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RESUMO
Disserta sobre o risco da universalização lingüística face ao processo de globalização, com a extinção de numerosos
idiomas, mesmo no âmbito brasileiro. A partir de então, contrapõe a hegemonia do inglês à expansão global do
espanhol, no contexto do Brasil, e também dos Estados Unidos da América e da internet, explorando os fatores
intervenientes para tal propagação. Discute possíveis ameaças à integridade do espanhol.
Universalização lingüística; Espanhol – expansão; Inglês – expansão.
ABSTRACT
It talks about the risk of a linguistic universalization as a consequence of the globalization, which would lead to the
extinction of many languages, even in the Brazilian scenario. Based on that, it puts the English hegemony against the
Spanish global expansion, taking into account Brazil, United States and the internet. It also explores the factors
involved in this propagation, as well as it discusses possible threats to the integrity of Spanish language.
Linguistic universalization; Spanish and expansion; English and expansion
INTRODUÇÃO
*
Universidade Federal do Piauí – [email protected]
**
Ministerio de Educación Superior, Cuba – [email protected] . A primeira autora,
em 2007, está se transferindo, transitoriamente, para outro país. No caso de endereço
convencional, há pouca agilidade para os residentes em Cuba, em geral (segundo
autor). Por esta razão, solicitamos contato via e-mail [email protected] ou
[email protected]
208 Revista do Gelne
Em África, diz-se que, quando morre um ancião, desaparece uma biblioteca [...]
Sem os conhecimentos e a sabedoria dos anciãos, os jovens nunca iriam saber
donde vêm ou qual a comunidade em que se inserem. Mas para que os idosos
tenham uma linguagem que os jovens entendam, devem ter a oportunidade de
continuar a aprender ao longo da vida. (CENTRO DE INFORMAÇÃO DAS
NAÇÕES UNIDAS EM PORTUGAL, 2002, p. 3).
O ESPANHOL NO BRASIL
É possível que, nos próximos 50 anos, mais de 10% dos quase 500 milhões
de pessoas que falam espanhol, espalhados nos mais diferentes recantos do
universo, vivam nos EUA. Com isto, a chance de alastramento da cultura
hispânica e de melhores condições para inserção no processo de globalização se
acentuam. Atualmente, residem nesse país, segundo dados da enciclopédia
Wikipédia (http://pt.wikipedia.org), 42.687.224.070 de indivíduos (cerca de
14.07% da população total, dados de 2005) de origem hispânica ou latina, dentre
os quais 22 milhões e 500 mil falam, com regularidade, o espanhol. Trata-se de
um montante equivalente aos que habitam a Argentina, o que conduz Carlos
Fuentes a designar tal população de “mancha lingüística em expansão”.
Confirmando a estreita vinculação entre comunicação e cultura, a expansão
quantitativa dos meios de comunicação reforça a penetração tanto do espanhol
como também da cultura dos povos hispânicos nos EUA. Com transmissão em
espanhol, são mais de 500 estações de rádio e 159 de TV, além de três cadeias
televisivas e numerosos canais musicais especializados em música latina. São
cinco grandes jornais diários, e cerca de 500 periódicos e de 250 revistas.
Há, ainda, progressiva melhoria de qualidade de vida da comunidade
hispânica, em termos econômicos, o que corresponde a maior poder aquisitivo.
Daí, passa a figurar como mercado potencial atraente, apto a consumir produtos,
serviços e informações, de preferência, na língua materna, ao tempo em que
passa a exercer influência no consumo cultural do povo norte-americano, seja
na música popular, nas artes plásticas, na literatura, em nível não alcançado por
outros grupos de imigrantes há mais tempo ali assentados. Isto favorece a sua
integração à sociedade local. A preferência pela cultura hispânica, por exemplo,
está presente nas edições do Prêmio Grammy Latino, desde setembro de 2000.
Grandes editoras, como a McGraw Hill, lançam publicações bilíngües em inglês
e espanhol, e revistas de renome internacional, como People, Newsweek,
Selecciones e Times também estão em espanhol.
Tudo isto justifica o fato de o espanhol ser o idioma estrangeiro mais
estudado e utilizado nos EUA, como segundo idioma: (a) 61% dos universitários
o selecionam como segunda língua; (b) no ensino secundário, é ministrado em
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mais de quatro milhões de centros de ensino, sendo preferido por 93% dos alunos;
(c) no ensino fundamental, é estudado por 80% dos educandos; (d) 12 mil e 500
pessoas são membros da Associação Norte-Americana de Professores de
Espanhol e Português; (e) a Academia Norte-Americana de Língua Espanhola
mantém atuação reconhecida.
O ESPANHOL NA INTERNET
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AMEAÇAS À INTEGRIDADE DO ESPANHOL
REFERÊNCIAS