Contemporanea I Aula 2

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Aula 2

A REVOLUÇÃO FRANCESA
META
Revisar e aprofundar o estudo do movimento que se transformou no modelo clássico de
revolução burguesa.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
Analisar a Revolução Francesa como um evento capital de toda a
história do mundo moderno.
Identificar a contribuição do movimento revolucionário francês para o fim da
antiga ordem feudal-absolutista.
Indicar bibliografia que permita aos alunos aprofundarem o estudo do tema
das revoluções burguesas

Lenalda Andrade Santos


História Contemporânea I

INTRODUÇÃO
Caros alunos é indiscutível a importância histórica da Revolução
Francesa. Para o notável historiador Eric J. Hobsbawn, “nos sessenta anos
históricos entre 1789 – quando Luís XVI ainda reinava – e 1848 – quando
Marx e Engels elaboravam o Manifesto Comunista – uma dupla revolução se
realizava na Europa, causando a maior transformação social que o mundo
conheceu desde a antiguidade”. O autor se refere à revolução política
francesa e à revolução industrial inglesa.
Pela sua importância histórica, a Revolução Francesa é um dos eventos
mais estudados nas aulas de História que vocês frequentaram antes da
chegada ao curso superior. Por esse motivo, ao invés de descrever os
fatos ocorridos no decorrer do movimento – o que sugerimos seja feito
por vocês – optamos por apresentar textos com abordagem de diferentes
aspectos da revolução.

A FRANÇA ÀS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO


“No século XVIII, embora a estrutura social da França permanecesse
com vários aspectos originários dos tempos feudais, a burguesia controlava
as finanças, o comércio e a indústria. Fornecia à monarquia os recursos
necessários para o funcionamento do aparelho de Estado, enquanto a nobreza
monopolizava muitos dos altos cargos, tirando daí diversos privilégios.
A burguesia crescia em número, em poder econômico, em participação
política e, principalmente, em consciência de si mesma como classe social.
Isso explica a difusão das teorias iluministas, enfraquecendo os fundamentos
ideológicos justificadores da ordem estabelecida e afirmando, ao mesmo tempo,
os novos valores burgueses. Classe em ascensão, acreditando no progresso, a
burguesia julgava-se representante do interesse geral da população, exercendo,
por suas propostas transformadoras, forte atração sobre as camadas populares.
Contudo, os burgueses pretendiam também inverter uma ordem na organização
da sociedade, de forma a legitimar sua própria tomada do poder.
Na França da segunda metade do século XVIII, a esmagadora maioria
da população era formada por camponeses, direta ou indiretamente
dependentes de seus senhores. Por isso, pretendia consolidar o trabalho
assalariado, visando formar um amplo mercado consumidor interno para
os produtos industrializados das cidades. Além disso, embora as técnicas
agrícolas tivessem se aperfeiçoado, a estrutura fundiária não estava voltada
para uma produção intensa. Desse modo, o preço dos gêneros alimentícios
consumidos nas cidades era alto e as matérias-primas não eram fornecidas
em quantidade suficiente para um amplo processo de industrialização.
Nas cidades, as regulamentações das corporações de ofício impunham
uma camisa-de-força ao crescimento da grande indústria, tornando

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predominante a produção artesanal em pequena escala. Caberia à burguesia,
em estreita aliança com os camponeses, liderar a luta pelo fim do Antigo
Regime, traçando os limites das modificações que seriam efetuadas.

A SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME


Em termos de hierarquia social, a França estruturava-se em três ordens:
Primeiro Estado, formado pelo clero; Segundo Estado, constituído pela
nobreza; e Terceiro Estado, composto pelo restante da população. Às
vésperas da revolução, o Primeiro Estado apresentava uma divisão interna:
chocavam-se o alto e o baixo clero. O alto clero, constituído por elementos
provenientes de famílias nobres, possuía inúmeros privilégios; já o baixo
clero tinha um padrão de vida igual ao das camadas populares, tendendo a
simpatizar com os revolucionários.
O Segundo Estado também estava dividido, com interesses muitas vezes
divergentes. Em Versalhes residia a nobreza palaciana, formada por quatro
mil nobres que compunham a corte dispendiosa para o Estado francês.
No interior do país havia a nobreza provincial, vivendo dos privilégios de
origem feudal. Por fim, existia a chamada nobreza de toga, burgueses que
ganharam ou compraram títulos nobiliárquicos, dedicando-se aos negócios
administrativos ou judiciários.
Tanto o clero quanto a nobreza estavam isentos da maioria dos
impostos, além de receber pensões, doações e outros privilégios do poder
real. Possuíam tribunais próprios e monopolizavam os postos de oficiais
do Exército e da Marinha. Somados, o primeiro e o segundo Estado não
excediam a 480 mil pessoas: os religiosos eram cerca de 130 mil, e os
nobres, cerca de 350 mil, representando aproximadamente 0,5% e 1,5%
da população francesa.
O Terceiro Estado era formado pelo restante da população: os
camponeses, a burguesia e as camadas populares da cidade, totalizando
cerca de 25 milhões de pessoas. Esse segmento social visava, acima de
tudo, à extinção dos privilégios concedidos ao Primeiro e Segundo Estado
e reivindicava o estabelecimento da igualdade civil, que acabaria com
privilégios do nascimento.
Os franceses, ao final do século XVIII, estavam sob a vigência de uma
monarquia Absolutista cuja concepção de poder impedia a expressão política
e a realização dos anseios e interesses da burguesia.
Fundamentando-se na teoria do “direito divino” dos reis, os monarcas
franceses não prestavam conta dos seus atos. A autoridade do monarca
não tinha limites legais e ele realizava consultas apenas a um conselho de
ministros. Apoiava-se no clero e na nobreza, marginalizando da participação
todo o Terceiro Estado, ou seja, mais de 90% dos governados.

