Programa Moderna UFF 2015.2 PDF
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PROGRAMA
Unidade I -‐ Humanistas, príncipes e reformadores: do problema da liberdade ao da paz.
Nesta
unidade,
o
curso
procura
analisar
de
modo
relacionado
as
experiências
históricas
conhecidas
como
Formação
do
Estado
moderno
(ratio
stato)
e
Reforma
Religiosa
(reformatio)
ocorridas
na
primeira
Idade
Moderna.
Assim
sendo,
em
primeiro
lugar,
será
reconstituído
o
diversificado
panorama
político
europeu
entre
o
século
XIII
e
XVI,
caracterizando
e
diferenciando
institucionalmente
o
funcionamento
de
repúblicas,
principados,
reinos
unificados,
bem
como
identificando
as
principais
modificações
que
marcaram
a
passagem
do
papado,
de
“pastor,
a
príncipe”,
como
afirmava
Guicciardini
referindo-‐se
à
construção
do
Estado
Vaticano
na
Época
Moderna.
Paralelamente,
mediante
a
análise
de
pequenos
enxertos
documentais,
os
alunos
terão
contato
com
a
filosofia
do
humanismo
cívico,
com
ênfase
na
redescoberta
do
aristotelismo
ético-‐político
(Coluccio
Salutati,
Leonardo
Bruni,
Pietro
Pomponazzi,
Juan
Luis
Vives,
Philipp
Melanchthon)
e
na
novidade
e
diversidade
do
pensamento
político
renascentista
(os
humanistas
e
a
autonomia
da
vida
civil;
Maquiavel
e
a
interpretação
da
História
e
filosofia
política;
Bartolomé
de
las
Casas
e
Francisco
Vitória:
direito
natural
e
direito
das
gentes).
Em
seguida,
o
fenômeno
das
reformas
religiosas
será
enfocado
tanto
como
problema
teológico,
quanto
como
instrumento
de
fortalecimento
das
autoridades
seculares.
Estudo
de
casos:
o
luteranismo
no
Sacro
Império
e
sua
difusão
na
segunda
metade
do
século
XVI
na
Dinamarca,
Suécia
e
Inglaterra
Tudor;
o
calvinismo
em
Genebra,
na
França
Valois
e
na
Inglaterra
Elizabetana;
o
catolicismo
reformado
e
as
heterodoxias
religiosas
no
império
Habsburgico.
Assim,
veremos
como
a
reflexão
renascentista
sobre
o
tema
da
liberdade,
entendida
como
independência
política
e
auto-‐governo
republicano,
dá
lugar,
paulatinamente,
ao
tema
da
paz,
compreendida
como
a
eliminação
do
conflito
social
e
a
normalização
das
relações
de
força,
tema
a
partir
do
qual
se
desenvolverá
a
noção
moderna
de
soberania.
Conteúdo
programático:
1. Imperium,
Potestas,
Res
Publica
:
• A
crise
dos
ideais
medievais
de
império
e
de
papado
e
a
lenta
constituição
de
cidades-‐estado
autônomas
no
Regnum
Italicum
entre
os
séculos
XIII
e
XV;
• As
escolas
jurídicas
da
Baixa
Idade
Média
(Pós
Glosadores)
e
a
reapropriação
humanista
do
legado
clássico,
estoico.
• Da
política
à
Razão
de
Estado:
a
renovação
da
linguagem
política
no
Renascimento
itálico
• O
direito
canônico
e
o
desafio
conciliarista
–
a
crítica
à
plenitudo
potestatis
papal
a
partir
do
novo
uso
do
direito
canônico
por
parte
de
Marsílio
de
Pádua
e
Nicolau
de
Cusa
• Libertas:
que
instituições
regulariam
e
garantiriam
a
autonomia
das
cidades-‐estado?
Quem
sustenta
essa
liberdade?
Os
mercadores
e
banqueiros
florentinos.
• A
expansão
europeia
nos
séculos
XVI
e
XVII:
uma
aventura
comercial
2. Cuius
regio,
ejus
religio
:
• O
império
espanhol
de
Carlos
V:
uma
nova
cartografia
européia
das
relações
entre
política
e
religião.
