Aula 40
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1
Quando atravesses um instante considerado terrível, na
jornada redentora da Terra, recorda que o desespero é capaz
de suprimir-te a visão ou barrar-te o caminho.
2
Para muitos, esse minuto estranho aparece na figura da
enfermidade; para outros, na forma da cinza com que a
morte lhes subtrai temporariamente o sorriso de um ente
amado.
3
Em muitos lugares, guarda a feição de crise espiritual,
aniquilando a esperança; e, em outros ainda, ei-lo que surge
por avalanche de provas encadeadas, baldando a energia.
4
Ninguém escapa aos topes de luta, que diferem para cada
um de nós, segundo os objetivos que procuramos nas
conquistas do Espírito.
5
Esse jaz atormentado de tentações, aquele padece
abandono, aquele outro chora oportunidades perdidas e
mais outro lamenta os desenganos da própria queda.
6
Se chegaste a instante assim, obscurecido por nuvens de
lágrimas, arrima-te à paciência, ouve a fé, aconselha-te
com a reflexão e medita com a serenidade, mas não
procures a opinião do esmorecimento.
7
Desânimo é fruto envenenado da ilusão que alimentamos a
nosso respeito. Ele nos faz sentir pretensamente superiores
a milhares de irmãos que, retendo qualidades não menos
dignas que as nossas, carregam por amor fardos de
sacrifício, dos quais diminutas parcelas nos esmagariam os
ombros.
8
Venha o desânimo como vier, certifica-te de que a forma
ideal para arredar-lhe a sombra será compreender, auxiliar,
abençoar e servir sempre.
9
[Ainda que] guardes o coração conturbado ou ferido,
magoado ou desfalecente, serve em favor dos que te
amparem ou desajudem, entendam ou caluniem.
10
Ainda que todos os apoios humanos te falhem de
improviso, nada precisas temer.
Tens contigo, à frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, a
força do companheiro invisível que te resolve os problemas
sem perguntar e que te provê com todos os recursos
indispensáveis à paz e à sustentação de teus dias. ( † ) Ele
que ama, trabalha e serve sem descanso, espera que ames,
trabalhes e sirvas quanto possas.
11
Sem que o saibas, ele te acompanha os pequeninos
progressos e se regozija com os teus mais íntimos triunfos,
assegurando-te tranquilidade e vitória. Ele que te salvou
ontem, salvará também hoje. ( † )
12
Em qualquer tempo, lugar, dia ou circunstância, em que te
sintas à beira da queda na tentação ou na angústia, chama
por Ele.
Ele te atenderá pelo nome de Deus. ( † )
'a . NOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS QUE SURGEM EM SUA
ESSE SENTIMENTO?
CONSEGUIU.
3. AFIRMAÇÃO:
CRISTÃO.
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$1-5).
4. De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes
bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta
vida.
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência
natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu
orgulho e de sua ambição!
Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem
sabido limitar seus desejos!
Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más
tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os gérmens do
orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde,
quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são
tratados e da ingratidão deles.
Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e
decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se,
as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não
estaria em semelhante condição.
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O
homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez
de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a
Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
5. A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a
consequência do que fez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide
especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade e não sobre as que só prejudicam os que
as cometem. Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa
impune qualquer desvio do caminho reto. Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma
infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis consequências, mais ou menos
deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido
por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de
que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal
e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras;
sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu
avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura.
Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi
desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal. Põe-se então o
homem a dizer: “Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso
teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há
mais tempo!” Como o obreiro preguiçoso, que diz: “Perdi o meu dia”, também ele diz: “Perdi a
minha vida”. Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe
neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de
uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas
resoluções para o futuro.