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História Contemporânea I

Começava a se generalizar um repúdio às ultrapassadas instituições


francesas, fruto do descompasso entre a realidade da vida material, cultural
e social e as instituições e valores construídos ao final do período feudal.
Grande número de jornais e panfletos, inspirados nos novos valores do
Iluminismo, gerava discussões políticas nos cafés e salões parisienses, onde
se criticavam os privilégios de poucos, a miséria de muitos, a opressão
política e a irracionalidade administrativa”. (Costa e Mello, 2008, p. 327/328).

A CONVOCAÇÃO DOS ESTADOS GERAIS


“Com a insustentável crise, o rei Luís XVI resolveu convocar os
Estados Gerais, assembleia que, em época de crise, o soberano reunia
para se aconselhar. Essa instituição não tinha poder decisório, mas sim
consultivo. Segundo a tradição, cada Estado reunia-se em separado e
expunha seu voto em bloco. Assim, a nobreza, o clero e o Terceiro
Estado tinham direito a um voto cada um. Esse tipo de escrutínio
favorecia, naturalmente, o Primeiro e o Segundo Estado.
Ao tomar conhecimento da convocação dos Estados Gerais, uma
infinidade de inflamados panfletos preparados pela burguesia foi
distribuída, proliferando reuniões em salões, cafés e praças públicas.
Surgiram os cahiers de doléances (“cadernos de lamentações”), revistas
que apresentavam, entre outras, duas reivindicações: número de
representantes do Terceiro Estado igual ao dos dois outros somados e
votação por cabeça e não por Estado. Caso essas reivindicações fossem
aceitas, o Terceiro Estado teria maioria favorável às suas teses, pois
o baixo clero e uma pequena parcela da nobreza também votariam
contra a monarquia absolutista.
O rei Luís XVI aceitou dobrar o número de representantes do Terceiro
Estado, mas não aprovou o voto por cabeça, o que não mudava nada
a situação, servindo apenas para enfurecer a burguesia”. (Costa e
Mello, 2008, p. 329)

COM A CABEÇA DE LUÍS XVI ROLOU UM MUNDO


INTEIRO

“Nenhum acontecimento produziu repercussões tão profundas na


Europa moderna quanto a Revolução Francesa. Em parte pela importância
do Estado francês, que desde o governo de Luís XIV (1643 a 1715) era
o mais poderoso do continente; em parte pela influência que o exemplo
francês teve sobre os povos.

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Em 21 de janeiro de 1793, o rei Luís XVI foi executado na guilhotina, em meio ao júbilo da população
francesa. (Costa e Mello, 2008, p. 333).

Por toda a Europa, organizaram-se “partidos” do tipo jacobino,


agrupamentos das classes médias que propugnavam um programa de reformas
semelhante ao francês: derrubada dos privilégios feudais, Estado centralizado,
reforma da administração, da justiça e do exército. A intervenção direta da
República Francesa e depois a de Napoleão no continente europeu foi também
um fator importante na difusão das novas ideias.
A Revolução Francesa, usada para assinalar o início da história
contemporânea, pode, a rigor, ser dividida em cinco fases. A inicial inspira-
se no parlamentarismo inglês: as camadas mais altas da burguesia francesa,
que elegeram seus representantes para os Estados Gerais, aliadas a um setor
da nobreza, pedem apenas algumas reformas.
A segunda fase se inicia com a tomada da Bastilha. Como a monarquia
não quis fazer qualquer concessão, a plebe de Paris toma a iniciativa:
amotina-se e termina por trazer o rei virtualmente prisioneiro a Paris. A
intervenção da plebe insurreta intimida os nobres e setores superiores da
classe média, mas encoraja os inferiores. Serão estes – no momento em que
o rei for socorrido pelos outros soberanos europeus – que proclamarão a
República. Estava inaugurada a fase da ditadura jacobina, que culminaria
em 1793 com o período conhecido como o Terror.
Nesta etapa os jacobinos, que haviam surgido como um clube
parlamentar inglês, se transformam numa organização política mais
estruturada. (Da tradição jacobina nascerão as organizações carbonárias,
liberais e livre-pensadoras do século XIX). E é também o momento em
que se consolidam todas as conquistas da Revolução. Todas as terras da

