Tema - Sistema de Travagem 12, 13, 14

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Módulo: E.G.V.

A – MOEPI 04305181 2021

INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL DA BEIRA

DEPARTAMENTO DE MECÂNICA DE AUTOMÓVEL

CONHECER E CARACTERIZAR O TIPO DE SISTEMAS DE TRAVAGEM

Formador: César R. C. Ossene


Beira, 2022

1 ELABORADO PELO FORMADOR: CÉSAR R. C. OSSENE


Módulo: E.G.V.A – MOEPI 04305181 2021
TEMA: CONHECER E CARACTERIZAR O TIPO DE SISTEMAS DE
TRAVAGEM

SUBTEMA: SISTEMA DE TRAVAGEM

TRAVAGEM

Parar um veículo pode ser uma tarefa difícil, em especial se o espaço disponível é
limitado e as condições de tráfego, aderência e técnicas do veículo são deficientes.

Pisar o pedal de travão nem sempre resulta na diminuição de velocidade esperada e nem
sempre permite a paragem do veículo em segurança no espaço útil disponível para o
efeito.

Quando o condutor pisa o pedal de travão, se o sistema de travagem atuar normalmente,


a pressão produzida sobre o pedal, é amplificada e transmitida aos travões, provocando
resistência entre as superfícies de contacto. Se as condições de atrito o permitirem, a
adesão da borracha ao piso provocará no veículo uma desaceleração.

Todavia, nem sempre a travagem resulta com a eficácia esperada pelo condutor do
veículo, sendo esta última bastante variável consoante as condições da travagem. A
travagem é, pois, influenciada por diversos fatores

FATORES QUE INFLUENCIAM A DISTÂNCIA DE TRAVAGEM

A distância de travagem dum veículo mede-se desde o ponto em que o condutor aplica
força nos travões até à posição de imobilização do veículo, ou até à posição
correspondente ao momento em que o funcionamento do sistema de travagem é
interrompido (para situações em que não há imobilização completa do veículo).

Naturalmente que a distância de travagem não é constante para todas as gamas de


velocidade nem para todos os veículos e depende de fatores físicos de diversa ordem.

A distância de travagem dum veículo depende particularmente dos fatores seguintes:

➢ Velocidade;
➢ Atrito;
➢ Massa;
➢ Declive da via;

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➢ Eficiência do sistema de travagem;
➢ Forma de operar o sistema de travagem;
➢ Outros fatores de resistência.

Nos veículos uma das questões fundamentais e de especial importância é o equilíbrio,


portanto, ao se referir a cerca do equilíbrio convém ressalvar e afirmar que um dos
sistemas que constitui o mesmo equilíbrio é o sistema de travagem. Assim:

• Sistema de Travagem

É o conjunto de todos os componentes que compõe cada um dos sistemas de travagem.

• Travões

Os travões destinam-se a permitir reduzir a velocidade ou parar um veículo, sendo um


dos sistemas fundamentais para a segurança do motorista e do veículo. Tanto em
circulação normal como em caso de emergência, este é o sistema ligado à segurança do
veículo que os condutores mais recorrem, dependendo do seu correcto funcionamento
que é a parte importante da segurança na circulação dos veículos.

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE TRAVAGEM

Na parte operativa dos veículos, existem dois tipos de travões: travões de disco e
travões de tambor.

• Travão de disco

Os travões de disco são mais eficientes e menos dispendioso quanto ao seu custo de
manutenção em relação aos travões a tambor que são os mais antigos.

• Constituição

Constituídos por um disco fixo no cubo da roda e solidário ao movimento desta, um


cilindro com um pistão numa pinça flutuante ou dois pistões em pinça fixa, ou com
pinça deslizante com um ou com pistão duplo, empurrando os calços de travão (um de
cada lado) contra o disco. Maior equilíbrio de distribuição da força de pressão em
ambos os calços, proporciona maior eficiência, que são ajustáveis e evitando o empeno
dos discos e um igual desgaste dos calços.

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Dentro do cilindro tem um anel vedante numa ranhura, o pistão é empurrado justo e
quando não há pressão a deformação do vedante volta ao normal fazendo retorceder o
pistão e desencostando o calço do disco. Isto permite que o calço fique sempre próximo
e ajustado automaticamente. Vide a figura abaixo.

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Funcionamento

Os travões de disco funcionam pela ação dum fluido sob pressão com a ajuda dum
servo-freio que amplifica a força exercida pelo condutor sobre o pedal do travão, fluido
essa que atua nas bombas de travão onde estão instaladas as pastilhas que vão friccionar
os discos, produzindo atrito e, assim, convertendo energia.

