza possível para não acabar
com a dedicação futura dos envolvidos. Com os membros da Geração "X",
tanto as recompensas positivas quanto negativas podem ser aplicadas
adicionando-se ou removendo-se estímulos negativos, uma vez que essa
geração está mais acostumada à cultura de esforço e sacrifício do que os
mais jovens. O oposto aplica-se às gerações "Y" e "Z", onde aplicar ou
remover estímulos positivos pode ser o mais eficiente, dada a familiaridade
que têm com os objetos de seu desejo. Deve-se ressaltar que a aplicação
de recompensas e punições às gerações mais jovens deve ser feita
diretamente e sem atrasos, considerando que o curto prazo é seu ponto
temporal padrão de referência.

Figura 6

Fonte: [Imagem sem título de máquina ioiô] (s. f.) Extraído de: http://goo.gl/GLXIbV

"Estamos todos no mesmo time com nossas


diferenças, não apesar delas."

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Referências
Amar, J. (s.d.): Las Nuevas Tecnologías en el deporte: Aplicación en el fútbol (
Novas Tecnologias no esporte: Aplicação no futebol). Retirado de
http://www2.uca.es/dept/didac_efpm/jamar/REVISTA-DIGITAL-DXT-
FUTBOL/cientfico2.htm

Banco Galicia, Toolkit "Gestionando la Diversidad" Programa de Formación


Gerencia de Operaciones ("Gestão da Diversidade". Programa de treinamento.
Gestão de Operações)

Gadow, F. (2010). Dilemas: la gestión del talento en tiempos de cambio (


Dilemas: gestão de talentos em tempos de mudança). Buenos Aires: Editorial
Granica.

Hall, M (2004). Gestión de la diversidad en las organizaciones deportivas: un


acercamiento crítico (Gestão da diversidade nas organizações desportivas: uma
abordagem crítica). Retirado de file:///C:/Users/Pimpo/Downloads/078_019-
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Keil, M., Amershi, B., Holmes, S., Jablonski, H., Luthi, E., and et al. (2007).
Manual en formación de Gestión de la Diversidad (Manual de Formação em
Gestão da Diversidade). Retirado de http://www.idm-diversity.org/files/EU0708-
TrainingManual-es.pdf

Prado Pérez, J. (2004). La igualdad educativa en la interculturalidad. Hacia un


perfil específico de la diversidad en Educación Física (Igualdade educacional no
multiculturalismo. Para um perfil específico da diversidade em Educação Física).
Retirado de http://www.efdeportes.com/efd72/divers.htm

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