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História Contemporânea I

Igreja – maior proprietária do país – e da maioria dos grandes nobres são


confiscadas e vendidas.
Para assegurar que esta e outras reformas fossem mantidas, a jovem
república precisou enfrentar a poderosa coligação dos reis da Europa, dos
aristocratas e mesmo da burguesia francesa. A resposta jacobina foi massacrar
seus maiores adversários e criar um grande exército nacional, precursor dos
grandes exércitos baseados na convocação de todos os cidadãos.
Mas os jacobinos ficaram entre dois fogos: de um lado sofriam a
oposição dos setores conservadores; de outro, despertavam cada vez mais a
desconfiança da plebe radical de Paris. Este grupo estava descontente com
a execução de seus chefes e com o congelamento dos salários.
O fecho desta etapa é a derrubada de Robespierre, Saint-Just e outros
líderes, no chamado golpe de Termidor (11º mês no calendário da Revolução,
que corresponde ao mês de julho). O período termidoriano, dirigido por
vários chefes do Terror, que constituem o chamado Diretório, é curto. Seus
líderes são desprestigiados e corruptos. Do interior da grande burocracia
militar que a revolução criou, emerge Napoleão Bonaparte. O golpe de
18 Brumário (9 de novembro de 1799) suprime o Diretório e estabelece
o Consulado, formado por três cônsules, um dos quais é Bonaparte. (...)
De modo geral, pode-se afirmar que as principais contribuições da
Revolução Francesa para o mundo, incluindo o período napoleônico, foram:
1. Sociais – liquidação do que restava do feudalismo, reconhecimento da
igualdade de direitos perante a lei, afirmação do direito das minorias.
2. Econômicas – abolição dos privilégios das corporações no exercício do
comércio; anulação dos monopólios comerciais concedidos pelo Estado,
que tinham sido a base da revolução comercial no século anterior.
3. Políticas – destruição da teoria do direito divino dos governantes. Na
França foi tentada a primeira experiência de governo democrático, com
sufrágio popular, liberdade de palavra, imprensa e reunião.
4. Religiosas – tolerância para todos os cultos e separação entre Estado e Igreja.
5. Culturais – instrução pública reconhecida como obrigação do Estado.
O estabelecimento de uma ampla rede educacional – do ensino primário
à organização de universidades e institutos estatais de pesquisa – criou o
sistema de educação em massa, básico para que a Revolução Industrial
pudesse depois progredir.
Esse elenco faz perceber que a Revolução Francesa criou os
fundamentos da moderna sociedade civil”. (Grandes Personagens da História
Universal, vol. IV, 1972, p. 775/776).

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A Revolução Francesa Aula 2
A QUEDA DA BASTILHA
“A população se armava. A pobreza e a fome faziam-se presentes em
Paris, e os franceses mais necessitados já incendiavam as barreiras
da cidade em que se cobrava imposto sobre os alimentos. Aqueles
movimentados dias eram uma prévia de um fato marcante que viria a
ocorrer e que seria considerado um dos mais importantes da história
francesa.
Em 14 de julho de 1789, manifestantes em armas realizavam a
tomada da prisão política da Bastilha, fortaleza vista como símbolo
do absolutismo, apesar de quase não ser mais utilizada em 1789. O
episódio passou a ser chamado de Segunda Jornada Revolucionária. A
importância desse acontecimento reside no fato de que, a partir desse
momento, o movimento contaria também com a presença das massas
trabalhadoras. Data oficialmente desse dia o início da Revolução
Francesa”. (Costa e Mello, 2008, p. 331).

