Etica e Deontologia
Etica e Deontologia
Etica e Deontologia
1. Introdução
O presente trabalho de Educação para visa fazer uma reflexão e discussão sobre a ética e
deontologia profissional do professor, sobretudo no contexto escolar moçambicano.
A ética é um princípio que norteia a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para o
garante da socialização. Por isso que no mundo profissional, a ética se associa à
deontologia que é a base fundamental da execução e prática profissional de um
profissional, o que ele deve ser dentro do seu sector. É neste contexto que surge o estudo
da ética e deontologia do profissional do professor para averiguar a sustentabilidade
destes conceitos na aplicação pratica da vida do professor.
Por tanto, para a realização deste trabalho, o autor baseou-se nas referências bibliográficas
actualizadas, leitura do módulo e vários compêndios pela internet. Para Lakatos &
Marconi (2007), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
A ética, sendo uma das disciplinas práticas desenvolvidas por Aristóteles, na sua obra
“Ética a Nicómaco”, deriva originariamente do grego “ethos” significando dois sentidos,
um como “hábito, costume, uso (éthos). Por outro lado, e no sentido restrito, entendia-se
que agia segundo os preceitos morais aquele que na sua conduta observasse as regras de
acção não de uma maneira inquestionável, isto é, dogmática, mas que se tivesse
habituado, pelo seu conhecimento e pela sua reflexão, a praticar o bem exigido (êthos).
Este éthos significou, então, carácter, atitude básica da virtude, ou seja, conduta ou acção
resultante da interioridade do próprio agente (VIEGAS e CHIHULUME, 2011).
Olivares (2009) considera a ética como uma ciência que estuda os valores e virtudes do
homem estabelecendo um conjunto de regras de conduta e de postura a serem observadas
para que o convívio em sociedade possa se dar de forma ordenada e justa. Por isso, vários
estudiosos na matéria afirmam que a ética não é uma opção, mas uma necessidade, visto
que ninguém pode viver sem uma normativa ética.
O termo deontologia vem das palavras grega déon e logos. A palavra déon quer dizer
dever, o que se deve fazer. A palavra logos quer dizer discurso, doutrina ou tratado. Então,
deontologia vai significar doutrina, tratado ou ciência do dever ou do que deve se fazer.
Em outros dizeres a deontologia é um estudo dos deveres especiais de uma situação das
diversas profissões. Ou ainda a teoria dos diferentes deveres profissionais (MBAMBI,
2003).
Este conceito, também mereceu um tratamento interessante por parte de Doran e Parot,
que analisam “... este termo designa a teoria dos deveres, particularmente os diferentes
deveres profissionais” (MBAMBI, 2003).
Como se pode verificar, a teorização deste conceito data de muito longe (1834). O mesmo
chama a atenção para o estrito cumprimento dos deveres pessoais e colectivos,
fundamentalmente os profissionais. A relevância da deontologia é ainda salientada pelo
facto de normalmente existir uma organização profissional que se constitui como a
instancia de referência na elaboração, aplicação das regras éticas.
Quando estas regras se encontram formalizadas dão origem aos códigos deontológicos ou
de conduta, tendo muitas vezes objetivo principal fazer salientar um padrão de conduta
(MBAMBI, 2003).
No entanto, percebe-se que a deontologia assenta numa ética baseada na noção do dever,
na rectidão ou em direitos contrastando com os sistemas éticos baseados na ideia de
atingir um certo estado de coisas ou nas qualidades de carácter necessárias para viver
bem.
Segundo artigo 1 da Lei no 14/2009, o EGFAE é aplicável aos funcionários e aos demais
agentes do Estado que exercem actividades de administração pública no País ou no
Exterior, e aos funcionários e agentes da administração autárquica.
Por outro lado, os direitos gerais dos funcionários e agentes do estado segundo artigo 42
da lei no 14/2009:
trabalho e de meios
adequados à protecção da sua integridade física e mental, nos termos a regulamentar;
ctivo de trabalho;
térios justos de
desempenho nos termos a regulamentar;
rios em caso de
deslocação para fora do local onde normalmente exerce as suas funções, por motivo de
serviço;
transporte, para si e para os familiares a seu cargo e respectiva bagagem em caso
de colocação, de transferência por iniciativa do Estado e da cessação normal da relação
do trabalho com o Estado, nos termos do presente EGFAE;
-se à entidade imediatamente superior sempre que se sentir prejudicado nos seus
direitos;
A ética é um princípio que deve nortear a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para
o garante da socialização amena nas relações inter e intra-pessoais. Por isso, actualmente,
no mundo profissional, a ética se associa à deontologia que é a base fundamental da
execução e pratica profissional de um profissional, o que ele (profissional) deve ser dentro
do seu sector.