Nota: Um só cilindro contém dois pistões. Um dos pistões acciona directamente uma
pastilha. O outro move a pinça e aplica à segunda pastilha. Maior parte dos veículos usa
travão de disco, alguns travão a tambor no eixo de trás ou nas rodas traseiras.

Existem discos maciços e ventilados. O diâmetro destes e a escolha para mais


ventilados é equiparado às dimensões e outras características da viatura como a
potência, de maneira a que haja uma superfície e uma dissipação de calor suficiente,
pois o processo de travagem gera um grande aquecimento no travão, rodas, peças locais
e líquido do travão. São eficientes na dissipação do calor e resultam numa boa aderência
dos calços quando há dilatação por calor. Possuem boa condutibilidade térmica,
resistência às fissuras e à corrosão, de aço inoxidável com boa superfície de contacto e
atrito.

• Travões de tambor (constituição)

Constituídos por um tambor em ferro fundido acoplado entre o cubo e as jantes das
rodas, solidário com o movimento destas, onde as maxilas com os calços vão pressionar
contra a parte interior de fricção do tambor. As maxilas estão fixas num prato com a
bomba em cima que empurram as maxilas contra o tambor e um regulador automático,
em baixo as articulações com molas helicoidais que fazem retornar à posição de
descanso quando não se exerce pressão.

Devido ao sistema resultar numa maior pressão na maxila no tambor virada para a frente
do carro onde existe mais força de inércia, existe dois tipos de maxilas com espessuras e
características diferentes do calço, sendo a esquerda a primária com o nome de
autotravadora que exerce mais pressão e a da direita a secundária com o nome de
hipotravadora exercendo menos pressão. Assim como todo o dispositivo, prato, bomba
e posição das maxilas é disposto para compensar e equilibrar as forças.

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Usando também uma cunha rígida ligada à extremidade superior da maxila primária e
na extremidade inferior da secundária, distribuindo a pressão da bomba.

Funcionamento

A força dos travões atua sobre uma área da superfície do travão a tambor de cada roda.
Corresponde ao atrito produzido entre as duas superfícies em contacto, sendo uma força
contrária ao movimento das rodas.

o sistema de travagem a tambor pode tanto atuar por ação única da força produzida pelo
pé do condutor sobre o pedal, amplificada pelo sistema de servo-freio, ou gerida
indiretamente, em caso de se produzir o bloqueio das rodas, pelo sistema electrónico
ABS.

Nota: Travões de tambor são muito usados no eixo de trás por exercerem menor esforço
de travagem para que o esforço seja maior à frente e a viatura não derrapar atrás.

• Sistema ABS

O sistema ABS (Anti-Brake Sistem) ou Sistema Anti-Bloqueio, permite uma travagem


muito mais eficiente do veículo anulando o efeito de derrapagem causado pelo bloqueio

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das rodas. Testes confirmam que um veículo com este sistema consegue travar o
veículo até parar muito antes dum veículo com um sistema normal sem ABS.

Constituição

Constituído por uma UCCE (Unidade Central de Controlo Electrónico) e uma UCCH
(Unidade Central de Controlo Hidráulico). Com uma roda fónica e um sensor montados
em cada roda. As rodas fónicas dão os valores aos sensores da rotação em que está a
roda, e quando é accionado o sistema de travagem a UCCE vai receber os valores
precisos antes de atingir uma rotação de bloqueamento da roda, em que vai actuar sobre
a UCCH para aliviar a pressão antes de bloquear.

• Funcionamento

Quando é aplicado um esforço considerável sobre o pedal do freio, em situações de


emergência, o sistema antibloqueio assume automaticamente o controle da pressão
hidráulica no circuito de cada uma das rodas, de maneira a proporcionar a condição
ideal de travagem. O controlo da pressão é feito pelas válvulas electromagnéticas, por
meio de comandos emitidos pelo módulo electrónico, actuando de modo a proporcionar
três situações distintas no funcionamento hidráulico de cada circuito: aumento,
redução ou manutenção da pressão.

➢ Aumento da pressão

Quando o freio é aplicado com força, a partir da posição de repouso ou de uma situação
de baixa pressão na linha, a pressão sobe rapidamente em todo o circuito até à iminência
de bloqueio das rodas. Nesse momento, determinado exactamente pelo módulo
electrónico, a válvula electromagnética do respectivo circuito fecha a passagem entre o

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circuito da roda e o do cilindro mestre, de maneira a manter constante o valor da pressão
no circuito da roda.

Quando o módulo envia um comando para modificar o valor da pressão no circuito da


roda, a válvula electromagnética é accionada de maneira a abrir a passagem de retorno
ou a de entrada de fluído, conforme a natureza do comando recebido. Se este for no
sentido de reduzir a pressão, a rotação da roda volta a aumentar e a válvula recebe um
comando no sentido de abrir novamente a passagem para o circuito da roda, repetindo-
se o ciclo. Este ciclo pode repetir de 4 a 6 vezes por segundo, dependendo das condições
do piso. Essa rapidez de funcionamento é possível graças ao pronto processamento do
sinal electrónico e aos rápidos intervalos de resposta das válvulas electromagnéticas.