“O plebeu parisiense (sans-culotte) numa versão idealizada (Grandes Personagens da História Universal,
vol. IV, 1972, p. 820)

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História Contemporânea I

A REVOLUÇÃO FRANCESA
“A Revolução Francesa fez-se contra o despotismo, contra os
privilégios em nome da liberdade e da igualdade. Ora, no século XVIII, a
Europa inteira é vítima do despotismo e dos privilégios. A Revolução é,
portanto, susceptível de ser imitada em qualquer parte. É o que faz dela
um acontecimento capital da história universal.
Rebenta em França porque é lá que o despotismo se encontra mais
minado e até por quem lhe devia, os aristocratas; porque é lá que a servidão
feudal é mais contestada pela massa camponesa, que conta numerosos
proprietários, o que torna mais evidente a injustiça dos direitos senhoriais
e da reação nobiliária; porque é lá que a burguesia paga a maior parte dos
impostos, empresta dinheiro ao rei, exerce funções úteis e fez mais progresso
sem compensação política.
Os girondinos tinham razão em jogar com a propaganda estrangeira:
guerra aos déspotas, aos palácios! Paz nas choupanas! Mas, como sucede
muitas vezes aos revolucionários, iludem-se acerca da sua força ofensiva,
acerca da capacidade de resistência do adversário, acerca do grau de
compreensão das populações que pretendem converter.
O que é prematuro em 1792 operar-se-á a pouco e pouco, quando a
vitória levar os exércitos franceses aos países estrangeiros. De início, apenas
os intelectuais aplaudiam a Declaração dos Direitos. De futuro, a legislação
oriunda da Revolução atua sobre todos. E, muito melhor do que a abstrata
noção de liberdade, os humildes apreendem a outra, bem mais concreta,
de igualdade.
Porque nisto reside a originalidade: a Revolução “foi o apóstolo da
igualdade” (G. Lefebvre). E se é de concordar com Malletdu Pan, quando ele
diz que, “sendo a Revolução cosmopolita, deixa de pertencer exclusivamente
aos franceses”, isso se deu precisamente àquele princípio de igualdade, o
único que penetra profundamente nas massas; de fato, mesmo para o mais
rude, a noção de justiça vai bulir com um sentimento inato.
A Revolução conquistou o mundo. Apesar das santas alianças e dos
sistemas de intervenção, os despotismos pereceram um após outro, as
Constituições multiplicaram-se, as servidões esfumaram-se, os povos
oprimidos libertaram-se, unificados em nação. Que país se poderá gabar de
nada dever ao espírito da Revolução Francesa? A própria França é vítima de
uma curiosa reação quando, em 1813, aquele que lhe arrebata a liberdade
e quer dar ordens à Europa encontra pela frente os povos conduzidos ao
combate em nome da liberdade: Napoleão, filho da Revolução, é vencido
pelo espírito da Revolução.
Obra da burguesia, a Revolução redundou em proveito da burguesia.
Na direção da administração pública, ela substitui-se à aristocracia, classe
vencida. Instruída, exercitada na prática dos negócios, a burguesia, em face
da massa ignorante, é a única que pode fornecer quadros à nova ordem.

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A Revolução Francesa Aula 2
Com isto ganha estipêndios elevados, prestígio e um gosto real pelas funções
públicas. Em vão o Terror limita o seu concurso: “o Termidor devolve-lhe
os lugares perdidos; e, de fato, sob os regimes ulteriores, conservá-los-á. Por
outro lado, é ela a grande beneficiária das vendas de bens nacionalizados; e,
favorecida pela desvalorização do papel-moeda, realiza um bom negócio.
Estas conquistas pretende ela conservá-las: em 1791, os seus filhos
são voluntários para a defesa da pátria contra aqueles que querem repor
o Antigo Regime; em 1793, levanta-se contra a Montanha, que lhe parece
perigosa para a propriedade.
Porém, classe de meio termo, simultaneamente revolucionária e
conservadora, muitas vezes os interesses contrariando os princípios, ela
rebaixa o ideal. Gozar em paz as conquistas adquiridas pela Revolução – tal
é o seu desejo ao fim de dez anos. E estes corifeus da liberdade aliam-se ao
despotismo, que lhes defende as conquistas.
Que a Revolução tenha aproveitado apenas a uma classe, merecedora,
é certo, mas que só alcançou a vitória com o concurso popular, o qual
trouxe para o combate a eficácia do número, constitui uma injustiça. O
povo reclamou a sua parte e obteve-a, mas limitada; desejou-a completa
e perdeu-a; e a democracia é afastada do poder político por três quartos
de século. Apenas a massa camponesa obteve vantagens pela supressão
laboriosa do regime feudal. Não tendo adquirido o direito de associação,
o mundo operário, perante o progresso capitalista, não poderá sequer
defender legalmente o seu salário. A Revolução sans-culotte fracassou, mas
as revoluções que fracassam “lançam na opinião e na memória das gerações
sementes que germinam mais tarde”. No século XIX subsiste a esperança
tenaz dos trabalhadores, mantida pela recordação de 1792-1794, época em
que chegaram a palpar o seu objetivo.
Esta Revolução tem o seu quinhão de horrores; mergulha na guerra,
outro horror; os princípios são menosprezados, renegados até. Por fim volta
a trazer à cena política o despotismo, a maior desgraça para a liberdade;
e, prometendo a igualdade, consente que uma classe se substitua a outra,
deixando que a nova privilegiada regateie a emancipação da que continua
subordinada.
Permanecem, porém, os princípios, cujo corpus constitui uma religião
mística, que suscita iniciativas, galvaniza energias e levanta entusiasmos.
A Revolução Francesa fabrica heróis como cria o sistema métrico e faz
nascer o Código Civil. Há algum outro período que mais tenha exaltado o
patriotismo? “Um povo que não é feliz não tem pátria”, dissera Saint-Just.
O legislador pretendeu criar essa pátria oferecendo ao povo leis justas. E
o povo compreendeu que devia defender uma pátria que já não era uma
madrasta que impunha sacrifícios sem compensação, mas uma esperança
imensa, um enorme impulso”. (Nicolle, 1963, p. 119/122).