No que diz respeito a ética e deontologia profissional do professor pode se perceber que,
esta abordagem para o processo de ensino e aprendizagem, é um escultor de mentalidades,
sendo consequentemente um pastor. Escultor porque ele prepara, forma e transforma com
a sua influência as mentalidades e as consciências dos homens que anteriormente
consideradas acientífica ou do senso comum. Por outro lado, desenvolve na sua actividade
profissional uma tarefa fundamentalmente de pastor, de harmonia, de certeza e do uso da
razão na sua actividade profissional (VIEGAS e CHIHULUME, 2011).
Tomando em conta que a matéria prima na escola é o aluno, o professor deve servir de
modelo deste, para que o estudante ao sair da escola possa pôr em prática o que viu, sentiu
e estudou sempre com o objectivo de transformar a sociedade.
Neste contexto, segundo Monteiro (2004) é preciso motivar e estimular o aluno para que
ele possa realmente carregar os conhecimentos aprendidos para transformar a sociedade
em diversas perspectivas.
Para satisfazer este desejo, é inevitável que o professor cumpra com isenção, modéstia,
humildade, zelo com honra, brio profissional e com um elevado sentido de
responsabilidade esta dignificante tarefa que é de ensinar e educar. Isto é; de orientar o
conhecimento.
Portanto, em toda sua actividade profissional, o professor deve colocar em primeiro lugar
o brilhantismo, a ética e a deontologia profissional. Quando procede desta maneira, o
professor estará em condições de responder e de corresponder com a dimensão funcional
da sua tarefa. Neste sentido, o professor tem como dever transmitir claramente os
conhecimentos, as experiências e os valores culturais aos seus alunos assim como adquirir
as experiências dos mesmos que sempre têm alguma coisa para transmitir e aprender
(OLIVARES, 2009).
Como se observou nos conceitos, viver e conviver com ética não é exclusivo de um
determinado grupos de profissionais, logo o professor no exercício da sua profissão deve
pautar pelos princípios éticos.
Nos dias de hoje, raramente encontramos professores com um nível ético recomendável;
muitos por ignorância própria e outros por não terem passado por uma instituição escolar
que o proporcionasse uma grelha curricular, em sua formação, contendo disciplina de
Ética ou similar.
O professor ético deve ser um modelo de virtudes, para que possa influenciar os seus
alunos a serem pessoas de bem e capazes de construir uma sociedade harmoniosa em
todos os aspectos.
Segundo ONP (2008), o Código de Conduta dos Professores é uma declaração pública
que estabelece os princípios que devem guiar e inspirar a prática profissional dos
professores moçambicanos. O mesmo código estabelece os valores fundamentais da
profissão; estabelece princípios que guiam o comportamento dos professores, individual
ou colectivamente, no seu exercício profissional; define os deveres fundamentais dos
professores no exercício das suas funções; defende a protecção da liberdade de aprender,
da liberdade de ensinar e da igualdade de oportunidades educacionais para todos.
Golias (1993) diz que o nível de qualificação e formação de professores nos primeiros
anos após a independência era bastante baixo, em especial, para o ensino primário, onde
grande parte de professores possuía apenas a 4ª classe e com pouca ou quase nenhuma
formação profissional.
O baixo nível de formação de professores primários se verifica até nos dias actuais, pois
o nível de ingresso dos formandos até no ano passado era de 10ª classe, com todos
problemas e deficiências do sistema de educação e de formação de professores que torna
todo sistema de ensino memorizante e pouco ajustado aos objectivos.
Por isso mesmo, é que várias vozes da sociedade civil considera que salários baixos no
sector da educação são considerados um incentivo à prática da corrupção.
7. Conclusão
Subornos, baixos salários, assédio sexual e aliciamento soa questões que devem ser
traduzidas cautelosamente e com muito rigor ao nível da pratica docente, na medida em
que cada um destes aspectos vigoram na execução profissional e podem traduzir-se em
aspectos maligno quando enfermam a regra normativa dos profissionais.
Por isso que, o professor deve ser, deve fazer, deve conhecer e deve colabora
conjuntamente para consubstanciar naquilo que é mais desejado num profissional com
princípios éticos e deontológico. Neste contexto, sugere-se a integração da ética e
deontologia profissional não apenas como tema transversal, mas como uma disciplina
nuclear na formação de professor.
8. Bibliografia
ALONSO, Augusto Hortal. Ética das Profissões. São Paulo: Edições Layola, 2008.
LAKATOS, E., & MARCONI, M. Fundamentos de Metodologia Científica (6ª ed.). São
Paulo: Editora Atlas, 2007.