• Sede
de
Fé
e
fome
de
Verbo:
o
programa
teológico
de
Lutero
e
de
Calvino
e
suas
diferentes
apropriações
(em
sentido
conservador/centralizador
e
em
sentido
subversivo);
• Reformas
religiosas
e
Absolutismo:
a
formação
do
Estado
Moderno
e
a
construção
do
absolutismo
Unidade
II
-‐
Críticos,
reformadores
e
revolucionários:
do
problema
da
legitimidade
para
o
da
legalidade.
Se
na
primeira
unidade
estudamos
a
formação
histórica
do
Estado
moderno
na
sua
primeira
fase
de
constituição
(o
Estado
absolutista),
neste
segundo
módulo
estudaremos
a
crítica
ilustrada
e
o
desenvolvimento
das
condições
para
a
contestação
revolucionária
do
absolutismo.
Nos
séculos
XVII
e
XVIII
não
se
contestava
a
estrutura
de
poder
constitutiva
do
Estado
absoluto,
mas
a
personificação
histórica
que
tal
estrutura
tinha
recebido
na
figura
do
monarca,
na
medida
em
que
este
Estado
não
era
mais
percebido
como
árbitro
necessário
da
paz
religiosa
(pós
1648).
Neste
processo,
a
passagem
concomitante
da
sociedade
estamental
até
a
moderna
sociedade
civil
evidenciava
uma
crescente
consciência
de
classe
dos
segmentos
que
a
compunham,
particularmente
dos
setores
ilustrados
intermediários
e
da
burguesia
mercantil,
para
quem
tornava-‐se
cada
vez
menos
necessária
a
personificação
do
poder
na
figura
do
monarca
e
cada
vez
mais
indispensável
a
normatização
de
um
poder
regulador
(a
lei).
Assim,
o
eixo
desse
módulo
é
a
evolução
histórica
das
relações
de
força
no
interior
da
sociedade
do
Antigo
Regime
até
a
emergência
de
crise
revolucionária,
quando
o
exercício
da
autoridade
soberana
passa
da
esfera
da
legitimidade
para
a
da
legalidade.
Conteúdo
programático:
3.
“A
liberdade
em
segredo
é
o
segredo
da
liberdade”:
a
crítica
ao
absolutismo
em
seu
próprio
seio.
• As
guerras
civis
religiosas
em
França
e
as
revoluções
inglesas
de
1640/49
e
de
1688.
• O
século
XVII
e
a
liberdade
do
indivíduo:
J.
Milton,
Locke
e
Spinoza
• Lojas
maçônicas,
círculos
literários
salões
e
academias:
os
novos
espaços
para
forjar
a
liberdade
moderna.
4. A
Era
das
Revoluções:
rei,
nação,
representação.
• Uma
trovoada
em
céu
sereno?
(mapa
e
cronologia
das
Revoluções
no
mundo
entre
1689
e
1825:
conteúdo
e
difusão);
• Os
significados
de
revolução
e
as
diferentes
concepções
de
liberdade
• Do
direito
divino
aos
direitos
dos
cidadãos:
a
revolução
dos
direitos
do
homem
IV – BIBLIOGRAFIA
OBRIGATÓRIA
CIPOLLA, Carlo, Canhões e velas na primeira fase da expansão européia (1400-1700). Gradiva, 1989.
CUSA, Nicolau. De concordantia catholica o sobre la unión de los católicos. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales,
1987.
GARIN, Eugenio. Ciência e vida civil no Renascimento italiano. SP: Ed. Um Estadual Paulista, 1996.
GREEN, V. H. H. Renascimento e Reforma. Lisboa: Dom Quixote, 1984
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento? (5 de dezembro de 1783).
KENNEDY, Paul. Ascensão e queda das grandes potências.Transformação econômica e Conflito militar de 1500 a 2000.
RJ: Campus, 1989,
KOSELLECK, Reinhart, Crítica e crise, R. de Janeiro, Eduerj/ Contraponto, 1995, cap.2.
LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. Hidra, 2000.
RÉMOND, René. O Antigo Regime e a Revolução. São Paulo: Cultrix, 1986
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. SP: Companhia das Letras, 1996
SPINOZA, Baruch. Tratado teológico-político. SP: Martins Fontes, 2008 (caps. XIV-XX).