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História Contemporânea I

O SIGNIFICADO DA REVOLUÇÃO
Hannah Arendt
“O texto a seguir foi extraído de uma importante obra da filósofa alemã
Hannah Arendt, publicada originalmente em 1968: Da Revolução. O trecho
escolhido analisa o momento em que a palavra Revolução passa a ter uma
conotação diferente da que até então lhe era atribuída. A autora, estudiosa
do totalitarismo, tendo investigado os conceitos de liberdade, percebeu que
o conceito de revolução modificou-se em julho de 1789. Nesse momento, a
palavra revolução foi usada pela primeira vez com uma ênfase exclusiva na
irresistibilidade. Tal movimento passava a ser visto como algo que estava além
do poder humano: não seria mais possível contê-lo ou detê-lo. O leitor deve estar
atento para a analogia que a autora faz com o movimento giratório das estrelas.
Enquanto os elementos de novidade, começo e violência, todos
intimamente associados ao nosso conceito de revolução, estão claramente
ausentes do significado original da palavra, bem como do seu primeiro emprego
metafórico na linguagem política, existe outra conotação do termo astronômico
que já mencionei brevemente, e que ainda permanece muito forte em nosso
próprio uso da palavra. Refiro-me à noção de irresistibilidade, o fato de que
o movimento giratório das estrelas segue uma trajetória predeterminada,
e é independente de qualquer influência do poder humano. Sabemos, ou
acreditamos saber, a data exata em que a palavra revolução foi usada pela
primeira vez com ênfase exclusiva na irresistibilidade, e sem qualquer conotação
de um movimento giratório recorrente; e tão importante se apresenta essa ênfase
ao nosso entendimento de revolução, que se tornou uma prática comum datar o
novo significado político do antigo termo astronômico a partir desse novo uso.
A data foi a noite do 14 de julho de 1789, em Paris, quando Luís XVI
recebeu do duque de La Rochefoucauld-Liancourt a notícia da queda da Bastilha,
da libertação de uns poucos prisioneirose da defecção das tropas reais frente
a um ataque popular. O famoso diálogo que se travou entre o rei e seu
mensageiro é muito lacônico e revelador. O rei, segundo consta, exclamou:
C’est une revolte; e Liancourt corrigiu-o: Non, Sire, c’est une révolution. Aqui ouvimos
ainda a palavra – e politicamente pela última vez – no sentido da antiga
metáfora que transfere, do céu para a terra, o seu significado; mas aqui, talvez
pela primeira vez, a ênfase deslocou-se inteiramente do determinismo de um
movimento giratório cíclico para a sua irresistibilidade. O movimento ainda é
visto através da imagem dos movimentos das estrelas, mas o que é enfatizado
agora é que está além do poder humano detê-lo, e, como tal, é uma lei em si
mesma. O rei, ao declarar que a investida contra a Bastilha era uma revolta,
reafirmou o seu poder e os vários meios à sua disposição para fazer face à
conspiração e ao desafio à autoridade: Liancourt replicou que o que tinha
acontecido era irrevogável e além do poder de um rei. O que Liancourt viu – e
o que devemos ver e entender, ouvindo esse estranho diálogo – que julgou
ser, e sabemos que com razão, irresistível e irrevogável?