➢ Manutenção da pressão

Quando um sensor informa ao módulo de comando a iminência de bloqueio da


respectiva roda este envia, para a válvula electromagnética correspondente, o comando
para fechar as passagens de entrada e saída para o circuito da roda, mantendo estável a
pressão do mesmo.

➢ Redução da pressão

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Se persistir a iminência de bloqueio da roda na condição de pressão constante, a válvula
electromagnética recebe o comando no sentido de abrir a passagem de retorno do fluído,
ao mesmo tempo em que é accionada a bomba hidráulica.

• Auto monitoramento

A cada vez que se dá partida ou ligação ao motor, é accionado um dispositivo de


checagem ou de verificação do sistema de travagem, o qual simula um processo de
travagem durante o qual todo sistema é testado e as funções de cada componente é
verificada. Quando o veículo entra em utilização, esse sistema de checagem continua e,
em caso de falha, o sistema se desliga e o sistema convencional de freios passa a actuar
independentemente, sem auxílio do sistema antibloqueio, essa condição é indicada por
uma lâmpada no painel de instrumentos que se acende nessa situação.

OUTROS SISTEMAS DE TRVAGEM

• Travão de estacionamento

Dispositivo independente ligado às rodas de trás, totalmente mecânico através de uns


cabos de aço e accionados por uma alavanca tirante de comando manual na consola do
veículo, com um compensador que faz a ligação entre o primeiro cabo e os dois que vão
ligar nas duas rodas traseiras. Serve também de travão de emergência no caso de avaria
no sistema hidráulico. Pode ser incorporado no mesmo travão de tambor ou de disco de
travagem hidráulica, como veículos que possuem travão de disco hidráulico e travão de
tambor mecânico para estacionamento no mesmo eixo de trás.

A alavanca de comando tem um segmento dentado que tranca quando a alavanca é


puxada para travar, deixando o veículo travado, e um botão para destrancar. Nos travões
os cabos estão ligados a alavancas que empurram os calços de travão para accionar a
travagem mecanicamente, nos travões de disco accionam num excêntrico sobre o
parafuso de afinação do pistão e nos travões de tambor directamente sobre as maxilas,
geralmente na articulação da parte inferior. Está ligado com sensor a uma luz avisadora
no quadrante do veículo, para informar quando está accionado e o veículo travado.

• Funcionamento do sistema de travagem hidráulico

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O sistema de travagem hidráulico se divide em duas partes: operativo e comando. O
operativo comporta a bomba de travão, recebendo a pressão e embutida num tipo de
travão junto à roda que vai accionar a travagem. O comando engloba o pedal onde o
condutor acciona a travagem, o servotravão que amplia a força do pedal, a bomba
principal que vai injectar o fluído sob pressão pelos circuitos de tubagens em aço até
próximo das rodas e flexíveis por causa da manobração das rodas, até às bombas de
travão.

São dois circuitos independentes ligados à bomba principal e dispostos em diagonal, um


que vai para a roda dianteira esquerda e roda traseira direita, outro para as outras duas
opostas, o que permite uma segurança no caso de haver fuga ou falta de pressão num
dos circuitos e permitir que o veículo trave de ambos os lados e à frente como atrás na
falta de um circuito e o veículo não perder o controle pelas forças laterais, de apoio e
oscilação.

Se travar só dum lado faz o veículo curvar para esse lado, se travar só à frente o peso do
carro inclina para a frente, travando só atrás o carro deslizava atrás. Normalmente se usa
uma percentagem de 65% à frente e 35% atrás e o sistema cruzado dos circuitos para
compensar as forças de oscilações entre os eixos imaginários.

Observação: O sistema de travagem é de maior importância e rigor para a segurança do


veículo em circulação. Sua estrutura, circuitos, com todos os princípios devem ser os
mais adequados para um funcionamento eficiente. É imprescindível o diagnóstico e
verificação periódica afim de se proceder à observação cuidadosa de todos os seus

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componentes e funcionamento do sistema, efectuar-se as devidas reparações e
substituições.

Qualquer anomalia pode pôr em causa a eficácia e completo funcionamento de todo o


sistema, pondo em perigo toda a segurança e estabilidade no comportamento do veículo,
para responder no tempo desejado e com precisão a todos os movimentos, forças e
agentes que influenciam no veículo na sua mobilidade.

ESQUEMA RESUMIDO DE SISTEMA DE TRAVAGEM

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