STONE, L. Causas da Revolução Inlgesa (1529-1642). Editora Edusc, Bauru, 2000.
COMPLEMENTAR
Coleções e Manuais
Cantimori, Delio, “La periodización de la época renascentista”, in Los historiadores y la historia, Barcelona, Península,
1985, p. 343-363.
Cavalcante, Berenice; Kamita, J. M; Jasmin, Marcelo; Patuzzi, Silvia, Modernas Tradições. Percursos da cultura ocidental,
séculos XV-XVII, Rio de Janeiro, Access, 2002.
Chaunu, Pierre, A civilização da Europa das Luzes, 2 vols., 2a edição, Lisboa, Estampa, 1995.
Renascimento e Reformas
Bloch,Ernest. Thomas Munzer: Teológo da Revolução. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro (Coleção Biblioteca Universitário,
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Burckhardt, Jacob. A Civilização da Renascença Italiana. Lisboa: Biblioteca Histórica, s/d.
Calvino, João. As Institutas. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana,1985 (4 volumes).
Camenietzki, Carlos Ziller. A cruz e a luneta. Ciência e religião na Europa moderna, Rio de Janeiro, Access, 2000.
D'Aubigné, J.H. Merle. História da Reforma do Décimo-Sexto Século. São Paulo: Casa Presbiteriana, s/d.
Delumeau, Jean. A civilização do renascimento, trad., Lisboa, Estampa, 1983, 2 vols. _____________. El catolicismo
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Elias, Norbert. O processo civilizador. Rio de Janeiro: Zahar,1993
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Hobbes, Thomas. Leviatã. Abril Cultural (Pensadores).
Febvre, Lucien. Le problème de l’incroyance au 16e siècle, Paris, Albin Michel, 1968 (1942)
(trad. port.: O problema da descrença no século XVI).
____________. "A Alemanha de1517 e Lutero". In: Carlos Guilherme Mota. Febvre/História. Coleção Grandes Cientistas
Sociais. São Paulo: Editora Ática, 1978.
____________.Martinho Lutero: um Destino. Portugal: Livraria Bertrand,1976.
Ferraro, Domenico. Itinerari del volontarismo. Teologia e politica al tempo di Luis de León, Milano, FrancoAngeli, 1995.
Locke, J. Segundo Tratado Sobre o Governo. São Paulo: abril Cultural, 1978 (pensadores)
_______. Carta sobre a tolerância. São Paulo, Abril Cultural,1978.(Pensadores).
Novaes. Adauto. A Descoberta do Homem e do Mundo. São Paulo; Companhia das Letras, 1998
Prosperi, Adriano. Tribunali della coscienza. Inquisitori, confessori, missionari, Torino, Einaudi editore, 1996.
Stone, Lawrence. Causas da Revolução Inglesa (1529-1642). Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração, 2000.
Tenenti, Alberto, Il senso della morte e l’amore della vita nel Rinascimento, Torino, Einaudi editore, 1989.
Weber, Max, A ética protestante e o espírito do capitalismo, São Paulo, Companhia das Letras, 2004.
Iluminismo e Revoluções
VI – CRITÉRIOS DE APROVAÇÃO
Durante o curso serão alternadas aulas frontais, seminários, debates em classe das leituras obrigatórias e outras
atividades. Seu formato é interativo, prevendo exercícios práticos, de manipulação dos conceitos em análise, bem como
de interpretação de documentos.
Para o êxito do curso é imprescindível a presença e participação ativa dos alunos(as). No cronograma do curso são
indicadas as leituras para cada semana. Como há um vinculo entre as leituras e o conteúdo da aula/do seminário, é
necessário ler os textos antes da aula, como informação de pano de fundo ou como documento a ser analisado. Seu
conhecimento ou entendimento dos textos pode ser examinado durante a aula; e você pode também levantar suas
dúvidas sobre textos durante as aulas. A bibliografia mais as informações compartilhadas durante as aulas devem
constituir a base do paper e da prova.
Quando necessário, um controle de leitura será realizado mediante prova escrita em sala, sem consulta.