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A Revolução Francesa Aula 2
A resposta, para começar, parece simples. Por trás das palavras podemos
ainda ver e ouvir a multidão em marcha, o seu avanço avassalador pelas ruas
de Paris, que ainda era nessa época, não apenas a capital da França, mas de
todo mundo civilizado – a sublevação da população das grandes cidades,
inextrincavelmente mesclada ao levante do povo pela liberdade, ambos
irresistíveis pela pura força do seu número. E essa multidão, aparecendo pela
primeira vez em plena luz do dia, era na verdade a multidão dos pobres e
dos oprimidos, que em todos os séculos passados tinham estado ocultos na
obscuridade e na degradação. O que a partir de então se tornou irrevogável,
e que os protagonistas e espectadores da revolução imediatamente
reconheceram como tal, foi que o domínio público – reservado, até onde a
memória podia alcançar, àqueles que eram livres, ou seja, livres de todas as
preocupações relacionadas com as necessidades da vida, com as necessidades
físicas – fora forçado a abrir seu espaço e sua luz a essa imensa maioria
dos que não eram livres, por estarem presos às necessidades do dia-a-dia”.
(Marques, Berutti e Faria, 1990, p, 10-12).

O líder revolucionário Jean-Paul Marat, aclamado pela plebe parisiense (Arruda e Piletti, 1999, p. 246).

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História Contemporânea I

REVOLUÇÕES INGLESA E FRANCESA


“Com as revoluções inglesa e francesa criaram-se todos os instrumentos
institucionais (político-jurídicos) e intelectuais (ideológicos) que permitiram
e garantiram à burguesia a partir do século XIX o exercício da dominação
social e da hegemonia política no mundo contemporâneo (e isto de forma
incontrastável, pelo menos até a revolução russa de 1917).
A revolução inglesa tornou possível pela primeira vez à sociedade, e
dentro dela particularmente aos homens de propriedade, a conquista e o
gozo da liberdade civil e política. A garantia desta liberdade (concebida
como natural), destes direitos civis e políticos, era agora assegurada pelos
próprios indivíduos (transformados em cidadãos) e não mais por uma
autoridade monárquica de origem divina ou humana. A teoria da liberdade
civil e política foi formulada por J. Locke, o primeiro grande filósofo do
liberalismo, na segunda metade do século XVII, com base nos resultados
decorrentes da Revolução de 1640 e 1688.
Com a revolução francesa foi dado um passo à frente: à ideia (liberal) de
liberdade civil e política, acrescentava-se a da igualdade (ou justiça) social. O
aparecimento da democracia politica (elaborada teoricamente, pouco antes
da revolução, por J. J. Rousseau e adotada pelos jacobinos) e social (exigida e
praticada pelos sans-culottes), se não rompia ideologicamente com o liberalismo,
destruía e superava definitivamente todas as concepções político-ideológicas
herdadas do passado. A frase atribuída a Mirabeau, “não é a liberdade que faz
a revolução, é a igualdade”, revela que a partir da revolução francesa nenhuma
nova revolução (social) poderia ser possível sem este novo conteúdo. Ora, a
ideia de igualdade, de democracia política e social ultrapassava as necessidades
e os interesses da burguesia. Por esta razão, no século XIX a burguesia passou
renunciar a toda ideia de revolução, preferindo aliar-se sempre que possível
às forças do Antigo Regime.
De maneira que, se a democracia política e social tal como é hoje
praticada pelos Estados (liberais democráticos) europeus e não europeus
de capitalismo avançado, é reivindicada pela ideologia liberal burguesa
como parte integrante de seu patrimônio, deve ser lembrado que suas
conquistas não pertencem à burguesia. Foram as lutas da classe operária
(às vezes secundada pela pequena burguesia e campesinato) que a pouco
e pouco obrigaram desde os fins do século XIX os Estados liberais a se
transformarem em Estados liberais e democráticos.
E, finalmente, tal como procuramos demonstrar, nem mesmo durante
as revoluções inglesa e francesa foi a burguesia a classe que iniciou , conduziu
e levou a bom termo a revolução e suas conquistas. No caso da inglesa,
este papel coube à gentry secundada pelos yeomene artesãos urbanos, e, no
caso da francesa, à pequena burguesia, aos sans-culottes e aos camponeses”.
(Florenzano, 1983, p. 116/118).

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A Revolução Francesa Aula 2
A RELIGIÃO PRIVADA CONTRA O ESTADO
“Os efeitos da Revolução sobre a vida privada não se mantiveram
apenas “simbólicos”, ou seja, limitados apenas às expressões da cultura
política compostas pelo vestuário, pela linguagem e pelo ritual político.
O novo Estado atacou frontalmente os poderes das comunidades do
Antigo Regime em muitos campos – a Igreja, as corporações, a nobreza,
a comunidade de aldeia e o clã familiar -, definindo simultaneamente
um novo espaço para o indivíduo e seus direitos privados. É claro que
existiram resistências e ambiguidades. Estas se mostram especialmente
na luta contra a Igreja católica, a grande rival na disputa pelo controle da
vida privada. O catolicismo, ao mesmo tempo um conjunto de crenças
privadas e cerimônias públicas, congregação de fiéis e instituição
poderosa, foi campo das mais acesas lutas públicas (e talvez privadas).
De início, como bons liberais, os revolucionários esperavam fundar
um regime sobre a tolerância religiosa universal; as questões religiosas
permaneceriam como assuntos privados. Mas os velhos hábitos e a
crescente necessidade financeira ditaram uma solução mais duvidosa:
o confisco dos bens eclesiásticos e a Constituição Civil do clero. A
partir daí, os bispos deviam ser nomeados por eleição, como ocorria
com a grande maioria dos representantes públicos; uma após outra,
as assembleias revolucionárias passaram a exigir que o clero prestasse
juramento e proibiram o uso de vestimentas eclesiásticas. O apoio aos
padres refratários veio a ser identificado com a contrarrevolução, e o
Estado passou a controlar cada vez mais os locais, datas e cerimônias
do culto religioso. Pela Concordata de 1801, Napoleão renunciou ao
controle tirânico do Estado, mas somente sob a condição de que se
reconhecesse o direito permanente do Estado em intervir nas questões
religiosas”. (Hunt, 1991, p. 32).

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO


CIDADÃO: 26 DE AGOSTO DE 1789

“Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia


nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo
dos direitos do homem são as causas únicas das infelicidades e públicas
e da corrupção dos governos, resolvem expor, numa declaração solene,
os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta
declaração, constantemente presente a todos os membros do corpo social,
lhes lembre sem cessar seus direitos e seus deveres, a fim de que os atos
do poder legislativo e os do poder executivo, podendo ser a cada instante
comparados com a meta de toda instituição política, sejam mais respeitados,

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História Contemporânea I

a fim de que as reclamações dos cidadãos, fundadas de agora em diante sobre


princípios simples e incontestáveis, se destinem sempre à manutenção da
constituição e à felicidade de todos. Por conseguinte, a Assembleia Nacional
reconhece e declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os
seguintes direitos do homem e do cidadão:

Artigo 1. Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos.


As distinções sociais não podem ser fundamentadas senão sobre a utilidade
comum.
Artigo 2. A finalidade de toda associação política é a conservação dos
direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são: a liberdade,
a prosperidade, a segurança e a resistência à opressão.
Artigo 3. O princípio de toda soberania reside essencialmente na nação;
nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não
emane expressamente.
Artigo 4. A liberdade consiste em poder fazer tudo aquilo que não
prejudique a outrem; assim sendo, o exercício dos direitos naturais de
cada homem não tem outros limites senão os que assegurem aos demais
membros da sociedade o gozo desses direitos. Tais limites não podem ser
determinados senão pela lei.
Artigo 5. A lei só tem direito de proibir as ações prejudiciais à sociedade.
Tudo quanto não for proibido pela lei pode ser impedido e ninguém pode
ser constrangido a fazer o que ela não ordena.
Artigo 6. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm
o direito de concorrer, pessoalmente ou pelos seus representantes, na sua
formação. Ela tem de ser a mesma para todos, quer seja protegendo, quer
seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais aos seus olhos, são igualmente
admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo
a capacidade deles, e sem distinção do que a de suas virtudes e talentos.
Artigo 7. Nenhum homem pode ser acusado, preso nem detido senão nos
casos determinados pela lei, e segundo as formas que ela prescreveu. Aqueles
que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias
devem ser punidos; mas todo cidadão chamado ou detido em virtude da lei
deve obedecer incontinenti; ele se torna culpado pela resistência.
Artigo 8. A lei só deve estabelecer penas estritas e evidentemente
necessárias, e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei
estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada.
Artigo 9. Todo homem sendo presumido inocente até que tenha sido
declarado culpado, se se julgar indispensável detê-lo, todo rigor que não for
necessário para garantir a sua detenção deve ser severamente reprimido pela lei.
Artigo 10. Ninguém deve ser molestado pelas suas opiniões, mesmo
religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública,
estabelecida pela lei.

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A Revolução Francesa Aula 2
Artigo 11. A livre comunicação dos pensamentos e das opiniões é um
dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar,
escrever, imprimir livremente, respondendo pelo abuso dessa liberdade nos
casos determinados pela lei.
Artigo 12. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de
uma força pública; por conseguinte, esta força fica instituída para o benefício
de todos, e não para a utilidade particular daqueles a quem for confiada.
Artigo 13. Para a manutenção da força pública e para as despesas
de administração é indispensável uma contribuição comum; ela deve ser
igualmente repartida entre todos os cidadãos, á razão de suas faculdades.
Artigo 14. Todos os cidadãos têm o direito de verificar, por eles mesmos
ou por seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de
consenti-la livremente, de acompanhar-lhe o emprego, de lhe determinar
a quota, a cobrança e a duração.
Artigo 15. A sociedade tem o direito de pedir a todo agente público
contas de sua administração.
Artigo 16. Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não for
assegurada, nem a repartição dos poderes determinada, não tem constituição.
Artigo 17. Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, dela
ninguém pode ser privado, salvo quando a necessidade pública, legalmente
verificada, o exigir evidentemente e com a condição de uma justa e prévia
indenização”. (Mattoso, 1977, p. 14/16)

CONCLUSÃO

“A Revolução Francesa não deve ser considerada apenas como uma


revolução burguesa. Embora esta tenha sido a ideologia e a sua forma
dominante, ela foi o produto da confluência de quatro movimentos
distintos: uma revolução aristocrática (1787-1799), uma revolução burguesa
(1789-1799), uma revolução camponesa (1789-1793) e uma revolução do
proletariado urbano (1792-1794). Também não se deve supor que a revolução
tenha começado em 1789, pois neste ano começa a tomada de poder pela
burguesia e não o início do processo revolucionário. Este começou dois anos
antes, em 1787, com a revolta da aristocracia contra a monarquia absolutista.
Foi este fato que criou as condições e a oportunidade para a burguesia
tomar o poder. Por outro lado, sem a revolta dos camponeses o regime
feudal não teria sido destruído por completo e sem a contrarrevolução da
aristocracia que culminou com o apelo à intervenção estrangeira, não teria
se desenvolvido a revolução do proletariado urbano. E, finalmente, sem
este último, a burguesia não teria resistido à invasão estrangeira e, portanto,
permitido que a revolução chegasse a um termo lógico e historicamente
possível”. (Florenzano, 1983, p. 15/16).

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História Contemporânea I

RESUMO
Textos de diferentes autores cobrem assuntos que vão da França pré-
revolucionária, com foco nas questões sociais, passam por um breve relato
das diversas fases em que se dividiu o movimento, incluindo as contribuições
dele resultantes e um que analisa o significado da revolução.
A natureza e o caráter da revolução são abordados através da discussão
do papel desempenhado pela burguesia no decurso do movimento e na
nova sociedade que surgiu do processo revolucionário.

ATIVIDADES
1. Destaque os principais aspectos da sociedade do Antigo Regime, con-
sultando outras obras de referência.
2. Indique as principais fases e contribuições da Revolução
3. Faça um pequeno texto abordando o papel da burguesia no movimento
revolucionário.

PRÓXIMA AULA
A Comuna de Paris, assunto a ser abordado na próxima aula, encerra
o estudo da Revolução Francesa.

REFERÊNCIAS

ARRUDA, José Jobson de A, e PILETTI, Nelson. Toda a História.


História Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 1999.
COSTA, Luís César Amad e MELLO, Leonel Itaussu A. História Geral e
do Brasil: da pré-história ao séculoXXI. São Paulo: Scipione, 2008.
FURET, François e OZOUF, Mona. Dicionário crítico da Revolução
Francesa. Tradução de Henrique de Araújo Mesquita. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1989.
FLORENZANO, Modesto. As revoluções burguesas. São Paulo:
Brasiliense, 1983. (Coleção Tudo é história).
Grandes Personagens da História Universal. Vol. IV. São Paulo: Abril
Cultural, 1972.

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A Revolução Francesa Aula 2
HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções. Europa 1789-1848. Tradução
de Maria Tereza Lopes e MarcosPenchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
HUNT, Lynn. Revolução Francesa e vida privada. In. PERROT, Michelle
(org.). História da vida privada. Vol.4- Da Revolução Francesa à Primeira
Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
LEFEBVRE, Georges. A Revolução Francesa. Tradução de Ely Bloem
de Melo Pati. São Paulo: IBRASA, 1966.
MANFRED, A. A Revolução Francesa. Tradução de Xavier Teles. Lisboa:
Arcádia, 1972.
MARQUES, Adhemar, BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 1990. (Textos
e documentos).
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Textos e documentos para o estudo
da história contemporânea: 1789-1963. São Paulo: HUCITEC, Ed. da
Universidade de São Paulo, 1977.
NICOLLE, Paul. Revolução Francesa. Lisboa: Publicações Europa-
América, 1963 (Coleção Saber).
VOVELLE, Michel (org.). França revolucionária (1789 – 1799). Tradução
Denise Bottman. São Paulo: Brasiliense, 1989.

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